Você está na página 1de 14

João Beles

Naturopata do Instituto de Medicina Tradicional


e da revista “Prevenir”

NATUROPATIA
Este livro pertence a A NATUREZA CURA
A NATUREZA
Como a Epigenética e os Estudos científicos provam que
a Naturopatia e as Plantas Medicinais podem salvar,
prolongar e melhorar a qualidade da sua vida

Inclui indicações terapêuticas de 100 plantas medicinais


e referências a mais de 1000 estudos científicos
Índice

Agradecimentos..................................................................................................................................... 9

Prefácio.................................................................................................................................................... 11

Prólogo..................................................................................................................................................... 12

Introdução.............................................................................................................................................. 15
Todos os direitos reservados. Este livro não pode ser reproduzido,
no todo ou em parte, por qualquer processo mecânico, fotográfico, 1. A utilização das Plantas Medicinais na Saúde, com base em estudos clínicos... 20
eletrónico, ou por meio de gravação, nem ser introduzido numa base
de dados, difundido ou de qualquer forma copiado para uso público ou
privado - além do uso legal como breve citação em artigos e críticas 2. As Bases Científicas das Plantas Medicinais.................................................................. 27
- sem prévia autorização do editor.

3. Epigenética e Plantas Medicinais........................................................................................ 38

4. Monografias e estudos científicos das Plantas Medicinais.................................... 52

Abacateiro....................................................................................................................................... 54
Açafrão-da-Índia........................................................................................................................... 56
Aipo..................................................................................................................................................... 59
Alcachofra........................................................................................................................................ 60
Título: “NATUROPATIA, A NATUREZA CURA A NATUREZA” Alcaçuz.............................................................................................................................................. 62
Autor: João Beles
Capa e paginação: Maria João Toscano Rico Alecrim.............................................................................................................................................. 64
Impressão: Freela Artes Gráficas Alface................................................................................................................................................. 66
ISBN: 978-989-8522-03-0
Alfarrobeira..................................................................................................................................... 68
Depósito Legal nº: 336048/11 Alfazema........................................................................................................................................... 70
1ª Edição: Novembro de 2011
Alho..................................................................................................................................................... 72
Edições Mahatma Aloé Vera......................................................................................................................................... 74
Tm: 967319952
info@edicoesmahatma.com Amalaki............................................................................................................................................. 76
www.edicoesmahatma.com


JOÃO BELES NATUROPATIA, A NATUREZA CURA A NATUREZA

Ananás............................................................................................................................................... 78 Espinheiro-Branco.................................................................................................................... 144


Anho-Casto..................................................................................................................................... 80 Eucalipto....................................................................................................................................... 147
Arando Vermelho......................................................................................................................... 83 Feijoeiro......................................................................................................................................... 149
Arroz Vermelho Fermentado.................................................................................................. 85 Feno-Grego.................................................................................................................................. 151
Árvore-do-Chá............................................................................................................................... 88 Figueira-da-Índia....................................................................................................................... 153
Astrágalo.......................................................................................................................................... 90 Framboeseiro.............................................................................................................................. 154
Aveia................................................................................................................................................... 91 Garcínia.......................................................................................................................................... 156
Bacopa............................................................................................................................................... 92 Gengibre........................................................................................................................................ 159
Beterraba......................................................................................................................................... 94 Ginkgo Biloba............................................................................................................................. 161
Bodelha............................................................................................................................................. 96 Ginseng.......................................................................................................................................... 164
Borragem.......................................................................................................................................... 97 Grifónia (5-HTP)......................................................................................................................... 168
Bróculos............................................................................................................................................ 99 Guaraná......................................................................................................................................... 171
Cacaueiro...................................................................................................................................... 101 Gugul............................................................................................................................................... 173
Cafeeiro......................................................................................................................................... 103 Gymnema Sylvestris................................................................................................................ 176
Calêndula...................................................................................................................................... 106 Harpago......................................................................................................................................... 178
Camomila...................................................................................................................................... 108 Hidrastes....................................................................................................................................... 180
Cana-de-Açúcar (policosanol)............................................................................................ 110 Hipericão....................................................................................................................................... 182
Canela............................................................................................................................................. 111 Hortelã-Pimenta........................................................................................................................ 185
Capuchinha.................................................................................................................................. 112 Incenso Indiano......................................................................................................................... 187
Cardo Mariano............................................................................................................................ 114 Laranja Amarga.......................................................................................................................... 191
Castanheiro-da-Índia.............................................................................................................. 115 Linhaça........................................................................................................................................... 192
Cavalinha...................................................................................................................................... 116 Lúcia-Lima.................................................................................................................................... 195
Centelha Asiática...................................................................................................................... 118 Lúpulo............................................................................................................................................. 197
Chá Verde..................................................................................................................................... 120 Maca................................................................................................................................................ 199
Cimicifuga..................................................................................................................................... 124 Maitake........................................................................................................................................... 201
Clorela............................................................................................................................................ 125 Malvas............................................................................................................................................. 202
Coentros........................................................................................................................................ 126 Mangericão.................................................................................................................................. 204
Cordyceps..................................................................................................................................... 128 Mangostão.................................................................................................................................... 206
Coriolus.......................................................................................................................................... 129 Marroio Branco........................................................................................................................... 207
Damiana........................................................................................................................................ 131 Melia................................................................................................................................................ 208
Dente-de-Leão........................................................................................................................... 133 Mirtilo ............................................................................................................................................ 210
Drosera........................................................................................................................................... 135 Orégãos.......................................................................................................................................... 212
Eleuterococo............................................................................................................................... 136 Palmeira-Anã ............................................................................................................................. 213
Equinácea..................................................................................................................................... 137 Papaia............................................................................................................................................. 215
Erva-Cidreira............................................................................................................................... 139 Passiflora....................................................................................................................................... 216
Erva-Príncipe............................................................................................................................... 141 Pau d´Arco................................................................................................................................... 219
Espargos........................................................................................................................................ 142 Pimenta-de-Caiena.................................................................................................................. 221

 
JOÃO BELES

Romã............................................................................................................................................... 222
Sabugueiro................................................................................................................................... 224
Salgueiro Branco....................................................................................................................... 226
Salva................................................................................................................................................ 227
Serralha.......................................................................................................................................... 230 AGRADECIMENTOS
Tanaceto........................................................................................................................................ 231
Tanchagem Maior...................................................................................................................... 234
Tomateiro...................................................................................................................................... 235
Tomilho.......................................................................................................................................... 238 Este livro é dedicado à minha mãe Emília, ao meu pai João Lúcio e aos meus
Tremoceiro.................................................................................................................................... 240 filhos Beatriz e Martim.
Ulmária........................................................................................................................................... 241 Também aos meus avós e bisavós que além de me terem passado os genes,
Unha-de-Gato............................................................................................................................. 243 (e a capacidade de os ativar), incutiram em mim pequenos gestos de cura que fa-
Urtiga.............................................................................................................................................. 244 zem parte do subconsciente e determinam a nossa personalidade para sempre.
Valeriana....................................................................................................................................... 246 A todos os meus bons amigos, que fazem a minha vida ser um paraíso na
Visco Branco................................................................................................................................ 248 terra, com uma palavra especial para os Migna Mala.
Agradeço a todos os que contribuíram para que eu tivesse seguido este
5. Naturopatia - A Medicina Epigenética........................................................................... 252 caminho: a minha professora primária Dra Soledade, os meus professores e mes-
tres de Naturopatia Eduardo Ribeiro, Luís Nacho, Sacha Gligic, Luís Silva, Jorge
6. A Naturopatia na redução da mortalidade, morbilidade e infertilidade...... 261 Santos, Odete Vitória, Emanuel Vitória e Honório Canelas, e também aos acu-
puntores Carlos Nogueira Perez e Pedro Choy pela minha formação em Medicina
6.1. Naturopatia nas doenças cardiovasculares....................................................... 261 Tradicional Chinesa.
6.2. Naturopatia nas doenças oncológicas.................................................................. 267 No IMT, para além de todos os que lá trabalham e trabalharam (e por quem
6.3. Naturopatia nas doenças do aparelho digestivo............................................ 286 nutro um grande carinho), tenho de agradecer principalmente ao diretor Mário
6.4. Naturopatia na depressão, ansiedade e insónias........................................... 291 Rodrigues e à Ana Paula Carneiro, por terem acreditado em mim desde o primeiro
6.5. Naturopatia nas doenças reumáticas.................................................................... 293 instante, e também à Teresa Semedo, Abdelhak Lemsaddek, Alain Barberá, Jorge
6.6. Naturopatia na infertilidade...................................................................................... 298 Martinho e Manuela Silva.
Agradeço também à osteopata Susana Pinto por fazer parte da minha equipa
7. Impacto dos estudos científicos com as Medicinas Naturais para o Sistema de trabalho desde o primeiro dia, e à Fernanda Soares por me ter convidado para
Nacional de Saúde................................................................................................................... 301 fazer parte da revista “Prevenir”.
O meu obrigada também à Fernanda Botelho e à Joana Rodrigues por amarem
8. Impacto dos estudos científicos com as Medicinas Naturais para a nossa vida tanto quanto eu (ou mais ainda) as plantas medicinais.
futura.............................................................................................................................................. 305 Aos meus alunos, por serem uma fonte de inspiração que me leva a querer
saber cada vez mais, e a continuar a sentir que vale a pena ensinar esta tão nobre
9. Anexos............................................................................................................................................ 307 arte de cura que é a Naturopatia.
Ainda a todos os que trabalham ou trabalharam comigo nos consultórios de
10. Bibliografia.................................................................................................................................. 317 Lisboa e Algarve, especialmente à Joaquina Corado, Marta, David Tristão e Ange-

 
JOÃO BELES

lina Diegues.
Por último, não podia deixar de agradecer aos povos que têm mantido vivos
estes conhecimentos de cura ao longo de milénios: os índios Norte-Americanos,
os Maias, Incas, Aztecas, os índios da amazónia brasileira e peruana, os povos de
África, os Druídas, os aborígenes da Austrália, os médicos ayurvedas da medicina PREFÁCIO
tradicional chinesa e tibetana, os xamãs da Sibéria da América Central e do Sul,
os Sumérios, os Egípcios, os Árabes, os Romanos e os Gregos.
Um agradecimento do tamanho do Universo aos mestres da Medicina entre
eles: Galeno, Hipócrates, Paracelso e Hermes Trimegisto. A abordagem ao estudo das plantas medicinais numa perspetiva integrada,
Por último, um agradecimento especial às plantas medicinais, um abraço à em que a síntese holística e a análise reducionista são constantemente submeti-
Terra, ao Sol, à Lua, ao Éter e a toda a Natureza que as criou e as nutre, seja ela das a uma dialética de conceitos e fundamentos na busca da realização científica,
chamada de Deus, Alá, Jah, Brahma, Vishnu, Shiva ou qualquer outro nome. exige trabalho afincado de sucessivos e dedicados anos e coragem de sobra.

Este livro do naturopata João Beles, é o corolário do seu esmerado apego


ao estudo exaustivo do extremamente complexo universo da terapêutica com
vegetais, especialmente no que se relaciona com o apelidado “Totum vegetal”,
conceito que apesar de existir há mais de 35 anos, necessita sempre de mais
contribuições para se impor definitivamente junto da comunidade científica.

A Química Supramolecular, disciplina emergente da química nos últimos 10


anos, é em nossa opinião a mais importante das bases para este objetivo, e o
naturopata João Beles será certamente um dos seus melhores intérpretes.

Eduardo Ribeiro

Bioquímico, investigador em plantas medicinais, consultor técnico-científico


de empresas de suplementos alimentares e da APARD, graduado em Botânica
Aplicada à Medicina e Alimentação.

Autor dos livros “Plantas Medicinais e complementos bioterápicos”, 1992 e


“Biotecnologia dos produtos de origem natural”, 2006.

10 11
NATUROPATIA, A NATUREZA CURA A NATUREZA

intuito de a posteriori lançarem no mercado novos fármacos. Com o avanço dos


conhecimentos médicos, ao longo do século XX desenvolveram-se os fármacos
de síntese química ou semi-sintéticos. No entanto, as plantas nunca deixaram de
ser usadas como fonte de substâncias com atividade farmacológica.
PRÓLOGO
Hoje em dia, e concretamente em Portugal, a utilização direta das plantas
na medicina caseira pode parecer algo do passado, mas na verdade até há bem
pouco tempo (poucas décadas) a medicina caseira era o único meio de cura de
Desde tempos remotos que o Homem aprendeu a reconhecer e a utilizar as muitas populações afastadas dos grandes centros urbanos, já que médicos eram
plantas para seu proveito. raros, e os fármacos existentes estavam apenas disponíveis para as classes mais
Durante séculos os homens foram aprofundando o seu conhecimento sobre altas. Já diz o povo que “a necessidade faz o engenho”, e assim era em relação
a natureza e aprendendo as particularidades e caraterísticas das plantas, muito à medicina caseira. A necessidade de métodos de cura “caseiros” levou a que
antes dos testes laboratoriais que surgiram bem recentemente no século XX. os conhecimentos populares da utilização das plantas, desenvolvidos e acumu-
O Homem aprendeu a distinguir as plantas comestíveis das não comestíveis lados ao longo possivelmente de séculos, tenham sido perpetuados até a um
e tóxicas, foi experimentando mezinhas e por tentativa e erro, foi aprendendo passado recente.
a utilizá-las, tendo muitas delas adquirido um papel fundamental no que diz No entanto, nas últimas décadas verificou-se de uma forma geral, uma grande
respeito à sobrevivência humana e à cultura mágico-religiosa das comunidades, melhoria nas condições de vida, e grande parte da população foi tendo acesso a
que em alguns casos ainda hoje persiste. um tipo de informação até então desconhecido. O desenvolvimento da Medicina,
o aperfeiçoamento e aumento do serviço médico-farmacológico, ou a crescente
É admirável o vasto conhecimento que as Antigas Civilizações (Egípcia, disponibilidade monetária das famílias, permitiram um fácil e rápido acesso aos
Chinesa, Indiana, etc) tinham da utilização das plantas, quer em termos medici- cuidados médicos institucionais. Assim, as pessoas deixaram de sentir a neces-
nais quer em vários outros tipos de utilizações. Por exemplo, no Egipto foram sidade de recorrer às mezinhas da medicina popular caseira, e quando “a ne-
encontradas muitas plantas e alusões a estas, nos túmulos de faraós, e através cessidade” não persiste “o engenho” tende a perder-se. O grande manancial de
de escritos em papiros antigos, chegaram até nós conhecimentos que revelam conhecimentos sobre as utilizações caseiras das plantas, tem vindo assim a ser
a avançada fitoterapia de então. Com Hipócrates, nasce uma prática médica, ba- esquecido nas últimas décadas, subsistindo hoje em dia quase exclusivamente
seada à época na aplicação de plantas ou extratos vegetais. Cinco séculos mais nos mais idosos e naqueles que cultivam um estilo de vida rural.
tarde (séc. I) Dioscórides publica “ De Materia Medica”, onde são descritas 600 Felizmente, são ainda muitos os que reconhecem a importância das plantas
plantas com propriedades medicinais, e que serviu de base à fitofarmacêutica e do seu uso, principalmente nestes tempos em que já se sabe que os produtos
durante muitos séculos. naturais são bem mais saudáveis do que os produtos de síntese, pelo que o in-
teresse pelo uso medicinal das plantas volta a ganhar não só força mas também
Em finais do século XIX e inícios do século XX, a Etnobotânica - ramo da ciência credibilidade. Diversos estudos e testes laboratoriais, podem esclarecer acerca
que estuda a relação do Homem com as plantas - começa a desenvolver-se, inici- da composição das plantas comprovando as suas aplicações médicas.
ando uma nova base de pesquisa farmacêutica. Grandes empresas farmacêuticas A Fitoterapia faz assim a união entre os conhecimentos tradicionais acumula-
começam a investir financeiramente em importantes expedições etnobotânicas dos durante gerações e os estudos e testes efetuados hoje em dia sob rigorosas
nas regiões tropicais, principalmente na América do Sul e em África, para re- metodologias científicas.
colher o conhecimento dos povos indígenas sobre plantas medicinais, com o É desta forma que volta a crescer o “movimento” que utiliza as plantas sau-

12 13
JOÃO BELES

davelmente para alcançar a cura e, talvez tão ou mais importante, para se preve-
nirem as doenças.
O ser humano volta a aproximar-se da natureza, e de um estilo de vida mais
saudável e consciente.
Introdução
Joana S. Camejo Rodrigues
Bióloga e Etnobotânica
Autora dos livros “Plantas e usos medicinais populares” e “As plantas medici-
nais da Terra do Açor”. Pretendo com este livro tornar os estudos científicos realizados com plantas
medicinais acessíveis a todos. Gostaria que passasse a fazer parte da lingua-
gem comum fazermos afirmações como: “Sabias que um estudo mostrou que
o Hipericão trata a depressão?”; “Está confirmado cientificamente que o Arroz
Vermelho fermentado baixa o colesterol” ou “Descobri que se tomar Chá Verde
e Açafrão-da-Índia posso reduzir o aparecimento de vários tipos de cancro”.

Desejo que o leitor fique não só a saber que estes estudos existem, mas tam-
bém com a vontade de partilhar esta experiência com os familiares e amigos. E
que no final do livro, o seu apetite esteja tão aguçado, que tenha vontade de
procurar ainda mais informação sobre este tema.
Para o ajudar, analisei milhares de estudos científicos com plantas medicinais
nos últimos 10 anos. Destes, selecionei pouco mais de 1000 estudos que incluo
neste livro de três formas distintas: como referência (entre parêntesis); como um
resumo no final de cada monografia; ou a sua descrição mais detalhada, princi-
palmente no capítulo 6.

Como professor do curso de Naturopatia do Instituto de Medicina Tradicional,


em Lisboa, o meu trabalho tem sido ao longo dos últimos 10 anos, o de ensinar
aos futuros naturopatas as Bases Científicas da Medicina Natural.
Para além disso, desde 2006, tenho vindo a publicar mensalmente na revista
de saúde “Prevenir”, monografias sobre aquelas que considero serem as prin-
cipais plantas medicinais utilizadas em Naturopatia. A estas ainda acrescentei
novos estudos e mais aplicações terapêuticas recentemente confirmadas.
Este é um livro escrito em 2011, baseado na sua maior parte em estudos
realizados nos últimos 2/3 anos.

14 15
JOÃO BELES NATUROPATIA, A NATUREZA CURA A NATUREZA

Explicar o funcionamento das plantas medicinais na altura, ser uma das plantas mais conceituadas na Alemanha, utilizada desde
há dezenas de anos em hospitais públicos em complemento à quimioterapia em
Estou consciente de que explicar o porquê das coisas tem sempre o seu quê doentes oncológicos (ver monografia no capítulo 5 e o caso clínico no capítulo
de pioneiro. Se enveredarmos pelo caminho mais fácil e normalmente utilizado 6.6).
para explicar a ação das Plantas Medicinais (a ação isolada dos seus constitu- Já nessa altura, seguindo o método científico, quis saber o porquê desta
intes fitoquímicos) ficamos muito aquém da verdadeira capacidade que estas planta ser tão prescrita no cancro. Quais os seus constituintes fitoquímicos que
têm de influenciar a nossa fisiologia. Tornamo-nos reducionistas e perdemos a tinham uma ação no sistema imunológico, e que tipo de estimulação era essa. Na
noção do todo, do holismo. génese deste pensamento, a mesma necessidade científica que me acompanha
A verdadeira ação de uma planta medicinal, advém da aplicação simultânea até hoje: fundamentar, com base na evidência, as alegações terapêuticas das
das centenas de constituintes fitoquímicos que fazem parte da sua composição plantas medicinais.
no nosso organismo. Assistia à conferência uma bióloga, a Dra. Ana Paula Carneiro, que se interes-
É este “Totum Vegetal” que é a base dos tratamentos da Naturopatia, e não a sou pela forma como abordei este tema, tendo-me convidado para pertencer
aplicação de uma molécula isolada. ao corpo docente de um Curso de Naturopatia que estava nessa altura a ser
Muitas explicações para a sua ação que já nos foram avançadas pela Farma- projetado.
cognósia, começam agora a ser sedimentadas pela epigenética e a química su- Passado um ano, encontrava-me nas instalações do Instituto de Medicina
pra-molecular. Tradicional em Lisboa, a ter a primeira reunião com o naturopata Mário Rodrigues,
E estas respostas muitas vezes originam ainda mais perguntas, que começam um dos pioneiros do ensino da Naturopatia em Portugal e ainda hoje o diretor
sempre com a mesma palavra que nos acompanha desde a infância, quando nos do IMT.
questionamos pela primeira vez sobre os mistérios do mundo: “Porquê?” Quando esse hoje meu grande amigo, me perguntou o que podia acrescen-
Esta é uma palavra que me surgiu várias vezes ao longo da realização deste tar ao curso de Naturopatia que estava a ser desenvolvido, afirmei sem hesi-
livro. tar: “Uma cadeira de Bases Científicas da Medicina Natural, onde se analisem
Penso ter conseguido dar algumas respostas, que nos aproximam um pouco os estudos realizados com as plantas medicinais e onde se procure o porquê da
mais da explicação de como as plantas medicinais curam o nosso organismo, sua eficácia clínica”. O entusiasmo demonstrado pelo Dr. Mário Rodrigues a esta
mas, como se pode concluir pela leitura do Capítulo 3, muitas, muitas mais per- proposta, deu-me a certeza de que este era um dos caminhos a seguir no ensino
manecem ainda por responder. da Naturopatia e das Plantas Medicinais em Portugal.
As dezenas de milhares de estudos que surgiram desde então nesta área, as-
O início sociado ao empenho e dedicação dos alunos à cadeira de Bases Científicas ao
longo destes 10 anos de ensino, vieram confirmar de forma inequívoca, a minha
Na minha primeira conferência pública, realizada em Lisboa em Junho de intenção inicial.
2000, no âmbito do XXV Congresso de Medicina Tradicional, apresentei uma Posteriormente, em 2006, fui convidado pela jornalista Fernanda Soares para
preleção designada “Proliferação celular invitro das células T CD4 e CD8 de pa- escrever mensalmente na revista de Saúde “Prevenir”, monografias de duas plan-
cientes tratados com o extrato de Viscum album”. tas medicinais, sempre com os estudos científicos sob pano de fundo. Mais tarde
Lembro-me do meu entusiasmo inicial, quando descobri que afinal já exis- abriu nesta revista o Consultório de Saúde e Bem-estar, o primeiro em Portugal
tiam na altura milhares de estudos que confirmavam e explicavam a ação tera- do género, com Naturopatia.
pêutica das plantas medicinais, mas que poucos conheciam. Foi também muito a pensar nos leitores desta revista que projetei esta obra.
Para a minha estreia, a escolha recaiu no Visco Branco (Viscum Album) por, já Ela funcionará como um manual de consulta, com o material que até agora se

16 17
JOÃO BELES NATUROPATIA, A NATUREZA CURA A NATUREZA

encontrava disperso ao longo dos vários números da “Prevenir”. Naturalmente fitoquímico, tive a preocupação de a acrescentar à monografia, colocando sem-
que nem todas as plantas medicinais estão mencionadas neste livro, sobraram pre o estudo de referência.
bastantes que podem vir a justificar uma nova publicação. Outra parte importante deste quarto capítulo, foi a correlação de algumas
Devo ainda referir que apesar de todas as fontes que consultei para funda- plantas medicinais com um dos objetivos fundamentais da Naturopatia quan-
mentar cientificamente este livro, estou ciente de que ainda existem estudos do pretende resolver as patologias dos seus pacientes: tratar a causa e não o
muito importantes que não li, ou porque na altura em que fiz a pesquisa me sintoma. Por essa razão, coloquei em destaque numa caixa, mais informação,
passaram despercebidos, ou porque não tive acesso ou tempo para os conseguir sempre que o tema merecia ser desenvolvido, para os leitores compreenderem
ler. Por esta razão, coloco um e-mail no final do livro para incentivar os leitores a melhor a forma que a Naturopatia tem de pensar e intervir nas patologias e na
participarem ativamente na investigação com plantas medicinais, enviando-me manutenção da saúde.
estudos que entendam possam enriquecer uma futura edição. Na terceira parte (capítulos 5 a 8), pretendo explicar mais em pormenor o
As bases científicas das plantas medicinais são isto mesmo: um mundo em que é a Naturopatia e destacar a importância e contribuição de alguns destes
constante expansão, sendo que esta obra pretende ser um catalizador, uma estudos clínicos, para a mudança de vários paradigmas na saúde. Estes podem
ajuda para tornar os estudos numa linguagem comum a todos, incentivando à resumir-se a duas coisas muito simples:
investigação por parte do próprio leitor.
a) Incentivar a aplicação da informação contida neste livro nos seus cuida-
Como ler este livro dos de saúde diários no sentido de prevenir as doenças mais comuns e
mortais em Portugal.
Este livro divide-se em três grandes áreas que podem ser lidas como se de
três livros distintos se tratassem. b) Incentivar a utilização de medicina complementar em hospitais e centros
A primeira parte é constituída pelos três capítulos iniciais, onde pretendo de saúde com grandes vantagens tanto para os pacientes como para o
dar uma visão geral do que é a medicina natural e a utilização de plantas medici- SNS.
nais (adesão por parte da população, estudos clínicos e epigenética).
Na segunda parte, o capítulo 4, apresento as monografias das plantas me- Espero que a leitura desta obra encoraje em definitivo o leitor a recorrer às
dicinais, que indicam em concreto as patologias que se podem tratar com cada plantas medicinais para tratar as suas patologias, com a confiança de que o trata-
planta, as suas ações terapêuticas, constituintes fitoquímicos, alguma história de mento que está a ser prescrito pelo naturopata tem uma forte evidência cientí-
utilização, dosagens e precauções. fica de base, que confirma a sua eficácia terapêutica.
Também coloquei alguns tratamentos caseiros (para incentivar o consumo
das plantas como alimentos e não só como suplementos alimentares). Sejam bem-vindos ao maravilhoso mundo das Plantas Medicinais!
Também fazem parte das monografias um resumo de alguns estudos cientí-
ficos que achei serem os mais relevantes de cada planta, que comprovam e am-
pliam muitas das aplicações terapêuticas anteriormente descritas.
A restante informação das monografias foi escrita com base em livros de
referência que apresento na Bibliografia (os quais aconselho vivamente, a quem
quiser desenvolver ainda mais o estudo das plantas medicinais). No entanto,
como estes livros já não incluem estudos de 2009 a 2011, sempre que detetei
uma nova indicação terapêutica de uma planta medicinal ou de um constituinte

18 19
NATUROPATIA, A NATUREZA CURA A NATUREZA

Café é um estimulante cerebral que nos ajuda a prevenir contra doenças neuro-
degenerativas como o Parkinson ou o Alzheimer. Na Cerveja, o lúpulo funciona
como um anticancerígeno, um relaxante e um regulador hormonal nas mulheres,
diminuindo a tendência para síndrome pré-menstrual ou sintomas da menopau-
1. sa.
A utilização das Plantas Medicinais na Saúde, Mesmo à sobremesa, uma parte da refeição que associamos quase sempre ao
pecado, doces com Chocolate Preto podem ser bastante saudáveis: estimulam o
com base em estudos clínicos
nosso cérebro a produzir mais serotonina, um neurotransmissor que nos dá uma
sensação de bem-estar. Se optarmos por um Arroz Doce, temos a Canela que nos
“Que o alimento seja o teu medicamento e que o teu medicamento vai ajudar a regular a produção de insulina.
seja o teu alimento”. Também podemos comer umas peças de fruta (de preferência 30 minutos
Hipócrates antes das refeições) que podem ter um efeito anticancerígeno (Papaia, Ananás,
Romã, Frutos do Bosque), depurador (Melancia, Banana), antioxidante (Cerejas,
Os efeitos terapêuticos dos alimentos Morangos) ou regulador da digestão (Maçãs, Limão).
Resumindo, todos nós consumimos plantas medicinais ao longo do dia e du-
Já há mais de 25 séculos que Hipócrates defendia aquilo que é hoje uma rante toda a nossa vida, contribuindo assim, consciente ou inconscientemente,
evidência científica: Aquilo que comemos, tem influência nas nossas patologias. de uma forma determinante para a manutenção da nossa saúde.
E uns alimentos têm mais influência que outros. Por esta razão, apesar de fazermos tanto mal ao nosso corpo com poucas
Ao longo da história da humanidade, as plantas sempre foram a base da nossa horas de sono, muito stress, demasiada carne, gorduras saturadas, laticíneos,
alimentação: Principalmente os cereais, as batatas, as hortaliças, os vegetais e as tabaco e pouco exercício físico, as plantas medicinais que ingerimos anulam al-
frutas. O que muitas vezes desconhecemos é que além de nos nutrirem, estes guns dos efeitos nefastos que poderíamos vir a sofrer com estes erros.
alimentos exercem em nós um efeito terapêutico. E se pensarmos um pouco, apesar de por vezes ficarmos doentes, na maior
Na sopa, colocamos Cenoura, Aipo e Bróculos que nos ajudam a melhorar o parte do tempo da nossa vida estamos saudáveis.
funcionamento da visão e pele, desintoxicam o organismo do ácido úrico e têm Ou seja, o nosso corpo tem tendência para manter a nossa saúde, contando
um efeito anticancerígeno. para isso também com a ajuda dos alimentos saudáveis que consumimos.
Na salada temos plantas medicinais como o Alho, Cebola, Tomate ou Alfaces,
que nos melhoram respetivamente o sistema circulatório, imunitário, a preven-
ção contra vários tipos de cancro e nos relaxam o sistema nervoso.
Como condimentos, utilizamos ervas aromáticas como a Salsa, os Orégãos e
o Alecrim, ou especiarias como a Pimenta Vermelha, o Gengibre ou o Açafrão-
da-Índia, todos com efeito anticancerígeno, anti-inflamatório e estimulante do
sistema imunitário, protegendo-nos contra dores reumáticas, gripes e constipa-
ções. Os próprios molhos de Tomate, Mostarda ou o Pesto têm grandes proprie-
dades imunoestimulantes.
Durante e após as refeições há inúmeras bebidas que nos beneficiam. O Vi-
nho protege-nos as artérias, melhora a circulação e atrasa o envelhecimento; o

20 21
JOÃO BELES NATUROPATIA, A NATUREZA CURA A NATUREZA

Os alimentos e o aumento da esperança média de vida Se só o Alho, ou o consumo de uma simples salada produz estes resultados,
qual a percentagem de redução de vários tipos de cancro, se consumirmos deze-
Vários estudos realizados em populações centenárias demonstram que a in- nas destes alimentos e plantas medicinais diariamente?
trodução de mais plantas medicinais na nossa alimentação (como a Soja, o Arroz São essas as respostas que pretendo dar ao longo deste livro, com base na
integral, as Maçãs, especiarias e Chá Verde, por exemplo), podem aumentar a evidência científica de que dispomos atualmente. Estas plantas e alimentos me-
nossa esperança média de vida em mais 10 a 20 anos, mantendo uma qualidade dicinais têm vindo a ser utilizados ao longo de milénios por várias Medicinas
de vida acima da média (J Natl Cancer Inst. 1988; Br J Cancer. 1991; J Urol. 1999; Naturais como a Naturopatia, com a intenção de nos darem mais saúde e trata-
Ann Oncol. 2005; Nutr Cancer. 2009; J Am Coll Nutr. 2009; Cancer Metastasis Rev. rem as doenças que nos afetam.
2010; Recent Pat Food Nutr Agric. 2010; Pharm Res. 2010; Cancer Metastasis Rev.
2010; Breast Cancer Res Treat. 2011; Cancer Sci. 2011). O que é a Medicina Natural
Uma revisão realizada em 2010 pelo Instituto do Cancro da Universidade
de Atlanta nos Estados Unidos, destaca a ação preventiva do cancro de vários O termo Medicina Natural utiliza-se para denominar, de uma forma genérica,
alimentos como as Couves, Bróculos, Alho, Cebola, Chá Verde, Citrinos, Soja, To- um conjunto de medicinas/terapêuticas cujo denominador comum reside no
mate, Frutos do Bosque, Gengibre, Espargos, Uvas e Amendoins (Semin Oncol. facto de não utilizarem quaisquer produtos de síntese química no tratamento
2010). das patologias, mas apenas produtos e tratamentos naturais.
Se quisermos dar o exemplo do potencial cancro-preventivo de um único Entre estas medicinas naturais temos, já reconhecidas pelo Estado português
destes alimentos, como o Alho, podemos olhar para as conclusões de uma re- desde 2003, a Naturopatia, a Fitoterapia, a Acupunctura (mais corretamente desi-
visão sistemática realizada em 2001 na Universidade de Medicina de Adelaide, gnada por Medicina Tradicional Chinesa), a Homeopatia, a Osteopatia e a Quiro-
na Austrália cujas conclusões falam por si: “O consumo de Alho esteve associado prática. (Consultar Lei n.º 45/2003 de 22 de Agosto - Lei do enquadramento
a uma redução de 30% na incidência de cancro do cólon” (J Nutr. 2007). base das terapêuticas não convencionais, disponível no site do IMT).
Um outro estudo epidemiológico, realizado em Lyon pela Agência Internacio-
nal de Investigação em Oncologia, concluiu que o consumo de Alface, Tomates Medicinas naturais reconhecidas pela Lei n.º 45/2003 de 22 de Agosto - Lei
e Cenouras, em 506 pacientes com cancro do pulmão não fumadores, foi asso- do enquadramento base das terapêuticas não convencionais:
ciado a uma redução até 25% na incidência deste tipo de cancro. (Cancer Causes
Control, 2000). • Naturopatia
• Fitoterapia
• Acupunctura (Medicina Tradicional Chinesa)
• Homeopatia
• Osteopatia
• Quiroprática

O conjunto destas medicinas é designado pela Organização Mundial de Saúde


e pelo NCCAM (National Center for Complementary and Alternative Medicine) de
Medicina Complementar e/ou Alternativa e pelo Parlamento Europeu de Me-
Hipócrates dicinas Não Convencionais.

22 23
JOÃO BELES NATUROPATIA, A NATUREZA CURA A NATUREZA

Podemos também designar este conjunto de medicinas/terapêuticas sim- ciedade: depressão, hipercolesterolemia, hipertensão, insónia, ansiedade, asma
plesmente por Medicina Natural ou mencionar os seus nomes específicos para ou alergias (ver capítulos 6 e 7).
determinar qual a área da Medicina Natural a que nos estamos a referir especifi- Na Alemanha, 62% dos pacientes recorre às medicinas naturais (Climacteric.
camente (Naturopatia ou Osteopatia, por ex.). 2008), número que na Inglaterra se cifra nos 44% (Int J Clin Pract. 2010), na
A principal razão do seu reconhecimento em Portugal e noutros países, Noruega 48.7% (J Altern Complement Med. 2009) e nos Estados Unidos entre
prende-se com a sua grande eficácia e ausência de efeitos adversos. 38 a 45% (Evid Based Complement Alternat Med. 2005; CDC National Statistics
Por exemplo, numa meta-análise sobre a eficácia da aplicação destas medici- Report, 2007).
nas naturais na Dinamarca, Suécia, Reino Unido e Alemanha, no tratamento de Na Austrália, estes números atingem uns impresionantes 90,4% (Complement
pacientes com doenças crónicas não tratadas pela medicina convencional, con- Ther Clin Pract. 2010). E a confiança na Naturopatia e nos seus suplementos já é
cluiu-se que em 791 pacientes tratados, 617 (78.0%) curaram-se da patologia tão elevada, que mesmo nas grávidas este número alcança os 36% (BCM Prego-
apresentada, sem efeitos adversos (Int J Adolesc Med Health. 2009). ando and Childbirth 2006). Na Noruega, um estudo da universidade de Oslo, fixa
É esta eficácia de quase 80%, confirmada pelas centenas de estudos científi- este valor em 39,7% das 600 grávidas inquiridas. O Gengibre, as plantas ricas
cos apresentados ao longo deste livro, que leva cada vez mais pessoas a recorrer em ferro (como a Beterraba ou os Agriões), a Equinácea e o Arando-Vermelho
às medicinas naturais. surgem como as mais utilizadas por estas mulheres (Complement Ther Clin Pract.
2011).
O consumo das medicinas naturais pela população mundial

De facto, nos dias de hoje, a Naturopatia, Osteopatia ou Acupuntura, já são RECURSO À MEDICINA NATURAL (por ano)
parte integrante do Sistema Nacional de Saúde de países de referência. Na
Estados Unidos (2007) Austrália (2010) Inglaterra (2010) Alemanha (2008) Noruega
Noruega, 50% dos hospitais já oferecem estas Medicinas Naturais aos seus pa-
cientes, um valor que se cifra em 1/3 nos Hospitais na Dinamarca (BMC Comple- 90,40%

ment Altern Med. 2011).


E os pacientes recorrem cada vez mais, mesmo em doenças oncológicas. Por
62%
exemplo, num estudo realizado pela Universidade da California San Diego, em
48,70%
2527 mulheres que tinham terminado tratamento ao cancro da mama entre 44%
38,30%
1995 e 2000, 2017 utilizaram nos últimos anos vários tratamentos de medicina
natural. E se a maioria tomou suplementos alimentares (por conselho de ami-
gos, familiares ou por autosuplementação), 300 destas mulheres foram mesmo
seguidas por um naturopata (85%), homeopata (74%), acupuntor (71%) e quiro-
prático (47%) (Integrative Cancer Therapies 2008).

Este livro tem vários exemplos das vantagens decorrentes da complementa- As plantas mais vendidas nos Estados Unidos em 2010 foram por ordem:
riedade entre as várias áreas da saúde, o trabalho conjunto entre o médico e o Arando-Vermelho, Palmeira-Anã, Soja, Alho, Ginkgo Biloba, Equinácea, Cardo
naturopata, de forma a otimizar ainda mais estes resultados, não só no âmbito da Mariano, Cimicifuga, Hipericão, Ginseng, Chá Verde, Óleo de Onagra, Valeriana,
oncologia, mas também noutras patologias que são as responsáveis pelas maio- Epimedium grandiflorum, Mirtilo, Grainhas de Uva, Gengibre, Sabugueiro, Aloé
res taxas de mortalidade, morbilidade e consumo de medicamentos na nossa so- Vera e Yohimbe (SymphonyIRI group, 2010).

24 25
JOÃO BELES

Em consequência da crescente procura por parte dos norte-americanos por


estes tratamentos naturais, este mercado cresceu 6,6% de 2009 para 2010, com
vendas anuais a rondarem os 1.663 biliões de dólares (Nutrition Business Jour-
nal, 2010).

Ginkgo Biloba em folha e em comprimidos, uma das


formas galénicas utilizada pela Naturopatia.

26

Você também pode gostar