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Produção sustentável...................................................................................... 5
Ferramentas/linhas de atuação....................................................................... 6
Prevenção da poluição.................................................................................... 7
Aplicação da ACV.......................................................................................... 10
Softwares de ACV.......................................................................................... 10
Ecodesign..................................................................................................... 11
Eficiência energética..................................................................................... 14
Economia Verde............................................................................................ 18
Logística Verde............................................................................................. 20
Construção sustentável................................................................................. 21
Varejo sustentável......................................................................................... 26
Agricultura sustentável................................................................................. 27
Logística reversa........................................................................................... 35
Compras sustentáveis................................................................................... 39
Encerramento..................................................................................................... 42
Referências Bibliográficas.................................................................................. 43
Produção e consumo sustentáveis
Introdução
Você sabia?
Existem indicadores de desempenho ambiental que já são mundialmente utilizados,
tais como a Pegada Ecológica, Pegada de Carbono, Pegada Hídrica e muito mais.
Produção sustentável
Hoje temos todas as condições para produzir e consumir, satisfazendo nossas
necessidades, em uma relação sustentável de uso e conservação dos recursos
naturais.
NOTA
Produção mais Limpa (P+L) é uma das ferramentas utilizadas para melhorar o
desempenho das empresas e também adicionar ganhos ambientais, econômicos e
técnicos, incorporando os princípios da sustentabilidade.
EXEMPLO
Hawkins (2013) constatou, por meio de um estudo de ciclo de vida comparativo entre
veículos convencionais e elétricos, que os carros elétricos emitem menos Gases de
Efeito Estufa (GEE) do que os veículos convencionais a combustão, mesmo usando
energia elétrica gerada a partir de fonte fóssil.
Softwares de ACV
Estudos de ACV envolvem uma grande quantidade de dados de inventário, portanto,
demandam tempo da equipe para o levantamento desses dados. Dessa forma, os
softwares e bases de dados são ferramentas imprescindíveis na ACV, pois auxiliam
e viabilizam a condução do estudo de forma mais prática e rápida, além de garantir
cálculos e conclusões com menores chances de erros.
Ecodesign
O design é aplicável a diversas áreas, como serviços, produtos e processos produ-
tivos. São bem amplas as possibilidades de sua aplicação e, por isso, é muito im-
portante que você compreenda seu conceito e o relacione com a questão ambien-
tal.
O termo Ecodesign surgiu na década de 1990, quando a indústria eletrônica dos EUA
procurava minimizar o impacto no meio ambiente decorrente de sua atividade. Dessa
forma, a Associação Americana de Eletrônica (American Electronics Association)
buscou desenvolver projetos com a preocupação ambiental. A partir de então, o
interesse pelo assunto cresceu e os termos Ecodesign e Design for Environment
(desenho para o meio ambiente) passaram a ser incorporados em programas de
gestão ambiental (BORCHARDT et al., 2007 apud BORCHARDT et al, 2008).
Avaliando os critérios, observamos que não basta ser menor para ser mais
sustentável. Se a embalagem maior for capaz de amaciar uma quantidade maior de
roupas (rendimento), então pode ser que a embalagem menor seja mais impactante,
pois serão necessários vários amaciantes de embalagem menor para chegar ao
resultado maior de lavagem. Ou seja, não basta olhar apenas um aspecto do produto,
temos que avaliar critérios que agregam sustentabilidade à produção e consumo.
Eficiência energética
Qualidade e durabilidade
Produzir produtos que durem mais tempo e funcionem melhor a fim de gerar menos
resíduos sólidos.
Modularidade
Criar objetos cujas peças possam ser trocadas em caso de defeito, pois assim não
é todo o produto que é substituído, o que também gera menos resíduos sólidos.
* Energia Solar Térmica. A energia do sol pode ser captada através de painéis solares
e transferida para um meio portador de calor (água ou o ar), aquecendo esses meios,
e, se necessário, gerar vapor para posterior produção de energia elétrica.
Possui três estratégias principais: a redução das emissões de carbono, uma maior
eficiência energética e no uso de recursos, evitando a perda de biodiversidade e
conservando os serviços ecossistêmicos.
Logística Verde
A Logística, segundo Simonato (2011, p.123), é “um conjunto de recursos (mão de
obra, recursos de produção, máquinas, elementos de movimentação e armazenagem)
empregados para desenvolver fisicamente todas as operações de fabricação,
espaço físico para armazenagem e movimentação, que permitam assegurar o fluxo
de matérias desde os fornecedores até o cliente”.
São várias as ações a serem tomadas para garantir um sistema logístico verde.
EXEMPLO
Definir roteiros mais curtos para reduzir o gasto de combustível, pneu, óleo,
baterias, dentre outros itens relacionados ao transporte, assim como as emissões
atmosféricas; utilizar combustível renovável ou com baixa emissão de carbono, a
exemplo do álcool, biodiesel e gás natural; reciclar os resíduos gerados, tais como
pneu, óleo lubrificante e baterias; utilizar transporte menos impactante considerando
não somente rodovia, mas também as hidrovias, ferrovias e aéreo, entre outros.
Construção sustentável
A construção civil vem ganhando destaque por promover a construção de edificações,
obras viárias, infraestrutura (rodoviária e portuária) e industriais sustentáveis, que
visa conciliar ganho financeiro, proteção ao meio ambiente e qualidade de vida
por meio da adoção de práticas de produção e consumo de bens e serviços mais
eficientes, e é um dos setores econômicos que mais gera emprego em nosso país.
Essa nova tendência foi inicialmente disseminada em 1992, quando o evento Rio-92
abordou as possíveis práticas sustentáveis na construção civil. Naquele momento
se estabeleceu diretrizes para alcançar um modelo de edificações que refletisse
as características do ambiente natural, aliando aos processos da construção o
conceito de ecologia. Após a Rio-92, encontros e conferências foram realizadas
para discutir esse novo modelo, e, em 1998, no Reino Unido, foi lançada a primeira
entidade de certificação de prédios sustentáveis no mundo a BREEAM – Building
Research Establishment Environmental Assessment Method, que significa Método
de Avaliação Ambiental do Estabelecimento de Pesquisa para Edifícios (IDHEA,
2014).
Nesse tema, algumas das ações sugeridas pelo Programa de Construção Susten-
tável são: Incentivo a iniciativas para a recuperação de áreas degradadas com o
estabelecimento de critérios e procedimentos para agilizar processos de recupera-
ção; estímulo a iniciativas para aproveitamento da madeira apreendida pelo Ibama;
valorização das boas práticas e dos atores dos municípios para a formulação de
políticas públicas em sintonia com necessidades e interesses dos habitantes das
cidades.
Existe também a certificação LEED, que atesta que a obra (antes, durante e depois)
atende aos princípios da sustentabilidade para a construção civil. No Brasil, a
certificação LEED é representada oficialmente pelo Green Building Council Brasil
(GBC-Brasil), que certifica empreendimentos e construções em quatro níveis, sendo
avaliado: a eficiência energética; o uso racional da água, materiais e recursos; a
qualidade ambiental interna; os espaços sustentáveis; as inovações e tecnologias;
e, os créditos regionais (GBC, 2014).
O varejo é composto por uma gama de empresas que tem como objetivo vender
produtos e serviços que atendam uma necessidade pessoal do consumidor final
(PARENTE, 2000, p.22 apud AMADEU JUNIOR, 2009).
Agricultura sustentável
A agricultura é uma atividade muito importante para a sociedade e para economia,
pois ao tempo que produz alimentos de qualidade e necessários à vida humana,
fortalece a economia do País. No entanto, alguns aspectos relacionados à produção
na agricultura causam impactos ambientais e, dentre eles destacamos: consumo de
água, uso de produtos químicos no solo e nas plantações, alterações nos padrões
de uso e ocupação de solo, eutrofização de mananciais, e geração de resíduos
de embalagens de produtos químicos. Esses aspectos, por sua vez, podem gerar
impactos na qualidade do solo e da água superficial e subterrânea; contribuir com
a escassez da água; e, por meio da cadeia alimentar, contaminar o ser humano.
NOTA
A Agroecologia possui várias linhas de ações que buscam estabelecer uma prática
que contribua para alcançar uma Agricultura Sustentável. O entendimento é de que
a agroecologia é de extrema importância, pois a base para seus principais sistemas
de produção são os conhecimentos tradicionais. Existe na literatura diferentes
nomenclaturas para os sistemas da agricultura ecológica. Vamos conhecer de
forma mais detalhada as mais abordadas, que, segundo a EMBRAPA (2006), são:
Permacultura
Esse método se preocupa em criar sistemas agrícolas integrados com o ambiente
natural, com disposição espacial das espécies vegetais semelhante ao encontrado na
natureza e associadas à produção animal. Assim como em outros sistemas, busca-
se a cooperação do homem com a natureza, respeita-se os princípios da natureza e
valoriza o conhecimento tradicional. Uma característica marcante da permacultura
é o paisagismo, que normalmente busca criar um ambiente saudável e sustentável,
inspirado nas cadeias alimentares. As edificações e infraestrutura (energia, água)
necessárias ao ambiente humano poderão estar presentes, associadas às plantas
e animais, e às áreas de preservação ambiental.
Prática utilizada há bastante tempo pelos indígenas que consiste na exploração dos
solos com modelos que mais se aproximem do sistema natural, com uso sustentável
do ecossistema e que combinem espécies florestais, culturas agrícolas e/ ou com
a pecuária (CEPLAC, 2014). O sistema agroflorestal se caracteriza por combinação
de cultivos agrícolas com plantações de árvores frutíferas ou florestais, com 1 ou 2
espécies de plantas (ou plantas e animais), utilizando técnicas de cultivos e manejo
que valorizam a cultura tradicional da região.
IMPORTANTE
Quando o consumidor, após adquirir um produto, ficar insatisfeito, perceber que foi
ou poderá ser lesado, ele poderá agir de duas formas: individualmente, buscando
um ressarcimento pelo dano causado ou coletivamente, se possuir informações
necessárias para uma análise crítica e perceber que o produto adquirido ou o serviço
contratado não é seguro ou traz prejuízos sociais e ambientais, entrando com ação
coletiva contra a empresa ou acionando o Ministério Público, ou seja, agindo de fato
como um cidadão.
No Brasil, no início dos anos de 1990, iniciou a vigência da mais importante lei para
os consumidores, o Código de Defesa do Consumidor, que institui vários tipos de
proteção para quem adquire produtos e serviços no mercado. O documento prevê
também padrões de conduta, prazos e penalidades em caso de desrespeito à lei
(BRASIL, 2009).
SAIBA MAIS
Reutilizar é uma forma de evitar que vá para o lixo aquilo que não é lixo,
reaproveitando tudo o que estiver em bom estado. É ser criativo, inovador
usando um produto de diferentes maneiras.
Logística reversa
A palavra “reversa” é para indicar o “retorno”, ou seja, a logística reversa visa garantir
o retorno do resíduo sólido para o processo produtivo, como matéria-prima, ou para
outra forma de destinação final ambientalmente adequada.
NOTA
São muitos os ganhos com a reciclagem e eles são possíveis devido à ajuda da
logística reversa. A redução: (i) do consumo de recursos naturais como matéria-
prima; (ii) do consumo de energia; (iii) da perda da biodiversidade com a exploração
de recursos naturais; (iv) da geração de resíduos sólidos, efluentes e emissões
atmosféricas; e do (v) custo de tratamento dos resíduos, podem ser citados como
ganhos com a prática de reciclagem. Já os ganhos econômicos, apesar do custo
com o sistema logístico, consistem em obter uma matéria-prima mais barata.
Nesse contexto, em 1993, foi criada a série de Normas ISO 14020. Esta série surge
como resultado da necessidade de normatizar a relação entre produtos e consumi-
dores, ou seja, as relações B2B (Business to Business) a nível internacional. Des-
sa maneira, além dos rótulos ambientais, os produtores passaram a apresentar a
metodologia de avaliação e verificação geral, fazendo autodeclarações ambientais
de que os seus produtos são ambientalmente orientados, através de instrumento
denominado “declaração ambiental” (BARRETO, 2007).
Esses rótulos ou declarações surgiram no final dos anos 80 e início dos anos 90 e
são feitos pela parte que faz a reivindicação ambiental, uma empresa ou instituição,
que declara sem verificação independente. Entretanto, existe a Norma ISO 14021,
que “especifica os requisitos para autodeclarações ambientais, incluindo textos,
símbolos e gráficos, no que se refere aos produtos”.
Esse tipo de rotulagem é definido pela norma NBR ISO 14025, a qual estabelece
categorias de parâmetros para a elaboração de declarações ambientais do
produto e é desenvolvida por iniciativa da própria indústria, por associações
comerciais, ou por determinados segmentos empresariais que se responsabilizam
pelo fornecimento das informações contidas nos selos. Esses rótulos não estão
consolidados tecnicamente, pois somente incluem as categorias de impacto que já
foram estudadas no âmbito de cada produto e as linhas diretrizes para o estudo do
Avaliação do Ciclo de Vida - ACV.
Compras sustentáveis
Falando em conceitos, a palavra rastreabilidade tem o seu significado vinculado à
capacidade de seguir o rastro, a pista, a vida anterior do produto comprado. Essa
noção está ligada à Avaliação do Ciclo de Vida, e é a forma do consumidor ou do
comprador entender a origem do produto adquirido. Rastreabilidade é um tema
muito interessante e já vem sendo trabalhado no Brasil para garantir, por exemplo, a
procedência (origem) da madeira através do Documento de Origem Florestal (DOF).
Para o consumidor é importante observar o rótulo do produto, pois esse deve conter
as informações da empresa e do seu conteúdo; pesquisar sobre a empresa também é
uma postura consciente, pois muitas apresentam diversas certificações ambientais,
rótulos de projeção internacional e, também, sistemas de gestão reconhecidos
pelos seus pares. Por outro lado, é difícil fazer a escolha do produto ou do serviço
baseando-se nesses critérios, pois, para o cidadão que também é consumidor, os
parâmetros de preço e custo-benefício ainda são os mais importantes.
Dentro da lógica que atenda aos critérios da sustentabilidade, o setor público (que
efetua um grande volume de aquisições anualmente) também começou a aderir às
compras sustentáveis, mas com uma nomenclatura diferente: Compras Públicas
Sustentáveis (CPS).
IMPORTANTE
Por que é tão importante para o setor público realizar compras sustentáveis? De
acordo com o ICLEI (2014), “as compras e contratações públicas movimentam entre
10 e 20 % do PIB nos países latino-americanos”, conforme divulgado pela Rede
Interamericana de Compras Governamentais. Ainda, segundo a rede, ao constatar
alternativas inovadoras e adotar novos conceitos e critérios, “é possível incentivar
um desenvolvimento mais sustentável por meio da ampliação de oferta de produtos
mais sustentáveis e inovadores pelo mercado” (ICLEI, 2014).
BARRETO, A.P.L.; COELHO, E.; MELO, H.S.; CASTELO, L.A. e ALCANTARA, S.S. Ciclo
de vida dos produtos: certificação e rotulagem ambiental. In: Encontro Nacional
de Engenharia de Produção, XXVII, 2007, Foz do Iguaçu. Anais... PR: Associação
Brasileira de Engenharia de Produção, 2007. Disponível em: <http://www.abepro.
org.br/biblioteca/enegep2007_tr650479_9289.pdf> Acesso em: 05 Set. 2014.
PNUMA- Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. 2011. Rumo a uma
economia verde: caminhos para o desenvolvimento sustentável e a erradicação da
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POLONSKY, M.J. Green Marketing Regulation in the US and Astralia: The Australian
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UNEP. 2011. Decoupling natural resource use and environmental impacts from
economic growth. Disponível em: <http://www.unep.org/resourcepanel/decoupling/
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