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Ética empresarial

Introdução
A ética empresarial é um campo crucial para o desenvolvimento sustentável das organizações,
envolvendo a adoção de práticas e valores que promovam a integridade, transparência e
responsabilidade social.
O destaque dado às discussões éticas em diversos setores da sociedade e na própria mídia de
massa demonstra que existe uma preocupação social em transformar as relações humanas em algo
mais saudável (ANDRADE, ALYRIO & BOAS, 2006, p.31). Observamos a necessidade de
envolver toda a sociedade na busca pela ética, mas de acordo com Weil (2002, p.15), ao mesmo
tempo em que a maioria da humanidade está de uma forma ou de outra compenetrada desta ética,
muitos são os que paralelamente a infringem se comportando de modo inadequado, mesmo
sabendo que estão indo contra certos valores morais. O mesmo autor suscita a seguinte questão: Isto
nos mostra que pelo menos essa forma de ética não é suficientemente forte e carece de poder para
levar as pessoas a um comportamento ético verdadeiramente autêntico.
segundo Moreira (2002, p.30),Os lideres empresariais descobriram que a ética passou a ser um fator
que agrega valor à imagem da empresa. Eis a razão da crescente preocupação, entre os empresários,
com a adoção de padrões éticos para as suas organizações. Sem dúvidas, os integrantes dessas
organizações serão analisados através do comportamento e das ações por eles praticadas, tendo
como base um conjunto de princípios e valores.
Ética
A ética, para Sá (2003, p. 15) “estuda os fenômenos morais, as morais histó- ricas, os códigos de
normas que regulam as relações e as condutas dos agen- tes sociais, os discursos normativos que
identificam, em cada coletividade, o que é certo ou errado fazer”.

Moral
A moral é o conjunto de regras que uma sociedade estabelece para regular as relações entre as
pessoas na busca pelo bem comum, pela felicidade, com base na justiça. Assim sendo, as relações
para serem morais não podem ser contrárias ao que a justiça estabelece. Rios (2011, p.29) ensina
que “quando se qualifica um comportamento como bom ou mau, tem-se em vista um critério que é
definido no espaço da moralidade ” . Esta autora reforça ainda que é no espaço da moral que
aprovamos ou reprovamos comportamentos e dizemos que estão corretos ou incorretos.

Ética empresarial
Dentre as ramificações dos conceitos de ética, vamos dar ênfase ao conceito de ética empresarial,
que segundo Moreira (2002, p.28) “é o comportamento da empresa – entidade lucrativa - quando
ela age de conformidade com os princípios morais e as regras do bem proceder aceitas pela
coletividade ” . Da mesma forma que a ética, a ética empresarial busca suas bases na conduta
humana, mais especificamente nas normas e valores que caracterizam o ambiente empresarial. Para
Leisinger & Schmitt (2002, p.22), “ a ética empresarial reflete sobre as normas e valores
efetivamente dominantes em uma empresa, interroga-se pelos fatores qualitativos que fazem com
que determinado agir seja uma agir bom” . Já Srour (2003, p.33) traduz a sua definição por uma
perspectiva mais didática e atual através da qual a ética empresarial ou a ética dos negócios
significaria estudar e tornar inteligível a moral vigente nas empresas capitalistas contemporâneas e,
em particular, a moral predominante nas empresas de uma nacionalidade específica. Diversas são
as teorias acerca do estudo da ética empresarial, os autores apresentam pontos de vista que se
assemelham em seu teor. Um aspecto interessante dentre os apresentados pelos autores é aquele que
busca o estudo da ética empresarial através do análise real do cotidiano dos agentes que lidam com
a tomada de decisões dentro das organizações.

A ética e a responsabilidade social


Para uma empresa ser considerada socialmente responsável esta precisa ter atitudes éticas que
inclu- em adotar normas para que a empresa impacte a vida de toda a sociedade positivamente,
minimizan- do inclusive, o impacto ambiental de suas atividades.
Alves e Souza Júnior (2017) destacam que a ética empresarial é baseada na responsabilidade social
e para que as empresas ou profissionais sejam vistos como eticamente corretos, é preciso que eles
se comprometam a cumprir um conjunto de normas ou regras.
Com relação à ética e à responsabilidade social, Alves e Souza Júnior (2017, p. 87) destacam que:
 Obedeça aos princípios éticos na execução das suas atividades ou negociações.
 Atender à sociedade com a apresentação de produtos e serviços úteis em condições justas.
 Respeito aos direitos humanos, como por exemplo, as circunstâncias consideradas dignas e
corretas de trabalho, que beneficiem a segurança, a saúde, o desenvolvimento humano e
profissional dos trabalhadores.
 Gerar riqueza em circunstâncias mais eficazes possível, deste modo, de preservando o meio
ambiente.
 Respeitar o meio ambiente.
 Obedecer às leis, regras e contratos firmados.
 Distribuir de modo igualitário a riqueza produzida.

Diferença entre colaborador e funcionário

O que se pode entender por colaborador? Significa aquele que ajuda, ampara, facilita algo ou
alguém para se atingir determinado
objetivo, ou seja, é aquela pessoa importante que sempre buscar agregar de alguma maneira.
As empresas passaram a chamar todos aqueles que trabalham para ela de colaboradores, pois, de
fato é uma palavra mais bonita,
chamativa e ainda transmite a impressão de que há um relacionamento próximo entre as partes, de
que um confia no outro, enfim, serve
para elevar o moral da pessoa e também para ficar de acordo com os parâmetros estabelecidos pelo
mercado.

O funcionário é aquela pessoa que foi contratada para fazer determinado serviço, e de fato o faz,
porém, se limita a isso, ela não se
esforça, não vai nem um pouco além, não auxilia companheiros, não quer ficar até mais tarde
quando é preciso, o lema dessa pessoas
geralmente é: “Fui contratado para fazer isso”.

O colaborador também cumpre tudo aquilo para o qual foi contratado, mas vai além, ele busca
informações, auxilia companheiros, é
comprometido, se intera dos problemas da empresa, ele quer saber, quer, participar, enfim ele
procura uma forma de buscar alternativas
para que ele possa fazer parte, para que possa colaborar.
Dilema nas organizações

Dilemas são situações em que nos encontramos em que uma decisão deve ser tomada, mas
nenhuma das alternativas que se apresentam como cami- nhos para solução satisfaz nossas
expectativas. Observamos também que as decisões tomadas pelos cidadãos devem satisfazer os
princípios estabelecidos pela gestão pública da coletividade onde vive. Respeito ao bem público,
paga- mento de impostos devidos, preservação do meio ambiente são atitudes que se espera do
cidadão consciente de seu papel na sociedade da qual faz parte.

Partindo dessa reflexão, discute-se o surgimento dos códigos de ética profissionais. De


acordo com Alves et al. (2007), tais códigos têm o objetivo de regular as relações entre os
membros de uma categoria profissional, “bem como entre ela e a sociedade, de maneira
impositiva”. Continua Alves et al. (2007), textualizando que “não é dada ao profissional a
possibilidade de optar pela postura ética que ele julga mais adequada para resolver determinado
dilema. Se divergir do código, será punido”. Mendes (2010, p. 34) reforça essa relação entre os
códigos deontológicos e sua função punitiva quando aponta que “os os Códigos de Ética surgem
nas organizações com o objetivo de disciplinar a conduta do empregado e constituir instrumento
de punição rápida às transgressões de conduta”.
Os Códigos de Ética, dispositivos organizacionais baseados em uma racionalidade
instrumental (RAMOS, 1989), parecem funcionar mais como Códigos de Conduta do que como
Códigos de Ética, tomado o termo ética em sua acepção reflexiva. Tomando as organizações
como um campo de estudo, verificamos a existência de uma constante tensão entre os elemento s
constitutivos de uma racionalidade instrumental e de uma racionalidade substantiva (RAMOS,
1989). Assim, podem configurar-se dilemas em que o racional vai de encontro ao emocional, o
instrumental vai de encontro ao substantivo e as práticas vão de encontro aos valores pessoais.

Tema do IV grupo

Corrupção nas organizações

A corrupção é, sem sombra de dúvidas, um problema que desafia estudiosos e leigos. Não parece
razoável que pessoas abastadas finan- ceiramente e, muitas vezes, com elevado grau de instrução se
envol- vam nesse tipo de atividade ilícita.
A explicação tradicional para os atos de corrupção busca identifi- car alguma sorte de defeito no
caráter das pessoas envolvidas e consi- dera as alterações legislativas a solução protagonista para
debelar tais práticas.Actualmente, a corrupção é um fenómeno socio-económico universal que pode
ser observado nas mais diversas instituições. E os seus autores são indivíduos, pessoas que se aliam
por um determinado prazo para um determinado fim. Trata-se de um fenómeno universal, com
consequências nefastas que podem ser observadas tanto no dia-a-dia dos cidadãos como nas
instituições regionais ou nacionais de um país, bem como nas instituições internacionais.

SURGIMENTO DA PALAVRA CORRUPÇÃO


O uso constante das palavras e a atribuição de significados múltiplos que damos às mesmas, obriga
os estudiosos ou pesquisadores a procurar a sua origem e sua história para entender a evolução do
uso da palavra, seus diferentes significados. É por esta razão que procuramos entender qual a
origem da palavra corrupção. Segundo Llaca (2005:48), foi filósofo Aristóteles o primeiro a utilizar
a palavra corrupção para designar a degeneração ocorrida nos governos monárquico e democrático
e as suas formas de corrupção eram respectivamente a tirania, oligarquia e demagogia. Por sua vez,
o Cícero, de acordo com a realidade vivida em Roma, empregaria esta palavra para descrever o
suborno bem como o abandono dos bons costumes.
A palavra corrupção deriva do latim, corruptus que, literalmente, significa quebrado em pedaços e
em outra acepção: “ apodrecido ” , pútrido1. Por conseguinte, o verbo corromper significa tornar
pútrido, podre.

DEFINIÇÃO DA CORRUPÇÃO
Stephen D. Morris (1991:2-4) que realizou um interessante estudo sobre a corrupção no México,
defende que: “A corrupção é o uso ilegítimo do poder público em benefício privado. Todo o uso
ilegal ou não ético das actividades governamentais em função de interesses e benefícios pessoais ou
políticos ou simplesmente o uso arbitrário do poder”.

Conseqüências da Corrupção

Schleifer e Vishny (1993) explicam que os burocratas tenderão a beneficiar setores e/ou empresas
com os quais a prática da corrupção seja mais fácil de ser realizada e com menores probabilidades
de ser descoberta. Os burocratas podem banir algum tipo de importação para induzir a substituição
por produtos de alguma empresa que lhe pague propina, ou dificultar a entrada de novas firmas
para garantir o monopólio já existente (SCHLEIFER; VISHNY, 1993, p.17). Desta forma, o
mercado não seleciona os mais eficientes e sim os mais corruptos, distorcendo o uso dos meios de
produção.
Os gastos do governo também devem ter seu foco deslocado devido à corrupção. Os agentes
corruptos priorizarão áreas onde esta prática seja realizada com maior facilidade. Fica muito mais
fácil captar propina em investimentos de alta tecnologia ou obras com grandes infra-estruturas do
que em gastos com livros ou remédios, por exemplo (MAURO, 1997).
Conclusão

A ética empresarial é fundamental para a sustentabilidade e a reputação das


empresas. Quando as empresas adotam práticas éticas, ganham a
confiança dos clientes, funcionários e da sociedade em geral, o que pode
levar a um desempenho financeiro melhor a longo prazo. Além disso,
promove um ambiente de trabalho saudável e contribui para o
desenvolvimento sustentável das comunidades em que operam. Em resumo,
a ética empresarial é essencial para o sucesso a longo prazo das empresas.
Referências bibliográficas

ALVES, Aline.; SOUZA JÚNIOR, Walter Alves. Normas e ética contábeis [recurso
eletrônico]. Porto Alegre: SAGAH, 2017.

ANDRADE, Rui Otávio Bernardes de; ALYRIO, Rovigati Danilo; BOAS, Ana Alice
Vilas.
Cultura e Ética na negociação Internacional. São Paulo: Atlas, 2006.

LEISINGER, Klaus M; SCHMITT, Karin. Ética empresarial; responsabilidade global


e gerenciamento moderno. Trad. Carlos Almeida Pereira. 2. ed. Petrópolis: Vozes,
2001.

MAURO, P. Why Worry About Corruption? Economic Issue, n.6. Washington D.C.:
Internation Monetary Fund: 1997. 16p.

MENDES, Annita Valléria Calmon. Ética na administração pública federal : a


implementação de comissões de ética setoriais - entre o desafio e a oportunidade de
mudar o
modelo de gestão. Brasília: Funag, 2010

MOREIRA, Joaquim Manhaes, "A Etica empresarial no Brasil", Sao Paulo. Pioneira,
1999.

RAMOS, Alberto Guerreiro. A nova ciência das organizações : uma


reconceituação das
riquezas das nações. 2 ed. Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1989
RIOS, Terezinha Azerêdo. Ética e competência. 20 Ed. São Paulo: Cortez, 2011.
SÁ, Antonio Lopes de. Ética profissional. 8.Ed. São Paulo: Atlas, 2009.

SCHLEIFER, A; VISHNY, R. W. Corruption. Quarterly Journal of Economics, v. 107,


p.599-617, 1993. 24p.

SROUR, Robert Henry. Ética empresarial: a gestão da reputação. 2. ed. rev. e atual.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.

WEIL, Pierre. A nova Ética. 4. ed. Rio de Janeiro: Record: Rosa dos tempos, 2002.

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