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perante o Supremo Tribunal Federal (STF) com o objetivo de conferir interpretação conforme à
Constituição a alguns dispositivos da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e da Lei de Diretrizes
Orçamentárias de 2020 (LDO/2020). Esses dispositivos exigiam a demonstração de adequação
e compensação orçamentárias para a criação ou expansão de programas públicos durante a
emergência em Saúde Pública e o estado de calamidade pública decorrentes da COVID-19.
O STF concedeu uma liminar ad referendum, ou seja, uma decisão provisória sujeita a
confirmação posterior pelo plenário, que afastou temporariamente a exigência de adequação e
compensação orçamentárias. Essa medida teve como objetivo permitir que os programas
públicos voltados para o enfrentamento da crise sanitária e econômica causada pela COVID-19
pudessem ser implementados sem as restrições fiscais impostas pelos dispositivos
questionados.
A motivação dos dispositivos afastados durante a calamidade, tanto pelo STF quanto
pela Emenda Constitucional do Orçamento de Guerra, está relacionada aos princípios do
Direito Financeiro, principalmente os mandamentos de responsabilidade fiscal. Esses
dispositivos normalmente exigem a demonstração de que os programas públicos sejam
compatíveis com a situação financeira do Estado, garantindo o equilíbrio das contas públicas a
médio e longo prazo.
Quanto à pertinência do "relaxamento" das regras fiscais, é uma questão que pode ser
objeto de debate. Por um lado, o relaxamento temporário dessas exigências possibilitou uma
maior flexibilidade na utilização dos recursos públicos para o enfrentamento da crise,
permitindo a implementação ágil de programas e ações necessárias para garantir a saúde e o
bem-estar da população.
Princípio da Igualdade: O princípio da igualdade assegura que todos os cidadãos devem ser
tratados de forma igual perante a lei, sem discriminação arbitrária. No caso mencionado, se a
legislação estabelece que os incentivos fiscais são concedidos apenas para empresas instaladas
na região de São Paulo, isso pode violar o princípio da igualdade, a menos que haja uma
justificativa razoável e objetiva para essa diferenciação, como, por exemplo, promover o
desenvolvimento de uma região específica.
QUESTÃO 3 – a) Em casos em que a Lei Orçamentária Anual (LOA) para o exercício seguinte não
tenha sido aprovada até o início do novo exercício financeiro, o chefe do Poder Executivo pode
executar despesas necessárias para o regular funcionamento da Administração por meio de
duodécimos. Essa medida é baseada no princípio da continuidade do serviço público,
garantindo que as despesas essenciais sejam realizadas até que a LOA seja efetivamente
aprovada. O duodécimo consiste na divisão do orçamento do exercício anterior em parcelas
mensais, sendo utilizado como base de gastos até que a nova LOA seja aprovada. Dessa forma,
o chefe do executivo poderá utilizar os recursos disponíveis para a manutenção das atividades
essenciais da Administração durante o período de espera pela aprovação da nova LOA.
b) A utilização de medida provisória para regulamentar a LOA é possível, mas existem
limitações quanto a essa opção. A medida provisória é um instrumento com força de lei,
utilizado pelo chefe do Poder Executivo em casos de relevância e urgência. No entanto, a
Constituição Federal estabelece que a medida provisória não pode tratar de matérias
orçamentárias.
Quanto à delegação da LOA, o chefe do executivo não pode delegar a elaboração da lei
orçamentária. A competência para elaborar e aprovar a LOA é do Poder Legislativo, não
podendo ser transferida para o Poder Executivo. Em resumo, diante da morosidade do
processo legislativo na aprovação da LOA, o chefe do Poder Executivo pode executar despesas
necessárias por meio do duodécimo, garantindo o funcionamento regular da Administração.
No entanto, a utilização de medida provisória para tratar de matérias orçamentárias não é
possível, e a delegação da elaboração da LOA também não é permitida.
REFERÊNCIAS: