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Introdução

O objetivo deste trabalho é desenvolver uma concepção teórica do significado e a importância


da ética profissional, e a mesma desenvolve uma importante fonte de direitos da pessoa, tanto
na esfera pessoal quanto profissional.

Mas a ética enquanto bem moral deve ser conquistada com esforço e cobrança pessoal, de
forma contínua e incessante, pois são várias as oportunidades que se apresentam para
transgredi-la no cotidiano de qualquer pessoa.

O exercício profissional é um dos campos mais carentes no que diz respeito à aplicação da ética.

O profissional enfrenta problemas éticos quando do exercício da profissão que se circunscrevem


nos conceitos de dever, direito, justiça, responsabilidade, consciência e vocação, por isso é de
extrema importância o estudo nessa área.

Este trabalho apresenta alguns aspectos da ética profissional, denomina-se também de


ontologia, que compreende o estudo dos conceitos básicos do direito e do dever.

1. Objetivos
1.2. Objectivo geral

 Compreender a importância do Código de ética profissional

1.3. Objectivos específicos

 Falar origem e natureza da Ordem dos Contabilistas e Auditores de Moçambique;


 Descrever os objectivos dos códigos de ética.

1.4. Metodologia
A metodologia prosseguida para concretizar o referido objetivo foi a análise bibliográfica e a
análise documental, procurando ilustrar o percurso histórico de evolução da harmonização
contabilística, em termos globais, nos primeiros pontos deste trabalho, prosseguindo,
posteriormente, para uma análise mais específica do direito de propriedade no território
moçambicano tal como a sua evolução no mundo.
Em relação ao tipo de pesquisa, percebe-se que Vergara (2007) define em dois aspectos: quanto
aos fins e quanto aos meios, quanto aos fins optou-se pela pesquisa descritiva, que busca
descrever os fenômenos como eles acontecem.

Logo, Vergara (2007, p. 47) a define da seguinte forma:

A pesquisa descritiva expõe características de determinada população ou de


determinado fenômeno. Pode também estabelecer correlações entre variáveis e
definir sua natureza. Não tem compromisso de explicar os fenômenos que descreve,
embora sirva de base para tal explicação. Pesquisa de opinião insere-se nessa
classificação

INDIVIDUALISMO E ÉTICA PROFISSIONAL


Parece ser uma tendência do ser humano, a de defender, em primeiro lugar, seus interesses
próprios ; quando, entretanto, esses são de natureza pouco recomendável, ocorrem seriíssimos
problemas.

De acordo com Santos (1997, p.15) a ética profissional é “a reflexão sobre a atividade produtiva,
para dali extrair o conjunto excelente de ações, relativa ao modo de produção”. A ética está
intrínseca à vida humana, sua influência se mostra na vida profissional, no qual cada profissional
tem certas responsabilidades individuais e sociais, e que as atividades que são exercidas
influenciam tanto as vidas das pessoas quanto os trabalhos profissionais que são executados.
A atuação profissional é um assunto discutido devido à importância que se tem quando a
questão é qualidades pessoais ou até mesmo virtudes. Para
Aristóteles (1992, p.75) essa ideia não era nova, ele já analisa, dentre outras, a virtude da
honestidade:

[...] Outras pessoas se excedem no sentido de obter qualquer coisa e de qualquer


fonte – por exemplo - os que fazem negócios sórdidos, os proxenetas e demais
pessoas desse tipo, bem como os usuários, que emprestam pequenas importâncias a
juros altos. O que há de comum entre elas é obviamente uma ganância sórdida, e
todas carregam um aviltante por causa do ganho – de um pequeno ganho, aliás. Com
efeito, aquelas pessoas que ganham muito em fontes erradas, e cujos ganhos não são
justos – por exemplo, os tiranos quando saqueiam cidades e roubam templos, não são
chamados de avarentos, mas de maus, ímpios e injustos [...]

As virtudes profissionais, como: a honestidade, a competência, a lealdade, a responsabilidade, o


sigilo, a coragem, a perseverança, a prudência e a imparcialidade, são virtudes essências que
devem constar na lista de profissionais que seguem uma conduta ética eficaz e necessária para a
administração pública.
Quando o trabalho é executado só para auferir renda, em geral, tem seu valor restrito, por outro
lado, quando o serviço é realizado com amor, visando beneficio de terceiros, passa então a ser
adotada a expressão social ao mesmo.

O valor ético do esforço humano é pois, variável de acordo com seu alcance em face da
comunidade. Aquele que só se preocupa com os lucros, em geral, tende a ter menor consciência
de grupo, pois, preocupado com a questão monetária, a ele pouco importa o que ocorre com a
sua comunidade e muito menos com a sua sociedade.
Devemos pensar como seres sociais, e não apenas, seres individuais, pois nossas ações
enquanto profissionais ecoam em lugares em que sequer imaginamos.

Dizem que um sábio procurava encontrar um ser integral, em relação a seu trabalho. Entrou,
então, em uma obra e começou a indagar. Ao primeiro operário perguntou o que fazia e este
respondeu que procurava ganhar seu salário; ao segundo repetiu a pergunta e obteve a resposta
de que ele preenchia seu tempo; finalmente, sempre repetindo a pergunta, encontrou um que
lhe dis se: "Estou construindo uma catedral para a minha cidade". A este último, o sábio teria
atribuído a qualidade de ser integral em face do trabalho, como instrumento do bem comum.

2. CÓDIGO DE ÉTICA
A ética é uma dimensão do Serviço Social que começou a ser debatida e fortalecida no meio
profissional, de forma não neutra, a partir da década de 1970, culminando na década seguinte
na aprovação do Código de Ética Profissional de 1986, rompendo com concepções filosóficas
conservadoras, arraigadas ao neotomismo e que compunha os códigos profissionais anteriores.
Mas, foi na década de 1990 que o código atual da profissão foi promulgado, com a participação
hegemônica da categoria, revelando um amadurecimento da categoria, que foi sendo
construído desde o Código de 1986, como também, é reflexo das lutas e conquistas da profissão
em busca de um projeto profissional direcionado para defesa da classe trabalhadora,
“considerando a necessidade de criação de novos valores éticos, fundamentados na definição
mais abrangente, de compromisso com os usuários, com base na liberdade, democracia,
cidadania, justiça e igualdade social”.(CFESS nº 273/93, p.18).
Segundo Barroco (2010) afirma que, a formação ética dos(a) assistentes sociais pretende
reforçar as iniciativas da categoria, opor-se ao conservadorismo na profissão, tendo em vista a
defesa dos princípios e valores do seu Código de Ética Profissional.

As relações de valor existem entre o ideal moral traçado e os diversos campos da conduta
humana podem ser reunidas em um instrumento regulador. Tal conjunto racional, com o
propósito de estabelecer linhas ideais éticas, já é uma aplicação desta ciência que se
consubstancia em uma peça magna, como se uma lei fosse entre partes pertencentes a
grupamentos sociais. Um espécie de contrato de classe gera o Código de Ética Profissional e os
órgãos de fiscalização do exercício passam a controlar a execução de tal peça magna.

Neste sentido, o estudo da ética profissional para os estudante de graduação é de fundamental


importância para que compreendam que suas ações deverão estar sempre conectadas a um
projeto maior de emancipação da classe trabalhadora. Assim, diante da ascensão do projeto
neoliberal, onde os diretos dos trabalhadores, conquistados outrora, estão se decompondo de
maneira a agravar as condições desta classe, se fazendo necessário aosprofissionais de Serviço
Social um compromisso em reforçar e consolidar o projeto ético-político em favor dos
trabalhadores.

como afirma Iamamoto (2015, p. 141) “a consolidação do projeto ético-político profissional que
vem sendo construído requer remar na contracorrente, andar no contravento, alinhando forças
que impulsionem mudanças na rota dos ventos e das marés na vida em sociedade”.
Para seguir esse direcionamento, um requisito indispensável, diz respeito à fase de formação
profissional, no qual suas competências e habilidades são apreendidas, o que requer também,
uma atualização permanente, dando-lhe habilidades capazes de responderas demandas de seus
usuários, portanto:

[...] todo/a assistente social, no seu campo de trabalho e intervenção, deve


desenvolver uma atitude investigativa: o fato de não ser um/a pesquisador/a em
tempo integral não o/a exime quer de acompanhar os avanços dos conhecimentos
pertinentes ao seu campo trabalho, quer de procurar conhecer concretamente a
realidade da sua área particular de trabalho. Este é o principal modo para qualificar o
seu exercício profissional, qualificação que, como se sabe, é uma prescrição do nosso
próprio Código de Ética. (NETTO, 2009, p.31).

A organização da categoria em torno dos princípios éticos do seu código,incidirá de maneira


mais precisa sobre as necessidades reais dos seus usuários, estabelecendo no seu exercício
profissional uma melhor capacidade em responder as demandas que lhe são atribuídas,
direcionadas na defesa dos direitos humanos.

2.1. Historial e natureza


Ética é, por definição, o conjunto de valores e normas morais e de conduta de um indivíduo ou
de um grupo social. No âmbito organizacional, reúne as directrizes e os princípios que devem ser
adoptados para nortear o relacionamento da empresa com o seu público estratégico e com
aqueles que, de uma forma ou de outra, ajudam a construir e moldar sua história.
O código de ética é um documento que busca expor os princípios e a missão de uma
determinada profissão ou empresa. Seu conteúdo deve ser pensado para atender às
necessidades que aquela categoria serve e representa.
Eles são feitos para enfatizar os valores que devem ser praticados pelos profissionais e
instituições.
Pode-se falar também em código deontológico.

A deontologia é a ciência que estuda os deveres e obrigações a partir da ótica moral e ética.
Em geral é baseado na legislação vigente do país, na Declaração dos Direitos Humanos, nas Leis
Trabalhistas e outras. Assim existem:

Códigos de Ética Profissionais - códigos em que estão especificados os direitos e deveres, o que
é vetado eticamente naquele exercício profissional e as possíveis punições no caso de
desobediência ao código. Ex.: código de ética do contador, código de ética do assistente social,
etc. Os códigos mais conhecidos são os de medicina, psicologia e o da OCAM (Ordem dos
Contabilistas e Auditores de Moçambique).

 Cada um deles especifica o papel dessas profissões na sociedade e a importância do


respeito a dignidade humana no exercício de cada um desses trabalhos tão importantes.

Códigos de Ética Empresariais - códigos em que estão contidos a missão, a visão e os princípios
da empresa. Itens, os quais, todo funcionário da instituição deve conhecer. Através do código de
ética institucional é possível perceber a função da empresa na sociedade e os valores que se
cultivam lá dentro.
2.2. Principais Objetivos de um Código de Ética

 Especificar os princípios de uma certa instituição e/ou profissão diante da sociedade;


Documentar os direitos e deveres do profissional;
 Dar os limites das relações que o profissional deve ter com colegas e clientes/pacientes;
 Explicar a importância de manter o sigilo profissional (essencial em muitos casos);
 Defender o respeito aos direitos humanos nas pesquisas científicas e na relação
cotidiana;
 Delimitar e especificar o uso de publicidade em cada área;
 Falar sobre a remuneração e os direitos trabalhistas.

2.3. Importância do Código de Ética Profissional


Os Códigos de Ética, na sua essência, apelam para a consciência da importância social das
categorias profissionais, como prestadoras de serviços à humanidade.
O Código de Ética profissional é um guia orientador e estimulador de novos comportamentos e
está fundamentado em um conceito de ética direcionado para o desenvolvimento, servindo
simultaneamente de estímulo e parâmetro para que o profissional amplie sua capacidade de
pensar, visualize seu papel e torne sua ação mais eficaz diante da sociedade.

Os códigos por si só não tornam melhores os profissionais, mas representam uma luz e uma
pista para seu comportamento, mais do que ater-se aquilo que é prescrito literalmente, é
necessário compreender e viver a razão básica das determinações. Na linguagem vulgar
“consciência” significa a capacidade de agir sempre bem, de ser honesto, de ser justo. Assim, o
povo divide as pessoas em dois grupos: aqueles que têm consciência e aqueles que não têm,
portanto um profissional desonesto e um assaltante não têm consciência, enquanto que um
profissional justo ou um taxista que devolve o dinheiro deixado no carro por alguém, têm
consciência.
Na ética, porém, consciência significa a capacidade de distinguir entre o bem e o mal para si
mesmo, ela é a norma fundamental do comportamento de cada pessoa sob o ponto de vista
ético.
Com base no delineamento do comportamento do profissional, pode-se estabelecer seu perfil
ético.
De um modo geral, o bom profissional é aquele que, conhece, executa, defende e denuncia.
Assim, o profissional está cumprindo sua função na sociedade, e, se tiver conhecimento de seus
direitos e deveres e executar seu trabalho de acordo com esses conhecimentos, defendendo e
valorizando
Conclusão

Com este trabalho verificou-se que contemporaneamente, percebe-se a necessidade de postura


reflexiva e ética em todos os momentos da vida humana, especialmente no exercício das mais
diversas profissões. Toda profissão deve dispor de organizações adequadas com atividades,
obrigações e responsabilidades, e, com consciência de grupo, assim, as associações
profissionais, os sindicatos, os conselhos profissionais, são importantes para a consolidação
ética, desta maneira a pessoa encontra uma razão mais forte para viver de acordo com o
princípio da solidariedade, e conduta, refletindo na formação da imagem da profissão.
Com este trabalho pode-se constatar que em Moçambique a profissão de contabilidade tem
desenvolvido códigos éticos e de conduta, que fornecem orientações sobre o que constitui um
comportamento ético e prestam assistência no curso de direito de acção em que são
encontrados problemas.
Para finalizar, nota-se que o comportamento do profissional, em princípio, é uma questão de
moral, sendo sua consciência a delineadora do seu comportamento social e profissional.
Referências Bibliográficas

ARISTÓTELES. (1992). Ética à Nicômaco. Livro II, Trad. Mário da Gama Kury. 3. ed. Brasília:
Editora Universidade de Brasília.

RESOLUÇÃO N.º 5/GB/2014 - código de ética e deontologia profissional


3. VERGARA, S. C. (2007). Projectos e relatórios de pesquisa em administração. 8. Ed. São Paulo:
Atlas.

Websites: Código de ética. http://codigo-de-etica.info/ acessado a 19 de Março de 2020.


BARROCO, Maria Lucia S. (2009) Ética: fundamentos sóciohistóricos. 2 ed. São Paulo: Cortez.
_____ .Fundamentos éticos do Serviço Social. In: Direitos sociais e competências profissionais.
Brasília, CFESS/ABEPSS,2009.
CFESS(org.).(2012). Código de Ética Profissional dos Assistentes Sociais.Lei 8.662/93 de
regulamentação da profissão. 10º ed. Brasília.

NETTO, José Paulo.(2009). Introdução ao método da teoria social. In: Direitos sociais e
competências profissionais. Brasíli.

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