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Revista Brasileira de Cartografia (2014) N0 66/4: 885-897

C Sociedade Brasileira de Cartografia, Geodésia, Fotogrametria e Sensoriamento Remoto


B ISSN: 1808-0936
S

FUNDAMENTOS E PERSPECTIVAS DA CARTOGRAFIA ESCOLAR NO


BRASIL

Theoretical Approaches and Future Prospects of School Cartography in Brazil

Rosângela Doin de Almeida1 & Regina Araujo de Almeida2

Universidade Estadual Paulista – UNESP


Instituto de Geociências e Ciências Exatas
Avenida 24 – A, 1515 – 13 506 900 - Rio Claro – SP – Brasil
rda.doin@gmail.com

Universidade de São Paulo - USP


Departamento de Geografia - FFLCH
Avenida Prof. Lineu Prestes, 338 - 05508-000 - São Paulo – SP - Brasil
reginaaa@usp.br

Recebido em 15 de Janeiro, 2014/ Aceito em 29 de Abril, 2014


Received on January 15, 2014/ Accepted on April 29, 2014

RESUMO
O propósito deste artigo é situar a formação de uma área de conhecimentos denominada “cartografia escolar” no Brasil,
a qual corresponde à “Cartography and Children” na Associação Cartográfica Internacional - ACI. A partir da análise
dos Anais dos eventos científicos, iniciados em 1995, sobre cartografia escolar, foram indicados os principais temas
que constituem atualmente essa área de conhecimento. O artigo aborda ainda questões de ordem teórica de algumas
pesquisas realizadas, apresenta algumas publicações e exemplos de práticas com ensino de cartografia. No final, apre-
sentam-se perspectivas para o avanço da cartografia escolar em nosso país.
Palavras chaves: Cartografia Escolar, Mapas e Crianças, Ensino de Cartografia.

ABSTRACT
The main goal of this article is to present and discuss the area named School Cartography in Brazil, corresponding to
Maps and Children in the International Cartographic Association - ICA. Beginning with the analysis of the scientific
events related to the area and its proceedings, which begun in 1995, it was pointed out the main themes which form,
nowadays, this field. The article also pays attention to theoretical issues regarding some of the researches done, it lists
publications and examples related to the teaching of cartography. At the end, perspectives and future trends for school
cartography in Brazil are presented.
Keywords: School Cartography, Maps and Children, Cartographic Education.
Almeida R. D. & de Almeida R. A.

1. INTRODUÇÃO diferentes realidades escolares, abrindo novas


A presença da Cartografia na Educação possibilidades de ensino e aprendizagem sobre
Básica (Ensino Fundamental e Médio) cresceu mapas. A Figura 1 resume esses cenários e isso
consideravelmente nas duas últimas décadas. nos leva à pergunta: estão os professores e os
Embora o uso de mapas e o ensino de conceitos pais bem preparados para lidar com a cartografia
cartográficos já façam parte dos programas e os seus novos desafios, seja em casa, na vida
escolares de Geografia há muito tempo, temos cotidiana ou na sala de aula?
assistido recentemente a uma expansão dos Depois de várias décadas de pesquisa
conhecimentos cartográficos no ensino que vai sobre o processo de comunicação cartográfica,
desde a educação infantil até o ensino superior. ainda não temos estudos suficientes a respeito
Nos cursos de pós-graduação, também é da aplicação dessas descobertas no campo da
crescente o interesse em temas sobre cartografia cartografia escolar. Na verdade, há uma crescente
e educação. diversidade de modos de usar mapas e de novos
Com o objetivo de contextualizar esse usuários de mapas, há uma grande variedade
processo, vamos abordá-lo sob o foco das de produtos inovadores, mas existem muitos
ações que levaram ao surgimento dessa linha professores sem um conhecimento cartográfico
de estudos. As autoras já discutiram o tema em razoável.
outro trabalho publicado anteriormente, em As velhas perguntas e questões da
língua inglesa (ALMEIDA, Rosângela Doin de; comunicação cartográfica, da década de 60 e
ALMEIDA, Regina Araujo de, 2012). 70, têm agora novos significados: PORQUE
fazer um mapa (razões, finalidade do mapa),
2. CARTOGRAFIA ESCOLAR NO BRASIL: O QUE será representado (conteúdo do Mapa)
CENÁRIOS E APLICAÇÕES e COMO (linguagem gráfica e cartográfica -
Hoje em dia a cartografia escolar enfrenta concepção e recursos), PARA QUEM (tipo de
novos caminhos, por vários motivos, entre usuários, idade, necessidades especiais), com
eles as tecnologias digitais, internet e recursos QUAIS resultados (avaliação da eficácia de todo
inovadores mudaram a vida cotidiana e as o processo). A Tecnologia mudou as respostas

Figura 1 - Onde está a Cartografia no mundo das crianças? (Almeida, R.A. 2009)

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Fundamentos e Perspectivas da Cartografia Escolar no Brasil

dessas perguntas, de um lado, mas ainda existem tem havido várias conferências, reuniões e
alguns desafios a serem enfrentados, como a publicações como, por exemplo, dois livros
formação adequada de professores para trabalhar sobre Cartografia Escolar (Almeida, Rosângela,
com essas inovações, com os novos produtos org. 2007, 2011). Há um grupo de pesquisa
cartográficos, os novos procedimentos e, mais registrado no CNPq desde 1995, também apoiado
importante, lidar com crianças que têm diferentes pela Sociedade Brasileira de Cartografia - SBC.
mentes e expectativas se comparadas com o Estes resultados serão apresentados e discutidos
passado (Almeida, RA, 2009). nos tópicos seguintes deste artigo, juntamente
No Brasil, há um grupo grande e muito com as principais áreas de investigação, nas
ativo de pessoas trabalhando e fazendo pesquisas quais cartógrafos brasileiros estão trabalhando a
sobre mapas e crianças, cartografia escolar e respeito de mapas e crianças. A Figura 2 resume
formação de professores em cartografia. Desde o âmbito da cartografia escolar e algumas das
o início das atividades do Grupo de Trabalho ações feitas por esses especialistas, durante a
da Associação Cartográfica Internacional - em última década.
1993 (Anderson, J. & Vasconcellos, R., 1995),

Figura 2 - Crianças e Cartografia Escolar - áreas de pesquisa.

É importante destacar algumas dessas ações, coordenador nacional, engenheiro cartógrafo


como o Concurso de Mapas proposto pela ICA e, Nei Erling tem feito um trabalho competente na
no Brasil, promovido pela Sociedade Brasileira organização, não só da competição, mas também
de Cartografia - SBC. Esta iniciativa trouxe a de workshops com professores e exposições de
atenção para o campo da cartografia escolar, mapas feitos por crianças em várias cidades de
tanto a nível nacional quanto internacional. O nosso país. O principal objetivo da competição

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Almeida R. D. & de Almeida R. A.

de mapas é promover representações gráficas do professores indígenas que trabalham em escolas


mundo, através de desenhos e outras formas de localizadas em terras indígenas brasileiras e para
arte, feitas por crianças de até 15 anos de idade. professores de comunidades tradicionais, tais
As regras podem ser vistas em http://www. como pescadores dos rios amazônicos ou da
cartografia.org.br/ ou www.icaci.org. também na costa nordeste brasileira.
publicação por Erling e Paganelli (SBC, 2007). Esta área é chamada etnocartografia e lida
Resultados e coleta de desenhos estão em http:// com a produção de mapas onde a cultura e os
children.library.carleton.ca/. elementos históricos são muito relevantes na
No Brasil, há também uma competição caracterização de uma cultura específica; além
nacional, com o nome de “Lívia de Oliveira”, disso, estuda situações em que o conhecimento
em reconhecimento ao seu trabalho no campo tradicional é uma parte relevante do processo
da cartografia escolar. Essa competição ocorre de mapeamento. No caso dos povos indígenas,
a cada dois anos, entre as competições da ACI e, os mapas são parte de suas vidas e seu trabalho,
em ambos os casos, todas as escolas públicas e eles desenham mapas do espaço geográfico
privadas estão convidadas a participar enviando para proteger suas terras, para fazer avaliações
desenhos feitos por seus alunos. ambientais, para visualizar seu espaço. Eles
Além das competições, a SBC deu atenção precisam de mapas convencionais e mapas
especial à área da cartografia escolar ao criar uma digitais, mas eles também querem fazer imagens
comissão técnica denominada de “Cartografia de seus mundos - material, físico, social, cultural,
para Crianças e Estudantes”, a qual faz parte do espiritual - às vezes parecendo uma obra de arte.
programa do Congresso Brasileiro de Cartografia Mapas estão presentes em todas as escolas
que acontece a cada dois anos. indígenas, bem como foram publicados vários
Embora a competição envolva crianças atlas e livros didáticos, tais como R. Gavazzi,
de todas as idades, a área da cartografia escolar (1996, 1998). Já nas comunidades tradicionais,
no Brasil tem dado pouca atenção à educação a cartografia geralmente tem um papel diferente,
infantil. Há um grupo de pesquisa chamado lançando mão do fato de que a criação de seus
Geografia da Infância, sob a coordenação de próprios mapas pode melhorar a identidade
Jader Lopes (UFF / Niterói) com publicações cultural dos alunos e dos professores. Além
sobre o tema (como Lopes 2009, 2010), mas de metodologias convencionais, as ações em
muito ainda precisa ser analisado e discutido, etnocartografia buscam abordagens inovadoras,
a esse respeito nas reuniões e eventos de tais como mapeamento participativo e cartografia
cartografia escolar. social, principalmente na região amazônica.
Outra área em que se tem realizado Etnocartografia e cartografia tátil são
estudos recentes refere-se à cartografia exemplos de metodologias e iniciativas que
escolar na educação especial, buscando uma trabalham para os direitos de todos os cidadãos,
educação geográfica inclusiva, por meio incluindo crianças e jovens, dando-lhes as mesmas
do desenvolvimento de mapas táteis para oportunidades que os demais. Diversidade de
alunos com deficiência visual. Neste campo da cultura, etnia, experiência e deficiência sensorial
cartografia tátil há muitas pesquisas e estudos ou física devem ser respeitadas nas escolas, o
realizados no Brasil, desde 1988, no Laboratório que abrange também as aulas de geografia e
de Ensino e Material Didático do Departamento cartografia.
de Geografia da Universidade de São Paulo - Para atingir estes objetivos, os professores
LEMADI. Várias publicações estão disponíveis devem estar preparados para entender mapas,
(Regina Vasconcellos / Almeida, Carla Sena, para lidar com todos os tipos de mapas, portanto
Waldirene do Carmo). Há outras instituições eles têm que aprender mais sobre cartografia de
acadêmicas também fazendo pesquisas na área, maneira que possam ter segurança nas práticas
como a UNESP - Rio Claro (M. Isabel Freitas, escolares com representação cartográfica do
Silvia Ventorini) e UFSC (Ruth Nogueira). espaço.
Outra iniciativa relacionada com No tópico a seguir, com base nas
a educação cartográfica dirigida a grupos apresentações de trabalhos em eventos brasileiros,
minoritários é a introdução de cartografia para vamos situar o estado da produção brasileira no

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Fundamentos e Perspectivas da Cartografia Escolar no Brasil

campo científico da cartografia escolar durante pela Universidade Federal Fluminense e pela
os últimos quinze anos. Sociedade Brasileira de Cartografia Crianças
3. EVENTOS CIENTÍFICOS SOBRE CAR- em Niterói, em 2007. O Sexto Simpósio de
TOGRAFIA ESCOLAR Cartografia e Crianças e o II Fórum Latino-
americano Cartografia Escolar foram realizados
Durante a década de 90, foram realizados em 2009, organizados pela Universidade Federal
vários eventos sobre cartografia escolar no Brasil, de Juiz de Fora.
eventos que, em parte, correspondiam ao que Fizemos um levantamento dos trabalhos
vinha acontecendo na Associação Cartográfica apresentados nesses eventos com o objetivo de
Internacional (ICA). Em 1993, a ICA criou o situar a produção brasileira em cartografia escolar.
premio Barbara Petchenik, em memória dessa De acordo com as linhas temáticas definidas nos
cartógrafa que foi vice-presidente da ICA e colóquios, estabelecemos quatro grandes temas
trabalhou com mapas para crianças. O objetivo aos quais vinculamos as apresentações orais e
do concurso era promover representações os pôsteres. Cabe ressaltar que o V Colóquio,
criativas do mundo feitas por crianças, o que foi realizado em Niterói em 2007, consistiu em
recebido de modo muito positivo. apenas mesas de debates, sem apresentação de
Em 1994, foi realizada uma pesquisa trabalhos, razão pela qual ele não consta da tabela
conjunta Brasil-Canadá para verificar o nível 1. Detalhamos a seguir os temas que aglutinam
internacional de interesse na criação de um grupo os trabalhos publicados nos anais dos colóquios.
de trabalho cujo objetivo seria fomentar o uso
de mapas por crianças. Na Assembléia Geral da • Representação do espaço, que inclui
ACI, em 1995, o Grupo de Trabalho “Cartografia conteúdos de cunho teórico a respeito
e crianças” veio à existência. da representação espacial pela criança,
Os resultados do trabalho realizado linguagem cartográfica, mapas mentais e
levaram a ICA, em 1999, a transformar o representação de conceitos sócio-espaciais;
grupo em comissão (Cartography and Children • Metodologia de ensino, que envolve
Comission - CCC). A participação de brasileiros conteúdos teórico-práticos voltados para
na CCC catalisou ações para formar um grupo a busca de caminhos didáticos no ensino
nacional voltado para a cartografia escolar. A da cartografia escolar, incluindo iniciação
primeira iniciativa foi o “Colóquio Cartografia cartográfica (alfabetização cartográfica),
para Crianças” realizado em 19951, ao qual se educação especial (deficiência visual) e
seguiram outros colóquios e diversas publicações. ensino-aprendizagem de habilidades e
Após esta data, os seguintes eventos conceitos específicos da cartografia nos três
foram realizados no Brasil. Em 1996, o níveis da Educação Básica;
Segundo Simpósio de Cartografia para Crianças, • Tecnologias e produção de materiais
promovido pela Universidade Federal de Minas didáticos cartográficos, incluindo trabalhos
Gerais, em Belo Horizonte. O III Simpósio de a respeito de atlas escolares, maquetes,
Cartografia para Crianças foi realizado pela cartografia multimídia, mapas e internet,
Associação dos Geógrafos Brasileiros (Seção educação à distância, sensoriamento remoto
São Paulo), USP, em 1999. A Universidade e geoprocessamento;
Estadual de Maringá deu origem ao IV Colóquio • Formação de professores e currículo,
e I Fórum latino-americanos de Cartografia incluindo pesquisas sobre saberes e práticas
para Crianças em 2001. A Universidade docentes, cotidiano escolar, cultura, currículo
Federal Fluminense e a Sociedade Brasileira e formação de professores.
de Cartografia realizaram o Simpósio Ibero-
Americano de Cartografia para Crianças no Rio Sob esses temas agrupamos os trabalhos
de Janeiro em 2002. Naquele mesmo ano, o VIII apresentados, de maneira que cada trabalho
Simpósio Internacional de Mapas para Crianças está indicado para apenas um tema, embora
foi realizado em Diamantina (MG), o qual reuniu alguns tratem de mais de um deles. Calculamos
vários pesquisadores da CCC. O V Simpósio a distribuição dos trabalhos por tema (frequência
de Cartografia para Crianças foi organizado relativa), a qual consta da Tabela 1.

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Almeida R. D. & de Almeida R. A.

TABELA 1- TRABALHOS APRESENTADOS naqueles apresentados no VI Colóquio (2009).


NOS COLÓQUIOS POR TEMAS (em Curiosamente, os trabalhos não fogem da
porcentagem) tendência das pesquisas em educação, que
passaram a fazer certa contraposição entre as
Tema I II III IV VI
ideias desses dois teóricos (Piaget e Vigotsky).
Representação do A nosso ver, uma consequência disso é o
24 14 27 28 12
espaço empobrecimento das discussões a respeito da
Metodologia de representação espacial em cartografia escolar,
64 55 09 20 42
Ensino o que a vem deixando alheia aos importantes
Tecnologias e debates das ciências da Linguagem, da Geografia
06 28 64 48 29
Materiais Didáticos e da Educação.
Formação de pro- Sob o título de metodologia de ensino
06 03 00 04 17
fessores e currículo agrupamos trabalhos cujo foco está nas
Total 100 100 100 100 100 questões “o que ensinar” e “como ensinar”,
Obs: No V Colóquio não houve apresentação as quais se desdobram em questões sobre os
de trabalhos. conteúdos, os conceitos e procedimentos e
as técnicas de ensino adequadas a diferentes
Ao analisarmos os conteúdos dos trabalhos referenciais metodológicos. A quantidade de
publicados nos anais dos colóquios, notamos trabalhos apresentados com esta preocupação foi
que no tema representação do espaço, a teoria considerável em todos os colóquios, veja-se que
psicogenética de Jean Piaget é o principal correspondeu a 42 % dos trabalhos apresentados
fundamento dos estudos sobre a construção no IV Colóquio, os quais se distribuíram entre
das relações espaciais e para as propostas pesquisas sobre alfabetização cartográfica, ensino
metodológicas no ensino de conceitos como para pessoas com deficiência visual (cartografia
escala, projeção e localização. Assim como, tátil), conteúdos de cartografia no ensino de
fundamenta as pesquisas sobre o ensino de Geografia, métodos e procedimentos voltados
gráficos e as práticas de ensino com representações para ensino-aprendizagem de habilidades
quantitativas em mapas temáticos. Alguns textos e conceitos cartográficos ou geográficos.
a respeito do desenho do espaço feito por crianças Esses trabalhos tangenciam questões mais
também se apoiam na teoria de Jean Piaget. profundas a respeito do currículo, da cultura e
Acreditamos que o predomínio desse da linguagem, embora não cheguem a esse nível
aporte teórico deve-se à ampla disseminação das de aprofundamento.
ideias de Jean Piaget no Brasil durante os anos de A crescente frequência de trabalhos sobre
1970 e 1980, que foi sustentada pela tradução de tecnologia e produção de materiais didáticos
algumas de suas obras, as quais vêm alimentando pode indicar uma preocupação em suprir
uma quantidade considerável de pesquisas em professores e alunos com recursos tecnológicos
cartografia escolar até o presente. Além disso, e didáticos. Destacam-se, entre eles, os trabalhos
não se pode desconsiderar que os estudos sobre cartografia digital e atlas escolares.
desse autor sobre a epistemologia do espaço A influência da cartografia digital
(principalmente do espaço na matemática) traz vem abrindo um leque cada vez maior de
uma forte sustentação para a compreensão da possibilidades no ensino. No entanto, há
representação do espaço na cartografia, cuja base necessidade de aprofundamento de conceitos
é matemática. inerentes à tecnologia, como multimídia,
Outras abordagens teóricas são pouco hipermídia, hipermapa, uma vez que a simples
estudadas nas pesquisas sobre a aquisição de transposição de produtos dessa natureza para o
conhecimentos cartográficos. As propostas de ensino tem se mostrado inadequada, exigindo a
Lev Vigotsky e seus colaboradores surgiram criação de metodologias mais específicas para
em trabalhos mais recentes, especialmente situações escolares.

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Fundamentos e Perspectivas da Cartografia Escolar no Brasil

Durante o IV Colóquio, discutiu-se a mapas interativos interferem no processo de


necessidade de desenvolvimento de novos aprendizagem? Como? Como produzir mapas
produtos, que atendam às exigências específicas interativos adequados à escola e ao currículo? As
da mídia digital ou rede, para alguns autores novas tecnologias da informação e comunicação
há uma mudança no conceito de mapa, quando (TICs) concentram a atenção dos educadores
este passa a ser uma interface digital, pois o quando se fala em melhoria do ensino, inclusão
usuário pode criar e manipular o mapa, o qual e políticas públicas. É, portanto, urgente que se
deixa de ser apenas um meio de comunicação da realizem pesquisas em cartografia multimídia no
informação, mas pode ser utilizado como uma ensino, de maneira a superar a tendência de se
ferramenta de análise visual. transpor experiências de outros contextos para
Os estudos sobre cartografia multimídia atingir objetivos educacionais.
têm avançado consideravelmente, mas a Os atlas escolares têm ocupado um lugar
demanda por uma revisão da cartografia após de destaque entre os trabalhos apresentados nos
o desenvolvimento desses recursos exige uma colóquios. Considerando os trabalhos sobre
constante atualização das pesquisas. Para Tecnologias e produção de materiais didáticos,
Peterson (2007) a cartografia está em um corresponderam a 100% no I Colóquio, 38% no
processo de mudança, que deve iniciar pelo uso II Colóquio, 30 % no III Colóquio, 43 % no IV
de novos conceitos, segundo ele: Colóquio e 41 % no VI Colóquio. A maior parte
“A palavra ‘mapa’, por exemplo, talvez dessas apresentações relatou a produção de um
deva ser redefinida para se referir a um mapa atlas municipal destinado ao ensino de Geografia
interativo. Se a apresentação da informação não no 4º e 5º anos do Ensino Fundamental.
é controlada pelo usuário - não é um mapa. Se No último evento, houve uma mesa
não há interação - não é um mapa. Se não houver redonda que discutiu o tema “atlas escolares”.
um potencial para a animação - não é um mapa. Valeria Trevizani Burla de Aguiar, nessa mesa,
Podemos, eventualmente, perceber que o que analisou o Atlas do Império do Brasil de Cândido
chamamos de mapas hoje são simplesmente Mendes de Almeida, que foi o primeiro atlas
elementos do mapa estático – assim como é uma publicado com mapas sobre o Brasil, datado de
peça em um quebra-cabeça, é um símbolo em um 1868, e que se destinava aos alunos das escolas
mapa.” (2007: 71). públicas da época. Aguiar analisa essa produção
Hoje, quando alguém quer saber onde fica cartográfica com um documento fundamental
um lugar, ou quer obter mais informação a respeito para a consolidação do nacionalismo no período
do que existe ali, acessa um dos servidores da do Império.
WEB, de maneira que a internet tornou-se o A abordagem histórica trazida por Aguiar
principal meio de acesso à informação espacial. introduziu a discussão do papel político que
Com maior poder de transmutar informação do os atlas desempenham ao darem forma às
que as mídias discretas, os projetos e sites de concepções e interesses daqueles que fomentam
informação espacial pela Internet criaram uma sua realização. Na verdade, a produção de um
imensa comunidade de produtores e usuários atlas exige a participação de profissionais de
de mapas. Ao mesmo tempo, os pesquisadores alto nível, leva um tempo longo tanto para o
buscam saber como devem ser os mapas na levantamento e tratamento das informações,
Internet e que tipo de interatividade é desejável quanto para a produção dos mapas e das
nos mapas online. No entanto, há falta de páginas completas, incluindo texto, fotografias
pesquisas que aprofundem as possibilidades e outros elementos. Essa produção custa caro
de construção de conhecimento geográfico por e o consumo é menor do que aquele dos livros
meio dos recursos da internet e da cartografia didáticos, pois ele serve para todos os anos do
multimídia. Ensino Fundamental, enquanto que os alunos
Quando um projeto multimídia destina- precisam de um novo livro a cada ano.
se ao ensino, questões de ordem didática Os atlas locais foram o alvo da maior parte
somam-se àquelas inerentes ao meio digital: das apresentações orais em todos os colóquios.

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Almeida R. D. & de Almeida R. A.

As questões enfocadas nos trabalhos referem- possibilitar uma formação mais integrada,
se ao delineamento do projeto do atlas e sua principalmente por aproximar a universidade
execução. A melhor maneira de se fazer um atlas das escolas durante as atividades da disciplina
local e qual seria a cartografia mais adequada a Prática de Ensino e dos estágios. Essas atividades
esse atlas é uma discussão transversal a esses consistem no principal foco da formação de
trabalhos, no entanto, ainda pouco aprofundada. professores e da realização de experiências no
Marcello Martinelli, na mesa redonda ensino de Geografia e Cartografia.
referida acima, discutiu a cartografia dos 2. É necessário ampliar a dimensão da cartografia
atlas geográficos para escolares, trazendo à na formação de professores considerando-se a
tona a importância dos mapas temáticos. Ele cartografia em ambientes virtuais, as diversas
considerou que: “Na idealização dos Atlas concepções sobre linguagem e as aproximações
geográficos para escolares, deve-se levar em entre cartografia e arte.
conta o trabalho prático com seus mapas, que 3. Os projetos de formação continuada de
será feito pelo professor como moderador, junto professores são uma oportunidade para a
ao ensino da geografia. Para isso é preciso que realização de pesquisas sobre saberes e práticas
as representações sejam reveladoras do conteúdo de professores no ensino de mapas, uso de
da informação, promovendo a compreensão do maquetes, produção de atlas escolares, trabalho
real, na busca do conhecimento do mundo em com mapas na Internet etc.
que se vive.” (Martinelli, 2009). 4. Outras modalidades e interfaces da
Outras preocupações permearam a cartografia devem ser consideradas na formação
discussão sobre atlas escolares. Destacamos de professores como a cartografia cultural, a
a apresentação de Amanda Regina Gonçalves cartografia tátil, a etnocartografia e a cartografia
sobre “Atlas municipais escolares: entre os turística.
mapas dos vencedores e das rupturas” na mesa 4. PESQUISAS E PUBLICAÇÕES SOBRE
redonda sobre formação de professores. Ela CARTOGRAFIA ESCOLAR
considerou que o aumento da produção de atlas
locais está inserido na questão do “lugar” e sua As pesquisas e publicações em cartografia
centralidade para a compreensão dos conflitos escolar têm aumentado recentemente. Sobre as
sociais atuais. Discute o papel desses atlas na pesquisas não temos como discuti-las, uma vez
manutenção de relações de poder, onde aqueles que teríamos que consultar todos os programas
que os produzem veiculam uma visão dos de pós-graduação em Geografia e Cartografia,
vencedores; ela propõe que os atlas apresentem o que não é a finalidade deste artigo. Vamos
aberturas para outras identidades da população mencionar algumas que já se tornaram referencia
local. em livros e teses.
Ainda sobre os Colóquios, sob o tema Iniciamos com a tese “Estudo Metodológico
Formação de professores e currículo foram e Cognitivo do Mapa”, de autoria de Lívia de
apresentados poucos trabalhos nos primeiros Oliveira, publicada em 1978 na série Teses e
eventos, mas no VI Colóquio corresponderam Monografias (n. 32) do IG - USP. Essa tese é
a 17%. Houve uma mesa redonda, mas as o trabalho mais antigo que encontramos entre
discussões ocorreram em outras sessões também. os pesquisadores brasileiros. Trata-se de uma
Identificamos alguns de seus focos sem, no contribuição importante porque analisa uma
entanto, dar conta de esgotar as propostas bibliografia de autores norte-americanos e
apresentadas nos Anais do VI Colóquio: europeus que não eram acessíveis aos professores
1. A formação de professores de geografia brasileiros. Ao concluir sua tese, a autora afirma a
está vinculada fortemente à estrutura do curso necessidade de organizar uma cartografia infantil
de bacharelado, de maneira que as disciplinas como “decorrência natural de uma metodologia
de cunho pedagógico têm pouca (ou nenhuma) do mapa”.
articulação com as disciplinas específicas. Outras pesquisas sucederam ao trabalho de
Os trabalhos de conclusão de curso podem Lívia de Oliveira, sob o mesmo enfoque teórico

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Fundamentos e Perspectivas da Cartografia Escolar no Brasil

e metodológico. Tomoko Iyda Paganelli realizou É considerável a publicação de atlas


uma investigação cujo título é “Para a construção escolares locais, embora a maioria dos muni-
do espaço geográfico na criança”. Seu objetivo cípios brasileiros ainda não conte com um
consistiu em analisar o papel da percepção e atlas específico. Janine G. Le Sann, pioneira na
da locomoção no espaço geográfico local no produção de Atlas municipais, propõe que o atlas
processo de operacionalização das relações escolar deva ser interativo, de maneira que o
espaciais. A autora fez uma ampla revisão aluno possa elaborar tabelas, diagramas, mapas,
do aporte piagetiano sobre a representação textos analíticos e sintéticos, com a finalidade de
do espaço e realizou experimentos sobre o levá-lo a construir seu conhecimento.
deslocamento com alunos do ensino fundamental. Com base na abordagem da pesquisa
Nos resultados, Paganelli afirma que a falta, na colaborativa com professores da rede escolar,
escola, de experiências no espaço urbano local R. D. Almeida elaborou Atlas para municípios
com atividades de localização, bem como do uso do interior paulista, que tratam de modo
da planta da cidade prejudicou o desempenho interdisciplinar temas geográficos, históricos e
dos alunos. ambientais. A produção dos atlas parte dos saberes
Janine Gisele Le Sann realizou a pesquisa e práticas docentes frente às novas exigências
“Elaboração de um material pedagógico para o curriculares e propõe uma metodologia de
aprendizado de noções geográficas de base, no produção desses atlas conjunta com a formação
Ensino Fundamental, no Brasil: uma proposta de professores no contexto da cultura escolar.
baseada em teorias da Geografia, da Pedagogia, Dessa maneira, os atlas, além de apresentarem
da Psicologia e da Semiologia Gráfica”, documentos cartográficos adequados às práticas
defendida em 1989. A partir de constatações escolares, resultam em conhecimento produzido
sobre as condições de ensino em escolas públicas, colaborativamente (Almeida, R. D. 2001, 2003,
dos pressupostos de Jean Piaget, e da Semiologia pp. 149-168).
Gráfica de Jacques Bertin, a autora elaborou um Há outras áreas relacionadas com a
encadeamento de 182 fichas contendo exercícios cartografia escolar abordadas em projetos de
interativos sobre os elementos do mapa, as quais pesquisa e publicações. Uma delas consiste no
foram aplicadas em três escolas. Os resultados estudo das aplicações de mapeamento digital,
trazem contribuições para as práticas escolares multimídia e internet de mapeamento, como o
com mapas. trabalho realizado por Cristhiane da Silva Ramos
Com o mesmo aporte teórico, R. D. (2005) e Carla Sena (2008). Citamos ainda a
Almeida desenvolveu a pesquisa “Uma proposta importância das atividades práticas para o ensino
metodológica para a compreensão de mapas de geografia usando o Google Maps (Almeida
geográficos”, em 1994., a qual foi publicada RA, 2006; Canto, TS & Almeida RD, 2011).
parcialmente (2002; 2007). Com a mesma Ainda há muito que pesquisar a respeito desse
linha teórica, Elza Yasuko Passini realizou um tema, pois são muito recentes os mapas digitais
estudo sobre “Os gráficos em livros didáticos de acessíveis para o publico em geral.
Geografia de 5ª série: seu significado para alunos Cabe ainda mencionar a necessidade de
e professores”, defendido em 1996. Ao tratar do estudos teóricos e metodológicos como, por
ensino de gráficos, ampliou o leque da cartografia exemplo, o trabalho Katuta e Souza (2001) que
escolar para além dos mapas. propuseram um quadro teórico para a cartografia.
Quanto às publicações, temos nos atlas Já o trabalho de Archela (2002) organizou uma
escolares uma produção significativa. Destacam- bibliografia sobre cartografia em uma base
se na publicação de atlas geográficos escolares digital, o que é uma contribuição importante.
Marcello Martinelli e Maria Elena Simielli. A Recentemente, foi publicada uma coletânea de
qualidade da cartografia desses atlas, a nosso ver, artigos sobre currículo, linguagem e tecnologia
estabeleceu um alto nível quanto à comunicação relacionados com cartografia escolar, com o
cartográfica em outras publicações didáticas. objetivo de apresentar concepções teóricas,

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Almeida R. D. & de Almeida R. A.

experiências em diferentes contextos culturais futuro como a busca da identidade da cartografia


e práticas educativas com tecnologias e ensino no currículo escolar, o fortalecimento da posição
de mapas (Almeida R. D., 2011). brasileira na Comissão Cartografia e Crianças da
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ICA (o Brasil é o país que tem maior numero de
participantes) e a divulgação dos concursos de
Após mais de quinze anos de iniciativas mapas por escolares.
positivas e resultados impressionantes, tais como Para concluir, a cartografia escolar hoje
o número de publicações e eventos científicos tem como um de seus focos o processo de
organizados, a área da cartografia escolar no comunicação face às novas tecnologias (Internet,
Brasil enfrenta grandes desafios para o futuro. celulares) que estão mudando o mundo, incluindo
Um deles é o de encontrar formas inovadoras a forma como fazemos, usamos, reproduzimos
para direcionar suas ações e realizações. Em e avaliamos os mapas. Hoje em dia os mapas
geral, pesquisas e publicações deverão abordar estão em toda parte, em qualquer lugar, na sala de
questões teóricas, conhecimento aplicado e aula, em casa, dentro de telefones celulares... As
praticas educativas em cartografia escolar. crianças e jovens, portanto, entram em contato
A este respeito, o VII Simpósio Nacional com produtos cartográficos continuamente e
realizado pela Universidade Federal do Espírito têm de aprender sobre sua linguagem desde
Santo, em Vitória (2011), trouxe oportunidade tenra idade. Os conhecimentos básicos então
para discussões sob o lema “Imaginação e devem ser introduzidos como um programa
Inovação: desafios para a cartografia escolar”. de preparação, para que venham trabalhar
Concluiu que um caminho para a cartografia corretamente com mapas, mais tarde, como
escolar poderá ser inter / multidisciplinar, o adultos. Os professores sabem que é necessário
que significa uma troca contínua entre áreas ensinar a linguagem cartográfica, porém muitos
e grupos de pesquisa e a criação de pontes e deles não têm o preparo suficiente para isso. Este
interfaces entre cartografia e outros campos do é um dos maiores desafios da cartografia escolar
conhecimento, tais como: arte, matemática, nos próximos anos.
ciência, psicologia, linguística e assim por diante. Além disso, a dimensão da cultura e as
Já o VIII Colóquio de Cartografia para necessidades dos grupos minoritários devem ser
Crianças e Escolares, realizado na Universidade levadas em conta na produção de conhecimento
Federal de São João Del Rei, em 2013, propôs sobre cartografia escolar. Devemos visar uma
como eixos temáticos: currículo, formação de cartografia escolar inclusiva, aberta às diferenças
professores e práticas educativas; tecnologia e e necessidades especiais. Os mapas devem ser
linguagens na cartografia; Concepções teóricas multissensoriais e multiculturais, tanto quanto
e metodológicas. Acrescentou discussões no possível. Eles têm que envolver tecnologias
sentido da visão multidisciplinar posta no evento digitais e todos os tipos de novas possibilidades
anterior, bem como iluminou novos passos para o do processo cartográfico.

ENDNOTES
Após essa data, foram realizados os seguintes eventos no Brasil: em 1996, o II Colóquio Cartografia para Crianças,
promovido pela Universidade Federal de Minas Gerais, em Belo Horizonte. O III Colóquio Cartografia para Crianças foi
realizado pela Associação de Geógrafos Brasileiros (seção São Paulo), na USP, em 1999. A Universidade Estadual de
Maringá deu lugar ao IV Colóquio e I Fórum Latino-americano de Cartografia para Crianças, em 2001. A Universidade
Federal Fluminense e a Sociedade Brasileira de Cartografia realizaram o I Simpósio Ibero-americano de Cartografia
para Crianças, no Rio de Janeiro, em 2002. Nesse mesmo ano, ocorreu o VIII Colóquio Internacional de Cartografia
para Crianças, em Diamantina (MG), o qual reuniu diversos pesquisadores do CCC. O V Colóquio Cartografia para
Crianças foi realizado em Niterói, em 2007, sob a organização da Universidade Federal Fluminense e da Sociedade
Brasileira de Cartografia. O VI Colóquio de Cartografia para Crianças e o II Fórum Latino-americano de Cartografia
para Escolares aconteceu em 2009, organizado pela Universidade Federal de Juiz de Fora.

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