Você está na página 1de 5

www.cers.com.

br 1
INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL

O ato de interpretar é necessariamente feito por um sujeito que, empregando determinado modo, chega a um
resultado.

INTERPRETAÇÃO:

1 – quanto ao sujeito
2 – quanto ao modo
3 – quanto ao resultado

1 - Interpretação quanto ao SUJEITO (ORIGEM)

a) Interpretação autêntica (ou legislativa)

“Art. 327, C.P. - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem
remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem
trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da
Administração Pública.

A interpretação autêntica (ou legislativa), fornecida pela própria lei, subdivide-se em:
(i) Contextual:
(ii) Posterior:

b) Interpretação doutrinária (ou científica)

c) Interpretação jurisprudencial

CUIDADO!
Exposição de motivos do Código Penal

2 - Interpretação quanto ao MODO

a) Gramatical / Filológica (TJ/ MS) / Literal


b) Teleológica
c) Histórica
d) Sistemática
e) Progressiva (ou evolutiva)

3 - Interpretação quanto ao RESULTADO

a) Declarativa / Declaratória
b) Restritiva
c) Extensiva (+ cai no concurso)

www.cers.com.br 2
RELEMBRANDO AS ESPÉCIES DE INTERPRETAÇÃO

INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA: Aprofundando

# Admite-se interpretação extensiva contra o réu?

1ª Corrente (Nucci e Luiz Regis Prado): É indiferente se a interpretação extensiva beneficia ou prejudica o réu (a
tarefa do intérprete é evitar injustiças).

2ª Corrente (Defensoria Pública): Socorrendo-se do Princípio do “in dubio pro reo”, não admite interpretação
extensiva contra o réu (na dúvida, o juiz de interpretar em seu benefício)

3ª Corrente (Zaffaroni): Em regra, não cabe interpretação extensiva contra o réu, salvo quando interpretação
diversa resultar num escândalo por sua notória irracionalidade.

CUIDADO! Não podemos confundir INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA com INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA

INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA (INTRALEGEM)

O Código, atento ao Princípio da Legalidade, detalha todas as situações que quer regular e, posteriormente, permite
que aquilo que a elas seja semelhante, passe também a ser abrangido no dispositivo

Art. 121, §2º, CP


I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
(...)
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa
resultar perigo comum;
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a
defesa do ofendido;
(...)
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.”

ATENÇÃO! A INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA não se confunde com ANALOGIA

ANALOGIA
Não é forma de interpretação, mas de integração.
Obs:

ANALOGIA: parte-se do pressuposto de que não existe uma lei a ser aplicada ao caso concreto, motivo pelo qual é
preciso socorrer-se de previsão legal empregada à outra situação similar.

www.cers.com.br 3
PRESSUPOSTOS DA ANALOGIA NO DIREITO PENAL

a)
___________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________

b)
___________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________

ART. 181, I C.P.


“Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em prejuízo: (Vide Lei nº
10.741, de 2003)
I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;

ART. 155 § 2º C.P.


Furto
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão
pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa.

www.cers.com.br 4
www.cers.com.br 5

Você também pode gostar