Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Juliana Gerent
Mestre em Tutela Coletiva dos Direitos Supra-individuais na UEM. Especialista em Direito
Ambiental e Desenvolvimento Sustentável pela PUC/Londrina. Professora de Direito no
CIES/PR.
1. Introdução
O enfoque dado ao ambiente natural alterou-se quando o homem percebeu que os bens
e serviços ambientais não são ilimitados e que a escassez dos mesmos afeta a qualidade
de vida decorrente do desequilíbrio ambiental.
Por outro lado, o direito ambiental estabelece instrumentos legais que visam minimizar
os impactos negativos ao ambiente natural.
Página 1
INTERNALIZAÇÃO DAS EXTERNALIDADES NEGATIVAS
AMBIENTAIS - UMA BREVE ANÁLISE DA RELAÇÃO
JURÍDICO-ECONÔMICA
O princípio do poluidor-pagador visto sob dois aspectos também revela seu objetivo de
internalizar as externalidades negativas, seja exigindo o cumprimento legal da
implantação de instrumentos necessários e possíveis para minimizar o impacto no meio
ambiente e/ou a imposição de sanções civil, penal e/ou administrativa quando há o dano
ambiental.
Economia e meio ambiente relacionam-se entre si, tendo em vista que a atividade
econômica utiliza recursos naturais como matéria-prima. A economia tem sua
importância revelada quando estuda e analisa os bens que são produzidos e que
circulam na sociedade. No entanto, os recursos naturais quando são extraídos como
matéria-prima para o processo produtivo geram poluição e/ou degradação do meio
ambiente. Cabe à economia (não tão só) estabelecer limites para esta poluição
1
suportáveis para o planeta e para o homem.
O sistema econômico esbarra no ambiente porque utiliza recursos naturais para sua
produção e como depósito de seus resíduos, sem contabilizar esses custos. Há interação
entre o processo produtivo e o ambiente, pois deste é retirado matéria-prima que,
posteriormente, a ele voltará sob diversas formas.
A relação entre meio ambiente e economia tem sido objeto de análise e preocupação
exatamente porque se pensava que os recursos naturais eram infinitos, inesgotáveis, até
que sua exploração indiscriminada ameaçou o próprio processo produtivo e as
catástrofes ambientais, naturais ou não, intimidaram o homem que, percebendo que sua
vida com qualidade dependia do equilíbrio ecológico voltou sua atenção para a relação
íntima entre ambiente natural e economia.
Assim, a atividade econômica vincula-se ao meio ambiente, tanto que, sem este não há
aquele. O relacionamento da atividade econômica do homem com o meio em que vive
deve, sempre, estar fundamentado na existência digna de todas as pessoas. Em termos
ambientais, existência digna "é aquela obtida quando os fatores ambientais contribuem
4
para o bem-estar físico e psíquico do ser humano."
Analisando os arts. 225 da CF/1988 (LGL\1988\3) c/c art. 170, VI, da CF/1988
(LGL\1988\3), existem dois direitos fundamentais assegurados, o meio ambiente
ecologicamente equilibrado e o desenvolvimento econômico. Entretanto, sendo as
atividades industriais as grandes responsáveis pelos danos ambientais difusos, embora
sejam necessárias ao desenvolvimento econômico e social, há o princípio do
desenvolvimento sustentável cuja finalidade está em assegurar e equilibrar dois direitos
que, a princípio, conflitam entre si.
(...).
(...).
Portanto, é de ser dado maior relevância à tutela do meio ambiente, mesmo que para
isso se deva restringir direito individual ou até mesmo o crescimento econômico.
(...).
É nítido que o desenvolvimento econômico deve ser encarado e almejado sob o prisma
da preservação ambiental, uma vez que os recursos naturais, via de regra, são matérias
primas para o setor industrial mas que, frente à exploração inconseqüente, tem dado
mostras de escassez, e o ambiente natural, não raras vezes, depósito dos rejeitos
industriais tem revelado o desequilíbrio ambiental.
A relação entre direito ambiental e economia interliga-se, como visto no tópico anterior,
e sua conseqüência é o desenvolvimento sustentável que, embora podendo ser visto sob
óticas diferentes, complementam-se.
Frente este impasse, tem-se a idéia de sustentabilidade que se agrega a outra expressão
originando o termo "desenvolvimento sustentável" que refere-se ao "direito à
manutenção da qualidade de vida através da conservação dos bens ambientais
14
existentes em nosso planeta."
Este princípio ainda objetiva tutelar direito das gerações futuras que também têm o
direito de usufruir dos recursos naturais e gozar de uma vida com qualidade, motivo pelo
15
qual os recursos ambientais devem ser explorados de maneira regrada.
Percebe-se a influência entre o direito ambiental e a economia, tendo esta, aliás, revisto
alguns conceitos com a finalidade de também garantir o desenvolvimento sustentável.
Neste sentido, "toda política ambiental deve procurar equilibrar e compatibilizar as
necessidades de industrialização e desenvolvimento, com as de proteção, restauração e
melhora do ambiente. Trata-se, na verdade, de optar por um desenvolvimento
econômico qualitativo, único capaz de propiciar uma real elevação da qualidade de vida
22
e o bem-estar social."
Por organização social tem-se a formação de uma ética social, a preocupação com as
futuras gerações que também têm direito à vida com qualidade e a exploração racional
de recursos naturais.
Página 5
INTERNALIZAÇÃO DAS EXTERNALIDADES NEGATIVAS
AMBIENTAIS - UMA BREVE ANÁLISE DA RELAÇÃO
JURÍDICO-ECONÔMICA
Entretanto, como se verá nos tópicos posteriores, a valoração dos bens ambientais como
forma de internalizar as externalidades ambientais negativas produzidas pelas atividades
econômicas não surte efeito satisfatório porque não é possível determinar quais os bens
ambientais estão sendo agredidos e qual sua extensão, isto porque a sociedade de risco
em que se vive admite impactos negativos ao meio ambiente, valendo-se dos limites de
tolerabilidade do ambiente natural para que se possa continuar garantindo o conforto
que a vida moderna possibilita às pessoas.
Neste sentido, como segunda proposta para a economia ambiental neoclássica seria
tornar efetivo o princípio do desenvolvimento sustentável, ou seja, "satisfazer as
necessidades do presente sem por em risco a capacidade das gerações futuras de terem
26
suas próprias necessidades satisfeitas."
Isto quer dizer que as atividades econômicas com potencial impacto ambiental negativo
devem obter licenciamento ambiental que, dentre outros requisitos legais exigidos,
devem demonstrar quais as matérias primas empregadas no processo produtivo, qual o
destino dos resíduos industriais, os instrumentos empregados para minimizar os
impactos ambientais negativos, a compensação ambiental, em alguns casos.
Página 6
INTERNALIZAÇÃO DAS EXTERNALIDADES NEGATIVAS
AMBIENTAIS - UMA BREVE ANÁLISE DA RELAÇÃO
JURÍDICO-ECONÔMICA
Acrescente-se também, que a sociedade moderna e capitalista atribui valores àquilo que
possa ser objeto de troca e que tenha utilidade para o homem. Entretanto, o meio
ambiente com seus elementos e a inter-relação entre eles, essenciais à sadia qualidade
de vida, compõe-se de elementos que nem sempre são passíveis de troca, motivo pelo
qual, não possuem valor de mercado.
Sob a ótica econômica, os bens são valorados na medida em que tornam-se escassos e
esta escassez decorre do aumento da população, da exploração do ambiente pelas
indústrias, entre outros.
É sabido que muitos recursos naturais não são renováveis, ou seja, uma vez utilizados
eles não se repõem. Outros recursos naturais que são passíveis de renovação ou
reciclagem são explorados com intensidade de considerável monta impedindo o processo
natural de reciclagem ou de renovação causando, consequentemente, as poluições
35
atmosféricas, aquática e do solo com o uso intenso de agrotóxicos.
Diante disso, na teoria econômica, a valoração de um bem pode ser analisado sob dois
aspectos. Assim, tem-se como disposição para pagamento, o quanto as pessoas
pagariam por um determinado bem ou serviço. Também pode-se mensurar o quanto as
pessoas aceitariam como compensação monetária pelo fato de não terem acesso a
36
determinados bens ou serviços.
O valor total do bem ambiental compõe-se de: valor de uso + valor de opção + valor de
38
existência.
Esses critérios referem-se aos bens e serviços ambientais que não possuem "preço"
exatamente porque não estão inseridos no mercado, não possuem valor de troca.
Valor de uso refere-se ao uso atual dos bens e serviços ambientais, ou seja, tem-se
valor de uso atual do recurso ambiental quando a ele é atribuído um valor efetivo. O
valor de uso direto ocorre "quando o meio ambiente é fornecedor de recursos ao
processo produtivo", quando o recurso natural desempenha "funções ecológicas ao meio
ambiente, tais como a de receptar e assimilar rejeitos do processo produtivo, regularizar
39
o clima através de suas florestas, e outras", recebe valor de uso indireto.
Por outro lado, valor de opção refere-se àquelas pessoas que, no momento não
usufruem diretamente dos bens e serviços ambientais mas que, futuramente, podem ter
41
interesse de usufruí-los. Tem-se valor de opção a "possibilidade de se dispor
42
futuramente de um recurso natural hoje preservado.
Neste sentido, valor de opção representa o quanto as pessoas estão dispostas a pagar
pela garantia de que os bens e serviços ambientais estarão dispostos para eles e as
futuras gerações. O valor de opção retrata a incerteza das pessoas com relação à
preservação dos bens e serviços ambientais pelos atuais usuários. Engloba o valor de
opção, ainda, a incerteza quanto ao impacto ambiental de determinada atividade
humana, em razão da insuficiência de técnicas de investigação, sendo o caso "de se
43
determinar um valor de opção dessa natureza."
Dessa forma, o meio ambiente apresenta valores decorrentes de seu uso atual ou futuro
ou, até mesmo, da sua simples existência. Os valores de uso, de opção e de existência
revelam o quanto as pessoas estão dispostas a pagar para obter satisfação com relação
46
a bens e serviços ambientais.
Diante disto, pode-se afirmar que o valor econômico total - VET - considera o uso atual
47
do bem ou serviço ambiental assim como o valor de uso futuro e o valor de existência.
Contudo, ainda que se tenha afirmado ser possível alcançar um valor econômico que
alcance todas as formas de valor, quais sejam, de uso, de opção e de existência, de
48
bens ambientais, "a avaliação não é correta". O autor Gilberto Montibeller Filho
apresenta alguns argumentos que corroboram essa afirmação.
Entende-se por valor não instrumental quando algo tem valor em si mesmo, ou seja, o
objeto independe "de ser instrumento ou meio para algum outro fim". É o caso do
"bem-estar da vida de outras espécies (que) tem valor em si mesmo, não ligado a
51
nenhum uso instrumental para os propósitos humanos."
Nesse caso, o bem ambiental não teria valor porque, para o homem, não tem utilidade,
não representa nenhuma possibilidade de apreciação e, por desconhecer sua importância
para o equilíbrio ecológico, não há valoração considerando o meio ambiente
ecologicamente equilibrado que se deve legar para as futuras gerações.
Entende-se, por isso, que o bem ambiental também deveria ser valorado por sua
importância em manter o equilíbrio ecológico, porém, como o homem, não raras vezes,
pode desconhecer sua função para o meio ambiente não é capaz de valorá-lo.
Quando se fala na possibilidade de apreciar bens ambientais, ainda que não tenham
utilidade para o homem, a probabilidade de imaginar o quantum estar-se-ia disposto a
pagar para mantê-los ou de receber por não tê-los é menos complexo quando se trata
de espécies da fauna ou da flora mais comentados pela mídia ou que tenham beleza
rara.
Por fim, o valor objetivo, ou seja, "um objeto pode ter valor independentemente das
54
avaliações dos valores que se faça."
Não é porque um recurso natural não possui mercado que ele deixa de prestar outros
serviços. Porém, a economia desconsidera, de forma geral, os serviços prestados pelos
recursos naturais que estejam fora do mercado. Assim, "só considera a maior parte dos
Página 9
INTERNALIZAÇÃO DAS EXTERNALIDADES NEGATIVAS
AMBIENTAIS - UMA BREVE ANÁLISE DA RELAÇÃO
JURÍDICO-ECONÔMICA
Isto quer dizer que, os valores dos bens ambientais não serão exatos, podem variar
conforme o grau de conscientização ambiental das pessoas, dos valores de cada um, da
economia de uma região estar ou não em desenvolvimento.
Frente a essas falhas em obter valores aos bens ambientais, doutrina e jurisprudência,
diante de catástrofes ambientais, têm feito o cálculo apenas dos custos totais dos
trabalhos empreendidos para restaurar o meio ambiente lesado, cujo montante será o
valor da condenação. Este método de avaliação não considera o bem ambiental por si
59
mesmo. Isto porque, diante de danos ambientais, não sendo possível a restauração
natural e a substituição do bem por outro equivalente, resta, como medida subsidiária
de reparação dos danos ambientais, a imposição de sanção pecuniária.
A gestão dos riscos ambientais exige o diálogo entre a economia e o direito ambiental.
Para a economia neoclássica, a gestão dos riscos ambientais pode ser vista sob dois
aspectos: a valoração dos bens e serviços ambientais e a efetivação dos instrumentos
capazes de minimizar os impactos ambientais negativos. Neste caso, sob o aspecto
jurídico, estar-se-ia referindo-se à aplicabilidade dos princípios ambientais como o da
precaução, prevenção e do poluidor-pagador.
Enfim, há estudos realizados pela economia ambiental cujo objetivo está na busca da
valoração dos bens e serviços ambientais, enquanto esses ainda não se apresentam
satisfatórios, tem-se dado preferência aos instrumentos a serem adotados pelos
empreendedores que possam minimizar os impactos negativos ao ambiente natural.
Para assegurar o equilíbrio ecológico que garante a vida com qualidade e/ou minimizar
os impactos negativos no meio ambiente produzidos pelas atividades econômicas, a
economia voltou sua atenção para este problema e elaborou a idéia de "internalização
das externalidades".
Ressalte-se que os critérios e métodos de valoração dos bens ambientais têm melhor
aplicabilidade quando da apuração monetária da extensão e gravidade do dano
ambiental para que a pena pecuniária possa ser imposta ao agente poluidor.
ambientais e suas alternativas para minorá-los, aplicação de multas para os que não
cumprem leis ambientais, a fixação de limites de tolerabilidade e, ainda, instituir preços
para os recursos naturais explorados pelo poluidor que será forçado a regular seu
sistema produtivo para evitar gastos e encarecer seu produto.
Assim, a economia neoclássica iniciou seu estudo com a idéia de que as externalidades,
entendendo-se os bens e serviços ambientais, não são contabilizados pelo setor
67
produtivo, apesar de poderem receber valoração monetária.
Valorar recursos ambientais "decorre de que os preços dos bens econômicos não
68
refletem o verdadeiro valor da totalidade dos recursos usados na sua produção."
Mas a teoria econômica neoclássica coloca a si mesma uma questão: "a de como valorar
70 71
monetariamente os bens e serviços do meio ambiente que não são valorizados pelo
mercado" e, ainda, internalizar as externalidades, ou seja, "computar os custos (ou
benefícios, quando se trata de externalidade positiva) ocultos e imputá-los ao seu
72
responsável econômico."
Sendo a solução para tal problema difícil de ser aplicada, as externalidades negativas
podem ser solucionadas com a internalização dos mesmos pelas atividades produtivas,
através de medidas administrativas e judiciais capazes de corrigir as falhas do mercado.
73
Não raras vezes, consideram-se as externalidades negativas como toleráveis diante dos
riscos serem aceitos na sociedade moderna, isto porque inexiste desenvolvimento sem
impacto, da mesma forma que inexiste risco zero. Desta forma, há impactos causados
ao meio ambiente que, se estiverem dentro dos parâmetros pré-estabelecidos, a
76
princípio, não geram responsabilidade civil para seus causadores.
6. Princípio do poluidor-pagador
Este princípio tem íntima ligação com a internalização das externalidades ambientais
negativas e pode incidir em dois momentos da atividade econômica, prevenindo o dano
ambiental ao minimizar o impacto negativo causado ao ambiente natural por aquela e/ou
Página 12
INTERNALIZAÇÃO DAS EXTERNALIDADES NEGATIVAS
AMBIENTAIS - UMA BREVE ANÁLISE DA RELAÇÃO
JURÍDICO-ECONÔMICA
O princípio proposto por Pigou está presente na legislação brasileira. Sua previsão legal
está expressa no art. 4.º, VII da Lei 6.938/81 ao dispor: "a política nacional do meio
ambiente visará à imposição, ao poluidor e ao predador da obrigação de recuperar e/ou
indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos
ambientais com fins econômicos." Também está expresso no art. 9.º da mesma Lei, ao
estabelecer a contribuição a ser exigida de quem utilizar recursos naturais.
Na Constituição Federal (LGL\1988\3) sua previsão está expressa nos §§ 2.º e 3.º do
art. 225.
Porém, a problemática ainda incide em como e quanto deve ser pago por bens e/ou
84
serviços ambientais.
Ainda, o princípio do poluidor-pagador pode incidir sobre três situações: a empresa que
polui deve despoluir; há um imposto a ser pago pela empresa poluidora; há compra de
85
bônus na bolsa de valores de direito de poluir.
A primeira situação está prevista na legislação brasileira - art. 225, § 3.º, da CF/1988
(LGL\1988\3). A segunda situação também tem previsão no direito ambiental com a
imposição de multa cumulada com a reparação de danos. Neste sentido tem-se a
posição da 4.ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul:
Ademais, a multa compensatória tem como função a punição do poluidor lato sensu,
objetivando a sua conscientização para que não mais cause danos ao meio ambiente.
Assim, o valor arbitrado deve ir além do que seria suficiente para mera recomposição do
prejuízo, sob pena de ser mais vantajoso ao causador do dano causar o dano e pagar a
multa, do que respeitar o objetivo constitucional de um meio ambiente ecologicamente
equilibrado.
86
Apelo improvido."
87
Por fim, a compra de bônus no mercado de valores não tem aplicação no Brasil.
Porém, há que se ressaltar tal possibilidade no que se refere aos créditos de carbono por
empresas localizadas em países que têm a obrigação de diminuir a emissão de citado
gás poluente. O Brasil, no caso, não tem esse dever, conforme previsto no Protocolo de
Kioto, podendo, então, emitir créditos de carbono na bolsa de valores como uma
maneira de compensar aquela emissão. Está-se, assim, diante de um mecanismo de
desenvolvimento limpo (MDL).
Citado princípio parte do pressuposto de que os recursos naturais são escassos e sua
utilização acarreta ainda mais suas reduções e degradações. Se o custo da redução não
se refletir no preço dos produtos não se terá a idéia da escassez do recurso natural.
Neste sentido, "são necessárias políticas públicas capazes de eliminar a falha de
mercado, de forma a assegurar que os preços dos produtos reflitam os custos
88
ambientais."
7. Conclusão
O diálogo entre economia e direito ambiental é essencial para a efetivação dos princípios
do desenvolvimento sustentável e do poluidor-pagador.
8. Referências bibliográficas
ANTUNES, Paulo de Bessa. Dano ambiental: uma abordagem conceitual. Rio de Janeiro:
Lumen Juris, 2000.
CÁNEPA, Eugenio Miguel. Economia e poluição. In: Peter H. May, Maria Cecília Lustosa,
Valéria da Vinha (orgs.). Economia do meio ambiente: teoria e prática. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2003.
CARNEIRO, Rui. Direito ambiental: uma abordagem econômica. Rio de Janeiro: Forense,
2003.
COSTA NETO, Nicolao Dino de Castro e. Proteção jurídica do meio ambiente. I Florestas.
Belo Horizonte: Del Rey, 2003.
DERANI, Cristiane. Direito ambiental econômico. 2. ed. São Paulo: Max Limonad, 2001.
GRASSO, Mônica; TOGNELLA, Mônica Maria Pereira; NOVELLI, Yara Schaeffer; COMUNE,
Antônio Evaldo. Aplicação de técnicas de avaliação econômica ao ecossistema
manguezal. In: MAY, Peter H. (org). Economia ecológica: aplicações no Brasil. Rio de
Janeiro: Campus, 1995.
NUSDEO, Fábio. Curso de economia: introdução ao direito econômico. 3. ed. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2001.
PRADO, Luiz Regis. A tutela constitucional do ambiente no Brasil. Revista dos Tribunais,
São Paulo, v. 675, ano 81, p. 82, jan. 1992.
RODRIGUES, Marcelo Abelha. Instituições de direito ambiental. Parte geral. São Paulo:
Página 16
INTERNALIZAÇÃO DAS EXTERNALIDADES NEGATIVAS
AMBIENTAIS - UMA BREVE ANÁLISE DA RELAÇÃO
JURÍDICO-ECONÔMICA
SALLES, Carlos Alberto de. Execução judicial em matéria ambiental. São Paulo: Revista
dos Tribunais, 1998.
SILVA, Maria Amélia Rodrigues da. Economia dos recursos naturais. In: Peter H. May,
Maria Cecília Lustosa, Valéria da Vinha (orgs.). Economia do meio ambiente: teoria e
prática. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.
(1) ANTUNES, Paulo de Bessa. Dano ambiental: uma abordagem conceitual. Rio de
Janeiro: Lumen Juris, 2000, p. 200.
(2) DERANI, Cristiane. Direito ambiental econômico, 2. ed. São Paulo: Max Limonad,
2001, p. 111.
(10) AgIn 0117.508-4 - 6.ª Câm. Cív. - TJPR - j. 18.12.2002 - rel. Des. Antônio Lopes de
Noronha. Revista de Direito Ambiental, São Paulo, v. 31, ano 8, p. 340, jul-set. 2003.
(12) RODRIGUES, Marcelo Abelha. Instituições de direito ambiental. Parte geral. São
Paulo: Max Limonad, 2002, p. 135-136.
(15) Idem.
(16) COSTA NETO, Nicolao Dino de Castro e. Proteção jurídica do meio ambiente. I
Florestas. Belo Horizonte: Del Rey, 2003, p. 57.
(22) PRADO, Luiz Regis. A tutela constitucional do ambiente no Brasil. Revista dos
Tribunais, São Paulo, v. 675, ano 81, p. 82, jan 1992.
(32) NUSDEO, Fábio. Curso de economia: introdução ao direito econômico. 3. ed. São
Paulo: Revista dos Tribunais, 2001, p. 23.
(36) MOTTA, Ronaldo Serôa da. As técnicas das análises de custo-benefício na avaliação
ambiental. In: TORNISIELO, Sâmia Maria Tauk; GOBBI, Nivar; FOWLER, Harold Gordon
(coords.). Análise ambiental: uma visão multidisciplinar. 2. ed., São Paulo: UNESP,
1995, p. 157.
Página 18
INTERNALIZAÇÃO DAS EXTERNALIDADES NEGATIVAS
AMBIENTAIS - UMA BREVE ANÁLISE DA RELAÇÃO
JURÍDICO-ECONÔMICA
(49) Idem.
(50) Idem.
(54) Idem.
(60) CARNEIRO, Rui. Direito ambiental: uma abordagem econômica. Rio de Janeiro:
Forense, 2003, p. 37.
Página 19
INTERNALIZAÇÃO DAS EXTERNALIDADES NEGATIVAS
AMBIENTAIS - UMA BREVE ANÁLISE DA RELAÇÃO
JURÍDICO-ECONÔMICA
(69) Idem.
(70) Bens ambientais: "englobam todos os produtos que são retirados direta ou
indiretamente de um determinado ecossistema." GRASSO, Mônica; TOGNELLA, Mônica
Maria Pereira; NOVELLI, Yara Schaeffer; COMUNE, Antônio Evaldo. Aplicação de técnicas
de avaliação econômica ao ecossistema manguezal. In: MAY, Peter H. (org.). Economia
ecológica: aplicações no Brasil. Rio de Janeiro: Campus, 1995, p. 57.
(71) Serviços ambientais: "são as funções ecológicas exercidas pelo mesmo, tais como
reciclagem de nutrientes e manutenção da diversidade biológica." Idem, p. 57.
(73) SALLES, Carlos Alberto de. Execução judicial em matéria ambiental. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 1998, p. 93.
(86) ApCív 70012156220 - 4.ª Câm. Cív. - TJRS - rel. Wellington Pacheco Barros - j.
21.09.2005.
(89) EI 70001620772 - 1.º Grupo de Câmaras Cíveis - TJRS - j. 01.06.2001 - rel. Des.
Carlos Roberto Lofego Canibal ( Revista de Direito Ambiental, São Paulo, n. 23, ano 6,
set. 2001, p. 337-351.
(91) LEITE, José Rubens Morato. AYALA, Patryck de Araújo. Direito ambiental na
sociedade de risco. Rio de Janeiro: Forense, 2002, p. 78.
Página 20
INTERNALIZAÇÃO DAS EXTERNALIDADES NEGATIVAS
AMBIENTAIS - UMA BREVE ANÁLISE DA RELAÇÃO
JURÍDICO-ECONÔMICA
Página 21