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LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL

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Sumário

INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 3

HISTÓRICO DA RESPONSABILIDADE FISCAL ................................................... 3


CRIAÇÃO DA LEI DA RESPONSABILIDADE FISCAL .......................................... 5
O QUE É A LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL .............................................. 6
O CONTADOR E A RESPONSABILIDADE FISCAL .............................................. 8
INOVAÇÕES DA LEI DA RESPONSABILIDADE FISCAL ..................................... 9
DESPESA PÚBLICA .............................................................................................. 9
DESPESA OBRIGATÓRIA DE CARÁER CONTINUADO ................................ 13

DESPESA COM O PESSOAL .......................................................................... 14

DESPEZA COM A SEGURIDADE SOCIAL ......................................................... 18


TRANSPARÊNCIA ............................................................................................... 19
DIVIDA PÚBLICA ................................................................................................. 20
METAS FISCAIS .................................................................................................. 21
COMPENSAÇÕES ............................................................................................... 21
ANO DE ELEIÇÃO ............................................................................................... 22
CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 23

REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 24

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NOSSA HISTÓRIA

A NOSSA HISTÓRIA, inicia com a realização do sonho de um grupo de


empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação
e Pós-graduação. Com isso foi criado a INSTITUIÇÃO, como entidade oferecendo
serviços educacionais em nível superior.

A INSTITUIÇÃO tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua.
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de
publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

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INTRODUÇÃO

A responsabilidade fiscal é caracterizada pelas práticas adotadas pela administração


governamental que visam garantir a solidez e a sustentabilidade da política fiscal, de
modo a defender o cidadão, de hoje e de amanhã, por meio da busca permanente do
equilíbrio dinâmico entre receitas e despesas e da transparência do gasto público.

No Brasil, o arcabouço legal que norteia a responsabilidade fiscal é a Lei


Complementar n º 101 (Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF), de 4 de maio de 2000,
abrangendo todos os entes governamentais. A LRF, de acordo com o seu Art. 1º,
"estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão
fiscal". O mesmo artigo também define que "a responsabilidade na gestão fiscal
pressupõe a ação planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem
desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento
de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições
no que tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade
social e outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por
antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar".

A LRF estabelece regras fiscais, por meio de limites e regras processuais, de forma
a assegurar políticas consistentes ao longo do tempo. Em relação às regras
processuais, a LRF estabelece critérios e parâmetros para a elaboração da Lei de
Diretrizes Orçamentárias (LDO) e da Lei Orçamentária Anual (LOA), além de outros
temas. Quanto aos limites, são apresentados critérios para estabelecimento do nível
de gastos, das metas de resultado, de receitas, despesas, dívidas, etc.

HISTÓRICO DA RESPONSABILIDADE FISCAL

A Lei Complementar nº 101 (LC101), ou Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), é um


dos principais instrumentos de disciplina fiscal do Brasil. Instituída em 2002, a LRF foi

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a culminação de esforços dos governos de Itamar Franco e Fernando Henrique
Cardoso rumo ao equilíbrio das contas públicas em todas as esferas de governo,
influenciada por medidas similares em outros países e recomendações de órgãos
internacionais especializados, como o Fundo Monetário Internacional (FMI). Ela faz
uso de uma série de instrumentos constitucionais pré-existentes - a Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO), a Lei Orçamentária Anual (LOA), a execução orçamentária e o
cumprimento das metas - para fortalecer os meios de responsabilização
(accountability) e a transparência de contas da gestão pública, estabelecendo
sanções e punições para os governantes que a infringirem. Embora não poucas vezes
desrespeitada, a LRF é considerada, junto com o Plano Real, um marco definitivo na
estabilização tanto das contas públicas quando da economia brasileira, solidificando
a reputação do país na comunidade financeira internacional.

A notória instabilidade econômica que o Brasil vivia nos últimos anos da ditadura e
nos primeiros da Nova República, especialmente nos governos de José
Sarney (1985-90) e Fernando Collor (1990-92), pressionou os governantes a criar
mecanismos de estabilização econômica. O Plano Real foi o primeiro bem sucedido,
implementado no governo de Itamar Franco por um time de especialistas como
Armínio Fraga, Pedro Malan e Winston Fritsch. Com ele, a hiperinflação, que superara
1700% no acumulado anual de 1989, foi domada e a economia voltou a respirar.
Necessitava-se, entretanto, disciplinar os gastos públicos, cujo descontrole em todas
as esferas nacionais (União, Estados e municípios) condenava o poder público a um
crônico endividamento e falta de recursos.

Na época, o Brasil se aproximava da corrente econômica do monetarismo,


influenciada pela Escola de Chicago e então cerne da política fiscal norte-americana,
e de instituições globais como o FMI, cujas recomendações de políticas públicas
incluíam maior transparência nos atos políticos, publicidade das contas (informações
orçamentárias claras e disponíveis para análise) e planejamento firme. O sistema de
metas fiscais e punições do Tratado de Maastricht, que regulamentava a Comunidade
Econômica Europeia (precursora da União Europeia), também foi outra clara
influência para a LRF, junto com o Ato de Reforço Orçamentário dos EUA (metas de
superávit, compensação orçamentária...) e o Ato de Responsabilidade Fiscal da Nova
Zelândia (redução da dívida pública, foco na transparência do Executivo...). Iniciado
em 1995, o Programa de Apoio à Reestruturação e ao Ajuste Fiscal de Estados foi o

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mais significante antecedente nacional da LRF, legando-lhe princípios como o
controle de despesa pessoal, modernização dos sistemas de arrecadação, metas
fiscais e controle das dívidas estaduais.

CRIAÇÃO DA LEI DA RESPONSABILIDADE FISCAL

A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), ou Lei Complementar nº 101, foi criada no


início dos anos 2000 com o intuito de estabelecer normas direcionadas para a
responsabilidade dos gestores com relação às finanças públicas.

Entre as décadas de 1980 e 1990, o Brasil passou por um período de grande


instabilidade econômica. Isso fez com que o governo federal criasse mecanismos de
estabilização. O primeiro deles foi o Plano Real, ainda no governo Itamar Franco.
Com ele, a hiperinflação foi domada. No entanto, o descontrole de gastos mantinha
todas as esferas do poder público endividadas e sem recursos. A LRF surge, então,
para sanar esse tipo de problema e buscar a austeridade.

Os contadores da área pública precisam realizar as suas atividades de acordo com


regras e normas específicas, assim como também têm o papel de serem aliados à
Lei de Responsabilidade Fiscal — que não extinguiu as leis anteriores da gestão e
contabilidade pública, mas veio para complementar estas —, obrigando os gestores
a trabalharem com a responsabilidade fiscal no exercício de sua função.

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O QUE É A LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL

A Lei de Responsabilidade Fiscal foi criada com o intuito de definir o limite de gastos
dos estados e municípios conforme a quantidade de tributos arrecadados por esses
entes da Federação Brasileira. Com essa atitude, a Lei de Responsabilidade Fiscal
busca criar uma condição de equilíbrio orçamentário, financeiro e fiscal.

Essa lei foi implantada na tentativa de inibir uma prática comum de alguns
governantes, que faziam grandes gastos ao final de seu mandato para que esses
valores fossem pagos pelos próximos representantes eleitos. A Lei de
Responsabilidade Fiscal incentivou, portanto, mais transparência nos gastos
públicos, o que é de grande valia no combate à corrupção.

A Lei de Responsabilidade Fiscal foi promulgada com o intuito de a administração


pública buscar a excelência na gerência dos seus recursos, no entanto, não é sempre
que o gestor age de forma correta e cumpre o que determina a LRF. Por isso, a lei
determina algumas sanções ou penalidades para quem descumpri-la:

Crime de Responsabilidade

O descumprimento à aplicação de dispositivos regidos pela LRF pode implicar em


conduta típica de crimes de responsabilidade. Esse tipo de crime pode levar à
cassação do mandato.

Improbidade Administrativa

A realização de atos que indiquem enriquecimento ilícito através de apropriação


indevida de bens públicos (como, por exemplo, desvio de recursos) e a realização de
atos que violem deveres, como honestidade, legalidade, imparcialidade e lealdade no
exercício do cargo, podem incorrer na Lei da Improbidade Administrativa, podendo
resultar na perda dos direitos políticos dos envolvidos e obrigá-los a ressarcir o órgão
público até mesmo através da indisponibilidade dos seus bens.

A lei prevê o uso de alguns mecanismos para que os entes da federação atuem de
forma transparente. Quanto ao planejamento, um dos principais conceitos da LRF é

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a necessidade da execução e vinculação do o Plano Plurianual, da Lei de Diretrizes
Orçamentárias e da Lei Orçamentária Anual.

Com a LRF, ficou determinado que recursos vinculados a determinada finalidade não
pode ser utilizados para outra. Essa é uma forma de evitar que verbas destinadas à
Educação, por exemplo, tenham um fim diverso.

A legislação também prevê um limite para o tamanho da dívida pública. Essa não
pode ser maior do que duas vezes a Receita Corrente Líquida, no caso dos Estados.
Já para os municípios, o limite é de 1,2 vezes.

Outro ponto de destaque da LRF é o limite para a despesa com pagamentos de


salário. Isso leva em conta os gastos com servidores ativos, inativos, pensionistas.
Os valores em relação ao total da arrecadação são os seguintes:

 União: 50%;
 Estados e Municípios: 60%.

Por fim, um dos pontos mais importantes da Lei de Responsabilidade Fiscal, e que
interessa aos contribuintes é a questão de transparência.

Em geral, a LC101 exige a elaboração e obediência a orçamentos objetivos, o


respeito às metas fiscais, a compensação orçamentária (novos gastos devem ser
justificados e vir de fontes correlatas de financiamento) e o equilíbrio entre receitas e
despesas, tudo com foco em médio e longo prazo, de modo que um governo não
prejudique as finanças públicas e repasse as consequências ao governo seguinte.

Ela é válida para todos os Poderes e órgãos públicos do país, incluindo Tribunais de
Contas, o Ministério Público, administrações diretas, fundos, autarquias, fundações e
empresas estatais, e prevê variadas punições conforme o princípio desrespeitado,
sendo as mais comuns cassação de mandato (ex.: ultrapassar o limite de despesa
com pessoal), anulações do ato infrator (aumento de despesa com pessoal em
desacordo com a lei), multas sobre os vencimentos anuais (não apresentar Relatório

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de Gestão Fiscal, não cumprir metas de controle de dívidas) e reclusões (falhar em
adotar as medidas da LRF, ultrapassar os limites de gastos, etc).

Segue ilustrado abaixo o artigo 1 da Lei de Responsabilidade Fiscal

(Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_de_Responsabilidade_Fiscal )

O CONTADOR E A RESPONSABILIDADE FISCAL

A contabilidade é a ciência que produz informações sobre os atos e fatos da


administração de uma entidade, seja ela pública ou privada. E se há o compromisso
e a obrigação da transparência, o papel do contador é fazer os registros de forma
correta e eficaz.

Com a Lei de Responsabilidade Fiscal, o contador possui uma responsabilidade com


a sociedade de mensurar o resultado econômico e avaliar o desempenho financeiro
da administração pública de forma transparente e crítica, de maneira que as
prestações de contas das entidades resultem em informações confiáveis. O contador
vai agir como um orientador e, ao mesmo tempo, um fiscalizador dos governantes
quanto à sua responsabilidade com os gastos públicos.

O contador também ajuda o gestor público a compreender a situação financeira do


ente administrativo, fornecendo os indicadores necessários para que ele tome
decisões de forma segura e competente, zelando pelo cumprimento da LRF. O

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profissional contábil passa a ter, então, um papel social de grande importância, pois
auxilia diretamente a administração pública e o cumprimento das normas.

INOVAÇÕES DA LEI DA RESPONSABILIDADE FISCAL

A Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF deu forma ao Relatório Resumido da


Execução Orçamentária, definiu o que compõe o relatório, como se publica essa
informação.

Também trouxe como inovação o relatório de gestão fiscal, que visa demonstrar se
foram atingidas as metas e os limites estabelecidos na lei de responsabilidade fiscal.
Outra inovação é que a lei exigiu que as receitas vinculadas tenham a contabilização
de onde está evidenciado o que já foi aplicado e qual é o saldo.

A lei também passou a dar uma maior importância e visibilidade à contabilidade.

DESPESA PÚBLICA

Pela LRF, são consideradas não autorizadas, irregulares e lesivas ao patrimônio


público a geração de despesa ou assunção de obrigação que não atendam ao
seguinte:

 A criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental que acarrete


aumento da despesa será acompanhado de:
 estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que
deva entrar em vigor e nos dois subsequentes;
 declaração do ordenador da despesa de que o aumento tem adequação
orçamentária e financeira com a lei orçamentária anual e
compatibilidade com o plano plurianual e com a lei de diretrizes
orçamentárias.
 considera-se adequada com a lei orçamentária anual, a despesa objeto de
dotação específica e suficiente, ou que esteja abrangida por crédito genérico,

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de forma que somadas todas as despesas da mesma espécie, realizadas e a
realizar, previstas no programa de trabalho, não sejam ultrapassados os limites
estabelecidos para o exercício;
 compatível com o plano plurianual e a lei de diretrizes orçamentárias, a
despesa que se conforme com as diretrizes, objetivos, prioridades e metas
previstos nesses instrumentos e não infrinja qualquer de suas disposições.

As limitações acima, constituem condição prévia para:

 empenho e licitação de serviços, fornecimento de bens ou execução de obras;


 desapropriação de imóveis urbanos com o pagamento de indenizações.

Os limites das despesas com pessoal são diferentes para os três poderes da União,
os estados, o Distrito Federal e os municípios. Na União, o limite máximo com folha
de pagamento é de 50% da receita líquida, distribuídos da seguinte forma:

( Fonte: https://www.insaj.com.br/lei-de-responsabilidade-fiscal/ )

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Já nos estados, o valor máximo do orçamento destinado aos pagamentos dos
colaboradores é de 60% da receita:

( Fonte: https://www.insaj.com.br/lei-de-responsabilidade-fiscal/ )

Nos municípios, o teto para essa despesa também é de 60% da receita líquida, mas
não tem tantas divisões:

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( Fonte: https://www.insaj.com.br/lei-de-responsabilidade-fiscal/ )

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DESPESA OBRIGATÓRIA DE CARÁTER CONTINUADO

Considera-se obrigatória de caráter continuado a despesa corrente derivada de ato


normativo que fixe para o ente a obrigação legal de sua execução por um período
superior a dois exercícios.

Os atos que criarem ou aumentarem despesa obrigatória de caráter continuado


deverão ser instruídos com a estimativa do impacto orçamentário-financeiro no
exercício em que deva entrar em vigor e nos dois subsequentes e demonstrar a
origem dos recursos para seu custeio, além do que, o ato deverá ser acompanhado
de comprovação de que a despesa criada ou aumentada não afetará as metas de
resultados fiscais previstas no Anexo de Metas Fiscais, devendo seus efeitos
financeiros, nos períodos seguintes, serem compensados pelo aumento permanente
de receita (elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou
criação de tributo ou contribuição) ou pela redução permanente de despesa.

A necessidade de estimar o impacto orçamentário-financeiro não se aplica às


despesas destinadas ao serviço da dívida nem ao reajustamento de remuneração de
pessoal quando esta se tratar de revisão geral da remuneração dos servidores
públicos, em determinada data-base.

Além disso, considera-se aumento de despesa a prorrogação daquela criada por


prazo determinado.

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DESPESA COM O PESSOAL

A LRF entende como despesa total com pessoal o somatório dos gastos do ente da
Federação com os ativos, os inativos e os pensionistas, relativos a mandatos eletivos,
cargos, funções ou empregos, civis, militares e de membros de Poder, com quaisquer
espécies remuneratórias, tais como vencimentos e vantagens, fixas e variáveis,
subsídios, proventos da aposentadoria, reformas e pensões, inclusive adicionais,
gratificações, horas extras e vantagens pessoais de qualquer natureza, bem como
encargos sociais e contribuições recolhidas pelo ente às entidades de previdência,
além dos valores dos contratos de terceirização de mão-de-obra que se referem à
substituição de servidores e empregados públicos, os quais serão contabilizados
como Outras Despesas de Pessoal.

A despesa total com pessoal é apurada somando-se a realizada no mês em referência


com as dos onze imediatamente anteriores, adotando-se o regime de competência.

Os limites da despesa total com pessoal são (em percentual da receita corrente
líquida):

 União: 50%;
 Estados: 60%;
 Municípios: 60%.

Na verificação desses limites não serão computadas as despesas:

 de indenização por demissão de servidores ou empregados;


 relativas a incentivos à demissão voluntária;
 derivadas da convocação extraordinária do Congresso Nacional;
 decorrentes de decisão judicial e da competência de período anterior ao da
apuração;
 com pessoal, do Distrito Federal e dos Estados do Amapá e Roraima,
custeadas com recursos transferidos pela União;

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 com inativos, ainda que por intermédio de fundo específico, custeadas por
recursos provenientes:
 da arrecadação de contribuições dos segurados;
 da compensação financeira entre diferentes sistemas de previdência;
 demais receitas diretamente arrecadadas por fundo vinculado a tal finalidade,
inclusive o produto da alienação de bens, direitos e ativos, bem como seu
superávit financeiro.

Além desses limites, a LRF estabelece como eles devem ser divididos dentro de cada
esfera governamental:

 na esfera federal:
 2,5% para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas da União;
 6% para o Judiciário;
 40,9% para o Executivo;
 0,6% para o Ministério Público da União;
 na esfera estadual:
 3% para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas do Estado;
 6% para o Judiciário;
 49% para o Executivo;
 2% para o Ministério Público dos Estados;
 na esfera municipal:
 6% para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas do Município, quando
houver;
 54% para o Executivo.

A LRF trata ainda do controle da despesa total com pessoal, estabelecendo que é
nulo de pleno direito o ato que provoque aumento da despesa com pessoal e não
apresente estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva
entrar em vigor e nos dois subsequentes e a declaração do ordenador da despesa de
que o aumento tem adequação orçamentária e financeira com a lei orçamentária
anual e compatibilidade com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias
e que não atenda às regras para criação de despesa obrigatória de caráter continuado
ou ainda, que não atenda ao limite legal de comprometimento aplicado às despesas
com pessoal inativo.

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Também é nulo de pleno direito o ato de que resulte aumento da despesa com
pessoal expedido nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato do titular do
respectivo Poder ou órgão.

A verificação do cumprimento dos limites da despesa com pessoal será realizada ao


final de cada quadrimestre e se a despesa total com pessoal exceder a 95% do limite,
são vedados ao Poder ou órgão que houver incorrido no excesso:

 concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração a


qualquer título, salvo os derivados de sentença judicial ou de determinação
legal ou contratual, ressalvada a revisão da remuneração em data-base;

 criação de cargo, emprego ou função;


 alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa;
 provimento de cargo público, admissão ou contratação de pessoal a qualquer
título, ressalvada a reposição decorrente de aposentadoria ou falecimento de
servidores das áreas de educação, saúde e segurança;
 contratação de hora extra, salvo no caso de convocação extraordinária do
Congresso Nacional e as situações previstas na lei de diretrizes orçamentárias.

Caso a despesa total com pessoal ultrapassar os limites definidos na LRF, sem
prejuízo das medidas previstas acima, o percentual excedente terá de ser eliminado
nos dois quadrimestres seguintes, sendo pelo menos um terço no primeiro, adotando-
se, entre outras, as providências:

 redução das despesas com cargos em comissão e de confiança em pelo


menos 20% (extinção ou redução de salário e redução da carga horária, este
último é facultativo);
 exoneração de servidores não estáveis.

Caso não se alcance a redução da despesa no prazo estabelecido, e enquanto


perdurar o excesso, o ente não poderá:

 receber transferências voluntárias;


 obter garantia, direta ou indireta, de outro ente;
 contratar operações de crédito, ressalvadas as destinadas ao refinanciamento
da dívida mobiliária e as que visem à redução das despesas com pessoal.

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Estas restrições aplicam-se imediatamente se a despesa total com pessoal exceder
o limite no primeiro quadrimestre do último ano do mandato.

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DESPEZA COM A SEGURIDADE SOCIAL

Segundo a LRF, nenhum benefício ou serviço relativo à seguridade social poderá ser
criado, majorado ou estendido sem a indicação da fonte de custeio total, atendidas
ainda as exigências para criação de despesa obrigatória de caráter continuado.

Dispensa-se da compensação exigida para criação de despesa de caráter


continuado, o aumento de despesa decorrente de:

 concessão de benefício a quem satisfaça as condições de habilitação prevista


na legislação pertinente;
 expansão quantitativa do atendimento e dos serviços prestados;
 reajustamento de valor do benefício ou serviço, a fim de preservar o seu valor
real.

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TRANSPARÊNCIA

Um adendo em vigor desde 27 de maio de 2009, a Lei Complementar 131, facilita a


participação de toda a sociedade essencialmente no acompanhamento, em tempo
real, de informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira,
por meio eletrônico, popularmente conhecidos como 'portais da transparência'.
Também fixa prazos para o cumprimento destes portais, a contar da data da
publicação desta lei:

I – Um ano para a União, os Estados, o Distrito Federal e os municípios com mais de


100.000 (cem mil) habitantes;

II – Dois anos para os municípios que tenham entre 50.000 (cinquenta mil) e 100.000
(cem mil) habitantes;

III – Quatro anos para os municípios que tenham até 50.000 (cinquenta mil) habitantes

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DIVIDA PÚBLICA

O Senado Federal estabelecerá limites para a dívida pública, por proposta do


Presidente da República. Tais limites serão definidos também como percentuais das
receitas da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Isto significa que os governantes deverão respeitar a relação entre a dívida e sua
capacidade de pagamento. Ou seja, o governante não poderá aumentar a dívida para
o pagamento de despesas do dia-a-dia.

Lembrando sempre que: se o governante verificar que ultrapassou os limites de


endividamento, deverá tomar providências para se enquadrar, dentro do prazo de
doze meses, reduzindo o excesso em pelo menos 25%, nos primeiros quatro meses.

Mas, se depois disso, continuarem a existir excessos, a administração pública ficará


impedida de contratar novas operações de crédito.

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METAS FISCAIS

A LRF determina o estabelecimento de metas fiscais trienais. Isso permite que o


governante consiga planejar as receitas e as despesas, podendo corrigir os
problemas que possam surgir no meio do caminho. É como conduzir um barco:
quando tem um rumo é possível planejar as manobras necessárias para se chegar
até lá, mesmo que algumas sejam difíceis e tenham que ser corrigidas ao longo do
caminho.

Além disso, com as metas fiscais, fica mais fácil a prestação de contas à sociedade,
porque se sabe o que está sendo feito e como está sendo feito para se atingir um
objetivo - com isso a sociedade pode manifestar suas opiniões e colaborar para
melhorar a administração pública.

COMPENSAÇÕES

A Lei estabelece que nenhum governante poderá criar uma nova despesa continuada
- por prazo superior a dois anos - sem indicar sua fonte de receita ou a redução de
uma outra despesa. Essa é a lógica da restrição orçamentária: se você quer comprar
um carro a prestação, precisa ter um dinheiro reservado para pagar as prestações
todo mês, ou então, precisa diminuir outros gastos. Isso funciona da mesma forma
para o orçamento público.

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ANO DE ELEIÇÃO

Diante da mudança de gestão devido a ano eleitoral, a lei proíbe os governantes de


assumirem dívidas que não possam ser pagas no mesmo ano. Assim, a mesma só
pode ser transferida para o ano seguinte (no caso, para a nova gestão) se houver
fundos disponíveis em caixa. Também está proibida qualquer ação que venha a
aumentar gastos com pessoal nos Poderes Legislativo e Executivo no período de 180
dias que antecedem o final da legislatura ou mandato dos chefes do Poder Executivo.

A lei estabelece inúmeras outras diretrizes para um verdadeiro reajuste nas finanças
públicas que complementam os tópicos acima citados. Longe de ser mais uma lei em
vigor, a Lei de Responsabilidade Fiscal é um grande avanço do corpo legislativo
brasileiro e também da comunidade nacional. Nunca se falou tanto em moralizar as
contas públicas como nos últimos anos e a própria população vem percebendo que
se o governo não “aperta o cinto”, quem paga a conta é sempre o contribuinte.

Espera-se, com isso, dentre inúmeros outros benefícios, manter o equilíbrio das
contas públicas, indispensável ao crescimento econômico do país e à paz e ao bem-
estar social.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O primeiro objetivo da Lei de Responsabilidade Fiscal são o ajuste fiscal definitivo e


o saneamento financeiro. Entretanto, diante de dispositivos tão avançados para a
matéria, consequentemente advirão outros benefícios, como o equilíbrio das contas
públicas e, o que é altamente positivo, a mudança da própria postura dos brasileiros
diante de seus governantes, que os tornará mais conscientes de fiscalizar o
desempenho dos homens públicos no que diz respeito ao trato e ao destino dado à
coisa pública. O que a lei propõe, antes de tudo, é uma “reeducação” dos governantes
e agentes públicos, no sentido de moralizar os representantes do povo, dando origem
à um novo comportamento moral

Esta lei, antes de ser apenas uma dentre tantas, juntamente com os demais
dispositivos legais que cerceiam a matéria legal, é uma das melhores armas do
cidadão no controle e fiscalização dos atos dos governantes e representantes
públicos de que se tem notícia.

Uma lei avançada e moderna para um país que entra no Século XXI disposto a vencer
suas dificuldades. Mais que isso, disposto a moralizar-se.

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REFERÊNCIAS

PORTAL DA CONTABILIDADE. Contabilidade Pública. Disponível


em:<http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/contabilidadepublica.htm>.
Acesso em: 16 de junho de 2019.

REIS, Tiago. LRF: o que é e como funciona a Lei de Responsabilidade Fiscal.


2019.SUNO Artigos. Disponível em:<https://www.sunoresearch.com.br/artigos/lrf-lei-
responsabilidade-fiscal/
http://www.tesouro.fazenda.gov.br/-/responsabilidade-fiscal>. Acesso em: 16 de
junho de 2019.

STUDIO FISCAL. Conceitos importantes sobre a Lei de Responsabilidade


Fiscal. Em período de eleições, é fundamental conhecer alguns mecanismos de
controle das contas públicas. JUSBRASIL. Disponível
em:<https://studiofiscal.jusbrasil.com.br/artigos/145657727/conceitos-importantes-
sobre-a-lei-de-responsabilidade-fiscal> . Acesso em: 16 de junho de 2019.

___________. Lei de Responsabilidade Fiscal. Direito Administrativo. 2014.


Revista 17. Âmbito Jurídico. Disponível em:<
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-administrativo/lei-de-responsabilidade-
fiscal/>. Acesso em: 16 de junho de 2019.

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