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AO JUÍZO DA VARA DO TRABALHO DE ________

________ , ________ , ________ , inscrito no CPF


sob nº ________ , ________ , residente e domiciliado
na ________ , ________ , ________ , ________ ,
________ , vem à presença de Vossa Excelência, propor

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
C/C PEDIDO LIMINAR

em face de ________ , pessoa jurídica de direito privado,


inscrita no CNPJ sob nº ________ , ________ , com
sede em ________ , ________ , ________ ,
________ , ________ , e;

________ , pessoa jurídica de direito privado, inscrita no


CNPJ sob nº ________ , ________ , com sede na
________ , ________ , ________ , ________ ,
________ , pelos motivos e fatos que passa a expor.
SÍNTESE DA RELAÇÃO DE TRABALHO

Trata-se de contrato de trabalho para trabalhar no cargo de


________ , com a função de ________ pelo período de ________ horas
diárias, das ________ horas às ________ com ________ de intervalo.

A remuneração contratada para ________ horas semanais foi de


________ .

Ocorre que ________ motivo pelo qual vem em busca da tutela


jurisdicional pela presente Reclamação Trabalhista.

DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO

Inicialmente, insta consignar que a presente ação é deduzida na


Justiça Trabalhista uma vez que os contratos temporários firmados pelo
________ tiveram o objetivo exclusivo de burlar a realização do concurso
público previsto na Constituição Federal, configurando inegável relação
trabalhista de competência deste Juízo, conforme precedentes sobre o tema:

EMENTA RECURSO ORDINÁRIO


MUNICIPAL. PODER PÚBLICO. CONTRATO
TEMPORÁRIO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO
TRABALHO. IRREGULARIDADE. EXISTÊNCIA DE
VÍNCULO EMPREGATÍCIO. Demonstrada a contratação
irregular da autora para prestação de serviço temporário
de excepcional interesse público, reconhece-se a existência
de vínculo empregatício sob a égide da consolidação das
leis trabalhistas. COMPETENTE A JUSTIÇA
OBREIRA PARA JULGAR O PRESENTE FEITO. (...)
(TRT-19 - RO: 00000682420175190058 0000068-
24.2017.5.19.0058, Relator: Antônio Catão, Data de
Publicação: 30/09/2017)

Sendo competente, portanto, a presente Justiça do trabalho para o


julgamento do presente litígio.

DO VÍNCULO EMPREGATÍCIO COM A


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

O Reclamante fora contratado sob a falsa denominação de


"Contrato Temporário" para o cargo de ________ . O reclamante sempre
cumpriu determinações da reclamada mediante remuneração pactuada,
preenchendo todos os requisitos necessários para reconhecimento do vínculo
empregatício previstos no art. 3º da CLT:

“Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que


prestar serviços de natureza não eventual a empregador,
sob a dependência deste e mediante salário”.

O Reclamante, no presente caso preenche todos os requisitos, a


saber:

 Subordinação – O Reclamante era diretamente


subordinado à Reclamada, a qual dava todas as
diretrizes necessárias à execução da prestação do
serviço, mediante ordens e determinações de
________ , não tendo o reclamante qualquer
autonomia na execução das atividades do
reclamante.

 Pessoalidade – As atividades e encargos diários


eram executados exclusivamente pelo Reclamante,
o qual recebeu treinamento específico no início da
relação de emprego, e recebia atribuições
individualmente para o exercício das atividades que
lhe eram delegadas, prestando os serviços com
nítida pessoalidade. Como prova do alegado, junta
________ ;

 Habitualidade – Todas as atividades eram


executadas pelo reclamante nos mesmos horários
com habitualidade, sempre dentro das
determinações impostas pela reclamada, conforme
________ que junta em anexo.

 Onerosidade – O reclamante percebia


habitualmente a remuneração de R$ ________
por mês, conforme extrato de sua conta que junta
em anexo, caracterizando a onerosidade das tarefas
realizadas;

Ademais, diferentemente do que determina a Constituição, a


reclamada deixou de realizar concurso público, não publicou qualquer ato
administrativo ou lei específica para amparar a criação de cargo temporário,
configurando nítido vínculo de emprego, devendo ser reconhecido o vínculo,
conforme precedentes sobre o tema:

PROCESSO SELETIVO SIMPLIFICADO. FUNDAÇÃO


HOSPITAL MUNICIPAL GETÚLIO VARGAS. A despeito
de formalmente a autora ter passado por Processo
Seletivo Simplificado, contratação emergencial
para atender a necessidade temporária de
excepcional interesse público, as partes
entabularam, na prática, verdadeiro contrato de
trabalho regido pela CLT, inclusive com
recolhimentos do FGTS em conta vinculada.
Validade que se reconhece ao contrato, sendo devidos os
direitos decorrentes. (TRT-4 - RO:
00204559220175040732, Data de Julgamento:
26/03/2018, 5ª Turma)

RECURSO ORDINÁRIO - CONTRATO TEMPORÁRIO.


VÍNCULO DE EMPREGO MUNICIPAL. NULIDADE.
EFEITOS. Afastada a hipótese de contrato
administrativo temporário, eis que o reclamado
não comprovou a publicação das leis municipais
que instituíram as relações de trabalho
administrativo temporário, ainda que por afixação no
átrio da prefeitura ou da câmara municipal, sendo certo
que a edilidade sequer trouxe aos autos os
correspondentes diplomas legais, deságua a relação de
trabalho na nulidade decorrente de contratação de
servidor sem concurso público, conforme previsão do
artigo 37, inciso II e § 2º, da Constituição Federal,
hipótese em que o direito é limitado ao pagamento da
contraprestação pactuada e dos valores referentes aos
depósitos do FGTS, conforme dicção da Súmula 363 TST.
Recurso conhecido e improvido. (TRT-7 - RO:
00006435520175070029, Relator: CLAUDIO SOARES
PIRES, Data de Julgamento: 04/12/2017, Data de
Publicação: 05/12/2017)

EMENTA RECURSO ORDINÁRIO MUNICIPAL. PODER


PÚBLICO. CONTRATO TEMPORÁRIO. COMPETÊNCIA
DA JUSTIÇA DO TRABALHO. IRREGULARIDADE.
EXISTÊNCIA DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO.
Demonstrada a contratação irregular da autora
para prestação de serviço temporário de
excepcional interesse público, reconhece-se a
existência de vínculo empregatício sob a égide da
consolidação das leis trabalhistas. (...) (TRT-19 - RO:
00004554820175190055 0000455-48.2017.5.19.0055,
Relator: Antônio Catão, Data de Publicação: 30/09/2017)

Afinal, tem-se como princípio fundamental a responsabilização


daquele que se beneficia do trabalho que foi explorado, conforme destaca a
doutrina especializada:

"O que precisa ficar bem claro é que no campo do


direito do trabalho jamais o beneficiário da
atividade laboral pode ficar de fora da
responsabilidade. Ao contrário de outros segmentos
jurídicos, em que cláusulas contratuais de desoneração de
responsabilidade podem ser livremente pactuadas, no
direito do trabalho o objeto primordial é a energia
humana, a qual, uma vez empreendida, é irrecuperável e
irretornável, sendo considerado imoral, além de
ilegal, que o beneficiário dessa força de trabalho
simplesmente sonegue a contraprestação e se
considere irresponsável pelas reparações
cabíveis." (SILVA, Homero Batista Mateus da. Curso de
Direito do Trabalho Aplicado. Vol 1. Editora RT, 2017.
versão ebook, Cap. 12)

Resta claro, portanto, a presença de todos os requisitos necessários


para o reconhecimento do vínculo empregatício.

DA TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA E O VÍNCULO DE


EMPREGO

O Reclamante, Apesar de formalmente vinculado à primeira


Reclamada, empresa ________ , sempre cumpriu ordens e determinações da
segunda reclamada, empresa ________ , preenchendo todos os requisitos
necessários para reconhecimento do vínculo empregatício previstos no art. 3º
da CLT:

“Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que


prestar serviços de natureza não eventual a empregador,
sob a dependência deste e mediante salário”.

O Reclamante, no presente caso, preenche todos os requisitos,


acima dispostos, em clara descaracterização da terceirização, a saber:

 Atividade-fim da empresa - O Reclamante


executava diariamente os serviço de ________ ,
ou seja, serviços essenciais ligados à atividade-fim
da contratante, revelando a intermediação de mão
de obra fraudulenta;

 Subordinação – O Reclamante era diretamente


subordinado à segunda Reclamada, a qual dava
todas as diretrizes necessárias à execução da
prestação do serviço, mediante ordens e
determinações de ________ , não tendo o
reclamante qualquer autonomia na execução das
atividades do reclamante.

 Pessoalidade – As atividades e encargos diários


eram executados exclusivamente pelo Reclamante,
o qual recebeu treinamento específico no início da
relação de emprego, e recebia atribuições
individualmente para o exercício das atividades que
lhe eram delegadas, prestando os serviços com
nítida pessoalidade. Como prova do alegado, junta
________ ;

 Habitualidade – Todas as atividades eram


executadas pelo reclamante nos mesmos horários
com habitualidade, sempre dentro das
determinações impostas pela reclamada, conforme
________ que junta em anexo.

 Onerosidade – O reclamante percebia


habitualmente a remuneração de R$ ________
por mês, conforme extrato de sua conta que junta
em anexo, caracterizando a onerosidade das tarefas
realizadas;

A terceirização para ser lícita não pode contemplar os elementos


acima citados, que caracterizam inequívoco vínculo de emprego, conforme
matéria sumulada pelo TST:

Súmula 331 do TST:


I – A contratação de trabalhadores por empresa interposta
é ilegal, formando-se o vínculo diretamente com o
tomador dos serviços, salvo no caso de trabalho
temporário (Lei 6.019, de 03.01.1974). (...)

Tais situações, conforme amplamente reconhecido pela doutrina,


trata-se de terceirização ilícita:

A diferença basilar entre “terceirização lícita” e


“terceirização ilícita” repousa na distinção que se faz
entre prestação de serviços e locação permanente de mão
de obra. Se, na prestação de serviço, o componente
primordial é a mão de obra e não o equipamento (como
no caso de mero fornecimento de digitadores), e essa mão
de obra é utilizada quase que exclusivamente pela mesma
empresa tomadora de serviço, por vários anos, o que se
verifica não é uma verdadeira prestação de serviço, mas
o fornecimento de mão de obra mais barata. (LEITE,
Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito do Trabalho. 9ª
ed. Editora Saraiva, 2018. Versão kindle, p.8790)

Ou seja, considerando que ao longo do tempo, a mão de obra do


Reclamante foi explorada para as mesmas atividades e em benefício das
mesmas empresas, tem-se configurada uma verdadeira locação de mão de obra,
configurando a responsabilidade solidária de ambas as Rés, conforme
precedentes sobre o tema:

TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA. RESPONSABILIDADE


SOLIDÁRIA. Comprovada a terceirização de
serviços essenciais ligados à atividade-fim da
contratante, revelando a intermediação de mão de
obra fraudulenta, resta configurada a ilegalidade do
contrato firmado entre as empresas demandadas,
impondo-se reconhecer a responsabilização solidária da
segunda reclamada. (TRT-4 - RO:
00212490420155040403, Data de Julgamento:
26/03/2018, 5ª Turma)

TERCEIRIZAÇÃO. ATIVIDADE-FIM. ILICITUDE. Uma


vez verificada a existência de fraude à legislação
trabalhista, nos termos do artigo 9º da CLT, em
razão da terceirização de serviços ligados à
atividade-fim das tomadoras, por meio de
empresa interposta, deve haver a sua
responsabilização solidária pelos créditos devidos
ao empregado, com fundamento no artigo 942 do Código
Civil, a qual, em face dos limites estabelecidos pelo acordo
entabulado entre as partes, se reconhece como sendo
subsidiária. (TRT-4 - RO: 00201051820165040384, Data
de Julgamento: 16/03/2018, 2ª Turma)

Desta decisão, colaciona-se importante trecho:

"Nesse sentido, entendo ser lícita a terceirização em


apenas quatro hipóteses, quais sejam: trabalho
temporário (Lei nº6.019/74), serviços de vigilância (Lei
nº7.102/83), atividades de conservação e limpeza e
serviços ligados à atividade-meio da tomadora (Súmula
nº 331, III, do TST)"

Sobre este entendimento, importa referir o Enunciado 10,


aprovado na 1ª Jornada de Direito Material e Processual do Trabalho, realizada
em Brasília-DF (novembro, 2007), que propõe a responsabilização solidária em
qualquer hipótese de terceirização, in verbis:

TERCEIRIZAÇÃO. LIMITES. RESPONSABILIDADE


SOLIDÁRIA. A terceirização somente será admitida na
prestação de serviços especializados, de caráter
transitório, desvinculados das necessidades permanentes
da empresa, mantendo-se, de todo modo, a
responsabilidade solidária entre as empresas.

Ademais, mesmo se ao fim, reconheça-se pela licitude da


terceirização, ainda assim, resta consubstanciada a responsabilidade subsidiária
da segunda Reclamada, devendo permanecer no polo passivo, conforme
precedentes sobre o tema:

TERCEIRIZAÇÃO. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA


DO TOMADOR DOS SERVIÇOS. Responde o tomador dos
serviços, subsidiariamente, pela satisfação dos direitos da
parte obreira, quando esta lhe presta serviços em processo
de terceirização de mão de obra, por meio de empresa
interposta que não pode arcar com as obrigações
decorrentes do contrato de trabalho. Constatada a culpa in
vigilando do ente público, este deve assumir,
supletivamente, os direitos trabalhistas dos empregados
da contratada. Aplicação das Súmulas 331, IV, V e VI, do
TST e 16 do TRT/11. Recurso ordinário conhecido e não
provido. (TRT-11 00021510720165110014, Relator:
MARIA DE FATIMA NEVES LOPES, Data de publicação:
21/03/2018)

RESPONSABILIDADE SUBSIDIARIA. TERCEIRIZAÇÃO.


A terceirização de serviços, ainda que lícita, acarreta a
responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços, que
permanece como garantidor das dívidas trabalhistas. Não
importa se a empresa prestadora de serviços possui mais
de uma empresa-cliente, bastando que reste configurada a
transferência a terceiro da mão de obra que, por natureza,
seria contratada diretamente pela tomadora. Assim, é
irrelevante ao caso perquirir se havia prestação de serviços
em exclusividade ou não, bastando ao reclamante
demonstrar que seus serviços foram prestados em favor da
tomadora e que integraram a estrutura da empresa. (TRT-
4 - RO: 00206443720165040334, Data de Julgamento:
21/03/2018, 9ª Turma)

Afinal, tem-se como princípio fundamental a responsabilização


daquele que se beneficia do trabalho que foi explorado, conforme destaca a
doutrina especializada:

"O que precisa ficar bem claro é que no campo do


direito do trabalho jamais o beneficiário da
atividade laboral pode ficar de fora da
responsabilidade. Ao contrário de outros segmentos
jurídicos, em que cláusulas contratuais de desoneração de
responsabilidade podem ser livremente pactuadas, no
direito do trabalho o objeto primordial é a energia
humana, a qual, uma vez empreendida, é irrecuperável e
irretornável, sendo considerado imoral, além de
ilegal, que o beneficiário dessa força de trabalho
simplesmente sonegue a contraprestação e se
considere irresponsável pelas reparações
cabíveis." (SILVA, Homero Batista Mateus da. Curso de
Direito do Trabalho Aplicado. Vol 1. Editora RT, 2017.
versão ebook, Cap. 12)
Portanto, requer a manutenção da segunda Reclamada no polo
passivo e consequente responsabilização pelos créditos trabalhistas resultantes
da presente ação.

DO VÍNCULO DE EMPREGO E DA
DESCARACTERIZAÇÃO DE COOPERAIVA
LEGÍTIMA DE TRABALHO

O trabalho realizado por cooperativas tem uma característica


marcante de reduzir significativamente os encargos trabalhistas (FGTS, 13º
salário, dentre outros), situação relacionada diretamente com o art. 442 da CLT
que dispõe sobre a inexistência de vínculo empregatício entre a cooperativa e
seus associados, nem entre estes e os tomadores de serviços daquela.

Todavia, o contrato de trabalho é marcado pela primazia da


realidade, motivo pelo qual os aspectos formais (adesão à cooperativa)
não obstam à declaração de vínculo empregatício, quando presentes os
pressupostos configuradores da relação de emprego.

DOS PRESSUPOSTOS DO VÍNCULO EMPREGATÍCIO

Apesar da contratação formal de sócio cooperado, o reclamante


sempre cumpriu determinações das duas reclamadas, mediante remuneração
fixa pactuada, preenchendo todos os requisitos necessários para
reconhecimento do vínculo empregatício previstos no art. 3º da CLT, a saber:

Onerosidade – A reclamante era habitualmente


remunerada pela contraprestação do serviço realizado
para a reclamada, em valor fixo previamente determinado
de R$ ________ . Esta remuneração foi pré-estabelecida
ao ato de contratação, sem nunca contar com as sobras
anuais previstas no art. 11, §1º da Lei 12.690/12;

Subordinação – A reclamante era subordinada a ambas


Reclamadas (Cooperativa e Tomadora do Serviço), com
horário fixo previamente estabelecido e controlado
( ________ ), bem como recebia ordens e diretrizes na
execução da prestação do serviço de ________ , não
tendo o reclamante qualquer autonomia ou influência na
execução de suas tarefas;

Pessoalidade – Os encargos eram executados


exclusivamente pelo Reclamante que recebia as
atribuições individualmente, não podendo deixar de estar
presente todos os dias no horário e local determinado,
prestando os serviços com pessoalidade,
comprometimento e zelo;

Habitualidade e não eventualidade – A reclamante


prestava seus serviços rigorosamente nos mesmos
horários (das ________ às ________ horas) com
habitualidade, ________ vezes por semana, com dias e
horários impostos pela reclamada.

Portanto, resta perfeitamente clara a presença de todos os


requisitos necessários para o reconhecimento do vínculo empregatício,
configurando a cooperativa como mera INTERMEDIÁRIA DE MÃO DE OBRA,
em clara inobservância ao disposto no Art. 5º da Lei 12.690/12:
Art. 5o A Cooperativa de Trabalho não pode
ser utilizada para intermediação de mão de obra
subordinada.

Trata-se de meio ilícito para fraudar os direitos garantidos pela


legislação trabalhista, inclusive o registro em CTPS, devendo ser reconhecido o
vínculo de emprego e consequente pagamento da íntegra das verbas
trabalhistas, conforme precedentes sobre o tema:

REMESSA OFICIAL E APELAÇÃO EM EMBARGOS À


EXECUÇÃO FISCAL. CDA. CONTRIBUIÇÃO AO FGTS.
AUTUAÇÃO. SERVIÇO PRESTADO POR COOPERATIVA.
VÍNCULO EMPREGATÍCIO ENTRE OS COOPERADOS E
A TOMADORA DE SERVIÇOS NÃO COMPROVADO.
RECURSOS IMPROVIDOS. I. (...) V. Da análise da
legislação trabalhista, infere-se que a mera obediência a
requisitos formais não é suficiente para a consideração da
ausência de vínculo empregatício entre o cooperado e
tomador de serviços. Há que se ter conta os princípios
protetivos do direito do trabalho, dentre os quais se
destaca o princípio da primazia da realidade, segundo o
qual, os fatos prevalecem sobre a forma contratual. Tal
princípio privilegia o conteúdo sobre a forma na
configuração do contrato de emprego. Desta feita, não
são os contratantes que determinam a existência
ou não de um contrato de emprego, mas sim o
modo pelo qual os serviços são desenvolvidos. VI.
Assim, não basta o rótulo de trabalho cooperativo
para que a relação de trabalho fique assim
caracterizada. Se, de fato, ocorrer relação de
emprego - com as características de pessoalidade,
não eventualidade, remuneração mediante
salário, dependência e subordinação - a forma
cede lugar à situação real, reconhecendo-se o
vínculo empregatício entre o cooperado e o
tomador de serviços.
VII. In casu, da análise dos documentos carreados aos
autos, observa-se que há alguns indícios que apontam para
uma possível contratação irregular entre a cooperativa e a
tomadora de serviço, especialmente quando se constata o
rígido controle de horários e folgas efetuado por parte do
Edifício Metropolitan Park Plaza.
VIII. Não obstante, para restar configurada a relação de
vínculo empregatício seria necessário provas mais
robustas que caracterizassem a subordinação, a
habitualidade e a pessoalidade do serviço prestado.
IX. (...) XI. Remessa oficial e apelação improvidas. (TRF
3ª Região, PRIMEIRA TURMA, APELREEX -
APELAÇÃO/REMESSA NECESSÁRIA - 2193078 -
0002067-74.2012.4.03.6182, Rel. Des. Federal VALDECI
DOS SANTOS, e-DJF3 DATA:13/09/2017 )

COOPERATIVA. VÍNCULO DE EMPREGO. Na hipótese


dos autos, as provas apontam para a ocorrência de
contratação fraudulenta de mão de obra, impondo-se, por
conseguinte, o reconhecimento do vínculo empregatício,
na forma preconizada pela CLT. Recurso ordinário do
reclamante a que se dá provimento parcial . (TRT-2,
1000522-39.2017.5.02.0323, Rel.NELSON NAZAR- 3ª
Turma - DOE 12/09/2017)

Deve imperar a primazia da realidade sobre os aspectos formais,


devendo, pois, desconsiderar todos os atos praticados com o objetivo de fraudar
a aplicação dos preceitos da CLT, com o necessários reconhecimento do vínculo
empregatício.
DA DESCARACTERIZAÇÃO DE COOPERATIVA
LEGÍTIMA

A Lei nº 12.690/2012 estabelece claramente as condições para a


caracterização de uma cooperativa de trabalho legítima:

Art. 2º Considera-se Cooperativa de Trabalho a sociedade


constituída por trabalhadores para o exercício de suas
atividades laborativas ou profissionais com proveito
comum, autonomia e autogestão para obterem melhor
qualificação, renda, situação socioeconômica e condições
gerais de trabalho.

§ 1º A autonomia de que trata o caput deste artigo deve ser


exercida de forma coletiva e coordenada, mediante a
fixação, em Assembleia Geral, das regras de
funcionamento da cooperativa e da forma de execução dos
trabalhos, nos termos desta Lei.

§ 2º Considera-se autogestão o processo democrático no


qual a Assembleia Geral define as diretrizes para o
funcionamento e as operações da cooperativa, e os sócios
decidem sobre a forma de execução dos trabalhos, nos
termos da lei.

Ocorre que, conforme passará a demonstrar, não existiu durante


todo o período aquisitivo as características de cooperado, tais como:
a) Ausência de autogestão - Os contratos,
remuneração, gestão da administração da Cooperativa,
avaliações de investimentos ou promoções não são
submetidas a Assembleias, sendo diretrizes tomadas por
um pequeno núcleo diretivo;

b) Ausência de processo democrático - Nunca houve


uma chapa concorrente à Diretoria e as assembleias não
ocorriam conforme formalizadas, sendo elaborada por um
grupo diretivo e coleta posterior de assinaturas;

c) Ausência de autonomia - todo o organograma,


horários de trabalho e valores de remuneração já eram
previamente definidos pelas Reclamadas;

d) Ausência de participação financeira dos


cooperados - uma vez que nunca tiveram acesso à
divisão das sobras líquidas do negócio;

A Lei 12.690/12 não é observada, descaracterizando a Cooperativa


como legítima, enquadrando-se como mera intermediadora de mão de obra, em
manifesto desvirtuamento de finalidade.

Assim, requer o reconhecimento do vínculo de emprego entre o


Reclamante e a Reclamada, com a condenação ao pagamento de todas as verbas
trabalhistas e rescisórias, conforme indicado no pedido.
HORAS EXTRAS À DISPOSIÇÃO DO EMPREGADOR

O Reclamante, além de realizar fielmente suas atividades como


acordado, era obrigado a prolongar sua jornada em até ________ minutos
antes seu horário, para ________ e ________ minutos depois para
________ .

Ou seja, estava à disposição do Empregador em mais ________


minutos além do horário contratual, sendo devido o reconhecimento de jornada
de trabalho:

HORAS EXTRAS. TEMPO GASTO À DISPOSIÇÃO DA


EMPRESA. As atividades do tipo da desenvolvida pelo
Autor implicam em muito suor e contato com diversos
materiais que acabam sujando o indivíduo, não sendo
razoável exigir-se que saia do trabalho uniformizado e sem
banho. Logo, ante a impossibilidade de o Autor ir embora
após o término do trabalho, esse tempo gasto no vestiário
deve ser pago como horas extras. Aplicação analógica da
Súmula 429 do TST. (TRT-1 - RO:
00117353320155010040, Relator: GISELLE BONDIM
LOPES RIBEIRO, Data de Julgamento: 15/03/2017,
Sétima Turma, Data de Publicação: 31/03/2017)

JORNADA DE TRABALHO. TEMPO À DISPOSIÇÃO DA


EMPRESA. HORAS EXTRAS. Inclui-se na jornada do
empregado o tempo em que permanece nas dependências
da empresa à sua disposição. Tal período deve ser
computado na apuração das horas extras. Recurso
ordinário a que se nega provimento. (TRT-6 - RO:
00006892820165060281, Data de Julgamento:
05/06/2017, Terceira Turma)

HORAS EXTRAS. TROCA DE UNIFORME. O tempo


despendido pelo empregado na troca de uniforme, quando
ultrapassados os cinco minutos de tolerância previstos no
§ 1º do artigo 58 da CLT, caracteriza-se como tempo à
disposição do empregador, consoante Súmula 366 do C.
Tribunal Superior do Trabalho. Recurso da reclamada não
provido, no particular. HORAS EXTRAS. ACORDO DE
COMPENSAÇÃO. INVALIDADE. A prestação habitual de
horas extras e o labor em condições insalubres sem a
prévia autorização do poder público, nos termos do art. 60
da CLT, invalidam o acordo compensatório de horas
extras. Entendimento firmado pelo Pleno deste Regional
no julgamento do IUJ 0024170-23.2015.5.24.0000.
Recurso do reclamante provido. (TRT-24
00248537120155240061, Relator: RICARDO GERALDO
MONTEIRO ZANDONA, 2ª TURMA, Data de Publicação:
14/02/2017)

Razão pela qual, o tempo dedicado a ________ deve ser


computado como hora extra e repercutir em todos os seus reflexos, conforme
cálculo discriminado em anexo.

DOS REQUERIMENTOS

Diante todo o exposto REQUER:

1. O deferimento do pedido liminar para:


1.1 que seja expedido alvará judicial, bem como a certidão
narrativa, para que a Reclamante possa sacar seu FGTS e
habilitar-se no programa do Seguro Desemprego, nos
termos do art. 300 do CPC, bem como seja imediatamente
corrigida a notação e consequente liberação da CTPS, sob
pena de multa diária, aplicado subsidiariamente por força
do art. 769 da CLT;

1.2 que seja determinado à Reclamante a exibição de


documentos ________ à composição das provas
necessárias a esta demanda, para fins de que seja
mensurado os valores devidos;

2. A citação dos Réus para responder a presente ação, querendo;

3. Que seja designada audiência de conciliação ou mediação na forma


do previsto no artigo 334 do NCPC;

4. A produção de todas as provas admitidas em direito, em


especial a documental, testemunhal e ________ , com a inversão do
ônus da prova nos termos do Art. 818, §1º da CLT;

DOS PEDIDOS

A total procedência da presente Reclamatória, condenando o


Reclamado a:

5. Seja a reclamada condenada ao pagamento dos reflexos do


presente pedido nas verbas trabalhistas do seguinte período
________ :

a) Salários - R$ ________ ;

b) Horas extras - R$ ________ ;

c) Férias - R$ ________ :

d) Décimo terceiro - R$ ________ ;

e) Aviso prévio, nos termos do Art. 487 da CLT - R$


________ ;

f) FGTS sobre verbas rescisórias - R$ ________ ;

g) Multa de 40% sobre saldo do FGTS - R$ ________ ;

h) Gratificações - R$ ________ ;

j) Adicional de periculosidade - R$ ________ ;

l) Adicional de insalubridade - R$ ________ ;


j) Adicional noturno - R$ ________ ;

l) Diferença da hora reduzida noturna - R$ ________ ;

m) Repouso semanal - R$ ________ ;

n) Multa do Art. 477, § 8º, da CLT - R$ ________ ;

o) ________

6. Seja condenada a reclamada ao pagamento da multa do artigo 477,


§8º, da CLT, pelo desatendimento do prazo para efetivação e
pagamento da rescisão;

Valor devido R$ ________

7. Seja condenado ao pagamento dos honorários do procurador do


Reclamante na razão de 15% sobre o valor bruto da condenação, nos
termos do Art. 791-A;

Valor devido R$ ________

8. Seja determinado o recolhimento da contribuição previdenciária


de toda a contratualidade;
Valor devido R$ ________

9. Seja determinado o pagamento imediato das verbas


incontroversas, sob pena de aplicação da multa do artigo 467 da CLT;

Multa, se devida R$ ________

10. Requer a aplicação de juros e correção monetária até o efetivo


pagamento das verbas requeridas.

Requer que as intimações ocorram EXCLUSIVAMENTE em nome do


Advogado ________ , OAB ________ .

Por fim, manifesta o ________ na audiência conciliatória, nos termos do Art.


319, inc. VII do CPC.

Junta em anexo os cálculos discriminados das verbas requeridas nos termos do


Art. 840, §1º da CLT.

Dá à presente, para fins de distribuição, o valor de R$ ________

Nestes termos, pede deferimento.

________ , ________ .

________ ,
________

Documentos anexados:

1. Prova do recebimento

2. Provas da subordinação

3. Prova da habitualidade

4. Prova do recebimento

5. Provas da subordinação

6. Prova da habitualidade

7. Procuração

8. RG e CPF do Reclamante

9. Comprovante de residência

10. CTPS Reclamante

11.Cópia contracheques

12. Cópia do extrato da conta do FGTS

13. Cópia do atestado de saúde demissional

14. Incluir cálculo discriminados - Art. 840, §¹º CLT


15. Demais documentos relacionados a cada argumento

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