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Índice

1. Introdução.................................................................................................................................2

1.1. Objectivos:............................................................................................................................2

I.1.1. Geral:...............................................................................................................................2

I.1.2 Específicos:......................................................................................................................2

2. Metodologia..............................................................................................................................3

3. Uma Delimitação Do Conceito Da Ética.................................................................................4

3.1. Ética Na Administração Pública.......................................................................................5

4. Princípios Éticos Da Administração Pública............................................................................6

5. Conclusão.................................................................................................................................8

6. Referências Bibliográficas.......................................................................................................9

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1. Introdução

O problema da ética no serviço público é tão antigo quanto o próprio governo. O problema pode
ser antigo, mas não pode ser considerado resolvido, sendo necessário revisitá-lo

permanentemente tanto em busca de soluções mais adequadas à realidade atual quanto para
discutir o "deve ser", o ideal, o utópico (mas não impossível) em Administração Pública.

Em primeiro lugar, pode-se compreender a Administração Pública como o braço executivo do


governo, a estrutura que permite formular, implantar e executar as políticas públicas por este
definido; em seguida, é possível analisá-la sob a perspectiva da prática profissional de indivíduos
que se envolvem cotidianamente nas atividades organizadas pela estrutura supracitada; por fim,
ela pode ser trabalhada como um campo de pesquisa e de produção de conhecimento sobre os
dois primeiros elementos.

É preciso perceber que um acto é corrupto se um membro de uma certa organização ou


instituição utiliza-se da sua posição, seus direitos de tomar decisões e seu acesso a informações
ou algum outro recurso restrito para obter uma vantagem para si ou para terceira pessoa
recebendo em troca uma vantagem económica ou pessoal. Quando o acto corrupto envolve
cargos de alto nível, maior será o seu impacto e por consequência, maiores os incentivos para a
ocorrência de "transbordamento" espalhando a corrupção para níveis inferiores, ou possibilitando
o surgimento de outras lideranças como frequentemente se observa no jogo político.

1.1. Objectivos:
I.1.1. Geral:
 Falar da ética na administração pública

I.1.2 Específicos:
 Compreender e explicar os valores éticos na tomada de decisão;
 Explicar a importância dos princípios éticos da administração pública e os seus valores.

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2. Metodologia

O trabalho foi elaborado por meio da pesquisa bibliográfica e a Internet, contudo o trabalho
apresenta conteúdo descritivo e explicativo. Segundo Gil (2006:65), pesquisa bibliográfica é
aquela que é desenvolvida a partir do material já elaborado, constituído principalmente de livros
e artigos científicos. Esta é relevante para a realização dos trabalhos porque facilita a recolha de
dados, utilizando os métodos científicos. Estas são pesquisas usadas para que o objectivo
pretendido no presente trabalho fosse alcançado, e após estas pesquisas fez-se a devida revisão
das várias abordagens trazidas à tona pelos autores das obras consultadas. Por outro lado, foi
necessário o uso das tecnologias de informação e comunicação para a sua digitação, usando
concretamente o Microsoft Office.

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3. Uma Delimitação Do Conceito Da Ética

Falar de ética é abandonar a pretensão da neutralidade, pois o conceito exige uma tomada de
posição por parte do estudioso, que não apenas revela sua visão de como o mundo deveria ser,
mas também os valores que ele esposa e defende. Sendo um tema notoriamente difícil de se
abordar, a ética deve ser compreendida à luz da filosofia, e discutida dentro da realidade do
campo de conhecimento com o qual se trabalha. Esta seção examina inicialmente o conceito de
ética para, em seguida, partir para uma definição que norteará as discussões subsequentes.

Aristóteles, em sua "Ética a Nicómaco”, afirmou que toda arte e toda investigação buscam um
bem, que é a tendência para a qual todas as coisas convergem; esse bem é a finalidade suprema,
o "sumo bem", para o qual, segundo ele, a ciência política (que pode discuti-lo para todas as
nações e cidades) se mostra como a discussão adequada (ARISTÓTELES, 1987). A felicidade é
identificada como esse bem supremo, e Aristóteles a discute a fundo, considerando-a o único
bem que é desejável por si mesmo, o único que não contribui para

outras coisas, o único que é bom em si. Dessa maneira, a ética é o conhecimento e a prática do
bem, da felicidade que, uma vez alcançada, leva o homem a ser bom e a agir bem. Desde que
Aristóteles produziu essa reflexão, verdadeiro "marco zero" da ética, inúmeros pensadores se
debruçaram sobre o problema e produziram suas próprias ideias, e não é tarefa deste artigo
produzir uma visão, mesmo que sumária, da história dessas reflexões. Mas era necessário
recuperá-la, haja vista que a concepção aristotélica é útil para trilhar o caminho que liga a ética à
Administração Pública.

Marie-Helène Parizeau (2003) expande a discussão ao tratar do conceito de ética aplicada, na


qual as interrogações e questionamentos morais são relacionados a esferas específicas da vida
humana. Uma ética da Administração Pública pertence, forçosamente, a esse reino das éticas
aplicadas, na medida em que é preciso definir princípios e normas de ação que norteiem o ser
humano nessa esfera da vida, embora não necessariamente o faça em outra.

Para essa autora, as éticas aplicadas se referem a contextos específicos nos quais se desenvolvem
análises de consequências e decisões são tomadas. Ou seja, trata-se de uma ética circunscrita na
realidade, que abandona quaisquer pretensões de universalidade para focalizar em problemas

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relevantes para a área à qual se aplica, mas não necessariamente às outras. Três características
das éticas aplicadas merecem destaque:

a) Buscam responder problemas práticos e concretos relacionados a práticas profissionais e


sociais;
b) Exigem um diálogo multidisciplinar para poderem superar o paroquialismo e as
compartimentalizações da realidade;
c) Apresentam-se sob a forma de práticas e discursos que interagem fortemente.

A autora ainda observa, com base na primeira dessas características, que as éticas aplicadas se
opõem ao modelo dedutivista da filosofia moral - ou seja, os princípios e normas de uma ética
aplicada são produzidos de maneira indutiva, por meio de casos particulares, de situações
concretas específicas e de decisões tomadas; uma vez aplicados a outros casos e situações,
podem aspirar ao status de guias de ação para a área ou esfera da vida ao qual se aplicam.

Como não se tem a pretensão de esgotar a discussão sobre o conceito de ética, pode-se agora
apresentar uma definição própria, útil para os propósitos deste estudo: a ética é a reflexão
sistemática e rigorosa sobre os valores, as normas de conduta e os princípios morais que
norteiam a ação do ser humano junto aos seus semelhantes. A ética se aplica a toda esfera da vida
humana, a cada tipo de ação, dentro do quadro mais amplo dos valores morais da sociedade; ou
seja, não deveria haver tensão entre estes no sentido geral e sua aplicação a problemas
específicos, como a bioética, a administração ou o direito. Assim, a ética é uma reflexão sobre
como deveria ser o agir humano conforme uma determinada estrutura de valores.

3.1. Ética Na Administração Pública

A Administração Pública ao zelar pelos interesses de cada cidadão, zela pelos interesses gerais da
sociedade e seus valores e assume um compromisso social que lhe aporta responsabilidades:

 De carácter organizacional perante o cidadão-contribuinte;


 De carácter institucional perante o cidadão-eleitor;
 De carácter contratual perante o cidadão-societário.

A Administração Pública é normalmente acusada de morosidade, incompetência, desarticulação e


despesismo.

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Melhorar a Administração Pública é a questão que está presente nas agendas governamentais.

Como?

 Abrir mais canais para acesso à informação.


 Formação em atendimento de público e maior solidariedade entre instituições.
 Maior competência técnica, espírito demissão do prestador de serviço público, respeito
pela lei e pelo bem colectivo.
 O mais importante é a ética de quem presta o serviço, o respeito por regras e valores.
 Postura maniqueísta da sociedade, culpando a administração pública por tudo o que é
errado. Deverá haver consciencialização dos direitos e deveres de cidadania, quer por
parte dos funcionários, quer por parte dos utentes.
 Melhor desempenho e menos despesa.

Solução: cortar nas despesas com pessoal e reduzir o nº de efectivos.

4. Princípios Éticos Da Administração Pública

Princípio do Serviço Público

Os funcionários encontram-se ao serviço exclusivo da comunidade e dos cidadãos, prevalecendo


sempre o interesse público sobre os interesses particulares ou de grupo.

Princípio da Legalidade

Os funcionários actuam em conformidade com os princípios constitucionais e de acordo com a


lei e o direito.

Princípio da justiça e da imparcialidade

Os funcionários, no exercício da sua actividade, devem tratar de forma justa e imparcial todos os
cidadãos, actuando segundo rigorosos princípios de neutralidade.

Princípio da Igualdade

Os funcionários não podem beneficiar ou prejudicar qualquer cidadão em função da sua

ascendência, sexo, raça, língua, convicções políticas, ideológicas ou religiosas, situação


económica ou condição social.

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Princípio da Proporcionalidade

Os funcionários, no exercício da sua actividade, só podem exigir aos cidadãos o indispensável à


realização da actividade administrativa.

Princípio da Colaboração e da Boa Fé

Os funcionários, no exercício da sua actividade, devem colaborar com os cidadãos, segundo o


princípio da Boa Fé, tendo em vista a realização do interesse da comunidade e fomentar a sua
participação na realização da actividade administrativa.

Princípio da Informação e da Qualidade

Os funcionários devem prestar informações e/ou esclarecimentos de forma clara, simples, cortês
e rápida.

Princípio Da Lealdade

Os funcionários, no exercício da sua actividade, devem agir de forma leal, solidária e cooperante.

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5. Conclusão

Como qualquer área do conhecimento, a Administração Pública envolve questões éticas, que
dizem respeito não somente às suas ações e resultados, mas também aos princípios que a
governam. Essas questões são tangenciadas pelos modelos que foram produzidos ao longo do
tempo para lidar com o desafio de administrar as ações governamentais na busca do governo,
mas pode-se afirmar que o tratamento dado a elas por esses modelos é insatisfatório e exige
maior aprofundamento.

As diferentes teorias éticas construídas ao longo de mais de vinte séculos de reflexão moral
podem ajudar a superar este problema. Estudos mais aprofundados sobre os fundamentos dos
modelos de Administração Pública e sobre as consequências de sua adoção, orientados por uma
perspectiva ética, devem ser empreendidos para que se possa efetivamente chegar a uma
conclusão a respeito de como se pode equacionar o problema de bem administrar as atividades
públicas, isto é, de agir de acordo com as necessidades e interesses de uma

população que clama por serviços públicos. É inegável que a Administração Pública lida com
problemas de fundo moral; como esses problemas são trabalhados é, por outro lado, uma

questão ainda em aberto.

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6. Referências Bibliográficas

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Nova Cultural, 1987. (Coleção Os Pensadores,
vol. II).

BENTHAM, Jeremy. Uma introdução aos princípios da moral e da legislação. São Paulo:

Nova Cultural, 1989.

BERTEN, André. Deontologia. In: CANTO-SPERBER, Monique (Org.). Dicionário de ética e


filosofia moral. São Leopoldo: Unisinos, 2003. vol. 1, p. 405-411.

BOWMAN, James B.; WILLIAMS, Russel L. Ethics in government: from a winter of despair to
a spring of hope. Public Administration Review, v. 57, n. 6, p. 517-526, nov./dec. 1997.

CHANDLER, Ralph Clark. Deontological dimensions of administrative ethics. In: COOPER,


Terry L. (Ed.). Handbook of administrative ethics. New York: Marcel Dekker, 1994. p. 147-156.

CORTINA, Adela; MARTÍNEZ, Emilio. Ética. São Paulo: Loyola, 2005.DAVIS, Nancy (Ann).
Contemporary deontology. In: SINGER, Peter (Org.). A companionto ethics. Oxford: Blackwell,
1997. p. 205-218.

DENHARDT, Janet V.; DENHARDT, Robert B.The new public service: serving, not steering.
Armonk: M. E. Sharpe, 2003.

DENHARDT, Robert B.; DENHARDT, Janet V. Public administration: an action orientation. 5.


ed. Belmont: Thomson Wadsworth, 2006.

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