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4ª edição
São Paulo, 2018
Direção geral: Guilherme Luz
Direção editorial: Luiz Tonolli e Renata Mascarenhas
Gestão de projeto editorial: Mirian Senra
Gestão de área: Wagner Nicaretta
Coordenação: Jaqueline Paiva Cesar
Edição: Karine Costa, Felipe Vinícius dos Santos,
Felipe Rodrigues Sanches e Orlinda Teruya (editores),
Aline Cestari e Daniele Dionizio (assist. edit.)
Gerência de produção editorial: Ricardo de Gan Braga
Planejamento e controle de produção: Paula Godo,
Roseli Said e Márcia Pessoa
Revisão: Hélia de Jesus Gonsaga (ger.), Kátia Scaff Marques (coord.),
Rosângela Muricy (coord.), Ana Curci, Ana Paula C. Malfa, Arali Gomes,
Brenda T. M. Morais, Carlos Eduardo Sigrist, Célia Carvalho,
Cesar G. Sacramento, Diego Carbone, Flavia S. Vênezio,
Gabriela M. Andrade, Heloísa Schiavo, Hires Heglan, Maura Loria,
Patrícia Travanca, Raquel A. Taveira, Sandra Fernandez, Sueli Bossi;
Amanda T. Silva e Bárbara de M. Genereze (estagiárias)
Arte: Daniela Amaral (ger.), Claudio Faustino (coord.)
e Elen Coppini Camioto (edição de arte)
Diagramação: LIMA Estúdio
Iconografia: Sílvio Kligin (ger.), Denise Durand Kremer (coord.),
Douglas Cometti, Karina Tengan e Mariana Sampaio (pesquisa iconográfica)
Licenciamento de conteúdos de terceiros: Thiago Fontana (coord.),
Luciana Sposito (licenciamento de textos), Erika Ramires,
Luciana Pedrosa Bierbauer, Luciana Cardoso Sousa
e Claudia Rodrigues (analistas adm.)
Tratamento de imagem: Cesar Wolf e Fernanda Crevin
Design: Gláucia Correa Koller (ger.),
erikTS (proj. gráfico), Flavia Dutra (capa), Gustavo Vanini
e Tatiane Porusselli (assist. arte)
Fotos de capa: imagIN.gr photography/Shutterstock,
Gavin Hellier/robertharding/Offset by Shutterstock
Westend61 GmbH/Offset by Shutterstock
2018
Código da obra CL 820659
CAE 631640 (AL) / 631732 (PR)
4a edição
1a impressão
Impressão e acabamento
Geografia, sociedade e ensino Nesse cenário, é a educação que tem o poder de oferecer
ao sujeito oportunidades para atuar de forma mais autô-
A sociedade contemporânea encontra-se em constante
noma, posicionando-se criticamente diante dos desafios
transformação e adaptação – e a compreensão desse proces-
sociais. Além disso, a educação oferece um repertório de
so exige a apropriação de outra característica dessa socieda-
conhecimentos fundamentais ao sujeito, com base nos
de, que é o uso da informação. Esta coleção insere-se nesse
quais ele pode impulsionar seu desenvolvimento pessoal
processo, pois busca oferecer um repertório atualizado sobre
e a construção de sua identidade, o que lhe permitirá fazer
a sociedade contemporânea, que considera todas as transfor-
escolhas no futuro. Trata-se de um processo de construção
mações (econômicas, sociais, culturais, ambientais, políticas,
e colaboração ao longo do qual é esperado que os envolvi-
etc.) ocorridas nas últimas décadas, reposicionando o Brasil
dos passem a compreender a sociedade e o mundo em que
nesse cenário, além de refletir sobre o impacto de todas es-
vivem, sem desconsiderar a existência de outras formas de
sas mudanças nos processos de ensino-aprendizagem, nas
organização social.
práticas educativas, nos currículos, e, consequentemente,
nos livros didáticos. É muito recorrente, nos dias atuais, a discussão acerca das
competências a serem desenvolvidas pelo aluno, visando a
O fluxo de informações intensificou-se enormemente nas
sua inserção nas diversas situações sociais que se apresen-
últimas décadas, com a rápida evolução dos meios de comu-
tam na contemporaneidade. Libâneo, por exemplo, sinaliza
nicação, e da internet, em especial; e a tal ponto que marca
que “estudos recentes sobre os processos do pensar e do
hoje a experiência de grande parte das sociedades. Contudo,
aprender, para além da acentuação do papel ativo dos sujeitos
essas informações, construídas e propagadas ao longo do
na aprendizagem, insistem na necessidade de os sujeitos
tempo, não são, de fato, acessíveis a todos os membros das
desenvolverem habilidades de pensamento, competências
sociedades, já que, em geral, organizam-se de forma compe-
cognitivas” (LIBÂNEO, 2004, p. 6).
titiva e desigual. O acesso ao conhecimento é hoje, portanto,
fator condicional de inclusão ou segregação. Por essa e outras Nesse sentido, se o processo de ensino-aprendizagem se
razões, o texto da Base Nacional Comum Curricular afirma encontra em uma relação direta com a construção do conhe-
que “a sociedade contemporânea impõe um olhar inovador e cimento, a aprendizagem do aluno deve estar diretamente
inclusivo a questões centrais do processo educativo: o que relacionada, por sua vez, com o desenvolvimento de compe-
tências e habilidades.
aprender, para que aprender, como ensinar, como promover
redes de aprendizagem colaborativa e como avaliar o apren- Tal perspectiva exige que a escola repense seu papel e
dizado.” (BRASIL, 2017, p. 14). sua função sociais. Nos dias atuais, é esperado que o aluno,
cidadão em processo de escolarização, esteja articulado com
Nesse processo, o saber e o raciocínio geográficos se des-
as exigências que lhes são colocadas diariamente. Para tanto,
tacam, porque propiciam o desenvolvimento de habilidades
é preciso oferecer condições a ele para o aprimoramento de
que extrapolam o conhecimento científico e mobilizam rela-
suas habilidades de: relacionar-se com diferentes pessoas
ções entre tempo e espaço, dinâmicas sociais e econômicas,
e em diferentes contextos; solucionar problemas, agindo de
cultura e natureza. O raciocínio geográfico permite ao aluno
modo (mais) justo; pensar de modo mais inclusivo, responsa-
desenvolver habilidades relacionadas ao tempo e ao espa-
bilizando-se pelo lugar em que vive; etc.
ço, que são fundamentais para que se torne protagonista de
suas ações. Além disso, é preciso oferecer papel de destaque Uma formação integral do aluno é o que defende a Base
ao aluno, atribuindo-lhe autonomia no desempenho de tais Nacional Comum Curricular, documento que reorganizou, re-
habilidades e protagonismo no processo de apropriação e centemente, as principais aprendizagens da Educação Básica.
construção do conhecimento. Corroborando essa defesa, a coleção proporciona o acesso
O conhecimento é um patrimônio de todos e deve ser utili- ao conhecimento por meio de uma relação interativa entre os
zado como ferramenta a favor das liberdades de pensamento saberes e as experiências do aluno, considerando sua forma-
e de expressão, sem as quais as manifestações humanas, em ção para a vida em sociedade.
todas as suas intencionalidades e especificidades, encontram- Mediada pelo professor, a relação de ensino-aprendiza-
-se prejudicadas. O conhecimento também pode ser utilizado gem se constrói com o desenvolvimento do pensamento
para diminuir a opressão e a desigualdade nas sociedades. autônomo e crítico de cada sujeito envolvido nesse processo.
1 Após a morte de Aristóteles, produziu-se um conjunto de 14 livros com o nome de “Metafísica”. Entre tantas traduções, recomenda-se Aristóteles. METAFÍSICA. São Paulo:
Edições Loyola, 2002.
Princípio Descrição
Um fenômeno geográfico sempre é comparável a outros. A identificação das semelhanças entre fenômenos geográficos é
Analogia
o início da compreensão da unidade terrestre.
Um fenômeno geográfico nunca acontece isoladamente, mas sempre em interação com outros fenômenos próximos ou
Conexão
distantes.
É a variação dos fenômenos de interesse da Geografia pela superfície terrestre (por exemplo, o clima), resultando na dife-
Diferenciação
rença entre áreas.
Posição particular de um objeto na superfície terrestre. A localização pode ser absoluta (definida por um sistema de coorde-
Localização
nadas geográficas) ou relativa (expressa por meio de relações espaciais topológicas ou por interações espaciais).
Ordem ou arranjo espacial é o princípio geográfico de maior complexidade. Refere-se ao modo de estruturação do espaço de
Ordem
acordo com as regras da própria sociedade que o produziu.
Fontes: FERNANDES, José Alberto Rio; TRIGAL, Lourenzo López; SPÓSITO, Eliseu Savério. Dicionário de Geografia aplicada.
Porto: Porto Editora, 2016. In: BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica.
Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC/Consed/Undime, 2017. p. 358.
A coleção corrobora pressupostos da BNCC uma vez que O documento em questão também apresenta possibilida-
articula, compreende e organiza os conteúdos priorizando a des para a integração do saber geográfico aos demais saberes
aprendizagem e o desenvolvimento de competências e habi- escolares, enunciadas nos títulos das Unidades Temáticas
lidades com o intuito de promover a ampliação do repertório propostas para os Anos Finais do Ensino Fundamental:
de conhecimentos do aluno. O documento em questão ainda • O sujeito e seu lugar no mundo
firma o propósito da Geografia, como campo do conhecimento,
de levar o aluno a: • Conexões e escalas
• Mundo do trabalho
[...] desenvolver o pensamento espacial, estimulando o ra-
• Formas de representação e pensamento espacial
ciocínio geográfico para representar e interpretar o mundo
em permanente transformação e relacionando componentes • Natureza, Ambientes
da sociedade e da natureza. Para tanto, é necessário asse-
• Qualidade de vida
gurar a apropriação de conceitos para o domínio do conhe-
cimento fatual (com destaque para os acontecimentos que Todas as Unidades Temáticas relacionam-se diretamente
podem ser observados e localizados no tempo e no espaço) a aspectos do exercício da cidadania e visam à aplicação de
e para o exercício da cidadania.
conhecimentos da Geografia diante de situações contextua-
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum lizadas no cotidiano do aluno – que é também a base desta
Curricular. Versão Final. Brasília: MEC, 2017. p. 358.
Coleção.
Texto 1: Espaço geográfico não se dá sem que haja um objeto; e, quando exercida, acaba
por se redefinir como ação e por redefinir o objeto”.
Nesse sentido, vejamos alguns teóricos sobre a questão. Para
Gomes (2002, p. 172), três características definem o “espaço Gomes (2002, p. 36), por sua vez, admite que a organização
geográfico”: 1) o espaço é sempre uma extensão fisicamente concreta das coisas, isto é, seu arranjo físico possibilita que
constituída, concreta, material, substantiva; 2) o espaço com- certas ações se (re)produzam, ou seja, as práticas sociais são
põe-se pela dialética entre a disposição das coisas e as ações dependentes de determinada distribuição ou ordenação das
ou práticas sociais; 3) a disposição das coisas materiais tem coisas. É desse modo que o espaço encontra sua frenética di-
uma lógica ou coerência. nâmica e se transforma, isto é, mostra seu caráter de constante
mutabilidade.
Para esse autor (Ibid, p. 209), “[...] a análise espacial deve ser
Sob essas perspectivas de conceber o espaço, salientamos que
concebida como um diálogo permanente entre a morfologia
as relações promovem a dinâmica dialética formativa e con-
e as práticas sociais ou comportamentos”. Para Milton Santos traditória do espaço se dão no transcurso do tempo, cabe lem-
(1999, p. 18), essa questão, de aporte analítico, pressupõe que brar, que as formas ou objetos e as ações ou comportamentos
“[...] o espaço seja definido como um conjunto indissociável mudam e propõem diferentes organizações desse espaço. Para
de sistemas de objetos e de sistemas de ações”. Santos, (1999, p. 62-63), isso impõe a necessidade de captar em
Gomes afirma que, “[...] as formas são portadoras de sig- cada momento histórico o que é mais característico do sistema
nificados e sentidos” (1997, p. 38). Santos, por sua vez, define de objetos e práticas vigentes. Por esse viés, é possível perceber
o espaço como um conjunto de “formas conteúdo”, ou seja, que o processo socioespacial, que reúnem objetos e ações, está
formas que só existem em relação aos usos e significados, essa fundado, ao mesmo, na perspectiva do tempo passado com
relação forma-conteúdo é a causa de sua existência. suas realidades sociais e materiais e na perspectiva do tempo
presente em todo o seu processo de construção.
Como o espaço não é algo dado como nos propõe Soja em
seu “espaço em si” (1993), mesmo quando o mesmo tende Contudo, se concebermos o espaço como resultado da re-
remediar e diz que sua organização e sentido são produtos da lação entre formas e comportamentos ou consequência da
transformação e experiência sociais. O espaço é, na realidade, inseparabilidade entre sistemas de objetos e de ações, torna-se
um construto social dialético. Mesmo sabendo disso, se des- óbvio que uma geografia interessada apenas num determinado
vincular de uma visão física do espaço, de algo dado, de um tipo de objetos ou numa dada classe de ações “[...] não seria
“espaço em si” é algo bem trabalhoso. capaz de dar conta da realidade que é total e jamais é homo-
gênea” (SANTOS, 1999, p. 78).
Assim, salientamos que o espaço é um equilíbrio, uma espécie
de equação engendrada pela forma e pelos diferentes sentidos que Santos (Ibid., p. 88) assevera que “o espaço é a síntese, sempre
provisória, entre o conteúdo social e as formas espaciais”. Dessa
ela é capaz de suscitar e condicionar. Equacionados e construídos
forma, o espaço é um misto entre o social e o físico.
socialmente, os sentidos e significados da organização do espaço
são sempre advindos de uma perene relação, isto é, o espaço é uma LOPES, J. G. As especificidades de análise do espaço, lugar, paisagem
e território na ciência geográfica. Geografia Ensino & Pesquisa, v. 16,
constituição relacional, relação entre objetos/coisas espacialmente n. 2, p. 23-30, maio/ago. 2012. Disponível em: <https://periodicos.
distribuídas, da relação entre os objetos e suas funções, o que traz ufsm.br/geografia/article/viewFile/7332/4371>. Acesso em: out. 2018.
os seus sentidos e significados, da relação entre esses objetos e as
vivências, isto é, das práticas sociais.
Texto 2: Paisagem
Essa produção espacial de significados ocorre todos os dias,
nas nossas idas e vindas, no trabalho, na sociabilidade, nas Nos tempos remotos de hominização a natureza, por meio de
relações de várias ordens, isto é, nossa relação cotidiana com suas imagens, gerava sinais que estimulavam o comportamen-
to e o aprendizado. Surgia às vezes como ameaça e risco, que
o espaço se dá através da construção de significados, ou seja,
impunha soluções de tarefas complexas a serem executadas, de
nós provemos uma (re)significação.
início individualmente e, depois, coletivamente. Nesse distante
Podemos asseverar que a “dimensão relacional” da organi- e longo passado a postura física do homem se modificou com a
zação espacial referenciada por Gomes (2002), tem similitudes liberação dos membros superiores. A encefalização progrediu.
na “condição de inseparabilidade” entre sistemas de objetos e Surge, progressivamente, o indivíduo e por consanguinidade,
sistemas de ações, defendida por Santos. Pois Santos também primeiro o grupo familiar e depois a horda. O aprendizado in-
mostra que não se trata de sistemas tomados um a um, pois dividual evoluiu para o coletivo. Emerge um imaginário indi-
objetos/coisas e ações (conteúdos) interagem continuamente, vidual e pelo compartilhamento, um coletivo. Dos indivíduos,
formando um conjunto indissociável, solidário e ao mesmo progressivamente, formam-se grupos e sociedades. Os peque-
tempo contraditório. Nesse escopo, Santos (1999, p. 77) “A ação nos e móveis ecúmenos iniciais se ampliam, se seccionam se
A divisão do mun-
(EF09GE06) Associar o critério de divisão do mundo em Ocidente e Oriente com o Sistema
do em Ocidente e
Colonial implantado pelas potências europeias.
Oriente
Intercâmbios his-
tóricos e culturais (EF09GE08) Analisar transformações territoriais, considerando o movimento de frontei-
entre Europa, Ásia ras, tensões, conflitos e múltiplas regionalidades na Europa, na Ásia e na Oceania.
e Oceania
Leitura e elabora- (EF09GE14) Elaborar e interpretar gráficos de barras e de setores, mapas temáticos e
ção de mapas te- esquemáticos (croquis) e anamorfoses geográficas para analisar, sintetizar e apresen-
Formas de re- máticos, croquis tar dados e informações sobre diversidade, diferenças e desigualdades sociopolíticas e
presentação e e outras formas geopolíticas mundiais.
pensamento es- de representação
pacial para analisar in- (EF09GE15) Comparar e classificar diferentes regiões do mundo com base em informa-
formações geo- ções populacionais, econômicas e socioambientais representadas em mapas temáticos
gráficas e com diferentes projeções cartográficas.
Cap’tulo
3
No final do século XX, houve importantes mudanças nas relações entre os países.
Consumo, meio ambiente
Surgiram assuntos que passaram a ocupar a agenda de países em discussões ocor- e tratados ambientais
1
Unidade Mundo ridas em órgãos multilaterais. Para avaliar quanto o mundo mudou, você vai estudar
como era a organização dos países na Guerra Fria.
Depois, você começará a entender como novos países passaram a influenciar um
internacionais
contemporâneo pouco mais as decisões internacionais, apesar da presença de uma superpotência
militar que tem mais dificuldades para impor sua vontade que no período anterior,
além de algumas tensões do mundo atual.
Para iniciar
Por fim, será abordado como os países discutem assuntos relacionados ao meio ambiente. Nas últimas décadas, o uso dos recursos naturais tem se intensificado. Para o
Stuart Ramson/Associated Press/Glow Images
desenvolvimento do modo de produção capitalista é necessário cada vez mais
matérias-primas para a fabricação de mercadorias e níveis cada vez maiores de
consumo. Essa maneira de produzir e consumir gera impactos ambientais que
atingem vários países. Por isso, alguns assuntos relacionados ao meio ambiente
devem ser tratados em escala internacional. Neste capítulo, você conhecerá esses
modos de produzir, a relação deles com o consumidor, as fontes de energia utili-
zadas e alguns dos principais tratados ambientais, bem como as conferências da
CAPÍTULOS ONU sobre o tema.
1 O mundo bipolar Observe a imagem.
da Guerra Fria
Cristiana Vieira/Agência Estado
2 Mundo
pós-Guerra Fria
3 Consumo, meio
ambiente e
tratados ambientais
internacionais
Drozdin Vladimir/Shutterstock
Com o objetivo de regular a movimentação financeira no mundo, o Fundo
Monetário Internacional (FMI) foi criado, em 1944, na Conferência de Bretton
Woods. Leia mais sobre essa conferência na seção Olhar interdisciplinar. Em 2018,
o FMI contava com 189 países-membros. Sua sede fica em Washington D.C. (Es-
tados Unidos) (figura 9).
Monitorar a economia de seus países-membros é uma das funções do FMI,
que recebe informações e gera anualmente um relatório em que avalia os pontos
fortes e fracos da economia de uma nação e os compara com os dos demais in-
tegrantes. Mas sua maior missão é manter a estabilidade financeira internacional,
garantindo que os pagamentos entre bancos e demais empresas financeiras dos
países possam ocorrer sem dificuldade.
Quando um dos sócios do fundo necessita de recursos, ele recebe uma visita
de técnicos do FMI, que levantam informações sobre a economia do país. Nem
sempre eles são bem recebidos.
Nesse processo, investiga-se o valor que o país deve, quando deve pagar as
Reserva monetária dívidas e avaliam-se suas reservas monetárias internacionais para, então,
internacional decidir a quantia a emprestar e de que forma isso será feito. Os recursos para o
Total de dinheiro em
empréstimo vêm da contribuição de uma parcela do PIB de cada país-membro,
moeda estrangeira que
entra em um país que forma uma espécie de poupança que pode ser sacada por um país em difi-
menos o total de culdades para honrar seus compromissos financeiros.
dinheiro que sai. Em
geral as reservas são
Yuri Gripas/Reuters/Fotoarena
Atividades
1. Associe a criação da cidade de São Petersburgo com sua localização e com as primeiras obras de Pedro I,
o Grande.
2. Imagine os motivos por que um governante altera o nome de uma cidade. Quais as vantagens de uma
ação como essa?
Figura 9. Sede
do FMI em
138 Unidade 2 ¥ Europa: o velho mundo se renova
Washington D.C.
(Estados Unidos),
em 2017.
Olhar cidadão
Contexto
Explora questões que
Atividades de análise e impactam a sociedade, por Olhar cidadão
interpretação de diferentes Do mesmo modo que cerca de 2,5 milhões de judeus migraram para Israel, a
guerra do ano 2000 fez com que cerca de 5 milhões de palestinos abandonassem
suas terras e partissem para países vizinhos, de acordo com dados da Agência das meio de textos, imagens,
tural onde se encontra a nascente do rio Amarelo, o segundo mais longo da Ásia, devido aos
problemas ambientais que está causando o crescente número de turistas […].
A reserva de 19 100 quilômetros quadrados na comarca tibetana de Madoi (província oci-
dental de Qinghai) foi afetada por atividades humanas que “prejudicaram o frágil ecossistema
Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo. O
do planalto”, incomodando a vida selvagem e pondo em perigo outros turistas, afirmou o sub-
destino principal foi a Jordânia, com cerca de 2,7 milhões de palestinos, seguida
tipos de texto (incluindo ma- da Síria e do Líbano, com pouco mais de 400 mil cada. Em Israel vivem cerca de
1,2 milhão de palestinos, entre os quais há cristãos que vivem no norte.
Um dos pontos de mais difícil negociação é como acomodar os refugiados. mapas, gráficos, etc. Tam-
diretor da região protegida, Gan Xuebin.
A melhoria das comunicações na região, até tempos recentes muito remotos, gerou um
grande aumento do turismo na fonte de um dos rios mais importantes da China, berço da sua
civilização e em cuja bacia vivem cerca de 140 milhões de pessoas.
Repatriá-los significaria dividir ainda mais as terras da ANP, mas também reconhe-
O Amarelo, com 5 400 quilômetros de extensão, nasce como outros grandes rios da Ásia
cer um país mais populoso que Israel. Afinal, Israel tinha cerca de 8,1 milhões de
Acesso à água
Amir Cohen/Reuters/Fotoarena
Leia/Acesse/Assista
Fique por dentro
Apresenta sugestões de livros, sites, vídeos e filmes ao
Traz textos que complementam ou detalham algum tó-
aluno, visando à ampliação de seu repertório a respeito dos
pico do conteúdo estudado. Os textos são acompanhados
temas trabalhados nos capítulos. Há um logotipo específico
de atividades que podem ser trabalhadas individualmente
para cada material.
ou em grupo.
transações e instauram uma política de barrar exportações para determinadas entidades cuba- recicláveis, a fim de dar
nas, de acordo com nota do departamento. destinos diferentes para
eles e contribuir para a
A Casa Branca, contudo, afirmou que ainda autorizaria as transações comerciais e a maioria conservação do meio
das viagens já reservadas antes da aplicação das novas medidas. ambiente.
Segundo o Tesouro, viagens de americanos continuam permitidas para a ilha, mas deverão
ser feitas obrigatoriamente em grupos, organizados por uma agência dos EUA e contar com um
representante da mesma para cada grupo.
Fortalecemos as nossas políticas para Cuba para afastar a atividade
econômica das forças militares cubanas e encorajar o governo [do presi- Sanção
dente Raúl Castro] a avançar para uma maior liberdade política e econô- Proibição ou restrição
econômica que Greenpeace Brasil
mica para o povo cubano”, destacou em comunicado o secretário do Tesou- dificulta as relações
ro dos EUA, Steven Mnuchin. comerciais de <www.greenpeace.org/
EUA anunciam nova série de sanções a Cuba. G1. Disponível em: empresas ou pessoas brasil/>
<https://g1.globo.com/mundo/noticia/eua-anunciam-nova-serie-de-sancoes-a-cuba.ghtml>. com o país punido. O site dessa organização
Acesso em: out. 2018.
ambientalista
disponibiliza diversas
informações sobre o
Clive Horton/Alamy/Fotoarena
Figura 25. Em Blumenau (SC), existem coletores de materiais recicláveis e também de lixo não
meio ambiente e os
projetos em prol de sua reciclável. Foto de 2018.
proteção.
A escala de ação regional ocorre quando um problema abrange mais de um
município. Por exemplo, a gestão da bacia hidrográfica de um rio exige uma aná-
lise regional, pois o rio atravessa muitos municípios.
ONGs que trabalham na escala nacional têm seu foco nos grandes temas re-
lacionados ao ambiente, como a conservação de determinado bioma (a Mata
Atlântica no Brasil, por exemplo) e a escolha da fonte adequada para gerar energia
Quem se importa? elétrica. Essas organizações costumam manter escritórios e ativistas em várias
Direção: Mara Mourão.
cidades do país que, de algum modo, estejam envolvidas com o problema.
Brasil: Mamo Filmes/ Existem, por fim, as ONGs internacionais. Elas funcionam como uma organi-
Grifa Filmes, 2012. zação internacional, com sedes locais, mas conectadas a um comando central, que
93 min.
influencia bastante a atuação no país em que operam. Como exemplo, podem-se
Filmado em sete países,
o documentário citar organizações que lutam contra a instalação de usinas nucleares para gerar
acompanha 18 energia e pelo controle das emissões de gases de efeito estufa.
empreendedores e suas
Praia em Matanzas (Cuba), 2017. Muitos turistas estadunidenses vão a Cuba atraídos pela beleza de suas praias. ideias e ações pelo
Os temas ambientais internacionais estão em discussão há bastante tempo e
mundo. O filme serve devem continuar a ocupar a agenda política de muitos países. Afinal, esses temas
de inspiração para as têm origem, consequências e eventuais soluções sempre envolvendo mais de um
Atividades pessoas tomarem
país. As ONGs ajudam nesse processo ao denunciar ações como contaminação
consciência do próprio
1. Considerando a notícia, podemos afirmar que ainda persistem resquícios da Guerra Fria no mundo atual? poder de transformação, ambiental ou o desmatamento de uma área natural protegida, mas não participam
Justifique. para mudar realidades das decisões, que ocorrem nas reuniões das Convenções Internacionais Ambientais.
sociais, ambientais e
2. Quais são as consequências das sanções anunciadas para a população cubana? Justifique.
políticas.
O Brasil tem uma posição de destaque nas discussões ambientais internacionais.
Veja a seção Enquanto isso no Brasil na página seguinte.
24 Unidade 1 ¥ Mundo contemporâneo
90 Unidade 1 ¥ Mundo contemporâneo
d
país que o desenvolveu deve repassar o conhecimento àquele que mantém a in- Acima de 3,1 milhões
co
Gene
2
pi
Tró
formação genética em uma área natural. Ou seja, o país que detém a informação Parte do DNA, molécula América
de imigrantes
que fica dentro de todas do Norte Ucrânia –
genética deve receber a tecnologia desenvolvida a partir dela. as células que formam Rússia
os seres vivos. O DNA América
Etapa 3
Eq
Cada gene é responsável
ua
Rússia –
Tró
por uma característica,
do
Trocas inter-regionais
pic
r
por exemplo, a cor dos Alemanha Etapa 4
o
de
Oriente
olhos e do cabelo. 1030
Ca
Médio
Para finalizar o mapa, crie a legenda na porção
pr
ór Romênia –
ic
500 ni
Quilombola o
Itália inferior, desenhando novamente as setas, suas res-
300
Gre ano de
Habitante de ÁFRICA
pectivas espessuras e intervalos. Insira os demais
ich
100
comunidade quilombola,
enw
Belarus –
Meridi
formada por
*Comunidade dos
20
Rússia elementos obrigatórios: o título, a orientação (indica-
descendentes de
africanos escravizados,
Estados Independentes ção da direção norte) e a fonte dos dados levantados.
0º
além de alguns Portugal –
indígenas e brancos Fonte: elaborado com base em SCIENCE PO. Atelier Cartographie. Disponível em: <http://cartotheque.sciences-po.fr/media/Commerce_de_ França Etapa 5
marchandises_2016/2810>. Acesso em: out. 2018.
pobres, que, no passado,
se refugiaram criando os Mapa sem escala e orientação.
Polônia – Reúna-se com os colegas e o professor para dis-
Note que as setas mais espessas representam os maiores fluxos de trocas co-
quilombos. Essa Reino Unido cutir os resultados apresentados pelo mapa de fluxos
população ainda merciais, superiores a 1 trilhão de dólares, como os que se observam, por exemplo,
mantém vínculo com a
elaborado por vocês. Também comente com eles
entre a Ásia (origem) e a Europa ou América Anglo-Saxônica (destino). As setas menos 0 1 2 3 4
terra e os costumes de Migrantes (em milh›es) como foi a experiência de produzir um mapa de flu-
seus ancestrais. espessas representam fluxos menores, abaixo de 100 bilhões de dólares, que podem
xos e as dificuldades encontradas na realização des-
ser exemplificados pelas trocas comerciais entre a Europa e a América Latina. Fonte: IOM. World Migration Report 2018. Disponível em: <https://
Caiçara publications.iom.int/system/files/pdf/wmr_2018_en.pdf>. Acesso em: se trabalho.
Habitante de out. 2018.
comunidade caiçara, Mãos à obra
formada pela mistura de
contribuições de
Figura 19. Comunidade caiçara situada em Ilhabela, litoral de São Paulo, 2017. Atividades
indígenas, colonizadores Como visto nos capítulos 4 e 5, a Europa é um dos Observando as etapas a seguir, você poderá cons-
portugueses e africanos.
principais destinos de migrantes e refugiados de diver- truir um mapa de fluxos e identificar alguns dos prin- 1. Indique um fator que contribui para a ocorrência de fluxos migratórios internos na
Também foi estabelecido que o conhecimento associado de comunidades Vivem principalmente
sas regiões do mundo, que se dirigem a esse continen- cipais movimentos migratórios internos europeus. Europa.
tradicionais locais, que vivem em áreas protegidas, como povos indígenas, qui- em áreas litorâneas dos
estados do Rio de te em busca de melhores condições de vida, trabalho Você precisará de uma régua para estabelecer as 2. Em sua opinião, quais são as principais dificuldades enfrentadas pelos imigrantes
lombolas e caiçaras, deve ser reconhecido no processo de desenvolvimento
Janeiro, São Paulo e
tecnológico e, por isso, ser remunerado de algum modo (figura 19). Paraná. Seu modo de e renda. No entanto, os fluxos migratórios internos, isto espessuras das setas e de um mapa mudo da Europa quando chegam ao país de destino?
Depois da Rio-92, ocorreram novas rodadas de discussão sobre a ordem am- vida é, em geral, é, entre os próprios países da Europa, também são im- para representar os principais fluxos migratórios in- 3. Por que os movimentos migratórios, em geral, são representados por meio de ma-
baseado na pesca, na
biental internacional. No caso da biodiversidade, um dos resultados do encontro portantes para a dinâmica populacional do continente. ternos do continente. pas de fluxos?
agricultura de
dos países-membros da Convenção foi o Protocolo de Biosseguran•a, assinado subsistência, no
no ano 2000, em Cartagena (Colômbia). Esse documento estabeleceu normas para extrativismo e na 122 Unidade 2 • O velho mundo se renova Europa: economia, sociedade e integração • Capítulo 5 123
o transporte de organismos geneticamente modificados, que devem ser obede- pequena produção de
mercadorias.
cidas pelos países que adotaram o Protocolo.
Consumo, meio ambiente e tratados ambientais internacionais • Capítulo 3 85
Você em ação
Enquanto isso no Brasil
Reúne, ao final de cada capítulo, atividades de diferentes
Seção exclusiva dos vo- tipos. Ocupa duas páginas e é dividida em subseções:
lumes de 6o, 8o e 9o anos, Enquanto isso no BRASIL
O Brasil na ordem ambiental internacional
que propõe relações com o Dadas as condições geográficas do Brasil, o país costuma ser apontado como
uma potência ambiental. Entre as características naturais do país, a enorme biodi-
versidade, importantes reservas de água doce, o tamanho do território e a insolação
Pratique
em grande área na maior parte do ano garantem a capacidade de manter os biomas
viduais e em grupos. uso. Outra bandeira brasileira é o combate à desigualdade no acesso aos recursos
naturais no mundo.
Além disso, o Brasil já foi sede de reuniões muito importantes, como a Rio-92,
a Conferência das Partes da Convenção de Biodiversidade 2006, realizada em Curi-
tiba, e a Rio+20, em junho de 2012. Analise (mapa, gráfico, tabela, imagem ou texto)
Delfim Martins/Pulsar Imagens
Atividade
Sergipe, Alagoas e
Pernambuco.
ao tema do capítulo. A análise pode ser individual ou associada.
¥ Discuta com os colegas: o Brasil pode ser considerado uma potência ambiental?
Justifique.
Pesquise
Propõe atividades de pesquisa sobre temas abordados
Enquanto isso no Mundo no capítulo.
Seção exclusiva do volume do 7o ano, que é dedicado ao
Brasil. Por meio de textos, imagens, mapas e/ou gráficos, Trabalho de campo/Trabalhe em grupo
procura estabelecer relações entre o assunto tratado no país Sugere trabalho de campo ou em grupo. Em geral, são
e no mundo. Traz atividades e aparece no fim dos capítulos, atividades de pesquisa ou experimentais, desenvolvidas com
antes da seção de atividades Você em ação. os colegas e o professor.
Enquanto isso no MUNDO VOCÊ EM ação 8. Analise o gráfico a seguir e responda às questões.
4% 2%
O futuro é a África Rabat
Casablanca Fez
Argel
Túnis
Mar Mediterrâneo TUNÍSIA América Anglo-Saxônica Bélgica 47,8 12,1
Europa
S
O
OC
2. Caracterize a agropecuária europeia quanto à modernização e a mão de obra utilizada. Alemanha 39,1 11,3
M
ar
ÁSIA
Portugal 30,4 8
rm
CABO MAURITÂNIA
VERDE Cidade MALI
3. Explique dois problemas gerados pelo envelhecimento da população de um país.
elh
4. Aponte e explique os motivos que levam os países vizinhos à União Europeia desejarem ingressar no bloco.
Bamaco GÂMBIA Banjul
Kaduna NIGÉRIA
Conacri
Suécia 17,4 8
COSTA DO
TOGO
Adis-Abeba
tantes�. A maioria dessas cidades está con�
MARFIM GANA
Freetown Ibadã Abuja
30%
5. Destaque e comente uma das consequências da crise econômica na Europa.
A
O L Yamoussoukro REPÚBLICA
Kumasi SERRA LE IB
Onitsha
SUDÃO
CENTRO-AFRICANA DO SUL
IA
ETIÓPIA
Monróvia
ÉR
Abidjan Juba Á
M
Lo
Malabo
Douala Iaundê Mogadíscio O
6. Relacione a crise da Europa ao Brexit. Fonte: elaborado com base em UNCTAD. Disponível em: <http://
GUINÉ EQUATORIAL UGANDA S
Kisangani Campala QUÊNIA
Libreville
Brazzaville Kigali
SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE GABÃO CONGO
Nairóbi
0°
REPÚBLICA RUANDA
DEMOCRÁTICA
unctadstat.unctad.org/wds/TableViewer/tableView. Islândia 4,3 8
África Mombasa DO CONGO BURUNDI
aspx?ReportId=135718>. Acesso em: out. 2018.
Mas há representantes nas Américas do
Kinshasa Bujumbura SEYCHELLES
Analise o mapa Fonte: KHANNA, Ashish. FIFA World Cup 2018: How Migrant Players
Vitória
setentrional OCEANO Kananga Mbuji-Mayi Dar-es-Salaam
Dodoma
TANZÂNIA
mudará drasticamente nas próximas dé� 7. Analise o mapa a seguir e, depois, responda às questões.
I
Huambo Lilongue
tados por países europeus? Justifique.
Z Â M B
Principais Lusaka population.htm>. Acesso em: out. 2018.
E
Lilongue
UÍ
Blantyre Lusaka
aglomerações
Q
I R
CA
cadas. As megacidades se concentrarão
Harare B
urbanas (em milhões Harare Antananarivo M
A
GA
ZIMBÁBUE
b) Qual é a região que recebe menos serviços ex-
Ç
NAMÍBIA
de habitantes)
DA
MAURÍCIO
BOTSUANA
Trópico de Capricórnio
na África Subsaariana e na Ásia Central.
Port Louis
MA
Munique
es Salaam �Tanzânia�, Cartum �Sudão�, Lilongue e Bantyre ÁUSTRIA
o de
�Malauí�, Lusaka �Zâmbia�, Campala �Uganda�, Adis�Abeba 11. Reúna-se com alguns colegas para criar e encenar
Meridian
ao lado de Paul Gauguin e Paul Cézanne, estampas de obras clássicas do pintor pós�impressionista Vincent van Gogh
Vicent Willen van Gogh foi sempre susten� �����������. De acordo com a marca, as novas peças estarão à venda no
tado pelo irmão Theodorus, com quem tro� mundo inteiro �...�. O Museu Van Gogh vai dedicar parte dos lucros desse Em resumo
cou mais de ��� correspondências, docu� projeto para a preservação do legado e obra do artista, “garantindo o seu
mentos fundamentais para um estudo mais acesso para as futuras gerações”. A coleção da marca foi dividida em quatro
aprofundado de sua arte. Na sua fase mais Nesta unidade você estudou:
grupos a partir das pinturas “Caveiras”, “Amendoeira em Flor”, “Girassóis”
produtiva �����/���, Van Gogh foi comple� • no capítulo 4: domínios morfoclimáticos da Europa, hidrografia e hidrovias europeias, recursos minerais e fontes de energia de
e o autorretrato de Van Gogh. As imagens estarão estampadas em camisetas, países europeus, diversidade climática e oferta hídrica, conservação ambiental nos países europeus;
tamente ignorado pela crítica e pelos artis� tênis, jaquetas, bonés e em outros acessórios. �…�
tas. Atualmente, os seus quadros estão en� • no capítulo 5: características gerais da economia, indústria, agricultura, população e espaço urbano da Europa, formação da
OBRAS do pintor Vincent van Gogh viram estampas de roupas e tênis de marca para skatistas. Folha de S.Paulo, União Europeia, espaço Schengen, zona do euro, crise europeia, Brexit;
tre os mais caros do mundo. �…� �� jul. ����. Disponível em: <https://f�.folha.uol.com.br/estilo/����/��/obras�do�pintor�vincent�van�gogh�viram�
estampas�de�roupas�e�tenis�de�marca�para�skatistas.shtml>. Acesso em: out. ����. • no capítulo 6: a União Soviética, a CEI e o retorno da Rússia ao cenário mundial, principais atividades econômicas da Rússia, o
UOL Educação. Van Gogh. Uol. Disponível em:
<https://educacao.uol.com.br/biografias/van�gogh.htm>. recente conflito entre Rússia e Ucrânia, Turquia: território, população e principais atividades econômicas.
Acesso em: out. ����. • Com base no que foi discutido, como é possível relacionar a ampla difusão e o
consumo em massa das criações do pintor Van Gogh aos impactos proporcionados
Rússia e Turquia: a transição euro-asiática • Capítulo 6 149
A maior parte das obras de arte de Van pelo processo de industrialização?
Gogh está exposta, atualmente, em museus
situados em cidades como Amsterdã, Paris
e Nova York. Suas pinturas são amplamente Em resumo
conhecidas, e as cores, as curvas, os traços
e as pinceladas que as distinguem tornaram-
Nesta unidade você estudou:
-se referências apreciadas e consumidas em
• no capítulo 4: domínios morfoclimáticos da Europa, hidrografia e hidrovias europeias, recursos minerais e fontes de energia de
diversos locais do mundo. Observe duas das países europeus, diversidade climática e oferta hídrica, conservação ambiental nos países europeus;
pinturas mais famosas do artista. • no capítulo 5: características gerais da economia, indústria, agricultura, população e espaço urbano da Europa, formação da
União Europeia, espaço Schengen, zona do euro, crise europeia, Brexit;
Autorretrato, de Vincent • no capítulo 6: a União Soviética, a CEI e o retorno da Rússia ao cenário mundial, principais atividades econômicas da Rússia, o
van Gogh, 1888 (óleo sobre recente conflito entre Rússia e Ucrânia, Turquia: território, população e principais atividades econômicas.
tela, 65 cm 3 50 cm).
148 Unidade 2 • Europa: o velho mundo se renova Rússia e Turquia: a transição euro-asiática • Capítulo 6 149
Mãos à obra
Cidadania ativa Nesse projeto, a proposta é mobilizar alunos, professores, coordenadores, diretores e demais funcionários
da escola com o objetivo de criar um espaço para o cultivo de alimentos. A horta comunitária poderá ser na
própria escola ou em locais próximos, como praças, parques e canteiros de rua.
Horta comunitária Etapa 1
Para garantir a segurança alimentar da população, muitas cidades do mundo todo vêm criando projetos
Com a supervisão dos professores, da coordenadoria ou da diretoria da escola, busquem um local ocioso
para cultivar hortas comunitárias e produzir alimentos saudáveis, sem o uso de agrotóxicos e fertilizantes
e apropriado para ser transformado em uma horta comunitária. Quanto maior for o espaço, mais alimentos
químicos. Esses alimentos são distribuídos gratuitamente aos moradores ou comercializados com preços
poderão ser cultivados. Além disso, é importante estarem atentos às condições físicas do local. É fundamen-
reduzidos. Conheça a experiência da cidade de Todmorden, no norte da Inglaterra.
tal que haja:
Cidadania ativa Uma cidade inteira na Inglaterra que pode ter comida de graça
Em Todmorden, a alimentação saudável é mais do que barata, ela pode ser gratuita. Mas isso
nem sempre foi assim.
Localizada na região de West Yorkshire, Inglaterra, a cidade é exemplo de como a iniciativa de
um pequeno grupo de pessoas pode transformar completamente a vida de toda uma comunidade.
• incidência direta de raios solares;
• disponibilidade de água;
Etapa 2
• solo adubado;
Após a escolha do local, é necessário fazer o planejamento da horta comunitária. Com o auxílio do pro-
• circulação de ar.
Essa mudança começa com duas mulheres que souberam transformar um sonho em realidade: fessor, organizem-se em grupos. Caberá a cada grupo escolher um tipo de alimento e se responsabilizar
Pamela Warhurst e Mary Clear. pelos cuidados do cultivo durante os próximos meses. É necessário buscar alimentos locais, adaptados às
Ao final das unidades pares, propõe a ela- Pamela, ou Pam, participava de uma conferência sobre as mudanças climáticas em ���� quando
o palestrante, o professor Tim Lang, sugeriu que a humanidade deveria começar a plantar mais comi�
da pelo bem do planeta. A ideia criou raízes na cabeça de Pam, que passou a refletir sobre como culti�
var mais alimentos poderia ser um gatilho para a
condições climáticas da região. Cada grupo deverá pesquisar os cuidados necessários para o desenvolvimen-
to adequado do alimento.
Etapa 3
mudança social. A semente para a criação de uma Esta etapa envolve os preparativos para o início do cultivo, a começar pela limpeza do terreno para
Richard Wareham Fotografie/Alamy/Fotoarena
boração de um projeto que envolva ações de cidade comestível foi a primeira a ser plantada. �…�
Hoje quem caminha pela cidade encontra um
cenário completamente transformado. Há planta�
ções comunitárias em centros de saúde com apoio
deixá-lo pronto para a semeadura. Cada grupo deverá ser responsável por retirar o mato e capinar a terra de
uma parte do canteiro. As sementes e as mudas poderão ser adquiridas em feiras livres próximas à escola ou
em outras hortas comunitárias, assim como as ferramentas necessárias para o cultivo. Vejam quais são as
ferramentas de que vocês vão precisar para o trabalho na horta:
de médicos e enfermeiros. Há jardins comestíveis • Enxada: para capinar o solo, fazer covas e retirar o mato.
cidadania, com base em algum tema traba- na área da estação policial. Até mesmo residências
sociais convidaram o grupo para plantar em seus
terrenos, trazendo benefícios aos inquilinos. As
escolas também ganharam suas próprias hortas,
• Pá estreita: para afofar a terra e ajudar na colheita.
• Rastelo: para varrer folhas secas e ervas daninhas da horta.
• Pá cortadeira: para facilitar o processo de mistura da terra.
além de aulas de educação ambiental. Tudo isso • Luvas: para proteger as mãos e evitar ferimentos.
Estão listados a seguir palavras e termos definidos ao longo do livro e a página em que aparecem pela
0°
MARSHALL
KIRIBATI
FIJI
ILHAS
primeira vez.
L
NAURU
Dinastia, 171
N
VANUATU
SALOMÃO
A O
DA MICRONÉSIA
ZELÂNDIA
DOS ESTADOS
FEDERAÇÃO
PACÍFICO
OCEANO
NOVA
Diretriz, 25
O
Americanos, 23
Bósnia-Herzegovina
AUSTRÁLIA
Al Qaeda, 53
Liechtenstein
JAPÃO
Montenegro
Governamentais (ONGs), 40
FILIPINAS
Macedônia
Eslováquia
I
Eslovênia
Alauita, 66 E
S
Kosovo
Croácia
Áustria
TAIWAN
É
DO SUL
COREIA
DO NORTE
Círculo Polar Ártico
Alpinista, 156
COREIA
P
N D O N
CINGAPURA
Engenharia genética, 85
BRUNEI
Americanos, 23
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
VIETNÃ
MALÁSIA
MOLDÁVIA
UCRÂNIA
MIANMAR
Antagônico, 39
MONGÓLIA
Plano Marshall, 22
8 9 BULGÁRIA
Estado Islâmico, 64
BELARUS
OCEANO
BANGLADESH
ÍNDICO
ROMÊNIA
ESTÔNIA
LETÔNIA
FINLÂNDIA
Propina, 62
GRÉCIA
7 SÉRVIA
LANKA
4 HUNGRIA
I A
10
Atentado terrorista, 53 F
NEPAL
QUIRGUISTÃO
SRI
TURCOMENISTÃO TAJIQUISTÃO
POLÔNIA
ALBÂNIA
ÍNDIA
3
S
Q
SUÉCIA
5 6
S
970 km
Foro de discussão, 49
2
ITÁLIA
ALEMANHA
PAQUISTÃO
B
IRAQUE IRÃ AFEGANISTÃO
Ú
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
CASAQUISTÃO
Quilombola, 85
REINO DINAMARCA
R
COMORES MAURÍCIO
NORUEGA
SEYCHELLES
USBEQUISTÃO
SUÍÇA
BAIXOS
Banquisa, 235 G
UNIDO PAÍSES
FRANÇA
Círculo Polar Ártico
UNIDOS OMÃ
BÉLGICA
LUXEMBURGO
SOMÁLIA
MADAGASCAR
R
ARÁBIA BAHREIN
AZERBAIJÃO
KUWAIT
SAUDITA CATAR
ARMÊNIA
0
ESPANHA
0°
Base militar, 21
EM. ÁR.
ERITREIA IÊMEN
Radioativo, 107
GEÓRGIA
IRLANDA
Bessarábia, 135
JORDÂNIA
de ozônio, 85
-AFRICANA SUDÃO ETIÓPIA
eSWATINI
QUÊNIA
RUANDA
TANZÂNIA
DO CONGO BURUNDI
E
LESOTO
CHIPRE SÍRIA
IQU
Referendo, 140
MALAUÍ
Biosfera, 80
MB
Gene, 85
UGANDA
ÇA
TURQUIA
DO SUL
MO
ZIMBÁBUE
EGITO
SUDÃO
BOTSUANA
Blog, 61
ISRAEL
LÍBANO
Palestina
Genocídio, 15
Is. Kerguelen
REP. DEM.
REP. DA
DO SUL
(FRA)
NIGÉRIA CENTRO-
CONGO
ANGOLA
Gramínea, 110
A
LÍBIA
NAMÍBIA
CAMARÕES
Revolução Islâmica, 57
D
GABÃO
Bomba atômica, 18
TUNÍSIA
NÍGER
T I
BENIN
BURKINA
MALI
R
FASSO
C
TOGO
0°
Hegemonia, 29
LIBÉRIA MARFIM
T ç
COSTA
SÃO TOMÉ
E PRÍNCIPE
MARROCOS
S
MAURITÂNIA
DO
Caiçara, 85
GUINÉ
Hinduísmo, 191
ISLÂNDIA
OCIDENTAL
Fonte: elaborado com base em IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 32.
SENEGAL
Sanção, 24
SAARA
SERRA LEOA
Capital, 15
A
Hutis, 65
I. Geórgia do Sul
GUINÉ-BISSAU
Sikhs, 195
Groenlândia
GÂMBIA
CABO VERDE
(RUN)
Capitalismo, 15
ATLÂNTICO
(DIN)
OCEANO
(ARG)
(FRA)
Superpotência, 33
3 560 km
BRASIL
PARAGUAI
Supremacia, 22
ARGENTINA
T
CHILE
COLÔMBIA
Coalizão, 26
PERU
Tarefa de Sísifo, 17
HONDURAS
NICARÁGUA
J
Círculo Polar Antártico
EQUADOR
Coleta seletiva, 90
BELIZE
Tecnopolo, 116
ESTADOS UNIDOS
0
CANADÁ
Coletivo, 94 Jihadista, 65
Tonelada equivalente de petróleo, 106
COSTA RICA
Is. Galápagos
Colônia, 15
MÉXICO
EL SALVADOR
(EQU)
Conferência da ONU, 42
Trópico de Câncer
Levante, 33 U
BARBADOS
BARBUDA
Alasca (EUA)
E TOBAGO
TRINIDAD
GRANADA
Porto Rico (EUA)
Contraditório, 39
Planisfério: político - 2016
S. VICENTE E GRANADINAS
DOMINICA
Crime de guerra, 43 M
S. CRISTÓVÃO E NÉVIS
VENEZUELA
DOMINICANA
REPÚBLICA
Xenofobia, 121
HAITI
Trópico de Câncer
AS
M
HA
Czar, 135 Musgo, 110 BA
710 km
JAMAICA
Z
CUBA
PANAMÁ
Equador
A coleção, como já foi dito, é formada por quatro volumes, destinados aos Anos Finais do Ensino Fundamental. As unidades
são temáticas e os capítulos que as compõem apresentam a distribuição de conteúdos relacionada nos quadros a seguir.
6º ano
Unidade 1 Lugares de vivência e convivência
Capítulo 1 O lugar, a paisagem e o espaço geográfico
Capítulo 2 Mapas: o que são e para que servem?
Capítulo 3 Planeta Terra: nossa casa no Universo
7º ano
Unidade 1 O território brasileiro
Capítulo 1 A formação do território brasileiro
Capítulo 2 Brasil: território, fronteiras e cidadania
Capítulo 3 Paisagens naturais brasileiras
Unidade 2 A sociedade brasileira
Capítulo 4 Os povos indígenas no Brasil
Capítulo 5 A diversidade cultural e a imigração
Capítulo 6 Dinâmica populacional no Brasil
Unidade 3 Geografia da produção no Brasil
Capítulo 7 Urbanização e industrialização no Brasil
Capítulo 8 O espaço agrário
Capítulo 9 Circulação e produção de energia
9º ano
Unidade 1 Mundo contemporâneo
Capítulo 1 O mundo bipolar da Guerra Fria
Capítulo 2 Mundo pós-Guerra Fria
Capítulo 3 Consumo, meio ambiente e tratados ambientais internacionais
Unidade 2 Europa: o velho mundo se renova
Capítulo 4 Quadro físico e recursos naturais da Europa
Capítulo 5 Europa: economia, sociedade e integração
Capítulo 6 Rússia e Turquia: a transição euro-asiática
Unidade 3 Ásia: novo polo da economia
Capítulo 7 Quadro físico e recursos naturais da Ásia
Capítulo 8 China, Japão e Tigres Asiáticos
Capítulo 9 Índia, Paquistão e Irã
Objetivos da unidade
Objetivos da unidade
Nesta unidade serão abor-
dadas algumas das principais
transformações geopolíticas
1
Mundo
ocorridas ao longo do século XX:
a Guerra Fria e o período que su- Unidade
cedeu a esse conflito político,
econômico e ideológico em es-
cala global, com profundas con-
sequências para as relações
internacionais até os dias atuais.
contemporâneo
Pretende-se oferecer aos alunos
a oportunidade de ampliar sua
leitura do mundo por meio da
análise das formas de inserção
dos diversos países, em especial
as potências (políticas, econômi-
cas e/ou militares), em diferen-
1 O mundo bipolar
da Guerra Fria
Aproveite a oportunida-
2 Mundo
de para consultar o Plano pós-Guerra Fria
de desenvolvimento do bi-
mestre, disponível no ma- 3 Consumo, meio
ambiente e
terial digital. tratados ambientais
internacionais
Habilidades da BNCC
trabalhadas nesta
unidade
EF09GE01 Analisar critica-
Objetivos do capítulo
Objetivos do capítulo Cap’tulo
1
• Compreender a bipolaridade
que marcou a geopolítica e
a economia mundiais na se-
gunda metade do século XX.
O mundo bipolar
• Reconhecer algumas conse-
quências políticas e tecno-
da Guerra Fria
lógicas da Guerra Fria para
o mundo atual.
1. O cartunista
Belmonte/Coleção particular
nações com base em
cas de Ciências Humanas seus modelos de
2 5 7 desenvolvimento,
capitalista e socialista,
Competências respectivamente.
específicas de
Geografia
3 4 5
Tema contemporâneo
• Ciência e tecnologia
Orientações didáticas
Para iniciar
Ao fazer a leitura da charge
de Belmonte, procure explorar
o aspecto da disputa que ela A charge mostra, do
retrata: tal como em um jogo lado esquerdo (Ocidente),
de futebol, em que a bola é o Harry Truman (1884-1972),
alvo da disputa, o cartunista presidente dos Estados
retrata dois “jogadores de fu- Unidos entre 1945 e 1953,
tebol” (líderes das grandes po- e, do lado direito (Oriente),
tências da Guerra Fria, Truman o líder soviético Josef Stalin
Atividade
• Promova uma breve discus-
Atividade são com os alunos, a fim de
ouvir quais temas eles jul-
¥ Em 2015, foi realizada a Cúpula das Nações Unidas para o Desenvolvimento gam relevantes.
Sustentável. A reunião contou com mais de 150 líderes mundiais que discutiram
como implantar metas para o desenvolvimento da humanidade, considerando
aspectos econômicos, sociais e ambientais. Quais temas devem ser discutidos
em nível internacional?
13
gráficas para analisar, sintetizar e apresentar dados e informa- EF09GE18 Identificar e analisar as cadeias industriais e de inova-
ções sobre diversidade, diferenças e desigualdades sociopolíticas ção e as consequências dos usos de recursos naturais e das di-
e geopolíticas mundiais. ferentes fontes de energia (tais como termoelétrica, hidrelétrica,
EF09GE15 Comparar e classificar diferentes regiões do mundo eólica e nuclear) em diferentes países.
com base em informações populacionais, econômicas e socioam-
bientais representadas em mapas temáticos e com diferentes
projeções cartográficas.
AMÉRICA EUROPA
ÁSIA -se de uma forma subjetiva de
as Grandes Navegações. Ao longo dos séculos, DO NORTE
sugerir a reflexão sobre o au-
a integração econômica entre as diferentes
Trópico de Câncer
EN TA L
DA M
FUN AIS
I NO FIN
ENS
S
ANO
FIA
GR A
R GEO
IC UL A
URR
NT EC
P O NE
COM
4» edi•‹o
São Paulo, 2018
MANUAL DO PROFESSOR 1
Direção geral: Guilherme Luz
Direção editorial: Luiz Tonolli e Renata Mascarenhas
Gestão de projeto editorial: Mirian Senra
Gestão de área: Wagner Nicaretta
Coordenação: Jaqueline Paiva Cesar
Edição: Karine Costa, Felipe Vinícius dos Santos,
Felipe Rodrigues Sanches e Orlinda Teruya (editores),
Aline Cestari e Daniele Dionizio (assist. edit.)
Gerência de produção editorial: Ricardo de Gan Braga
Planejamento e controle de produção: Paula Godo,
Roseli Said e Márcia Pessoa
Revisão: Hélia de Jesus Gonsaga (ger.), Kátia Scaff Marques (coord.),
Rosângela Muricy (coord.), Ana Curci, Ana Paula C. Malfa, Arali Gomes,
Brenda T. M. Morais, Carlos Eduardo Sigrist, Célia Carvalho,
Cesar G. Sacramento, Diego Carbone, Flavia S. Vênezio,
Gabriela M. Andrade, Heloísa Schiavo, Hires Heglan, Maura Loria,
Patrícia Travanca, Raquel A. Taveira, Sandra Fernandez, Sueli Bossi;
Amanda T. Silva e Bárbara de M. Genereze (estagiárias)
Arte: Daniela Amaral (ger.), Claudio Faustino (coord.)
e Elen Coppini Camioto (edição de arte)
Diagramação: LIMA Estúdio
Iconografia: Sílvio Kligin (ger.), Denise Durand Kremer (coord.),
Douglas Cometti, Karina Tengan e Mariana Sampaio (pesquisa iconográfica)
Licenciamento de conteúdos de terceiros: Thiago Fontana (coord.),
Luciana Sposito (licenciamento de textos), Erika Ramires,
Luciana Pedrosa Bierbauer, Luciana Cardoso Sousa
e Claudia Rodrigues (analistas adm.)
Tratamento de imagem: Cesar Wolf e Fernanda Crevin
Ilustrações: Adilson Secco e Ericson Guilherme Luciano
Cartografia: Eric Fuzii (coord.), Alexandre Bueno (edição de arte),
Catherine Abud e EGL Produções
Design: Gláucia Correa Koller (ger.),
erikTS (proj. gráfico), Flavia Dutra (capa), Gustavo Vanini
e Tatiane Porusselli (assist. arte)
Fotos de capa: imagIN.gr photography/Shutterstock,
Gavin Hellier/robertharding/Offset by Shutterstock
Westend61 GmbH/Offset by Shutterstock
2018
Código da obra CL 820659
CAE 631640 (AL) / 631732 (PR)
4a edição
1a impressão
Impressão e acabamento
2 MANUAL DO PROFESSOR
Apresentação
Esta coleção foi pensada para você. Ela pretende deixá-lo por dentro de assun-
tos essenciais da sua vida. Afinal, o mundo atual é cheio de novidades que você
precisa conhecer e, mais ainda, saber analisar se são benéficas ou prejudiciais para
a sociedade e para o ambiente. E a Geografia pode ajudar nessa caminhada.
Cada volume foi organizado com cuidado, para permitir que os assuntos abor-
dados possam ser discutidos com quem faz parte da sua vida: colegas, professores,
familiares, vizinhos. Atividades permeiam os capítulos possibilitando que você exer-
cite o que estudou nas aulas com o professor e a leitura do livro. O mais importan-
te nesse processo é que você desenvolva a capacidade de fazer perguntas e de
encontrar respostas para temas que dizem respeito à sua vida, à sociedade em que
vivemos e a outros povos que estão mais distantes da nossa realidade.
Na Unidade 1 – Mundo contemporâneo, você vai estudar como se deu a
relação de poder entre os países depois da Segunda Guerra Mundial e as mudan-
ças verificadas atualmente, incluindo os temas ambientais discutidos por vários
países. Na Unidade 2 – Europa: o velho mundo se renova, você conhecerá o
quadro físico e os recursos naturais da Europa, bem como os desafios que os paí-
ses europeus vêm enfrentando nos últimos anos. Na Unidade 3 – Ásia: novo polo
da economia, serão explorados o quadro físico da Ásia e a atuação na globalização
de alguns países importantes do continente. Na Unidade 4 – Oceania e as zonas
polares, você vai conhecer o quadro físico de países da Oceania, a cultura e a
economia da Austrália e Nova Zelândia, as consequências climáticas no Ártico e
as disputas territoriais na Antártida.
Enfim, é hora de parar por aqui para que você mergulhe no livro. Mas cabe um
desejo final: que o conteúdo deste livro seja importante para você formar sua
opinião sobre os assuntos tratados e expô-la de modo democrático, como prática
da cidadania para construir um mundo menos desigual.
O autor
MANUAL DO PROFESSOR 3
Conheça seu livro
Seu livro está organizado em quatro unidades, cada uma delas com três capí-
tulos. Além dos textos e das figuras que o ilustram, há seções para explorar de
maneiras diferentes o conteúdo. Venha conhecê-lo!
No final do século XX, houve importantes mudanças nas relações entre os países.
Surgiram assuntos que passaram a ocupar a agenda de países em discussões ocor-
1
Unidade Mundo ridas em órgãos multilaterais. Para avaliar quanto o mundo mudou, você vai estudar
como era a organização dos países na Guerra Fria.
Depois, você começará a entender como novos países passaram a influenciar um
CAPÍTULOS
1 O mundo bipolar
da Guerra Fria
2 Mundo
pós-Guerra Fria
3 Consumo, meio
ambiente e
tratados ambientais
internacionais
Abertura de unidade
No início de cada unidade,
uma foto, um breve texto e
algumas atividades
introduzem temas que Atividade
¥ Em 2015, foi realizada a Cúpula das Nações Unidas para o Desenvolvimento
Cerimônia de abertura da Cúpula das
serão abordados ao longo Nações Unidas para o Desenvolvimento
Sustentável, na sede da Organização
Sustentável. A reunião contou com mais de 150 líderes mundiais que discutiram
como implantar metas para o desenvolvimento da humanidade, considerando
aspectos econômicos, sociais e ambientais. Quais temas devem ser discutidos
da unidade.
das Nações Unidas (ONU) em Nova
York (Estados Unidos), 2015. em nível internacional?
12 13
Cap’tulo
3
Consumo, meio ambiente
6 As ONGs ambientalistas
e tratados ambientais Muitas organizações não governamentais ambientalistas atuam em várias
internacionais escalas: local, regional, nacional e até internacional. Na escala local, elas costumam
lutar por problemas que ocorrem no município em que atuam, como a poluição
de uma lagoa, a conservação de uma área natural, o estabelecimento da coleta
Coleta seletiva seletiva (figura 25), entre outros. Em geral, as ONGs de escala local costumam ser
Forma de coletar o lixo, bastante atuantes e promovem ações públicas para mobilizar a população local.
Para iniciar
Glossário
separando os resíduos
sólidos e orgânicos dos
Ricardo Silva/Fotoarena
recicláveis, a fim de dar
destinos diferentes para
Nas últimas décadas, o uso dos recursos naturais tem se intensificado. Para o eles e contribuir para a
conservação do meio
desenvolvimento do modo de produção capitalista é necessário cada vez mais ambiente.
matérias-primas para a fabricação de mercadorias e níveis cada vez maiores de
consumo. Essa maneira de produzir e consumir gera impactos ambientais que Traz a definição de termos ou
atingem vários países. Por isso, alguns assuntos relacionados ao meio ambiente
devem ser tratados em escala internacional. Neste capítulo, você conhecerá esses
modos de produzir, a relação deles com o consumidor, as fontes de energia utili-
conceitos de um jeito fácil de Greenpeace Brasil
zadas e alguns dos principais tratados ambientais, bem como as conferências da
entender. Está na coluna
<www.greenpeace.org/
brasil/>
ONU sobre o tema. O site dessa organização
ambientalista
Observe a imagem.
lateral da página.
disponibiliza diversas
informações sobre o
Figura 25. Em Blumenau (SC), existem coletores de materiais recicláveis e também de lixo não
meio ambiente e os
Cristiana Vieira/Agência Estado
4 MANUAL DO PROFESSOR
Destino dos refugiados
Do mesmo modo que cerca de 2,5 milhões de judeus migraram para Israel, a
guerra do ano 2000 fez com que cerca de 5 milhões de palestinos abandonassem
Contexto suas terras e partissem para países vizinhos, de acordo com dados da Agência das
Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo. O
destino principal foi a Jordânia, com cerca de 2,7 milhões de palestinos, seguida
da Síria e do Líbano, com pouco mais de 400 mil cada. Em Israel vivem cerca de
Mohammed Salem/Reuters/Fotoarena
experiências no dia a dia.
ser por consenso, o que exige tempo para que seja elaborado um texto em que vivem muito bem há séculos, mas, poli-
Consenso
Característica de uma todos estejam de acordo. Aqui aparece a terceira crítica. Para serem aceitos por ticamente, existe o temor de que um
decisão que não sofreu
países tão distintos e com interesses tão diferentes, os textos das decisões acabam grupo mais radical queira impedir o outro
nenhuma objeção por de manifestar sua fé religiosa. Além dis-
parte das pessoas sendo genéricos, o que diminui sua eficácia.
envolvidas. so, tanto Israel como a ANP a apontam
O Fundo Monetário Internacional (FMI) como sua capital, o que traria dificulda-
des relacionadas à segurança dos chefes
Com o objetivo de regular a movimentação financeira no mundo, o Fundo
de Estado, já que a área ainda é confli-
Monetário Internacional (FMI) foi criado, em 1944, na Conferência de Bretton
tuosa, com a presença de radicais dos
Woods. Leia mais sobre essa conferência na seção Olhar interdisciplinar. Em 2018,
dois lados.
o FMI contava com 189 países-membros. Sua sede fica em Washington D.C. (Es-
tados Unidos) (figura 9).
Figura 25. Conflito entre palestinos
Monitorar a economia de seus países-membros é uma das funções do FMI, e judeus em Jerusalém (Israel), 2018.
que recebe informações e gera anualmente um relatório em que avalia os pontos
fortes e fracos da economia de uma nação e os compara com os dos demais in-
Acesso à água
Amir Cohen/Reuters/Fotoarena
tegrantes. Mas sua maior missão é manter a estabilidade financeira internacional,
garantindo que os pagamentos entre bancos e demais empresas financeiras dos Acesso à água também gera discór-
países possam ocorrer sem dificuldade. dias entre Israel e Palestina, que estão
em uma das zonas mais áridas do mun-
Quando um dos sócios do fundo necessita de recursos, ele recebe uma visita
do. Apesar da baixa pluviosidade, Israel
de técnicos do FMI, que levantam informações sobre a economia do país. Nem
conseguiu desenvolver técnicas de irri-
sempre eles são bem recebidos.
gação eficientes, que permitem produzir
Nesse processo, investiga-se o valor que o país deve, quando deve pagar as
alimento e abastecer o país (figura 26).
Reserva monetária dívidas e avaliam-se suas reservas monetárias internacionais para, então,
O mesmo não se pode dizer da Palestina.
internacional decidir a quantia a emprestar e de que forma isso será feito. Os recursos para o
Total de dinheiro em
empréstimo vêm da contribuição de uma parcela do PIB de cada país-membro,
moeda estrangeira que
entra em um país que forma uma espécie de poupança que pode ser sacada por um país em difi-
menos o total de culdades para honrar seus compromissos financeiros. Figura 26. Agricultura irrigada
dinheiro que sai. Em em Israel, 2017.
geral as reservas são
Yuri Gripas/Reuters/Fotoarena
Figura 9. Sede
do FMI em
Washington D.C.
(Estados Unidos),
em 2017.
Interprete
Atividades direcionadas para Fique por dentro
a observação e interpretação O Departamento do Tesouro dos EUA anunciou [...] a implementação de novas sanções a
Cuba, que atingem em especial o setor de turismo.
Pela nova regulamentação, Washington estabelece uma extensa lista de empresas, incluindo
complementam ou detalham
dente Raúl Castro] a avançar para uma maior liberdade política e econô- Proibição ou restrição
econômica que
mica para o povo cubano”, destacou em comunicado o secretário do Tesou- dificulta as relações
ro dos EUA, Steven Mnuchin. comerciais de
Clive Horton/Alamy/Fotoarena
você está estudando.
Praia em Matanzas (Cuba), 2017. Muitos turistas estadunidenses vão a Cuba atraídos pela beleza de suas praias.
Atividades
Olhar interdisciplinar História
1. Considerando a notícia, podemos afirmar que ainda persistem resquícios da Guerra Fria no mundo atual?
Justifique.
São Petersburgo: uma cidade de muitos nomes
2. Quais são as consequências das sanções anunciadas para a população cubana? Justifique.
Na localidade em que hoje está São Petersburgo, os suecos edificaram, em 1611, o Forte Nyenskans.
Em 1703, o czar Pedro I, o Grande, tomou a cidade do controle sueco e fundou o Forte Pedro e
24 Unidade 1 ¥ Mundo contemporâneo
Paulo, dando origem a São Petersburgo. Ele estava interessado em criar um novo porto para a Rússia,
além de uma nova capital.
Durante a Primeira Guerra Mundial, a cidade teve seu nome alterado. A Alemanha era inimiga da
Rússia, o que levou o governo da época a suprimir os termos alemães do nome da cidade (Sankt e Burg).
A cidade passou a chamar-se Petrogrado, uma homenagem a seu criador.
Com a Revolução Socialista, o nome da cidade mudou para Leningrado em 1924, em homenagem
ao líder revolucionário Vladimir Lenin (1870-1924).
Em 1991, um plebiscito definiu o retorno ao nome original. O fim da União Soviética chegava também
à antiga capital da Rússia.
Drozdin Vladimir/Shutterstock
Olhar cidadão
2. Imagine os motivos por que um governante altera o nome de uma cidade. Quais as vantagens de uma
ação como essa?
Olhar interdisciplinar
Nesta seção, você terá a oportunidade de
trabalhar o diálogo com outras disciplinas:
Artes, Ciências, História, Língua Rio Amarelo, na província de Qinghai, (China), 2015.
MANUAL DO PROFESSOR 5
Explorar representações Etapa 1
O primeiro passo é interpretar os fluxos migra-
Etapa 2
Com base nos dados do gráfico para os países
tórios apresentados no gráfico a seguir, identificando escolhidos, estabeleça os intervalos para representar
os países de origem e de destino, assim como a quan- o número de imigrantes por meio das setas de dife-
Mapa de fluxos tidade pessoas que se deslocaram. rentes espessuras.
Os mapas de fluxos são utilizados para representar fenômenos que indicam Depois, escolha alguns dos fluxos presentes no Utilize as informações do quadro abaixo para de-
fluidez e deslocamento de qualquer natureza. Com esse tipo de mapa é possível gráfico para serem representados em um mapa. terminar as espessuras das setas.
identificar, por exemplo, a origem e o destino de movimentos migratórios, de trocas Utilizando um atlas, localize no mapa mudo do con-
Espessura da seta
comerciais, de rotas de transportes, de correntes marítimas, etc. tinente europeu, distribuído pelo professor, os países Intervalo
(em cm)
envolvidos nos fluxos migratórios representados no
Em geral, para construir o mapa de fluxo, utilizam-se setas cuja espessura varia Até 1 milhão de imigrantes 0,5
gráfico.
Explorar representações
conforme a intensidade do movimento. Observe o mapa a seguir.
Entre 1,1 milhão
1
Europa: principais fluxos migratórios – 2015 e 2 milhões de imigrantes
Planisfério: comércio de mercadorias por região – 2016 (exportações em bilhões de dólares)
Entre 2,1 milhões
d
Acima de 3,1 milhões
co
Seção direcionada para o aprendizado prático de
2
pi
Tró
América
de imigrantes
do Norte Ucrânia –
Rússia
América
Latina Etapa 3
Polônia –
CEI*
Alemanha Desenhe no mapa as setas proporcionais refe-
rentes a cada fluxo escolhido. Lembre-se de que a
Turquia –
Alemanha base da seta representa a origem do fluxo e a ponta
Eq
ua
Rússia –
Tró
do
Trocas inter-regionais
pic
r
Alemanha Etapa 4
o
de
1030 Oriente
Ca
Médio
Para finalizar o mapa, crie a legenda na porção
pr
e a exploração de ambientes virtuais.
ór Romênia –
ic
500 ni
o
300
Itália inferior, desenhando novamente as setas, suas res-
de
ÁFRICA
pectivas espessuras e intervalos. Insira os demais
ich
Gre ano
100
enw
Belarus –
Meridi
*Comunidade dos
20
Rússia elementos obrigatórios: o título, a orientação (indica-
Estados Independentes ção da direção norte) e a fonte dos dados levantados.
0º
Portugal –
Fonte: elaborado com base em SCIENCE PO. Atelier Cartographie. Disponível em: <http://cartotheque.sciences-po.fr/media/Commerce_de_ França Etapa 5
marchandises_2016/2810>. Acesso em: out. 2018.
Mapa sem escala e orientação.
Polônia – Reúna-se com os colegas e o professor para dis-
Note que as setas mais espessas representam os maiores fluxos de trocas co-
Reino Unido cutir os resultados apresentados pelo mapa de fluxos
merciais, superiores a 1 trilhão de dólares, como os que se observam, por exemplo,
elaborado por vocês. Também comente com eles
entre a Ásia (origem) e a Europa ou América Anglo-Saxônica (destino). As setas menos 0 1 2 3 4
Migrantes (em milh›es) como foi a experiência de produzir um mapa de flu-
espessas representam fluxos menores, abaixo de 100 bilhões de dólares, que podem
xos e as dificuldades encontradas na realização des-
ser exemplificados pelas trocas comerciais entre a Europa e a América Latina. Fonte: IOM. World Migration Report 2018. Disponível em: <https://
publications.iom.int/system/files/pdf/wmr_2018_en.pdf>. Acesso em: se trabalho.
out. 2018.
Mãos à obra
Atividades
Como visto nos capítulos 4 e 5, a Europa é um dos Observando as etapas a seguir, você poderá cons-
principais destinos de migrantes e refugiados de diver- truir um mapa de fluxos e identificar alguns dos prin- 1. Indique um fator que contribui para a ocorrência de fluxos migratórios internos na
sas regiões do mundo, que se dirigem a esse continen- cipais movimentos migratórios internos europeus. Europa.
te em busca de melhores condições de vida, trabalho Você precisará de uma régua para estabelecer as 2. Em sua opinião, quais são as principais dificuldades enfrentadas pelos imigrantes
e renda. No entanto, os fluxos migratórios internos, isto espessuras das setas e de um mapa mudo da Europa quando chegam ao país de destino?
é, entre os próprios países da Europa, também são im- para representar os principais fluxos migratórios in- 3. Por que os movimentos migratórios, em geral, são representados por meio de ma-
portantes para a dinâmica populacional do continente. ternos do continente. pas de fluxos?
122 Unidade 2 • O velho mundo se renova Europa: economia, sociedade e integração • Capítulo 5 123
Atividade
¥ Discuta com os colegas: o Brasil pode ser considerado uma potência ambiental?
Justifique.
Trabalhe em grupo
Atividades de pesquisa ou experimentais desenvolvidas
com os colegas e o professor.
Ao final de cada capítulo, VOCÊ EM ação 8. Analise o gráfico a seguir e responda às questões.
conhecimentos com
48%
2. Caracterize a agropecuária europeia quanto à modernização e a mão de obra utilizada. Alemanha 39,1 11,3
3. Explique dois problemas gerados pelo envelhecimento da população de um país. Portugal 30,4 8
diferentes tipos de
Espanha 17,4 10
4. Aponte e explique os motivos que levam os países vizinhos à União Europeia desejarem ingressar no bloco. Ásia e Oceania
30% Suécia 17,4 8
5. Destaque e comente uma das consequências da crise econômica na Europa.
Dinamarca 13 8,2
atividade. 6. Relacione a crise da Europa ao Brexit. Fonte: elaborado com base em UNCTAD. Disponível em: <http://
unctadstat.unctad.org/wds/TableViewer/tableView. Islândia 4,3 8
aspx?ReportId=135718>. Acesso em: out. 2018.
Analise o mapa Fonte: KHANNA, Ashish. FIFA World Cup 2018: How Migrant Players
Are Shining for Their “Doosri Country”. InsideSport, 23 jun. 2018.
a) Qual é a região que mais recebe serviços expor- Disponível em: <https://data.oecd.org/migration/foreign-born-
7. Analise o mapa a seguir e, depois, responda às questões. tados por países europeus? Justifique. population.htm>. Acesso em: out. 2018.
0º
9. Observe a charge e responda às questões. tual de imigrantes (ou descendentes de imi-
grantes) em sua seleção de futebol e os dois
© 2016 Robert Ariail-The State/Dist. by
Andrews McMeel Syndication for UFS
ALEMANHA
países com o maior percentual de imigrantes
(ou descendentes de imigrantes) em sua po-
pulação total?
atividades que
ajudam a
h
nwic
Trabalhe em grupo
Pratique
Gree
Munique
ÁUSTRIA
o de
retomar e fixar
11. Reúna-se com alguns colegas para criar e encenar
Meridian
ESLOVÊNIA
um programa de entrevistas sobre o Brexit e seus
CROÁCIA
BÓSNIA-
Belgrado
Mar Negro
possíveis desdobramentos. Sigam as orientações.
o conteúdo
a) Qual é a situação histórica representada?
capítulo.
melu Lukaku, jogador belga de origem congolesa,
o conteúdo trabalhado
Atenas
GRÉCIA
que criticou a forma como a mídia abordava sua b) Retomem o conteúdo do capítulo e pesquisem,
origem. Depois, analise a tabela. em jornais, em revistas e na internet, notícias e
TUNÍSIA I. Lampedusa I. Kos
reportagens atuais sobre o assunto.
no capítulo.
(ITA) Mar Mediterrâneo (GRE)
Quando as coisas iam bem… eles me cha�
N
Trajetórias percorridas mavam de Romelu Lukaku, o atacante belga. c) Montem um roteiro para cada personagem com
O L por imigrantes
Quando as coisas não iam bem, eles me cha� as informações coletadas. Ele servirá de guia no
Capital de país momento da apresentação do programa de en-
S Cidades mavam de Romelu Lukaku, o atacante belga de
LÍBIA trevistas para a turma.
0 270 540 km Limites de país ascendência congolesa. �…�
SIMÕES, I. Negros e árabes na Copa do Mundo: uma análise sobre d) No final da apresentação, convidem os especta-
Fonte: elaborado com base em CONHEÇA os principais pontos do plano europeu de combate à crise migratória. Folha nacionalidade e migrações no futebol. Trivela, � jul. ����. Disponível em: dores (colegas de turma) a participar, fazendo
de S.Paulo, 28 ago. 2015. Disponível em: <www1.folha.uol.com.br/mundo/2015/08/1674806-conheca-os-principais- <https://trivela.com.br/negros�e�arabes�na�copa�do�mundo�uma�analise�
pontos-do-plano-europeu-de-combate-a-crise-migratoria.shtml>. Acesso em: out. 2018. sobre�nacionalidade�e�migracoes�no�futebol/>. Acesso em: nov. ����. perguntas e comentários.
132 Unidade 2 • O velho mundo se renova Europa: economia, sociedade e integração • Capítulo 5 133
6 MANUAL DO PROFESSOR
Geografia em outras linguagens
Geografia em outras linguagens
ao lado de Paul Gauguin e Paul Cézanne, estampas de obras clássicas do pintor pós�impressionista Vincent van Gogh
Vicent Willen van Gogh foi sempre susten� �����������. De acordo com a marca, as novas peças estarão à venda no
tado pelo irmão Theodorus, com quem tro� mundo inteiro �...�. O Museu Van Gogh vai dedicar parte dos lucros desse
cou mais de ��� correspondências, docu� projeto para a preservação do legado e obra do artista, “garantindo o seu
mentos fundamentais para um estudo mais acesso para as futuras gerações”. A coleção da marca foi dividida em quatro
aprofundado de sua arte. Na sua fase mais grupos a partir das pinturas “Caveiras”, “Amendoeira em Flor”, “Girassóis”
produtiva �����/���, Van Gogh foi comple� e o autorretrato de Van Gogh. As imagens estarão estampadas em camisetas,
tamente ignorado pela crítica e pelos artis� tênis, jaquetas, bonés e em outros acessórios. �…�
tas. Atualmente, os seus quadros estão en� OBRAS do pintor Vincent van Gogh viram estampas de roupas e tênis de marca para skatistas. Folha de S.Paulo,
tre os mais caros do mundo. �…� �� jul. ����. Disponível em: <https://f�.folha.uol.com.br/estilo/����/��/obras�do�pintor�vincent�van�gogh�viram�
estampas�de�roupas�e�tenis�de�marca�para�skatistas.shtml>. Acesso em: out. ����.
UOL Educação. Van Gogh. Uol. Disponível em:
<https://educacao.uol.com.br/biografias/van�gogh.htm>.
Acesso em: out. ����. • Com base no que foi discutido, como é possível relacionar a ampla difusão e o
consumo em massa das criações do pintor Van Gogh aos impactos proporcionados
A maior parte das obras de arte de Van pelo processo de industrialização?
Gogh está exposta, atualmente, em museus
situados em cidades como Amsterdã, Paris
e Nova York. Suas pinturas são amplamente Em resumo
conhecidas, e as cores, as curvas, os traços
e as pinceladas que as distinguem tornaram-
-se referências apreciadas e consumidas em
diversos locais do mundo. Observe duas das
Nesta unidade você estudou:
• no capítulo 4: domínios morfoclimáticos da Europa, hidrografia e hidrovias europeias, recursos minerais e fontes de energia de
países europeus, diversidade climática e oferta hídrica, conservação ambiental nos países europeus;
Em resumo
pinturas mais famosas do artista. • no capítulo 5: características gerais da economia, indústria, agricultura, população e espaço urbano da Europa, formação da
148 Unidade 2 ¥ Europa: o velho mundo se renova Rússia e Turquia: a transição euro-asiática • Capítulo 6 149
ao longo de cada capítulo.
Mãos à obra
Cidadania ativa Nesse projeto, a proposta é mobilizar alunos, professores, coordenadores, diretores e demais funcionários
da escola com o objetivo de criar um espaço para o cultivo de alimentos. A horta comunitária poderá ser na
própria escola ou em locais próximos, como praças, parques e canteiros de rua.
Horta comunitária Etapa 1
Para garantir a segurança alimentar da população, muitas cidades do mundo todo vêm criando projetos
Com a supervisão dos professores, da coordenadoria ou da diretoria da escola, busquem um local ocioso
para cultivar hortas comunitárias e produzir alimentos saudáveis, sem o uso de agrotóxicos e fertilizantes
e apropriado para ser transformado em uma horta comunitária. Quanto maior for o espaço, mais alimentos
químicos. Esses alimentos são distribuídos gratuitamente aos moradores ou comercializados com preços
poderão ser cultivados. Além disso, é importante estarem atentos às condições físicas do local. É fundamen-
reduzidos. Conheça a experiência da cidade de Todmorden, no norte da Inglaterra.
Cidadania ativa
tal que haja:
Uma cidade inteira na Inglaterra que pode ter comida de graça • incidência direta de raios solares; • solo adubado;
Em Todmorden, a alimentação saudável é mais do que barata, ela pode ser gratuita. Mas isso • disponibilidade de água; • circulação de ar.
nem sempre foi assim.
Etapa 2
cidade comestível foi a primeira a ser plantada. �…� deixá-lo pronto para a semeadura. Cada grupo deverá ser responsável por retirar o mato e capinar a terra de
uma parte do canteiro. As sementes e as mudas poderão ser adquiridas em feiras livres próximas à escola ou
e a exploração de ambientes digitais. A seção na área da estação policial. Até mesmo residências
sociais convidaram o grupo para plantar em seus
terrenos, trazendo benefícios aos inquilinos. As
• Pá estreita: para afofar a terra e ajudar na colheita.
• Rastelo: para varrer folhas secas e ervas daninhas da horta.
• Pá cortadeira: para facilitar o processo de mistura da terra.
Estão listados a seguir palavras e termos definidos ao longo do livro e a página em que aparecem pela
0°
MARSHALL
KIRIBATI
FIJI
ILHAS
primeira vez.
L
NAURU
Dinastia, 171
N
VANUATU
SALOMÃO
A O
DA MICRONÉSIA
ZELÂNDIA
DOS ESTADOS
FEDERAÇÃO
PACÍFICO
OCEANO
NOVA
Diretriz, 25
O
Americanos, 23
Bósnia-Herzegovina
AUSTRÁLIA
Al Qaeda, 53
Liechtenstein
JAPÃO
Montenegro
FILIPINAS
Governamentais (ONGs), 40
Macedônia
Eslováquia
I
Eslovênia
Alauita, 66 E
S
Kosovo
Croácia
Áustria
TAIWAN
N D O N É
DO SUL
COREIA
DO NORTE
Círculo Polar Ártico
Alpinista, 156
COREIA
P
CINGAPURA
Engenharia genética, 85
BRUNEI
Americanos, 23
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
VIETNÃ
MALÁSIA
MOLDÁVIA
UCRÂNIA
MIANMAR
Antagônico, 39
MONGÓLIA
Estado Islâmico, 64
BELARUS
OCEANO
BANGLADESH
ÍNDICO
ROMÊNIA
ESTÔNIA
LETÔNIA
FINLÂNDIA
Propina, 62
GRÉCIA
7 SÉRVIA
LANKA
4 HUNGRIA
A
10
Atentado terrorista, 53 F
NEPAL
QUIRGUISTÃO
SRI
TURCOMENISTÃO TAJIQUISTÃO
POLÔNIA
ALBÂNIA
ÍNDIA
S I
Q
SUÉCIA
5 6
Ú S
970 km
Foro de discussão, 49
2
ITÁLIA
ALEMANHA
PAQUISTÃO
B
IRAQUE IRÃ AFEGANISTÃO
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
Glossário
CASAQUISTÃO
Quilombola, 85
REINO DINAMARCA
R
COMORES MAURÍCIO
NORUEGA
SEYCHELLES
USBEQUISTÃO
SUÍÇA
BAIXOS
Banquisa, 235 G
UNIDO PAÍSES
FRANÇA
Círculo Polar Ártico
UNIDOS OMÃ
BÉLGICA
LUXEMBURGO
SOMÁLIA
MADAGASCAR
R
ARÁBIA BAHREIN
AZERBAIJÃO
KUWAIT
SAUDITA CATAR
ARMÊNIA
0
ESPANHA
0°
Base militar, 21
EM. ÁR.
ERITREIA IÊMEN
Radioativo, 107
GEÓRGIA
IRLANDA
Bessarábia, 135
JORDÂNIA
de ozônio, 85
-AFRICANA SUDÃO ETIÓPIA
eSWATINI
QUÊNIA
RUANDA
TANZÂNIA
DO CONGO BURUNDI
E
LESOTO
CHIPRE SÍRIA
IQU
Referendo, 140
MALAUÍ
Biosfera, 80
MB
Gene, 85
UGANDA
DO SUL
MO
ZIMBÁBUE
EGITO
SUDÃO
BOTSUANA
Blog, 61
ISRAEL
LÍBANO
Palestina
Genocídio, 15
Is. Kerguelen
REP. DEM.
REP. DA
DO SUL
(FRA)
NIGÉRIA CENTRO-
CONGO
ANGOLA
Gramínea, 110
A
LÍBIA
NAMÍBIA
CAMARÕES
Revolução Islâmica, 57
D
GABÃO
Bomba atômica, 18
TUNÍSIA
NÍGER
T I
BENIN
BURKINA
MALI
R
FASSO
C
TOGO
0°
Hegemonia, 29
LIBÉRIA MARFIM
ç
COSTA
SÃO TOMÉ
E PRÍNCIPE
MARROCOS
S
MAURITÂNIA
DO
N T
Caiçara, 85
GUINÉ
Hinduísmo, 191
ISLÂNDIA
OCIDENTAL
Fonte: elaborado com base em IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 32.
SENEGAL
Sanção, 24
SAARA
SERRA LEOA
Capital, 15
A
Hutis, 65
I. Geórgia do Sul
Sikhs, 195
Groenlândia
GÂMBIA
CABO VERDE
(RUN)
Capitalismo, 15
ATLÂNTICO
(DIN)
OCEANO
(ARG)
(FRA)
Superpotência, 33
PARAGUAI
Supremacia, 22
ARGENTINA
T
CHILE
COLÔMBIA
Coalizão, 26
PERU
Tarefa de Sísifo, 17
HONDURAS
J
NICARÁGUA
Coleta seletiva, 90
BELIZE
Tecnopolo, 116
ESTADOS UNIDOS
0
CANADÁ
Coletivo, 94 Jihadista, 65
Tonelada equivalente de petróleo, 106
COSTA RICA
Is. Galápagos
Colônia, 15
MÉXICO
EL SALVADOR
(EQU)
Conferência da ONU, 42
Trópico de Câncer
Levante, 33 U
BARBADOS
BARBUDA
Alasca (EUA)
E TOBAGO
TRINIDAD
GRANADA
Porto Rico (EUA)
Contraditório, 39
Planisfério: político - 2016
S. VICENTE E GRANADINAS
DOMINICA
Crime de guerra, 43 M
S. CRISTÓVÃO E NÉVIS
VENEZUELA
DOMINICANA
REPÚBLICA
Xenofobia, 121
HAITI
Trópico de Câncer
S
MA
HA
Czar, 135 Musgo, 110 BA
710 km
JAMAICA
Z
CUBA
PANAMÁ
Equador
Planisfério: político
No fim do livro, há um mapa com a divisão
política dos países que pode ser usado
sempre que você precisar.
Ícones
Não escreva Indica que há atividade
Atividade oral Assista Indica que há
no livro. que poderá ser material audiovisual
desenvolvida em que poderá ser
Leia Acesse
ambiente digital. utilizado.
MANUAL DO PROFESSOR 7
Sumário
Unidade
1 Mundo contemporâneo 12
8 MANUAL DO PROFESSOR
Unidade
MANUAL DO PROFESSOR 9
Unidade
10
10 MANUAL DO PROFESSOR
Unidade
11
MANUAL DO PROFESSOR 11
Objetivos da unidade
Nesta unidade serão abor-
dadas algumas das principais
transformações geopolíticas
1
Mundo
ocorridas ao longo do século XX:
a Guerra Fria e o período que su- Unidade
cedeu a esse conflito político,
econômico e ideológico em es-
cala global, com profundas con-
sequências para as relações
internacionais até os dias atuais.
contemporâneo
Pretende-se oferecer aos alunos
a oportunidade de ampliar sua
leitura do mundo por meio da
análise das formas de inserção
dos diversos países, em especial
as potências (políticas, econômi-
cas e/ou militares), em diferen-
tes espaços e tempos. Os alunos
também vão conhecer os trata-
dos ambientais internacionais. CAPÍTULOS
1 O mundo bipolar
da Guerra Fria
Aproveite a oportunida-
2 Mundo
de para consultar o Plano pós-Guerra Fria
de desenvolvimento do bi-
mestre, disponível no ma- 3 Consumo, meio
ambiente e
terial digital. tratados ambientais
internacionais
Habilidades da BNCC
trabalhadas nesta
unidade
EF09GE01 Analisar critica-
mente de que forma a hege-
monia europeia foi exercida
em várias regiões do planeta,
notadamente em situações
de conflito, intervenções mi-
litares e/ou influência cultu-
ral em diferentes tempos e
lugares.
EF09GE02 Analisar a atua-
ção das corporações interna-
cionais e das organizações
econômicas mundiais na vi-
da da população em relação
Cerimônia de abertura da Cúpula das
ao consumo, à cultura e à
Nações Unidas para o Desenvolvimento
mobilidade.
Sustentável, na sede da Organização
EF09GE03 Identificar dife- das Nações Unidas (ONU) em Nova
rentes manifestações cul- York (Estados Unidos), 2015.
turais de minorias étnicas
como forma de compreender 12
a multiplicidade cultural na
escala mundial, defendendo
o princípio do respeito às di-
ferenças.
EF09GE05 Analisar fatos e EF09GE06 Associar o critério de divisão do mundo em Ocidente e no trabalho em diferentes regiões do mundo e suas consequên-
situações para compreender Oriente com o Sistema Colonial implantado pelas potências europeias. cias no Brasil.
a integração mundial (eco- EF09GE08 Analisar transformações territoriais, considerando o EF09GE13 Analisar a importância da produção agropecuária na
nômica, política e cultural), movimento de fronteiras, tensões, conflitos e múltiplas regiona- sociedade urbano-industrial ante o problema da desigualdade
comparando as diferentes lidades na Europa, na Ásia e na Oceania. mundial de acesso aos recursos alimentares e à matéria-prima.
interpretações: globalização EF09GE11 Relacionar as mudanças técnicas e científicas decor- EF09GE14 Elaborar e interpretar gráficos de barras e de setores,
e mundialização. rentes do processo de industrialização com as transformações mapas temáticos e esquemáticos (croquis) e anamorfoses geo-
Atividade
• Promova uma breve discus-
Atividade são com os alunos, a fim de
ouvir quais temas eles jul-
¥ Em 2015, foi realizada a Cúpula das Nações Unidas para o Desenvolvimento gam relevantes.
Sustentável. A reunião contou com mais de 150 líderes mundiais que discutiram
como implantar metas para o desenvolvimento da humanidade, considerando
aspectos econômicos, sociais e ambientais. Quais temas devem ser discutidos
em nível internacional?
13
gráficas para analisar, sintetizar e apresentar dados e informa- EF09GE18 Identificar e analisar as cadeias industriais e de inova-
ções sobre diversidade, diferenças e desigualdades sociopolíticas ção e as consequências dos usos de recursos naturais e das di-
e geopolíticas mundiais. ferentes fontes de energia (tais como termoelétrica, hidrelétrica,
EF09GE15 Comparar e classificar diferentes regiões do mundo eólica e nuclear) em diferentes países.
com base em informações populacionais, econômicas e socioam-
bientais representadas em mapas temáticos e com diferentes
projeções cartográficas.
1
• Compreender a bipolaridade
que marcou a geopolítica e
a economia mundiais na se-
gunda metade do século XX.
O mundo bipolar
• Reconhecer algumas conse-
quências políticas e tecno-
da Guerra Fria
lógicas da Guerra Fria para
o mundo atual.
1. O cartunista
Belmonte/Coleção particular
nações com base em
cas de Ciências Humanas seus modelos de
2 5 7 desenvolvimento,
capitalista e socialista,
Competências respectivamente.
específicas de
Geografia
3 4 5
Tema contemporâneo
• Ciência e tecnologia
Orientações didáticas
Para iniciar
Ao fazer a leitura da charge
de Belmonte, procure explorar
o aspecto da disputa que ela A charge mostra, do
retrata: tal como em um jogo lado esquerdo (Ocidente),
de futebol, em que a bola é o Harry Truman (1884-1972),
alvo da disputa, o cartunista presidente dos Estados
retrata dois “jogadores de fu- Unidos entre 1945 e 1953,
tebol” (líderes das grandes po- e, do lado direito (Oriente),
tências da Guerra Fria, Truman o líder soviético Josef Stalin
e Stalin) em uma disputa pelo (1879-1953), que esteve
mundo, representado pelo globo no comando da União
terrestre. Além das atividades Soviética entre 1922 e 1953.
propostas, motive os alunos a
criar outras charges ou repre-
sentações diversas, como de- Atividades
senhos e colagens de figuras, 1. O que o cartunista quis representar na charge?
com o intuito de representar o
aspecto central da Guerra Fria: 2. O que você acha que significa a expressão “Guerra Fria”? Discuta com os colegas.
a disputa entre os Estados Uni-
14 Unidade 1 ¥ Mundo contemporâneo
dos e a União Soviética pela he-
gemonia global.
com vestimentas
rudimentares
empunham a bandeira
da barbárie.
Interprete
¥ Observe a gravura e Figura 3. Do Cabo ao Cairo,
identifique os ilustração publicada em revista
elementos que inglesa, em 1902, que faz
simbolizam a referência ao domínio britânico
suposta missão sobre o continente africano,
civilizatória dos
que se estendia do Egito até a
europeus.
África do Sul.
Texto complementar de ser dirigidos pelas potências ocidentais. Eram homens infe-
riores, de civilizações fracas que precisavam ouvir a voz do dono.
O fardo do homem branco Os agitadores deviam ser castigados e eliminados, se necessário
Em 1899, os Estados Unidos da América discutiam no Congresso por meios violentos. Os selvagens deviam ser controlados, para
a anexação das antigas colônias espanholas que tinham lutado pe- seu bem. Assim começava a declaração de bondade civilizadora:
la sua independência, nomeadamente as Filipinas. Nessa altura, o
Tomai o fardo do Homem Branco,
poeta britânico Rudyard Kipling escreveu um poema apologético
para declarar que o facho da civilização tinha passado das mãos do Enviai vossos melhores filhos.
Reino Unido. “O Fardo do Homem Branco” defendia que passara Ide, condenai seus filhos ao exílio
a caber a Washington tratar dos selvagens para o bem deles, sem Para servirem aos seus cativos;
contar com o seu agradecimento. Os nativos do mundo tinham Para esperar, com arreios
Com agitadores e selváticos co e de uma ilhota que se chama, eloquentemente, dos Ladrões.
Seus cativos, servos obstinados, Perante isto, Mark Twain faz uma singela proposta, pede que se
Metade demônios, metade crianças. mude a bandeira nacional: que sejam negras, diz, as listas brancas,
e que umas caveiras com tíbias cruzadas substituam as estrelas e
Entre o consenso dos meios de comunicação e dos poderosos, assumam a verdadeira identidade de piratas. […]
houve um homem que não se calou. O escritor que assinava Mark
Twain, autor de As Aventuras de Huckleberry Finn, respondeu com ALMEIDA, Nuno Ramos de. O fardo do homem branco. Disponível em:
<www.sul21.com.br/opiniaopublica/2014/07/o-fardo-do-homem-branco-
um artigo em plena euforia “civilizadora”, quando os poderosos
-por-nuno-ramos-de-almeida>. Acesso em: nov. 2018.
norte-americanos abriam garrafas de champanhe pela anexação
das ilhas do Havaí, de Samoa e das Filipinas, de Cuba, Porto Ri-
Gree no de
h
nwic
Tríplice Entente: França, Rei- buscavam aumentar sua influência no
dia
Meri
no Unido e Rússia; apoiados pe- REINO mundo, ampliando seus mercados consu-
los Estados Unidos a partir de UNIDO
midores e domínios para outras regiões,
1917. Esse grupo saiu vitorioso RÚSSIA
OCEANO como os continentes africano e asiático.
da guerra. ATLÂNTICO IMPÉRIO
ALEMÃO A Primeira Guerra Mundial teve a Eu-
Tríplice Aliança: Alemanha, 45º
AMÉRICA EUROPA
ÁSIA -se de uma forma subjetiva de
as Grandes Navegações. Ao longo dos séculos, DO NORTE
sugerir a reflexão sobre o au-
a integração econômica entre as diferentes
Trópico de Câncer
Meridiano de
Trópico de Capricórnio
Greenwich
aconteciam. do mundo, ou seja, aponta que
as distâncias a serem percor-
Porém, após a Segunda Guerra Mundial, OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
Círculo Polar Antártico
ridas atualmente no planeta
ANTÁRTIDA
o ritmo dos avanços tecnológicos se acen- N Velocidade média de carroças são “menores” do que nos pe-
tuou. Após a década de 1970, num intervalo e barcos a vela: 16 km/h 0 4 950 9 900 km ríodos anteriores e concluídas
O L
de tempo muito curto, ocorreu a multiplicação 1850-1930 em menor tempo. Ressalte que
de redes de computadores, comunicações por
S
as distâncias entre os lugares
satélite, cabos de fibra ótica, aparelhos ele- do mundo permanecem inalte-
trônicos para transferências de informações radas, mas que, de fato, o tem-
em alta velocidade. Essas inovações aplicadas po para percorrê-las diminuiu,
aos setores de transporte e de telecomunica- Trens a vapor: até 100 km/h; e que os planisférios não estão
barcos a vapor: 57 km/h
representados em escala, o que
ções permitiu a intensificação dos fluxos de
1950 reforça a subjetividade indicada
mercadorias, pessoas, capitais e informações. anteriormente. Essa seção mo-
O avanço tecnológico nos meios de trans- Aviões a propulsão: biliza a habilidade EF09GE05.
porte permitiu o aumento de velocidade dos 480-640 km/h
Atividades
fluxos de pessoas e mercadorias e, com isso, 1960
complementares
Limites atuais
as distâncias parecem ter se encurtado.
Aviões de passageiros: • Oriente os alunos a entrevis-
Essa fase de intensificação da integração 800-1100 km/h
tar uma pessoa adulta com
econômica é denominada mundialização por quem convivem na mora-
Fonte: elaborado com
alguns especialistas. Nessa visão, destaca-se a dimensão econômica do processo, base em HARVEY, David. A dia, na escola ou no bairro,
ou seja, os fluxos comerciais e financeiros facilitados pelos avanços das telecomu- condição pós-moderna. São
Paulo: Loyola, 1989. p. 220. para que relate mudanças
nicações e por leis que impõem poucas restrições à circulação dos investimentos. ocorridas em decorrência
Outros especialistas chamam o processo de globalização e defendem que ele da globalização dos meios
é mais amplo, que não se restringe aos aspectos econômicos e financeiros. Essa de transporte. Peça que ela-
A globalização borem perguntas objetivas
visão destaca os reflexos sociais e culturais do processo, sem desconsiderar as em xeque e definam se a entrevista
questões políticas e econômicas envolvidas. Portanto, a globalização poderia ser Bernardo de Andrade será feita por escrito, oral-
definida como uma forma em que a sociedade contemporânea se conecta e se Carvalho. São Paulo: mente ou gravada em áu-
relaciona, determinada pela lógica e pela velocidade do capitalismo atual. Atual, 2000.
dio e/ou vídeo, desde que o
O livro explica
2. Entre eles podem ser apontados: a crescente influência do idioma inglês aspectos do mundo
entrevistado permita esse
pelo mundo; a padronização de produtos e do consumidor; as rápidas
Atividades mudanças nos padrões alimentares, musicais, da moda; etc.
globalizado, como a procedimento. Exemplos de
expansão industrial e perguntas que podem ser
1. Interprete o mapa acima e explique como o avanço da tecnologia pode “encur- comercial, o fluxo de elaboradas:
tar as distâncias”. capitais, os mercados
financeiros, etc.
1. Os meios de transporte que
2. O processo de globalização apresenta tanto aspectos econômicos quanto aspectos Traz, ainda, diferentes você utiliza atualmente são
culturais. Aponte e comente um dos reflexos culturais da globalização. visões sobre o tema, iguais ou diferentes daque-
3. Um megaevento esportivo como a Copa do Mundo pode ser considerado uma permitindo que o les que você usava quando
leitor forme sua era mais jovem?
”lição de globalização”. Lembre-se da última Copa do Mundo que você acom- própria opinião.
panhou e aponte dois fatos que confirmem essa afirmação. 2. Quais mudanças você per-
cebe entre os meios de
3. A transmissão simultânea de um evento para os cinco continentes; a difusão mundial de um esporte de origem inglesa; transporte usados no pas-
a presença de grandes marcas transnacionais como patrocinadoras das equipes e do O mundo bipolar da Guerra Fria • Capítulo 1 19
evento; a representação da diversidade cultural das equipes; etc. sado e atualmente?
Após a realização das en-
trevistas, pode-se fazer
um trabalho de sistemati-
zação das respostas, iden-
Encontro com Milton Santos: o mundo global visto do lado de cá tificando, por exemplo, os
Direção: Sílvio Tendler. Brasil: Caliban Produções Cinematográficas, 2006. 89 min. aspectos que mais se re-
O documentário, centrado em uma conversa com o geógrafo Milton Santos (1926-2001), aborda de forma crítica o tema da globali- petem. Por fim, possibilite
zação. Partindo da realidade de países não desenvolvidos, ou da periferia do mundo capitalista, Milton Santos desmitifica os principais uma troca de informações
discursos envolvendo o atual modelo de globalização. entre os alunos.
Meridiano de Greenwich
bre situações que possam ter aborda de forma atual Trópico de Capricórnio
ÍNDICO
os acontecimentos
vivido, marcadas pela polariza-
ocorridos durante a Países capitalistas
ção, tanto em suas vivências Guerra Fria e o período Países socialistas
Limites de país
escolares (como a eleição para posterior ao seu fim,
representante de classe ou a es- com a nova ordem Círculo Polar Antártico OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
0 3100 6200 km
colha de alguma atividade a ser estabelecida. 0°
realizada em aula ou nos inter- Fonte: elaborado com base em GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico. São Paulo: FTD, 2016. p. 175.
valos, por exemplo) quanto na
política municipal, estadual ou De um lado, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), ou apenas
nacional (como ocorre, por exem-
União Soviética, de sistema político-econômico socialista e comandada pelo
plo, durante as campanhas das
eleições para os cargos do Poder Partido Comunista. De outro, os Estados Unidos, país de sistema político-eco-
Executivo (prefeitos, governado- nômico capitalista. Esses países passaram a comandar as relações entre as nações
res e presidente da República). após saírem fortalecidos no fim da Segunda Guerra Mundial.
Destaque que o mapa da figu- O mundo estava dividido entre capitalismo – livre concorrência entre os agentes
ra 6 representa os dois grandes econômicos e propriedade privada dos meios de produção – e socialismo – economia
grupos antagônicos da Guer- planificada e propriedade estatal dos meios de produção.
ra Fria e que alguns países re-
Do ponto de vista político, o bloco capitalista pre-
sistiram a se submeter a uma
das duas superpotências que gava a democracia. Apesar disso, os Estados Unidos
comandavam as relações in- apoiaram golpes de Estado em vários países, como
ternacionais. ocorreu na América Latina, que passou por dita-
O conteúdo da página mo- duras militares no século XX. Já entre os países
biliza a habilidade EF09GE14. socialistas não havia eleição direta para os
principais postos, como presidente ou primei-
ro-ministro, escolhidos pelo Partido Comu-
ta
Guerra Fria.
au
ion
Figura 7. Guerra Fria, de Arionauro, 2016. A charge retrata a disputa do a participação política era limitada, já que
mundo por capitalistas, liderados pelos Estados Unidos, e por socialistas, as indicações para os cargos públicos
liderados pela União Soviética. vinham de membros do partido.
20 Unidade 1 • Mundo contemporâneo
Texto complementar
A formação do movimento
[…] O Movimento dos Não Alinhados remonta ao final da Segunda Grande Guerra, quando as conferências de Ialta e Potsdam te-
riam loteado o mundo em duas grandes áreas de influência, dos Estados Unidos e da URSS, ao mesmo tempo que ruíam os impérios
coloniais da França e Grã-Bretanha. O movimento surgirá sob o impacto de distintos fatores: a revolução nacionalista nas antigas co-
lônias, incapaz de ser detida pelas metrópoles europeias, e a “guerra fria”, com a ameaça permanente do “conflito final” entre Estados
Unidos e URSS; ao que se acrescenta a reativação do fluxo de investimentos externos (principalmente norte-americanos) em direção
aos países subdesenvolvidos. [...]
Aproveite a oportunidade
para trabalhar com os alu-
nos a Sequência didática
1: Europa no contexto da
Figura 9. Desfile mostra poderio militar Guerra Fria, disponível no
soviético em Moscou (Rússia), 1968. material digital.
Reúnem-se então em Bandung, Indonésia (1955), vinte e nove países da Ásia e África. Seu objetivo, impedir que a “guerra fria esquente”
na região (o que já havia ocorrido, com o confronto entre Estados Unidos e China na guerra da Coreia) e apoiar as lutas anticoloniais,
na perspectiva de criar uma “terceira posição”, equidistante das duas superpotências. No seu berço, o Movimento dos Não Alinha-
dos já vivia graves contradições, uma vez que entre seus fundadores figuravam regimes tão heterogêneos como a Turquia, membro da
OTAN, e a China, então bem próxima à URSS, além, é claro, da Índia de Pandit Nehru, bastião mais sólido da “equidistância”, até por
razões geográficas. Restava saber se tais contradições eram maiores do que os pontos em comum, a rigor, o subdesenvolvimento. […]
BRENER, Jayme. Trinta anos de não alinhados. Lua Nova – Revista de Cultura e Política. São Paulo, n. 3, v. 3, mar. 1987. Disponível em: <www.scielo.br/
scielo.php?script=sci_arttext&pi d=S0102-64451987000100016>.
Acesso em: nov. 2018.
BRASIL. Desarmamento nuclear e não proliferação. Ministério das Relações Exteriores. Disponível em: <www.itamaraty.gov.br/pt-BR/
politica-externa/paz-e-seguranca-internacionais/146-desarmamento-nuclear-e-nao-proliferacao-nuclear>. Acesso em: nov. 2018.
Clive Horton/Alamy/Fotoarena
Praia em Matanzas (Cuba), 2017. Muitos turistas estadunidenses vão a Cuba atraídos pela beleza de suas praias.
Atividades
1. Considerando a notícia, podemos afirmar que ainda persistem resquícios da Guerra Fria no mundo atual?
Justifique. 1. Sim, pois as restrições econômicas a Cuba foram impostas no início dos anos 1960, com o
objetivo de desestabilizar o governo socialista, e perduram até os dias atuais.
2. Quais são as consequências das sanções anunciadas para a população cubana? Justifique.
2. As sanções devem prejudicar diretamente a população cubana, pois um dos principais
24 Unidade 1 ¥ Mundo contemporâneo setores atingidos é o turístico, importante na geração de emprego e renda.
Texto complementar
Reaproximação entre Cuba e Estados Unidos cumpre dois anos sob ameaça de Trump
Sábado, 17 de dezembro, o breve discurso coordenado em que Barack Obama, em Washington, e Raúl Castro, em Havana, deram por
concluída a Guerra Fria entre uma Cuba ainda socialista e os Estados Unidos, cumpre dois anos.
No entanto, esse segundo aniversário da reaproximação entre as duas nações não conta com o mesmo otimismo dos tempos do anún-
cio feito pelos chefes de Estado ou do primeiro ano, porque o fiador do pacto, Obama, entregará o Governo, no dia 20 de janeiro, a
Donald Trump, que prometeu tirar por terra o legado do primeiro presidente negro, inclusive no que diz respeito a Cuba.
econômico.
Diretriz
Conjunto de normas que
devem ser seguidas para
se atingir um objetivo
específico.
“Vou liquidar o acordo”, disse Trump ao expressar, vagamente, que quer renegociar o trato com Havana e exigir mais em direitos
humanos, um ponto que rendeu críticas a Obama por ser muito brando, apesar de ele ter chegado a fazer um sólido discurso em favor
da democracia na capital cubana, diante dos mais altos cargos do regime local durante sua visita em março de 2016. [...]
LLANO, Pablo de. El País, 16 dez. 2016. Disponível em:
<https://brasil.elpais.com/brasil/2016/12/16/internacional/1481900896_115500.html>. Acesso em: nov. 2018.
Cí
N rcu OCEANO GLACIAL ÁRTICO
lo
os limites regionais, estaduais ISLÂNDIA
Po
lar
Árti
co
O L
ou mesmo municipais para fa-
Gree no de
h
nwic
S
FINLÂNDIA
Meri
N
Adeus, Lênin! principais palcos da Segunda
Mar O L Direção: Wolfgang Guerra Mundial e da Guerra Fria.
do Norte Mar Báltico
Becker. Alemanha, 2003. Há um reconhecido esforço por
S
118 min.
Berlim
parcela da população e dos ór-
O filme conta, com
muito humor, a história
gãos administrativos para que
ALEMANHA
Controle ORIENTAL de um jovem alemão essa parte da história da cidade
Berlim francês
que tenta esconder da e também as dificuldades e so-
Berlim
Controle
Oriental
mãe, uma mulher que luções dela decorrentes sejam
ALEMANHA britânico
ORIENTAL entra em coma pouco mantidas vivas na atualidade,
Controle antes do fim da
ALEMANHA norte-americano Alemanha Oriental, os
para que não se repita no futu-
OCIDENTAL
50º N desfechos da queda do ro. Um exemplo desse esforço
ALEMANHA regime enquanto ela se é a inauguração, em 2016, do
ORIENTAL recupera no hospital. quarto museu destinado à pre-
Fronteiras alemãs Fonte: elaborado servação da história do Muro
com base em
Muro (construído em 1961) VICENTINO, Cláudio. de Berlim, o The Wall Museum
Berlim Ocidental Atlas histórico: geral • Resposta pessoal. Para
Berlim Oriental e Brasil. São Paulo: tornar a aprendizagem
East Side Gallery (disponível
0 135 270 km
Limites de país
Scipione, 2011. p. mais significativa, você em: <https://thewallmuseum.
10º L 148. pode apresentar um com>, acesso em: nov. 2018).
vídeo que mostre cenas
do dia a dia da Converse com os alunos a res-
Berlim também foi dividida em quatro zonas de ocupação (figura 19), que, ao população de Berlim
peito da importância dos marcos
final, resultou na divisão da cidade em duas: Berlim Ocidental, de influência ca- durante o período da
Guerra Fria. históricos presentes no lugar em
pitalista, e Berlim Oriental, de influência socialista. que eles vivem (bairro ou muni-
Com o aumento das tensões entre Estados Unidos e União Soviética, a Ale- cípio), como monumentos, mu-
manha Oriental decidiu construir um muro, em 1961, que separou as duas partes seus, logradouros públicos, entre
da cidade. O Muro de Berlim (figura 20) passou a ser o símbolo da chamada cor- outros. Pode-se solicitar uma
tina de ferro, que separava o mundo socialista soviético do mundo capitalista li- pesquisa sobre esses marcos
Figura 20. Posto de
derado pelos Estados Unidos. para que descubram com qual
fronteira no Muro de intenção e por quem foram cria-
A divisão da Alemanha gerou muitas dificuldades para famílias que, separadas Berlim, visto a partir do dos, e se os moradores locais se
de repente, estavam impedidas de se visitarem. Aos poucos, as dificuldades de lado oriental, em 1985. identificam com eles. Aqui é mo-
abastecimento geraram insatisfações e intensa mobili- bilizada a habilidade EF09GE08.
Apollo 11
Atividades 1. Base Tranquilidade foi o nome dado ao local da Lua onde o módulo Eagle pousou. O astronauta enviou
uma mensagem que transmitia o sucesso da missão.
1. Interprete o que o astronauta Neil Armstrong disse para o comando na Terra.
2. Por que a placa deixada na Lua foi escrita em inglês? 2. Estados
Ela foi escrita em inglês, pois foi produzida pelos
Unidos, país de língua inglesa.
Texto complementar
O poder militar
Creio que, se quisermos avaliar a nuvem sob a qual vivemos, o perigo reinante da nossa época, precisaremos começar a redefinir de
maneira mais precisa o poder ao qual estamos sujeitos neste mundo como indivíduos, como pessoas. Creio que, quando fizermos is-
so, daremos maior atenção ao que hoje chamarei (sem qualquer pretensão inovadora) de poder militar da nossa era. Daremos atenção
ao papel que o poder militar exerce em nações grandes, pequenas e médias, à forma pela qual a crescente militarização hoje ameaça
a sobrevivência de todos no Planeta e à maneira pela qual a militarização, através da simples privação e da fome, é efetivamente uma
ameaça à vida de muitas pessoas, muitos milhões de pessoas, no presente imediato. [...]
[…]
No tocante às duas grandes potências, a posição é mais do que clara, se nos detivermos para observá-la. As duas superpotências, como
ainda são chamadas, atualmente exibem armamentos de uma força destrutiva inimaginável. E procuram incessantemente obter ain-
da mais armas, armamentos de poder desestabilizante cada vez maior, sistemas de controle por computador cada vez mais perigosos e
cada vez mais fáceis de serem detonados. Desejam também armas de custo cada vez maior. […]
GALBRAITH, John Kenneth. Controle de armamentos e poder militar. Estudos Avançados.
São Paulo, n. 2, v. 2, maio/ago. 1988. Disponível em: <www.scielo.br/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S0103-40141988000200003>. Acesso em: nov. 2018.
Reprodução/OTAN
humanitária, entre outras. Ao fi-
tico Norte (Otan) (figura 26). Criada em 1949, em Washington D.C. (capital dos Esta-
nal, promova a troca de informa-
dos Unidos), a Otan tinha como objetivo principal estabelecer uma aliança de defe- ções entre os grupos e peça aos
sa contra o avanço socialista. Por causa da presença de tropas soviéticas na Europa alunos que elaborem um quadro
ao longo da Segunda Guerra Mundial e do desejo explícito de aumentar a influência com as principais informações
do país naquela porção do mundo, os países europeus entenderam que era preciso obtidas na pesquisa. A atividade
se organizar para evitar a dominação socialista. O acordo que criou a Otan estabe- contribui para o desenvolvimen-
leceu que os países-membros trabalhariam para a manutenção da paz e teriam o to da CEG5 e da CECH5.
compromisso de reagir em conjunto em caso de ataque a uma das partes. Ao abordar a figura 27, note
Com a dissolução da União Soviética, em 1991, a Otan mudou seu papel. Ela que no mapa da Europa há um
passou a admitir novos membros, até mesmo países que estavam sob influência território tracejado. Trata-se de
soviética no passado, o que reflete um movimento de expansão da influência da Kosovo, região a qual decla-
rou independência da Sérvia
Otan para além da Europa e da América do Norte.
em 2008 e que até 2018 ain-
Em 2018, um total de 29 países integravam a Otan: Albânia, Alemanha, Bélgica, da não havia sido reconhecida
Figura 26. Símbolo da
Bulgária, Canadá, Croácia, Dinamarca, Espanha, Eslováquia, Eslovênia, Estados Uni- por todos os países como in-
Otan.
dos, Estônia, França, Grécia, Hungria, Islândia, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, dependente.
Montenegro, Noruega, Países Baixos, Polônia, Portugal, Romênia, Reino Unido, Re-
pública Tcheca e Turquia (figura 27). Também nesse ano, a Colômbia informou sua
entrada na organização, sendo o primeiro país da América Latina a integrar o grupo.
ISLÂNDIA
Greenwich
Kadafi (1942-2011), líder da Líbia que exerceu o poder autoritariamente por mais
de 40 anos. Foi a primeira vez que a aliança agiu sem que primeiramente um
membro tivesse sido atacado.
O mundo bipolar da Guerra Fria • Capítulo 1 31
Figura 28. Símbolo do Figura 29. Primeiro-ministro soviético, Nikolai Bulganin, durante assinatura do
Pacto de Varsóvia. Pacto de Varsóvia, em Varsóvia (Polônia), 1955.
do Pacto: o questionamento da
Cí
rc
ul
o
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
Po
hegemonia soviética pela Iugoslávia,
lar
Ár
tic
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Mar
do
Os objetivos do Pacto de Var-
Norte
UNIÃO SOVIÉTICA sóvia eram muito semelhantes aos
da Otan. A ideia era criar um siste-
OCEANO
ATLÂNTICO
REPÚBLICA
DEMOCRÁTICA
POLÔNIA ma de defesa mútuo, que proteges-
DA ALEMANHA
se os membros contra agressões
TCHECOSLOVÁQUIA
externas. Mas havia uma cláusula
HUNGRIA que restringia a liberdade dos países
ROMÊNIA
e que praticamente os obrigava a
BULGÁRIA
Mar Negro
permanecer no Pacto. As reuniões
de seus membros eram anuais.
ALBÂNIA
ÁSIA
N
Mar Mediterrâneo
Países-membros do
O L
Pacto de Varsóvia
ÁFRICA Fonte: elaborado com base em LACOSTE,
S
0 400 800 km Limites de país Yves. Géopolitique: la longue histoire
0°
d’aujourd’hui. Paris: Larousse, 2009. p. 50.
Sovfoto/UIG/Getty Images
Figura 31. Tropas soviéticas ocupam Praga (Tchecoslováquia, atualmente capital da República Tcheca), em 1968, como resposta
ao levante popular que ficou conhecido como Primavera de Praga.
Planisfério: países que boicotaram os Jogos de Moscou (1980) e de Los Angeles (1984)
OCEANO
ÍNDICO
Trópico de Capricórnio
Moscou (1980)
Los Angeles (1984)
Limites de país
0 2480 4960 km
0°
Fonte: elaborado com base em WORLD Atlas. Most Controversial Summer Olympic Games in History. Disponível em: <www.worldatlas.com/
articles/controversies-and-scandals-through-summer-olympic-games-history.html>. Acesso em: out. 2018.
2. Apesar de maior aproximação com os Estados Unidos, o Brasil buscava ter uma posição de independência em relação aos dois
protagonistas da Guerra Fria, por isso esteve presente nos Jogos Olímpicos, apesar dos boicotes. É importante relacionar o
Atividades período da Guerra Fria ao contexto brasileiro na época da realização dos Jogos de Moscou. Relembre as
discussões sobre a ditadura militar e o relacionamento com as superpotências da época. Por exemplo,
1. Quais países da América do Sul boicotaram os Jogos de Moscou? destaque a maior proximidade brasileira com os
Estados Unidos e os impasses gerados pelos
2. Como você interpreta o fato de o Brasil não ter participado dos dois boicotes aos Jogos? interesses nucleares
do governo brasileiro.
1. Uruguai, Argentina, Paraguai, Chile e Bolívia boicotaram os Jogos Olímpicos de Moscou.
34 Unidade 1 • Mundo contemporâneo
Atividades
1. Identifique um aspecto usado para justificar o alinhamento do Brasil com os Esta-
dos Unidos durante a Guerra Fria. Qual sua opinião sobre ele?
2. Por que os governos militares fizeram um acordo com a Alemanha em 1975?
3. Quais ações do Brasil indicavam uma possibilidade de rompimento com os Estados
Unidos durante a Guerra Fria?
PhotoQuest/Getty Images
tados Unidos e Reino Unido
1945. Nessa conferência, Winston Churchill, primeiro-ministro do Reino
formaram um bloco capita-
Unido, Franklin D. Roosevelt, presidente dos Estados Unidos, e Josef
lista, liderado pelos Estados
Stalin, presidente da União Soviética, diante da vitória iminente sobre o
Unidos, enquanto a União
Eixo, iniciaram a discussão sobre a ordem internacional no pós-guerra.
Soviética liderou o bloco dos
Escreva uma breve análise da organização do mundo no pós-guerra países socialistas. Essa divi-
com base nos três líderes que aparecem na imagem. são deu origem à ordem bi-
polar (dois polos de poder) e
Churchill, primeiro-ministro do Reino Unido, Roosevelt, os desentendimentos entre
presidente dos Estados Unidos, e Stalin, presidente da os dois blocos deram origem
União Soviética (sentados, da esquerda para a direita) na
à Guerra Fria.
Conferência de Yalta, na Crimeia, em 1945.
14. A charge retrata a corrida
14. Observe a charge a seguir e escreva um texto relacionando-a ao que foi apresentado no capítulo. espacial que envolveu Es-
tados Unidos e União Sovié-
tica durante a Guerra Fria.
Pat Oliphant © 1984 Pat Oliphant/Dist. by Andrews McMeel Syndication
2
• Analisar o mundo atual
com base nos conceitos
do realismo e o do multi-
lateralismo, bem como da
atuação de organizações
Mundo pós-Guerra Fria
governamentais e não go-
vernamentais no sistema
internacional. • Resposta pessoal. Peça aos
• Destacar o papel dos orga- alunos que listem diferentes
nismos da ONU na mediação
temas que possam gerar
conflito e que devam ser
Para iniciar
das relações internacionais, tratados em grandes
com destaque para o Conse- reuniões internacionais, Com as mudanças no cenário geopolítico das últimas décadas, surgiu um
relativos a várias dimensões:
lho de Segurança, da Corte econômica, política, social e mundo mais dinâmico que o da época da Guerra Fria. Por isso, você verá que
Internacional de Justiça e do ambiental. Promova um
debate sobre os motivos
existem várias formas de explicar as relações entre os países atualmente. As
Conselho Econômico e Social. pelos quais necessitam de organizações multilaterais criadas após a Segunda Guerra Mundial influenciam
um tratamento multilateral.
• Discutir a atuação de gran-
Em seguida, peça à turma os países, mas ainda prevalece o poder de uma superpotência, que divide par-
des corporações econô- que escolha um dos temas te das decisões com nações que ganharam destaque nos últimos anos.
micas internacionais no para realizar uma pesquisa,
cujo resultado pode ser Observe a imagem.
mundo atual, em especial apresentado na forma textual.
o FMI, o Banco Mundial, a
Bascar/Shutterstock
ou interesses, por meio
do embate político. Eles
Aproveite a oportunidade atuam promovendo
para trabalhar com os alu- manifestações públicas,
abaixo-assinados, Figura 3. Palácio das Nações, em
nos a Sequência didática 2: petições, difusão de Genebra (Suíça), 2018. O edifício é a
Atuação das corporações mensagens na internet sede da ONU na Europa; sua sede
e organismos internacio- e greves, por exemplo. principal fica em Nova York
nais, disponível no mate- Podem abordar a defesa
(Estados Unidos). Genebra abriga
de indígenas, negros e
rial digital. mulheres, a luta por vários organismos internacionais,
terra no meio rural ou como a Organização Mundial da
por moradia no meio Saúde (OMS).
urbano, entre outros.
ock
Dessa forma, será mobili- os países-membros.
y/Shutterst
zada a CECH1 e a habilidade
EF09GE02. nushevsk
Figura 7. Palácio da Paz, sede
da Corte Internacional de Justiça,
em Haia (Países Baixos), 2017.
Roman Ya
Conferência
da ONU
Reunião de chefes de
Conselho Econômico e Social
Estado, ou de seus O Conselho Econômico e Social da ONU (figura 8) também foi criado em 1945
representantes, para
tratar de temas e sempre teve um papel de menor destaque no sistema de decisões. Isso começou
específicos, como a mudar em 2006, quando a Assembleia Geral decidiu que ele deveria promover
meio ambiente, uma reunião anual de ministros para avaliar se as decisões das Conferências da
moradia, crescimento
populacional, entre ONU estavam sendo adotadas. Além disso, foi aprovado nesse mesmo ano que
outros. Esses eventos caberia ao Conselho Econômico e Social promover uma agenda de cooperação
podem ou não gerar para o desenvolvimento. Desde 2005, ficou estabelecido que ele seria composto
convenções
internacionais que de 54 países, eleitos pela Assembleia Geral a cada três anos, segundo critérios
obrigam os países geográficos: 14 da África, 11 da Ásia, 6 da Europa Oriental, 10 da América Latina e
signatários a adotar as do Caribe e 13 da Europa Ocidental.
medidas decididas.
Além desses órgãos, tam-
Picture-Alliance/Agência France-Presse
Texto complementar
Haia condena Karadzic a 40 anos de prisão por massacre de Srebrenica
Tribunal especial considera que o ex-líder servo-bósnio foi responsável também pelo cerco a Sarajevo
Radovan Karadzic, ex-líder político dos sérvios da Bósnia, foi condenado […] pelo Tribunal Penal Internacional para a Antiga Iu-
goslávia (TPIAI) a 40 anos de prisão por crimes de genocídio, crimes de guerra e crimes contra a humanidade. A sentença conside-
ra que ele foi o mentor político do massacre de 8.000 homens e meninos na cidade bósnia de Srebrenica, em 1995, numa tentativa
deliberada de destruir a população muçulmana da Bósnia como um todo. Ele também foi condenado pelo cerco a Sarajevo, capital
da Bósnia-Herzegovina, onde 12.000 pessoas perderam a vida devido à fome, a doenças e a ataques armados entre 1992 e 96. A sen-
PACÍFICO DO SUL
(2011) ÍNDICO
Trópico de Capricórnio REPÚBLICA
CENTRO-AFRICANA
(2014)
REPÚBLICA
DEMOCRÁTICA
DO CONGO
(2010)
Fonte: elaborado com base em FORÇAS de Paz da ONU. Where We Operate. Disponível em: <https://peacekeeping.un.org/
en/where-we-operate>. Acesso em: out. 2018.
1. A África, pois diversos países desse continente foram ou são marcados por grande instabilidade política, social
Atividades e econômica. As missões se justificam pela existência de ações de criminosos e, sobretudo, pelo cometimento
de crimes de guerra contra a população.
1. Identifique no mapa qual continente recebe mais missões de paz. Por que essas missões se justificam?
2. Analise as datas de instalação das missões. Crie uma regionalização dos países em função do ano de
chegada das Forças de Paz da ONU. 2. organizar
Esse exercício pode ser realizado em duplas ou trios. Auxilie os alunos a
os dados para a criação do produto cartográfico, que pode ser
elaborado com base em um mapa mudo (mapa que apresenta apenas os
limites dos países, sem seus nomes). Os mapas podem ser expostos em
um varal na sala de aula. Mundo pós-Guerra Fria • Capítulo 2 43
tença sai 21 anos depois do final da guerra de independência da Bósnia (1992-95), que matou mais de 100.000 indivíduos. Karadzic
recorrerá da condenação.
“Ao matar todos os homens em idade de procriar [em Srebrenica] e comprometer assim o futuro da sua comunidade, fica claro um
plano preconcebido para se desfazer deles”, dizem os juízes na sentença. O réu sabia do ocorrido “pelos relatórios regulares recebi-
dos em tempo real, e era o único que poderia ter evitado a matança, na sua qualidade de presidente da denominada República Sérvia
da Bósnia”. Além disso, o apoio de Karadzic no cerco a Sarajevo foi, segundo os juízes, “decisivo na campanha realizada por franco-
atiradores para semear o terror entre os civis”. Os promotores, que pediam prisão perpétua, esperam que o veredicto contribua para
a reconciliação de bósnios, sérvios e croatas. […]
FERRER, Isabel. Haia condena Karadzic a 40 anos de prisão por massacre de Srebrenica. El País, 25 mar. 2016.
Disponível em: <https://brasil.elpais.com/brasil/2016/03/24/internacional/1458819977_399588.html>. Acesso em: mar. 2018.
Figura 9. Sede
do FMI em
Washington D.C.
(Estados Unidos),
em 2017.
Texto complementar
A crise financeira e econômica internacional
A crise acabará por funcionar como um catalisador para uma reforma do sistema de regulação econômica internacional, que muitos
já vinham reclamando, desde há algum tempo, visando ajustá-lo à dimensão da nova globalização. A iniciativa que dará lugar à cimeira
internacional convocada pelo Presidente americano, a instâncias da União Europeia (UE), é disso prova. Uma reforma do sistema de
supervisão e coordenação mundial saído de Bretton Woods, e que não acompanhou a expansão e a mudança de natureza da globaliza-
ção, deverá ser o resultado dessa ou de outras iniciativas que lhe sucedam. E daí deverá resultar, por sua vez, a redefinição do papel do
Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, assim como de outras instituições que têm hoje um papel que não é fácil
de compreender, como o Bank for International Settlements (BIS) e a OCDE, aproveitando as experiências e o saber aí acumulados,
mas assegurando-lhes uma maior eficácia, que terá de passar pela outorga de maior autoridade.
Keystone-France/Gamma-Keystone/Getty Images
A seção traz a história da cria-
Muitos autores acreditam que a Conferência Monetária e Financeira das ção da Conferência de Bretton
Woods e mobiliza a habilidade
Nações Unidas, que ficou conhecida como Conferência de Bretton Woods,
EF09GE05, ajudando a com-
de 1944, foi o começo da criação das organizações internacionais. Em Bretton
preender a integração econô-
Woods, em New Hampshire, nos Estados Unidos, 44 países se reuniram para mica entre os países em um
definir o funcionamento da economia do pós-guerra. Foram discutidos, pela mundo de economia globalizada.
primeira vez na história, formas de controlar a circulação do dinheiro no mun- Para ampliar a leitura e a
do e meios de garantir as trocas cambiais entre os países. compreensão sobre a atuação
Nessa reunião foram criados o Fundo Monetário Internacional (FMI), do FMI no atual sistema finan-
responsável por orientar o desenvolvimento econômico dos países integran- ceiro internacional, sugerimos
Assinatura dos acordos de
tes, e o Banco Mundial (a princípio denominado Bird – Banco Internacional a leitura do texto complemen-
Bretton Woods, em New
para Reconstrução e Desenvolvimento), para promover a reconstrução dos Hampshire (Estados
tar abaixo.
países arrasados pela Segunda Guerra. Unidos), 1944.
1. Diante de uma economia globalizada, é importante promover a cooperação internacional sobre assuntos de interesse
Atividades comum, como os relativos à circulação do dinheiro no mundo e à garantia das trocas cambiais entre os países.
1. Justifique a importância de ocorrer reuniões entre países para discutir temas como o funcionamento
da economia mundial.
2. Discuta com os colegas e o professor a seguinte questão: o Brasil ganha ou perde com a regulação
internacional criada pelas organizações internacionais? Após a discussão, elabore um texto com sua
opinião e justificativas
A principal preocupação que deverá nortear os dirigentes é a de evitar que, de uma eventual falta de instâncias regulatórias internacionais
ou de suficiente coordenação das regulações nacionais, se não passe a um excesso de regulação que acabe por se revelar um empecilho à re-
cuperação do crescimento econômico necessário para satisfazer as necessidades e as aspirações de uma crescente população mundial. O fim
dos off-shores – que não têm qualquer justificação que possa ser tida como razoável […] –, a eventual dificultação dos movimentos de capitais
de grande volatilidade – preocupação que esteve sempre no centro da organização monetária emergente de Bretton Woods –, uma supervi-
são financeira internacional, eventualmente a cargo do FMI ou do BIS, à semelhança do que existe com as situações macroeconômicas e que
é feita ao abrigo do artigo 4o dos estatutos do FMI e uma monitorização mais ativa, dotada de mecanismos sancionatórios, dos principais
desequilíbrios de balança de pagamentos, sobretudo os que têm implicações sistêmicas (mais uma vez preocupação que foi sempre central à
organização saída de Bretton Woods), poderão ser alguns dos aspectos contemplados nessa revisão. […]
BENTO, Vítor; MACHADO, José F.; LEITE, António N. A crise financeira e econômica internacional. Relações Internacionais, Lisboa, n. 21, mar. 2009.
Disponível em: <www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-91992009000100011#_edn1>. Acesso em: nov. 2018.
D o s EU A
Robinson (1915-2004). Nessa produtos industriais.
S Dos EUA
Para o o projeção, os paralelos são
2. Ambos, Japão e Estados
D
Trópico Ja
Japão pã
de Câncer
E Asiático
o
representados por linhas retas e os
Do S
Do Japão
e SE Asiático Equador meridianos, por linhas curvas. Unidos, são países desen-
0°
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
Apesar de não manter nem a forma volvidos e altamente indus-
ÍNDICO
Trópico de Capricórnio
os nem a área precisa dos continentes, trializados que produzem e
Principais fluxos comerciais D EU
OCEANO
de produtos industriais
ATLÂNTICO
A
a projeção de Robinson minimiza consomem muitos produ-
Muito intenso
distorções em relação a outras tos industriais.
Meridiano de
Greenwich
Intenso
3. Resposta pessoal. Auxilie
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
Moderado Círculo Polar Antártico
0 3 315 6 630 km
projeções.
Limites de país
os alunos a observar de
que forma as informações
Fonte: elaborado com base em CALDINI, Vera; ÍSOLA, Leda. Atlas Geográfico Saraiva. São Paulo: Saraiva, de intensidade e direção do
2013. p. 186. fluxo comercial de produ-
tos industriais são transmi-
Mundo: principais fluxos comerciais de produtos industriais – 2013 tidas em cada mapa. Vale
Esse mapa utiliza a projeção de destacar que não há uma
Banco de imagens/Arquivo da editora
Do SE Asiático
Trópico de Câncer
uad
Do
Do
s E UA
or
s
EU
A Limites de país ram mais contato com a
Mapa sem escala e orientação. disposição dos continentes
Fonte: elaborado com base em CALDINI, Vera; ÍSOLA, Leda. Atlas Geográfico Saraiva. São Paulo: Saraiva,
2013. p. 186; SCIENCEPO. Disponível em: <http://cartotheque.sciences-po.fr/media/Planisphere_ que essa projeção apresen-
projection_Bertin_1953_1958-1960/1548/;jsessionid=3E6756B9ACACE40A32F9B16A4C982A1D>. ta. Já a projeção de Bertin,
Acesso em: 16 nov. 2018.
apesar de ser adequada
para representar alguns
Etapa 2 mapas temáticos, como os
Após observar os mapas, é hora de comparar as informações apresentadas nas duas projeções cartográ- que mostram fluxos, pois
fica utilizadas. Converse com seus colegas sobre as diferenças percebidas na disposição das setas em relação possibilitam que estes se-
à posição dos continentes em cada projeção. jam visualizados sem inter-
rupção, é menos utilizada
Atividades e apresenta os continen-
tes de forma menos con-
1. Quais países do mundo se destacam pelo fluxo comercial de produtos industriais? Justifique apontando os vencional.
elementos do mapa que fundamentam sua resposta.
2. O que os países que se destacam têm em comum?
3. Em sua opinião, em qual dos dois mapas é possível visualizar melhor as informações representadas? Por quê?
Bob Korn/Alamy/Fotoarena
que sugiram medidas a serem
tomadas especificamente no Segunda Guerra Mundial, quando financiou a
caso brasileiro para que os in- reconstrução dos países europeus.
vestimentos desse banco in- Depois dessa ação, o Bird começou a finan-
ternacional de fato beneficiem ciar outros países. O foco das ações passou a
o desenvolvimento do país. Al- ser o apoio ao desenvolvimento. Porém, surgi-
guns exemplos de questões a ram muitas críticas ao financiamento que for-
serem levantadas são: atenção
necia aos governos, pois ele não se preocupava,
à diversidade do patrimônio na-
tural e cultural brasileiro; o de-
por exemplo, com os impactos ambientais re-
senvolvimento de tecnologias sultantes do modelo de desenvolvimento ado-
que atendam às demandas da tado (figura 12). Também surgiram algumas
nossa realidade; medidas de denúncias de desvios do dinheiro proveniente
combate à corrupção; e uso ina- do Bird.
dequado dos recursos públicos. Figura 11. Sede do Banco Mundial em Washington D.C. (Estados As críticas influenciaram o Bird, que passou
Unidos), 2017. a ser mais exigente em relação à gestão dos
empréstimos, o que dificultou a corrupção, mas não a eliminou. Em relação aos
impactos ambientais, os projetos financiados tiveram de demonstrar como afe-
tariam o ambiente e quais medidas seriam adotadas para evitar danos sociais e
ambientais. Não se pode dizer que as ações financiadas pelo Bird deixaram de
causar impactos ambientais, mas alguma melhoria pôde ser notada.
No entanto, a principal crítica que se costuma fazer ao Bird está no uso de
tecnologia de países ricos. Argumenta-se que os projetos, para serem aprovados,
necessitam empregar tecnologias de países ricos. Ou seja, o Bird só financiaria
projetos que, de algum modo, repassassem dinheiro a países ricos, seus maiores
contribuintes, por meio do pagamento pelo uso dessas tecnologias.
Stephen Ferry/Redux/Latinstock
Banco Mundial
‹www.bancomundial.
org.br›
Na página do Banco
Mundial em português,
é possível obter
informações sobre
investimentos do banco
em vários países,
incluindo o Brasil. Figura 12. Projeto de assentamento financiado pelo Bird em Rondônia, na década de 1980. Esse projeto
resultou em desmatamento e em ameaça à diversidade da fauna e da flora do local.
Figura 14. Indústria de suco de laranja, em Tatuí (SP), 2017. A exportação de suco de laranja foi
afetada pelas restrições de importação do produto brasileiro pelos Estados Unidos, mas em 2011
uma comissão de juízes da OMC deu ganho de causa ao Brasil contra os Estados Unidos, que
adotaram todas as recomendações do organismo multilateral.
Reprodução/<https://wsf2018.org>
Cleber Sandes /Coofi av/Folhapress
Fórum Social Mundial de 2018, realizado em Salvador (BA). Durante o Fórum, muitos eventos ocorrem ao mesmo
tempo para discutir temas sociais.
1. Eventos como o Fórum Social Mundial geralmente mobilizam a opinião pública para a discussão de temas importantes para
a sociedade, como educação, direitos humanos e trabalhistas, meio ambiente, entre muitos outros. Além disso, deles resultam
documentos e declarações que são enviados a lideranças mundiais e organizações internacionais, como forma de contribuição
Atividades – e de pressão – em relação ao tratamento dos temas discutidos. Por fim, destacam-se as manifestações
políticas e culturais que caracterizam tais encontros.
1. Avalie por que um evento como esse pode ser importante. 2. Sugere-se pedir aos alunos que façam um
desenho que simbolize a possibilidade de
2. Para você, o que representa a frase “um outro mundo é possível”? construção de um outro mundo (do ponto de
vista social, econômico, político e/ou ambiental). O material produzido pela turma pode compor um grande painel, intitulado “Um
outro mundo possível”, a ser exposto em uma área comum da escola.
Mundo pós-Guerra Fria • Capítulo 2 51
Tr
óp
ico
HAVAÍ de
90 (EUA) Ca
°O OCEANO
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PACÍFICO
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OCEANO
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GLACIAL
Polar Ártic
ÁRTICO
BRASIL
CHINA
o
RÚSSIA
ALEMANHA
FRANÇA
Fontes: elaborado com base em ÍNDIA
MEAD, Walter R.; KEELEY, Sean. IRÃ
The Eight Great Powers of 2017.
Hudson Institute, 24 jan. 2017. OCEANO
Disponível em: <www.hudson. ATLÂNTICO 90
°L
org/research/13270-the-eight-
OCEANO
great-powers-of-2017>. Acesso ÍNDICO
ich
nw
Potência mundial
ÁFRICA
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OCEANO inimiga)
COREIA M
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GLACIAL ar a C FILIPINAS
Norfolk ÁRTICO DO SUL d
Guantánamo TAIWAN
RÚSSIA
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Estreito da
Flórida CHINA Spratly
(potencial rival) CINGAPURA
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TAILÂNDIA
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Estreito de OCEANO
Estados Unidos e Base ativa
de
Málaca
ÍNDIA
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OCEANO r AFEGANISTÃO
Presença de tropas aviões de combate BAHREIN
ATLÂNTICO Gaète Estreito de
IRAQUE Ormuz Diego Garcia
Comandos unificados Apoio naval
(transporte, formação Canal
Exército pr
icó
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estratégicas vigiadas
nwic
rni
o
dia
Mapa sem escala e orientação. Fonte: elaborado com base em TÉTART, Frank (Org.). Grand atlas 2014: comprendre le monde en 200 cartes.
Paris: Autrement, 2013. p. 12-13.
O L
Trópico de Câncer
OCEANO
OCEANO OCEANO
ATLÂNTICO
PACÍFICO PACÍFICO
Equador
0°
Meridiano de Greenwich
OCEANO
ÍNDICO
Trópico de Capricórnio
O outro grupo, G20 comercial (figura 20), foi criado em 2003 e atua com
destaque na OMC em assuntos relacionados à agricultura. Em 2018, era compos-
to de 23 países. O grupo critica os países mais ricos do mundo e sua principal meta
é combater medidas que protegem os agricultores desses países e dificultam a
compra de produtos agrícolas de países pobres.
O L
Trópico de Câncer
OCEANO
OCEANO OCEANO
ATLÂNTICO
PACÍFICO PACÍFICO
Equador
0°
Meridiano de Greenwich
OCEANO
Fonte: elaborado com base em Trópico de Capricórnio
ÍNDICO
BRASIL. Ministério das Relações
Exteriores. Disponível em:
Países integrantes do G20 comercial
<www.itamaraty.gov.br/pt-BR/
politica-externa/diplomacia- Limites de país
economica-comercial-e- OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
Círculo Polar Antártico
financeira/15586-brasil- 0 3 540 7 080 km
g20&hl=pt-BR>. Acesso em: 0°
out. 2018.
Texto complementar
Empresários do G-20 divulgam manifesto contra adoção de barreiras comerciais
Em resposta à guerra comercial desencadeada pelos Estados Unidos e ao aumento do protecionismo no mundo, representantes de en-
tidades empresariais de países do G-20 divulgarão […] um manifesto em que pedem que os líderes do grupo se comprometam a man-
ter mercados abertos e a não impor novas barreiras protecionistas, reforcem o funcionamento da Organização Mundial do Comércio
(OMC) e tomem medidas contra a concorrência desleal e os subsídios industriais, entre outros pontos.
o r d ão
Saudita, Jordânia e Síria. Esse
-las seguidas vezes, em virtude de perseguições, o que permitiu aos
J
é também um motivo de tensão
Rio
Mar
povos islâmicos que se instalassem no mesmo território. Mediterrâneo Jerusalém na geopolítica regional. Este
Em 1897, Theodor Herzl (1860-1904), jornalista judeu de origem tópico mobiliza as habilidades
PALESTINA
austro-húngara, organizou um evento em Basileia, na Suíça, para dis- Mar
Morto EF09GE03 e EF09GE06.
cutir a retomada da Palestina pelos judeus. Esse movimento político,
conhecido como sionismo, defende que os judeus têm direito a viver ISRAEL
e alguns estudiosos afirmam que, por causa disso, a ONU decidiu criar o Península
S
do Sinai
Estado de Israel nas terras que pertenciam à Palestina, para ser dividida
ba
Áca
0 60 120 km
em dois países (figura 21) e ainda uma área internacional: Jerusalém e Belém.
de
Golfo
Essa decisão foi imposta à população palestina. Desse modo, em 1948, foi 34° L
ARÁBIA SAUDITA
criado o Estado de Israel. A partir daí, a Palestina, de maioria árabe, iniciou Fonte: elaborado com base em FERREIRA,
Graça Maria Lemos. Atlas geográfico: espaço
uma resistência a essa decisão e, em alguns momentos, contou com apoio mundial. São Paulo: Moderna, 2013. p. 103.
de países da região. Teve início a guerra entre Israel e Palestina.
Figura 22. Israel e territórios
Em 1948, depois de um mês de conflito, chegou-se a um acordo para ocupados – 1967
cessar os ataques, mas ele foi rompido pelo Egito, uma das principais
J ordão
Mar
Rio
N
Mediterrâneo
Ácaba, por onde navios petroleiros abasteciam Israel pelo Porto de Eilat. A EGITO
JORDÂNIA
reação israelense não demorou. Teve início então a Guerra dos Seis Dias, (parte asiática)
30° N
conflito marcado pela ação rápida e fulminante de Israel, com o apoio dos Península
Estados Unidos (figura 22). do Sinai
a
ARÁBIA
o Sinai e o Canal de Suez, além de conquistar as Colinas de Golã – o que
o de
SAUDITA
M
ar
EGITO
água doce) e do Rio Jordão (o principal do país) –, a
el
0 88 176 km
ho
34° L
Cisjordânia, a Faixa de Gaza e Jerusalém. Mais uma Cessar-fogo
Israel 1949-1967
Acordo entre duas
vez houve a mediação das superpotências, que im- Ocupação militar israelense
nações ou alianças que (Guerra dos Seis Dias, jun. 1967)
puseram um cessar-fogo aos países em confron- estão em guerra, com o Capital de país
to. A intenção era de que o conflito não se prolon- objetivo de suspender Limites de país
gasse por muito tempo, o que desgastaria as temporariamente o Fonte: elaborado com base em FERREIRA,
conflito armado. Graça Maria Lemos. Atlas geográfico: espaço
relações das superpotências com seus aliados locais. mundial. São Paulo: Moderna, 2013. p. 103.
“Apelamos aos líderes do G-20 no sentido de que assumam a sua responsabilidade e garantam as bases necessárias para a cooperação
multilateral”, afirma o documento […].
[…] O Brasil é representado no grupo pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Assinam o documento, ainda, entidades dos
Estados Unidos, Canadá, Alemanha e União Europeia. […]
RODRIGUES, Lorenna; COSTA, Gabriel B. da. Empresários do G-20 divulgam manifesto contra adoção de barreiras comerciais.
Estad‹o, 18 jul. 2018. Disponível em: <https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,
empresarios-do-g20-divulgam-manifesto-contra-adocao-de-barreira-comerciais,70002406831>. Acesso em: nov. 2018.
Acesso à água
Amir Cohen/Reuters/Fotoarena
Rio Jordão
LÍBANO le da água na região. Ele possibi-
palestinos são impedidos de construir cisternas para acondicionar a Golã
Lago lita a mobilização da habilidade
água das chuvas, que poderia ser usada em períodos de seca. Caso a EF09GE14.
Tiberíades
Haifa –212 ma SÍRIA
Nazaré Ri
criação de cisternas fosse aceita, parte importante das águas das
oY
a r m uk
Se julgar pertinente, pode-
Rio J ordão
chuvas não chegaria aos rios que correm em território israelense, que Mar
Canal do Ghor
Mediterrâneo Nablus -se ampliar as reflexões sobre
obteria menos água ao final. Telavive Jericó o conflito entre Israel e Pales-
Cisjordânia ga
O controle do acesso à água ocorre principalmente na Cisjordânia, tina. Apresente aos alunos as
Zar
Jerusalém
o
onde há um aquífero (figura 27), em especial nos polêmicos assenta- razões que levaram à constru-
Ri
Gaza Hebron
mentos judaicos promovidos pelo governo de Israel nos últimos anos. GAZA
Beersheba
Mar ção do muro da Cisjordânia, er-
Morto
guido por Israel para controlar
Parte expressiva das colônias judaicas não poderia estar em território – 416 m
31° N
o fluxo de palestinos entre os
a
ISRAEL
palestino, ainda mais quando elas estão sobre reservas de água subter-
b
Ara
Deserto
dois territórios.
Rio Ued-
rânea. Por isso, a ANP contesta a divisão do uso da água. A organização
de Neguev
JORDÂNIA
0°
EUROPA
Meridiano de Greenwich
S
erm
Contexto
elh
o
N
EUROPA em 2015.
O L
As manifestações na Tunísia inspiraram outras nos
S países próximos, alastrando-se por Egito, Líbia, Argélia,
EUROPA
Bahrein, Iêmen, Marrocos, Jordânia e Síria.
Biserta
Francois Mori/Reuters/Fotoarena
Túnis
Mar Mediterrâneo
ARGÉLIA Sfax
TUNÍSIA
Gabès
0 145 290 km
10° L
Max Rossi/Reuters/Fotoarena
Um diferencial apresentado
por esse grupo terrorista e que
dificulta o combate a ele é a sua
pretensão de formar um califa-
do. Ou seja, o Estado Islâmico
busca conquistar a autonomia
territorial sob o comando do
califa, seu líder religioso fun-
damentalista.
A esse respeito, leia o artigo
Surgimento e trajetória do Esta-
do Islâmico, de Cláudio Júnior
Damin. Os dois parágrafos a
seguir foram extraídos desse
artigo, que explica a trajetória
de formação do Estado Islâmico
e suas principais ações.
Zona de exclusão Figura 34. Muammar Kadafi em evento oficial em Roma (Itália), 2009. O ditador governou a Líbia
aérea por 42 anos.
Área com restrição ou
proibição do tráfego de Em 2011, a influência da Primavera Árabe chegou às cidades litorâneas do Me-
aeronaves. Os aviões, diterrâneo, as mais populosas da Líbia. Mesmo com o melhor padrão de vida entre
antes de decolar, têm
de pedir autorização.
todos os países africanos, os líbios queriam mais. Eles aspiravam por liberdade para
Sem isso, são escolher seus governantes e, assim, saíram às ruas, principalmente em Benghazi,
considerados aviões em fevereiro de 2011. Os rebeldes avançaram rapidamente e passaram a controlar
inimigos e podem ser
abatidos.
várias cidades da Líbia, mas o governo reagiu com a contratação de mercenários.
Diante da nova ofensiva das tropas de Kadafi, os rebeldes recuaram. As imagens
Estado Islâmico de tropas bombardeando civis levaram o Conselho de Segurança da ONU a impor
Grupo surgido no início
dos anos 2000, de uma uma zona de exclusão aérea à Líbia. O órgão também autorizou medidas mais
ramificação da Al drásticas, caso fossem necessárias, com o argumento de que era preciso acabar
Qaeda. Ganhou força com a morte de civis. Logo depois, uma coalizão de países liderados pela França
na década seguinte,
passando a controlar invadiu a Líbia. Tratava-se de uma ação da Otan, que contou com forte apoio dos
grandes áreas no norte Estados Unidos e do Reino Unido.
do Iraque e da Síria, com
Depois da ofensiva das tropas da coalizão, o governo de Kadafi não conseguiu
uso de muita violência e
crueldade: atentados resistir. Ele foi morto em outubro de 2011, em Sirte (Líbia), sua cidade natal.
suicidas, destruição de Logo após sua morte, a Otan retirou as tropas do país. Foi criado um Conselho
patrimônio histórico
milenar, decapitações
Nacional de Transição para preparar as eleições. Porém, uma série de eventos
transmitidas pela ocorreram após a deposição de Kadafi, muitos deles violentos, envolvendo grupos
internet, etc. Em 2017, que defendiam um país sob as leis islâmicas e outro, mais moderado. Em meio às
sofreram derrotas
territoriais, porém
lutas surgiram grupos terroristas em algumas áreas (o Estado Islâmico dominou
continuam atuando Sirte até 2016) e máfias de traficantes que lucram à custa de migrantes subsaa-
como organização rianos que tentam atravessar o Mediterrâneo para chegar à Europa. Nessa situação,
terrorista.
imagina-se que a instabilidade política deva ser longa na Líbia.
64 Unidade 1 • Mundo contemporâneo
Texto complementar
Surgimento e trajetória do Estado Islâmico
Desde agosto de 2014, depois, portanto, do anúncio da criação do Estado Islâmico, os Estados Unidos realizam ataques aéreos a po-
sições do grupo na Síria e no Iraque. Os norte-americanos formaram uma coalizão para combater o EI agregando países europeus e
também da região do Oriente Médio. O EI, ao que tudo indica, parou de avançar do ponto de vista territorial e suas fontes de financia-
mento estão sendo saturadas. Milhares de estrangeiros, no entanto, continuam afluindo à Síria para combater junto aos extremistas,
havendo renovação em seus contingentes. Muitos desses estrangeiros, aliás, já voltaram a seus países, se tornando ameaças terroris-
tas em potencial.
M
potências a grupos opostos. En-
oh
lâmicos: cada um passou a defender os próprios interesses.
am
m
quanto o Irã apoia os rebeldes
ed
Em janeiro de 2015, a situação culminou em uma guerra entre os am
H
ou
d/ hutis, a Arábia Saudita apoia o
hutis – apoiados pelo Irã e por iemenitas descontentes com a transição
Ge
tty
Im
ag
governo iemenita.
da administração – e o governo de Mansour Hadi – apoiado pelos sunitas
es
Sobre essa disputa regio-
e pela Arábia Saudita. Os hutis cercaram o palácio e colocaram o presidente e nal, denominada guerra fria
Figura 35. Garoto
seu gabinete em prisão domiciliar. Mansour Hadi conseguiu fugir para a cidade de iemenita carrega água do Oriente Médio, sugerimos
Áden, de onde passou a governar. potável com auxílio de a leitura dos seguintes arti-
A ONU tentou negociar um acordo de paz três vezes, sem sucesso. O ex- um carrinho de mão, em gos: 3 PERGUNTAS para en-
-presidente Saleh foi morto pelos hutis em 2017. Os jihadistas da Al Qaeda na Saná (Iêmen), 2018. tender a “guerra fria” entre Irã
e Arábia Saudita, que amea-
Península Arábica e rivais de organizações parceiras do Estado Islâmico têm se
ça desestabilizar ainda mais
aproveitado do caos, confiscando territórios no sul e cometendo ataques mortais. Hutis o Oriente Médio. BBC Brasil,
Em 2017, a ONU classificou a situação no Iêmen como a pior crise humanitária Membros de um grupo 15 nov. 2017. Disponível em:
do mundo. Além da guerra civil, havia milhões de pessoas desabrigadas morrendo rebelde, que segue uma
corrente do islamismo
<www.bbc.com/portuguese/
de fome e uma epidemia de cólera (figura 35). xiita conhecida como internacional-41980960>.
Síria zaidismo. Os zaidistas BUARQUE, Daniel. Entenda a
formam um terço da tensão entre Arábia Saudita
Bashar al-Assad (1965-), que governa o país desde o ano 2000, reprimiu dura- população do Iêmen. e Irã em que até o Brasil po-
mente os manifestantes, que exigiam sua saída. Estima-se que mais de 220 mil Jihadista de ter função. Uol, 9 nov. 2017.
pessoas tenham morrido nos confrontos com a polícia do governo, acusada de Termo utilizado no Disponível em: <https://noticias.
usar armas químicas contra a população. Essa ação gerou respostas de potências mundo ocidental para uol.com.br/internacional/
designar pessoas e
militares, que pressionaram al-Assad a destruir suas armas químicas em 2013. Em ultimas-noticias/2017/11/09/
grupos radicais que
2014, em reunião em Genebra (Suíça), o governo sírio não aceitou as condições entenda-a-tensao-entre-
utilizam a luta violenta e
dos rebeldes para pôr fim à guerra, que consistia em formar um governo de tran- o terrorismo em nome arabia-saudita-e-ira-que-ate-
do islamismo. o-brasil-pode-ter-funcao.htm?
sição que convocaria novas eleições no país (figura 36).
cmpid=copiaecola>. Acesso em:
nov. 2018.
Fatih Erel/Anadolu Agency/Getty Images
A trajetória da Al-Qaeda no Iraque até tornar-se o Estado Islâmico mostra que essa organização é um desafio de monta para o Oci-
dente e também para os países do Oriente Médio. Mais do que uma simples organização terrorista sunita, o EI se transformou em um
grupo insurgente, com milícia significativa e com pretensões territoriais. As soberanias estatais, na região, parecem estar ameaçadas
por esse grupo que, com razoável taxa de sucesso, consegue obter ganhos territoriais a partir da exploração do sectarismo entre xiitas
e sunitas e da precariedade das capacidades estatais do Iraque e da Síria.
DAMIN, Cláudio Júnior. Surgimento e trajetória do Estado Islâmico. Boletim Meridiano 47, v. 16, n. 148, p. 26-33, mar.-abr. 2015.
Disponível em: <http://periodicos.unb.br/index.php/MED/article/view/14863/10964>. Acesso em: nov. 2018.
A guerra civil na Síria não pode mais ser vista apenas como uma tentativa de
democratizar o país. Diversos grupos islâmicos disputam o poder e possuem visões
distintas das leis islâmicas (figura 37). Parte da maioria sunita da Síria combate os
Sunita
alauitas, minoria à qual pertence al-Assad e muitos membros do governo. Em
Corrente do islamismo
que acredita ter relação 2014, o Estado Islâmico passou a apoiar os sunitas na guerra civil da Síria, o que
direta com Deus, por levou a intervenções militares dos Estados Unidos. Além das mortes, estima-se
seguir a Sunna que cerca de 5 milhões de sírios tiveram de abandonar suas casas, indo para cam-
(costumes) de Maomé,
descrita no Corão, livro pos de refugiados em países vizinhos ou migrando para outros países (figura 38).
sagrado da religião As duas principais fontes de renda do país – petróleo e agricultura – foram dizi-
muçulmana. madas pelos conflitos. A guerra destruiu quase metade dos centros médicos e
Alauita escolas da Síria. Em 2017, a guerra se refreou, com as tropas de Bashar al-Assad
Corrente minoritária do retomando dois terços do país.
islamismo, concentrada
na Síria. Seus membros
Alkis Konstantinidis/Reuters/Fotoarena
acreditam na existência
de guias intermediários
entre fiéis e Deus, por
isso são considerados
parte dos xiitas. Eles
seguem os doze imãs,
profetas descendentes
de Maomé, cujos
sucessores são aceitos
como líderes espirituais e
políticos.
Figura 38. Refugiados sírios em campo de refugiados na ilha de Lesbos (Grécia), 2017. A situação
dessas pessoas depende da solução da guerra civil que acontece em seu país de origem.
Ogbomosho
sul da região (figura 40). Como as reservas estavam em Ibadã
grande parte na República de Biafra, empresas transna- Lagos CAMARÕES
13° L
NÍGER
9 de março NIGÉRIA
Cerca de 15 soldados do Chade Abuja
e do Níger morreram na luta pelo CHADE
controle de Damasak e Malam Fatouri. 0 690 km Zonas controladas no
Malam nordeste da Nigéria
Fatouri Boko Haram
N
Lago Chade Contestada
Baga
Governo
O L
Damasak
Monguno CHADE Cidades reconquistadas
S
Por militares
nigerianos
12°30’ N
Marte Por militares do
7 de março Chade e do Níger
Mais de 50 pessoas morreram Mafa Capital de país
em múltiplos atentados com
explosivos em Maiduguri.
BORNO
NIGÉRIA
Fonte: elaborado com base em
GOMES, Ana Ferreira. Estado
Gulani Islâmico expande-se para a
3 de março
África Ocidental ao aceitar a
Pelo menos 45
pessoas foram fidelidade do Boko Haram.
mortas num CAMARÕES Público, 30 set. 2015. Disponível
ataque em Njaba. em: <www.publico.pt/2015/
03/13/mundo/noticia/estado-
Limites internos islamico-aceita-a-fidelidade-
0 55 110 km
Limites de país do-boko-haram-1689011>.
Acesso em: out. 2018.
América Latina
interesse por uma vaga temporária, fica difícil e Caribe
Ásia
observadores.
Fonte: elaborado com base em TREVISAN, Rita; MOÇO, Anderson.
MELLO, Patrícia Campos. Brasil ficará de fora do Conselho de Segurança Para que serve o Conselho de Segurança da ONU? Nova Escola,
da ONU ao menos até 2033. Folha de S.Paulo, 17 mar. 2017. Disponível em: 1 ago. 2011. Disponível em: <https://novaescola.org.br/conteudo/
<www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/03/brasil-antecipa-volta-para-o- 2231/para-que-serve-o-conselho-de-seguranca-da-onu>. Acesso
conselho-de-seguranca-da-onu-para-2022.shtml>. Acesso em: out. 2018. em: mar. 2015.
Atividades
1. Historicamente, qual é a principal reivindicação da política externa brasileira na ONU?
Quais são os principais argumentos dessa reivindicação?
2. Discuta com seus colegas quais são as vantagens em ser membro permanente do
Conselho de Segurança da ONU. Quais seriam as consequências para o Brasil?
1. A principal bandeira da diplomacia brasileira sempre foi a ampliação do Conselho de Segurança,
aumentando o número de membros permanentes. Isso tornaria o Sistema da ONU mais legítimo Mundo pós-Guerra Fria • Capítulo 2 69
e representativo. Além disso, refletiria melhor a atual importância dos países emergentes.
Unidas para a Organiza- Mahmoud Abbas, agora procurará conseguir a) Identifique a visão do autor sobre os Estados
ção Internacional, cuja me- todo o apoio internacional possível, afirmam Unidos no Oriente Médio.
ta era aumentar a adesão assessores, na esperança de pressionar e isolar
à Declaração das Nações Israel e aumentar o custo político da preserva- b) Você está de acordo com ela? Justifique.
Unidas. A necessidade de ção dos territórios que este ocupou na guerra
Analise o mapa
promoção e a manutenção de 19�7.
da paz entre os países le- 11. Observe o mapa da figura 18 “Estados Unidos: visão
Abbas insiste que não voltará às conversa-
varam à criação da ONU. de mundo – 2013”.
ções se Israel não decretar um congelamento
3. Sim, pois os cinco membros dos assentamentos ou não aceitar as fronteiras a) Identifique para quais países havia maior trans-
permanentes do Conselho anteriores a 19�7 como ponto de partida. Ape- ferência de tropas? Que situação comum envol-
de Segurança são os ven-
sar de o premiê israelense, Binyamin Netanyahu, via esses países?
cedores da Segunda Guer-
pedir novas negociações, [Abbas] não se mos- b) Em que parte do mundo existem mais bases
ra Mundial, que acabou há
trou disposto a considerar tais reivindicações. estadunidenses? Por quê?
mais de 70 anos. De lá para
cá, a organização mundial, 70 Unidade 1 ¥ Mundo contemporâneo
as potências mundiais e as
potências econômicas mu-
daram. Logo, não faz sen-
tido manter esses países áreas internacionais: Jerusalém e Belém. Essa decisão da ONU dos acontecimentos para tornar a aprendizagem mais signifi-
como membros permanen- foi imposta aos palestinos, que até hoje não a aceitam. cativa.
tes e com poder de veto. 5. Ainda existem alguns pontos de discórdia, como o destino 8. Entre as causas estão as reservas de petróleo, cobiçadas por
4. Passada a Segunda Guer- de refugiados palestinos, o acesso à água e a instalação de muitos países, e a composição religiosa da população, dividi-
ra Mundial, em que milha- novas colônias de judeus em território palestino. da basicamente entre muçulmanos e católicos. Nos últimos
res de judeus foram mortos
6. A concentração de riquezas nas mãos de uma pequena par- anos, a Nigéria sofre com a atuação do Boko Haram, que usa
por nazistas, em 1948 foi métodos terroristas para impor as normas da sharia.
cela da população gerou indignação, que poderia explodir a
criado o Estado de Israel.
qualquer momento, como de fato ocorreu. Analise os textos
A Palestina seria dividida
em dois países, com duas 7. A atividade pode ser realizada em duplas. Peça aos alunos que 9. Podem-se abordar no resumo: a paralisia das negociações
organizem as informações, acrescentando imagens de alguns entre líderes de Israel e Palestina pela impossibilidade de
70 UNIDADE 1 – MANUAL DO PROFESSOR
flito. No mapa, é pos-
Analise as imagens 13. A imagem abaixo é o símbolo da ONU, que apre- sível observar que os
senta um tipo de projeção cartográfica que utiliza Estados Unidos envia-
12. Veja as charges a seguir: o Polo Norte como centro do mapa. Avalie o signi- ram tropas ao Iraque ao
a) Discuta com seus colegas qual das charges ex- ficado dessa escolha. Afeganistão, países que
pressa melhor a Primavera Árabe. a superpotência ocupou
b) Faça uma charge nova, utilizando elementos das militarmente nos últi-
duas imagens. Se necessário, retome os proce- mos anos, e que pas-
saram por guerras civis.
Reprodução/<https://nacoesunidas.org>
dimentos para elaborar charges na seção Você
em ação do Capítulo 1, página 37. b) Existem diversas bases
militares estaduniden-
© Chappatte in NZZ am Sonntag, Zurique, Suíça/www.globecartoon.com
3
• Compreender o contexto
econômico e tecnológico
em que ocorrem o aumento
Consumo, meio ambiente
do consumo e o advento do
consumismo.
e tratados ambientais
• Reconhecer e estabelecer
comparações entre as dife-
internacionais
rentes fontes renováveis e
não renováveis de energia.
• Identificar e problematizar Para iniciar
as ações de organismos,
eventos e acordos interna- Nas últimas décadas, o uso dos recursos naturais tem se intensificado. Para o
cionais voltados para a análi- desenvolvimento do modo de produção capitalista é necessário cada vez mais
se e proposição de soluções matérias-primas para a fabricação de mercadorias e níveis cada vez maiores de
para os desequilíbrios so- consumo. Essa maneira de produzir e consumir gera impactos ambientais que
cioambientais globais. atingem vários países. Por isso, alguns assuntos relacionados ao meio ambiente
devem ser tratados em escala internacional. Neste capítulo, você conhecerá esses
BNCC neste capítulo modos de produzir, a relação deles com o consumidor, as fontes de energia utili-
Habilidades zadas e alguns dos principais tratados ambientais, bem como as conferências da
EF09GE02 ONU sobre o tema.
EF09GE13 Observe a imagem.
EF09GE14
1. e 2. Respostas
Texto complementar dir um curto espaço de tempo no Paraná, muda-se para o Rio de
Janeiro, onde divide ateliê com o escultor Franz Weissmann. Suas
Frans Krajcberg pinturas desse período tendem à abstração, predominando tons
Frans Krajcberg (Kozienice, Polônia, 1921 – Rio de Janeiro, Rio ocre e cinza. Trabalha motivos da floresta paranaense, com ema-
de Janeiro, 2017). Escultor, pintor, gravador, fotógrafo. […] ranhados de linhas vigorosas.
Nascido na Polônia, Frans Krajcberg chega ao Brasil em 1948, […] em 1964, instala um ateliê em Cata Branca, Minas Gerais.
procurando reconstruir sua vida após perder toda a família em A partir desse momento ocorre em sua obra a explosão no uso da
um campo de concentração durante a Segunda Guerra Mundial cor e do próprio espaço. Começa a criar as “sombras recortadas”,
(1939-1945). Com formação em engenharia e artes, realizada em nas quais associa cipós e raízes a madeiras recortadas. Nos pri-
Leningrado, sua carreira artística inicia-se no Brasil. Após resi- meiros trabalhos, opõe a geometria dos recortes à sinuosidade das
73
formas naturais. Destaca-se a importância conferida às projeções Krajcberg viaja constantemente para a Amazônia e Mato Grosso,
de sombras em suas obras. e registra por meio da fotografia os desmatamentos e queimadas
Em 1972, passa a residir em Nova Viçosa, no litoral sul da Bahia. em imagens dramáticas. Dessas viagens, retorna com troncos e
Amplia o trabalho com escultura, iniciado em Minas Gerais. In- raízes calcinados, que utiliza em suas esculturas.
tervém em troncos e raízes, entendendo-os como desenhos no […] A paisagem brasileira, em especial a Floresta Amazônica, e
espaço. Essas esculturas fixam-se firmemente no solo ou bus- a defesa do meio ambiente marcam toda a sua obra.
cam libertar-se, direcionando-se para o alto. A partir de 1978, ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural. Disponível em:
atua como ecologista, luta que assume caráter de denúncia em <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa10730/frans-krajcberg>.
seus trabalhos: “Com minha obra, exprimo a consciência revol- Acesso em: nov. 2018.
tada do planeta”.
Pedro Ladeira/Folhapress
2. Vocês acrescentariam al-
gum ponto para a reflexão
nessas duas abordagens?
A página favorece o desen-
volvimento do TC Educação
ambiental, do TC Educação
para o consumo, da CG7, da
CECH6 e da CEG6.
China 215
Iraque 197
Irã 183
Emirados Árabes
176
Unidos
Kuwait 149
Venezuela 135
Fonte: elaborado com base em REN21. Energias renováveis: relatório da situação mundial. p. 18. Disponível em:
<www.ren21.net/wp-content/uploads/2016/11/REN21_GSR2016_KeyFindings_port_02.pdf>. Acesso em: out. 2018.
Goran Tomasevic/Reuters/Fotoarena
o que é chuva ácida, como se
forma e quais seus efeitos no
ambiente. Marque um dia para
a turma apresentar o que des-
cobriu. Estimule os alunos a
conversar sobre esse fenômeno
com base em questões como:
1. Como se forma a chuva
Figura 7. Incêndio em ácida?
usina química em Mossul 2. A chuva ácida provoca im-
(Iraque), em 2016. Gases pactos ambientais? Quais?
tóxicos emitidos no Iraque 3. O que pode ser feito para
poderiam ter atingido a minimizar a emissão de
Turquia, o que foi evitado poluentes na atmosfera e
pela mudança dos ventos. evitar a chuva ácida?
No mundo atual, as mercadorias são produzidas em uma complexa cadeia Este conteúdo permite o
Contexto desenvolvimento da CG1, da
produtiva. A carne de um hambúrguer consumido na Ásia, por exemplo, pode ter
¥ O que você mais CECH6, da CEG1 e do TC Edu-
vindo de um rebanho bovino criado em áreas que já foram ocupadas por florestas gosta de comer? cação ambiental.
tropicais. O simples ato de comer um sanduíche pode estar associado à destruição Sabe como esse
alimento é
de uma floresta (figura 8).
produzido? Imagine
Para evitar a devastação ambiental sem paralisar a atividade econômica – afi- quais são os
nal é preciso produzir bens, mercadorias e alimentos para viver –, foram criados impactos causados
para produzir sua
vários acordos e tratados internacionais, desde o século XX, que regulamentam a comida predileta e
relação entre sociedade e meio ambiente. A seguir, conheça os principais. não desperdice.
• É importante explorar a
Ricardo Teles/Pulsar Imagens
diversidade de alimentos
citados pelos alunos,
como alimentos regionais
e alimentos mais saudáveis
(pode-se envolver o
professor de Ciências,
nesse caso). Compare a
produção da comida
regional, caseira, com a
das redes de fast food ou
com alimentos
industrializados, desde a
produção até seu preparo,
conservação e transporte.
Figura 8. Área de floresta
transformada em
pastagem para a criação
extensiva de gado, em
Curionópolis (PA), 2016.
Figura 10. Missão da FAO promove o desenvolvimento da agricultura em Maiduguri (Nigéria), 2017.
Texto complementar Objetivo 5: Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas.
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável Objetivo 6: Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e sanea-
Objetivo 1: Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares. mento para todos.
Objetivo 2: Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da Objetivo 7: Assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessí-
nutrição e promover a agricultura sustentável. vel à energia para todos.
Objetivo 3: Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, Objetivo 8: Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável,
em todas as idades. emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todos.
Objetivo 4: Assegurar a educação inclusiva, equitativa e de qualidade, e promover Objetivo 9: Construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva
oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos. e sustentável e fomentar a inovação.
ch
Sustentável adotou 17 Objetivos
Meridiano de Greenwi
de Desenvolvimento Sustentá-
vel (ODS), dentre eles, o objeti-
% da popula•‹o N vo 2, citado no texto. O acordo é
De 0 a 5 OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO que eles sejam implementados
Círculo Polar Antártico
De 5 a 15 O L
Mais de 15
até 2030. Veja abaixo a lista dos
Sem dados
0° S 17 ODS e, para obter mais deta-
Limites de país 0 2 400 4 800 km lhes e inseri-los em sua prática
pedagógica, sugere-se acessar
Fonte: elaborado com base em BANCO Mundial. SDG Atlas 2018. Disponível em: <http://datatopics.wordbank.org/sdgatlas/SDG-02-zero-hunger.
a página da ONU Brasil, disponí-
html>. Acesso em: out. 2018. vel em: <https://nacoesunidas.
org/conheca-os-novos-17-obje
Segundo dados da ONU de 2015, uma em cada nove pessoas no mundo (cer- tivos-de-desenvolvimento-
ca de 795 milhões) ainda é subnutrida; a maioria delas vive em países em desen- sustentavel-da-onu>. Aces-
volvimento (figura 11). Ainda de acordo com esses dados, a má nutrição causa 45% so em: nov. 2018. Aqui é pos-
sível desenvolver a habilidade
das mortes de crianças abaixo dos cinco anos, anualmente.
EF09GE02.
A agricultura é uma das atividades que mais empregam trabalhadores no
mundo atual, sendo importante fonte de renda para as famílias rurais. Dados Atividade complementar
da ONU indicam que 40% da população global vive direta ou indiretamente • Proponha aos alunos forma-
rem grupos e pesquisar da-
de recursos ligados à agricultura e cerca de 80% da comida consumida no
dos relativos à desnutrição
mundo é produzida em pequenas fazendas, que utilizam técnicas tradicionais Interprete na África. Coloque a situa-
de cultivo. ¥ Com base no mapa ção-problema: se vocês par-
Dessa maneira, para atingir o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 2 da figura 11, ticipassem de um grupo de
(Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e a melhoria da nutrição e identifique os estudos da FAO, responsá-
continentes que
promover a agricultura sustentável), seria preciso investir nos pequenos agriculto- concentram o maior
vel pela elaboração de pro-
res, ajudando-os a modernizar a produção, a manter a fertilidade do solo e a número de pessoas jetos visando ao aumento
aproveitar os recursos naturais sem exauri-los (vale lembrar que os ODS, também subnutridas. da segurança alimentar nos
são conhecidos por Objetivos Globais. Ao todo são 17 ODS, que promovem mu- países da África subsaaria-
• África e Ásia.
na, quais propostas vocês
danças nas pessoas e no planeta, sendo a erradicação da pobreza o ODS 1).
apresentariam para esses
Assim, seria possível aumentar a segurança alimentar e a nutrição dos mais países? Qual é a quantida-
pobres e a produção de alimentos não só para as comunidades locais, mas também de diária de alimento de que
para os mercados globais. uma pessoa precisa?
Entre os compromissos da FAO estão o combate à fome e à pobreza, a me- Este conteúdo favorece o de-
lhoria da nutrição, a busca da segurança alimentar, o desenvolvimento agrícola senvolvimento da CG10, da CE-
sustentável e o acesso de todas as pessoas, em todos os momentos, aos alimen- CH2, da CEG5, do TC Educação
tos necessários para uma vida saudável. alimentar e nutricional e do TC
Educação ambiental.
Consumo, meio ambiente e tratados ambientais internacionais • Capítulo 3 79
Objetivo 10: Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles. e reverter a degradação da terra e deter a perda de biodiversidade.
Objetivo 11: Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, Objetivo 16: Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento
resilientes e sustentáveis. sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições efi-
Objetivo 12: Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis. cazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis.
Objetivo 13: Tomar medidas urgentes para combater a mudança climática e seus Objetivo 17: Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global
impactos. para o desenvolvimento sustentável.
Objetivo 14: Conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares e dos recursos ONU. Conheça os novos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Disponível
marinhos para o desenvolvimento sustentável. em: <https://nacoesunidas.org/conheca-os-novos-17-
objetivos-de-desenvolvimento-sustentavel-da-onu/>. Acesso em: nov. 2018.
Objetivo 15: Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas
terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter
Reprodução/
<www.UNESCO.org >
A Unesco fomenta e coorde-
na projetos voltados para a edu-
cação, a ciência e a cultura em Coube à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cul-
diversos países. Sugerimos que tura (United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization, Unesco) (fi-
os alunos pesquisem a atuação gura 12) organizar, em 1968, a Conferência Intergovernamental de Especialistas
da Unesco no Brasil. Eles podem sobre as Bases Científicas para Uso e Conservação Racionais dos Recursos da
Figura 12. Símbolo da
consultar o site da organização. Biosfera, conhecida mundialmente como Conferência da Biosfera. Nesse evento,
Unesco.
Disponível em: <www.unesco. foi adotado um modelo de conservação ambiental que passou a ser aplicado em
org/new/pt/brasilia>. Acesso todo o mundo: estabelecer áreas naturais que deveriam ser protegidas da ação
em: nov. 2018. Biosfera humana, chamadas de Reservas da Biosfera (figura 13).
Área que compreende
todos os lugares da Terra
Texto complementar
Os desdobramentos da Conferência de Estocolmo – 1972
O cenário internacional para o debate ambiental tornou-se propício após a Conferência de Estocolmo, tanto por ter levado a temáti-
ca ao patamar de tema fundamental à humanidade com relevância global quanto pelas discussões sobre os diferentes posicionamentos
entre os países e organismos participantes, além de trazer à tona o discurso ambientalista e os conflitos inerentes ao desenvolvimento
econômico e à justiça social planetária.
De fato, mesmo antes de Estocolmo, como já apontado, foram muitos os encontros internacionais, porém, sem a mesma dimensão
no envolvimento dos países, o que passou a mudar após 1972, detonando uma sequência de eventos, conferências e o estabelecimento
de acordos sem precedentes.
No Brasil, a Reserva da Biosfera da Mata Atlântica foi criada em 1991 (figura 14). Contexto
Nela vivem várias comunidades, e muitas enfrentam dificuldades para manter o ¥ Você já visitou uma
atual estilo de vida porque leis ambientais restringem suas atividades e ainda não reserva ambiental?
foram criadas alternativas conservacionistas. Se já, onde ela ficava
e o que se lembra da
Educação ambiental é um assunto frequente nas reuniões da Unesco e foi o visita? Existe alguma
tema central de diversas reuniões na década de 1970. De modo geral, a intenção reserva ambiental
no município em
da entidade é despertar a população para uma ação comprometida com a quali-
que você vive ou
dade de vida e com a conservação ambiental. em um próximo?
Neste aspecto, embora apenas de passagem, é importante ressaltar que Estocolmo–1972 deu início a um movimento internacional
que favoreceu a legitimidade dos acordos internacionais, locais, regionais e globais, tendo em vista o princípio da responsabilidade
de todos os países com o uso dos recursos naturais disponíveis.
Desde Estocolmo, viu-se florescer, por assim dizer, os princípios do Direito Ambiental, que fomentou o surgimento de convenções e
acordos, cujo propósito, com base nos fundamentos do Direito Internacional, buscava limitar os riscos e os impactos para eventos que
pudessem trazer prejuízos ambientais globais.
[…]
FERRARI, Alexandre Harlei. De Estocolmo, 1972, a Rio+20, 2012: o discurso ambiental e as orientações para a educação ambiental nas
recomendações internacionais. p. 80-81. Tese de doutorado defendida na Unesp, campus de Araraquara, em 2014.
Disponível em: <wwws.fclar.unesp.br/agenda-pos/educacao_escolar/3226.pdf>. Acesso em: nov. 2018.
PNUMA
Criado em 1972, o PNUMA (figura 16) começou a funcionar no ano seguinte, mas
só teve uma sede definitiva em 1984, em Nairóbi (Quênia). A criação do PNUMA
permitiu o surgimento da ordem ambiental internacional, um conjunto de tratados
internacionais que buscaram regular as ações humanas sobre o ambiente (figura 17,
na página seguinte).
Reprodução/<www.pnuma.org.br>
Convenção de Viena para a Proteção da Camada de Diminuir a emissão de gases que destroem a
1988
Ozônio camada de ozônio.
Ahmed Jadallah/Reuters/Fotoarena
Figura 21. Refinaria de
“O não cumprimento da
petróleo na Arábia Saudita,
meta de Kyoto coloca a so-
ciedade em uma velocidade 2018. Os combustíveis
de emissões que nos leva a gerados do refino do
cenários bem preocupantes. petróleo geram gases de
E o que tivemos em Kyoto efeito estufa quando
pode se repetir com Paris”, queimados. Países
diz Nahur. exportadores de petróleo
Segundo Márcio Astrini, se opõem à diminuição da
coordenador de políticas emissão desses gases, pois
públicas da ONG Greenpea- perderiam mercado para
ce, o novo acordo climáti-
seus produtos.
co firmado em Paris é mais
maduro, mais próximo de
ações concretas e ocorreu 86 Unidade 1 ¥ Mundo contemporâneo
em um momento em que
não se debate mais a exis-
tência ou não das mudan-
ças climáticas – pelo menos
dentro da comunidade cien-
tífica séria.
[…] Artaxo afirma que, estrategicamente, o documento foi impor- criação dos mercados de carbono, mecanismo usado ainda hoje
tante para o reconhecimento de que o aquecimento global deve- na tentativa de controlar emissões.
IMPACTOS ria ser contido. WATANABE, Phillippe. Folha de S.Paulo, 9 dez. 2017.
Se a aplicação foi falha, o
O secretário de Mudança do Clima e Florestas do Ministério do Disponível em: <www1.folha.uol.com.br/ambiente
Protocolo de Kyoto pelo me-
Meio Ambiente, Everton Lucero, afirma que o protocolo levou à /2017/12/1941952-vinte-anos-apos-kyoto-especialistas-torcem-
nos foi “divisor de águas” e para-paris-ser-diferente.shtml>.
criação de instituições e regras para monitoramento e transpa-
popularizou o problema das Acesso em: nov. 2018.
rência na questão do aquecimento global. Outro ganho, diz, foi a
mudanças climáticas.
Figura 23. Mar encobre a faixa de areia na praia dos Ingleses, em Florianópolis (SC), em 2017. As
consequências das mudanças climáticas já são realidade em muitas cidades litorâneas brasileiras.
Jorge Araújo/Folhapress
existem iniciativas como essas,
como elas poderiam ser incenti-
vadas? Essas e outras questões
estimulam o desenvolvimento
da CEG5.
Figura 24. ONGs realizam protesto contra a utilização de combustíveis fósseis, durante a Rio+20,
no Rio de Janeiro (RJ), 2012.
Rio+20
<www.rio20.gov.br> Pensar em formas de produção que gerem poucos impactos ambientais e
O site traz informações promovam o acesso dos mais pobres a uma vida melhor é bastante complexo.
sobre a Conferência das
Com a globalização, em geral, aumentam as dificuldades para conseguir emprego
Nações Unidas sobre
Desenvolvimento e a riqueza fica concentrada, o que resulta em elevado nível de desemprego, até
Sustentável, a Rio+20, mesmo de mão de obra qualificada, como se verifica atualmente em países como
ocorrida em 2012.
Descubra mais sobre a Espanha e Grécia.
importância desse Na Rio+20, pela primeira vez na história da ONU, um cidadão pôde se mani-
encontro e seus
principais resultados
festar diretamente, sem precisar estar vinculado à delegação de um país ou ser
acessando as diversas membro de uma ONG. Leia a seção Olhar cidadão, na página seguinte.
seções em “Sobre a
Conferência”.
Além disso, esse evento também teve como objetivo discutir novas formas de
organização dos países para enfrentar esses desafios.
88 Unidade 1 ¥ Mundo contemporâneo
Estande no calçadão da praia de Copacabana, no Rio de Janeiro (RJ), 2012, onde foram apresentados projetos como parte
da mobilização da cidade pela Rio+20. 1. Resposta pessoal. Discuta com os alunos possibilidades e limitações da utilização da
internet para decisões referentes a questões políticas, principalmente sobre o que envolve a participação ativa da sociedade em
discussões multilaterais que, em geral, ficam a cargo dos Estados, seus agentes centrais. No entanto, é importante
Atividades analisar em que medida as contribuições dos internautas são, de fato, incorporadas nas decisões finais.
1. Você acredita que a internet pode ser usada para decidir questões políticas?
2. Qual assunto entre os apresentados no texto você julga ser mais importante? Justifique.
2. Resposta pessoal. Independentemente do tema que cada aluno escolher, é importante refletir sobre a necessidade de discussão
dos assuntos de interesse comum em fóruns Consumo, meio ambiente e tratados ambientais internacionais • Capítulo 3 89
multilaterais, pois eles demandam cooperação entre os países.
Ricardo Silva/Fotoarena
podem, por exemplo, criar ví- recicláveis, a fim de dar
deos para serem divulgados destinos diferentes para
em redes sociais, orientando eles e contribuir para a
a população sobre a correta conservação do meio
ambiente.
separação do lixo ou incenti-
vando os moradores e o poder
público a criar um programa
com essa finalidade. Desenvol-
ve-se, dessa forma, a CG10, a
CECH3, a CECH6, a CEG7 e o TC
Educação ambiental.
Greenpeace Brasil
<www.greenpeace.org/
brasil/>
O site dessa organização
ambientalista
disponibiliza diversas
informações sobre o
Figura 25. Em Blumenau (SC), existem coletores de materiais recicláveis e também de lixo não
meio ambiente e os
projetos em prol de sua reciclável. Foto de 2018.
proteção.
A escala de ação regional ocorre quando um problema abrange mais de um
município. Por exemplo, a gestão da bacia hidrográfica de um rio exige uma aná-
lise regional, pois o rio atravessa muitos municípios.
ONGs que trabalham na escala nacional têm seu foco nos grandes temas re-
lacionados ao ambiente, como a conservação de determinado bioma (a Mata
Atlântica no Brasil, por exemplo) e a escolha da fonte adequada para gerar energia
Quem se importa? elétrica. Essas organizações costumam manter escritórios e ativistas em várias
Direção: Mara Mourão.
cidades do país que, de algum modo, estejam envolvidas com o problema.
Brasil: Mamo Filmes/ Existem, por fim, as ONGs internacionais. Elas funcionam como uma organi-
Grifa Filmes, 2012. zação internacional, com sedes locais, mas conectadas a um comando central, que
93 min.
influencia bastante a atuação no país em que operam. Como exemplo, podem-se
Filmado em sete países,
o documentário citar organizações que lutam contra a instalação de usinas nucleares para gerar
acompanha 18 energia e pelo controle das emissões de gases de efeito estufa.
empreendedores e suas
ideias e ações pelo
Os temas ambientais internacionais estão em discussão há bastante tempo e
mundo. O filme serve devem continuar a ocupar a agenda política de muitos países. Afinal, esses temas
de inspiração para as têm origem, consequências e eventuais soluções sempre envolvendo mais de um
pessoas tomarem
consciência do próprio
país. As ONGs ajudam nesse processo ao denunciar ações como contaminação
poder de transformação, ambiental ou o desmatamento de uma área natural protegida, mas não participam
para mudar realidades das decisões, que ocorrem nas reuniões das Convenções Internacionais Ambientais.
sociais, ambientais e
políticas.
O Brasil tem uma posição de destaque nas discussões ambientais internacionais.
Veja a seção Enquanto isso no Brasil na página seguinte.
90 Unidade 1 ¥ Mundo contemporâneo
Atividade
¥ Discuta com os colegas: o Brasil pode ser considerado uma potência ambiental?
Justifique.
a cidadania. O L
Pratique S
te de resíduos perigosos,
Greenwich
te no período de atuação
a) Com base no mapa apresentado, identifique os continentes onde se encontram as regiões que sofrem
da ONU. Podem fazer uma
grave degradação da vegetação.
análise comparativa en-
tre a Conferência de Meio b) Observe o mapa da figura 11 “Planisfério: desnutrição – 2015 (% da população)” e compare-o com o mapa
Ambiente Humano (1972) desta página, “Planisfério: degradação da vegetação – 2000-2016”. Identifique uma região onde a desnu-
e a Conferência das Na- trição é grande e onde também ocorre a grave degradação da vegetação.
ções Unidas para o Meio c) A pobreza é o único fator de degradação da vegetação? Justifique.
Ambiente e o Desenvolvi-
mento (1992). Podem tratar 92 Unidade 1 • Mundo contemporâneo
do surgimento do Programa
das Nações Unidas para o
Meio Ambiente e dos entra-
ves políticos, econômicos e 3. Sugira uma pesquisa dos resultados da Rio-92 para enrique- 5. a) Refere-se ao conhecimento das populações tradicionais, pas-
sociais enfrentados na im- cer a reflexão sobre o impacto das decisões, como a mitiga- sado oralmente de geração em geração. A sabedoria desses
plementação de políticas ção das mudanças climáticas, a proteção da biodiversidade povos é de grande riqueza e diversidade, assim como uma
socioambientais. Podem, biblioteca. Perder qualquer um dos dois é inestimável quan-
e as metas definidas na Agenda 21.
ainda, destacar o papel
de fóruns de discussão de 4. Utilizar de forma consciente e racional os recursos naturais do considerado o valor do conhecimento.
questões ambientais, co- para reduzir a pressão sobre o ambiente e diminuir os resí- b) A discussão deve valorizar o conhecimento das comunida-
mo a Convenção do Clima duos; combater a pobreza com a criação de empregos e renda des tradicionais e sua importância para novas descobertas.
e a Convenção da Diversi- a partir de atividades que não degradem o ambiente, como nos 6. Os combustíveis fósseis apresentam elevado poder calorífe-
dade Biológica. programas da Unesco na Reserva da Biosfera de Bia, em Gana. ro, porém são recursos finitos e poluentes. Já os biocombus-
b) A valorização da mulher
do meio rural – o con-
curso pode ajudar na
valorização de suas ati-
vidades; produção sus-
Tira de Mafalda, do tentável – a produção de
cartunista argentino alimentos sem o uso de
Quino. agrotóxicos e com ma-
QUINO. Toda Mafalda. São Paulo: Martins Fontes. nejo do solo, importante
por questões ecológicas,
Analise o texto e a imagem
econômicas e de saúde;
9. Leia o texto a seguir e observe a foto para respon- a) Identifique no texto os objetivos do concurso. atividade de empreende-
der às questões. b) Indique três fatores ligados ao projeto e avalie dorismo que proteja a di-
FAO realiza concurso de receitas e sua importância para a sociedade. versidade ecológica – é
negócios sustentáveis para mulheres rurais importante que sejam
c) Elabore um texto explicativo para a imagem da desenvolvidos projetos
notícia.
Reprodução/FAO, Organização das Nações
Unidas para Alimentação e Agricultura
de produção agrícola que
não agridam o meio am-
Trabalhe em grupo biente.
c) O texto deve conter ele-
10. Em grupo, escolham uma ONG ambiental que atua
mentos que aparecem
no seu município ou estado e pesquisem informa-
na imagem: mulheres
ções sobre o trabalho que ela desenvolve.
rurais, produtos orgâ-
a) Pesquisem em jornais, revistas e na internet e nicos, frutas tropicais,
procurem saber: receitas caseiras.
A campanha #Mulheres Rurais, Mulheres com Direitos
• os principais pontos que a ONG defende; Trabalhe em grupo
promove o reconhecimento das contribuições das
agricultoras para a produção sustentável de alimentos. • quando foi criada; 10. Se possível, organize uma
• como funciona; visita da turma a alguma
Estão abertas até 30 de setembro as inscri-
• como consegue recursos para se manter; ONG que atue no municí-
ções para o concurso Saberes e Sabores: as Mu- pio. A atividade deve ser
• quais são os principais desafios a enfrentar.
lheres Rurais no resgate da alimentação tradi- estruturada antes da saída
cional saudável e na proteção à biodiversidade. b) Na classe, partilhem as informações descobertas a campo. Para isso, procu-
É possível concorrer em duas categorias: recei- e discutam: Qual a importância das ONGs na re identificar uma ou mais
tas e saberes gastronômicos ou empreendimen- preservação do meio ambiente?. Justifiquem ONGs e faça contato com
tos agrícolas. A iniciativa é da Organização das com exemplos estudados no capítulo. suas lideranças para pos-
Nações Unidas para a Alimentação e a Agricul- 11. Em grupo, elaborem uma campanha contra o con- sibilitar a visita.
tura (FAO) e da ONU Mulheres. sumismo e divulguem-na na escola. 11. A atividade consiste em fa-
A premiação busca valorizar o papel das a) Escolham o tema: consumismo de qual produto?
zer a conexão entre o con-
mulheres rurais na produção sustentável de Podem ser produtos consumidos na escola, ou
sumismo e o desperdício
alimentos saudáveis e nutritivos. Outro objeti- um produto da moda, ou mesmo desperdício de
de recursos naturais. Peça
vo é reconhecer seus conhecimentos ancestrais água e comida no intervalo da escola.
aos alunos que pesquisem,
e atividades de empreendedorismo que prote- por exemplo, a quantidade
b) Pesquisem sobre a publicidade que incentiva o de água gasta na fabrica-
gem a diversidade biológica. O prêmio é parte
consumismo do produto escolhido ou ações da ção de um produto que uti-
da campanha #Mulheres Rurais, Mulheres com
sociedade que induzem ao desperdício do recur- lizam no dia a dia.
Direitos, implementada pelas duas agências da
so escolhido.
ONU e parceiros do governo brasileiro. [...]
FAO realiza concurso de receitas e negócios sustentáveis para c) Escolham o slogan da campanha, pensem nas
mulheres rurais. ONUBR, 12 jul. 2018. Disponível em: <https://
nacoesunidas.org/fao-realiza-concurso-de-receitas-e-negocios-
ferramentas e nos locais de divulgação (escola
sustentaveis-para-mulheres-rurais/>. Acesso em: out. 2018. ou comunidade).
Cartaz instalado pelo coletivo Brandalism Artista retrata problemas Ex-presidente dos Estados Unidos
critica o excesso de consumo e a socioambientais enfrentados pela Barack Obama. O coletivo critica os
produção de lixo associada às grandes população que vive nas grandes cidades. impactos ambientais provocados pelas
marcas. Paris, 2015. Paris, 2015. atividades petrolíferas estadunidenses.
Paris, 2015.
e os artistas utilizaram
esses locais para
de contribui para o desenvol-
parodiá-los. vimento da CG3.
2. Resposta pessoal. Em resumo
Espera-se que o aluno
indique que as Esta seção, presente ao final
intervenções urbanas de todas as unidades deste vo-
propostas pelo coletivo
de arte Brandalism lume, resume em tópicos os te-
produzem um conteúdo mas estudados nos capítulos 1,
crítico ao papel das
grandes corporações
2 e 3. Ela pode ser utilizada pelos
internacionais na vida da alunos, por exemplo, para a reali-
população, sobretudo zação de uma espécie de autoa-
em relação ao consumo
excessivo e aos valiação: Quais são os temas que
impactos provocados no eu preciso revisar?
meio ambiente.
A seção tem o objetivo
de ampliar o repertório
cultural dos alunos e Para aferir os conhecimen-
discutir criticamente a
Primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe (1954-), é retratado pelos artistas do coletivo de arte atuação das corporações
tos dos alunos a partir do es-
Brandalism, como forma de criticar as elevadas emissões de gases de efeito estufa, que internacionais na vida da tudo desta unidade, apresente
contribuem para as mudanças climáticas em curso. Paris, 2015. população. Aproveite o a Proposta de acompanha-
momento para
aprofundar a discussão mento de aprendizagem,
sobre o papel dos diponível no material digital.
Atividades dirigentes dos países
que assinaram o Acordo
1. Por que o coletivo de arte escolheu instalar os cartazes em pontos de ônibus da de Paris para adotar
cidade de Paris? medidas de controle das
mudanças climáticas em
2. Em sua opinião, qual a importância das intervenções urbanas realizadas pelo cole- curso, bem como sobre
tivo de arte? aácapacidade das
propagandas e anúncios
de estimular o consumo
excessivo e provocar
diversos impactos na
Em resumo vida das pessoas e no
meio ambiente.
2
das múltiplas características
do continente europeu, como os Unidade
aspectos físicos, ambientais e
político-econômicos. A aborda-
gem integrada desses aspectos
em três capítulos possibilitará
o velho mundo
estabelecer relações entre os
conteúdos propostos, de modo
que o aluno possa desenvolver
se renova
a leitura do mundo com base em
espaços distintos daqueles de
seu cotidiano. Mobiliza-se, as-
sim, a CECH5 e a CEG3.
Aproveite a oportunida-
de para consultar o Plano
de desenvolvimento do bi- CAPÍTULOS
mestre, disponível no mate-
rial digital. 4 Quadro físico e
recursos naturais
da Europa
Habilidades da BNCC
5 Europa: economia,
trabalhadas nesta sociedade e
unidade integração
EF09GE02 Analisar a atuação
6 Rússia e Turquia:
das corporações internacio- a transição
nais e das organizações eco- euro-asiática
nômicas mundiais na vida da
população em relação ao con-
sumo, à cultura e à mobilidade.
EF09GE07 Analisar os com-
ponentes físico-naturais da
Eurásia e os determinantes
histórico-geográficos de sua
divisão em Europa e Ásia.
EF09GE08 Analisar trans-
formações territoriais, con-
siderando o movimento de
fronteiras, tensões, confli-
tos e múltiplas regionali-
dades na Europa, na Ásia e
na Oceania.
EF09GE09 Analisar caracte-
rísticas de países e grupos de
países europeus, asiáticos e
da Oceania em seus aspectos
populacionais, urbanos, polí-
ticos e econômicos, e discutir Manifestantes em Londres (Reino Unido)
suas desigualdades sociais e contra a saída do Reino Unido da União
econômicas e pressões so- Europeia, em 2016.
bre seus ambientes físico-
-naturais. 96
EF09GE10 Analisar os im-
pactos do processo de in-
dustrialização na produção
e circulação de produtos e
culturas na Europa, na Ásia EF09GE14 Elaborar e interpretar gráficos de barras e de setores, EF09GE16 Identificar e comparar diferentes domínios morfocli-
e na Oceania. mapas temáticos e esquemáticos (croquis) e anamorfoses geo- máticos da Europa, da Ásia e da Oceania.
gráficas para analisar, sintetizar e apresentar dados e informa- EF09GE17 Explicar as características físico-naturais e a forma
EF09GE13 Analisar a im-
ções sobre diversidade, diferenças e desigualdades sociopolíticas de ocupação e usos da terra em diferentes regiões da Europa, da
portância da produção
agropecuária na sociedade ur- e geopolíticas mundiais. Ásia e da Oceania.
bano-industrial ante o proble- EF09GE15 Comparar e classificar diferentes regiões do mundo EF09GE18 Identificar e analisar as cadeias industriais e de inova-
ma da desigualdade mundial com base em informações populacionais, econômicas e socioam- ção e as consequências dos usos de recursos naturais e das di-
de acesso aos recursos ali- bientais representadas em mapas temáticos e com diferentes ferentes fontes de energia (tais como termoelétrica, hidrelétrica,
mentares e à matéria-prima. projeções cartográficas. eólica e nuclear) em diferentes países.
Atividade
¥ O que você sabe sobre a União Europeia? Quais são as vantagens de um país
entrar ou permanecer em um bloco de integração política e econômica?
97
4
• Conhecer os principais as-
pectos físicos (relevo, hidro-
grafia, clima e vegetação)
do continente europeu e
Quadro físico e recursos
associá-los à ocupação e
à transformação do espa-
naturais da Europa
ço dessa região.
• Identificar e problematizar os
principais desafios da Euro-
pa na atualidade, em especial Para iniciar
1. Trata-se de uma fonte
no que se refere à produção de energia considerada
sustentável de energia para limpa (por não emitir Neste capítulo você vai conhecer características do quadro físico do continen-
gases tóxicos), de
a manutenção do modo de baixo impacto
te europeu, que tem um relevo diversificado, combinando elevadas e baixas alti-
vida de seus povos. ambiental e tudes, e sua relação com a produção e o modo de vida europeus. Na Europa,
inesgotável.
2. O potencial de energia muitos rios são usados como hidrovias, tornando-se um importante elo entre os
BNCC neste capítulo solar é maior em países. O clima, de temperaturas mais baixas se comparadas às dos trópicos, exi-
regiões que
Habilidades apresentam altas ge maior consumo de energia. Por isso, garantir o suprimento de energia limpa e
EF09GE07 temperaturas, baixa segura tem sido um dos desafios do continente.
nebulosidade e poucas
EF09GE16 chuvas. Veja a imagem a seguir.
EF09GE17
Orientações didáticas
Para iniciar
Verifique se os alunos co-
nhecem o sistema de geração
de energia solar. Questione-os
se essa opção seria viável na
região em que vivem, conside-
rando os aspectos climáticos Usina solar localizada na província de Badajoz (Espanha). Fotografia de 2016.
regionais, como a quantidade
de dias ensolarados ao longo 3. O sul da Europa é a Atividades
do ano. Informações a esse região mais favorável
ao aproveitamento da 1. Quais são as vantagens do uso da luz solar para a geração de energia?
respeito podem ser encontra-
energia solar porque é
das em: ENERGIA solar. Dispo- a que apresenta as 2. Quais são as condições naturais que favorecem o aproveitamento da energia solar?
nível em: <www2.aneel.gov. temperaturas mais
elevadas do continente
3. Você saberia dizer qual região da Europa é mais favorável ao aproveitamento da
br/aplicacoes/atlas/pdf/03- e poucas chuvas. energia solar? Por quê?
energia_solar(3).pdf>. Acesso
em: nov. 2018. 98 Unidade 2 ¥ Europa: o velho mundo se renova
Este conteúdo mobiliza a
CEG1 e o T C Ciência e tecno-
logia.
0º
OCEANO GLACIAL ÁRTICO Península
pode ser melhor observada no
Porção de terra emersa
Meridiano de Greenwich
cercada de água em
mapa “Europa: relevo” da pá-
todas as direções, gina 100.
exceto em uma delas, Este conteúdo mobiliza
Círculo Polar Ártico
pela qual se liga a um
continente.
as habilidades E F09GE07 e
á lti c o
ÁSIA E F09GE17.
ar B
Mar
do
M
Norte OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
Mar
ATLÂNTICO Mar
Negro
Cásp
Mar
io
Med
iterrâ
neo
N
Mar da
Nápoles: o homem
Ma
O L
do monte Vesúvio
erm
ÁFRICA
Mar da
elh
Arábia Golfo de
Produção: Rádio
o
S Bengala
0 1585 3170 km Limites de pa’s Audições Itália (RAI).
OCEANO ÍNDICO
Itália, 2016. 13 min.
Fonte: elaborado com base em IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 32.
Nesse documentário, é
retratada a cidade de
Grande parte da Europa apresenta altitudes mais baixas, até 200 m (veja o Nápoles, com quase 1
mapa da figura 3 na próxima página). Elas correspondem a planícies localizadas milhão de habitantes. Sua
em bacias sedimentares, como a planície Germano-Polonesa, junto ao mar Bálti- população vive na base
do vulcão mais temido do
co, e a planície Sarmática, que se projeta na direção nordeste. mundo. O personagem
Nas altitudes mais baixas ocorre o aproveitamento agrícola. Em países como central é um napolitano
que trabalha como guia
França, Itália, Espanha e Portugal, por exemplo, são cultivadas uvas para a produ- turístico. Apaixonado pelo
ção de vinhos. Espanha e Portugal também se destacam como produtores de monte Vesúvio, ele conta
azeitonas. Mais ao norte, nos Países Baixos, ocorre a criação intensiva de animais um pouco das histórias
desse gigante atualmente
combinada à agricultura. Nas planícies Germano-Polonesa e Sarmática é mais adormecido.
frequente a produção de cereais, como ocorre na Alemanha e na Polônia.
Quadro físico e recursos naturais da Europa • Capítulo 4 99
S
Península
M
VO
O
de Kola
Por exemplo, as grandes planí-
N
NA
ga
TE
ue
S
ND
cies encontram-se em regiões CA
or
Gree no de
U
I
RA
N
CA
ÁT
h
de altitudes de 0 a 200 me-
nwic
da
IS
RM
ES
ar
dia
M SA
S
tros, e as cadeias montanhosas E
Meri
I
PE
ÍC
AN
AL
atingem altitudes superiores a PL
3 000 metros. Galdhopiggen
(2 472 m) PLANALTO
o
DE VALDAI
lti c
Outro aspecto marcante da
Bá
Mar do PLANALTO
geografia física da Europa é o PLANALTO DE VOLGA
ar
Norte
M CENTRAL RUSSO
litoral bastante recortado, dan- ÁSIA
do origem a penínsulas, golfos, PLANÍCIE GERMANO-POLONESA
a
ch
mares, fiordes (na Noruega, OCEANO an
C a na l d a M Tatra DEPRESSÃO
principalmente), entre outras ATLÂNTICO (2 642 m) CASPIANA Mar
CÁR Cáspio
configurações de relevo. Baía
PA
T Elbrus
MACIÇO
OS
Essas características foram de S Glockner (5 633 m)
CENTRAL P E (3A797 m) CÁUCASO
Biscaia
FRANCÊS AL lp
consideradas pelas populações Mt. Branco
(4 807 m)
es
Di Mar Altitude
Pireneus ná
em seus processos de uso e ar Negro (em metros)
M
Ap ric
en Ad os
Península Aneto in riá BÁLCÃS
ocupação do território euro- Ibérica (3 404 m) ar
os tic
o Olimpo
4 000
3 000
M
Ti (2 917 m)
peu, como a intensa ocupação rre Vesúvio 2 000
Pin
no (1277 m) ÁSIA 1000 N
Ma
do
agropecuária nas planícies, as Mulnacén Etna Mar
500
r
E st (3 748 m) (3 323 m) 200
reito ge
E
aglomerações urbanas às mar- de Gibraltar Mar M Jônico u 0 O L
ed -28
it
gens dos rios e a construção de 0 540 1 080 km er
ÁFRICA rân Pico S
0° eo
portos no litoral.
Fontes: elaborado com base em IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 42; CALDINI, Vera;
ÍSOLA, Leda. Atlas geográfico Saraiva. São Paulo: Saraiva; 2013. p. 114.
A leste, junto ao mar Cáspio, está a depressão Caspiana, que fica cerca de 28 m
abaixo do nível médio do mar, e a oeste formação semelhante, de menor extensão,
nos Países Baixos. Ainda no extremo leste encontram-se os montes Urais, conside-
rados o limite entre a Europa e a Ásia.
Na península da Escandinávia, no norte da
AZAM Jean-Paul/hemis.fr/Easypix Brasil
Atividade
• Observe no mapa acima a localização de Áquila. Faça uma pesquisa na internet e descubra por que ocorrem
terremotos na Itália, como o de Áquila.
h
curso estão importantes cidades eu-
nwic
te rodoviário.
Gree
OCEANO
Ri
o ropeias, como Viena (Áustria), Buda-
no d e
al
Chame a atenção dos alunos
D
ATLÂNTICO Rio Volga
peste (Hungria), Bratislava (Eslováquia)
r al
U ÁSIA
io
ia
para a importância da inser-
e Belgrado (Sérvia). Ele é usado para
Merid
R
Mar do
ção da variável ambiental no Norte Mar
oE
Ri o
ampliação ou a adequação de
ístu
oR
Dn
lb
por navios de carga. Em 1992 foi con-
a
i
la
en
trechos navegáveis de rios e la- io
ep
R
M
o
S ar
er
Cá
en
gos. Alterações nas calhas de s
cluído o canal Reno/Meno/Danúbio
a
pi
o
(figura 6), que ligou esses rios, aumen-
Rio Pó Rio
rios (aprofundamento, alarga- Dan
úbi o Mar Negro
Rio Douro N
mento, construção de eclusas, Rio Tejo tando para 3 200 km o percurso flu-
O L
entre outras) podem alterar o ÁSIA vial, ligando o mar do Norte ao mar
regime de vazão de rios e la- S
Negro, o que intensificou o fluxo de
0 570 1 140 km
gos, provocando interferências ÁFRICA
navios no rio Danúbio.
Mar Mediterrâneo
nos ecossistemas aquáticos. Fonte: elaborado com base em IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 42.
Aqui se contempla a CECH3
e a CEG1.
Claude Huot/Shutterstock
Delta
Área na qual o rio
Aproveite a oportunidade chega ao mar, por
para trabalhar com os alu- meio de vários canais.
nos a Sequência didática Um delta pode
resultar da dinâmica
1: A hidrografia europeia,
fluvial, quando o rio
disponível no material digital. deposita sedimentos
em áreas de pequena
oscilação de marés,
mas também pode
resultar da dinâmica
das marés, que, caso
sejam intensas,
podem criar bancos de
areia na foz do rio,
produzindo um delta. Figura 6. Navio no canal Reno/Meno/Danúbio, em Nuremberg (Alemanha), 2017. Ao fundo,
observa-se uma eclusa, construção que possibilita às embarcações que subam ou desçam por
áreas de um rio com grandes desníveis.
Texto complementar
Hidrovias no Brasil: perspectiva histórica, custos e institucionalidade
De forma geral, a diferença de custo entre o transporte hidroviário, o ferroviário e o rodoviário é considerável. Isto é válido tanto em
uma hidrovia com condições naturais favoráveis, onde apenas pequenas intervenções de dragagem sejam necessárias, quanto em hi-
drovias que demandem até a construção de eclusas. Como há uma clara vantagem do transportador hidroviário (privado) em relação
às ferrovias e rodovias, por incorrer em custos bem mais baixos que o frete que consegue cobrar, parte dos custos com a implantação e
manutenção das hidrovias pode ser bancada por eles. Em outras palavras, a cobrança de alguma forma de pedágio pelo uso da hidro-
7º L
deveriam adotar a cobrança de
pedágio para o transporte hidro-
viário no Brasil. Pergunte aos
alunos o que acham dessa pro-
pe posta. Motive-os a buscar mais
Rio Lip
Rio
Re
Bottrop Gelsenkirchen
Dortmund
Oberhausen
Essen Bochum
Rio R u h
r
Duisburg
O L
Limites internos
S Fonte: elaborado com base em
Rios Diercke Drei Universalatlas.
0 9 18 km
Cidades Braunschweig: Westermann
Schulbuch, 2017. p. 51, 54.
Outros rios de destaque são o Volga, o mais extenso da Europa (3 692 km),
que está localizado na Rússia, onde passa pela capital, Moscou, e por uma zona
industrializada; o Sena (776 km), por onde passam navios que levam produtos
industriais fabricados na França até o canal da Mancha (braço de mar que liga o
oceano Atlântico ao mar do Norte, separando a Grã-Bretanha da França); e o
Douro (897 km), localizado na península Ibérica, que passa por Portugal e Espanha
e tem em suas margens os cultivos de azeitona e de uva (figura 8).
LuisCostinhaa/Shutterstock
via é possível, permitindo ao transportador hidroviário privado ainda obter lucro em sua operação. A arrecadação com o pedágio per-
mitiria, também, a manutenção e melhoria da hidrovia, atraindo mais usuários. A criação de uma entidade responsável por manter e
operar as hidrovias, cobrando pedágio pelo uso da infraestrutura construída, é viável economicamente e permitiria a manutenção das
condições de navegabilidade das hidrovias com baixa dependência do orçamento público. […]
POMPERMAYER, Fabiano M.; CAMPOS NETO, Carlos; PAULA, Jean M. de. Hidrovias no Brasil: perspectiva histórica,
custos e institucionalidade. Texto para Discussão, Brasília/Rio de Janeiro, p. 33-34, fev. 2014.
Disponível em: <http://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/2714/1/TD_1931.pdf>.
Acesso em: nov. 2018.
Stelian Porojnicu/Alamy/Fotoarena
seu delta. Com esse conteú-
do é desenvolvida a habilidade
EF09GE17, bem como a CEG5.
No delta do Danúbio vivem 331 espécies de pássaros em uma área de aproximadamente 6 260 km2.
Muitas aves passam por lá quando estão migrando. Outras a têm como local para procriar. Vivem no
delta diversas espécies de peixes, anfíbios e répteis, além de insetos, aranhas, moluscos e crustáceos,
totalizando mais de 4 mil espécies. Em relação à flora, são mais de 2 mil espécies, com destaque para
plantas aquáticas.
Diferentemente de outras unidades de conservação, na Reserva da
Unidade de
Biosfera do Delta do Danúbio a presença de população tradicional é admitida. conservação
Em 25 localidades com presença humana, viviam cerca de 15 mil pessoas em Área delimitada
2015, de acordo com a Autoridade da Reserva da Biosfera do Delta do Danúbio. protegida por lei com o
Elas vivem da pesca (cerca de 20%) e da agricultura (cerca de 30%), mas de- objetivo de preservar
e/ou conservar suas
senvolvem também outras atividades, como o comércio (16%) e o turismo condições naturais.
(15%). As demais atividades estão voltadas à gestão da área e aos serviços de
saúde e educação.
• Considerando que a região do delta do rio Danúbio está preservada, diversas espécies de pássaros
Atividade encontram boas condições de alimentação (elevada biodiversidade) e de sobrevivência (habitat
conservado), seja de forma permanente, seja no período de migração ou reprodução.
• Quais condições ambientais do delta do Danúbio levam a atrair tantos pássaros?
Cí
rcu
lo
OCEANO N elevada dependência regional e
Po GLACIAL
lar
Árti
co ÁRTICO
O L
global das fontes não renováveis
e fósseis. Sugerimos retomar as
h
nwic
S
discussões sobre as fontes de
Gree
ATLÂNTICO
tulo 3. Este conteúdo contempla
dian
tecnologia.
Mar do Mar
Norte Báltico
ÁSIA
Petróleo
(grandes depósitos)
Petróleo
M Gás natural
ar
Cá Carvão
sp (grandes depósitos)
io
Mar Negr
o Carvão Fonte: elaborado com base em
Minério de ferro CALDINI, Vera; ÍSOLA, Leda.
Cobre Atlas geográfico Saraiva. São
ÁSIA Paulo: Saraiva, 2013. p. 186;
Chumbo
Zinco
BOCHICCHIO, Vincenzo R. Atlas
0 550 1100 km
Mar mundo Atual. São Paulo: Atual,
ÁFRICA Bauxita
0° Mediterrâneo 2009. p. 63.
Texto complementar
Usos da radiação ionizante na saúde
A radiação ionizante, ao atravessar um material, pode provocar mudanças nos átomos e nas moléculas, enquanto, ao mesmo tempo,
a própria radiação sofre atenuação. Essas características são usadas para diagnósticos, tratamentos, esterilização de material hospita-
lar ou de alimentos, controle de insetos transmissores de doenças, dentre outras aplicações em Saúde. Os radioisótopos são escolhidos
de forma a ter a energia e a meia-vida conveniente para cada utilização específica. […]
A atenuação da radiação ao atravessar um material depende do seu número atômico e da sua densidade. Por exemplo, em nosso cor-
po, os ossos atenuam mais a radiação que o tecido mole; a atenuação também pode indicar alterações no tecido (inflamações, infecções
ou presença de formações não esperadas, como nódulos benignos ou malignos). É possível, então, usar a radiação para adquirir uma
imagem anatômica, através da transmissão de raios X.
Manifestação contra o
uso de energia nuclear
em Chalampé (França),
2014.
Atividade
¥ Reúna-se com alguns colegas e, em grupo, façam uma pesquisa sobre os impactos da radiação nuclear
nos seres humanos. Procurem saber:
a) qual é a relação entre o tempo de exposição e os efeitos que ela pode causar;
b) quais foram os principais acidentes nucleares já ocorridos e quais foram suas consequências.
Os raios X são colimados em direção aos órgãos em estudo do paciente, através do ajuste do equipamento, para atingir a região de
interesse. A fim de evitar a radiação espalhada para regiões do corpo que não precisam ser irradiadas, são usadas proteções para ór-
gãos específicos, como gônadas ou tireoide. Na radiologia diagnóstica, os raios X são atenuados de forma diferenciada, dependendo da
densidade do órgão em estudo. Os equipamentos mais simples usam chapas fotográficas para a obtenção da imagem. Em equipamen-
tos mais sofisticados, a chapa fotográfica é substituída por detectores cintiladores, cuja informação é processada com técnicas digitais,
produzindo imagens diretamente na tela de um computador. […]
CARVALHO, Regina P. de.; OLIVEIRA, Silvia Maria V. de. Aplicações da energia nuclear na saúde. São Paulo/Viena: SBPC/IAEA, 2017. p. 37.
Disponível em: <www.cnen.gov.br/images/cnen/documentos/edu cativo/aplicacoes-energia-nuclear-na-saude.pdf>.
Acesso em: nov. 2018.
h
enwic
calor) e no inverno (nevascas). lar ÁRTICO
Ár
tic
o
re
Este item mobiliza as habili-
de G
dades EF09GE16 e EF09GE17,
iano
bem como a CG1.
Merid
OCEANO
ATLÂNTICO
Mar
do
Norte ÁSIA
Temperado
Mediterrâneo
Frio
Mar
Frio de Altitude
Cáspio
Polar
Mar Negro N
O L
Fonte: elaborado com base
ÁSIA
em CALDINI, Vera; ÍSOLA,
S
Leda. Atlas geográfico
Mar
ÁFRICA
0 615 1 230 km
Saraiva. São Paulo: Saraiva,
Mediterrâneo
2013. p. 170.
Ivoha/Alamy/Fotoarena
ian woolcock/Alamy/Fotoarena
Figura 12. Ponte Carlos, em Praga (República Tcheca), no verão Figura 13. Ponte Carlos, em Praga (República Tcheca), no
de 2016. inverno de 2016.
ch
o
Po
enwi
lar ÁRTICO mem o mapa da figura 5 “Europa:
te do continente europeu (figura 14). Ob- Ár
tic
principais rios – 2016”, na página
e Gre
o
serve, no mapa, que predomina uma plu- 102. Comente que a região mais
d
ano
viosidade média entre 500 e 1 000 mm por chuvosa do continente engloba
di
OCEANO
ano. Na faixa de clima Polar chove menos,
Meri
ATLÂNTICO ÁSIA rios perenes e que é importante,
entre 250 e 500 mm por ano, mesmo vo- por exemplo, para a implantação
lume que ocorre na Andaluzia (Espanha) e Mar
do
de hidrovias.
no leste do continente. N Norte
Fique por dentro
O L Leia com os alunos o artigo
S sobre as tempestades de 2018
Mar
Cáspio
que causaram inundações histó-
Mar Negro ricas em Veneza (Itália). Comen-
Alterações climáticas – Agência Europeia te que o fenômeno da maré alta
do Ambiente em Veneza, chamada de águas
‹www.eea.europa.eu/pt/themes/climate/intro› 0 615 1 230 km Mar
Precipitação média altas, sempre existiu, pois ela é
anual (em mm)
Mediterrâneo
O texto trata das iniciativas tomadas pela União Europeia cercada por uma laguna e pe-
1000
para enfrentar a questão das alterações climáticas. Fonte: elaborado com base em CALDINI, Vera; ÍSOLA, Leda. 500 lo mar, tendo sido construída
Atlas geográfico Saraiva. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 171. 250
0 sobre várias ilhotas. Em geral,
o fenômeno dura somente al-
gumas horas. No entanto, com
o aumento da intervenção hu-
Fique por dentro mana na natureza, o fenômeno
se intensifica, causando graves
Veneza inundada após tempestades no norte da Itália prejuízos, como essa inundação
A Itália tem sofrido nos últimos dias com fortes ventos e chuvas que deixaram ao menos oito de 2018.
mortos no país e fecharam escolas e pontos turísticos por temor à segurança dos moradores. Se considerar oportuno, pro-
Em Veneza, famosa por seus canais, as autoridades dizem que ��� da cidade está debaixo d’água. ponha à turma uma pesquisa
de notícias relacionadas a fe-
A praça São Marcos, famoso ponto turístico, fechou na segunda�feira à tarde, logo após as
nômenos climáticos.
águas alcançarem o patamar de “águas altas”, de �,�� m. É o quarto nível mais alto registrado
em toda a história da cidade. Este conteúdo possibilita a
mobilização da CG1, da CECH3,
Os ventos da tempestade que inundou Veneza alcançaram ��� km/h. Mesmo com todas as
da CEG1 e da CEG6, além do TC
dificuldades, muitos turistas e moradores locais tentam seguir com suas vidas, como em dias Educação ambiental.
normais.
Algumas pessoas decidiram andar pelas plataformas de madeira que são instaladas quando
há inundações.
Outros, incluindo turistas, calçaram botas e tiraram os sapatos para circular pelas ruas. Os
comerciantes se esforçaram para manter a água longe de suas mercadorias.
Agora que Veneza, e toda a região mais ampla de Vêneto, estão em alerta vermelho, os mo�
radores foram alertados para interrupções no transporte público e problemas de infraestrutura.
Meteorologistas alertam que o mau tempo deve continuar nos próximos dias.
AS IMAGENS impressionantes de Veneza inundada após tempestades no norte da Itália. Folha de S.Paulo, �� out. ����.
Disponível em: <www�.folha.uol.com.br/turismo/����/��/as�imagens�impressionantes�de�veneza�inundada�apos�
tempestades�no�norte�da�italia.shtml>. Acesso em: nov. ����.
• Veneza sofre com o fenômeno das águas altas (acqua alta) quando a maré sobe e inunda principalmente as áreas mais baixas da
cidade. As transformações no ambiente (com aterramento das margens da laguna) e o desenvolvimento industrial provocaram
Atividade um desequilíbrio e, por isso, cada vez mais as marés invadem a cidade, o que pode causar grandes prejuízos,
como em 2018, quando as águas alcançaram 1,56 m.
¥ A cidade de Veneza, na Itália, sofre com inundações constantes. Pesquise por que se diz que Veneza
está afundando.
ich
ul
o ÁRTICO
tropical estão entre as mais Po
eenw
afetadas. Isso ocorre em razão
la rÁ
rtic cais. Partindo do norte, nas elevadas latitudes,
o
r
encontra-se a Tundra, onde ocorrem liquens,
de G
da ocupação dessas áreas por
musgos, gramíneas e poucos arbustos. Na
o
i ian
atividades agropecuárias, uma ÁSIA
Merid
vez que se trata de uma região Floresta Boreal, também chamada de Taiga,
que apresenta clima favorável predominam as coníferas (pinheiros em forma
(Temperado) e extensas áreas
Mar
de cone) e há pouca diversidade de espécies,
com solos férteis. do
Norte
se for tomada como parâmetro a vegetação
O elevado poder de consumo presente em países tropicais.
do mercado europeu contribuiu
OCEANO
Nas áreas antes ocupadas pela Floresta
para a intensa ocupação dessas ATLÂNTICO Temperada ocorreram as maiores transforma-
Mar
áreas, reduzindo drasticamente Cáspio ções. O uso intensivo do solo para a produção
a vegetação original. Este item
mobiliza a habilidade EF09GE17,
Mar Negro
N agrícola, seguido pela industrialização e urba-
bem como a CG1, a CEG1 e o TC O L
nização, deixou poucos vestígios dessa forma-
Educação ambiental. S
ção florestal. Nas áreas originalmente cobertas
Floresta Boreal (Taiga)
Mar
Mediterrâneo
0 585 1 170 km
pela Vegetação Mediterrânea, com arbustos
Florestas Temperada
e Subtropical Fonte: elaborado com base em CALDINI, Vera;
que resistem a verões secos e invernos chuvo-
Estepe e Pradaria
Vegetação Mediterrânea
ÍSOLA, Leda. Atlas geográfico Saraiva. São sos, a situação não é muito diferente.
Paulo: Saraiva, 2013. p. 172.
Vegetação de Altitude
Conservação ambiental
Tundra
Gramínea
Planta com mais de
Figura 16. Lince ibérico,
10 mil espécies, muitas
das quais rasteiras, em Andaluzia (Espanha),
constituídas por vários 2016. O animal, que está
tipos de ervas que, em em risco de extinção, é
alguns lugares, levam o endêmico da península
nome popular de capim. Ibérica e pode chegar a
Existem também cerca de 1 metro, da
gramíneas que são mais
cabeça até a cauda,
altas, como o bambu.
pesando 27 quilos.
químicos ou agrotóxicos.
Podem ser usados
fertilizantes naturais e há
um cuidado com a
irrigação, com o uso
racional da água.
Objetiva-se o manejo
correto do solo, a
prevenção da erosão e a
não contaminação das
águas subterrâneas, etc.
Criação de gado em Gameleiras (MG), 2015. Áreas florestais são desmatadas para a criação de gado e sofrem degradação pela
compactação do solo causada pelo pisoteio.
Atividade
• Explique como a combinação de cultivos pode ajudar na recuperação de uma
área degradada. • A combinação de cultivos, como os sistemas agroflorestais, traz uma série de vantagens ambientais,
como a recuperação da fertilidade do solo pela presença de vegetais que contribuem para a ciclagem
de nutrientes; a redução da erosão; o aumento da diversidade de espécies; a recriação de condições para que fontes hídricas não se
esgotem; entre outras. Quadro físico e recursos naturais da Europa • Capítulo 4 111
The Flying McCoys, Gary & Glenn McCoy © 2014 Gary & Glenn McCoy/Dist. by Andrews McMeel Syndication
em especial, contribuem para ambiental europeia é proteger a trama de
que os alunos desenvolvam
vida que nos envolve. A natureza enfrenta
a empatia e a cooperação, o
senso de responsabilidade e várias ameaças em todo o mundo, e a biodi�
a cidadania. versidade �termo utilizado para sublinhar a
riqueza do mundo natural com todas as suas
Pratique
espécies e variedade genética� está em declí�
1. A maior parte do territó- nio em todo o planeta. �…�
rio europeu é composta
A biodiversidade é, por si só, importante.
de planícies. Nas meno-
res altitudes e em terras Mas também está na origem de fluxos vitais
mais planas ocorre o apro- de bens, como os alimentos, os combustíveis,
veitamento agrícola. Nas as fibras e os medicamentos, e presta alguns
planícies Germânica e Nor- serviços essenciais, como a regulação do cli�
te-Europeia destaca-se a ma, a prevenção de inundações, a purificação
produção de cereais. Na das águas, a polinização e a formação dos so�
França, Itália, Espanha e los. Todos esses aspectos são necessários à
Portugal são cultivadas prosperidade econômica, à segurança, à saúde
uvas para a produção de vi-
e à qualidade de vida.
nhos e, nos Países Baixos,
A União Europeia adotou o seu primeiro
há a criação de animais
combinada à agricultura. plano de ação para a biodiversidade em ����.
2. Junto aos rios europeus sur- Posteriormente, no início de ����, alguns me�
giram grandes concentra- ses apenas após a adoção de uma agenda am�
Fonte: GoComics. The Flying McCoys. Disponível em: <www.go
ções urbanas e industriais. biciosa à escala mundial em Nagoia, no Japão, comics.com/theflyingmccoys/2014/02/04>. Acesso em: nov. 2018.
Analise os gráficos
125
9. a) Em 2005, Dinamarca e
Toneladas equivalentes de petróleo
100
75 Noruega. Em 2015, Es-
50 tônia e Noruega.
25 b) Bélgica, Lituânia, Gré-
0
cia, Alemanha, Países
–25
Baixos, Reino Unido, Re-
–50
–575
pública Tcheca, Polônia,
–600 Dinamarca, Turquia e Ma-
–700 cedônia.
–725 10. a) Mínimas de 10 °C duran-
União Europeia
Chipre
Malta
Luxemburgo
Irlanda
Bélgica
Lituânia
Portugal
Itália
Espanha
Grécia
Alemanha
Áustria
Eslováquia
Hungria
Países Baixos
Letônia
Eslovênia
Croácia
Finlândia
França
Reino Unido
Bulgária
República Tcheca
Suécia
Polônia
Romênia
Dinamarca
Estônia
Turquia
Macedônia
Montenegro
Kosovo
Sérvia
Islândia
Albânia
Noruega
te o inverno e máximas
próximas de 25 °C du-
rante o verão.
b) As chuvas são concen-
tradas nos meses de in-
2005 2015 Salto de valor, maior que a escala do gráfico verno e os verões são
pouco chuvosos.
Fonte: EUROSTAT. Energy Dependency Rate. Disponível em: <https://ec.europa.eu/eurostat/statistics-explained/index.php?title=File:Energy_ c) Mediterrâneo.
dependency_rate_%E2%80%94_all_products,_2005_and_2015_(%25_of_net_imports_in_gross_inland_consumption_and_bunkers,_based_
on_tonnes_of_oil_equivalent)_YB17.png&oldid=345036>. Acesso em: out. 2018.
a) Identifique os dois países que menos dependiam da importação de energia em 2005 e em 2015.
b) Quais países apresentaram aumento na dependência de energia entre 2005 e 2015?
Precipitação Temperatura
a) Descreva a variação de temperatura. (mm) (°C)
b) Descreva a distribuição das precipitações. 500 50
450 45
400 40
c) Identifique o tipo de clima existente no continente europeu 350 35
representado no gráfico. 300 30
250 25
200 20
150 15
100 10
50 5
0 0
J F M A M J J A S O N D
Meses
naturais. Por fim, há a preocupação com a recuperação como esses fatores podem contribuir para a qualidade
de áreas degradadas e a proteção de áreas preservadas. de vida e a saúde.
Os países europeus buscam recuperar 15% de suas áreas c) Ela definiu um plano em 2006, atualizado em 2011, em
degradadas até 2020 e estão criando novas unidades de função de uma agenda cuja meta era diminuir a perda da
conservação. biodiversidade até 2020.
b) Diversos aspectos podem ser citados, como alimentos,
combustíveis, fibras e medicamentos; a regulação das Analise a imagem
condições do clima, a purificação das águas, a preven- 7. Ao clima Polar, que ocorre nas altas latitudes da Europa. Ca-
ção de inundações, a formação dos solos e a polinização. racteriza-se por temperaturas extremamente baixas no in-
Incentive a discussão para que possam compreender verno e máximas próximas a 10 °C no verão.
5
• Identificar e compreender o
espaço econômico europeu
e o processo de integração
entre os países desse conti-
Europa: economia,
nente na formação da União
Europeia, da zona do euro e
sociedade e integração
do Espaço Schengen.
• Reconhecer as potencia-
lidades socioeconômicas 1. Resposta pessoal. Estimule
dos países da Europa oci-
os alunos a expor seus
conhecimentos sobre a União
Para iniciar
dental e sua relação com a Europeia, bloco criado para
cooperação entre os países Durante séculos os países europeus dominaram muitas partes do mundo.
acolhida de refugiados de europeus.
outras regiões do mundo. 2. Resposta pessoal. Verifique Porém, o continente também foi palco de duas guerras mundiais. Para evitar
os conhecimentos prévios
• Problematizar as dificulda- dos alunos sobre a
novos confrontos, surgiu a ideia de estabelecer maior cooperação entre os países.
des de aceitação de diferen- organização dos países em Neste capítulo você conhecerá a organização econômica e social dos países
ças, manifestadas por meio blocos que, em geral, têm
objetivos como cooperação europeus, a constituição da União Europeia e os impactos que essa importante
da xenofobia, e as dificul- econômica e fortalecimento experiência de integração causou no continente e no mundo. Conhecerá também
dades de manutenção do político dos países-membros.
3. Resposta pessoal. Os alunos os problemas internos, bem como os efeitos da crise financeira na União Europeia
atual estágio de integração podem citar blocos como o
entre os países-membros Mercosul e a Aladi.
da primeira década do século XXI.
da União Europeia. Também serão abordados temas relativos às economias de maior destaque
no continente, assim como as atividades econômicas mais relevantes, nos dias
BNCC neste capítulo atuais, sem deixar de lado os desafios da integração cultural perante os fluxos
Habilidades migratórios.
EF09GE02 Observe a imagem.
EF09GE09
CLEMENT-MANTION Pierre-Olivier/Alamy/Fotoarena
EF09GE10
EF09GE13
EF09GE14
EF09GE18
Competências gerais
1 7 9 10
Competências
específicas de Ciências
Humanas
1 2 3 5 7
Competências
específicas de
Geografia
3 4 6 7
Temas contemporâneos
• Educação ambiental
Sede do Parlamento Europeu, em Bruxelas (Bélgica), 2018.
• Educação alimentar e nu-
tricional
• Saúde Atividades
• Processo de envelheci- 1. O que você sabe sobre a União Europeia?
mento, respeito e valori-
2. Por que os países se organizam em blocos?
zação do idoso
• Educação em direitos hu- 3. Você conhece algum bloco de países do qual o Brasil participa?
manos 114 Unidade 2 ¥ O velho mundo se renova
• Diversidade cultural
Orientações didáticas tes, que somam seus esforços e suas ações para atingirem um
objetivo comum, ou seja, aprender novos conceitos e conteúdos e
Para iniciar
desenvolver suas habilidades. De modo semelhante, os países for-
Para ilustrar o significado da formação de um bloco político- mam blocos de integração para se fortalecerem diante de outros
-econômico de países, pode-se comparar esse tipo de organização atores da economia e da política internacional, buscando o desen-
com a formação de grupos de trabalho entre os alunos. Os grupos volvimento por meio da cooperação entre si. Aqui contemplamos a
são feitos para promover a cooperação e a troca entre os integran- habilidade EF09GE02.
Gree no de
Internos Brutos (PIBs) do mundo (figura 1). Reino Unido, cujas áreas indus-
h
nwic
dia
triais se destacam no mapa da
Além disso, em 2017, a Europa foi a região
Meri
figura 2. Este conteúdo permi-
com maior exportação de serviços no mer-
te desenvolver as habilidades
cado mundial. Essas características, po- OCEANO
ATLÂNTICO EF09GE09 e EF09GE10, a
rém, não ocorrem da mesma maneira em ÁSIA CECH7 e a CEG4.
M
todo o continente: o Leste Europeu, que
ar
Cá
s
integrava o antigo bloco socialista, ainda
pi
Mar Negro
o
N
Aproveite para trabalhar
apresenta menor dinamismo econômico. Menos de 0,25 o material audiovisual, que
O L De 0,25 a 1,15 discute o tema Industrializa-
Fonte: elaborado com base em BANCO De 1,15 a 2,62
Mundial. GDP (current US$). Disponível em: S
Mar Mediterrâneo ção dos países europeus.
<https://data.worldbank.org/indicator/NY.GDP. ÁFRICA De 2,62 a 4,87
0 770 1 540 km
MKTP.CD?display=default&view=map>. Limites de país
Acesso em: out. 2018.
Perm
Moscou
ficadas: siderúrgica, naval, automobi-
ltico
Mar Riga
Bá
Lyon Milão
características das principais regiões
Bordeaux 0 520 1 040 km
Oviedo Bilbao Toulouse
Bolonha
industriais da Europa. Marselha
Barcelona
N
Área industrial
Madri
Nápoles Capital de país
O L
Fonte: elaborado com base em CALDINI, Cidade
Mar Med
Vera; ÍSOLA, Leda. Atlas geográfico 0°
it
e r r ân eo S Limites de país
Saraiva. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 113.
Goran Jakus/Shutterstock
Após a leitura do texto, convi-
de os alunos a localizar no mapa Um dos países mais industrializados do mundo, a Ale-
da figura 2 (página 115) as re- manha apresenta uma vantagem geográfica: situa-se no
giões industriais da Alemanha, centro da Europa, o que facilita o acesso terrestre aos de-
do Reino Unido, da França e da
mais países do continente (figura 3). Atualmente, a indústria
Itália. É importante destacar
que essas regiões não estão continua a ser um pilar na economia da Alemanha, apesar
isoladas nos respectivos países de o setor de serviços ter ganhado importância nas últimas
e tampouco no espaço indus- décadas. O modelo econômico alemão se baseia, sobretu-
trial europeu e mundial, visto do, em produtos tecnológicos e em uma malha de peque-
Figura 3. Estação de
que há uma rede integrada de nas e médias empresas que empregam grande parte dos trabalhadores do país.
trem em Munique
produção formada por esses es-
(Alemanha), 2017. Os Exporta equipamentos e produtos sofisticados, que dependem de muita pes-
paços no contexto da atual fase
países da Europa estão quisa científica e tecnológica para seu desenvolvimento. Os principais setores
da Revolução Industrial, marca- conectados por uma industriais estão estabelecidos principalmente no vale do Ruhr, na bacia hidro-
da pela internacionalização da extensa malha ferroviária. gráfica do rio Reno, por causa da presença de reservas de carvão mineral e da
produção. Aqui contemplamos
parcialmente as habilidades
facilidade de escoamento da produção pelo rio até o porto de Roterdã, nos
Tecnopolo Países Baixos.
EF09GE09 e EF09GE18. Região onde são
desenvolvidas as novas Em Stuttgart e em Wolfsburg estão as sedes de grandes indústrias de auto-
tecnologias. móveis. Da Alemanha, essas empresas comandam fábricas distribuídas pelo mun-
Caracterizam-se por
do, em países como Brasil, China e México.
dispor de universidades
e centros de pesquisa, Em Leverkusen encontra-se uma das maiores empresas do setor químico, que
empresas inovadoras, produz remédios e materiais químicos usados em processos industriais e mantém
mão de obra qualificada,
recursos estatais
fábricas em muitos países, incluindo o Brasil, com duas unidades em São Paulo (SP)
e privados. e uma em Belford Roxo (RJ).
Reino Unido
Fox Photos/Getty Images
Kana Movana/Shutterstock
lindasky76/Shutterstock
xos), ao fato de participarem
do mesmo bloco econômico,
a União Europeia, para que os
alunos construam o conceito de
integração regional que será re-
tomado e aprofundado na pági-
na 124. Apenas Estados Unidos
e China, duas potências econô-
micas mundiais, figuram entre
os países não europeus como
maiores destinos das exporta-
ções da Alemanha e da França.
Figura 5. Gênova (Itália), 2018. É uma próspera cidade no Figura 6. Nápoles (Itália), 2018. O sul do país é notadamente As atividades propostas con-
norte do país. mais pobre e com diversos problemas socias. tribuem para o desenvolvimen-
to das habilidades EF09GE09,
EF09GE10, EF09GE14, da CEG3
Olhar interdisciplinar Matemática e da CG1.
0
0
00
00
0
00
00
00
00
00
00
00
00
00
00
00
00
00
10
20
30
40
50
60
70
80
30
60
90
12
15
Fonte: UNCTADSTAT. Maritime Profile: France, 2017. Disponível em: Fonte: UNCTADSTAT. General Profile: Germany. Disponível em:
<http://unctadstat.unctad.org/CountryProfile/MaritimeProfile/en- <http://unctadstat.unctad.org/CountryProfile/GeneralProfile/en-
GB/251/index.html>. Acesso em: out. 2018. GB/276/index.html>. Acesso em: out. 2018.
1. Foi mais importante para a Alemanha, porque o valor das exportações desse país para os Estados
Atividades Unidos representa mais do que o triplo do valor das exportações feitas pela França.
1. O mercado consumidor dos Estados Unidos foi mais importante para a França ou para a Alemanha em
2017? Justifique.
2. A balança comercial da França em relação à da Alemanha apresentou superavit ou deficit em 2017? Use
os dados das tabelas para fundamentar sua resposta.
2. A balança comercial da França apresentou deficit em relação à da Alemanha. Enquanto o valor de suas exportações para a Alemanha
foi de 78 804 milhões de dólares, o valor das importações foi de 118 773 milhõesEuropa: economia, sociedade e integração • Capítulo 5 117
de dólares. Portanto, a balança comercial da França teve um saldo negativo de 39 969 milhões de dólares.
cu 0º
lo
Menos de 9,60 Pol
ar Á
rtico
De 9,60 a 21,20
h
nwic
De 21,20 a 34,35
Gree
De 34,35 a 51,62
o de
Sem dados
dian
Limites de país
Meri
OCEANO
Mar
ATLÂNTICO de
Aral
Mar
Cáspio
N
Mar Negro
O L
S
ÁSIA
0 570 1 140 km
ÁFRICA Mar Mediterrâneo
Fonte: elaborado com base em BANCO Mundial. Employment in Agriculture. Disponível em: <https://data.
worldbank.org/indicator/SL.AGR.EMPL.ZS>. Acesso em: out. 2018.
Texto complementar
A agricultura familiar e a produção de alimentos orgânicos
[...] a agricultura orgânica apresenta-se como uma possibilidade ceber um novo tratamento por meio das bases agroecológicas, a
de uma agricultura sustentável. viabilidade econômica desse mercado encontra-se em considerá-
[...] muitos agricultores buscam empreender novas práticas agroe- vel ascensão, favorecendo o aumento da produção e melhorando
cológicas. Geram, dessa forma, uma agregação de valor a esses a renda dos agricultores. Buainain (2003) ressalta que a crescente
produtos, pela diferenciação ecológica e atendem à demanda de demanda por produtos orgânicos possibilita a expansão e geração
um mercado que visa consumir esse alimento de maior qualidade. da renda para os produtores familiares.
Tendo em vista as vantagens ao consumir os alimentos orgâni- Diante da necessidade da diversificação da produção pelos pe-
cos, tanto para a saúde humana quanto para o ambiente, por re- quenos produtores, Beltrão (2002) destaca a facilidade e a melhor
1. No cultivo ou na criação orgânica não são utilizados produtos como agrotóxicos ou hormônios que
possam prejudicar a saúde do consumidor. Além disso, essa produção não agride o meio ambiente com
Atividades poluição do ar, dos solos ou da água.
1. De acordo com o texto, quais são os principais benefícios do alimento orgânico para o consumidor?
2. Aponte o principal empecilho para o maior consumo de produtos orgânicos por parte da população.
2. O preço dos produtos orgânicos ainda é alto, o que dificulta que todos possam comprá-los.
Europa: economia, sociedade e integração • Capítulo 5 119
adaptação por esses agricultores aos princípios da agricultura or- (2006), esse fator de consumo é determinado pelo nível de instru-
gânica, sobretudo pela indução do equilíbrio ecológico, reciclagem ção dos consumidores, ao constatar que pessoas mais instruídas,
de nutrientes, insumos caseiros, conservação do solo e controle de com maior acesso à informação e poder aquisitivo razoável são os
pragas e doenças de maneira ecológica. A utilização de insumos maiores consumidores desses produtos, o que de fato os caracteriza
próprios e naturais na cultura acarreta também uma diminuição como um grupo de consumidores diferenciados e mais exigentes.
nos custos de produção, tornando-a mais lucrativa ao produtor. […]
Apesar dos vastos benefícios que cercam o consumo de alimentos PADUA, Juliana B.; SCHLINDWEIN, Madalena M.; GOMES, Eder P. Agri-
orgânicos, e mesmo com a expansão gradativa desse mercado, mui- cultura familiar e produção orgânica: uma análise comparativa consideran-
tos consumidores ainda optam por adquirir os produtos convencio- do os dados dos censos de 1996 e 2006. Revista Interações. Campo Grande,
nais. Essa condição pode estar relacionada ao preço dos produtos n. 2, v. 14, p. 227-228, jul./dez. 2013. Disponível em: <www.scielo.br/pdf/
orgânicos, por serem mais elevados em comparação aos alimentos inter/v14n2/a09v14n2.pdf>. Acesso em: nov. 2018.
convencionais. De acordo com estudos realizados por Mesquita
CAPÍTULO 5 – MANUAL DO PROFESSOR 119
Orientações didáticas
Exponha a relação entre a 2 População e espaço urbano
industrialização e o êxodo ru-
ral, discorrendo sobre a atra- O processo de urbanização está diretamente ligado ao de industrialização. A
ção de pessoas para a cidade
urbanização dos países europeus vem ocorrendo desde a Revolução Industrial; as
pela indústria, bem como pela
cidades abrigam os trabalhadores
expulsão de trabalhadores do
campo devido à mecanização Figura 9. Europa: densidade demográfica (habitantes por km2) – 2016 que buscam emprego nas fábricas
e precisam morar próximos a elas.
B á l tico
Mar
elevação do IDH dos países eu- do ropeus, mais de 70% da população
Norte Mar Moscou ÁSIA
ropeus. Aborde os argumentos vive em áreas urbanas, chegando
favoráveis e contrários a essa OCEANO
Londres
a 97,3% na Bélgica e 89,9% no
política – como a promoção de ATLÂNTICO Paris
Reino Unido, segundo dados da
qualidade de vida e os custos N
ONU-Habitat. Observe o mapa ao
M
Mar Negro
ao Estado – e estimule os alu-
ar
lado (figura 9), da densidade de-
Cá
Roma O L
spi
nos a expressar suas opiniões
o
sobre o assunto. S mográfica na Europa. Verifica-se
ÁFRICA
O conteúdo desta página pro-
Mar Mediterrâneo 0 790 1 580 km
que a população geralmente se
picia o desenvolvimento da ha- Menos de 1
Fonte: elaborado com base em FERREIRA, Graça Maria Lemos.
concentra nas áreas mais indus-
bilidade EF09GE09 e da CECH7. De 1 a 10 Moderno atlas geográfico. São Paulo: Moderna, 2016. p. 24. trializadas do continente.
De 10,1 a 50
De 50,1 a 200
Mais de 200
Qualidade de vida e envelhecimento da população
N. KERSTENETZKY, Celia L.;
Aglomeração com
mais de 10 milhões
Entre os dez primeiros países que aparecem no topo do ranking do Índice de
GUEDES, Graciele P. O Wel-
de habitantes Desenvolvimento Humano (IDH), que mede a qualidade de vida dos países, sete são
fare State resiste? Desen-
Limites de país
europeus (tabela 1). Todos os países do continente possuem IDH alto ou muito alto.
volvimentos recentes do A elevada qualidade de vida é resultado das políticas de bem-estar social que
estado social nos países da vigoraram por várias décadas nos países europeus após a Segunda Guerra Mundial.
OCDE. Revista Ciência & Saú- Os países, depois da guerra, precisavam recuperar não apenas
de Coletiva. Rio de Janeiro, Tabela 1. Ranking do Índice a economia, mas também a qualidade de vida e a dignidade
n. 7, v. 23, jul. 2018. Dispo- de Desenvolvimento Humano – 2018 de seus cidadãos. A política ou Estado de bem-estar social
nível em: <www.scielo.br/
pdf/csc/v23n7/1413-8123- Posição País IDH (Welfare State, em inglês) baseia-se na concepção de que as
csc-23-07-2095.pdf>. Aces- 1o Noruega 0.953 decisões e os investimentos necessários para assegurar a
so em: nov. 2018. 2o
Suíça 0.944 qualidade de vida das pessoas são atribuições do Estado.
o Dessa forma, o governo vai investir na área da saúde, da
Neste artigo, as autoras 3 Austrália 0.939
analisam alguns dos princi- educação, da moradia, do aquecimento, na geração de em-
4o Irlanda 0.938
pais indicadores da evolução pregos, na qualidade do trabalho, tornando-se o responsável
5o Alemanha 0.936
do estado de bem-estar so- por garantir o bem-estar da sociedade.
6o Islândia 0.935
cial em países da OCDE entre No entanto, devido aos altos gastos nesse tipo de política,
1980 e 2016. Em particular, 7o Hong Kong 0.933 há muitas críticas a ela. Segundo os críticos do Estado de bem-
avaliam se a crise iniciada em 8o Suécia 0.933 -estar social, o governo deveria investir mais na economia do
2007-2008 teria implicado
9o Cingapura 0.932 país do que na sociedade, pois, se o país enriquecer, as pes-
contração do estado social.
10 o
Países Baixos 0.931 soas poderão cuidar de sua qualidade de vida sem o auxílio do
Fonte: elaborado com base em IDH 2018: Brasil ocupa a 79a
Estado. Em razão da recente crise que assolou o continente,
posição. Uol, 14 set. 2018. Disponível em: <https://noticias.uol.com. muitos países europeus deixaram de adotar a política de bem-
br/internacional/ultimas-noticias/2018/09/14/idh-2018-brasil-ocupa-a-
79-posicao-veja-a-lista-completa.htm>. Acesso em: out. 2018. -estar social, entre eles Reino Unido, Irlanda, Grécia e Espanha.
120 Unidade 2 • O velho mundo se renova
Texto complementar
[…]
Os novos movimentos de refugiados, em particular os que se têm dirigido à Europa desde o início da segunda década do século XXI,
têm colocado profundos desafios à observação e análise teórica dos fluxos, bem como ao regime internacional de direitos humanos e ao
enquadramento legal existente. Com as novas caraterísticas e causalidades dos movimentos migratórios, as categorias tradicionais de
análise, que alicerçaram a produção científica e muitos instrumentos jurídicos, estão hoje colocadas em causa. É neste ponto que se tem
argumentado que a distinção entre “migrantes” e “refugiados” é cada vez menos clara, tornando difíceis a análise e regulação destes movi-
mentos. Não é fácil – nem é talvez possível – distinguir a “intensidade” das causas de repulsão e as formas assumidas pelo sancionamento
(político, social, econômico) dos países de destino, isto é, o papel e as características do efeito de atração.
Marko Djurica/Reuters/Fotoarena
vem fazer para enfrentar
essas questões?
Espera-se, dessa forma, apro-
ximar a discussão da questão
da xenofobia na Europa, procu-
rando compreender as causas
desse tipo de problema e como
ele se instala em uma socieda-
de, bem como a responsabili-
dade das autoridades frente a
esses problemas. Mobilizam-se,
Figura 11. População protesta contra casos de racismo e Figura 12. Em 2015, a Hungria fechou sua fronteira com a assim, o TC Educação em direi-
xenofobia em Paris (França), 2017. “Não toque no meu amigo”, Sérvia para impedir a passagem de refugiados sírios que tos humanos, o TC Diversidade
em tradução livre, é a frase escrita nas mãos de papel. tentavam chegar à Alemanha. cultural, a CECH1, a CECH2, a
CEG6 e a CG9.
Europa: economia, sociedade e integração • Capítulo 5 121
As novas realidades questionam os velhos conceitos e interpretações, no plano teórico, e as reações das sociedades de origem e
de destino, no plano prático. Os fluxos atuais resultam de uma combinação complexa de mecanismos de atração e repulsão, en-
volvendo a agência individual e fatores estruturais de enquadramento supraindividuais. É da interação complexa e dinâmica en-
tre decisões racionais dos agentes, incluindo a escolha dos meios e dos países de destino, e fatores de enquadramento, incluindo o
contexto econômico, social e político, bem como redes organizadas de contrabando e tráfico de migrantes, que resultam os fluxos
migratórios em concreto. É também a partir desta interação que se explica a forte mutabilidade e variedade dos fluxos, porque são
impulsionados por mudanças mais densas, imbricadas e complexas do que em épocas anteriores.
[…]
OLIVEIRA, Catarina R.; PEIXOTO, João; GÓIS, Pedro. A nova crise dos refugiados na Europa: o modelo de repulsão-atração revisitado e os desafios para as
políticas migratórias. Revista Brasileira de Estudos de População. Belo Horizonte, n. 1, v. 34, p. 92-93, jan./abr. 2017.
Disponível em: <www.scielo.br/pdf/rbepop/v34n1/0102-3098-rbepop-34-01-00073.pdf>. Acesso em: nov. 2018.
d
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Tró
América
do Norte
América
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EUROPA
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Trocas inter-regionais
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1030 Oriente
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e
ÁFRICA
Gre iano d
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100
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id
20
Mer
*Comunidade dos
Estados Independentes
0º
Fonte: elaborado com base em SCIENCE PO. Atelier Cartographie. Disponível em: <http://cartotheque.sciences-po.fr/media/Commerce_de_
marchandises_2016/2810>. Acesso em: out. 2018.
Mapa sem escala e orientação.
Note que as setas mais espessas representam os maiores fluxos de trocas co-
merciais, superiores a 1 trilhão de dólares, como os que se observam, por exemplo,
entre a Ásia (origem) e a Europa ou América Anglo-Saxônica (destino). As setas menos
espessas representam fluxos menores, abaixo de 100 bilhões de dólares, que podem
ser exemplificados pelas trocas comerciais entre a Europa e a América Latina.
Mãos à obra
Como visto nos capítulos 4 e 5, a Europa é um dos Observando as etapas a seguir, você poderá cons-
principais destinos de migrantes e refugiados de diver- truir um mapa de fluxos e identificar alguns dos prin-
sas regiões do mundo, que se dirigem a esse continen- cipais movimentos migratórios internos europeus.
te em busca de melhores condições de vida, trabalho Você precisará de uma régua para estabelecer as
e renda. No entanto, os fluxos migratórios internos, isto espessuras das setas e de um mapa mudo da Europa
é, entre os próprios países da Europa, também são im- para representar os principais fluxos migratórios in-
portantes para a dinâmica populacional do continente. ternos do continente.
122 Unidade 2 • O velho mundo se renova
h
N
nwic
Po
culação de trabalhadores, a
lar
Árt
de integração. Esse processo ico
Gree
adoção de uma moeda co-
O L
teve início quatro décadas an- União Europeia
o de
mum e a fundação do Parla-
dian
tes do Mercosul, por exemplo, Ivan Jaf e André Martin.
S
1952
Meri
cujo tratado de criação (Tratado São Paulo: Ática, 2006.
SUÉCIA FINLÂNDIA 1973
mento Europeu. A criação de
1981
de Assunção) foi assinado em Conheça um pouco mais
OCEANO
ATLÂNTICO ESTÔNIA
1986 uma força de defesa euro-
1991. Aqui, é possível desen- sobre a União Europeia e REINO
Mar do 1995 peia já foi discutida muitas
LETÔNIA
volver a habilidade EF09GE02. as mudanças trazidas UNIDO
Norte
2004
por ela aos países
IRLANDA DINAMARCA LITUÂNIA
2007
vezes, mas não houve acor-
do entre todos os membros.
PAÍSES
europeus. O livro narra a BAIXOS
POLÔNIA
2013
Aproveite a oportunidade BÉLGICA ALEMANHA
história de um menino REPÚBLICA
Limites
de país
para trabalhar com os alu- que se vê forçado a ir LUXEMBURGO
TCHECA
ESLOVÁQUIA
nos a Sequência didática para uma pequena ÁUSTRIA HUNGRIA
Parlamento Europeu
É a instituição parlamentar da União Europeia, composta de representantes
políticos dos países-membros do bloco, escolhidos por meio de eleição direta, a
cada cinco anos.
Alguns historiadores identificam na união de Bélgica, Países Baixos e Luxembur-
go, em 1944, que resultou no Benelux – da sigla composta dos nomes desses países,
em que a sílaba “ne” corresponde a Países Baixos (Netherlands, em inglês) –, a pri-
meira organização que inspirou a criação da União Europeia.
Outro momento importante rumo a uma maior cooperação entre países eu-
ropeus ocorreu em 1952, ano de criação da Comunidade Europeia do Carvão e do
Aço (Ceca), resultado de um tratado assinado em Paris (França) que reuniu Alema-
nha, Bélgica, França, Países Baixos, Itália e Luxemburgo. Esses países decidiram
União Europeia não cobrar as taxas de importação e exportação sobre o comércio de carvão e
‹http://europa.eu/ aço quando as transações fossem entre eles.
index_pt.htm› Em 1957, os seis países que formaram a Ceca criaram o Mercado Comum Eu-
O site em português
ropeu, também chamado de Comunidade Econômica Europeia (CEE), que previa,
da União Europeia
apresenta diversas entre outras medidas, a liberação do fluxo de trabalhadores entre seus integrantes.
informações sobre essa Em 1973, mais três países ingressaram na CEE: Dinamarca, Irlanda e Reino Unido.
união econômica e
Em 1981 foi a vez da Grécia. Cinco anos mais tarde, Espanha e Portugal passaram
política. Clique na aba
“Sobre a UE” e conheça a ser membros do bloco, constituindo a “Europa dos doze”.
mais sobre o bloco Em 1985, França, Alemanha, Bélgica, Países Baixos e Luxemburgo decidiram
e os países que fazem
parte dele.
eliminar o controle das fronteiras comuns, facilitando o fluxo de pessoas. Era o
começo do Espaço Schengen. Leia sobre ele na seção Fique por dentro.
124 Unidade 2 • O velho mundo se renova
L tic
nwic
O o
ÁRTICO países vizinhos, uma vez que
ISLÂNDIA
Gree
S
população e turistas não
precisam mais de documentos
o de
Espaço Schengen
ESPANHA
U
BULGÁRIA
RT
Estados-membros
PO
da União Europeia
não pertencentes ao
GRÉCIA ÁSIA Espaço Schengen
Países terceiros
pertencentes ao
Espaço Schengen
0 390 780 km ÁFRICA MALTA
Limites de país
Mar Mediterrâneo CHIPRE
Fonte: elaborado com base em PARLAMENTO Europeu. Schengen: o alargamento da zona europeia de
livre circulação. Disponível em: <www.europarl.europa.eu/news/pt/headlines/security/20180216S
TO98008/schengen-o-alargamento-da-zona-europeia-de-livre-circulacao>. Acesso em: out. 2018.
Atividades
1. Quais são as vantagens de abolir fronteiras com os países vizinhos?
2. Explique por que o Reino Unido não é membro integral do Espaço Schengen.
Thinkstock/Getty Images
Para motivar a leitura aten-
ta do mapa desta página, pro- realizada em 1993, redefiniu-se esse nome para União Europeia e foi
ponha aos alunos o desafio de criada uma moeda comum, o euro (figura 14). Seis anos depois, o euro
compará-lo com os dois mapas já era usado em transações comerciais, mas só em 2002 chegou como
anteriores (páginas 124 e 125) dinheiro circulante (cédulas e moedas) nos países que o aceitaram como
e identificar os três países da moeda, criando-se a zona do euro (figura 15).
Europa ocidental que expressam
posicionamentos distintos de
acordo com as variáveis apre- Figura 14. Os países que adotaram o
Figura 15. União Europeia: países da zona do euro – 2018
ich
Ár
tic
moedas de Portugal.
w
o
por suas respectivas razões
reen
de G
políticas e/ou econômicas, não
o
dian
figuram na União Europeia e
Meri
na zona do euro, embora per- FINLÂNDIA
AL
CROÁCIA
Mar Negro
os países do bloco e seu
TUG ESPANHA ITÁLIA
funcionamento. BULGÁRIA
POR
N GRÉCIA ÁSIA
O L ÁFRICA
Crise migratória 0 430 860 km
MALTA
uma intensificação sem Fonte: elaborado com base em UNIÃO Europeia. The Euro. Disponível em:
precedentes do fluxo <https://europa.eu/european-union/about-eu/money/euro_en#purpose-of-the-euro>.
de imigrantes para a Acesso em: out. 2018.
Europa. São pessoas
que fogem de conflitos
Outras decisões tomadas naquela reunião foram a permissão para a livre cir-
armados e da
pobreza extrema, culação de cidadãos europeus entre os países-membros; estímulo à livre circulação
principalmente do de mercadorias entre os países do bloco; criação do Banco Central Europeu, loca-
Oriente Médio e da
lizado em Frankfurt (Alemanha) para fiscalizar as contas dos países-membros.
África. O aumento
desse fluxo resultou em A partir daí, a União Europeia viu seu grupo de países crescer. Em 1995, ingres-
inúmeras tragédias, saram a Áustria, a Finlândia e a Suécia. Dez países se tornaram membros em 2004:
como milhares de
afogamentos no Chipre, Eslováquia, Eslovênia, Estônia, Hungria, Letônia, Lituânia, Malta, Polônia e
Mediterrâneo. Embora a República Tcheca. Em 2007, entraram para o bloco a Bulgária e a Romênia. A
chegada de refugiados Croácia passou a fazer parte da União Europeia em 2013.
à costa europeia tenha
diminuído O Parlamento Europeu é formado por 751 deputados, que elegem o presiden-
consideravelmente a te da Comissão Europeia, a instituição responsável por formular políticas e pro-
partir de 2016, a
postas de leis e por aplicar a legislação da União Europeia. No Parlamento se
questão continua
gerando preocupação e discutem, desde 2009, ano em que o Tratado de Lisboa passou a vigorar, o orça-
atritos políticos entre os mento e a política agrícola do bloco. Outra questão em debate diz respeito à
países-membros da
crise migratória. Leia a seção Fique por dentro sobre a posição da Comissão
União Europeia.
Europeia em relação a esse debate.
126 Unidade 2 • O velho mundo se renova
Texto complementar
Schengen na berlinda
O espaço Schengen está na berlinda desde os atentados em Paris, em novembro do No mês passado, a Comissão Europeia indicou que pode permitir aos países que
ano passado. Além do medo do terrorismo, a onda de refugiados buscando a todo fazem parte do espaço Schengen o restabelecimento do controle fronteiriço por
preço abrigo na Europa tem feito países do bloco reavaliarem suas políticas de asilo. dois anos para conter o fluxo migratório. Podemos dizer que nunca o conceito de
Governos europeus impuseram controles reforçados e construíram barreiras e Europa sem fronteiras foi tão colocado à prova.
cercas em suas fronteiras. Alemanha, Suécia e Áustria, que acolheram 90% dos […]
mais de 1 milhão de pessoas em 2015, anunciaram planos para limitar a entrada de FONSECA, Letícia. Fluxo de refugiados coloca em risco
novos refugiados. Para manter a segurança interna, vários países europeus estão Europa sem fronteiras. RFI – As vozes do mundo. Disponível em: <http://br.rfi.fr/europa/
fechando temporariamente suas fronteiras. 20160215-linha-direta>. Acesso em: nov. 2018.
Andrea Comas/Reuters/Fotoarena
Entenda a crise
da Grécia
‹www.terra.com.br/
economia/infograficos/
entenda-a-crise-na-
grecia›
O site mostra em ordem
cronológica os principais
acontecimentos
relacionados aos
primeiros anos da crise
na Grécia. Esses eventos
estão representados em
uma linha do tempo,
com fotos e textos
explicativos.
Figura 17. População faz fila em busca de oferta de empregos em Madri (Espanha), 2016.
Texto complementar
O futuro Europeu
As duas crises – a crise nacional e a crise europeia – mudaram os termos de referência do debate estratégico em Portugal e, pela pri-
meira vez desde o Tratado de Maastricht, voltou a haver um debate interno sobre as políticas externas portuguesas. A confiança das
elites portuguesas no futuro da Europa (e no seu próprio futuro europeu) foi posta em causa. A integração europeia era vista como um
processo irreversível, a moeda única era suposta ser imune às crises e a União Europeia era representada como um dos polos funda-
mentais do sistema internacional, mas os últimos anos revelaram uma realidade mais complexa.
1. O governo de um país decide lançar um título no mercado financeiro quando está com dificuldade para
Atividades saldar suas dívidas.
1. De acordo com o texto, em que tipo de situação o governo de um país decide lançar um título no mer-
cado financeiro?
2. Descreva como os especuladores atuam.
2. Os especuladores, para obter vantagem, não compram os títulos nas condições iniciais oferecidas pelo
Brexit governo. Eles esperam até que o governo, sem alternativas para pagar suas dívidas, aumente os juros
oferecidos, de forma a atender às expectativas de maiores ganhos dos investidores.
Brexit é o termo usado para designar a saída do Reino Unido da União Europeia.
Deriva da junção das palavras em inglês Britain (Grã-Bretanha) e exit (saída).
Depois de duas crises envolvendo países da União Europeia, em 2008 e 2011,
em 2016 houve um referendo no Reino Unido para consultar a população sobre a
permanência ou não do país no bloco. A maioria votou pela saída do país do bloco
(tabela 2, na página seguinte).
Europa: economia, sociedade e integração • Capítulo 5 129
[…] Os principais dirigentes europeus admitiram a possibilidade do fim do euro e da própria UE, os perigos de fragmentação, com
a inversão do processo de integração regional, passaram a estar presentes no cálculo das estratégias nacionais e o declínio relativo da
Europa Ocidental na balança das regiões internacionais tornou-se uma percepção corrente.
SOUSA, Teresa de; GASPAR, Carlos. Portugal, a União Europeia e a crise. Revista Relações Internacionais. Lisboa, n. 48, dez. 2015.
Disponível em: <www.scielo.mec.pt/scie lo.php?script=sci_arttext&pi d=S1645-91992015000400007>.
Acesso em: nov. 2018.
Russell Cheyne/Reuters/Fotoarena
sobre sua saída do Reino Unido.
“Tudo depende de se West-
minster vai fincar pé e não
permitir que aconteça”, diz
Gibney à DW. Ele dirige a
companhia Independence
Live, especializada em live Figura 18. Escoceses
streaming de eventos nacio- protestando contra o
nalistas. Por enquanto, con- Brexit em Edimburgo
tudo, muitos nacionalistas (Escócia), 2018. Após o
escoceses estão simplesmen- anúncio do Brexit,
te contentes por a questão de escoceses voltam a discutir
um segundo referendo sobre
a independência da
a independência ter voltado
Escócia, que, em votação
à pauta do dia.
em 2014, decidiu
No discurso de abertu-
permanecer no
ra da convenção do Parti-
do Nacional Escocês (SNP) Reino Unido.
em Aberdeen, no sábado 18,
a primeira-ministra Nicola O continente europeu tem exercido papel de liderança mundial há séculos e,
Sturgeon apresentou os de- atualmente, sua maior força político-econômica é a União Europeia. Principal
talhes do referendo que ela
bloco regional do mundo, a União Europeia é resultado de décadas de aproximação
propõe. O tema está no ar
desde 23 de junho de 2016, e cooperação entre países. Porém, a crise financeira, o controle temporário de
quando o eleitorado britâni- fronteiras e o processo do Brexit têm levantado dúvidas sobre o futuro do bloco.
co optou pela saída da União Apesar disso, é importante para o Brasil manter relações de cooperação com a
Europeia, embora a maioria
dos escoceses tenha votado União Europeia, para garantir investimentos e ampliação do mercado de expor-
contra. tação do país. Leia na seção Enquanto isso no Brasil como se organiza a coopera-
[...] ção entre o Brasil e o bloco europeu.
“No fim desse processo,
ou o povo da Escócia opta- 130 Unidade 2 ¥ O velho mundo se renova
rá pelo pacote do Brexit do
governo do Reino Unido, ou
escolherá a independência”,
declarou há poucos dias o mi-
nistro escocês para o Brexit, opção pela incerteza, com pontos de interrogação que iam desde Trabalhista. Entretanto, a legenda que dominou por tanto tempo
Michael Russell. a futura moeda até a filiação à UE. a política na Escócia está hoje em baixa.
[...] Algumas dessas questões permanecem sem resposta, mas uma Neste ínterim, os conservadores escoceses emergiram como
Repercussões na União Escócia independente tem agora bem melhor probabilidade de paladinos pró-união. Sua temperamental líder, Ruth Davidson, é
Europeia contar com a boa vontade de Bruxelas – mesmo descontando-se popular, mas a fama do partido continua sendo tóxica na maior
Ainda assim, o lado pró- as apreensões quanto a abrir um precedente para os secessionis- parte da Escócia pós-industrial.
-independência tem chances tas espanhóis. […]
numa segunda rodada. Du- O tom da próxima campanha de referendo também poderá ser GEOGHEGAN, Peter. CartaCapital, 19 mar. 2017. Disponível em:
rante a campanha anterior, bem diferente. Em 2014, o vitorioso movimento unionista Better <www.cartacapital.com.br/internacional/brexit-realimenta-o-sonho-de-
o “sim” era decididamente a Together era principalmente composto por ativistas do Partido independencia-da-escocia>. Acesso em: nov. 2018.
Munique
ponsabilidade e a cidadania. ÁUSTRIA
o de
dian
Pratique ESLOVÊNIA
Meri
6
• Reconhecer e compreender
características geográficas,
históricas e aspectos atuais
da Rússia e da Turquia, do
Rússia e Turquia: a
ponto de vista físico-territo-
rial, geopolítico, econômico
transição euro-asiática
e populacional.
• Estabelecer relações en-
tre conteúdos geográficos 1. Resposta pessoal.
e expressões artísticas no
Procure levantar o
conhecimento prévio
Para iniciar
âmbito das Artes Plásticas, dos alunos
bem como desenvolver no- incentivando uma A Rússia e a Turquia estão em uma posição geográfica estratégica, pois são
conversa sobre a
ções de cidadania por meio Rússia. Descubra o passagem entre a Europa e a Ásia. Outro aspecto comum aos dois países é a heran-
de um projeto com interface que eles sabem acerca
das características
ça de antigos impérios, que dominaram vastas áreas no passado. Neste capítulo
com a Geografia. gerais da população, da você verá características geográficas, históricas e aspectos atuais desses países.
economia e do
território russo. Não se Observe a imagem a seguir.
BNCC neste capítulo preocupe em obter
Laborant/Shutterstock
respostas precisas, os
Habilidades temas serão estudados
EF09GE08 ao longo deste
capítulo.
EF09GE09 2. Aproveite para
relembrar com os
EF09GE10 alunos o contexto da
Guerra Fria e o papel
EF09GE13 da União das
EF09GE14 Repúblicas Socialistas
Soviéticas (URSS).
EF09GE15 Comente que o
território da Rússia é
EF09GE18 menor que o da extinta
União Soviética, bem
Competências gerais como a população.
Além disso, entre
1 3 4 7 10 outras diferenças, a
Competências Rússia possui um
sistema político com
específicas de Ciências eleições diretas e
Humanas apresenta uma
economia capitalista.
1 3 4 5 6 7
Competências
específicas de
Geografia
2 3 6 7 Mascote da Copa do
Tema contemporâneo Mundo de Futebol na Praça
do Manege, em 2018. O
• Educação ambiental
Kremlin (ao fundo)
representou o centro de
Orientações didáticas poder da União Soviética
durante a Guerra Fria e,
Para iniciar
atualmente, representa o
Relembre com os alunos fa- centro de poder russo.
tos sobre a Rússia veiculados
durante a Copa do Mundo, em Atividades
2018. Caso tenham dificuldades
1. Você acompanhou pelos meios de comunicação a Copa do Mundo de 2018? O que
ou necessitem de mais informa-
ções, sugerimos promover uma descobriu sobre a Rússia durante o evento?
breve pesquisa em revistas e 2. De acordo com seus conhecimentos, quais seriam as principais diferenças entre a
jornais e na internet. Rússia atual e a União Soviética, no período da Guerra Fria?
Páginas de agências de turis- 134 Unidade 2 ¥ Europa: o velho mundo se renova
mo, por exemplo, podem desper-
tar o interesse sobre o tema. O
site mantido pelo Ministério da
Educação e Ciência da Federa-
ção Russa também é uma das
opções para essa pesquisa. Dis-
ponível em: <http://pt.russia.
edu.ru/russia/>. Acesso em: nov.
2018. Esse conteúdo mobiliza a
CG1 e a CECH5.
CANADÁ
ANA (RUN) Expansão do
OCEANO Império Russo nha nazista no sentido leste
ATLÂNTICO ALASCA
(vendido aos 1689 Área historicamente
GROENLÂNDIA
(DIN)
EUA em 1867)
De 1690 a 1725 ligada à Romênia e que
após ela invadir a Polônia, em
ISLÂNDIA
(DIN) Estreito de
Mar De 1726 a 1800
desde o século XX faz setembro de 1939.
de De 1801 a 1815
parte da Moldávia.
GRÃ-BRETANHA Bering
Bering
lar Ártico
OCEANO GLACIAL ÁRTICO De 1816 a 1900
Território Aproveite a oportunidade
DINAMARCA reconhecido
Revolução Russa
o Po
SUÉCIA em 1858
para trabalhar com os alu-
de 1917
c ul
ALEMANHA
M
Cír
POLÔNIA Helsinque Barents
KAMCHATKA vassalos
nos a Sequência didática
ÁUUSTRIA- Varsóvia Riga
USTRIA-
USTRIA- Is. Kurilas Zonas de Sequência de eventos
Minsk São (cedidas
-HUNGRIA influência
que culminou com o fim 3: A Rússia e a polarização
Rio
Moscou em 1900
Ri o I e n i s s
Odessa b I. Sakhalina
U
TERRITÓRIO
Rio O
ES
(1875-1905) Cidades
posterior instauração do
M
DE AMUR
terial digital.
ar
NT
SIBÉRIA
Ne
MO
ol
regime socialista e a
Rio Vo l g a Khabarovsk (1858)
gro
ob Ri
i
Batumi CÁUCASO oT
Ri OCEANO
o
Rio A
Fonte: elaborado formação da União das
Ob
Repúblicas Socialistas
Irkutsk (1661) (1898) (1860)
Baku Mar de TURQUESTÃO
ar C
Teerã
MONGÓLIA
Bukhara Porto Arthur
Tashkent (1898-1905) O L longue histoire
PÉRSIA
0 1 160 2 320 km
d’aujourd’hui. Paris:
CHINA
AFEGANISTÃO S Larousse, 2009.
ÍNDIA (RUN) 90° L
p. 149.
A União Soviética
Com a Revolução Russa de 1917, que transformou radicalmente a estrutura
social da Rússia, os czares foram expulsos do poder e os revolucionários assumiram
o controle do Estado. Teve início um novo período que resultou na formação da Doutor Jivago
União Soviética, em 1922. Observe no mapa da figura 2, na página seguinte, que Direção: David Lean.
a presença soviética chegava até a Polônia. Estados Unidos: MGM,
Durante quase trinta anos, a economia da União Soviética foi regida pelos 1965. 197 min.
Planos Quinquenais, estabelecidos a cada cinco anos pelo poder central. Por meio A Revolução Russa de
1917 é o cenário para a
deles as atividades econômicas eram planejadas. O setor agrícola foi organizado história, que apresenta
em cooperativas e em fazendas do Estado. Já o setor industrial priorizou as indús- de forma figurativa os
trias de base, para depois focar na produção de bens necessários à população. diversos aspectos
histórico-sociais desse
Esse sistema permitiu ao país equipar-se militarmente e participar ativamente da importante período.
Segunda Guerra Mundial.
Rússia e Turquia: a transição euro-asiática • Capítulo 6 135
ti c o
M
trecho do artigo a seguir. ar lt ic
o
Ár
Kaliningrado B á Murmansk
ar
Riga Tallinn
l
OCEANO
Po
Vilnius
lo
Leningrado PACÍFICO
cu
Minsk r
Arkhangelsk Cí
Chisinau Moscou
M Kharkov N
Gorki
ar
Rostov-
N
-na-Donu Kuybyshev
eg
Khabarovsk O L
ro
Stalingrado Ufa Sverdlovsk
sp
a r Cá
Baku Irkutsk
União Soviética
M
Fonte: elaborado com base em Limites de país
Ashgabat
MILNER-GULLAND, R. R. et al. Tashkent Alma-Ata
Capital de país
Cultural Atlas of Russia and Bukhara Bishkek
former Soviet Union. Barcelona: Dushambe 0 865 1 730 km Cidades
Ediciones Folio, 2007. 90° L
A União Soviética rivalizou com os Estados Unidos entre o fim da Segunda Guer-
ra Mundial e o começo da década de 1990, período da Guerra Fria, como já foi abor-
dado. Essas duas potências disputavam o desenvolvimento de novas armas e a con-
quista do espaço, caracterizando uma corrida armamentista e uma corrida aero-
espacial. Além disso, procuravam influenciar países e atraí-los para seus interesses.
A União Soviética mostrava-se como uma alternativa de poder até começar a
enfrentar problemas de abastecimento de alimentos, o que gerou revoltas e, com
outros fatores, culminou em sua desintegração, em 1991.
OCEANO
ATLÂNTICO
mas, aos poucos, disputas econômicas e
co
Mar OCEANO
geopolíticas entre a Rússia e os outros
ola
do PACÍFICO
Norte
ul
rc
RÚSSIA
BELARUS
de ser um membro pleno para tornar-se
um membro associado; em 2009, a Geór-
MOLDÁVIA
UCRÂNIA
RÚSSIA
gia abandonou o bloco. A Ucrânia, embo-
Mar
Negro
ra não costume comparecer a cúpulas e
CASAQUISTÃO
reuniões da CEI, continuou formalmente
spio
ARMÊNIA
0 945 1 890 km N como membro da organização. Seu afas-
Mar Cá
AZERBAIJÃO
USBEQUISTÃO
Membros O L tamento ampliou-se a partir de 2014, em
TURCOMENISTÃO QUIRGUISTÃO
TAJIQUISTÃO
Limites de país S90° L
razão de graves conflitos com a Rússia,
Fonte: elaborado com base em CISSTAT. Commonwealth of Independent States (CIS).
que veremos adiante. Em 2017, a CEI reu-
Disponível em: <www.cisstat.com/eng/frame_about.htm>. Acesso em: out. 2018. nia 11 países (figura 3).
136 Unidade 2 • Europa: o velho mundo se renova
Texto complementar
Comunidade dos Estados Independentes: repensando o imperialismo russo
Os dados mostram que 89% do território da antiga URSS faz parte da CEI, o haja vista os conflitos étnico-políticos constantes na Chechênia, Geórgia, Mol-
que também facilita a existência de algumas normas comuns […], principalmen- dávia, Tajiquistão, Armênia, Azerbaijão, entre outros. Isso demonstra que, tendo
te aquelas relativas às questões distributivas e tarifárias do mercado energético, a Rússia um papel de destaque como potência regional e global, assim como a
como as relativas ao petróleo, gás e carvão […]. Uma vez tendo sido por tanto China, Índia, dentre outros, deve cuidar da estabilidade regional, o que acaba lhe
tempo “colonizados” pelos russos, a união é facilitada pelo fator linguístico […], dando um tom imperialista, muito criticado pelos antigos membros da URSS.
bem como através de alguns valores compartilhados, como o modo parecido Devido à crise europeia, a CEI teve um período de instabilidade financeira,
como os negócios são vistos. Contudo, o processo de mudança ainda ocorre, apresentando déficits significativos no Balanço de Pagamentos de vários de seus
OCEANO
Repúblicas autônomas Mar de N
Países Baixos: Ma.ja.de diversas etnias. Esse fato se
Orkrugs (distritos autônomos) Bering
ATLÂNTICO OCEANO GLACIAL
Oblasts autônomos O L Fiction/Arte/Kinofilm, torna um dos obstáculos para a
ÁRTICO
Krais (territórios) 2010. 127 min. Federação, visto que nem todas
Cidades federais Chukotka S
NORUEGA
NORUEGA Oblasts (províncias) Durante a jornada de um aceitam fazer parte da Rússia e
Limites de país OCEANO
caminhoneiro, que cruza
co
SUÉCIA PACÍFICO
Árti
reivindicam a formação de um
com diferentes
lar
M
rB
Estado autônomo.
a
Po
álti c o
personagens, o filme
FINLÂNDIA Mar de
Kamchatka
ulo
POLÔNIA LET
POLÔNIA LETÔNIA
ÔNIA Barents
ES
ESTÔNIA
ÔNIA Karélia rc
traça um painel histórico Esse é o caso da Chechênia,
Cí
LITUÂNIA
São
e comportamental da
BELARUS Petersburgo
província localizada no sul do
Nenets
Mar de
Okhotsk
Rússia após o fim do
UCRÂNIA Moscou Komi
Yakútia
império soviético. país, na região do Cáucaso, e
Mar
Negro Mordóvia Mari El
Yamalo-Nenets que luta pela independência,
Perm
Krasnodar
Chuváchia Udumúrtia
Tatarstão
Khabarovsk muitas vezes recorrendo a aten-
Adigueia Khanty-Mansi Krasnoyarsk
Karachevo-
Cherkássia Stavropol Bashkortostão
Província
JAPÃO
Interprete tados terroristas. Esse conteú-
Kabardino-
Kalmíkia
Buriátia Autônoma Primorye do contribui para a mobilização
Chechênia Judaica ¥ Observe a foto e
da CECH1 e da CECH4.
Balkária Lago Zabaykalsk
Ossétia Daguestão Baikal Mar do
do Norte Mar CHINA Japão responda: Qual é o
Khakhássia (Mar do
Ingushétia Cáspio
Mar de
CASAQUISTÃO Altai
Tuva COREIA Leste)
principal contraste
Altai
TURCOMENISTÃO
TURCOMENIS O
Aral DO NORTE
NORTE apresentado na
Lago Balkhash 0 690 1 380 km COREIA
IRÃ
USBEQUIS
USBEQUISTÃO 90° L
MONGÓLIA
DO SUL paisagem de
Moscou?
Fonte: elaborado com base em IBGE. Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro, 2016. p. 46.
• O contraste entre os edifícios antigos e os atuais, mais modernos.
Em 2018, a população da
bellena/Shutterstock
Rússia superava os 144 milhões
de habitantes, de acordo com
o Banco Mundial. Depois da ca-
pital, Moscou (figura 5), que ti-
nha cerca de 12 milhões de ha-
bitantes, São Petersburgo era a
segunda cidade mais populosa,
com cerca de 5 milhões de ha-
bitantes. Leia a seção Olhar in-
terdisciplinar.
Figura 5. Moscou
(Rússia), 2018.
países-membros. Muitos destes tiveram seu crescimento afetado, principalmente so, que acaba interferindo em seu relacionamento com os demais membros. Isso
os Países Bálticos, Hungria, Croácia, Romênia, Ucrânia e a Bulgária. Ademais, ocorre porque, além do ressentimento destes em relação ao passado histórico
“as situações específicas de cada um destes países são diferentes entre si e o fato de dominação russa, novos conflitos surgem nas tentativas de conciliação dos
de estarem a ser tratados de forma agrupada e indistinta chegou a criar alguma interesses específicos de cada Estado, visto que estes países não possuem uma
tensão entre a Comissão Europeia, o FMI, a Europa e os Estados Unidos.” […]. tradição cooperativa comum. Assim, cada parte busca apenas a maximização
A união monetária, por sua vez, só existe entre a Rússia e a Bielo-Rússia e, mes- de seus ganhos, impedindo uma coordenação integrativa.
mo com muito esforço, a CEI ainda precisa de muitas reformulações para que OLIVEIRA, Luiza S. de. Comunidade dos Estados Independentes: repensando
possa de fato cumprir sua função plena enquanto grupo regional e de integração. o imperialismo russo. Conjuntura Internacional. Disponível em: <https://
A partir do exposto podemos afirmar, portanto, que as dificuldades que o pucminasconjuntura.wordpress.com/2013/05/08/comunidade-dos-estados-
grupo enfrenta se devem principalmente ao posicionamento hegemônico rus- independentes-repensando-o-imperialismo-russo/>. Acesso em: nov. 2018.
Drozdin Vladimir/Shutterstock
do nome, como mostra o artigo
a seguir. Possibilita-se, assim,
mobilizar a CECH5.
Texto complementar
Assembleia Legislativa do Maranhão aprova plebiscito para a mudança
do nome do município de Presidente Sarney
A Assembleia Legislativa do Maranhão aprovou […] um projeto que prevê a realização de um plebiscito para a mudança do nome do
município de Presidente Sarney, a 149 quilômetros da capital São Luís. O município de 17 mil habitantes foi batizado em homenagem
ao ex-presidente da República José Sarney, do PMDB.
O projeto de Decreto Legislativo no 009/2017, de autoria do deputado estadual Bira do Pindaré (PSB), tem como objetivo regularizar
o nome do município, que de acordo com o deputado e segundo a Constituição Federal proíbe que o nome de pessoas vivas seja atri-
buído a bens públicos ou de qualquer natureza, incluindo cidades.
100° L
OCEANO Estreito
de Bering Mar
ATLÂNTICO de Bering
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
tico
r Ár
OCEANO
Mar de
ola
Barents PACÍFICO
Mar de Reservas de petróleo
oP
Kara
ul
Em exploração
rc
Cí
Transporte
Lago Porto
Baikal
M
Oleoduto existente
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M errâ
it
Oleoduto em construção
ar n
N
Gasoduto existente
Gasoduto em construção
Mar Cáspio O L
Rota polar
0 810 1 620 km
S Limites de país
Fonte: elaborado com base em TÉTART, Frank. Grand Atlas 2014. Paris: Autrement, 2013. p. 21.
“Não é possível ter o nome de pessoas vivas atribuídas a nomes de municípios, como acontece nesse caso. Sabemos que o município
de Presidente Sarney leva o nome do ex-senador e ex-presidente José Sarney, que continua vivo. É preciso que haja o plebiscito e a po-
pulação possa aprovar como manda a lei, a alteração do nome”, afirmou o deputado.
O município de Presidente Sarney foi fundado em 1o de janeiro de 1997 e possui 17 mil habitantes. A cidade fica na região conheci-
da como Baixada Maranhense e faz limite com as cidades de Pinheiro, Santa Helena e Pedro do Rosário. Segundo o Tribunal Superior
Eleitoral, o município possui 14 575 eleitores. Desse total, cerca de 34,81% têm o ensino fundamental incompleto.
ASSEMBLEIA Legislativa do Maranhão aprova plebiscito para a mudança do nome do município de
Presidente Sarney. O Sul, 19 out. 2017. Disponível em: <www.osul.com.br/
assembleia-legislativa-do-maranhao-aprova-plebiscito-para-mudanca-do-nome-do-municipio-de-presidente-sarney/>.
Acesso em: nov. 2018.
sobre a anexação da Crimeia à O gráfico da figura 7 apresenta a pauta de exportações da Rússia em 2017. A
Rússia da realidade brasileira, Área de influência
Refere-se ao alcance venda de petróleo e gás natural, combustíveis muito importantes para o setor de
proponha uma situação fictícia espacial da influência transportes e para o aquecimento nos meses de inverno, é responsável por mais
de anexação de parte do terri- social, política,
tório brasileiro a outro país. Ou, econômica, cultural ou
da metade das exportações do país.
ainda, a anexação de parte do militar de uma área de
território de um país vizinho maior grandeza ou Ucrânia: a guerra de volta à Europa?
potência sobre outra.
ao Brasil.
Referendo Nos últimos anos, graves conflitos entre a Rússia e a Ucrânia, que também
Comente que, na faixa de fron-
teira, são comuns as migrações Consulta, sobre um envolvem interesses da União Europeia (UE), têm ganhado repercussão mundial.
assunto de interesse Em 2013, o então presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovych, anunciou a intenção
entre os países. Cite o exemplo público, à população de
da presença marcante de brasi- uma cidade, um Estado de romper negociações para a associação do país à União Europeia e de promover
leiros em território paraguaio, os ou uma nação, em que maior aproximação econômica com a Rússia. Contudo, grande parcela da população
chamados “brasiguaios”. são apurados votos. ucraniana era pró-União Europeia e não concordou com esse novo posicionamento
Determina se uma lei ou
Provoque a reflexão e a ca- resolução importante do governo, dando início a intensos e prolongados protestos. Nas manifestações,
pacidade de análise e de argu- será adotada ou não prédios públicos foram destruídos e os embates com as tropas do governo causaram
mentação, propondo algumas pelo governo. inúmeras mortes. Yanukovych foi deposto e se exilou na Rússia em 2014.
questões. A grande concentra- A parcela da população ucraniana que apoiava a aproximação com a Rússia, por
ção de brasileiros vivendo em
sua vez, posicionou-se contra a deposição de Yanukovych
Igor Golovniov/AP Photo/Glow Images
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0 520 1040 km
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Império Otomano, 1512 Tróp
Conquistas com Selim I e Suleimão I, 1512-1566
Conquistas 1566-1683 Fonte: elaborado
Território otomano independente de fato em 1815 com base em
Império Otomano, 1815 HAYWOOD, John.
Atlas histórico do
Centro administrativo otomano
mundo. Colônia:
Limites de país (atuais) Konemann, 2001.
30° L
p. 154-155.
N 100+
RÚSSIA 95 - 99 Ensino Médio.
Mar Negro 90 - 94
BULGÁRIA O L 85 - 89
80 - 84
Quanto às causas, é preciso
GEÓRGIA Masculina 75 - 79
Feminina
Istambul S 70 - 74 tratar de diferenças culturais,
GRÉCIA 65 - 69
ARMÊNIA 60 - 64 visto que, em determinados
Bursa 55 - 59
Ancara 50 - 54 grupos de seguidores da reli-
45 - 49
40° N IRÃ 40 - 44 gião islâmica, as mulheres não
35 - 39
Izmir Konya 30 - 34 têm direito ao estudo e à pro-
25 - 29
Antalya Adana Gaziantep 20 - 24 fissionalização. Com relação
Mersin 15 - 19
IRAQUE 10 - 14 às consequências, pode-se in-
0 190 380 km
Mar Mediterrâneo SÍRIA 5-9
40° L 0-4 serir a questão do cálculo das
Região de Mármara Região do Mediterrâneo Região do Sudeste da Anatólia
Região do Egeu Região da Anatólia Central Capital de país 4 3.2 2.4 1.6 0.8 0 0 0.8 1.6 2.4 3.4 4 perdas no IDH em decorrência
Região do Mar Negro Região da Anatólia Oriental Cidade População (em milhões) Idades População (em milhões)
da desigualdade de gênero, ou
Fonte: elaborado com base em NATIONS Online. Turkey Map. Disponível Fonte: CIA. The World Factbook. Disponível em: <www.cia.gov/library/ seja, o Índice de Desigualdade
em: <www.nationsonline.org/oneworld/map/turkey-map.htm>. Acesso em: publications/the-world-factbook/geos/tu.html>. Acesso em: out. 2018.
out. 2018. de Gênero (IDG), do Programa
das Nações Unidas para o De-
De acordo com o Relatório de Desenvolvimento Humano de 2016, a expecta- senvolvimento (PNUD). Essa
tiva de vida ao nascer na Turquia era de 75,5 anos. Quanto à escolaridade, a média abordagem possibilita mobili-
de anos de estudo era de 7,9 anos, ou seja, menos que o necessário para concluir Contexto zar a CECH4 e a CEG6.
o Ensino Fundamental, que, em geral, é de 8 anos. Apenas 43,5% das mulheres ¥ Quais cidades
haviam concluído o Ensino Médio, enquanto entre os homens esse indicador che- brasileiras têm
gava a 64,8%. funções que podem
ser associadas às de
Istambul e Ancara,
Principais cidades na Turquia? Por quê?
PNUD apresenta índice para medição da desigualdade de gênero. Observatório Brasil da igualdade de gênero, 10 nov. 2010. Disponível
em: <www.observatoriodegenero.gov.br/menu/noticias/pnud-apresenta-indice-para-medicao-da-desigualdade-de-genero/>. Acesso
em: nov. 2018.
Artigo apresenta o novo índice que compõe o Relatório de desenvolvimento humano da PNUD.
MARTELLO, Alexandro. Em ano de saldo comercial recorde, produtos básicos são quase metade das exportações. G1, 7 jan. 2018. Dis-
ponível em: <https://g1.globo.com/economia/noticia/em-ano-de-saldo-comercial-recorde-produtos-basicos-sao-quase-metade-das-
exportacoes.ghtml>. Acesso em: nov. 2018.
Artigo apresenta o saldo comercial recorde do Brasil em razão, principalmente, das exportações de commodities.
Balcão de recepção de um edifício de escritórios do Novo Banco de Desenvolvimento, criado pelo Brics, em Xangai (China), 2017.
Atividades
1. Quais são os interesses do Brasil em criar o Novo Banco de Desenvolvimento?
2. De que modo o Novo Banco de Desenvolvimento pode alterar a estrutura de finan-
ciamento de projetos no mundo?
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9,1%
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Autorretrato, de Vincent
van Gogh, 1888 (óleo sobre
tela, 65 cm 3 50 cm).
Texto complementar
Impressionismo e fotografia de street style: metáfora visual e imagens da cidade
O espaço urbano é a expressão das forças sociais, políticas, econômicas, intelectuais e artísticas. Desperta inquietação e atrai a atenção
de poetas, pintores e fotógrafos, pois abriga fenômenos como a multidão e a moda, desde a modernidade. Esta última, por sua vez, nas-
ceu como uma manifestação cultural da sociedade industrial e permitiu, ao movimento impressionista, envolver-se com a sociedade, a
cultura, a ciência e a tecnologia da época em que ocorreu.
O recorte dado ao tema, neste artigo, concentra-se na relação entre pinturas do Impressionismo e as fotografias de street style. A escolha
tem origem no projeto de pesquisa em andamento junto ao programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Estadual de
Londrina visando à leitura de imagens em ambientes urbanos. Este trabalho pretende, portanto, discutir as similaridades entre as pinturas
Girassóis, de Vincent
van Gogh, 1889
(óleo sobre tela, A noite estrelada, de Vincent van Gogh, 1889
95 cm 3 73 cm). (óleo sobre tela, 92 cm 3 73 cm).
Atividade
Leia a reportagem a seguir e responda à questão.
• Com base no que foi discutido, como é possível relacionar a ampla difusão e o
consumo em massa das criações do pintor Van Gogh aos impactos proporcionados
pelo processo de industrialização?
Em resumo
impressionistas e as fotografias de moda contemporânea, com foco no principal ponto em comum, a intenção de retratar, além da indu-
mentária, a paisagem urbana.
Assim, o questionamento levantado é: de que forma as pinturas impressionistas e as fotografias de street style articulam metáforas vi-
suais no sentido de retratarem imagens da cidade?
As referências bibliográficas abordam o contexto da modernidade, história da arte e conceitos de urbanidade. A leitura de imagens
tem respaldo nos fundamentos da semiologia e, para a análise, foram selecionadas imagens célebres do movimento Impressionista e fo-
tografias do blog The Sartorialist.
GERMANOVIX, Vanessa. Impressionismo e fotografia de street style: metáfora visual e imagens da cidade. In SILVA, Jacicarla S.; BRANDINI, Laura T.
(Org.). Anais Eletrônicos do IX Colóquio de Estudos Literários, Londrina, p. 591-592, set. 2015. Disponível em: <www.uel.br/eventos/estudosliterarios/pages/
arquivos/Vanessa%20Germanovix_texto%20completo.pdf>. Acesso em: nov. 2018.
Texto complementar
A sustentabilidade através da horta escolar: um estudo de caso
A presente monografia relata as atividades desenvolvidas em uma escola pública da rede estadual de ensino sediada na cidade de
Santa Rita, PB. O estudo foi desenvolvido com alunos do ensino fundamental e médio em dois momentos, o primeiro ao longo do ano
de 2012 e o segundo entre o fim de 2012 e final de 2013. O primeiro momento incluiu a realização de um estudo piloto e o segundo a
culminação das atividades desenvolvidas através de uma exposição científico-cultural. Metodologicamente o estudo está baseado na
pesquisa etnográfica e estudo de caso. O projeto objetivou a reflexão sobre práticas educativas que permitissem a sensibilização ecoló-
Etapa 4
Com as sementes, as mudas e o terreno preparado, é hora de iniciar a semeadura. Cada grupo deverá
fazer pequenas covas no canteiro a fim de plantar as sementes e as mudas do alimento escolhido. Os grupos
devem organizar com o professor o tempo que será destinado para cuidar dos cultivos nos próximos meses.
Lembrem-se de que é necessário adubar o solo constantemente para que a horta tenha sucesso. Restos de
frutas e verduras do lixo doméstico, por exemplo, são uma importante fonte de nutrientes para os solos.
Etapa 5
Os alimentos plantados poderão ser distribuídos a todos da comunidade escolar. Pode haver uma re-
orientação das medidas ao longo do desenvolvimento da horta em caso de necessidade. Isso deve ser
discutido entre alunos, professores e funcionários da escola. Aproveitem o momento para discutir a im-
portância da produção agrícola comunitária como forma de garantir o acesso da população local aos re-
cursos alimentares.
Rússia e Turquia: a transição euro-asiática • Capítulo 6 151
gica, ambiental e alimentar, possibilitando uma análise crítica-reflexiva através da elaboração e manutenção de uma horta sustentável.
Esta associação entre a teoria e a prática permitiu que o ensino de ciências e biologia fosse mais prazeroso e significativo. Em suma,
estas referidas atividades buscaram promover um espaço vivencial e interativo nos níveis social e ambiental que desencadeassem nos
educandos habilidades e competências voltadas para a conservação do meio ambiente e sua sustentabilidade.
SANTOS, Odilani Sousa dos. A sustentabilidade através da horta escolar: um estudo de caso.
Monografia (Licenciatura em Ciências Biológicas) – Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2014.
Disponível em: <www.ccen.ufpb.br/cccb/contents/monografias/2014.2/
a-sustentabilidade-atraves-da-horta-escolar-um-estudo-de-caso.pdf>. Acesso em: nov. 2018.
3
Ásia: novo polo
ciando-as à ocupação hu-
mana e identificando suas Unidade
potencialidades econômi-
cas e socioambientais.
• Analisar um grupo de países
que se destaca na economia
e geopolítica asiáticas, no
da economia
contexto regional e mundial:
China, Japão, Tigres Asiáti-
cos, Índia, Paquistão e Irã.
Aproveite a oportunidade
para consultar o Plano de de-
senvolvimento do bimestre,
disponível no material digital.
CAPÍTULOS
Habilidades da BNCC
trabalhadas nesta 7 Quadro físico e
recursos naturais
unidade da Ásia
EF09GE02 Analisar a atuação
8 China, Japão e
das corporações internacio- Tigres Asiáticos
nais e das organizações eco-
nômicas mundiais na vida da 9 Índia, Paquistão
e Irã
população em relação ao con-
sumo, à cultura e à mobilidade.
EF09GE04 Relacionar di-
ferenças de paisagens aos
modos de viver de diferen-
tes povos na Europa, Ásia e
Oceania, valorizando identi-
dades e interculturalidades
regionais.
EF09GE08 Analisar trans-
formações territoriais, con-
siderando o movimento de
fronteiras, tensões, conflitos
e múltiplas regionalidades na
Europa, na Ásia e na Oceania.
EF09GE09 Analisar caracte-
rísticas de países e grupos de
países europeus, asiáticos e
da Oceania em seus aspectos
populacionais, urbanos, polí-
ticos e econômicos, e discutir
suas desigualdades sociais
e econômicas e pressões
sobre seus ambientes físi-
Xangai (China), 2018.
co-naturais.
EF09GE10 Analisar os im-
152
pactos do processo de in-
dustrialização na produção
e circulação de produtos e
culturas na Europa, na Ásia
e na Oceania. EF09GE16 Identificar e comparar diferentes domínios morfocli-
EF09GE15 Comparar e clas- máticos da Europa, da Ásia e da Oceania.
sificar diferentes regiões do EF09GE17 Explicar as características físico-naturais e a forma
mundo com base em infor- de ocupação e usos da terra em diferentes regiões da Europa,
mações populacionais, eco- da Ásia e da Oceania.
nômicas e socioambientais
representadas em mapas
temáticos e com diferentes
projeções cartográficas.
7
• Reconhecer e estabelecer
relações entre os aspectos
físicos e naturais do conti-
nente asiático, bem como
Quadro físico e recursos
sua relação com a organi-
zação da vida em sociedade.
naturais da Ásia
• Identificar e problematizar
formas de preservação da
biodiversidade no continen-
te asiático. Para iniciar
BNCC neste capítulo Neste capítulo você vai conhecer características do quadro físico do continen-
Habilidades te asiático. Inicialmente, vai explorar aspectos do relevo, da hidrografia e dos re-
cursos naturais. Depois, conhecerá como é a distribuição dos tipos climáticos e a
EF09GE15
dinâmica das monções, que regula a pluviosidade, principalmente na Índia. Por fim,
EF09GE16 estudará a vegetação e a conservação ambiental nos países asiáticos.
EF09GE17 Veja a obra de Utagawa Hiroshige (1797-1858).
Competências gerais
Reprodução/Museu de Belas Artes de Boston, EUA.
1 3 5 6 10
Competências específi-
cas de Ciências Humanas
2 3 5 6 7
Competências
específicas de
Geografia
1 3 4 5 7
Temas contemporâneos
• Educação ambiental
• Ciência e tecnologia
Orientações didáticas
Para iniciar
Caso a turma tenha feito a ati-
vidade complementar proposta
na abertura da unidade (página
153), pode-se sugerir ao grupo 4
que apresente novamente a
notícia relacionada a aspectos
físicos do continente asiático.
Caso a atividade não tenha si-
do feita, retome o que os alunos
lembram a respeito do vulcanis- Hara: Mount Fuji in the Morning (Monte Fuji pela manh‹, em português), de Utagawa Hiroshige,
mo, explorando os elementos 1834 (gravura sobre madeira; tinta sobre papel de 22 cm x 34,7 cm). A obra representa a paisagem
da gravura do artista japonês japonesa, com campos de arroz e trabalhadores à frente e, ao fundo, o monte Fuji.
Utagawa Hiroshige com pergun- • Além do monte Fuji – um vulcão ativo, que também é o ponto mais alto do Japão e constitui um dos
símbolos mais conhecidos do país – incentive os alunos a apresentar outros elementos naturais de lá
tas como: quais são as vanta- que conheçam: montanhas, desertos, rios, fatores climáticos, vegetação, entre outros. Você pode
gens e os riscos de viver próximo Atividade pedir a eles que tragam imagens ou façam desenhos.
a um vulcão ativo? (Vantagens:
solos férteis, turismo; riscos: ¥ O artista representou uma vista do monte Fuji, no Japão. O que você conhece sobre
erupções mais intensas, que esse país?
podem provocar a destruição
154 Unidade 3 ¥ Ásia: novo polo da economia
de plantações e construções e
a morte de pessoas e animais.).
Possibilita-se, assim, desenvol-
ver parcialmente a habilidade
EF09GE17 e a CG3.
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Acesso em: nov. 2018. Esse atlas
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vulnerável à ocorrência de Fonte: elaborado com base em IBGE. Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro, 2016. p. 46.
frequentes abalos sísmicos (tremores de terra).
157
Texto complementar
O que é uma Reserva Biológica
A Reserva Biológica (REBIO) é uma área natural instituída pelo poder público com o objetivo de preservação integral de todos os
seres vivos daquele ambiente (biota) e demais atributos naturais, onde não é permitida interferência humana direta ou modificações
ambientais. Essa categoria de Unidade de Conservação, assim como a Estação Ecológica, figura entre as mais restritivas às atividades
dos seres humanos.
A visitação pública é proibida exceto quando houver objetivo educacional. Pesquisas científicas precisam de autorização prévia e es-
tão sujeitas ao plano de manejo de cada REBIO e às restrições do órgão responsável por administrá-la. Intervenções podem ocorrer
para manejo, recuperação de ecossistemas alterados e preservação da biodiversidade.
Sirio Carnevalino/Alamy/Fotoarena
têm ocorrido enchentes vigorosas de- Peça aos alunos que localizem
vido à intensificação das precipitações no mapa político o curso apro-
no período chuvoso. ximado desses rios (que pode
O rio Ganges nasce na Índia e che- ser obtido no mapa físico). Em
ga até Bangladesh, o que também o seguida, levante as possíveis
divergências e dificuldades que
classifica como um rio transfronteiri-
podem surgir em consequência
ço. Em seus 2 500 km de extensão,
do estabelecimento de limites
corre um grande volume de água, que político-territoriais (limites dos
é usado para irrigação e abastecimen- países), que não necessaria-
to humano. mente coincidem com a localiza-
Em 2010, uma série de manifesta- ção e delimitação de fenômenos
ções fez com que o projeto de cons- naturais (nesse caso, os rios).
trução de uma hidrelétrica no rio Gan- Uso excessivo de águas do país
ges fosse cancelado. A mobilização a montante, poluição e outras
formas de degradação, limitação
contra a obra tinha um motivo impor- Figura 6. Vale do rio Indo, na fronteira entre Paquistão e China, em 2015.
à circulação de embarcações,
tante: ela barraria as águas do rio,
entre outras questões, podem
As reservas biológicas foram criadas pelo artigo 5o Lei de Proteção aos Animais (Lei 5 197/1967), porém com a instituição do SNUC,
o artigo foi revogado e substituído pelo art. 10o da Lei 9 985/2000 (Lei do SNUC).
A criação de uma reserva biológica ocorre por ato do poder público, que deve ser precedido de estudo técnico [...]. As REBIOS federais
são administradas pelo ICMBio. Na esfera estadual e municipal, a administração fica a cargo dos respectivos órgãos ambientais. Como
são áreas de domínio público, propriedades particulares porventura dentro dos seus limites devem ser desapropriadas.
Até abril de 2015, o Cadastro Nacional de Unidades de Conservação (CNUC) informa que existem 59 reservas biológicas no país: 30
na esfera federal, 23 na esfera estadual e 6 na municipal. Exemplos de REBIO são: Reserva Biológica Bom Jesus, Reserva Biológica Poço
das Antas, Reserva Biológica Estadual Banhado do Maçarico, Reserva Biológica das Perobas e a Reserva Biológica Estadual do Sassafrás.
O que é uma reserva biológica. O Eco, 18 maio 2015.
Disponível em: <www.oeco.org.br/dicionario-ambiental/29129-o-que-e-uma-reserva-biologica>. Acesso em: nov. 2018.
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Limites de país
Fonte: elaborado com base em BOCHICCHIO, Vincenzo R. Atlas mundo Atual. São Paulo: Atual, 2009. p. 69.
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na Indonésia, na Malásia e na Índia. Países como Índia, Cí r c u
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com destaque para a influên-
Malásia e Tailândia têm grande porção de seu territó- EUROPA
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cia do fator relevo (cordilheira
rio em clima Tropical. Nesses países as chuvas são do Himalaia, principalmente)
abundantes. e da grande variação latitudi-
A maior parte do continente apresenta climas e nal. Os alunos podem também
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de comparar o mapa desta página
Frio e Temperado. No planalto do Tibete predomina Tró
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Semiárido
Desértico Quente
Desértico Frio vida em sociedade dos povos
Frio
Frio de Altitude
que habitam essas regiões do
Polar globo, sobretudo nas atividades
agropecuárias. Dessa forma,
possibilita-se o desenvolvimen-
to das habilidades EF09GE16 e
Figura 11. Pessoa caminha EF09GE17 e da CEG3.
em meio a neve durante o
inverno em Lhasa (Tibete),
2015.
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de pluviosidade muito baixa, que formam os desertos Círc
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mente na Índia. Leia a seção Fique por dentro. Tró
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80° L N 80° L
Verão Inverno traz massas de ar
cífico das substâncias (leia o AFEGANISTÃO O L AFEGANISTÃO úmidas do oceano e
texto complementar abaixo). CHINA gera alagamentos
Nesse caso, o calor específico S CHINA frequentes na Índia.
PAQUISTÃO NEP PAQUISTÃO 2. De acordo com o
está relacionado com o tempo IRÃ BUTÃO IRÃ NEP BUTÃO
AL AL climograma, é mais
necessário para o aquecimento Trópico BANGLADESH Trópico BANGLADESH
provável ocorrerem
e o resfriamento da água (ocea- de Câncer de Câncer inundações como a
ÍNDIA MIANMAR ÍNDIA MIANMAR retratada na imagem
no Índico) e da terra (continente Alta entre os meses de junho
Baixa
asiático), que originam os flu- Mar pressão Ventos pressão e setembro.
Golfo de
Arábico
Bengala secos Ventos
xos dos ventos responsáveis secos N
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pelas monções de verão (chu- Ventos Arábico Golfo de
úmidos Ventos Bengala O L
vosas) e de inverno (secas). A úmidos
Fonte: elaborado com base
seção favorece o desenvolvi- SRI LANKA OCEANO Baixa SRI LANKA S em CALDINI, Vera; ÍSOLA,
OCEANO Alta pressão Leda. Atlas geográfico
mento da habilidade EF09GE16 ÍNDICO pressão 0 440 880 km ÍNDICO 0 440 880 km
Saraiva. São Paulo: Saraiva,
e da CECH5. 2013. p. 171.
Prabhat Kumar Verma/ZUMA Wire/Alamy Live News/Fotoarena
Mumbai (Índia)
800 40
700 35
600 30
500 25
400 20
300 15
200 10
Monções causam enchente em Allahabad (Índia), 2018. 100 5
1. Observe a foto acima. Ela indica a atuação de qual tipo de monção na Índia?
2. Analise o climograma de Mumbai e relacione-o com a foto. Em quais meses do ano é mais provável ocor-
rer esse tipo de monção na Índia?
Texto complementar
No estudo de termodinâmica, um conceito útil para quantificar uma certa quantidade de calor transferida a um sistema é o conceito
de calor específico. Uma definição simples pode ser dada assim: o calor específico é a quantidade de calor que deve ser transferida a
1 g de uma substância para que a sua temperatura seja elevada em 1 °C. Conforme se sabe, essa quantidade de calor varia de substância
para substância e, então, o calor específico é um parâmetro que caracteriza uma dada substância. […]
SILVA, Wilton P. da et. al. Medida de calor específico e lei de resfriamento de Newton: um refinamento na análise dos dados experimentais. Revista
Brasileira de Ensino de Física, São Paulo, n. 4, v. 25, dez. 2003. Disponível em: <www.scielo.br/pdf/rbef/v25n4/a10v25n4.pdf>. Acesso em: nov. 2018.
ti c o
de formações vegetais (figura 13).
Ár
que a vegetação é influencia-
ar
O L
l
Po
Partindo do norte em direção ao sul, en- rc
ul
o
da pelos demais elementos da
Cí
contra-se inicialmente a Tundra, vegetação S
natureza e, ao mesmo tempo,
EUROPA
OCEANO
rasteira típica de áreas polares (figura 14). Du- PACÍFICO influencia-os. A Floresta Tropi-
rante o inverno, o solo permanece congelado cal e a Equatorial, por exemplo,
quase todo o ano. Depois há uma larga faixa interferem na quantidade de
r
ce
n
de Floresta Boreal, também chamada de Taiga, e
Câ vapor presente na atmosfera,
od
pic contribuindo para a formação
vegetação de pequena biodiversidade, com- Tró
Victor Nikitin/Alamy/Fotoarena
mos a habilidade EF09GE16, a
CG1 e a CEG4.
Figura 14. Tundra no norte dos Urais (Rússia), durante o verão, 2017. Figura 15. Floresta Boreal na Sibéria (Rússia), 2017.
Lamberto Jesus/Alamy/Fotoarena
Fonte: elaborado com base em CURSO de introdução às técnicas de sensoriamento remoto. Disponível em: <www.ufpa.br/epdir/images/docs/
paper 64.pdf>. Acesso em: nov. 2018.
Ilustração em cores fantasia sem proporção de tamanho e de distância.
Texto complementar
O termo biodiversidade, hoje consagrado na literatura, refere-se à diversidade biológica para designar a variedade de formas de
vida em todos os níveis, desde microrganismos até flora e fauna silvestres, além da espécie humana. Contudo, essa variedade de se-
res vivos não deve ser visualizada individualmente, mas sim em seu conjunto estrutural e funcional, na visão ecológica do sistema
natural, isto é, no conceito de ecossistema.
[...]
A literatura científica tem mostrado essa tendência, enfocando nos valores ético, econômico, cultural, recreativo, intelectual, cien-
tífico, espiritual, emocional e estético da biodiversidade (Alho, 2008); custos ambientais e econômicos da erosão de solos (Pimentel
rance - Presse
rios e a geologia do território brasileiro, buscan-
do identificar as áreas que estarão mais sujeitas
nc i a F
a ter problemas no período chuvoso. Outra meta
Agê
do Cemaden é dialogar com a Defesa Civil – ór-
za /
ou
gão encarregado de atuar no apoio aos afetados
oS
nd
na
em casos de desastres – para estabelecer formas
er
F
re s s
a informação ao órgão. Essa operação é reali-
utur a P
zada por membros da comunidade, que são
u iz / F
treinados para essa função. Além disso, eles tam-
zR
ac a
bém recebem formação para avisar os vizinhos a
sL
ca
1. O que pode ser feito para evitar mortos e feridos em caso de desastres naturais?
Como o Cemaden pode ajudar?
2. No município em que você vive existem áreas que podem trazer riscos à população
em caso de chuvas intensas? Quais? Justifique sua resposta.
2. Resposta pessoal. É importante ter cautela ao levantar essas informações, pois pode ocorrer que alunos vivam em áreas de risco.
A comunicação de risco deve ser feita com muito cuidado para que não Quadro físico e recursos naturais da Ásia • Capítulo 7 167
cause pânico e ações precipitadas da população.
et al., 1995) e como a saúde humana depende da biodiversidade (Chivian & Bernstein, 2008; Mindell, 2009a). Em países considera-
dos detentores de alta biodiversidade, com grande território, como o Brasil, a questão da biodiversidade tem enorme relevância, de
importância estratégica, incluindo o destaque político no contexto global. Em consequência, o uso e a ocupação do solo, com avan-
ço em áreas naturais, têm forte implicação com a saúde e o bem-estar humano.
[...]
ALHO, Cleber J. R. Importância da biodiversidade para a saúde humana: uma perspectiva ecológica. Revista Estudos Avançados, São Paulo, n. 74,
v. 26, p. 151, 2012. Disponível em: <www.scielo.br/pdf/ea/v26n74/a11v26n74.pdf>.
Acesso em: nov. 2018.
ic o
3 BAHREIN
O L
Á rt
os alunos desenvolvam a em-
c) formas de relevo.
la r
Po
patia e a cooperação, o senso de S
lo u
ír c
responsabilidade e a cidadania. C
Pratique
1. Por dobramentos da litosfera EUROPA
RÚSSIA
(parte asiática)
resultantes do encontro das
M
a TURQUIA Mar
placas tectônicas Euro-Asiá- Me r (parte Ne
asiática)
di
gr
COREIA JAPÃO
tica e Indiana. Nela estão
ter
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r Cáspi
DO NORTE
râ
eo CASAQUISTÃO
r
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MONGÓLIA e
localizadas as montanhas LÍBANO SÍRIA
USBEQUISTÃO Câ
nc
Ma
ISRAEL COREIA de
mais altas do mundo: o Eve- EGITO
JORDÂNIA TURCOMENISTÃO
QUIRGUISTÃO
DO SUL
óp
i co
(parte IRAQUE TAJIQUISTÃO Tr
rest (8 848 m de altitude) e
Mar Vermelho
asiática) CHINA
KUWAIT IRÃ
o K2 (8 671 m de altitude). 3 AFEGANISTÃO
OCEANO
2. Porque a região localiza- ARÁBIA
2
1
PAQUISTÃO
TAIWAN PACÍFICO
SAUDITA NEPAL BUTÃO
-se na área de contato das BANGLADESH
OMÃ FILIPINAS
placas tectônicas Euro-A- IÊMEN
ÍNDIA
MIANMAR
LAOS
siática e Indiana, que se TAILÂNDIA VIETNÃ
0 990 1980 km
do
r 0º
movimentam em sentidos CAMBOJA
Eq
ua
Victor Nikitin/Alamy/Fotoarena
a) tam com água os oito maiores rios da Ásia, restas Temperada e Sub-
entre eles – Indo, Ganges, Brahmaputra, tropical, Vegetação de
Yangtze e rio Amarelo – suscetíveis de serem Altitude, Estepe e Pra-
afetados pelo stress hídrico nas próximas dé- daria, Deserto, Estepe
e Pradaria novamente,
cadas, com potenciais consequências para o
Floresta Boreal (Taiga),
1,3 bilhão de pessoas. Tundra.
Apoiados pelo projeto de pesquisa finan- c) Planalto de Decã, planície
ciado pela Suécia e realizado pela ICIMOD du- Indo-Gangética, planal-
b) rante três anos, os especialistas descobriram
8
• Identificar e comparar as-
pectos histórico-culturais
e socioeconômicos de paí-
ses asiáticos, em especial
China, Japão e
o Japão, a China e os Ti-
gres Asiáticos, bem como
Tigres Asiáticos
sua inserção na economia
mundial.
• Reconhecer e caracterizar
os blocos econômicos Apec Para iniciar
e Asean, que contam com a
participação de países asiá- Neste capítulo você vai conhecer países com grande tradição cultural, cujo
ticos, e seus atuais desa- passado histórico advém de civilizações antigas – a China e o Japão –, e identificará
fios ligados à cooperação semelhanças e diferenças entre eles. Se, por um lado, o Japão é o país mais desen-
e à integração econômica. volvido da Ásia, por outro, a China é a nação mais populosa do mundo e tem vivido,
nas últimas décadas, o período de maior desenvolvimento econômico de sua histó-
BNCC neste capítulo ria. Também participam desse cenário os Tigres Asiáticos, um grupo de nações que
Habilidades se destaca pela recente modernização de sua economia, ancorada em aspectos
EF09GE02 centrais do modelo japonês.
EF09GE08 Observe a imagem desse conjunto habitacional em Hong Kong, Região Admi-
EF09GE09 nistrativa da China, com mais de 7 milhões de habitantes. Alguns de seus bairros
EF09GE10 chegam a ter 50 mil habitantes por quilômetro quadrado.
EF09GE15
Xinhua/Agência France-Presse
min). Ambientado no período
da Revolução Cultural chinesa, praticado na União Soviética, no qual os
o filme narra a história de um integrantes do governo viviam com mor-
grupo de jovens enviados para domias, ao contrário do restante da popu-
uma comunidade agrícola para lação. Para isso, Mao envolveu jovens que
ser reeducados. A partir desse viviam nas cidades para modernizar o de-
enredo, é possível entender me- senvolvimento chinês, o que levou a mu-
lhor aquele período da história
danças no Partido Comunista da China e à
da China.
criação de políticas para educação e saúde,
Este conteúdo mobiliza as além de aumentar a produção de alimentos
CG1, CECH2 e CECH4.
e combater a fome. A Revolução Cultural
foi marcada por repressão e violência con-
tra suspeitos de oposição política ao regime
e a seu líder. Ela chegou ao fim com a mor-
te de Mao Tsé-tung, em 1976, e a subida de
Deng Xiaoping (1904-1997) ao poder.
Texto complementar
Era Mao e a industrialização da China
Ao se analisar o processo de industrialização chinês, usualmente parte-se da tomada de poder por Deng Xiaoping, em 1978. Foi argumentado neste artigo que o proces-
so de modernização da indústria chinesa pós-1978 foi facilitado pelas reformas implementadas por Mao Tsé-Tung no período anterior (1949-1976). Compreender essas
reformas significa, em última instância, antecipar o ponto de partida para o sucesso pós-1978.
A quebra do imobilismo político e social, espelhado na conduta revolucionária imposta por Mao Tsé-Tung durante todo o seu governo, buscava em última instância evitar
a solidificação e a imobilização de uma nova estrutura de classes. Para que uma nação consiga avançar rumo à industrialização é necessário que reformas estruturais sejam
realizadas, reformas estas que demandam uma alteração importante nos mecanismos de incentivo para acumulação, muitas vezes inviabilizada pelo imobilismo. A quebra
do imobilismo na era Mao Tsé-Tung de certa forma garantiu a criação de uma sociedade mais igualitária, bem como um constante movimento rumo à industrialização. Este
fator foi fundamental para viabilizar as mudanças sociais e econômicas – necessárias à criação e ao fortalecimento da indústria pesada –, bem como a incorporação do Estado
português.
Figura 2.
Trabalhadores em China – TV Cultura
linha de montagem ‹http://tvcultura.com.br/
de motores de videos/5164_materia-
motos em de-capa-china.html›
Chongqing (China), Nessa reportagem,
2016. conheça mais sobre a
China e suas mudanças
recentes. Entenda
também quais são os
desafios enfrentados
Figura 3. Plantação
pelo gigante chinês no
de arroz em terraços, século XXI e suas
em Guillin (China), principais perspectivas.
2017.
nas diversas estruturas sociais e produtivas existentes. A existência dessa indústria pesada foi importante para viabilizar o processo de industrialização acelerado pós-1978.
Tanto a formação da indústria de insumos agrícolas, quanto a ampliação da área irrigada foram fundamentais para viabilizar o aumento da produtividade auferido pela re-
forma agrária implementada por Deng Xiaoping após sua chegada ao poder, em 1978. Essa reforma classificada como um dos pontos determinantes para o avanço da economia
chinesa no período recente, conforme se mostrou neste artigo, foi amplamente beneficiada pelos avanços herdados da era Mao Tsé-Tung.
Estas foram apenas algumas reformas realizadas no período compreendido entre 1949 e 1976 que influenciaram decisivamente o processo de transformação industrial ace-
lerado do período subsequente. Obviamente, o legado deixado por Mao não se esgota nesses itens. Tampouco se pode afirmar que inexistiram incoerências em seu projeto
de desenvolvimento. Tendo essas restrições em mente, buscou-se aqui resgatar algumas contribuições para este processo de industrialização que certamente é um dos mais
bem-sucedidos do último século.
MILARÉ, Luís Felipe L.; DIEGUES, Antônio Carlos. Contribuições da era Mao Tsé-Tung para a industrialização chinesa. Revista de Econonia Contemporânea,
Rio de Janeiro, v. 16, n. 2, p. 376-377, maio-ago. 2012. Disponível em: <www.scielo.br/pdf/rec/v16n2/a09v16n2.pdf>. Acesso em: nov. 2018.
90° L
empresas estatais) N Litoral de economia
combinadas com RÚSSIA dinâmica
Interior agrícola
características do O L
Periferia
capitalismo S
Polo de inovação
(investimentos privados, MANC
Centro de grande
desenvolvimento
HÚRIA
investimentos externos, XINJIANG
TIBETE Nome de região
povoadas
EP
AL DO SUL
década de 1970, em ÍNDIA
Chengdou Xangai Para o exterior
regiões urbanizadas e Tró
pic BUTÃO Wuhan Frente pioneira
od
portuárias, com o eC
ânc
er ÍNDIA l Chongqing
Corredor econômico
R i o A zu do Extremo Oriente
objetivo de instalar BANGLADESH Para América Limites de país
indústrias de produtos e Europa
Texto complementar
Do socialismo marxista ao socialismo de mercado
A visão de mundo dos socialistas de mercado, em larga medida, não se baseia no marxismo, mas no socialismo fabiano e nas cren-
ças do partido trabalhista inglês.
De fato, boa parte do debate ocorre entre economistas da London School of Economics (Lerner e Durbin), fundada por membros da
Fabian Society (casal Webb). Durbin, um dos participantes do debate, foi durante a guerra assistente pessoal de Clement Attlee, mais
tarde eleito primeiro-ministro pelo Partido Trabalhista.
Benjamin Ginsberg/Alamy/Fotoarena
Ao fazer a leitura do mapa da
mica promovida na China foi o intenso processo figura 8 com os alunos, procure
de urbanização. Em 1970, a população urbana no destacar a pertinência desse tipo
país era inferior a 20%; em 2017, a taxa já era de de representação cartográfica.
58%. Esse processo resultou de um forte êxodo Trata-se de uma projeção ci-
rural, acompanhado de um acelerado crescimento líndrica que coloca a China no
urbano, impulsionado pela concentração, nas ci- centro do mapa, de modo a faci-
dades, das atividades mais dinâmicas e capazes litar a representação e a visuali-
de gerar novos empregos. Na China existem mui- zação dos fluxos (exportações e
tas megacidades: Beijing, Tianjin, Guangzhou, importações da China com seus
Shenzhen, Xangai (figura 7). Essas cidades reúnem principais parceiros comerciais).
migrantes das mais variadas procedências, atraídos Possibilita-se, assim, o de-
pelas múltiplas oportunidades oferecidas pelo di- senvolvimento das habilidades
namismo econômico. Elas apresentam, porém, inúmeros desafios: problemas de Figura 7. Xangai é uma EF09GE10 e EF09GE15 e da
mobilidade urbana, como congestionamentos e superlotação dos veículos de das cidades com maior CEG4 e a CECH7.
transporte público; problemas ambientais, como poluição do ar e excesso de lixo; população urbana do
mundo. Foto de 2017.
expulsão das populações de baixa renda para bairros periféricos, entre outros.
Entre os mais importantes parceiros comerciais da China estão os Estados
Unidos, principal destino dos produtos chineses. Em termos de fornecimento de
produtos para a China, destaca-se o vizinho asiático, o Japão (figura 8). Megacidade
Aglomerado urbano
com mais de 10 milhões
Figura 8. China: principais destinos de exportação e
de habitantes.
origem de importação (% sobre o total) – 2013
O L
OCEANO
ÁFRICA
%
PACÍFICO
Equador
0°
OCEANO
OCEANO 6,0 América
0,1
ATLÂNTICO %
ÍNDICO Latina
%
Exportação
Importação
0 3230 6460 km Círculo Polar Antártico
Memórias de
Limites de país
Xangai
Fonte: elaborado com base em UNCTAD. UNCTAD Handbook of Statistics 2014. p. 46, 58. Disponível em: Direção: Jia Zhang-ke.
<https://unctad.org/en/PublicationsLibrary/tdstat39_en.pdf>. Acesso em: out. 2018. China/Países Baixos:
Xstream Pictures
Nos últimos anos, a presença chinesa se consolidou no mundo. Grande parte Limited, 2010. 118 min.
de todos os produtos industrializados comercializados tem origem nesse país, o Documentário que
apresenta a trajetória de
que permitiu o crescimento da economia e a melhoria da renda da população. 18 moradores de Xangai,
Esse crescimento, contudo, acarretou problemas ambientais. Leia a seção Olhar que contam sua vida e a
interdisciplinar, na página seguinte. Essas características, associadas ao poderio relação que
desenvolveram com a
militar, já levam alguns analistas a afirmar a existência de uma nova bipolaridade maior cidade chinesa.
no século XXI, dessa vez entre China e Estados Unidos.
China, Japão e Tigres Asiáticos • Capítulo 8 175
Na esfera teórica, os autores são influenciados tanto pela teoria neoclássica quanto pelo keynesianismo que acabara de surgir.
Além da substituição do marxismo pela teoria neoclássica como ferramenta teórica – o que muda significativamente a natureza da aná-
lise e a forma como se enxerga uma futura sociedade socialista –, algumas crenças marxistas são rejeitadas pelos socialistas de mercado.
Um dos aspectos do socialismo inglês é a rejeição da ditadura do proletariado em favor da democracia parlamentar inglesa. Durbin
[…], por exemplo, critica vigorosamente a ideia da ditadura (condenando inclusive os métodos totalitários na Rússia), em favor do so-
cialismo democrático. […]
Fabio Barbieri. O desenvolvimento do socialismo de mercado, p. 20-21.
Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/rgpp/article/view/97823/96623>. Acesso em: nov. 2018.
d) como está a poluição do ar no município em que você vive e quais medidas foram adotadas para
combatê-la.
Fonte: elaborado com base em FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial.
São Paulo: Moderna, 2013. p. 59.
Atividades 2. Porque existe uma especulação de que nas ilhas sem população próximas a Taiwan existam reservas
significativas de gás natural no mar.
1. As disputas territoriais apresentadas no texto envolvem apenas países asiáticos? Por que você acha que
isso ocorre?
2. Explique por que ilhas sem população seriam importantes para China, Taiwan e Japão.
Sea
n Pa
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otoa
rena
179
Texto complementar
A convivência harmônica com a água: uma lição japonesa
É inspirador observar o que ocorreu no Japão com a gestão das águas e o uso do solo. Aquele país é um arquipélago cercado de ma-
res e oceanos e muito rico em fontes de água, originárias de suas montanhas. O Japão tem topografia montanhosa – 70% da superfície
constituem os alpes japoneses, espinha dorsal do arquipélago, com ocupação humana rarefeita.
Os alpes japoneses são, em sua maior parte, ocupados por florestas, que servem para a proteção dos solos e o controle da erosão. Ainda
que a maior parte das florestas seja de propriedade privada, sua exploração e a comercialização do produto são usualmente feitas por meio
de associações florestais. Sendo o país de clima temperado, a vegetação demora oitenta anos para ser explorável, e, dessa forma, as flores-
tas são consideradas como poupança, mais do que como investimento de retorno em curto prazo. […]
Comércio internacional
Com relação aos produtos exportados, o Japão está entre os principais forne-
cedores de carros, máquinas e navios. O país também aparece com destaque na
produção de eletroeletrônicos. Porém, é um importador de alimentos e de recur-
sos naturais.
O principal parceiro comercial do país são
os Estados Unidos, seguido pela China (figura Figura 15. Japão: principais parceiros (exportações
em milhões de dólares) – 2017
15). Os países europeus também estabelecem
Ericson Guilherme Luciano/Arquivo da editora
No Japão, houve um aprendizado social sobre os riscos e custos dessa ocupação inadequada dos vales. Preservam-se os fundos de vale
não edificados nas cidades, com canais abertos e parques lineares, que são inundados com as chuvas. Quando as águas se vão, não deixam
danos econômicos ou sociais. No Japão, programas intensos de florestamento de encostas, de criação de cooperativas florestais e de pro-
teção à cobertura vegetal reduziram as inundações nas planícies e os prejuízos à economia agrícola. […]
O florestamento dos alpes japoneses foi estratégico para conter sedimentos e erosões. Programas intensos de proteção de encostas reduzi-
ram as inundações. Cooperativas florestais foram criadas para administrar as florestas e manejá-las de forma sustentável, usando a madeira
para mobiliário e construção civil. As medidas de prevenção e controle evoluíram e, hoje, compreendem a manutenção integral da cobertu-
ra de florestas nas áreas montanhosas, a construção de represas para conter a terra que escorre das montanhas junto com a água de chuva e a
proteção de encostas por meio de redes metálicas ou de plástico, que previnem os deslizamentos de terra. […]
RIBEIRO, Maurício A. A convivência harmônica com a água: uma lição japonesa. Estudos Avançados, São Paulo, v. 22, n. 63, p. 239-241, 2008.
Disponível em: <www.scielo.br/pdf/ea/v22n63/v22n63a17.pdf>. Acesso em: nov. 2018.
Observe na tabela a seguir que os Tigres Asiáticos não são semelhantes, quan-
do se analisam seus dados.
Tigres Asiáticos: dados selecionados – 2016
Gastos com
População Expectativa de Média de anos
País educação
(milhões) vida (anos) de estudo
(% do PIB)
Cingapura 5,6 83,2 3,3 11,6
Coreia do Sul 51,2 82,1 5 12,2
Hong Kong* 7,3 84,2 3,4 11,6
VCG/Getty Images
Canadá, Cingapura, Coreia do Sul, Estados Unidos, Filipinas,
Indonésia, Japão, Malásia, Nova Zelândia e Tailândia. Depois,
foram agregados China, Hong Kong e Taiwan, em 1991; México
e Papua-Nova Guiné, em 1993; Chile, em 1994; e, por fim, Peru,
Rússia e Vietnã, em 1998.
Apesar de a ideia de associação entre esses países ter sido
lançada em 1989 com ampla aceitação, foram necessários mais
quatro anos para que ela fosse efetivada. Ou seja, entre 1989 e
1993, a Apec era uma reunião informal de países. Ela só foi oficia-
lizada em 1993, nos Estados Unidos.
O maior objetivo da Apec é promover a integração regional e
estimular a cooperação técnica e econômica. Porém, as diferenças
de nível de desenvolvimento econômico entre seus membros di-
ficultam a integração e mesmo a cooperação entre os países.
NOVA-GUINÉ
PERU OCEANO
Trópico de Capricórnio ÍNDICO
CHILE AUSTRÁLIA
NOVA
ZELÂNDIA
0º 0 3100 6200 km
Países-membros
Fonte: elaborado com base em APEC. Member Economies. Disponível em: <www.apec.org/About-Us/About-
APEC/Member-Economies>. Acesso em: out. 2018.
Como visto, a Ásia abrange países com muito dinamismo econômico, apesar
de alguns deles ainda não terem conseguido elevar a qualidade de vida de sua
população. Esse será o desafio a ser enfrentado nas próximas décadas, o que pode
gerar boas oportunidades ao Brasil. Leia a seção Enquanto isso no Brasil.
186 Unidade 3 • Ásia: novo polo da economia
Texto complementar
Donald Trump volta a endurecer o tom contra países asiáticos
“Não vamos deixar que os Estados Unidos continuem a ser pre- vogar não foi mais do que a defesa do nacionalismo econômico
judicados. Vou pôr sempre a América primeiro, tal como espero e de acordos bilaterais, em detrimento de acordos multilaterais.
que todos os que aqui se encontram o façam com os vossos países.” Trump queixou-se ainda das regras da Organização Mundial do
Foi desta forma clara que Donald Trump se dirigiu aos líderes da Comércio não serem observadas por outros países. Em específico,
Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC, na sigla inglesa), no disse que os Estados Unidos reduziram as barreiras do mercado e
encontro que se realiza em Danang, Vietnã. extinguiram tarifas aduaneiras, mas os outros países não corres-
Dito de outra forma, a mensagem de “comércio livre, recípro- ponderam da mesma forma.
co e justo” que a Casa Branca adiantava que o presidente iria ad- […]
2. O Brasil é um
importante fornecedor
de insumos,
principalmente
recursos naturais, para
a indústria do Japão e
dos Tigres Asiáticos.
Fora isso, indústrias
que montam
automóveis e
eletrodomésticos
instalaram-se no Brasil.
Atividades
1. Em sua opinião, qual é a importância da cooperação acadêmica entre Brasil e China?
2. Que relação é possível estabelecer entre o Brasil e as indústrias do Japão e dos Tigres
Asiáticos?
A Administração Trump decidiu retirar os Estados Unidos da de Trump, seguiu-se o do homólogo chinês, Xi Jinping. “Devemos
Parceria Transpacífico (TPP), acordo comercial atingido em 2015 dirigir a globalização econômica, ou devemos hesitar e parar pe-
e assinado em 2016 por 11 países da APEC e os Estados Unidos. rante o desafio? Devemos aprofundar em conjunto a cooperação
[…] Com a China fora desta parceria, o Japão é o principal interes- regional ou devemos seguir os nossos caminhos separados?.” Qual
sado em salvá-la. Mas a ausência do primeiro-ministro do Canadá, líder da globalização acabado de entronizar, respondeu: “A abertura
Justin Trudeau, de uma reunião ensombrou o futuro do acordo. traz progresso, enquanto a reclusão é um atraso.”
“Vejo uma enorme mudança. Vejo a escalada da antiglobalização, AVÓ, César. Donald Trump volta a endurecer o tom contra países
asiáticos. Diário de Notícias, 11 nov. 2017. Disponível em: <www.dn.pt/
de mais políticas viradas para dentro, o que ironicamente está con-
mundo/interior/donald-trump-volta-a-endurecer-o-tom-contra-
tra o ideal da criação da APEC”, comentou o primeiro-ministro da paises-asiaticos-8909356.html>. Acesso em: nov. 2017.
Malásia, Najib Razak. Em contraste com o discurso protecionista
Região
vida nos países que for-
Leste da Ásia e Pacífico 61,4
10. Reúna-se com alguns colegas e, em grupo, façam mam os Tigres Asiáticos.
África subsaariana 54,4
uma pesquisa para aprofundar os conhecimentos Trabalhe em grupo
Sul da Ásia
44,6 sobre um dos Tigres Asiáticos. Sigam as orienta- 10. Pode-se pedir que, com base
América Latina e Caribe
16 ções abaixo. na pesquisa e na discussão
Oriente Médio e
norte da África 6,2 realizadas, a turma organize
a) Escolham um país para buscar informações sobre
Europa e Ásia central um grande painel sobre os
1,7 economia e sociedade. Exemplos:
Outros 0,5 Tigres Asiáticos, com ma-
• principais acontecimentos históricos; pas, imagens e informações
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Porcentagem da população • línguas faladas no país e os principais aspectos que ofereçam um panorama
culturais; das características econô-
• principais produtos exportados; micas, sociais e culturais
Taxa de pobreza (%) – 2013
dos países estudados.
Ericson Guilherme Luciano/Arquivo da editora
Assim como Cingapura, Hong Kong possui alto investimen- Bélgica e Holanda; Extremo Oriente, com destaque para Ja-
to em educação, 3,4% do PIB, e tem elevada média de anos pão, China e Coreia do Sul; e Sudeste Asiático, com destaque
de estudos (11,6 anos). para Malásia, Indonésia e Vietnã.
Analise o mapa Analise as imagens
7. a) O Japão está representado em vermelho, no extremo leste 8. a) Observa-se a forte verticalização da paisagem, marcada pela
do mapa, e a China, em amarelo claro, logo a oeste do Japão. construção de grandes arranha-céus com arquitetura moderna.
b) As regiões que mais exportam e os países que se destacam b) A transformação na paisagem urbana de Xangai reflete o
são: Europa, com destaque para França, Alemanha, Suíça, intenso crescimento econômico da economia chinesa nas
9
• Abordar e correlacionar as-
pectos físicos, econômi-
cos, socioculturais da Índia,
do Paquistão e do Irã, bem
como suas relações com o
Índia, Paquistão e Irã
Brasil em alguns desses
aspectos.
• Compreender aspectos geo-
políticos que envolvem Ín- 1. Provavelmente os
dia, Paquistão e Irã em seus
alunos citarão as
diferenças nos trajes
Para iniciar
contextos regionais, além dos noivos. No
de suas inserções no es- casamento hindu, há o Neste capítulo você vai estudar três países que se sobressaem por seu pode-
uso de muita cor na
paço geográfico mundial. roupa e nos adereços; rio militar no continente asiático. O primeiro é a Índia, que tem uma das maiores
na sociedade ocidental,
a noiva costuma usar
populações do mundo, além de grande número de profissionais altamente quali-
BNCC neste capítulo vestido branco e o ficados, o que a diferencia entre os países que estão assumindo maior destaque
noivo, terno e gravata.
Habilidades
É possível que os
no mundo. Em seguida, vai conhecer mais sobre o Paquistão, que, como a Índia,
EF09GE04 alunos apontem tem armas nucleares, mas papel pouco relevante na economia e na política inter-
também que em nossa
EF09GE08 sociedade as nacionais. Para encerrar, o Irã, que tem grande capacidade de influenciar outros
EF09GE09
cerimônias de países da região.
casamento em geral
EF09GE10 ocorrem no interior de Observe a imagem e responda às questões.
um templo e com a
Competências gerais presença de um padre,
Orientações didáticas
Para iniciar
Se julgar pertinente, amplie Noivos indianos durante
a abordagem inicial das carac- uma cerimônia típica de
terísticas culturais dos demais casamento hinduísta em
países a serem estudados nes- Ahmedabad (Índia), 2017.
te capítulo: o Paquistão e o Irã.
Comente com os alunos que,
além dessa cena típica de um Atividades
casamento indiano, ou mesmo 1. Aponte algumas diferenças entre a cerimônia de casamento hindu vista na imagem
as representações desse evento e a de um típico casamento ocidental que você já presenciou ou viu por meio de
social na sociedade ocidental, filmes, fotos ou relatos.
existe ainda uma grande diver-
sidade de culturas dentro des- 2. Lembre-se de outras diferenças que você conhece entre a cultura ocidental e a
ses países, cada qual com seus cultura indiana.
ritos e tradições para as mais
190 Unidade 3 ¥ Ásia: novo polo da economia
diferentes situações.
Para exemplificar, pode-se
citar os ritos e as tradições dos
povos indígenas do Brasil, cujo
casamento, por exemplo, não
ocorre da mesma forma que
na cultura judaico-cristã oci-
dental. Este conteúdo mobiliza
a CECH1 e a CECH2.
Texto complementar
Racismo na Índia? Cor, raça e casta em contexto
Cor e raça estão entre as categorias-chave mais comuns usadas as estratégias para seu combate desenvolvidas pelos dalits e pelos
nos estudos sobre o fenômeno do racismo no mundo ocidental. siddis elucidam a insuficiência e inadequação de usos a-históricos
Quando se fala em discriminação na Índia, o termo casta é aquele desses dois conceitos para entendermos os múltiplos planos e as
ao qual é geralmente atribuído maior poder explicativo. A análise diferentes facetas dos processos de inclusão e exclusão vivencia-
de dois casos específicos – os dalits e os siddis (descendentes de dos pelos dois grupos em questão.
escravos africanos radicados no estado de Karnataka) – revela di- HOFBAUER, Andreas. Racismo na Índia? Cor, raça e casta em contexto.
versas inter-relações e entrelaçamentos na construção, delimitação Revista Brasileira de Ciência Política, Brasília, n. 16, p. 190-191, 2015.
e transformação das categorias raça e casta – e isto não apenas no Disponível em: <www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-335220
subcontinente indiano. As diferentes formas de discriminação e 15000200153&script=sci_abstract&tlng=pt>. Acesso em: nov. 2018.
Katia Christodoulou/Reuters/Fotoarena
Quais-as-razões-dos-protestos-dos-dalits-
a-casta-mais-baixa-da-Índia>.
Acesso em: out. 2018.
2. Os conflitos refletiram a revolta dos dalits em relação a uma discussão que estava ocorrendo na
Suprema Corte indiana, que visava ao abrandamento da Lei de Prevenção das Atrocidades. As
Atividades mudanças propostas diminuiriam as garantias do direito dos dalits de não serem ofendidos em público.
1. Em sua avaliação, como a impossibilidade de mobilidade social pode afetar a vida das pessoas?
2. Explique os fatos que motivaram os protestos dos dalits.
TÃO
e consolidado seu poder armamentista a paquistanês e marketing para empresas mul-
ANIS
reivindicado
partir dos testes com mísseis atômicos pela Índia tinacionais de língua inglesa,
principalmente para empresas
AFEG
JAMMU- Território sob
em maio de 1998. -Caxemira controle chinês
e reivindicado estadunidenses.
O país é banhado pelo oceano Índico, 11
pela Índia
Território sob CHINA Grande parte da população
tendo a leste o golfo de Bengala e a oes- 10 controle da Índia
PAQUISTÃO e reivindicado indiana fala inglês em razão
te o mar Arábico. A posição geográfica 9 Nova
pelo Paquistão
de o país ter sido uma colônia
– que dá ao país duas costas e enorme Délhi
NE 8 britânica.
PA
L
faixa litorânea – faz parte dos elementos UTTAR
PRADESH
1 BUTÃO O
BA
3
NG
Além disso, seu território é extenso, com BIHAR 6
LAD
3 287 260 km2, e pode aumentar, caso as MADHYA
4 Trópico
ESH
5 de Câncer
GUJARAT
áreas que o país reivindica junto ao Pa- PRADESH
CHHATTISGARH
quistão e à China sejam incorporadas Mar
ORISSA OESTE
BENGALA MIANMAR
Arábico
(figura 2). MAHARASHTRA
Golfo de
A Índia chegou a mais de 1,32 bilhão Bengala
de votantes em 2014.
O desenvolvimento científico e tecnológico indiano decorre do investimen- Doutor
Pessoa que recebeu o
to na formação de pessoas em nível superior. A Índia é um dos países com maior título de nível
número de doutores e é considerada uma “exportadora de cérebros”, já que universitário “doutor”,
muitos de seus cientistas atuam em empresas de alta tecnologia no exterior, após concluir a
graduação, o mestrado e
como aquelas ligadas à informática nos Estados Unidos. Além disso, tem capa- o doutorado, em geral
cidade de gerar inovações tecnológicas em seu próprio território. nessa sequência. O
doutorado visa
A cidade de Bangalore é chamada de Vale do Silício indiano por concentrar aprofundar o
laboratórios, universidades e empresas voltadas para a inovação tecnológica. conhecimento
A Índia é apontada por muitos analistas como uma potência mundial acadêmico e comprovar
a capacidade de
emergente. Um conjunto de características contribui para essa condição, desenvolver pesquisa
como a capacidade de produzir uma bomba nuclear, grande população e original sobre
mercado consumidor. Além disso, possui multinacionais, principalmente no determinado campo de
estudos.
setor metalúrgico.
Índia, Paquistão e Irã • Capítulo 9 193
Gandhi y
Im
concordava com sua defesa de uma Índia unida, com hindus e muçulma-
tt
Ge
nos, mas ainda hoje é reverenciado no país, que dedica a ele um museu
e/
rough. Reino Unido/Índia: nacional e diversas estátuas, entre outras homenagens. Seus feitos e seu
on
H ult
Goldcrest Films, 1982. discurso de respeito e igualdade são reconhecidos no mundo inteiro.
191 min.
O filme retrata a vida, as
GandhiServe India/AKG/Fotoarena
transformações, as ideias e
as lutas de Mahatma Gandhi,
desde que é expulso do va-
gão da primeira classe de
um trem na África do Sul até
seu assassinato em 1948.
Às margens do rio O indiano Mahatma
sagrado Gandhi (1869-1948),
Direção: Deepa Mehta. Ca- líder da independência
nadá/Índia: Mongrel Media, da Índia, em 1941.
2005. 117 min.
O filme retrata a época
em que a Índia buscava sua Mahatma Gandhi
independência política, na acompanhado por milhares
década de 1930. Um gru- de pessoas durante a
po de mulheres viúvas luta Marcha para o Sal em
contra as rígidas restrições Dandi (Índia), 1930.
sociais impostas pela socie-
1. Entre as expressões ou palavras-chave, podem estar: independência, resistência pacífica, não violência,
dade indiana. Atividades desobediência civil, direitos, igualdade.
1. Identifique no texto e escreva cinco expressões ou palavras-chave ligadas às lutas lideradas por Gandhi.
2. Avalie a dificuldade de um movimento de resistência pacífica nos dias de hoje.
2. Entre as dificuldades estão a falta de lideranças políticas pacifistas, a interferência
194 Unidade 3 ¥ Ásia: novo polo da economia de grandes potências econômicas em questões políticas nos países e o milionário
comércio internacional de armas, que não vê benefícios em revoltas não armadas.
Texto complementar
O conflito Índia × Paquistão
Conflitos territoriais são ainda muito presentes no mundo contemporâneo, alterando a geografia do mundo através de questões po-
líticas. Índia e Paquistão travam um embate que parece interminável sob a região da Caxemira.
A Caxemira é disputada desde o fim da colonização britânica. A Organização das Nações Unidas tem buscado intervir para a pacifi-
cação do movimento, porém sem êxito. Segundo uma resolução da ONU datada em 1947, a população local deveria decidir a situação
política da Caxemira por meio de um plebiscito acerca da independência do território. Tal plebiscito, porém, nunca aconteceu e a Ca-
xemira foi incorporada à Índia, o que contrariou as pretensões do Paquistão e da população local – de maioria muçulmana – e levou à
AFEGANISTÃO
Golfo TAJIQUISTÃO 77º L
Mumbai de
Bengala CHINA debate respeitoso e a constru-
OCEANO Hyderabad Azad
Caxemira Aksai
ção de uma solução pacífica
H
ÍNDICO N M Chin 34º N para o impasse que envolve a
I
A
0 720 1440 km L A
Jammu-Caxemira I A
O L
região. Este conteúdo possibilita
mobilizar a CECH1 e a CECH2.
PAQUISTÃO ÍNDIA
Violências étnicas 0 325 km
Atentados terroristas SRI LANKA S
Figura 3. Manifestação a favor da independência da Fontes: elaborado com base em CALDINI, Vera; ÍSOLA, Leda. Atlas
geográfico Saraiva. São Paulo: Saraiva, 2012. p. 145; SIMIELLI, Maria
Caxemira, em Islamabad (Paquistão), 2018. Elena. Geoatlas. 34. ed. São Paulo: Ática, 2013. p. 98.
guerra de 1947 a 1948. O conflito termina com a divisão da Caxemira: cerca de um terço fica com o Paquistão (Caxemira livre e Terri-
tórios do Norte) e o restante ficaria com a Índia.
A Índia é de maioria hindu e o Paquistão de maioria muçulmana. Os paquistaneses nunca ficaram contentes com essa divisão desi-
gual, principalmente com o fato de a região da Caxemira – que tem a maioria de sua população muçulmana – permanecer sob domí-
nio indiano […].
Desde então essa região já foi palco e motivo de duas das três guerras que ocorreram entre Índia e Paquistão, tornando-se um proble-
ma de segurança internacional, pois ambos os países desenvolveram armas nucleares.
PEREIRA, Diego M.; GURJÃO, Rafael R. Índia e Paquistão: uma questão geopolítica chamada Caxemira. Disponível em:
<http://observatoriogeograficoamericalatina.org.mx/egal14/Geografiasocioeconomica/Geografiapolitica/12.pdf>.
Acesso em: nov. 2018.
PAQUISTÃO
Délhi
R
THA
DE NEPAL
BUTÃO
B
TO
ER
DES
Kanpur
BA
NG
Trópico
LA
Ahmadabad ES de Câncer
D
H
Vadodara Jamshedpur
Calcutá MIANMAR
Surat
Criação extensiva
de gado
Mumbai Pune Golfo de
Bengala Culturas variadas
Hyderabad
Arroz
Vishakhapatnam
Trigo
OCEANO
Chá
ÍNDICO Algodão
Juta
Chennai Cana-de-açúcar
Bangalore (Madras)
Centro industrial
importante
Madurai Alta tecnologia
Cochin Petróleo
0 410 820 km SRI Limites Carvão
LANKA de país Ferro
Fonte: elaborado com base em FERREIRA, Graça M. L. Atlas Figura 6. Preparo da terra para cultivo de arroz, em Amritsar
geográfico: espaço mundial. São Paulo: Moderna, 2013. p. 101.
(Índia), 2018.
Damian Pankowiec/Shutterstock
Figura 7. Favela em
Mumbai (Índia), 2018.
Texto complementar
Bollywood
Os números de Bollywood, diante do universo de 1,32 bilhão de pessoas, surpreendem. De 1o de abril de 2016 a 31 de março de 2017,
1 986 filmes foram produzidos em 43 línguas indianas diferentes (28 idiomas oficiais). As temáticas são quase sempre as mesmas, a
censura de costumes é visível (nada de beijos escandalosos. Cenas de sexo? Nem pensar). “Romance e comédia são os temas mais abor-
dados em Bollywood. As pessoas adoram ter momentos de satisfação e absorver bons sentimentos. As pessoas gostam de sair das salas
de cinema sorrindo”, conta [o ditetor Malav], Rajda. Filmes em línguas hindi, tamil, telugu, bangla, malayalam e bhojpuri formam a
maioria das produções indianas. […]
Marco Saroldi/Shutterstock
brazil/pt/home/library/idh/rdhs-
gramas de computador. Estima-se que o país brasil/relatorio-nacional-de
tenha cerca de 1,5 milhão de programadores, senvolvimento-humano-2017.
que atuam em empresas nacionais e estran- html>. Acesso em: nov. 2018.
geiras. Muitos desses jovens retornaram ao Oriente os alunos na compa-
país e criaram empresas inovadoras, que de- ração dos dados e instigue-os
senvolvem programas de computador e robôs, a levantar as possíveis causas
usados na automação da produção industrial das diferenças encontradas,
bem como as iniciativas gover-
de muitos países.
namentais que poderiam melho-
Outra forte atividade econômica do país é rar esses dados estatísticos.
a produção cinematográfica, a maior do mun- Esta atividade proporciona o
do, com a produção de quase dois mil filmes trabalho com a CECH5.
por ano. A maior parte é produzida em Mum- Para ampliar o quadro descri-
bai, pela indústria de cinema conhecida como tivo da Índia do ponto de vista
Bollywood, responsável pela produção de fil- de suas potencialidades eco-
mes falados em hindi, a língua de grande par- Figura 9. Outdoor de filme indiano, em língua hindi, em nômicas, pode-se mencionar
te da população indiana (figura 9). Chennai (Índia), 2016. a sua produção cinematográfi-
ca, a maior do mundo. De forma
Indicadores sociais geral, ela é pouco conhecida no
Ocidente em razão da influên-
Os indicadores sociais indianos não melhoraram da mesma forma que os eco- cia do cinema estadunidense
nômicos. Em 2016, a expectativa de vida era de 68,5 anos. A média de anos de e europeu.
estudos era de 6,3 anos, ou seja, pouco mais da metade do Ensino Fundamental,
se considerarmos um ciclo de 8 anos, como ocorre em muitos países. Quando se
analisa esse dado em termos de gênero, as mulheres tinham 4,8 anos de estudo Quem quer ser um
em média, e os homens, 8,2 anos, em 2016, segundo o Relatório de Desenvolvi- milionário?
mento Humano de 2017. Direção: Danny Boyle. Reino
Com elevada pobreza, a Índia enfrenta desafios para melhorar a qualidade de Unido: Celador Films/Film 4,
vida de sua população. Em 2016, 27,8% da população estava em extrema pobreza, 2008. 120 min.
segundo o mesmo relatório. Ficção que narra a trajetó-
ria de um jovem nascido na
Índia, Paquistão e Irã • Capítulo 9 197
favela de Dharavi, a maior de
Mumbai, que se inscreve em
um programa popular de per-
guntas e respostas. As res-
Com o sucesso de filmes recentes, que trazem a temática do país de Gandhi, como Quem quer ser um milionário?, O exótico Hotel postas são dadas com base
Marigold e Lion, o cinema indiano talvez esteja ganhando a chance de se globalizar. Mas uma dúvida permanece: será que nossos limi- em passagens de sua vida.
tados olhares e sentimentos ocidentais trocariam o “H’ de Hollywood pelo “B” de Bollywood?
Você acredita na possibilidade de coproduções Brasil-Índia? Há um interesse deles em ampliar a participação além dos mercados
já existentes, como Estados Unidos e Europa…
Quando voltei da Índia, me dei conta de como o Brasil (e a América Latina como um todo) não conhece nada do cinema indiano e
bem pouco da cultura indiana, que vai além da yoga e do Kama Sutra. Existe um campo enorme de possibilidades, mas as diferenças
culturais, a distância geográfica e a ausência de uma comunidade indiana no Brasil são empecilhos grandes. […]
VIEIRA, José Carlos. Uma visita aos estúdios de Bollywood, maior indústria de cinema da Índia. Correio Braziliense, 10 dez. 2017.
Disponível em: <www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/diversao-e-arte/2017/12/10/interna_diversao_arte,646591/
industria-incessante-bollywood-na-india-produz-em-alta-velocidade.shtml>. Acesso em: nov. 2018.
N
de cerca de 193,2 milhões, em 2016. A maioria da população
Hyderabad Capital de país é muçulmana. Parte dela veio do Afeganistão, depois que as
O L
Mar Karachi
Cidade
Limites de país
Forças Armadas dos Estados Unidos invadiram aquele país em
Arábico
busca de um líder terrorista que teria comandado os atentados
S
Irã, Turquia e Síria. De ori- também foi para a Europa, em especial Alema-
nha e França.
S
gem indo-europeia, eles des-
cendem dos medos da Pérsia
antiga, que fundaram um A autonomia dos curdos tem sido comba- IRÃ
império no século VII a.C. tida pelos países em que esse povo está pre- 36° N
Ri
E
o
Em sua maioria muçulma- sente há anos. Em 1988, o líder e ditador do
ufr
Rio
SÍRIA e
at
nos sunitas, com minorias
Iraque, Saddam Hussein (1937-2006), coman-
T
s
igre
não muçulmanas e muitas LÍBANO
vezes formações políticas e dou o genocídio de 5 mil curdos que habita- Damasco
Bagdá
vam uma região de jazidas de petróleo. Na
laicas, os curdos estão es- IRAQUE
0 180 360 km
tabelecidos em uma área de
cerca de meio milhão de qui- Turquia, os curdos conseguiram vitórias, como
Fonte: elaborado com base em THE KURDISH Project. Where is
lômetros quadrados. o ensino do curdo como língua opcional. Tam- “Kurdistan”? Disponível em: <https://thekurdishproject.org/kurdistan-
map/>. Acesso em: out. 2018.
O número total de curdos bém foram autorizadas a produção e a veicu-
varia dependendo da fonte, lação de jornais, rádios e programas de televisão em curdo. Porém, no Irã, eles são discriminados.
de 25 a 35 milhões de pes-
soas. A maioria vive na Tur- Com a ascensão do Estado Islâmico entre 2014 e 2017, as forças militares curdas receberam arma-
quia (12 a 15 milhões, 20% da mento e apoio militar liderado pelos Estados Unidos e foram essenciais na derrota territorial do grupo
população do país), à frente extremista, principalmente no norte da Síria. Com isso, antigos anseios dos curdos por autonomia e
de Irã (cerca de 6 milhões,
menos de 10%), Iraque (4,69 independência ganharam força e repercussão.
milhões, entre 15% e 20%) e 1. Os territórios que no passado faziam parte do Curdistão hoje pertencem a Armênia, Irã, Iraque, Síria e
Síria (mais de dois milhões, Atividades Turquia.
15%). Situados em zonas do 1. Os antigos territórios curdos pertencem a quais países atualmente?
interior, o povo curdo conse-
guiu preservar seus diferentes 2. Qual é o principal país de destino dos curdos? 2. Boa parte dos curdos que saíram das áreas do seu antigo
domínio foi para a Europa, tendo como principais países de
dialetos, suas tradições e um
modo de organização basea- destino a Alemanha e a França. A maior parte dos curdos, porém, fixou-se na Turquia e no Irã.
do em clãs. Existem também
importantes comunidades
Atividades econômicas e indicadores sociais
curdas no Azerbaijão, Ar-
mênia e Líbano, bem como O Irã tem indústrias e bom desenvolvimento tecnológico, mas o bloqueio
na Europa, principalmente econômico dos últimos anos restringiu sua presença no comércio internacional à
na Alemanha. exportação de petróleo.
ENTENDA quem são os curdos,
Apesar das dificuldades em razão do bloqueio, apresenta melhores indicadores
povo sem Estado que quer inde- Oriente Médio: uma
pendência. O Globo, 25 set. 2017.
região de conflitos sociais que Índia e Paquistão. Em 2016, conforme o Relatório de Desenvolvimento
Disponível em: <https://oglobo.
globo.com/mundo/ & tensões Humano da ONU, a expectativa de vida era de 75,6 anos, e a média de anos de
entenda-quem-sao-os-curdos- Nelson B. Olic e Beatriz estudo chegava a 8,8 anos. As mulheres tinham 8,5 anos, e os homens, 9,1 anos
povo-sem-estado-que-quer- Canepa. São Paulo: de estudo, em média.
independencia-21867045>. Moderna, 2012.
Acesso em: nov. 2018. A Índia, apesar de se destacar no setor de serviços e na exportação de alguns
Neste livro são
discutidos os principais
produtos industrializados, ainda não beneficiou a maior parte de seus habitantes
conflitos do Oriente com a riqueza obtida. O Paquistão, por sua vez, possui armamento nuclear, como
Médio e os interesses a Índia, mas ainda está aquém em termos de presença internacional. As relações
internos e externos que
tensionam a região.
do Brasil são mais regulares com a Índia do que com os demais países. Leia a seção
Enquanto isso no Brasil.
200 Unidade 3 • Ásia: novo polo da economia
Texto complementar
As relações econômicas entre Índia e Brasil: trajetória e perspectivas
[…] as relações tanto econômicas quanto políticas estabelecidas entre Brasil e Índia têm se expandido de forma crescente. Cada dia
mais, os dois países têm transcendido sua mera condição de semelhança (subdesenvolvimento, posição sul, tamanho, população, etc.)
para atingir uma identificação e complementaridade bastante grande.
Sua relação, antes apenas baseada em elementos econômicos, é agora composta por um caráter político. Diversos acordos têm sido formalizados
e a tendência é que de agora em diante haja um aumento nestes acordos e sua relação seja cada vez mais pautada por uma cooperação sul-sul.
Atualmente, a Índia não pode ser considerada uma ameaça ao crescimento brasileiro, pois desempenha um papel diferente na pauta
de exportações mundiais, especializando-se em áreas diferentes das brasileiras, mas em um futuro próximo é uma possível ameaça.
Encontro da Comissão
Mista Ministerial de
Cooperação Política,
Econômica, Científica,
Tecnológica e Cultural
Brasil-Índia, no Itamaraty,
em Brasília (DF), 2018.
Atividades
1. Indique três temas em que Brasil e Índia possuem interesses em comum.
2. Por que é vantajoso ao Brasil estabelecer relações com a Índia?
Contudo, para tanto, precisa resolver, ou ao menos melhorar, a questão da falta de emprego de forma a superar a pobreza e privação
enfrentada no país.
Mundialmente falando, exportar manufaturas se tornou uma atividade marcadamente mais competitiva. Portanto, no continente
latino-americano, as possibilidades de se utilizar as manufaturas para a geração de empregos e para a manutenção do seu status de re-
gião em desenvolvimento são pequenas.
O que se pode concluir, portanto, é que atualmente Índia e Brasil tenderão a continuar sua aproximação e que suas produções são
complementares, não apenas entre si, mas também para o mundo. Contudo, é importante manter a atenção para o futuro desenvolvi-
mento dessa relação que promete ser promissora, mas que também corre o risco de ser conflitante em diversos aspectos.
HAFFNER, Jacqueline A. H.; MONTEIRO, Larissa de O. V. As relações econômicas entre Índia e Brasil: trajetória e perspectivas. 3o Encontro Nacional
ABRI 2011. Disponível em: <www.proceedings.scielo.br/scielo.php?pid=MSC0000000122011000200032&script=sci_arttext>. Acesso em: nov. 2018.
Vivvi Smak/Shutterstock
formação de favelas, como
em Mumbai e Nova Délhi.
Além disso, o uso de semen-
tes e agrotóxicos importa-
dos aumentou o custo da
produção. A concentração
de terras contribuiu para a
expulsão de trabalhadores
do campo e as grandes fa-
zendas monocultoras re-
duziram a biodiversidade.
Rios e lençóis freáticos fo-
ram contaminados por agro-
tóxicos.
4. Foi o setor de informática. A
Índia ganhou projeção mun-
dial após a década de 1990, Rua comercial em Nova Délhi (Índia), 2017.
tornando-se fornecedora
de mão de obra qualificada 202 Unidade 3 ¥ Ásia: novo polo da economia
para universidades e em-
presas estadunidenses e
europeias. Além disso, fo-
ram criadas diversas em- 6. a) Na primeira década do século XXI, o Irã gerou desconfian- b) Ele levou à queda das exportações e atingiu sua economia,
presas inovadoras ligadas ça por manter um programa nuclear suspeito de enriquecer pois a participação no comércio internacional ficou restrita à
à informática e à robótica. urânio, processo básico para a construção de bomba atô- exportação de petróleo.
5. O Paquistão é fornecedor mica. O Conselho de Segurança da ONU aplicou sanções ao 7. Dados da tabela: Expectativa de vida: Índia – 68,5 anos; Irã –
de produtos primários e país, como a proibição da exportação de armas. Em 2012, o 75,6 anos; Paquistão – 66,4 anos. Tempo médio de estudos
tem baixo nível de indus- Irã anunciou o lançamento de um míssil terra-ar e o domínio (homens): Índia – 8,2 anos; Irã – 9,1 anos; Paquistão – 6,5
trialização. Em suas ex- da produção de combustível atômico, intensificando o blo- anos. Tempo médio de estudos (mulheres): Índia – 4,8 anos;
portações destacam-se os queio econômico ao país. Irã – 8,5 anos; Paquistão – 3,7 anos.
produtos têxteis (roupas e
tecidos) e o arroz.
o
UNIDO ÁRTICO De 5,0 a 25,0
r tic
recebeu mais refugiados PAÍSES BAIXOS De 25,1 a 50,0 a espessura das setas.
rÁ
S
la
em 2012? ALEMANHA
lo
Po De 50,1 a 100,0
O país que mais recebeu
cu
C ír De 100,1 a 500,0
b) O que motivou esse grande refugiados foi o Irã.
fluxo de refugiados? RÚSSIA De 500,1 a 1 300,0 b) O Irã tornou-se o princi-
TUR
pal destino de refugia-
QUIA
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Para AZERBAIJÃO dos porque seu território
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ARMÊNIA
Câ
Líbia USBEQUISTÃO
LÍBANO faz fronteira com Afega-
de
SÍRIA
Palestina
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TURCOMENISTÃO ic
IRAQUE TAJIQUISTÃO óp nistão e Iraque. Esses
Tr
ARÁBIA IRÃ AFEGANISTÃO CHINA Para Estados OCEANO
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SAUDITA PAQUISTÃO Unidos países geraram gran-
U
ra s
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Tibete PACÍFICO
BANGLADESH
des fluxos de migrantes
Para NEPAL
Canadá Para Estados 0° que fugiam da violência,
Unidos
ÍNDIA LA da instabilidade política
OS Para Estados
MIANMAR Unidos
VIETNÃ e econômica, intensifi-
CAMBOJA
Eq
uad TAILÂNDIA cadas desde as inter-
or SRI LANKA PAPUA-
Fonte: elaborado com base Para -NOVA venções das Forças
MALÁSIA GUINÉ
França Para
em FERREIRA, Graça M. L. I N D O N É S I A
Atlas geográfico: espaço
Austrália
Para
Armadas dos Estados
0 1 325 2 650 km
mundial. São Paulo: Moderna, Para
Estados Unidos
França Unidos e seus aliados
2013. p. 100.
após os atentados terro-
ristas de 11 de setembro
Analise o gráfico de 2001.
10. O gráfico a seguir representa o comportamento da China e Índia revivem “Grande Jogo” Analise o gráfico
expectativa de vida na Índia e no Paquistão entre por influência militar 10. O gráfico mostra o aumen-
1960 e 2016. Descreva esse comportamento e apre- to da expectativa de vida
A Índia está apresentando o lançamento
sente os fatores que ajudam a explicá-lo. na Índia e no Paquistão.
de seu míssil de longo alcance, nesta semana,
como um grande êxito de seu poder militar. Em 1960, era de 45 anos
Expectativa de vida ao nascer (em anos) – 1960-2015 no Paquistão e de pouco
Isso ocorre apenas alguns meses depois de
Ericson Guilherme Luciano/Arquivo da editora
Texto complementar
Colapso: como as sociedades escolhem o sucesso ou o fracasso. Rio de Janeiro, Record, 2005. Jared Diamond
Depois de ter explorado o tema “por que há sociedades humanas mais ‘bem-sucedidas’ do que outras?” em “Armas, Germes e Aço”
(1998), Jared Diamond agora explora o outro lado da moeda: por que algumas sociedades humanas trilharam o caminho do colapso,
ao longo da nossa história conhecida. O autor examina sociedades do passado e do presente, tendo sempre como pano de fundo as va-
riáveis ambientais que podem ter influenciado no fracasso destas sociedades.
Atividades
1. Com base no texto de Jared Diamond, indique um exemplo que demonstre a influência exercida pelas con-
dições naturais da paisagem no modo de vida dos povos que viveram na China antiga.
2. Qual é o papel dos rios Huang-ho (rio Amarelo) e Yang-tse (rio Azul) no desenvolvimento da China?
Em resumo
Diamond examina casos que são conhecidos como exemplos clássicos da insensatez humana com relação aos seus recursos naturais
como, por exemplo, o colapso da sociedade da ilha de Páscoa, de outras sociedades polinésias, dos Maias em Yucatán e dos Anasazis, na
grande bacia da América do Norte. Numa segunda parte do livro, o autor examina sociedades contemporâneas que podem (ou não) estar
trilhando os seus próprios caminhos para o colapso e, ao final, tece considerações sobre quais lições podemos tomar do passado. […]
HANAZAKI, Natalia. Colapso: como as sociedades escolhem o sucesso ou o fracasso. Rio de Janeiro, Record, 2005. Jared Diamond.
Ambiente e Sociedade, Campinas, v. 9, n. 2, jul./dez. 2006. Disponível em: <www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=
S1414-753X2006000200010>. Acesso em: nov. 2018.
Oceania e as
4
e das zonas polares. No capítu-
lo 10, são apresentados aspec- Unidade
tos do quadro físico da Oceania:
zonas polares
relevo, recursos minerais e mi-
neração marinha, clima e vege-
tação original; no capítulo 11,
são estudadas características
da economia, sociedade e po-
pulação da Oceania: Melanésia,
Micronésia, Polinésia, Austrália
e Nova Zelândia; no capítulo 12,
o tema de estudo compreen-
de a redução das geleiras nos
polos e as disputas territoriais
nessas regiões.
Atividades
1. Em sua opinião, como é o clima no lugar retratado na imagem?
2. Em que outros continentes ocorrem clima e tipo de vegetação semelhantes ao
da imagem?
207
10
• Conhecer aspectos do qua-
dro físico da Oceania.
• Estudar o relevo, os recur-
sos minerais e a mineração
Quadro físico e recursos
marinha. naturais da Oceania
• Estudar o clima e a vege-
tação original da Oceania.
Orientações didáticas
Para iniciar
Antes de introduzir o tema e
comentar a imagem de abertura
do capítulo, explore os conhe-
cimentos prévios dos alunos
sobre os aspectos naturais da
Oceania: relevo, vegetação, flo-
ra e fauna, recursos naturais e
curiosidades. Verifique se eles
conhecem pontos turísticos da
Oceania e áreas importantes de
preservação ambiental, como a
Mineradora de carvão, que é usado em usinas termelétricas, próxima ao porto de Newcastle (Austrália), em 2015.
Grande Barreira de Corais, situa-
da no litoral do estado australia-
no de Queensland, considerada Atividades
Patrimônio Mundial da Unesco 1. Qual é o minério retratado na imagem? Carvão mineral.
desde 1981. Grande parte des- 2. Quais são os impactos ambientais ocasionados pela exploração e pelo uso desse
sa formação natural é protegida minério? Na extração a céu aberto são necessárias grandes escavações, que intensificam os
pelo Parque Nacional da Grande processos erosivos, impactam a cobertura vegetal e a fauna, havendo ainda o risco de
contaminação das águas pelos resíduos oriundos da lavagem do carvão. Quanto ao
Barreira de Corais, que ajuda a 208 Unidade 4 ¥ Oceania e as zonas polares uso, o maior impacto está relacionado aos gases de efeito estufa liberados no
limitar impactos causados pela momento da queima.
interferência humana, como a
pesca e o turismo.
Em relação ao carvão mine- desse recurso mineral está relacionado aos gases de efeito estu-
ral, ressalte os impactos ori- fa liberados em sua queima. Estimule os alunos a tecer comentá-
ginados pela extração a céu rios sobre essa atividade extrativa e apontar possíveis soluções,
aberto, que, ao exigir grandes como a substituição desse recurso por outros, porém conside-
escavações, intensificam os rando sua viabilidade.
processos erosivos, causam Este conteúdo mobiliza a CECH3, a CEG1, a CEG2 e o TC Educa-
danos à cobertura vegetal e à ção ambiental.
fauna locais e ampliam o ris-
co de contaminação das águas
por resíduos. Além disso, o uso
Placa Prata
Mar de Esse tema permite tratar al-
AN A L
Mar dos
C
Trópico de Capricórnio
RR
AUSTRÁLIA Zinco
Placa EF09GE17, na CECH7 além de
A
GRANDE Barreira de Coral da Austrália sofreu “colapso catastrófico”. Diário de notícias, 19 abr. 2018. Disponível em: <www.dn.pt/socie
dade/interior/grande-barreira-de-coral-da-australia- sofreu-colapso-catastrofico---revista-nature-9270412.html>. Acesso em: nov. 2018.
A reportagem anuncia a morte de um terço dos corais que formam a superfície da Grande Barreira de Corais em 2016, em razão do
aumento da temperatura das águas do oceano.
Atividade
¥ Identifique a principal ameaça à Grande Barreira de Corais da Austrália. Justifique.
• O aumento da temperatura das águas oceânicas é a principal ameaça à barreira de corais
210 Unidade 4 ¥ Oceania e as zonas polares na Austrália, pois os corais são seres vivos e podem morrer caso a água aqueça demais.
eye35.pix/Alamy/Fotoarena
A imagem da figura 2 mos-
tra o monte Cook, situado na
Ilha do Sul. Explore-a com os
alunos e verifique seus conhe-
cimentos prévios em relação a
essas montanhas geladas da
Nova Zelândia. O monte Cook,
na cordilheira Alpes do Sul, é o
ponto mais elevado do país, com
3 764 m de altitude. Destaque
o fato de que esse arquipéla-
Figura 2. Vista do monte go está situado em uma falha
Cook, na Ilha do Sul geológica ativa, no contato de
(Nova Zelândia), 2018. duas placas tectônicas: a In-
do-Australiana e a do Pacífico,
Na Nova Zelândia, formada por um conjunto de ilhas, o destaque fica para as o que resulta na ocorrência de
ilhas do Norte e do Sul, as maiores em área. Na última, está situada a cordilheira vulcões ativos e abalos sísmi-
Alpes do Sul, que se projeta na porção oeste da ilha, com o monte Cook, o mais cos no território neozelandês.
elevado do país, com 3 764 m de altitude (figura 2). Por outro lado, o vulcanis-
O arquipélago está situado em uma falha geológica ativa, no contato de duas mo ativo propicia à Nova Ze-
placas tectônicas: a Indo-Australiana e a do Pacífico. Por isso, existem muitos lândia um elevado potencial
vulcões ativos e os abalos sísmicos são recorrentes no território neozelandês. geotérmico. Esta é mais uma
oportunidade para trabalhar a
Na Oceania, há recursos minerais e energéticos nas terras emersas da Austrália,
interdisciplinaridade com a área
da Nova Zelândia e de Papua-Nova Guiné. A Austrália possui grandes reservas de de Ciências, explicando aos alu-
carvão mineral, ferro, ouro, cobre e bauxita, além de petróleo em menores propor- nos esse tipo de aproveitamento
ções. As extensas minas de carvão mineral garantem o fornecimento de cerca de energético. A energia geotér-
60% da energia elétrica e correspondem a 16% das exportações australianas. mica, ou energia geotermal, é
O vulcanismo ativo na Nova Zelândia propicia ao país um elevado potencial obtida do calor do interior da Ter-
geotérmico. As usinas geotérmicas contam com tubulações que canalizam o vapor ra. Por isso, as áreas nas quais
d’água do interior do subsolo para centrais geotérmicas (figura 3). Nessas centrais, esse calor está mais próximo à
o vapor gira turbinas que movimentam geradores de eletricidade. superfície são favorecidas, co-
mo é o caso da Nova Zelândia.
Na porção marítima da Oceania também existem importantes reservas de
Este tópico permite traba-
recursos minerais. Leia a seção Fique por dentro.
lhar as habilidades EF09GE16,
Robert Harding Heritage/Agência France-Presse
EF09GE18 e o TC Educação
ambiental.
MERCADO global da indústria geotérmica. Portal energia: energias renováveis, 2 mar. 2017. Disponível em: <www.portal-energia.com/
mercado-global-da-industria-geotermica/>. Acesso em: nov. 2018.
O texto traz explicações sobre a energia geotérmica, uma das fontes de energia renovável menos conhecidas, e apresenta uma série
de dados sobre o mercado geotérmico mundial.
180°
Equador OCEANO
0°
PACÍFICO
OCEANO
ÍNDICO
O L
S
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
0 2580 5160 km
Fonte: UNEP. Wealth in the Oceans: Deep Sea Mining on the Horizon? p. 2. Disponível em: <https://europa.eu/capacity4dev/unep/document/
unep-global-environmental-alert-service-geas-may-2014-wealth-oceans-deep-sea-mining-horizon>. Acesso em: out. 2018.
Atividade
¥ Discuta com os colegas os impactos da mineração no fundo do mar e alternativas para redução do uso
de recursos minerais.
Aldo Manganaro/Shutterstock
Esta seção permite mobilizar
a habilidade EF09GE17, a CG6,
a CEG3 e a CEG6, além do TC
Diversidade cultural.
Vista do Uluru, monólito situado no norte da área central da Austrália, no Parque Nacional de Uluru-Kata Tjuta, 2018.
Atividades
1. Explique por que o monólito é muito importante para os aborígines da região.
Porque, para eles, o Uluru representa um espaço sagrado, que contém evidências de entidades que criaram o Universo.
2. Cite duas características do deserto australiano descritas no texto.
Entre as características citadas, estão: temperaturas acima de 40 °C, ar seco, pó vermelho, céu muito azul e extensão
equivalente à da Floresta Amazônica.
214 Unidade 4 ¥ Oceania e as zonas polares
ag
en
todo o ecossistema recifal. Sem eles, o recife dei- maior biodiversidade marinha do
s
xa de ser uma estrutura viva, dinâmica, em Atlântico Sul, protege alguns dos
constante transformação, e passa a ser uma principais berçários de jubarte e
estrutura inerte, equivalente a um amontoado é a única região do planeta on-
de é possível encontrar o coral
de pedras. E se em cima disso desaparecem
Mussismilia braziliensis, conhe-
os peixes herbívoros, o recife passa a ser do-
cido por coral-cérebro, além de
minado por algas filamentosas de crescimen- algumas espécies de tartarugas
to rápido, deflagrando um processo gradual marinhas ameaçadas de extin-
de deterioração da biodiversidade de todo o ção e aves como a grazina e o
sistema. É como se uma floresta tropical fosse atobá. Entretanto, esse santuário
substituída por um terreno baldio. �…� ecológico encontra-se ameaça-
ESCOBAR, Herton. Recifes em risco. Estadão, 21 ago. 201�. do. Há registros da existência de
Disponível em: <http://infograficos.estadao.com.br/
especiais/recifes-em-risco/>. Acesso em: out. 2018. aproximadamente 1 300 espé-
1. Em uma faixa marítima situada entre o sul da Bahia e o norte do Espírito Santo.
cies no arquipélago, das quais
Corais em Abrolhos (BA) 45 estão sob ameaça.
Atividades afetados pelo
branqueamento em Estimule os alunos a obser-
1. Qual é a localização do Banco dos Abrolhos?
2016. var a imagem da Grande Bar-
2. Quais são os fatores de estresse ambiental que intensificam as ameaças aos corais reira de Corais australiana, na
de Abrolhos? 2. Pesca excessiva, poluição e proliferação de algas. página 210, e comparar com
3. Explique a importância dos corais para o ecossistema de recifes. a imagem dos corais de Abro-
3. Os corais são a base biológica que sustenta todo o ecossistema de recifes. Sem eles, o recife deixa de lhos, verificando a diferença
ser uma estrutura viva, reduzindo-se a um amontoado de pedras. Quadro físico e recursos naturais da Oceania • Capítulo 10 215 de tonalidade de cores entre
ambos os corais.
Proponha aos alunos uma
pesquisa sobre a situação atual
do Parque Nacional Marinho dos
Parque Nacional Marinho dos Abrolhos/ICMBio Abrolhos.
<www.icmbio.gov.br/parnaabrolhos/o-que-fazemos.html> A seção mobiliza a CEG1,
Site traz informações sobre o arquipélago de Abrolhos e sua área de proteção. Acesso em: nov. 2018. a CEG6 e o TC Educação am-
biental.
N
Vida cigana, 2� jan. 201�. Disponível em: <https://vidacigana.com/
christchurch-terremoto-nova-zelandia/>. Acesso em: out. 2018.
O L
Darwin
11
• Estudar características da
economia, da sociedade e da
população da Oceania: Mela-
nésia, Micronésia, Polinésia,
Austrália, Nova Zelândia
Austrália e Nova Zelândia. e demais países
BNCC neste capítulo
Habilidades
EF09GE01 Para iniciar
EF09GE03
EF09GE09 Neste capítulo, você vai estudar as transformações territoriais e algumas ca-
EF09GE10 1. Resposta pessoal. racterísticas históricas e socioeconômicas dos países da Oceania. Vai conhecer a
Alguns alunos podem
conhecer algo sobre o
organização do espaço econômico da Austrália e da Nova Zelândia, o processo de
EF09GE11
esporte e citar que ele colonização inglesa e seus impactos sobre os povos originários desses territórios.
EF09GE14 é disputado por duas
Completando o estudo da Oceania, conhecerá ainda os principais aspectos geo-
equipes de treze
EF09GE15 jogadores (em uma de gráficos da Melanésia, da Micronésia e da Polinésia, os três grandes grupos de
suas variações mais
Competências gerais conhecidas), em um ilhas que integram o continente.
1 2 6 campo retangular, com Analise a imagem e responda às atividades.
uma bola oval.
Competências
Orientações didáticas
Para iniciar
Antes de introduzir o tema e
comentar a imagem de abertura
do capítulo, retome alguns as-
pectos estudados no capítulo
anterior, como o relevo, a vege-
tação e os recursos minerais e
energéticos da Oceania. Em se- Jogadoras da seleção feminina de rugby da Nova Zelândia executam o haka, dança típica do povo maori, após a vitória na Copa
guida, analise com os alunos do Mundo de Rugby em Paris (França), 2018. O rugby é um dos esportes mais populares da Oceania. Tem origem na Inglaterra,
a foto da página, que mostra onde já atraía o interesse do grande público no fim do século XIX.
jogadoras da seleção neoze- 2. O rugby é popular na Oceania porque a colonização britânica disseminou
landesa de rúgbi executando Atividades o esporte no continente há mais de cem anos.
PELLEGRINI, Luis. Haka maori, um grito de guerra em forma de dança. Brasil247, 21 jul. 2015. Disponível em: <www.brasil247.com/pt/247/
revista_oasis/189658/Haka-Maori-Um-grito-de-guerra-em-forma-de-dan%C3%A7a.htm/>. Acesso em: nov. 2018.
A reportagem descreve a tradição do haka, cujas manifestações de fundo ritualístico envolvem dança, percussão e palavras organi-
zadas em estrutura poética, com versos que muitas vezes descrevem aventuras e epopeias de ancestrais.
Aproveite a oportunidade
para trabalhar com os alu-
nos a Sequência didática
2: Os povos originários da
Oceania, disponível no ma-
terial digital.
Atividades
1. Qual foi a justificativa dos ingleses para a ocupação da Austrália. O que ocorreu com os habitantes
nativos? 1. Os ingleses não consideravam os nativos habitantes humanos e assim justificaram a apropriação de suas
terras férteis, fazendo-os se dirigir para o interior árido. Houve ainda mortes, abusos sexuais, doenças e fome.
2. Compare os impactos da colonização europeia sobre os povos nativos na Austrália e na América Latina.
2. Tanto na Austrália como na América Latina, os europeus ocuparam as
terras dos povos que nelas viviam, expulsando-os para o interior e Austrália, Nova Zelândia e demais países • Capítulo 11 221
dizimando a população com doenças, assassinatos e outros abusos.
Os aborígenes
<www.survivalbrasil.org/povos/aborigenes>
A página da ONG Survival apresenta uma série de informações sobre o povo nativo da Austrália: história, como vivem e quais pro-
blemas enfrentam.
GRA N D
Mar de Mar de Arafura
tes às áreas desérticas, no oes- Timor
B Agricultura de cana-de-açúcar
U B
te do país, que fazem com que Darwin O L Cultura de trigo
E
Golfo de B
Criação intensiva de bovinos (leite)
AR
parte do território australiano OCEANO Carpentária
R EI
S Criação extensiva de bovinos
ÍNDICO
esteja sujeita à seca e à falta de
RA
CO Criação extensiva de ovinos
RA
água potável. Perth é a cidade L ÍN Floresta
GRANDE DESERTO
EA
mais seca entre as metrópoles Áreas não cultivadas
F ARENOSO
Trópico de Capricórnio CM
australianas (veja a sugestão F DESERTO DE Produção principal
GIBSON
de texto). Brisbane
B Bauxita
GRANDE DESERTO CM Carvão mineral
Passe à análise do gráfico DE VITÓRIA
CZ
CZ Chumbo e zinco
F Ferro
presente na página para que os ustralia CM U Urânio
Perth ía A na
alunos identifiquem os princi- Ba Sydney
e
nd Cidade com mais de 1 000 000
pais produtos exportados. Por Embaixada da G ra Adelaide Camberra de habitantes
OCEANO
meio desses dados, é possível Austrália no Brasil Melbourne PACÍFICO
Cidade
Capital de país
perceber o papel de destaque ‹www.brazil.embassy. I. Tasmânia Rio
Hobart
do minério de ferro na pauta gov.au/brasportuguese/ Rio intermitente
O site traz informações Fonte: elaborado com base em FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. São Paulo:
Este tópico possibilita mobi- diversas sobre a Moderna, 2013. p. 111.
lizar as habilidades EF09GE09 Austrália, assim como
e EF09GE10 e a CECH7. sobre a relação do país Como vimos, a Austrália possui grandes reservas minerais. Por isso, em suas
com o Brasil. Acesse exportações, destacam-se ferro, carvão, ouro, alumínio, petróleo e gás liquefeito de
“Informações sobre a
Austrália” para conhecer petróleo (figura 6). O país também fornece para o exterior produtos bovinos e vinhos.
mais sobre o território, a
história, a população e a Figura 6. Austrália: exportações – 2016 (em %)
cultura australiana.
20
20
16
15
%
10
10
7,3
5
2,2 1,8 1,8
Fonte: elaborado com base em 0
OEC. Australia. Disponível em: Minério Briquete Ouro Gás liquefeito de Óxido Minério Petróleo
<https://atlas.media.mit.edu/en/ de ferro de carvão petróleo (GLP) de alumínio de cobre bruto
profile/country/aus/>. Produto
Acesso em: out. 2018.
IDOETA, Paula A.; BARIFOUSE, Rafael. Como 5 cidades do mundo estão combatendo a falta d’água. BBC, 22 mar. 2017. Disponível em:
<www.bbc.com/portuguese/internacional-39351153>. Acesso em: nov. 2018.
A reportagem aborda o cenário de escassez de água que afeta diversas regiões do mundo, destacando cinco iniciativas empreendi-
das em cidades que buscam solucionar problemas de abastecimento, entre elas Perth, na Austrália.
Família de cangurus no Parque Nacional de Sturt, em Nova Gales do Sul (Austrália), 2017.
Obs.: A história acima é muito antiga e trata-se de uma teoria/lenda, por isso é extremamente difícil encontrar
provas concretas sobre sua veracidade. No entanto, está presente de forma muito ampla no folclore da Austrália,
da Inglaterra, e de outros países, e em diversas literaturas ao redor do mundo.
• Existem inúmeras palavras faladas no Brasil que têm origem indígena: capivara, carioca, catapora,
Atividade Guanabara, jaú, mingau, muamba, peteca, pindaíba, pororoca, tocaia, tamanduá.
¥ Em países colonizados, é muito comum encontrarmos palavras que se originaram de idiomas de povos
nativos. Indique algumas palavras de origem indígena utilizadas no Brasil.
80 1 0,5% 0,9%
75 – 79 0,6% 1,0%
70 – 74 0,9% 1,3%
65 – 69 1,4% 1,6%
60 – 64 1,9% 2,0%
55 – 59 2,4% 2,4%
50 – 54 2,5% 2,6%
45 – 49 3,1% 3,0%
40 – 44 3,3% 3,1%
35 – 39 3,0% 2,8%
30 – 34 3,2% 3,0%
25 – 29 3,7% 3,4%
Em 1970, a pirâmide etária
20 – 24 4,5% 4,3%
da Austrália apresentava
uma base larga – o que 15 – 19 4,4% 4,2%
indica altas taxas de 10 – 14 4,9% 4,7%
natalidade e o predomínio
5–9 5,0% 4,7%
de população jovem e
adulta – e um topo estreito, 0–4 4,9% 4,7%
já que a expectativa de vida
no país não era tão elevada. 10% 8% 6% 4% 2% 0% 2% 4% 6% 8% 10%
Fonte: elaborado com base em POPULATIONPYRAMID.NET. Austrália. Disponível em: <www.populationpyramid.
net/pt/austr%C3%A1lia/1970/>. Acesso em: nov. 2018.
/G
o país. Figura 8. Família maori en
t RF
om
na Nova Zelândia, 2017. h ot o
s/ M
nazp
Klanarong Chitmung/Shutterstock
Por fim, peça aos alunos que São Paulo: Moderna, 2013. p. 111.
confeccionem um mapa e que cerca de um terço da
assinalem nele os locais e as população do país. Foto
atividades identificados na pes- de 2018.
quisa, utilizando símbolos pa-
ra representar cada um deles,
além de criar uma legenda.
Este tópico possibilita mobi-
lizar a habilidade EF09GE09 e
as CECH7, CEG3 e CEG4.
228
P
IS. GUAM I ILHAS MARSHALL I. Johnston O OCEANO
C
R I. Kingman
L PACÍFICO nas ilhas”; e Polinésia, “muitas
I
FEDERAÇÃO O I. Palmyra
N
PALAU DOS ESTADOS N Testes nucleares ilhas”. O primeiro grupo de ilhas
M DA MICRONÉSIA É
I. Howland
I. Baker
I. Kiritimati É Equador
E S 0° Presença de é o que se localiza mais próximo
KIRIBATI I. Jarvis
L NAURU I armas nucleares
S
I. Malden
PAPUA- A ILHAS Is. Fenix I. Starbuck Is. Marquesas Pequenos países
da Austrália, estendendo-se da
I
A
TUVALU Is. Tokelau
É insulares independentes Papua-Nova Guiné até a Nova
A
I. Flint POLINÉSIA
S Is. Wallis SAMOA
e Futuna IS. FRANCESA
Is. T
VANUATUI SAMOA ILHAS
COOK I. Bora Bora
ua Áreas de soberania Zelândia; o segundo e o terceiro
A FIJI I. Taiti
m
I. Níue Is. d
otu
a S Papeete Mururoa da Austrália
Trópico de Capricórnio
NOVA
CALEDÔNIA
TONGA ociedade
Is. Tubuai
conjuntos estão mais distantes
Fangataufa Is. Pitcairn
da Nova Zelândia do território australiano.
AUSTRÁLIA
I. Rapa I. Sala-y-Gomez
I. Norfolk Is. Kermadec dos Estados Unidos
Geraldton Território das (CHI)
Ilhas do Mar
dos Corais I. Páscoa da França
Ao realizar a leitura da ima-
(CHI)
I. do Norte N do Reino Unido
gem da figura 12, ressalte o fa-
OCEANO
NOVA
ZELÂNDIA Is. Chatham
to de Palau e Kiribati terem se
Tasmânia Mar da O L
Tasmânia
Bases militares destacado como pontos de dis-
ÍNDICO I. do Sul
Is. Antípodas dos Estados Unidos
Is. Auckland S puta entre potências durante a
da França
0 1 260 2 520 km Segunda Guerra Mundial, devido
Is. Macquarie I. Campbell POLINÉSIA Nome de região
à sua localização estratégica.
Fonte: elaborado com base em FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. São Paulo: Moderna, Comente também a utilização
2013. p. 111.
das ilhas sob domínio francês,
como o atol Mururoa, para tes-
Entre os países da Melanésia estão Papua-Nova Guiné, que se destaca pela
tes de armas nucleares pela
presença de uma rica biodiversidade; Fiji, cuja economia se baseia na produção de França durante décadas.
açúcar e de gengibre, seus principais produtos de exportação, além do turismo, que
Este tópico possibilita mobi-
atrai visitantes o ano todo graças ao clima tropical, o que garante um bom nível de lizar as habilidades EF09GE01,
vida à população; e Ilhas Salomão, que, ao contrário de Fiji, apresentam baixos indi- Figura 12. Recifes de EF09GE09 e EF09GE15 e a
cadores sociais e agricultura de subsistência na maior parte do território. coral, em Palau, 2018. CECH3.
Fazem parte da Micronésia países
Pete Niesen/Alamy/Fotoarena
como Palau e Kiribati, que não têm o
mesmo desenvolvimento de Fiji. Esses
países se destacaram como pontos de
disputa de potências durante a Segun-
da Guerra Mundial. A presença de atóis
de coral (figura 12) é uma atração tu-
rística pouco explorada, pela falta de
infraestrutura para receber hóspedes.
Na Polinésia estão países como
Samoa, que tem no turismo sua ativi-
dade principal, além de ilhas sob do-
mínio francês, como o atol de Muru-
roa, que foi usado por décadas para
testes de armas nucleares pela França.
Austrália, Nova Zelândia e demais países • Capítulo 11 229
Atividades 1. O fator é o aquecimento global, que faz com que os polos derretam e aumente o nível das águas.
2. Os fatores a serem considerados são os ventos alísios e as correntes marítimas.
1. Identifique o fator em escala global que tem colocado as ilhas do Pacífico sob ameaça.
2. Identifique outros fatores relacionados ao desaparecimento das ilhas do Pacífico.
Segundo afirmou o
ministro neozelandês
em evento no Brasil, o
“Mato Grosso é forte
na produção de carne e
quer melhorar sua
produção de leite e de
laticínios. A Nova
Zelândia é muito forte
na produção de leite e
ainda não é tão forte
em carne bovina”.
Criação de cordeiro na
Nova Zelândia, 2015.
Atividade
¥ Explique por que a agropecuária é considerada estratégica para a parceria Brasil-Nova Zelândia.
Austrália, Nova Zelândia e demais países • Capítulo 11 231
DIB, Ana Cristina. Nova Zelândia e Brasil buscam ampliar relações no comércio, turismo, inovação e cooperação. Comex do Brasil,
31 jul. 2018. Disponível em: <www.comexdobrasil.com/nova-zelandia-e-brasil-buscam-ampliar-relacoes-no-comercio-turismo-
inovacao-e-cooperacao/>. Acesso em: nov. 2018.
O texto trata da aproximação comercial e cooperação entre o Brasil e a Nova Zelândia.
140° L
teiga e queijos.
3. O país tem deficit de mão
de obra, por isso o governo
implantou uma política de
Darwin
atração de profissionais de OCEANO
outros países. Além disso, ÍNDICO
tem excelente qualidade
de vida, ficando em tercei-
Trópico de Capricórnio
ro lugar na classificação
mundial do IDH.
Brisbane
4. Durante a Segunda Guerra
OCEANO
Mundial, diversas ilhas da Perth
PACÍFICO
Melanésia e da Micronésia Adelaide
Sydney
foram pontos de disputa en- Camberra
tre potências em guerra e Densidade de habitantes Melbourne
serviram para a instalação (por km2)
Menos de 1
de bases militares. De 1 a 10
N
5. Na Austrália, os aborígines De 10 a 25
O L
De 25 a 50
representam cerca de 1% Sem dados
S
dos habitantes no país. Na Capital de país Fonte: elaborado com base em GIRARDI,
0 570 1 140 km
Nova Zelândia, os maoris Cidades Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas
geográfico. São Paulo: FTD, 2016. p. 180.
equivalem a cerca de 15%
da população. a) Como a população está distribuída no território australiano?
6. A Nova Zelândia atrai muitos
visitantes interessados em b) Que fatores podem explicar essa distribuição?
turismo de aventura e na 232 Unidade 4 • Oceania e as zonas polares
prática de esportes, já que
o país reúne áreas naturais
montanhosas, propícias
para trilhas e escaladas, e
praias, onde se pode prati- e de necessidades de proteção territorial, no caso estaduni- 8. a) As maiores densidades demográficas encontram-se nas
car surfe e mergulho. Além dense. Após a identificação dos países com bases militares regiões nordeste, leste e sudeste do território australiano;
disso, oferece excelente in- no continente, relacione essa informação com o passado no centro e no oeste estão as áreas com as menores densi-
fraestrutura turística. colonial e o passado recente da região. Avalie com a turma a dades demográficas.
Analise os mapas importância estratégica da presença de potências militares b) A população da Austrália concentra-se nas costas do nor-
7. a) Os países que têm ba- nessa região, em termos de defesa e influência, bem como a deste e sudeste do país devido à colonização via marítima.
ses são: França e Estados relação que têm com os países que abrigam bases militares. Já as menores densidades demográficas se devem ao do-
Unidos; em razão da colo- b) Nas ilhas da Polinésia Francesa. mínio dos climas árido e semiárido em grande parte do cen-
nização, no caso francês, c) Austrália. tro e do oeste do território australiano.
Analise o texto
10. Leia o texto e, depois, responda às questões.
Grupo processa mineradora na Austrália por desastre em Mariana
A empresa mineradora australiana BHP anunciou […] que se oporá a uma ação judicial coletiva
apresentada na Austrália que a acusa de ter descumprido suas obrigações de informação, assim
como de fraude, na letal catástrofe ambiental em Mariana, por sua filial Samarco.
Dezenove pessoas morreram por causa do tsunami de dejetos tóxicos causado pela ruptura
da represa de uma mina em Minas Gerais, em 2015.
A BHP e a Vale, coproprietárias da Samarco, chegaram no mês passado a um acordo com as
autoridades brasileiras para resolver uma ação civil de R$ 20 bilhões pela tragédia.
A ação coletiva australiana alega que houve problemas com a represa nos anos anteriores a 2015
e que a BHP deveria ter levado os riscos em conta e informado os investidores.
O desastre provocou uma forte queda nas ações da BHP, motivo pelo qual cerca de 3 000 inves-
tidores se associaram para apresentar uma ação coletiva na Justiça.
GRUPO processa mineradora na Austrália por desastre em Mariana. Uol, 23 jul. 2018. Disponível em: <https://noticias.uol.com.br/meio-ambiente/
ultimas-noticias/redacao/2018/07/23/grupo-processa-mineradora-na-australia-por-desastre-em-mariana.htm>.
Acesso em: out. 2018.
12
• Analisar o problema da re-
dução das geleiras nos po-
los terrestres.
• Conhecer as disputas ter-
Disputas territoriais
ritoriais no Ártico e na An-
tártida.
nos polos
• Estudar as populações tra-
dicionais do Ártico.
• Entre os interesses
estratégicos que
envolvem essa região,
Para iniciar
BNCC neste capítulo
estão o controle de
Habilidades rotas de navegação, a Nos extremos do planeta existem situações distintas. De um lado, um conti-
EF09GE01 instalação de bases
científicas e a nente branco, a Antártida. De outro, uma massa de gelo congelada une terras
EF09GE03 exploração de recursos
minerais, como
emersas a partir do polo Norte, no Ártico.
EF09GE12 petróleo e gás natural. Neste capítulo você vai conhecer as disputas territoriais que têm como alvo
EF09GE15 as regiões polares, uma vez que podem representar acesso a muitos recursos
Competências gerais naturais. Essas disputas ocorrem de modo distinto. Enquanto no norte a batalha
1 2 3 6 10 se dá pelo reconhecimento do direito de exploração de cada país da região Ártica,
no sul a disputa envolve países que reivindicam a posse das terras com base em
Competências específi-
cas de Ciências Humanas argumentos como a presença de exploradores desde o século XVIII. Você terá
ainda a oportunidade de discutir, no trabalho com este capítulo, outra questão
1 3 7
relacionada aos polos que tem alcance mundial: o derretimento das massas de
Competências gelo e suas possíveis causas e consequências.
específicas de
Geografia
Vadim Savitskii/Ministry of defence of the Russian Federation/Sputnik/Agência France-Presse
1 2 5 7
Temas contemporâneos
• Educação ambiental
• Diversidade cultural
Orientações didáticas
Para iniciar
Convide os alunos a observar
a imagem de abertura do capí-
tulo. Questione a presença da
base militar russa estabelecida
no Ártico. O que significa para
eles o fato de uma região isola-
da, formada por uma massa de
gelo congelada, abrigar uma ba-
se militar em seu território? Es-
sa reflexão permite aos alunos
levantar hipóteses, de modo a
antecipar o tema das disputas
territoriais travadas em torno
das regiões polares, movidas
por interesses econômicos (ex- Base militar russa na região do Ártico, em 2017.
ploração de recursos minerais,
como petróleo e gás natural) e Atividade
estratégicos (controle de rotas
de navegação, instalação de ba-
¥ O que justificaria a instalação de uma base militar na inóspita região do Ártico?
ses científicas e militares). No 234 Unidade 4 ¥ Oceania e as zonas polares
norte, as disputas têm como al-
vo o reconhecimento do direito
de exploração de cada país da
região ártica, enquanto no sul
prévio dos alunos sobre esse grave risco ambiental. Promova uma
a questão está ligada à reivindi-
roda de conversa inicial sobre essas questões e oriente o debate
cação da posse de terras.
permitindo que todos contribuam com suas opiniões e reflexões.
Além das disputas territo-
Esta introdução mobiliza a CG2, a CEG1, a CEG5 e o TC Educa-
riais, um aspecto que adquire
ção ambiental.
alcance mundial na atualidade
se refere ao derretimento das
massas de gelo polares e suas
possíveis causas e consequên-
cias. Verifique o conhecimento
Figura 1. Calota polar no Ártico em 1979. Figura 2. Calota polar no Ártico em 2012.
As imagens de satélite mostram a progressão do derretimento das calotas de gelo na região polar norte.
Enrique Castro-Mendivil/Reuters/Fotoarena
1. Proponha aos alunos uma
pesquisa sobre mudanças
climáticas no mundo com
base no seguinte roteiro:
a) definição de aqueci-
mento global e efeito
estufa;
b) causas das mudanças
climáticas e do aqueci-
mento global;
c) consequências das mu-
danças climáticas e do
aquecimento global;
d) atividades humanas
causadoras do aque-
cimento global;
e) principais gases de efei-
to estufa;
Manifestação de organizações não governamentais (ONGs) pelo controle do aquecimento
f) principais países emis- global na 20a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP20), em Lima (Peru), 2014.
sores de gases de efei-
to estufa; Mesmo entre os que acreditam na ocorrência do aquecimento global, persiste a polêmica sobre sua
g) acordos climáticos in- origem. Um grupo de cientistas associa o aquecimento à Revolução Industrial do século XVIII, quando
ternacionais; combustíveis fósseis passaram a ser empregados em quantidade cada vez maior: primeiro o carvão mi-
h) soluções propostas por neral, depois o petróleo. As emissões de carbono na atmosfera seriam a causa do aquecimento.
ambientalistas e pes-
Outros pesquisadores acreditam que a elevação da temperatura nos últimos cem anos é resultado
quisadores.
da própria dinâmica climática do planeta, sem relação com a emissão de gases de efeito estufa para a
2. Peça aos alunos que re-
atmosfera. Eles afirmam que o aquecimento é resultado de processos naturais, como erupções vulcânicas,
gistrem no caderno todos
os dados obtidos. Essas que emitem muito gás carbônico na atmosfera quando ocorrem.
informações deverão ser Apesar disso, é grande a quantidade de especialistas que reconhecem que as emissões de gases de
compartilhadas em uma efeito estufa aceleram as mudanças climáticas globais, ou seja, entendem que os processos responsáveis
roda de discussão. Crie um pelas alterações da temperatura do planeta podem ser influenciados pela ação humana. Por isso, con-
ambiente propício ao deba- cordam com a adoção de medidas preventivas, como a diminuição da queima de combustíveis fósseis.
te de ideias, estimulando • Um grupo de cientistas associa o aquecimento à Revolução Industrial do século XVIII, a partir da qual
a participação de todos. Atividade combustíveis fósseis passaram a ser empregados em quantidade cada vez maior. Outros pesquisadores
afirmam que o aquecimento é resultado de processos naturais, como erupções vulcânicas, que emitem
Ao final, os alunos devem ¥ Caracterize as duas possíveis causas para o aquecimento global apresentadas no texto. muito gás carbônico
ser instigados a apresen- na atmosfera
quando ocorrem.
tar outras possíveis solu-
ções para o problema. 236 Unidade 4 ¥ Oceania e as zonas polares
IA
partes da região. propor que façam um relatório
ÂND
SUÉCIA
FINL
ISLÂNDIA
da situação.
EGA
O Ártico é muito importante para a
NORU
ESTÔNIA
circulação de navios (figura 5). Por ele é 0 990 1 980 km OCEANO
ATLÂNTICO
LETÔNIA
LITUÂNIA
Aproveite a ocasião para
0° BELARUS
mais fácil chegar à Europa partindo do relembrar a diferença entre
Reservas conhecidas Redução da superfície da banquisa Redução do permafrost
norte magnético e polo norte.
Canadá, por exemplo. Um navio que saia de petróleo e gás
Rotas marítimas
Início dos anos 2000 Extensão no início
dos anos 2000
Previsão para 2010 a 2030 Comente também a questão dos
de Vancouver (oeste do Canadá) em dire- permanentes
(caso persista a Extensão prevista
redução da calota polar) Previsão para 2040 a 2060
para 2100 interesses comerciais interna-
ção a Hamburgo (Alemanha) percorreria Previsão para 2070 a 2090
Limites de país cionais que envolvem o oceano
27 200 km se passasse pelo cabo Horn, Fonte: elaborado com base glacial Ártico, importante rota de
que fica no sul da América do Sul. Com uma passagem pelo Ártico, a distância em FERREIRA, Graça M. L.
Atlas geográfico: espaço circulação de navios, que, com
cairia para cerca de 14 970 km, sendo até mesmo menor do que a da rota que mundial. São Paulo: Moderna, o derretimento das massas de
2013. p. 115.
passa pelo canal do Panamá. gelo, permitiriam reduzir a dis-
tância do continente americano
Figura 5. Navio russo passa por área congelada do oceano glacial Ártico, 2017.
Aproveite a oportunidade
Disputas territoriais O planeta branco para trabalhar com os alu-
nos a Sequência didática 3:
Direção: Jean Lemire.
Vistos a partir do Ártico, Rússia e Estados Unidos são quase vizinhos (figura 4). Canadá/França, 2006. O Ártico em questão, dis-
86 min. ponível no material digital.
A região do polo norte já foi foco de tensões na época da Guerra Fria e, recente-
Documentário sobre as
mente, tem voltado a ser alvo de disputas. Rússia (figura 6, na próxima página), diferentes paisagens do
Dinamarca, Canadá, Noruega e Estados Unidos declararam ter intenção de se Ártico ao longo das
apropriar de áreas do Ártico e dos recursos naturais nelas existentes, como petró- estações do ano e a luta
pela sobrevivência dos
leo e gás natural. Nesse caso, a batalha não é por terras emersas, mas por espaços animais da região.
marítimos para explorar recursos naturais.
Disputas territoriais nos polos • Capítulo 12 237
A MUDANÇA climática começa pelo Ártico. Ciência e Clima. Disponível em: <https://cienciaeclima.com.br/a-mudanca-climatica-no-
artico/>. Acesso em: nov. 2018.
O texto apresenta três pontos destacados no relatório do Programa de Avaliação e Monitoramento do Ártico (AMAP), que busca ava-
liar os impactos regionais das mudanças climáticas.
territorial
Mar
Plataforma continental
DECRETO no 99 165, de 12 de março de 1990. Câmara dos Deputados. Disponível em: <www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1990/
decreto-99165-12-marco-1990-328535-publicacaooriginal-1-pe.html>. Acesso em: nov. 2018.
Decreto que promulga a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar. Texto traz a íntegra do tratado, assinado em 10 de de-
zembro de 1982, em Montego Bay (Jamaica), mas que só entrou em vigor após a adesão tardia dos países desenvolvidos, em 1994.
Nick Cobbin/Greenpeace
o especialista em direito maríti-
mo canadense Michael Byers con-
tabilizou um total de 24 navios
que navegaram por essa rota. […]
Ao mesmo tempo, os magna-
tas do setor de matérias-primas
começaram a construir navios
quebra-gelo para transportar pe-
tróleo, gás e minerais extraídos
do Ártico […].
DERRETIMENTO do gelo no Ártico abre novas
rotas marítimas para a Ásia. UFJF, 2 out. 2010.
Disponível em: <www.ufjf.br/labcaa/2010/10/02/
derretimento-do-gelo-no-artico-abre-
novas-rotas-maritimas-para-a-asia/>.
Em 2010, um pedaço de gelo de cerca de 260 quilômetros quadrados
Acesso em: out. 2018. se desprendeu da geleira de Petermann, na Groenlândia.
• Os países com território no círculo polar Ártico têm a expectativa de navegar livremente pela região,
Atividade criando novas rotas de navegação, além de extrair e transportar petróleo, gás e outros recursos
existentes no Ártico.
¥ Justifique as expectativas apresentadas pelos países com território no círculo polar Ártico diante do
derretimento das geleiras na região.
Sophia Granchinho/Alamy/Fotoarena
organize a turma em cin-
co grupos. Cada grupo de-
ve pesquisar informações
sobre um desses povos,
seguindo o roteiro abaixo:
a) região que habita;
b) área territorial;
c) história;
d) modo de vida (costu-
mes, alimentação, tipo
de moradia, vestimen-
tas, etc.);
e) idioma ou dialeto;
f) cultura (danças, festas,
tradições, etc.); 240
g) atividades praticadas.
2. Peça que façam o regis-
tro dos dados obtidos no
caderno. Em seguida, ca-
da grupo deve organizar MAZZILI, Johnny. O povo do gelo. Revista Planeta, n. 439, jun. 2010. Disponível em: <www.revistaplaneta.com.br/o-povo-do-gelo/>.
as informações em forma Acesso em: nov. 2018.
de cartaz, ilustrado com Um “povo do gelo” que divide as estações do ano em oito, pastoreia renas e reverencia a aurora boreal é o tema da reportagem, que
imagens. apresenta várias outras informações sobre os sámis.
3. Ao final, os cartazes produ-
zidos devem ser expostos
em sala de aula e comen-
tados.
o
áltic
Mar do O L Disponível em: <https://is.muni. sobre a Lapônia. Como curiosi-
Os sámis são especialistas em Norte cz/th/vw94m/dipl.pdf>. Acesso
rB
em: nov. 2018; CALDINI, Vera; dade, comente que a Lapônia é
gelo, o que contribui significati-
Ma
S
Lapônia ÍSOLA, Leda. Atlas geográfico
Limites de país 0 300 600 km chamada de “fim do mundo” e
vamente para a glaciologia (ciên- Saraiva. São Paulo: Saraiva,
2013. p. 119. conhecida como “terra do Pa-
cia que estuda os fenômenos li- pai Noel”.
gados ao frio), e em criação de renas, usadas historicamente como fonte de Este tópico permite mobili-
carne, couro, artesanato e tração (figura 11). No passado, eles se deslocavam zar a habilidade EF09GE03 e
para o litoral durante o inverno e retornavam para o interior no verão. Atual- a CECH1.
mente, vivem em casas aquecidas e têm acesso a todo tipo de tecnologia da
sociedade industrial, como smartphones e snowmobiles (modernos trenós
motorizados). Nas últimas décadas, as atividades turísticas também têm se
desenvolvido na região. Figura 11. Turistas em
passeio de trenós
Na Finlândia, uma mudança na Constituição, em 1995, garantiu os direitos
puxados por renas em
fundamentais dos sámis no país, como o de manter seu idioma e sua cultura Kittilä, cidade na região
e o de ter o próprio parlamento. Em 2000 a Noruega criou um fundo mone- da Lapônia (Finlândia),
tário, administrado pelo parlamento sámi, como forma de compensação cole- 2015. A rena tem
tiva pelos danos causados pela colonização. importância
fundamental para o
povo sámi.
Parker Photography/Alamy/Fotoarena
ANTÁRTICO
deles. Segundo os pesquisado-
res, a fenda na plataforma de
Polo Sul
Atualmente, a Antártida é um território interna-
gelo Larsen C, a quarta maior cional, ou seja, nenhum país exerce soberania sobre
IA L
do continente antártico, apre- o continente. Isso, porém, não significa que não haja
AC
GL
sentou crescimento significati- países interessados em exercer o controle sobre suas
O
N
EA
Alexandre Meneghini/Reuters/Fotoarena
pelo continente, reivindicado
por diferentes países. Naquele
momento, argumentos distintos
eram defendidos na tentativa
de garantir a soberania sobre a
Antártida. Noruega e Reino Uni-
do, por exemplo, reivindicavam
o descobrimento do continen-
te, argumentando que, por ser
inabitado, deveria pertencer a
quem o encontrou primeiro. Já
Argentina e Chile argumenta-
vam a seu favor ter maior tem-
po de presença no continente,
que foi ocupado pelo povo ona,
habitante da Patagônia. Mostre
em um mapa a localização des-
sa região, situada no sul dos
territórios argentino e chileno.
Promova a interdisciplina- 242
ridade com a área de História
acrescentando que os onas,
também conhecidos como ona-
wo ou selk’nam, foram um dos
últimos grupos nativos da Amé- terras geladas a partir das ilhas da Terra do Fogo. Acredita-se que o
rica do Sul a serem encontrados nome Terra do Fogo tenha sido dado pelos primeiros exploradores
pelos europeus, no final do sé- em referência às fogueiras acesas pelos nativos. Para ampliar os
culo XIX. Com a descoberta de conhecimentos, solicite aos alunos uma pesquisa sobre os onas:
ouro na região habitada por es- modo de vida, tradições, etc.
se povo indígena de caçadores Este tópico permite mobilizar parcialmente a habilidade
do Paleolítico, tiveram início a EF09GE01 e também a EF09GE15, as CEG5 e CECH7, além do
exploração e a colonização da TC Educação ambiental e do TC Diversidade cultural.
Patagônia, que adentrava as
• Resposta pessoal. No entanto, espera-se que os alunos compreendam as tensões e os conflitos (políticos,
Atividade econômicos, ambientais) que envolvem a questão da exploração e do domínio do continente antártico.
¥ Em sua opinião, entre as soluções apresentadas no texto, qual é a melhor maneira de definir a quem
pertence a Antártida? Caso você não concorde com nenhuma delas, qual seria sua sugestão? Justifique
sua resposta.
Icebergs e glaciares
ZAO, Chen; WATSON, Christopher; KINGS, Matt. Não se preocupe com o enorme iceberg antártico, mas com os glaciares que há atrás dele. El
País. 24 jul. 2017. Disponível em: <https://brasil.elpais.com/brasil/2017/07/20/ciencia/1500552245_187401.html>. Acesso em: nov. 2018.
O artigo apresenta informações sobre os icebergs da Antártida e as preocupações dos cientistas em relação aos glaciares e aos efei-
tos colaterais da fenda na plataforma de gelo Larsen C.
Petróleo e diamantes
A riqueza mineral, de petróleo e gás do continente gelado são um prêmio para o longo prazo.
O tratado que proíbe a mineração aqui – cobrindo reservas cobiçadas de minério de ferro, carvão
e cromo – deverá ser revisto em 2048 e poderá ser contestado antes disso. [...]
Além dos tratados antárticos, persistem enormes obstáculos para o aproveitamento desses
recursos, como icebergs �ou banquisas� que podem pôr em risco as plataformas oceânicas. Depois
há as distâncias da Antártida, [...] onde as temperaturas no inverno giram em torno de –20 graus
centígrados.
Mas os avanços tecnológicos poderão tornar a região muito mais acessível daqui a 30 anos.
E mesmo antes disso os cientistas tentam determinar como a mudança climática poderá mo-
dificar o acesso a algumas regiões antárticas, potencialmente desestabilizando a camada de
gelo do continente ou esgotando as populações de krill no oceano Antártico.
Estudiosos também advertem que a demanda por recursos em um mundo faminto por
energia poderá aumentar a pressão para se renegociar os tratados da Antártida, possivelmente
permitindo mais empreendimentos comerciais aqui muito antes que expirem as proibições.
ROMERO, Simon. Países entram na corrida por espaço no fim do mundo antártico. Uol notícias, 31 dez. 2015.
Disponível em: < https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/the-new-york-times/2015/12/31/
paises-entram-na-corrida-por-espaco-no-fim-do-mundo-antartico.htm>. Acesso em: nov. 2018.
• Ao instalarem bases e estações de pesquisa na Antártida, os países têm interesses para além das
descobertas científicas. Eles buscam aumentar sua influência no continente, de olho não apenas no
Atividade dia em que os tratados de proteção expirarem, mas também nas oportunidades estratégicas e
comerciais que existem hoje.
¥ Quais são os interesses dos países ao instalarem bases e estações de pesquisa na Antártida?
As atividades em grupo, em
especial, contribuem para que 60
ºS Comandante Ferraz
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os alunos desenvolvam a em- I C
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ártico EUA
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patia e a cooperação, o senso de Í F lo
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responsabilidade e a cidadania. ICO ARG
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1. Consequências negativas:
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e as cidades litorâneas; de- Polo sul Terra de
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geográfico
saparecimento de ilhas na Banquisa Meridiano de Greenwich RAS O
180º 0º
GLACIAL
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Oceania; risco de desabas- EUA EUA Kirkpatrick
4 528 m
Terra da RUS
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tecimento em regiões que NZL
Polo
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dependem de águas de ge- RUS Vitória sul
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RUS Terra de
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Terra de PLANALTO
AMERICANO RUS
I
Wilkes
D
AUS Í
e possível aproveitamen- Limite da banquisa no inverno
AUS
RUS
to de rotas de navegação Limite da banquisa no verão N
O
transporte. Atualmente,
pesquisadores, como o meteorologista norte- também desenvolvem ati-
-americano Mark Serreze, acreditam que, caso vidades ligadas ao turismo
as temperaturas continuem subindo, todo o e mesclam usos e costu-
Polo Norte está livre de gelo no verão de 2030. mes tradicionais com os
Mas a rota marítima do Norte também tem ocidentais.
seus riscos. Embora a via seja navegável no verão, 8. Mar territorial – extensão:
ainda há muitos icebergs que apresentam perigo 12 mn/22 km.
para as embarcações. Para usar esse caminho, os
Zona de exploração ex-
navios precisam ter um piloto russo a bordo. Em
clusiva – extensão: 200
alguns casos, eles precisam ser acompanhados
mn/370 km.
por um quebra-gelo russo movido a energia
Plataforma continental –
nuclear. Todas essas medidas aumentam o preço
extensão: 200 mn/370 km
Povo sámi na Lapônia (Suécia), no inverno de 2018. do frete e relativizam as vantagens econômicas
(pode ser estendida até
em relação à via tradicional.
8. Observe o esquema apresentado na figura 7 (pá- 350 mn).
A indústria conhece esses riscos e muitas
gina 238), “Conceitos estabelecidos pela Conven- Analise o texto
empresas ainda preferem navegar pelo Canal
ção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar”. 9. Vantagens: menor duração,
de Suez. Anualmente, 20 mil navios utilizam
Monte em seu caderno um quadro como o do menor consumo de combus-
esse caminho, ou seja, apenas uma pequena
modelo a seguir e preencha-o com as informações tível, não apresenta risco
parcela percorre a rota marítima do Norte. “Até
do esquema. provocado pela pirataria ou
essa via atingir seu potencial máximo, ainda
serão precisos alguns anos”, diz Koch. por instabilidade política, me-
Conceito Extensão Mas a navegação pela rota marítima do nor custo, melhor planeja-
Mar territorial Norte pode causar sérios danos ao meio am- mento de datas de entrega.
biente. Segundo o especialista do Greenpeace Desvantagens: risco de aci-
Zona de exploração exclusiva Jörg Feddern, ao contrário da Antártida, o Polo dentes com icebergs, neces-
Norte ainda não é uma área internacional de sidade de navios quebra-gelo
Plataforma continental e pilotos especialistas, risco
proteção ambiental.
E navios movidos a óleo pesado que navegam de danos ambientais, que po-
dem ser causados por vaza-
Analise o texto pela região poluem a região. Há também o risco
mento de óleos e acidentes
de essas embarcações se chocarem com icebergs,
9. Com base na leitura do texto a seguir, identifique o que poderia causar uma catástrofe, colocando
com as embarcações.
as vantagens e desvantagens apresentadas pela em risco a vida no Ártico […]. Trabalhe em grupo
rota de navegação do norte em relação à rota CHINA inaugura rota marítima mais curta que cruza o Polo Norte. DW. 10. Oriente cada grupo a ar-
convencional. Disponível em: <www.dw.com/pt-br/china-inaugura-rota-mar%C3%ADtima-
mais-curta-que-cruza-o-polo-norte/a-17082336>. Acesso em: out. 2018. gumentar quando for sua
China inaugura rota marítima mais vez e a escutar quando ou-
curta que cruza o Polo Norte Trabalhe em grupo tro grupo estiver falando.
[…] a indústria marítima enfrenta problemas 10. Com a sala dividida em quatro grupos, pesquisem Se achar necessário, sugi-
argumentos sobre as diferentes posições de cientistas ra temas relacionados ao
com a constante alta dos preços do petróleo
a respeito do aquecimento global. Concluída a pes- aquecimento global para
e uma rota mais curta traria mais lucros.
quisa, preparem-se para um debate em sala de aula. direcionar o debate.
Além dos estaleiros, os comerciantes também
se beneficiariam com a diminuição dos preços Cada grupo desempenhará um dos seguintes papéis:
para o transporte. • Grupo 1: representante dos pesquisadores que
Segundo Philip Koch, especialista da Câmara apontam a gravidade do aquecimento global.
de Comércio de Hamburgo, com a diminuição do • Grupo 2: representante do Painel Intergovernamen-
tempo de viagem também seria possível planejar tal sobre Mudanças Climáticas (IPCC).
melhor as datas para a entrega. “Isso poderia dar • Grupo 3: representante dos céticos.
um novo impulso ao comércio”, diz. • Grupo 4: deve formular as perguntas para o debate.
Disputas territoriais nos polos • Capítulo 12 247
Reprodução/Arquivo da editora
Esta seção, presente ao fi-
Ka mate, ka mate! ka ora! ka ora! nal de todas as unidades deste
Ka mate! ka mate! ka ora! ka ora! volume, resume em tópicos os
Tēnei te tangata pūhuruhuru temas estudados ao longo dos
Nāna nei i tiki mai whakawhiti te rā capítulos 10, 11 e 12. Ela pode
Ā, upane! ka upane! ser utilizada pelos alunos, por
Ā, upane, ka upane, whiti te ra! exemplo, para a realização de
uma espécie de autoavaliação:
�tra ução�: Quais são os temas que eu pre-
É a morte! É a morte! É a vida! É a vida! ciso revisar?.
É a morte! É a morte! É a vida! É a vida!
Esse é o homem feroz e poderoso
Que fez com que o sol brilhasse de novo para mim
Suba a escada! Suba até o topo!
O sol brilha!
CANTÓ, Pablo. Conheça o significado do ‘haka’, a dança tribal maori que
virou símbolo dos All Blacks. El País, 20 out. 2017. Disponível em: <https://brasil.
elpais.com/brasil/2017/10/19/cultura/1508405168_363160.html>.
Movimentos do haka Ka Mate praticados pela
Acesso em: out. 2018. equipe nacional neozelandesa de rúgbi.
Em resumo
uma grande diversidade de
povos.
Meridiano de Greenwich
OCEANO
N
ÍNDICO
Trópico de Capricórnio
O L
Baixa
S
Sem dados
0 2 660 5 320 km
Limites de país
Fonte: elaborado com base em THE Global Slavery Index. Government Response. Disponível em: <www.globalslaveryindex.org/2018/data/
maps/#response>. Acesso em: out. 2018.
O texto a seguir trata da situação do Brasil no cenário internacional do combate ao trabalho escravo.
Leia-o para compreendê-la melhor.
Brasil tem quase � escravos mo ernos a ca a mil habitantes, iz ONG
Brasil tinha 369 mil escravos modernos em 2016, ou 1,8 a cada mil habitantes, mas estava entre os
países que mais combatiam o problema dentro do G20 �grupos das 19 economias mais desenvolvidas
e a União Europeia�.
O levantamento é da organização Walk Free Foundation, que publicou […] o índice global de
escravidão moderna de 2018.
A escravidão moderna é um conceito que inclui pessoas que ficaram presas a um contratante por
dívida contraída, ou mantidas como trabalhadores domésticos para “pagar” por um serviço, por exemplo.
Entre os fatores que contribuem para o problema estão migração, conflitos, regimes repressivos
e discriminação. […]
O Brasil, com 369 mil, é o 20o colocado em uma lista de 27 nas Américas – quanto mais distante
do topo, melhor.
A escravidão moderna no país é encontrada na confecção de roupas e acessórios, em fazendas de
gado, na exploração de cana-de-açúcar, madeira [...]
BRANT, Danielle. Brasil tem quase 2 escravos modernos a cada mil habitantes, diz ONG. Folha de S.Paulo, 19 jul. 2018. Disponível em:
<www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/07/brasil-tem-quase-2-escravos-modernos-a-cada-mil-habitantes-diz-ong.shtml>. Acesso em: out. 2018.
REIS, Thiago. Quase 46 milhões vivem em regime de escravidão no mundo, diz relatório. G1, 30 maio 2016. Disponível em: <http://g1.glo
bo.com/mundo/noticia/2016/05/quase-46-milhoes-vivem-regime-de-escravidao-no-mundo-diz-relatorio.html>. Acesso em: nov. 2018.
Reportagem mostra que quase 46 milhões de pessoas no mundo vivem em regime de escravidão. O Brasil aparece na 151a posição
no ranking de 167 países no Índice Global da Escravidão.
252 Glossário
0°
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
N
Groenlândia
(DIN)
O L
Alasca (EUA)
ISLÂNDIA R Ú S S I A
CANADÁ S
GEÓRGIA CASAQUISTÃO
MONGÓLIA
AZERBAIJÃO
USBEQUISTÃO
QUIRGUISTÃO COREIA
DO NORTE
ESTADOS UNIDOS TURQUIA TURCOMENISTÃO TAJIQUISTÃO
OCEANO TUNÍSIA CHIPRE SÍRIA ARMÊNIA CHINA COREIA JAPÃO
LÍBANO IRAQUE IRÃ AFEGANISTÃO DO SUL
ATLÂNTICO MARROCOS Palestina JORDÂNIA BUTÃO
ISRAEL KUWAIT
ARGÉLIA PAQUISTÃO NEPAL
SAARA LÍBIA EGITO ARÁBIA BAHREIN
Trópico de Câncer OCIDENTAL SAUDITA CATAR BANGLADESH
Is. Havaí EM. ÁR. MIANMAR TAIWAN
MÉXICO ÍNDIA
(EUA) MAURITÂNIA UNIDOS OMÃ LAOS OCEANO
CABO VERDE MALI
BELIZE NÍGER
SENEGAL CHADE ERITREIA IÊMEN TAILÂNDIA
HONDURAS BURKINA SUDÃO VIETNÃ PACÍFICO
GUATEMALA GÂMBIA FILIPINAS
NICARÁGUA FASSO REP. DJIBUTI CAMBOJA ILHAS
EL SALVADOR GUIANA GUINÉ-BISSAU GUINÉ MARSHALL
OCEANO NIGÉRIA CENTRO- FEDERAÇÃO
VENEZUELA SURINAME COSTA -AFRICANA SUDÃO ETIÓPIA BRUNEI DOS ESTADOS
COSTA RICA SERRA LEOA SRI
TOGO
BENIN
DO SUL
GANA
Guiana Francesa DO CAMARÕES SOMÁLIA DA MICRONÉSIA
PACÍFICO LANKA
COLÔMBIA (FRA)
LIBÉRIA MARFIM MALÁSIA
Equador UGANDA
CONGO QUÊNIA
GABÃO CINGAPURA 0°
Is. Galápagos EQUADOR GUINÉ EQUATORIAL RUANDA
REP. DEM. PAPUA- NAURU
(EQU) I N D O N É S I A
SÃO TOMÉ DO CONGO BURUNDI SEYCHELLES -NOVA
E PRÍNCIPE TANZÂNIA GUINÉ
TIMOR-LESTE SALOMÃO KIRIBATI
PERU BRASIL ANGOLA COMORES MAURÍCIO
MALAUÍ
UE
OCEANO
ZÂMBIA IQ
BOLÍVIA MB ÍNDICO VANUATU
ZIMBÁBUE FIJI
MADAGASCAR
ÇA
Trópico de Capricórnio NAMÍBIA
PARAGUAI BOTSUANA
MO
AUSTRÁLIA
eSWATINI
CHILE
REP. DA LESOTO
URUGUAI ÁFRICA
DO SUL
0°
N ARGENTINA N
BA
Círculo Polar Ártico NOVA
HA
Trópico de Câncer ZELÂNDIA
M
SUÉCIA
AS
FINLÂNDIA
CUBA REPÚBLICA NORUEGA
DOMINICANA Is. Kerguelen
Is. Falkland (FRA) ESTÔNIA
(ARG) I. Geórgia do Sul LETÔNIA
1. Liechtenstein
Porto Rico (EUA) REINO DINAMARCA
HAITI
Meridiano de Greenwich
(RUN) (RUS) LITUÂNIA 2. República Tcheca
ANTÍGUA E UNIDO PAÍSES
JAMAICA BARBUDA IRLANDA BAIXOS POLÔNIA BELARUS 3. Eslováquia
S. CRISTÓVÃO E NÉVIS
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO ALEMANHA
DOMINICA Círculo Polar Antártico BÉLGICA 4. Áustria
STA. LÚCIA 2 UCRÂNIA
LUXEMBURGO 1 3 5. Eslovênia
S. VICENTE E GRANADINAS BARBADOS 4 HUNGRIA MOLDÁVIA
SUÍÇA
5 6 ROMÊNIA 6. Croácia
GRANADA FRANÇA 7 SÉRVIA
0 1 780 3 560 km ITÁLIA 8 9 BULGÁRIA 7. Bósnia-Herzegovina
TRINIDAD A N T ç R T I D A 10
E TOBAGO ESPANHA
PANAMÁ ALBÂNIA 8. Montenegro
VENEZUELA PORTUGAL GRÉCIA
0 710 km 0 970 km 9. Kosovo
COLÔMBIA 10. Macedônia
60° O
Fonte: elaborado com base em IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 32.
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MANUAL DO PROFESSOR
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