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Universidade Rovuma

Extensão do Niassa

Departamento de Letra e Ciências Sociais

Curso de ensino de História com habilitações em Documentação

Cadeira de Sociologia de Informação

Docente: Mestre Ana Paula Elias Abdula

Discente: Asside Uaite

FICHA DE LEITURA

SOCIOLOGIA DE INFORMAÇÃO

Conceito da Sociologia

Sociologia é uma ciência que estuda a relação entre as pessoas que pertencem a uma
comunidade ou os diferentes grupos que formam a sociedade. Ela pertence ao grupo das
ciências sociais humanas.

Objeto de estudo

O objeto de estudo da Sociologia engloba análise dos fenómenos da interação entre os


indivíduos, as formas de estrutura (camadas socias e mobilidades socias), os valores, as
instituições, as normas., as leis, os conflitos e as formas de cooperação geradas através
das relações socias.

Na Sociologia estuda as relações de formalidade presentes na vida e nas sociedades.


Como é relativa a realidade não determina regras socias e das particularidades da
conduta humana, porque este é o objeto da filosofia e ética social.

Sociologia foi criada por Angel Comte, mas o conceito surgiu através do pensamento
socia filosófico do iluminismo. (por ex: em Montesquieu e Hobbes) e no idealismo
alemão ( por ex: Hegel).
A Sociologia abrange várias áreas, existindo a sociologia comunitária, económica,
financeira, política, jurídica, do trabalho, familiar,..etc.

Através das pesquisas sobre os fenómenos que repetem nas interações socias, os
sociólogos observam os padrões comuns para formularem teorias sobre os fracos
sociais. Os mesmos estudos da sociologia envolvem técnicas qualitativas (descrição
detalhada de situações de comportamentos) e quantitativas (analises estatísticas).

Surgimento da Sociologia

A Sociologia surgiu no século XVIII, como disciplina de estudo, sobre as


consequências de dois grandes acontecimentos: Revolução Industrial e Resolução
Francesa, que causaram profundas transformações económicas, políticas e culturais nas
sociedades daquele período.

O termo Sociologia foi utilizado primeiramente com o filósofo francês Augusto Comte,
no seu curso de filosofia positiva em 1838, na tentativa de unificar os estudos relativos
ao homem, como a História, Psicologia e Economia.

A corrente sociológica positivofuncionalista fundada por Comte, foi mas tarde


desenvolvida por Émile Durkheim. Outras importantes correntes sociológicas foram
iniciadas por Karl Marx e Marx Webber.

A comunicação na sociedade da informação

Comunicação

O conceito de comunicação vem do latim communicare, que significa tornar comum,


compartilhar, trocar opiniões, associar, conferenciar. O ato de comunicar implica em
trocar mensagens, que por sua vez envolve emissão e recebimento de informações.
Comunicação é a provocação de significados comuns entre comunicador e intérprete
utilizando signos e símbolos. Segundo Lucia Santaellla (2001, p. 20), um critério
adicional para se definir comunicação é o de intencionalidade. A autora define intenção
como “atividade direcionada a um objetivo, envolvendo, portanto, a validação”. O
emissor tenta por meio da comunicação influenciar o receptor através de uma
mensagem. Sendo que, qualquer que seja a reação do receptor, ela faz parte de um
universo de hipóteses das intenções do emissor.
Comunicação Social

Desde que teve início à formação de sociedade começou-se a utilizar a comunicação


como forma de interação entre diferentes pessoas e camadas. A comunicação social é
um fenômeno que acompanha a formação da sociedade, ganhando mais força com o
surgimento da imprensa. Certamente, a máquina de tipos móveis inventada por
Gutemberg, em 1450, foi de grande importância para aumentar a comunicação
impressa. Na segunda metade do século 19, a inovação técnica no processo de feitura
dos jornais modifica a forma de pensar a comunicação. A partir de então, passou a ser
desenvolvida uma comunicação que necessitava de representar seu valor para ter
condições de se auto-sustentar. A revolução industrial com sua exigência de custo e
lucro fez que informação e legitimidade recebessem atenção.

Sociedade de informação

Segundo Luís Manuel Borges Gouveia,

“A Sociedade da informação está baseada nas tecnologias de


informação e comunicação que envolvem a aquisição, o
armazenamento, o processamento e a distribuição da
informação por meios electrónicos, como a rádio, a televisão,
telefone e computadores, entre outros. Estas tecnologias não
ransformam a sociedade por si só, mas são utilizadas pelas
pessoas em seus contextos sociais, económicos e políticos,
criando uma nova comunidade local e global: a Sociedade da
Informação.” (2004).

A Sociedade de Informação à Sociologia da Informação

A expressão sociedade de informação é sobejamente utilizada nos meios de


comunicação e no discurso político. Ela acompanha outras noções, nem sempre precisas
mas sempre sugestivas, como a de globalização, com a qual converge em muitos
aspectos do seu conteúdo. Regra geral, usa-se o termo sociedade de informação para
identificar uma nova realidade e uma nova ordem social assente na informação como
valor central e móbil do progresso das sociedades nas suas várias dimensões. A
sociedade de informação traz o acesso exclusivo ou em primeira mão à informação,
como o grande desafio para a evolução de vários sectores da vida das sociedades
A Sociologia da Informação compreende, de certa forma, as duas primeiras perspectivas
fundido-as num corpo de conhecimento ainda em construção. O surgimento das
tecnologias de informação em rede (internet e rede local, correio electrónico), a
digitalização de conteúdos e a convergência tecnológica entre computadores,
telecomunicações e televisão estão na base dessa fusão entre Informação e
Comunicação enquanto áreas de saberes outrora separadas. Onde o estudo da
comunicação incide sobretudo sobre a influências dos mass-media (presente na primeira
parte do programa), a Sociologia da Informação tomará em consideração não apenas
esse impacto como também a importância recente dos novos dispositivos e a cada vez
maior fusão entre estes e os mass-media.

Desta forma, assume-se, que com a disseminação de conteúdos através da sociedade em


rede, a informação se tornou num bem de valor económico e social. Bell (1976) afirma
que a informação substitui o trabalho como fonte de valor, tornando-se no verdadeiro
motor da sociedade pós-industrial.

Teorias da informação e da comunicação


As Teorias da Comunicação são uma série de estudos sobre a Comunicação Social,
podendo englobar filosofia, sociologia e psicologia, a depender do tipo de abordagem e
da área a ser estudada. Essas teorias estudam o desenvolvimento e a aplicação da
Comunicação Social em todos os seus aspectos políticos, sociais, econômicos e
tecnológicos.

 Teoria Hipodérmica:

Todo o desenvolvimento inicial das Teorias da Comunicação teve foco nas mensagens
enviadas pela mídia e nos seus efeitos sobre os indivíduos da massa, no entanto, este
modo revelou-se demasiadamente superficial para compreender os verdadeiros efeitos
da Comunicação sobre a sociedade, foi então que o caráter dos estudos comunicacionais
passou a salientar o processo de seleção das informações midiáticas, geração e
divulgação, valorizando assim o conteúdo e a forma que o mesmo era veiculado, pois se
percebeu que a qualidade do que era difundido tinha ligação direta com os efeitos
causados no receptor.
 Teoria da Persuasão:

 Diferentemente da Hipodérmica, é baseada em aspectos psicológicos, e defende que a


mensagem enviada pela mídia não é assimilada imediatamente pelo indivíduo,
dependendo de várias perspectivas individuais. Portanto essa Teoria não seria de
dominação ou manipulação como a Hipodérmica e sim de persuasão, pois o indivíduo
tende a se interessar por informações que estejam inseridas em seu contexto sócio-
cultural e político, e com as quais ele esteja de acordo.

 Teoria Empírica de Campo  (ou Teoria de Efeitos Limitados):

Embora baseada na Teoria da Persuasão, fundamenta-se em aspectos sociológicos, e


deduz que a mídia tem influência limitada na sociedade por ser apenas um instrumento
de persuasão, pois a mídia é apenas parte da vida social. A Teoria Empírica de Campo
entende que a mídia exerce influência social limitada assim como qualquer outra força
social (igreja, política, escola, etc.), ou seja, a mensagem midiática passa por diversos
filtros individuais de caráter social do indivíduo antes de ser absorvida pelo mesmo.
Derivando daí a intensidade do efeito da mensagem no indivíduo, a Teoria Empírica de
Campo conclui que os filtros individuais são de caráter sociológico e não psicológico,
como da Teoria da Persuasão.

 Teoria Funcionalista:

 Estuda o papel da mídia na sociedade e não mais apenas os seus efeitos. O indivíduo
deixa de ser analisado apenas por seu comportamento, e passa a ser estudado por sua
ação social, os valores que considera e os modelos sociais que adquire em comunidade.

 Teoria Crítica:

Inaugurada pela Escola de Frankfurt, baseada em teorias marxistas que encaram a


mídia como instrumento de influência social capitalista. A Teoria Crítica age por meio
de repetição, e é nela que surge o fenômeno da indústria cultural em que a arte passa a
ser reproduzida tecnicamente, como produto de consumo da massa. A obra de arte perde
seu caráter artístico e passa a ter um caráter capitalista de consumo.

 Teoria Culturológica:
Parte do pressuposto de que a mídia não produz uma padronização cultural, e sim se
baseia em uma padronização já existente nas sociedades, que surge a partir de
características nacionais, religiosas e/ou humanísticas. Ou seja, a cultura de massa não é
autônoma, mas depende de muitos aspectos particulares a cada organização social.

Vantagens e Desvantagens da sociedade de informação

Surgida no contexto da pós-modernidade, a Sociedade da Informação é essencialmente


informática e comunicacional, constituída principalmente pelos avanços da
microeletrônica, optoelectrónica e multimídia.

Adquirir, armazenar, processar e disseminar informações são as metas básicas do novo


sistema. A televisão, a telefonia e a Internet são as grandes responsáveis pelo advento
dessa nova sociedade, cuja a grande consequência é a desmaterialização dos espaços
produtivos.

A grande vantagem é que os processos decisórios e empresariais são facilitados pois


podem ser realizados a distância por meio de videoconferência.

Além desse aspecto econômico do trabalho a distância, ferramentas digitais como


bibliotecas digitais, correio eletrônico, banco on-line e redes sociais são marcantes na
contemporaneidade.

A desvantagem é que as pessoas podem se tornar cada vez mais distantes tendo em
conta essa facilidade comunicativa, que é na verdade, uma barreira.

Além disso, as crianças e jovens vivem cada vez mais dependentes dos jogos e dos
atrativos tecnológicos. Isso sem falar da exposição da vida pessoal propiciada pelas
redes sociais, o que resulta num sério problema de segurança.

Impactos sociais da sociedade de informação

Numa escolha feita por critérios de pertinência e de literatura disponível, identificamos


três domínios da vida em sociedade em que a sociedade de informação tem um impacto
empiricamente provado: são eles os domínios da cidadania e participação política; dos
mass-media e produção jornalística; e da educação, nos casos específicos de crianças e
jovens.

 Cidadania e participação política


Partindo do pressuposto de que a relação dos cidadãos com a política é essencialmente
mediada quer pelos políticos e partidos, quer pelos meios de comunicação, procuramos
com este ponto analisar o impacto dos novos médios nessa relação.

O conceito de democracia contínua, proposto por Stefano Rodotà (1997) refere-se aos
instrumentos dos quais nos apropriamos para o exercício de participação política e que
escapam à mediação tradicional de partidos e meios de comunicação de massa: “Os
novos médios presentes no espaço de mediação têm sido alvo de interesse e estudo por
diversos investigadores ao mesmo tempo que a sua utilização tem sido explorada por
elites políticas e por cidadãos no quadro daquilo que se pode designar por um ideal de
democracia contínua” (Cardoso, 2006, p.447; cf. Rodotá, 1997)

 Internet e mass-media

Como é que os meios de comunicação de massa na sua vertente informativa se


relacionam com a internet? E qual o papel de novos e reconhecidos meios de
informação alternativos (blogues, podcasts…) enquanto fonte de informação e de
formação de opinião? A internet surge num contexto em que a experimentação com
outras tecnologias de informação já havia ocorrido. No entanto, pelas suas
características (interactividade, hipertexto) tornou-se numa tecnologia mais moldável às
necessidades do jornalismo. Certos estudiosos defendem que o jornalismo online terá
práticas e características semelhantes às actuais, apenas utilizará um meio diferente para
a difusão da mensagem, conjugando texto, imagem e som numa só estrutura que está ao
alcance de todos , em qualquer lugar à distância de um clique.

 Internet como recurso educativo

A escola constitui um dos domínios onde o impacto da internet tem sido problematizado
quer pelos profissionais da educação, quer por estudiosos da comunicação. Parece
consensual que a internet terá um impacto na forma como o aluno se relaciona com a
escola, tanto ao nível da aprendizagem de conteúdos como na ocupação de tempos
livres. Mas tal relação deverá ser enquadrada por uma discussão mais ampla, sobre a
relação da escola com os meios de comunicação em geral. A internet enquanto recurso
educativo será pois abordada em função dessa relação.
Referência bibliográfica

GOUVEIA, Luís Manuel Borges.“Nota de contribuição para uma definição


operacional”. 2004.

CARDOSO, Gustavo. Os Media na Sociedade em Rede, Lisboa, 2006.

CASTELLS, Manuel. A Sociedade em Rede, Lisboa, 2002.

WEBSTER, Frank Theories of the Information Society, London, Routledge, 1995.

RODOTÀ, Stefano. "Para uma cidadania electrónica: a democracia e as novas

tecnologias da comunicação". Lisboa, 1999.

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