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Origem da regulação no Brasil, evolução histórica, quebra de

paradigma e benefícios da regulação policêntrica, autorregulação.

Origin of regulation in Brazil, historical evolution, paradigm shift and


benefits of polycentric regulation, self-regulation.

José Dorneles de Castro

Mestrando em Direito Constitucional


Econômico do Centro Universitário Alves
Faria – UNIALFA.

RESUMO
O objetivo deste trabalho, desenvolvido por pesquisa bibliográfica, é apresentar a
origem da implementação de agências reguladoras na economia Norte Americana
incorporadas com o objetivo de evitar a desestabilização econômica e financeira.
Relatar a opção do Brasil em implementar as agências reguladoras. Mencionar que o
modelo de regulação tradicional não mais atende às necessidades do mercado, por não
conseguir apresentar as respostas necessárias no tempo adequado. Descrever o novo
modelo de regulação, exposto por Julia Black, regulação policêntrica, que flexibiliza a
unilateralidade do Estado se mostra mais assertivo, mias preciso, visto que busca
envolver todos os atores do mercado regulado. Mostrar que a autorregulação, não é um
fenômeno novo, presente no Brasil, desde o final da década de 70, representado pelo
Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (CONAR). Exibir casos
recentes de autorregulação, como a plataforma não me perturbe, PIX e Open Banking.
Expor, ao final, os benefícios trazidos ao Estado, aos regulados e aos beneficiários do
serviço regulador advindos desta nova governança.

Palavras chaves: agencia reguladoras; autorregulação; Julia Black.


ABSTRACT
The objective of this work, developed by bibliographical research, is to present the
origin of the implementation of regulatory agencies in the North American economy
incorporated with the objective of avoiding economic and financial destabilization.
Report Brazil's option to implement regulatory agencies. Mention that the traditional
regulatory model no longer meets the needs of the market, as it fails to provide the
necessary responses in a timely manner. Describing the new model of regulation,
exposed by Julia Black, polycentric regulation, which makes the unilaterality of the
State more flexible, is more assertive, more precise, since it seeks to involve all actors in
the regulated market. To show that self-regulation is not a new phenomenon, present in
Brazil since the end of the 70s, represented by the National Council for Advertising
Self-Regulation (CONAR). Display recent cases of self-regulation, such as the platform
do not disturb me, PIX and Open Banking. Expose, in the end, the benefits brought to
the State, to the regulated and to the beneficiaries of the regulatory service arising from
this new governance.

Keywords: regulatory agencies; self-regulation; Julia Black.


2

SUMÁRIO:

Introdução; 1 Breve histórico da regulação nos


Estados Unidos; 2. Alteração de política
econômica no Brasil – Ingresso das agências
reguladoras; 3. Novo modelo regulação,
regulação policêntrica, autorregulação; 3.1
evolução legislativa, casos de sucesso da
autorregulação; Conclusão; Referências.

INTRODUÇÃO

O objeto deste artigo, desenvolvido por pesquisa bibliográfica sobre o tema, é


apresentar breve histórico dos motivos que levaram a intensificação da regulação nos
Estados Unidos, robustecida pelo plano de recuperação da economia, chamado de New
Deal, bem como a razão que levou o Brasil a modificar a sua forma de atuação na
economia, saindo de um estado provedor e intervencionista, para uma atuação indireta,
inspirado pelas experiências internacionais, motivado por uma a economia em crise,
com inflação alta, inchaço da máquina pública e precariedade do serviço público. Expor
que esta mudança, incorporou no ordenamento brasileiro, as agências reguladoras, com
grande influência do modelo aplicado nos Estados Unidos, para isso, foram efetuadas
alterações legislativas necessárias para que as agências reguladoras se tornassem
realidade e pudessem desenvolver o seu papel. Este processo desestatizador iniciou com
nos anos 90, no governo Collor e ganhou maior alcance no final da década de 90, no
governo do presidente Fernando Henrique Cardoso.
Demonstrar que a regulação tradicional, centralizada no Estado, se mostrou
ineficiente, pela demora na apresentação de respostas e por não conhecer com todos os
detalhes do mercado regulado. Expor a nova forma de regulação apresentada pela
professora da Escola de Economia de Londres, Julia Black, de regulação
descentralizada que envolve a participação de vários agentes, a regulação policêntrica,
que flexibiliza a unilateralidade da regulação estatal e uma apresenta nova forma de
regulação, uma delas, a autorregulação (self-regulation), que será exposta adiante.
Explanar que o Brasil, atento às evoluções de regulação no cenário internacional,
apresenta alteração legislativa para recepcionar o novo modelo de regulação, bem como,
3

serão expostas algumas vantagens do modelo policêntrico de regulação e apresentados


alguns casos de sucesso desta Nova Governança, como o Conselho Nacional de
Autorregulação Publicitária (CONAR), a plataforma “não me perturbe”, bem como
avanços obtidos da quebra de paradigma, com o surgimento do PIX e o Open Banking,
oriundos desta nova forma de regulação.
No final, será exposto, na conclusão, a importância da regulação no mercado,
bem como os avanços obtidos por esta nova governança, com o envolvimento ativo dos
players do mercado na regulação, o que traz resultados positivos para o Estado, para o
mercado regulado, e ainda, aos consumidores do serviço regulado.

1. BREVE HISTÓRICO DA REGULAÇÃO NOS ESTADOS UNIDOS

A concepção de se ter agências para regular o mercado tiveram a sua


incorporação e fortalecimento com a criação do plano de recuperação da economia dos
Estados Unidos, o New Deal (novo acordo), em 19331. O plano, se fez com uma série de
programas, criados no governo do presidente americano Franklin Delano Roosevelt,
membro do partido Democrata, de filosofia liberal, implementado com o objetivo de
recuperar e reformar a economia Norte Americana que estava em colapso, após a quebra
da bolsa de Nova York, no ano de 1929, ocasionada pelo distúrbio econômico,
figurando como um dos principais fatores, a oferta de produtos maior que a capacidade
de absorção pelo mercado, propiciada pela superprodução, aliada à especulação
financeira. Nesse cenário, a falta de meios regulatórios possibilitou uma crise
econômica sem precedentes. Os reflexos se fizeram ecoar em várias partes do mundo,
visto que, naquele momento, a economia mundial estava atrelada à Bolsa de Nova York,
e ainda, à produção industrial dos Estados Unidos, que no final dos anos 20,
correspondia a 42% da produção mundial.
O Brasil sentiu ressoar os efeitos da grande depressão, sobretudo na produção de
café, visto que naquela época, o nosso país era responsável pela produção de
aproximadamente 70% do café comercializado no mundo, e, os Estados Unidos o seu
maior consumidor, país ao qual era enviado cerca de 80% do café exportado, o que
gerou grandes reflexos na economia brasileira, que possuía uma grande produção de
café e sem mercado para absorvê-la.
1
FERRARI, Isabela. Nova Governança. Insights para o aprimoramento da regulação estatal. In
MENDES, Fernando Marcelo; ALVES, Clara da Mota Santos Pimenta; DOMINGUES, Paulo Sérgio
(Orgs.). Brasília: AJUFE, 2019.
4

2. ALTERAÇÃO DE POLÍTICA ECONÔMICA NO BRASIL – INGRESSO DAS


AGÊNCIAS REGULADORAS

A economia do Brasil, em especial na era Vargas, (1930-1945), adotou uma


política de estado econômico paternalista, onde o Estado figura como o grande provedor
das demandas básicas para o cidadão. Neste viés, foram criadas grandes empresas
estatais, em sua maioria nos setores produtivos, podendo aqui citar, a título de exemplo,
a Companhia Siderúrgica Nacional (1940); a Companhia Vale do Rio Doce (1942); a
Fábrica de Nacional de Motores (1943); e, a Hidrelétrica do Vale do São Francisco
(1945). A máquina estatal, com esta visão de um estado empreendedor, cresceu nos mais
variados setores da economia, e, assim como nos Estados Unidos, este crescimento
desenfreado e sem mecanismos regulatórios, desencadeou grandes impactos
econômicos para o estado brasileiro, constituindo, o deficit fiscal, um dos principais
reflexos negativos da gestão econômica adotada naquele período.
A visão econômica posta, aplicada no Brasil, foi preciso ser repensada, uma vez
que possibilitou o crescimento estatal de forma exponencial nos setores econômicos e
restringia a iniciativa privada. Consequência disto, no final da década de 80, os
impactos da gestão da economia brasileira gerou a taxa de desemprego crescente, crise
fiscal, dívida externa fora do controle e uma hiperinflação que beirava 80% ao mês.
Durante os anos 1981 a 1990, o PIB do Brasil cresceu a uma taxa de 1,6% ao ano, muito
inferior ao crescimento da década de 70, que teve um crescimento médio de 8,6% ao
ano. Diante destes fatos, e com o ideal de se ter um Estado que atua de forma indireta na
economia, fundamento exposto na Constituição Federal de 1988, em seus artigos 173 e
1742 possibilitou que nos anos 19903, no governo do presidente Fernando Collor, a
criação do Programa de Desestatização Nacional, com a exposição um dos objetivos
fundamentais “reordenar a posição estratégica do Estado na economia, transferindo à
iniciativa privada atividades indevidamente exploradas pelo setor público;” como
apresentado na Lei 8.031, de 04 de abril de 1990.4
O programa de desestatização teve três fazes principais, a primeira, no governo
Collor, que teve seu mérito por iniciar no arcabouço legal, quebrar paradigmas, e, iniciar
2
BRASIL, Constituição Federal de 1988.

3
BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos. Como sair do regime liberal de política econômica e da quase-
estagnação desde 1990. Estudos Avançados [online]. 2017, v. 31, n. 89.
4
BRASIL, Lei nº 8.031, de 12 de abril de 1990.
5

amplo processo de privatizações. É correto afirmar também que não conseguiu apurar
grandes resultados. A segunda, no governo do presidente Itamar Franco, que mantendo a
legislação criada e aliada com a experiência do governo anterior, possibilitou melhores
resultados. Entretanto, durante o governo FHC, foi, de fato, a mais ampla e bem-
sucedida fase do programa de desestatização e os resultados obtidos se fizeram da soma
da convicção do Governo em implementar o programa, aliado à melhora do cenário
macroeconômico e maior apoio político, constituindo a terceira fase 5. Importante expor
que somente neste momento, da terceira fase, que se iniciaram as desestatizações do
âmbito estatual, facilitadas com o advento a lei 9.491/97.
A remodelação da função do Estado para um modelo gerencial, visando diminuir
o tamanho do Estado, para tanto, transferiu para o setor privado serviços públicos
anteriormente executados com exclusividade pelo estado. Entretanto, o fato da
transferência de determinados serviços públicos serem prestados por ente não estatal,
não modifica a natureza pública do mesmo6. O que altera, radicalmente, é a função do
Estado, que conserva a responsabilidade e dever, em relação à prestação de forma
adequada e eficiente do serviço. Mas, por um outro lado, deixa de ser o executor e
assume o papel de planejamento, regulação e fiscalização. É nesse contexto histórico
que são implementadas, por iniciativa do Estado na economia brasileira, as agências
reguladoras7. Assim, com a retirada do Estado da exploração direta da atividade
econômica, mas ainda responsável, houve a necessidade da implementação das agências
reguladoras, o que de fato ocorreu junto com o processo de desestatização da economia.
Idealmente, as agências têm a sua razão de existir para combater as falhas de
mercado que devem ser corrigidas e só se justifica a sua existência, caso haja a
necessidade de regulação para assegurar a competitividade de setores da economia,
diminuir custos de transação inerente à provisão de bens e serviços públicos, e ainda,
para que sejam prestados com eficiência, qualidade e preços competitivos8.

5
GUERRA, Sérgio. Regulação estatal sob a ótica da organização administrativa brasileira.
Revista de Direito Público da Economia – RDPE, Belo Horizonte, ano 11, n. 44, p. 229-248,
out./dez. 2013.
6
BARROSO, Luís Roberto, Agências Reguladoras. Constituição, Transformações do Estado e
legitimidade Democrática R. Dir. Adm. Rio de Janeiro. 229: 285-3 J I. Jul./Set. 2002.

7
GUERRA, Sérgio (Org). Regulação no Brasil: uma visão multidisciplinar. Rio de Janeiro: Editora
FGV, 2014.
8
MATTOS. Mauro Roberto Gomes de, in Agências reguladoras e as suas características, Revista
de Direito Administrativo, Rio de Janeiro, 218:71-91, out./dez 1999.
6

O modelo escolhido para as agências reguladoras brasileiras foi inspirado nas


experiências internacionais, com grande predominância do modelo aplicado nos Estados
Unidos9, diferindo muito, quanto ao processo de origem. A Norte Americana, se
desenvolveu ao longo da história. Lá, a regulação do sistema e toda a organização
administrativa se resume em agências com funções que vão além da regulação da
economia, como a proteção dos direitos fundamentais, mas o seu poder de normatização
está abaixo da lei.10 O controle é realizado por meio de três instrumentos: a lei sobre os
procedimentos administrativos federais; as comissões parlamentares; e, o papel dos
tribunais.11 Aqui, diferentemente, as agências reguladoras, inicialmente, foram criadas
por lei, que desde a sua origem estabelece a finalidade e a área de atuação específica.
A lei de criação das agências reguladoras, no Brasil, dão às mesmas, autonomias
para que possam atuar de forma o eficiente. Estas, consistem na independência política
dos dirigentes; independência técnica de decisão; independência normativa; e,
independência financeira, como ficou estabelecido na lei que ciou a Agência Nacional
de Energia Elétrica (ANEEL), a primeira agência reguladora a ser criada, instituída com
a finalidade de disciplinar o regime das concessões de serviços públicos de energia
elétrica, assim definido no artigo 2º da Lei 9.427 de 26 de dezembro de 1996 12, bem
como conferindo autonomias à agência criada.
A primeira autonomia efetiva-se pelo processo de escolha dos dirigentes para o
cargo, com mandatos longos, escalonados e não coincidentes com o ciclo eleitoral, o
que possibilita diminuir aos dirigentes de interferências indesejáveis, tanto por parte do
governo, quanto dos regulados. Reforçado ainda, no processo de escolha dos dirigentes
para a agências, que uma vez indicados pelo chefe do Poder Executivo, levados à
sabatina no Congresso Nacional e empossados, não há a previsão de demissão ou
exoneração pela vontade do gestor do Poder Executivo, com o escopo de manter a
independência política dos dirigentes 13. A independência técnica decisional, consiste na
capacidade da agência resistir à pressões de grupos de interesses, ao não se sujeitar a
9
GUERRA, Sergio (Org). Regulação no Brasil: uma visão multidisciplinar. Rio de Janeiro: Editora
FGV, 2014.
10
SOUTO, Sabine Mara Müller e JÚNIOR, Osvaldo Agripino de Castro, O papel das agências
reguladoras no Brasil 13º Seminário Internacional - Democracia e Constitucionalismo Universidade
do Vale do Itajaí – Brasil., p. 7.

11
FARIAS, Pedro César Lima de, RIBEIRO, e Sheila Maria Reis, in Regulação e os novos modelos
de gestão no Brasil Revista do Serviço Público, Ano 53, Número 3, Jul-Set 2002, p. 10.
12
BRASIL, Lei nº 9.427, de 26 de dezembro de 1996.
7

recurso hierárquico impróprio. A independência normativa para emitir atos regulatórios,


regulação de tarifas, por exemplo, de modo a alcançar os objetivos de sua criação que
devem ser bem definidos, para que sejam atingidos da forma mais eficiente possível.
Por fim, a independência administrativa, gerencial orçamentária e financeira,
enumeradas pela lei de criação, que dota a agência de recursos financeiros e humanos
suficientes para o regular exercício da área de regulação. Observa-se que mesmo que
tenha características mais ágeis que o Estado, as agências reguladoras, nem sempre,
conseguem atuar de forma eficiente e eficaz, pela variedade, especificidade e
complexidade das frentes regulatórias a que se propõe o Estado.

3. NOVO MODELO REGULAÇÃO, REGULAÇÃO POLICÊNTRICA,


AUTORREGULAÇÃO

O modelo de regulação adotado no Brasil, com o advento a constituição de 1988,


foi aquele que é exercido por entes criados, com características próprias para que, de
forma unilateral, realize a fiscalização, incentivo, planejamento, normatização da
atividade econômica e a imposição de sanção, o chamado de Command and Control
(CAC). Observa-se que por vezes, essa forma de regulação não consegue alcançar a
finalidade. Impõe custos altos para a obtenção de benefícios relativamente pequenos, ou
em alguns casos, cria empecilhos maiores para um prolema que se busca evitar. Por um
outro prisma, pode ser observado que mesmo que tenha uma flexibilidade maior que o
Estado, as agências reguladoras tradicionais não conseguem acompanhar as evoluções
do mercado, na mesma velocidade, ou ainda, não detém o conhecimento específico para
atuar na área da regulação.
Observa-se, neste cenário, a necessidade de uma Nova Governança 14, visto que o
modelo tradicional já não se apresenta suficiente para a regulação necessária. O que
propiciou o surgimento de críticas e novas abordagens ao modelo centralizador
tradicional. Assim, com intuito de flexibilizar a unilateralidade da regulação estatal, foi
apresentada pela professora da Escola de Economia de Londres, Julia Black, que afirma

13
GUERRA, Sérgio. Regulação estatal sob a ótica da organização administrativa brasileira.
Revista de Direito Público da Economia – RDPE, Belo Horizonte, ano 11, n. 44, p. 229-248,
out./dez. 2013.
14
FERRARI, Isabela. Nova Governança. Insights para o aprimoramento da regulação estatal. In
MENDES, Fernando Marcelo; ALVES, Clara da Mota Santos Pimenta; DOMINGUES, Paulo Sérgio
(Orgs.). Brasília: AJUFE, 2019.
8

que em nossos dias, vivencia-se uma fase, por ela denominada de “Estado Pós-
Regulatório” e que a regulação se apresenta de forma policêntrica, de múltiplos agentes,
com características específicas. Configura a ideia central, da regulação mencionada, a
complexidade, fragmentação, interdependência, autonomia (ou ingovernabilidade) e a
ausência de distinção entre público e privado. 15
A complexidade, trazida Julia Black16, compreende que a decisão, tomada por
um dos agentes, reflete nos outros que com ele interagem. A fragmentação, significa
dizer que o estado não pode saber da indústria, mais que ela mesma 17. Neste sentido, os
players do mercado conhecem as nuances de sua área de atuação mais que o governo, e
daí, podem propor regulamentações mais efetivas, eficazes, bem como a fixação de
sanções, que inibam o descumprimento dos atos regulatórios estabelecidos 18. Deste,
deriva interdependência, que busca a quebra do paradigma de que o Estado tem
potencial para solucionar todos os problemas da sociedade. A autonomia (ou
ingovernabilidade) expressa na capacidade dos regulados tende a repetir de maneira
autônoma os regramentos apresentados por eles mesmos, mais que os impostos por
terceiros, constituindo a autorregulação. Por fim, a ausência de distinção entre público e
privado, no sistema regulatório proposto, o sistema de regulação se faz pelo
entrelaçamento de vários atores envolvidos, figurando Estado um desses, e ainda com
uma atuação importante. Desmitificando a ideia de regulação, como uma sanção estatal,
abrindo caminho para soluções eficientes, com a implementação da regulação de
iniciativa privada, com a participação do Estado, a corregulação. Avançando para outro
tipo de regulação, a autorregulação. Aquela desenvolvida pelos próprios regulados, sem
a participação estatal, portanto, não depende interveniência do Estado, autorização
legislativa, para a sua criação e desenvolvimento dos trabalhos regulatórios, que são
desenvolvidos pelos players do mercado, o que motiva o cumprimento das regras

15
GOETTENAUER, C. O Sistema Financeiro Brasileiro, Política de Segurança Cibernética e
Proteção de Dados Pessoais: uma Abordagem sob a Ótica da Regulação Policêntrica. Revista de
Direito, Estado e Telecomunicações, Brasília, v. 12, nº 2, p. 172-186, outubro de 2020. p. 175.
16
BLACK, Julia. (2001). Decentring Regulation: Understanding the Role of Regulation and Self-
Regulation in a 'Post-Regulatory' World. Current Legal Problems. 54. 10.1093/clp/54.1.103
17
BLACK, Julia. (2001). Decentring Regulation: Understanding the Role of Regulation and Self-
Regulation in a 'Post-Regulatory' World. Current Legal Problems. 54. 10.1093/clp/54.1.103.
18
BLACK, Julia; KINGSFORD SMITH, Dimity. Critical reflections on regulation [Plus a reply by
Dimity Kingsford Smith.]. Australasian Journal of Legal Philosophy, v. 27, n. 2002, p. 1-46, 2002.
9

estabelecias, pois foram desenvolvidas pelos próprios regulados19. Aqueles que mais
conhecem os detalhes, os desafios, os atalhos, bem como, as práticas lesivas que
prejudicam os consumidores, os concorrentes e ainda, as práticas que colocam em risco
a própria atividade desenvolvida, por estas razões possuem a capacidade de encontrar
soluções que resguardem a todos envolvidos.

3.1 EVOLUÇÃO LEGISLATIVA, CASOS DE SUCESSO DA AUTORREGULAÇÃO

O Brasil atento à necessidade de acompanhar as novas evoluções traçadas pela


economia global, bem como pela complexidade e conectividade das relações
comerciais, introduz no arcabouço jurídico pátrio a Lei Geral das Agências
Reguladoras, a Lei 13.484,/1920 que traz inovações na administração das agências, entre
outras, de uniformizar o regime das autarquias, propor correções às leis anteriores, e
ainda, com o escopo de que não ocorra o abuso do poder regulatório, fixa garantias da
live iniciativa, assim estabelecido no Capítulo III, Das garantias de livre iniciativa, no
artigo 4º da Lei da Liberdade Econômica, Lei 13.874, de 20 de sembro de 2019.21
Um outro exemplo da adoção legislativa de autorregulação é a Lei Geral de
Proteção de Dados, Lei 13.709, de 14 de agosto de 2018, ao estabelecer: “Os
controladores e operadores, no âmbito de suas competências, pelo tratamento de dados
pessoais, individualmente ou por meio de associações, poderão formular regras de boas
práticas e de governança (….)” (original sem grifo).
O próprio Estado, ciente das vantagens da nova forma de regulação, policêntrica,
apresenta, lei que possibilite a autorregulação. É certo que a autorização legal é
dispensável para a instituição da autorregulação, mesmo porque, como veremos adiante,
há caso de autorregulação que ocorreu bem antes da origem da lei ora mencionada.
O diferencial deste modelo é o mesmo se apresenta mais rápido, eficiente, e
ainda, observa-se que, uma vez que as regras são estipuladas pelos próprios regulados,
fixadas de forma voluntária, o cumprimento tende a ser maior, assim como menores as
reclamações ao regramento apresentado. As empresas se tornam propositivas trabalham

19
BALDWIN, R.; BLACK, J. Really Responsive Regulation. Revista de Direito Administrativo, [S.
l.], v. 281, n. 2, p. 45–90, 2022. DOI: 10.12660/rda.v281.2022.86044.
20
BRASIL, Lei nº 13.848, de 25 de junho de 2019.
21
BRASIL, Lei 13.874, de 20 de sembro de 2019.
10

para evitar o surgimento de crises, bem como solucionar, as demandas com os


consumidores, concorrentes da melhor forma possível para as empresas e para o
mercado.
Corroborando as palavras de Júlia Black, de que a “autorregulação não é um
fenômeno novo”22, no Brasil, o Conselho Nacional de Autorregulação Publicitária, o
CONAR, a autorregulação ocorreu no final dos anos 70, antecipando a regulação do
Estado que se aproximava. Visto que, caso viesse a lei, poderia criada uma censura
prévia, e, os anúncios, para serem veiculados deveriam receber o “De Acordo” ou algo
do tipo23. Deve ainda ser observado, que havia outro motivador para a não ingerência
estatal no mercado, naquela época não havia um governo democrático instalado no
Brasil e, esta censura prévia, por parte dos militares, poderia ser muito dura, para o
mercado publicitário.
Ao se falar de autorregulação, pode se ter a ideia de um conflito, de uma
redundância, de uma regulação voltada somente para o mercado regulado. Observa-se
que o mercado é todo entrelaçado, de sorte que há o envolvimento de diversos atores
inter-relacionados, o que exige do agente autorregulador o objetivo, a previsão e a
aplicabilidade das normas que deseja emitir, com foco que a ordem emanada seja
efetiva e capaz de influenciar as ações dos atores submetidos à regulação, com o foco
em todos os envolvidos, propiciando, dentro do possível, condições ideais de exploração
da atividade. Por certo, os poderes próprios do Estado regulador, se fazem presentes nos
entes autorregulados e esta autoridade autointitulada sustenta a autorregulação.
Importante lembrar que os mercados autorregulados buscam aprimorar os
resultados para a falha de mercado existente, visto que o modelo tradicional não
consegue entregar a regulação desejada, tampouco no prazo esperado, exigindo-se a
lançar mão de uma nova forma de governança, de romper barreiras, quebrar
paradigmas. Exemplo disto, o Banco Central do Brasil, no ano de 2019, lançou a
24
Agenda BC# na busca de incluir, universalizar e facilitar o acesso por meio de
plataforma digital, melhorar a competitividade, promover educação do mercado
financeiro, para que as pessoas adquiram conhecimento e o hábito de economizar,
promover o melhor uso dos recurso disponíveis, possibilitar uma evolução sustentável e

22
BLACK, j. (1996), Constitutionalising Self-Regulation. The Modern Law Review, 59: 24-55.
https://doi.org/10.1111/j.1468-2230.1996.tb02064.x, acessado em 12/01/2022
23
http://www.conar.org.br/ sobre o CONAR historia, acessado em 28/11/2022.
24
RANGEL, Juliana Cabral Coelho, R. BNDES, Rio de Janeiro, v. 28, n. 55, p. 87-111, jun. 2021.
11

a modernização do sistema financeiro nacional, e, ainda, com o foco na transparência na


formação de preços do mercado financeiro e das atividades do próprio banco.
A implementação da Agenda BC# quebrou o paradigma da regulação tradicional
coercitiva, do tipo “comando e controle” para um modelo aberto e propositivo, alinhado
com um sistema financeiro de futuro, que já era realidade em outros países, com China,
Austrália, Singapura e outros. Este marco disruptivo possibilitou a implementação do
Sistema de Pagamento Instantâneo Brasileiro, o PIX 25, e o Open Banking. O Banco
Central se responsabiliza pela infraestrutura única e central, efetuando a liquidação das
transações entre as diversas instituições financeiras envolvidas. Demonstra o
distanciamento da regulação tradicional, na própria proposta do órgão regulador ao
interagir-se com os atores regulados para encontrar soluções, definir resultados a serem
alcançados. Julia Black afirma que “nessa proposta descentralizada, a regulação seria o
resultado das interações entre os agentes que atuam no cenário regulatório e não o
resultado de um exercício formal de poder,”26. O que demonstra a disruptura do modelo
tradicional e a criação da regulação policêntrica, no envolvimento dos diversos atores
juntos, buscam soluções para as falhas de mercado existente.
A autorregulação se faz presente também em outro caso de sucesso o “não me
perturbe”, plataforma inicialmente desenvolvido pelas empresas de telemarketing, que
“Em iniciativa do setor, as principais Prestadoras de Serviços de Telecomunicações do
país se reuniram para debater boas práticas e padronização de uso deste mecanismo
(...)27. As “boas práticas” tiveram tanto sucesso junto às prestadoras de serviços de
telecomunicações, que a Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN), a Associação
Brasileira de Bancos (ABBC), em parceria com a Associação Brasileira de Recursos em
Telecomunicações (ABR Telecon) se juntaram para, de forma unificada estarem
também na plataforma. Ressaltando que ficou estabelecido o bloqueio de ligações
telefônicas, para linhas fixas e móveis, permitido o envio por mensagens por texto,
mesmo havendo o cadastro na plataforma onde ficou registrada a manifestação
desautorizando as ligações telefônicas.
Observa-se que neste caso de regulação policêntrica, justificando a
nomenclatura, houve o envolvimento de vários atores, que por meio de autorregulação,

25
https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/gtpagamentos, acessado em 02/12/2022.
26
BLACK, Julia. Proceduralisation and polycentric regulation. Especial 1 DIREITO GV L. Rev., p. 99,
2005.
27
https://www.naomeperturbe.com.br/, acessado em 02/12/2022.
12

instituíram boas práticas que influenciam um número significativo de empresas


reguladas, e até mesmo de setores diferentes, com foco no respeito ao cidadão, no
consumidor, cliente comum de todos os envolvidos28. É bom esclarecer que há a
faculdade de adesão por parte do cliente, não há nada impositivo. O PIX, por exemplo,
foi instituído, e, aos que dele querem se beneficiar, exige-se o cadastro na plataforma
específica, efetuado livremente pelo usuário, de igual foma, no Open Banking e na
plataforma do não me perturbe. É relevante o número de adesão aos serviços:

A plataforma Não me Perturbe, que permite o bloqueio de


chamadas de celular de empresas de telemarketing e de bancos,
encerrou o ano de 2021 com 9,55 milhões de números de telefone
cadastrados. O serviço, criado pelas operadoras de telecom, faz parte
das medidas de autorregulação do setor para melhorar a relação com
os consumidores.29

O número de cadastramento de chave PIX, em novembro de 2022, chegou a 536


milhões de contas cadastradas. As operações ultrapassaram o volume de 1 milhão de
transações, somente no mês de outubro 2022. Evidenciando que a nova modalidade foi
bem acolhida, em especial na faixa etária dos 20 aos 30 anos de idade, que representam
a maior parte das transações, e ainda, as movimentações pessoais, tanto para envio e
recebimento, representam o maior volume maior das movimentações, que aquelas
movimentadas por empresas, que alcançam menos de 10% do total das negociações,
conforme dados estatísticos apresentados pelo Banco Central do Brasil30.

CONCLUSÃO

Pelo exposto, pode se concluir que a ausência de regulação econômica pode


trazer consequências desastrosas e afetar um número enorme de empresas e como são
globalmente conectadas, seus reflexos extrapolam os limites fronteiriços dos países de
origem, reverberando em diversos lugares, por razões diretas e indiretas, e afeta a vida

28
ANDRADE Vitor Morais de, e SILVA Alexandre Almeida da. Autorregulação do setor de
telecomunicações O que ganham os consumidores e quais os desafios para o setor? disponível
em https://www.jota.info/opiniao-e-analise/artigos/autorregulacao-telecomunicacoes-28022021,
acessado em 12/01/2022.
29
https://www.cnnbrasil.com.br/business/plataforma-nao-me-perturbe-fecha-2021-com-quase-10-
milhoes-de-numeros-registrados/#:~:text=A%20plataforma%20N%C3%A3o%20me%20Perturbe,de
%20n%C3%BAmeros%20de%20telefone%20cadastrados. Acessado em 12/12/2022
30
https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/estatisticaspix. Acessado em 06/12/2022
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de um número indeterminado de pessoas. Exemplo disso, o colapso econômico que


ocorreu nos Estados Unidos que culminou com quebra da Bolsa de Nova York, no ano
de 1929, e os seus reflexos se fizeram reverberar por vários países, se fazendo sentir por
diversas de empresas, afetando a vida de um número indeterminado de pessoas. Na
busca de se evitar outro desequilíbrio econômico o governo Norte Americano
incorporou e fortaleceu as agências reguladoras que se desenvolveram junto com a
economia, adequando à legislação, com as características próprias para agir nas falhas
de mercados existentes, na tentativa de estabelecer proteção na economia e evitar que
novos e grandiosos desajustes, nos moldes ocorridos, não venham a se repetir.
A solução brasileira, para diminuir o tamanho do estado, sair do estado
econômico paternalista, reduzir o tamanho da estrutura estatal na economia, foi
desestatizar e inserir as agências reguladoras no ordenamento brasileiro. O modelo
adotado, inspirado nas experiências internacionais, predominante o da economia dos
Estados Unidos foi o padrão Command and Control. Precisou, tal concepção regulatória
ser revista e adequada às novas formas de regulação. Em especial a regulação
policêntrica, apresentada por Julia Black, na qual, as proposições regulatórias são
construídas em conjunto, não emanadas de um órgão central, coercitivo e que se julga
saber da área de mercado a ser regulado. Observa-se que o novo modelo se mostra
muito eficaz na regulação, evidenciado pelos resultados apresentados e seus cases de
sucessos. Os avanços demonstrados, evidenciam o quanto envolver os regulados no
processo regulatório traz claros benefícios a todos os envolvidos na regulação. O
mercado que identifica a falha existente e rapidamente se organiza para aparar as
arestas, envolvendo soluções práticas, rápidas e eficientes, de forma autônoma, sem a
interveniência estatal, mas, em se fazendo necessário, o envolve por ser um dos atores
no processo regulatório. O Estado, por sua vez, se desvencilha de atribuições que não
consegue desempenhar com maestria e, diminui gradativamente sua intervenção na
regulação da economia, deixa que o próprio mercado apresente soluções e regule as
falhas existentes. Os usuários, consumidores, do serviço regulado são alcançados de
forma positiva, visto os benefícios que a eles são apresentados pelas proposições do
mercado, com foco no respeito ao cidadão, corroborado pelos casos apresentados.
Por fim, deve ter em tela a importância da regulação para o mercado, em
especial as novas concepções de regulação que envolvem os regulados, que, por bem
conhecerem sua área de atuação, apresentam marcos regulatórios efetivos, eficazes, para
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a falha de mercado identificada, com proposições inovadoras e com o foco no mercado


consumidor do serviço regulado.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDRADE Vitor Morais de, e SILVA Alexandre Almeida da. Autorregulação do setor
de telecomunicações O que ganham os consumidores e quais os desafios para o
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