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ÉTICA E

LEGISLAÇÃO
CONTÁBIL

Walter Alves
de Sousa Júnior

Pablo Rojas
Coordenador
© SAGAH EDUCAÇÃO S.A., 2016

Colaboraram nesta edição:


Coordenador técnico: Pablo Rojas
Capa e projeto gráfico: Equipe SAGAH
Imagem da capa: Shutterstock
Editoração: Renata Goulart

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S719e Sousa Júnior, Walter Alves de.


Ética e legislação contábil [recurso eletrônico] / Walter Alves de Sousa Júnior
coordenação: Pablo Rojas. – Porto Alegre : SAGAH, 2016.

Editado como livro impresso em 2016.

ISBN 978-85-69726-07-4

1. Contabilidade - Ética. 2. Contabilidade – Legislação. I. Título.

CDU 657:17+34

Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094


INTRODUÇÃO

Um dos assuntos mais discutidos no universo sociopolítico-econômico nos


últimos tempos é a Ética Empresarial e Profissional. Os princípios éticos
são de extrema importância para o estabelecimento de uma sociedade
equilibrada, mais justa e onde os direitos e deveres individuais e coletivos são
respeitados mutuamente.

No mundo corporativo, o Código de Ética se configura em uma importante


ferramenta utilizada para esclarecer os princípios, a missão e a visão das
empresas. Através do código de ética da empresa, é possível identificar ao
comportamento social da organização frente ao público com o qual se relaciona.

O código permite analisar a função da empresa no segmento em que atua bem


como as suas expectativas junto aos colaboradores. Os artigos constantes
do código devem estar em conformidade com a legislação vigente no país, e
versam na maioria dos casos, a respeito de temas como:
a. Relações internas;
b. Relações com os consumidores;
c. Respeito aos direitos dos trabalhadores;
d. Repúdio às ilegalidades como corrupção, assédio, chantagem, etc.

Outra importante característica do Código de Ética Empresarial se refere ao


comportamento social da organização na medida em que torna evidente sua
atuação e contribuição junto ao governo e à comunidade.

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

Ao final da unidade você deverá ser capaz de:

• Conceituar ética e ética empresarial;


• Entender a finalidade da ética e a importância do comportamento ético.

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O CONCEITO DE ÉTICA

Para Cortella (2007), a ética é um grupo de princípios e valores que usamos


para optar sobre três grandes situações da nossa existência. Essas três
situações estão presentes em nosso cotidiano e, por esta razão; é necessário
estar preparado para efetuar essas escolhas da melhor forma possível.
As três grandes situações que nos afligem e requerem decisão são:
a. Quero?
b. Devo?
c. Posso?

Muitas são as situações em que as decisões a serem tomadas se tornam


conflitantes em função das possibilidades acima. Tais situações ocorrem no
contexto social e profissional exigindo uma análise muito cuidadosa sobre as
decisões e atitudes a serem tomadas.

Há situações em que queremos agir de uma determinada forma, porém não


devemos em função das consequências que essa atitude pode desencadear.
Da mesma forma, há casos em que sabemos que devemos agir de certa
forma, mas enfrentamos um conflito pessoal por não querermos caminhar
nesta direção.

Muitas vezes também nos deparamos com circunstâncias nas quais


desejamos e até sabemos que ações deveríamos tomar, porém, não temos o
poder ou autorização legal para fazê-lo.

Analisando estas e outras combinações possíveis, concluímos que o processo de


tomada de decisão requer equilíbrio, conhecimento e sensatez, sobretudo por
que nossas decisões também são influenciadas pelo contexto que nos envolve.

Assim, a ética de um determinado grupo ou sociedade é definida ou moldada


pelos princípios e normatizações ocorridas ao longo do tempo considerando
inclusive aspectos da religiosidade daquela sociedade.

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Inicialmente a instituição de uma legislação que altera o comportamento ou
costume das pessoas, demora a ser aceito e praticado. Quando isso ocorre,
dizemos que os indivíduos não estão se comportando de forma ética.

Porém, com o passar do tempo, as pessoas vão incorporando estas novas regras
ao seu cotidiano tornando-se assim um hábito natural e eticamente correto.

ÉTICA, MORAL E LEI

Outra questão que muitas vezes dificulta a compreensão do conceito e da


importância da conduta ética pelos indivíduos reside em outro conflito
conceitual em relação às seguintes instituições: ética, moral e lei. Como
não fomos educados a pensar nas questões - Quero? Devo? Posso? Nosso
comportamento segue padrões automáticos, repetindo soluções e fórmulas
há muito presentes no meio social ao pertencemos.

Esse padrão de comportamento provoca uma sensação de normalidade posto


que nossas ações sejam aceitas pelo grupo, sobretudo porque os membros
do grupo agem da mesma forma quando em situações semelhantes. Ora, isso
não significa necessariamente que estamos agindo eticamente, antes, porém;
indica que estamos repetindo um padrão, e isso se configura comportamento
de grupo. Por isso as pessoas oferecem grande resistência em romper com os
costumes e aceitar as mudanças.

Isso nos leva a refletir sobre a questão da moral. O termo moral vem do latim
mores que quer dizer costumes. Portanto moral trata-se de um conjunto de
hábitos e costumes praticados por um grupo. Tais hábitos e costumes são
aceitos e incorporados por serem considerados bons. Por consequência, os
hábitos por serem bons; são considerados justos. Finalmente, os hábitos
bons e justos cooperam para a realização das pessoas.

Considerando que um conjunto de hábitos bons e justos se tornam


imprescindíveis para os indivíduos, os mesmos são convencionados em
forma de lei. Assim sendo, podemos dizer que a lei é um conjunto de bons
costumes (moral) aceitos e praticados por um grupo social. Sintetizando o

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conceito de lei podemos dizer que as leis são acordos obrigatórios definidos
entre os indivíduos de um grupo, no objetivo de assegurar o mínimo de
justiça ou direitos. Desta forma fica explícito que a lei é um instrumento que
possibilita efetuar a justiça.
Conforme Camargo (1999), toda lei deve ser uma ordenação da razão com
o propósito de promover o bem comum. Sendo assim, para que a lei atenda
ao componente ético, ela deve ser justa, ou seja; indicar o que está em
consonância com a natureza e a dignidade do homem.

A justiça não uma qualidade humana ou um direito adquirido, mas sim um


princípio ou pilar da fundação de uma sociedade bem estruturada.

A FUNÇÃO DA ÉTICA

A ética tem por finalidade investigar e esclarecer uma realidade moral e


estruturar seus respectivos conceitos. A realidade moral sofre variações
como passar do tempo afetando de igual forma seus princípios e normas.
As convenções e os princípios éticos doutrinários vigentes no passado se
alteram em função de vários fatores e influencias que vão desde as mudanças
culturais até o avanço cada vez mais veloz da tecnologia.

A ética investiga a forma do comportamento humano e da moral, e busca


explicá-lo. É nesse contexto que se concentra o verdadeiro valor da ética.
Portanto, a ética fornece a compreensão racional do comportamento humano,
o qual será posteriormente o elemento formador da consciência.
A consciência por sua vez nos leva a buscar o que é realmente bom, correto e
justo, buscando identificar e estabelecer os novos parâmetros que nortearão
os limites e capacidades.

A ÉTICA E AS EMPRESAS NO BRASIL

A partir dos anos 80 a questão da ética começou a ganhar mais destaque e


importância nas rotinas das empresas brasileiras. Vários fatores contribuíram
para essa mudança, como por exemplo: o enxugamento dos cargos de
comando, a competição interna pelos cargos mais elevados, a conquista de
maior autonomia pelos empregados, dentre outros.

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Como vimos anteriormente, as alterações na realidade moral trazem consigo
acentuadas mudanças. Esse fato se repete no comportamento das pessoas
no ambiente trabalho, aflorando muitas vezes os aspectos negativos como
mentira, desonestidade, omissões.
Comportamentos desta natureza são prejudiciais para o desenvolvimento
de qualquer organização na medida em que favorece desentendimentos,
desconfiança, quebram o espírito de equipe e acabam prejudicando a empresa
na sua totalidade.

É necessário lembrar de que as empresas são compostas pelos seus


colaboradores, pelas pessoas que nela trabalham e onde passam a maior
parte do seu tempo, portanto; quando dizemos que uma empresa é ética,
na verdade estamos afirmando que as pessoas de determinada empresa se
comportam de forma ética.

Outro ponto importante é a questão da imagem que a corporação transmite


ao mercado. Uma empresa cujos empregados - independentes do setor
em que trabalham ou do nível hierárquico que ocupam – se comportam de
maneira incorreta no aspecto ético; certamente sofrerá as consequências
deste comportamento na medida em que os consumidores deixarão de
adquirir seus produtos ou serviços, afetando a sua rentabilidade.

Outro fator de grande influência é o acesso à informação. Com o avanço das


tecnologias de comunicação, o acesso ás informações foi facilitado permitindo
que as pessoas, aonde quer que estejam, acompanhem praticamente em
tempo real os fatos ao redor do mundo.

Em função disso, as empresas estabelecem os códigos de ética no objetivo


de regulamentar o comportamento dos colaboradores buscando desta forma
evitar problemas que venham afetar sua imagem no mercado.

Mesmo assim, grandes corporações muitas vezes se vêem em situações


embaraçosas e delicadas perante o mercado no aspecto. Isso significa que
não basta apenas haver um código formalmente redigido para ser obedecido.
É necessário que haja a conscientização sobre a importância da conduta ética
no ambiente e nas ações profissionais.

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REFERÊNCIAS

SENGE, P. M. A quinta disciplina. 25.ed. Rio de Janeiro: Best Seller, 2009.

CORTELLA, M. S. Qual é a tua Obra? 6.ed. Rio de Janeiro: Best Seller, 2007.

CAMARGO, M. Fundamentos de ética geral e profissional. Petrópolis, Rio de


Janeiro: Vozes, 1999.

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Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
Conteúdo:

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