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OAB SEGUNDA FASE – DIREITO CONSTITUCIONAL

PROF. DOUGLAS CRISPIM

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO – PEÇAS PROCESSUAIS – REMÉDIOS


CONSTITUCIONAIS

Endereçamento
Qualificação das partes / fundamento da peça e quando cabível, identificar a “pessoa
jurídica interessada”.
Dos fatos
Do Direito: Do Cabimento e da Competência; Da Legitimidade e Do Mérito.
Medida Liminar.
Dos Pedidos e Fechamento da peça.

DO DIREITO: DO CABIMENTO E DA COMPETÊNCIA


Do CABIMENTO nada mais é do que conceituar o remédio e aplicar no caso concreto.
O famoso:
“COMO SE SABE, CABE o remédio constitucional XXX (Mandado de Segurança)
quando XXX (ato de autoridade pública viola direito líquido e certo) conforme art. 5º
XXXXX e Lei XXXX. ASSIM É o presente caso, já que (a autoridade pública ?????
praticou ato ferindo o direito líquido e certo) do impetrante (dizer o direito que foi
ferido)”
Eis a fórmula genérica. Joga o conceito, junto com o fundamento constitucional e
legal e depois traz o referido conceito ao caso concreto. Percebam que o conceito é
dado pelo próprio INCISO do artigo 5º, portanto, não precisa decorar. Na verdade o
conceito você vai extrair da própria fundamentação da peça no momento da
qualificação inicial. De novo:
COMO SE SABE, CABE o remédio constitucional XXXX(Ação Popular) quando XXX
(houver ato lesivo ao patrimônio público ou ao meio ambiente) conforme art. 5º
XXXXX e Lei XXXX. ASSIM É o presente caso, já que (a autoridade pública ?????
praticou ato dispensar a licitação para contratação de empresas com vínculos
pessoais)”
Por ai vai....
A competência deve ser a mesma do endereçamento.
Então, se você endereçou para o STF a competência para julgar, por óbvio, é do
Supremo. Em suma, nesse ponto singelo apenas nos interessa justificar a razão de
mover ou impetrar a ação nesse ou naquele juízo. Então, vamos tentar fixar a
competência das principais peças.
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MANDADO DE INJUNÇÃO INDIVIDUAL OU COLETIVO


De acordo com a legislação brasileira, a competência para processar e julgar o
mandado de injunção é definida pela autoridade encarregada em viabilizar o
direito fundamental na CF. (art. 5º, LXXI da CF)
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No presente caso, existe a omissão da lei regulamentadora do direito de (...) lei essa
federal (estadual) de competência do (...), o que justifica o ajuizamento desse
remédio constitucional perante o STF/STJ, nos termos do art. (...), da CF.
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Habeas Data

De acordo com a legislação brasileira, a competência para processar e julgar o


habeas data é definida pela hierarquia funcional (art. 5º, LXXII da Constituição
Federal, c/c art. 20 da Lei n. 9.507/97)
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No presente caso, existe ato do Presidente da República indeferindo o pedido de
informações da pessoa do impetrante, o que justifica o ajuizamento desse remédio
constitucional perante o STF, nos termos do art. 102, I, d, da CF.
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Mandado de Segurança Individual e Coletivo


De acordo com a legislação brasileira, a competência para processar e julgar o
Mandado de Segurança é definida pela origem do ato impugnado, (art. 5º, LIX
ou LXX da CF)
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No presente caso, existe ato praticado por (...) razão pela qual a presente ação foi
impetrada nesse juízo (estadual da Fazenda Pública), conforme origem do ato
impugnado.
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Ação Popular

De acordo com a legislação brasileira, a competência para processar e julgar a Ação


Popular é definida pela origem do ato impugnado (art. 5º da Lei 4.717/65).
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No presente caso, existe ato praticado por (...) e sabendo que não há foro
privilegiado ou prerrogativa de função a presente ação foi proposta nesse juízo
(estadual da Fazenda Pública), conforme origem do ato impugnado.
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Ação Civil Pública

De acordo com a legislação brasileira, a competência para processar e julgar a


Ação Civil Pública é definida pelo local onde ocorrer o dano, cujo juízo terá
competência funcional para processar e julgar a causa (art. 2º da Lei 7.347/85).
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No presente caso, existe ato de responsabilidade da União, razão pela qual a


presente ação foi proposta nesse juízo federal, nos termos do Art. 109, I da CF/88.
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Do Direito: Da Legitimidade.

MANDADO DE INJUNÇÃO INDIVIDUAL OU COLETIVO


COLETIVO: A legitimidade ativa é do Sindicato, já que defende os interesses da
categoria, inclusive com dispensa de autorização dos filiados, na forma do art.
12, III da Lei 13.300/2016.
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INDIVIDUAL: A legitimidade ativa é de XXX e, embora titular do direito de???, não
pode dele usufruir, já que há omissão legislativa na regulamentação do referido
direito, surge, assim, para o impetrante a legitimidade ativa no manejo do mandado
de injunção nos termos do art. 5º, LXXI da CF e na forma dos artigos 2º e 3º da Lei
13.300/2016.
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A legitimidade passiva, nos termos do art. 5º, LXXI da CF e na forma dos artigos 2º e
3º da Lei 13.300/2016 é do (...) que detém a prerrogativa de editar a norma
regulamentadora que inviabiliza o direito de (...) – devendo ser aplicado por simetria
a previsão do art. 61, § 1º, II, a da CF/88.
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Habeas Data

Nos termos do art. 5º, LXXII, a, da Constituição Federal e do art. 7º da Lei n.9.507/97
(fulano) é parte legitima a impetrar o presente habeas data. Sabendo que tal direito é
conferido a qualquer pessoa física ou jurídica que requer informações
personalíssimas, exceto no caso de pessoa falecida, a legitimidade ativa fica patente.
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A legitimidade passiva, nos termos do art. 5º, LXXII, a, da Constituição Federal e do
art. 7º da Lei n.9.507/97 é no presente caso do (Presidente da República) já que é o
responsável em conceder as informações pessoais requeridas pela impetrante.
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Mandado de Segurança Individual e Coletivo


A legitimidade ativa do presente remédio constitucional se encontra no art.5, LXIX
(OU LXX) da Constituição Federal e no art. 1º da Lei 12.016/2009. Assim, qualquer
pessoa física como é o presente caso, ou até mesmo jurídica, pode ser titular do
direito líquido e certo e fazer uso do mandado de segurança para sanar a lesão a tal
direito.
Obs. Sendo coletivo deixar claro que há evidente interesse da categoria, ou interesse
dos associados!
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A legitimidade passiva, de acordo com o art.5, LXIX (OU LXX) da Constituição
Federal c/c o art. 1º e art. 6º e § 3º da Lei 12.016/2009, é a autoridade pública ou
agente no exercício da função pública que tenha praticado o ato impugnado ou da
qual emane a ordem para sua prática. No caso, o (....) foi a autoridade que praticou
o ato (ilegal ou abusivo), gerando, assim, o presente mandado de segurança.
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Ação Popular

A legitimidade ativa do presente remédio constitucional se encontra no art.5, LXXIII


da Constituição Federal e no art. 1º, § 3º da Lei 4.717/65. Assim, qualquer cidadão
em pleno gozo dos direitos políticos é parte legítima para atacar ato lesivo ao
patrimônio público, como também a inobservância dos princípios da boa
Administração (art. 37 da CF). No presente caso o (....) do presente remédio
preenche os requisitos subjetivos de ser cidadão, pois possui o título de eleitor,
estando em dia com suas obrigações eleitorais e não se encontra em nenhuma das
condições de privação dos direitos políticos (documentos em anexo).
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A legitimidade passiva, de acordo com o art.5º, LXXIII da Constituição Federal c/c o
art. 6º da Lei 4.717/65 são as pessoas que dão causa a lesão ao patrimônio público.
No caso em tela, a lesão foi praticada pelo (...) bem como as Empresas (...) já que
foram beneficiadas com a contratação da obra no valor (...).
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Ação Civil Pública

Conforme previsto no Art. 1º, I e IV da L.7.347/85, cabe o ajuizamento de Ação


Civil Pública quando for constatada a existência de dano ambiental bem como
violação dos direitos difusos, compreendido como aqueles pertencentes a todos e
a cada um dos componentes da pluralidade indeterminada de pessoas. Assim, nos
termos do Art. 5º, V da referida lei, a ora Autora afigura-se como parte legitima ativa
para a propositura da presente demanda, já que dentre seus objetos sociais, temos
(a proteção do meio ambiente e defesa dos interesses dos moradores).
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Importante ressaltar que no presente caso, ainda que não esteja a Associação
constituído a pelo menos um ano, certo é que o direito pleiteado é de manifesto
interesse social evidenciado pela dimensão do dano e relevância do bem jurídico
a ser protegido, razão pela qual o requisito da pré-constituição da associação
Autora pode ser dispensado nos termos do Art. 5º, §4º da norma citada.
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Já a legitimidade passiva, nos termos do Art. 225, §3º da CF/88, é da empresa Ré,
sendo a mesma a causadora direta do dano ambiental narrado, devendo reparar o
dano. Ademais, também são responsáveis por tais danos e reparação os entes
federados Réus, observada a competência comum prevista no Art. 23, VI da CF/88.
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DOS PEDIDOS

MANDADO DE INJUNÇÃO INDIVIDUAL OU COLETIVO


Diante do exposto, o impetrante requer que seja julgado o presente mandado de
injunção coletivo TOTALMENTE PROCEDENTE, reconhecendo o estado de mora
legislativa, deferindo a injunção para:
a) que seja determinado prazo razoável para que o impetrado promova a edição da
lei regulamentadora do direito (...) da CF/88, conforme art. 8º, I da Lei 13.300/2016.
b) que seja fixada as condições para o efetivo exercício do direito de (...) no caso
da mora legislativa não seja suprida pelos impetrados no prazo estabelecido por este
Egrégio STF, conforme art. 8º, II da Lei 13.300/2016.
b) intimação do Representante do Ministério Público (art.7º, da Lei 13.300/2016).
c) condenação dos impetrados ao pagamento de honorários advocatícios, custas e
despesas processuais.
O impetrante pretende provar o alegado por todos os meios de prova em direito
admitidos

Habeas Data

Diante do exposto, o impetrante requer que seja julgado o presente habeas data
TOTALMENTE PROCEDENTE para que seja assegurado a impetrante o acesso às
informações pessoais constantes nos bancos de dados do governo federal,
marcando data e hora para que sejam entregues as informações requeridas, nos
termos do art. 5º, LXXII da Constituição Federal, c/c art. 3º da Lei n. 9.507/97 e para:
a) que seja notificada a autoridade coatora dos termos da presente ação para que
sejam prestadas as informações, no prazo de dez dias, nos termos do art. 9º da Lei
n. 9.507/97.
b) intimação do Representante do Ministério Público para ser ouvido no prazo de
cinco dias, nos termos do art. 12 da Lei n. 9.507/97.
c) condenação dos impetrados ao pagamento de honorários advocatícios, custas e
despesas processuais.
A impetrante pretende provar o alegado por todos os meios de prova em direito
admitidos, requerendo, desde já, juntada de documentos essenciais conforme
art. 8º, § único da Lei n. 9.507/97
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Mandado de Segurança Individual e Coletivo

Diante do exposto, o impetrante requer:

a) Concessão da liminar sem ouvida da parte contrária, conforme art. 7º, III da Lei
nº 12.016/2009.

b) Notificação da autoridade coatora para prestar as informações no prazo de dez


dias nos termos do art. 7º, I da Lei nº 12.016/2009.

c) Ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica


interessada, para que, querendo, venha ingressar no feito, nos termos do art. 7º, II
da Lei nº 12.016/2009.

d) Intimação do Ministério Público a fim de se manifestar em 10 dias conforme art.


12 da Lei nº 12.016/2009.

e) Juntada das provas pré-constituídas e,

f) No fim, que após confirmação da liminar concedida, seja julgado totalmente


procedente o pedido do presente remédio constitucional para que se garanta o direito
líquido e cede de ????

Ação Popular

Diante do exposto, o Autor requer


a) Concessão da liminar sem ouvida da parte contrária para suspender o ato
de dispensa de licitação com o repasse de verbas públicas para as Empresas Rés
nos termos do art.5º, § 4º da Lei nº 4.717/65.
b) A citação dos Réus para que, querendo, venham contestar a presente ação
no prazo de 20 dias, sob pena da revelia, nos termos do art. 7º da Lei nº 4.717/65.
c) Intimação do Ministério Público nos termos do art. 7º da Lei nº 4.717/65.
d) Confirmada a liminar, seja julgada totalmente procedente a presente ação
para decretar a nulidade do ato lesivo ao patrimônio público.
e) Condenação dos responsáveis no ressarcimento dos danos causados nos
termos do art. 11 da Lei nº 4.717/65.
f) Condenação dos Réus ao pagamento de honorários advocatícios, custas
e demais despesas processuais nos termos do art. 12 da Lei nº 4.717/65.
O autor pretende provar o alegado por todos os meios de provas em Direito
admitidos.
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Ação Civil Pública

Ante todo o exposto, a Autora requer:


A não realização de audiência de conciliação, nos termos do Art. 304, §4º do
CPC, por ser incabível a conciliação.
Deferimento do pedido liminar para determinar à empresa Ré cesse
imediatamente suas atividades.
No mérito, seja julgada totalmente procedente a presente demanda, nos
termos do Art. 487 do CPC, para determinar que:
a. A Empresa (...) cesse suas atividades que ensejaram o despejo de detritos no
Município, sob pena de multa diária por descumprimento, nos termos do Art. 11 da
L. 7.347/85.
b. As autoridades Públicas da União, Estado Alfa e Município de Joana apresentem
plano conjunto de contenção dos danos causados bem como de medidas para
evitar danos futuros.
c. condenar a empresa responsável diretamente pelo dano, a pagar indenização
por danos coletivos causados, a ser arbitrado por Vossa Excelência conforme
dispõe o artigo 3º da Lei 7.347/85;
Requer-se a intimação do Ministério Público para se manifestar, nos termos do
Art. 5º, §1º da L. 7.347/85
Ante a procedência da presente demanda, requer a condenação da Ré em
custas, honorários advocatícios e demais verbas de sucumbência.
Por fim, a ora Autora protesta provar o alegado por todos os meios de prova em
direito admitidos.

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