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UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL – CVALE

Prática Jurídica V - Trabalho - Turma SA

GRADUAÇÃO: 2023/4

Professora Anelise Rigo De Marco

PEÇAS E RELATÓRIOS

1
Acadêmicos(as): Diovane Machado e Greice Scherer.

São Sebastião do Caí, 23 de novembro de 2023.

SUMÁRIO

META 1 – QUADRO DE RECURSOS........................................................................3


META 2 - AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO........................................................................4
META 3 - INQUÉRITO E APURAÇÃO DE FALTA GRAVE........................................7
META 4 - INCIAL TRABALHISTA – SUMARÍSSIMO...............................................11
META 5 - INICIAL - RITO ORDINÁRIO - CASO SIMULADO...................................18
META 6 - CONTESTAÇÃO - CASO SIMULADO.....................................................29
META 7 – QUESITOS..............................................................................................37
META 8 - ATA DA AUDIÊNCIA SIMULADA - LAUDO PERICIAL............................41
META 9 - RECURSO ORDINÁRIO..........................................................................67
META 10 - RECURSO DE REVISTA.......................................................................70
META 11 - AGRAVO DE PETIÇÃO.........................................................................80
RELATÓRIOS..........................................................................................................84

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META 1 – QUADRO DE RECURSOS

TODAS AS RESPOSTAS DEVEM SER FUNDAMENTADAS NA LEGISLAÇÃO

1) Preencher o quadro abaixo referente aos principais recursos trabalhistas:

RECURSO FUNDAMENTO HIPÓTESE DE ÓRGÃO


LEGAL CABIMENTO JULGADOR

Recurso ordinário Art. 895, CLT Decisões Tribunal Regional


definitivas da vara do Trabalho
do trabalho;
Decisões
terminativas dos
Tribunais do
Trabalho

Recurso de Art. 896, CLT Divergência Tribunal Superior


revista jurisprudencial, do Trabalho
divergência de
interpretação e
violação de lei ou
da CF

Agravo de Art. 897, CLT Quando juiz nega Tribunal Regional


instrumento seguimento ao ou Superior
recurso interposto
e a parte pretende
destrancá-lo

Agravo de petição Art. 897, §1º, CLT Em face de Tribunal Regional


sentença de do Trabalho
embargos de
execução,
embargos de
adjudicação ou
embargos a
arrematação

3
Embargos de Art. 897-A, CLT Esclarecer Tribunal Regional
declaração obscuridade ou do Trabalho ou
eliminar Tribunal Superior
contradição; suprir do Trabalho
omissão de ponto
ou questão sobre
qual devia se
pronunciar o juiz
de ofício ou a
requerimento;
corrigir erro
material

Embargos de Art. 874, II, CLT Divergência em Tribunal Superior


divergência casos de do Trabalho
julgamento do
recurso
extraordinário,
recurso especial.

META 2 - AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO

AO JUÍZO DA VARA DO TRABALHO DE SANTIAGO-RS.

PÉS COMÉRCIO DE CALÇADOS LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita


no CNPJ sob o nº xxxxxxxxx, com sede na cidade de Bossoroca/RS, representada
neste ato por seu sócio administrador, PEDRO OSÓRIO, brasileiro, casado,
empresário, portador da identidade nº xxxxxxxxxxxxx, inscrito no CPF sob o nº
xxxxxxxxxxx, residente e domiciliado na rua xxxxxxxxxx, bairro xxxxxxxxxx, na

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cidade de Bossoroca/RS, vem, por intermédio de seus procuradores que esta
subscreve, com fundamento no artigo 477§ 7 da Consolidação das Leis do Trabalho
(CLT), propor a AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO

Em face de AUGUSTA FESTEIRA, brasileira, solteira, portadora da identidade nº


xxxxxxxxxxxxx, inscrita no CPF sob o nº xxxxxxxxxxx, residente e domiciliada na
xxxxxxxx, bairro xxxxxxxxxx, na cidade de Bossoroca/RS, com fundamento nos
fatos e fundamentos a seguir expostos:

I. DOS FATOS

PEDRO OSÓRIO, sócio administrador da empresa PÉS COMÉRCIO DE


CALÇADOS LTDA, localizada em BOSSOROCA/RS, resolve dispensar por justa
causa o empregado AUGUSTA FESTEIRA, após faltar injustificadamente desde o
dia 03 de julho de 2023, não obstante outras punições pretéritas no mesmo sentido,
conforme comprovam as advertências assinadas por AUGUSTA. A empregada que
lá trabalhava desde 03 de outubro de 2019, não havia usufruído de férias e recebia
como último salário a importância de R$1.100,00 (Hum mil e cem reais) acrescido
20% de insalubridade sobre o salário mínimo nacional vigente. A empresa, no dia 03
de agosto, enviou notificação para que o funcionário comparecesse ao emprego a
fim de justificar suas faltas. A empregada compareceu em 10 de agosto de 2023
para receber o salário de julho e justificou suas faltas do período de 3 a 20 de julho
por apresentar sintomas de covid que o manteram em isolamento neste período,
sem apresentação de atestado médico. Ao passar o período de isolamento, no dia
21 de julho, foi realizar uma doação de sangue no hospital para sua avó que estava
hospitalizada, porém não apresentou o comprovante para a empresa. No período de
22 a 28 de julho teve que afastar-se novamente, pois machucou o pé andando de
bicicleta. Não estava conseguindo se locomover para o trabalho e permaneceu em
casa de repouso sem apresentar atestado. Por fim, justificou a sua ausência após
28 de julho em razão de estar com sintomas de influenza B. Disse ainda, que teve
uma gastroenterite que durou 7 dias (sem atestado). Dessa forma, o mesmo
notificou sua demissão por justa causa no dia 10 de agosto e inconformada com a
atitude patronal, AUGUSTA FESTEIRA recusa-se a assinar a notificação, inclusive a
entregar sua CTPS para anotação de baixa e também a receber qualquer verba
rescisória.

II. DO CABIMENTO

Nos termos do artigo 477 da CLT, em caso de recusa do empregado em receber as


verbas rescisórias ou em assinar a notificação de dispensa, o empregador poderá
efetuar o pagamento mediante consignação em pagamento, a fim de liberar-se de
sua obrigação e assim evitar multas previstas no artigo 477 § 8 da CLT.

Portanto, cabível a presente ação.

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III. DOS FUNDAMENTOS

III.I JUSTA CAUSA

Nos termos do artigo 482 da CLT, a empregadora pode rescindir o contrato de


trabalho por justa causa quando o empregado incorrer em abandono de emprego,
caracterizado pela ausência injustificada por mais de 30 (trinta) dias consecutivos.

Portanto, considerando que a empregada AUGUSTA FESTEIRA faltou mais de 30


dias e não apresentou justificativa, configurou-se abandono de emprego, ensejando
sua demissão por justa causa, conforme disposto no artigo 482, "I", da CLT e
SÚMULA Nº 32 do TST.

Presume-se o abandono de emprego se o trabalhador não retornar ao serviço no


prazo de 30 (trinta) dias após a cessação do benefício previdenciário nem justificar o
motivo de não o fazer.

No mais, houve também a prática prevista no artigo 482 “E” da CLT, visto que
incorreu em "dissidia no desempenho das respectivas funções", visto que possuía
faltas injustificadas e diversas advertências, ensejando assim demissão por desídia.

IV.VERBAS RESCISÓRIAS

A empregada possui as seguintes verbas trabalhistas:

Saldo do salário;

Férias vencidas+1\3;

FGTS\saldo de salário;

Saldo INSS.

Totalizando assim o montante de R$: 6.547,19.

DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer-se:

A) A notificação da ré AUGUSTA FESTEIRA para levantar o depósito no valor de


R$ 6.547,19, dando total quitação à empregadora, ou para contestar a presente
reclamação, se desejar, sob pena de revelia e confissão quanto à matéria de fato;

B) Expedição da guia de depósito para consignar em juízo o valor de R$ 6.547,19.

C) A procedência da presente ação, determinando-se a consignação das verbas


rescisórias devidas à ré AUGUSTA FESTEIRA, nos termos do artigo 477 da CLT, e,
em consequência, autorizando-se a anotação da baixa na CTPS;

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D) A condenação da ré ao pagamento das custas processuais e honorários
advocatícios.

Dá-se à causa o valor de R$ 6.547,19.

Nestes termos, pede deferimento.

Santiago-RS, 14 de Agosto de 2023.

Advogados

OAB\RS

OAB\RS

META 3 - INQUÉRITO E APURAÇÃO DE FALTA GRAVE

AO JUÍZO DA VARA DE TRABALHO DE SAPIRANGA/RS

METALÚRGICA DO BRASIL LTDA, inscrita no CNPJ sob o nº (...), cuja sede se


localiza(...), por seu advogado que esta subscreve, nos termos da Procuração
Anexa, vem, com fundamento no art. 853 da CLT concomitantemente com o art. 319
do CPC, propor:

INQUÉRITO JUDICIAL PARA APURAÇÃO DE FALTA GRAVE

em face de Francisco Beltrão, nacionalidade (...), estado civil (...) ou união estável,
profissão (...), data de nascimento (...), nome da mãe(...), portador da cédula de
identidade RG nº (...), inscrito no CPF/MF sob o nº (...), número e série da CTPS
(...), número do PIS (...), endereço(...), pelas razões de fato e de direito a seguir
expostas:

I – DO CONTRATO DE TRABALHO

7
O Requerido foi contratado pela Metalúrgica do Brasil LTDA em 01.11.2018, para
exercer a função de Torneiro Mecânico.

Cumpria a jornada de 8h horas diárias, de segunda-feira a sexta-feira, das 08h às


16h Foi suspenso em 09.08.2023, tendo recebido como último salário o valor de R$
400,00 equivalentes aos 8 dias trabalhados do mês, até a suspensão em
09/08/2023.

II – DA FALTA GRAVE

Em 09 de agosto de 2023, durante graeve na empresa, o reclamado, qualificado nos


autos, agrediu fisicamente o diretor da empresa, bem como depredou vários
veículos desta. A greve foi considerada ilegal e abusiva perante o Tribunal Regional
do Trabalho da 4ª Região e o empregado foi suspenso por 20 dias a partir de
09.08.2023 como medida inicial para que a empresa possa tomar as providências
cabíveis.

Desta forma incidiu o empregado em falta grave ao agir de forma violenta, nos
termos do art. 482, b, da CLT.

"Art. 482 - Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo
empregador:

b) incontinência de conduta ou mau procedimento;".

Em consonância ao dispositivos vimos a Súmula 379 TST:

"O dirigente sindical somente poderá ser dispensado por falta grave mediante a
apuração em inquérito judicial, inteligência dos arts. 494 e 543, § 3º, da CLT".

Vejamos o que o art. 543 §3º da CLT menciona:

"Art. 543 - O empregado eleito para cargo de administração sindical ou


representação profissional, inclusive junto a órgão de deliberação coletiva, não
poderá ser impedido do exercício de suas funções, nem transferido para lugar ou
mister que lhe dificulte ou torne impossível o desempenho das suas atribuições
sindicais.

§ 3º - Fica vedada a dispensa do empregado sindicalizado ou associado, a partir do


momento do registro de sua candidatura a cargo de direção ou representação de
entidade sindical ou de associação profissional, até 1 (um) ano após o final do seu
mandato, caso seja eleito inclusive como suplente, salvo se cometer falta grave
devidamente apurada nos termos desta Consolidação".

III – DA SUSPENSÃO

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Em razão da falta grave cometida pelo empregado, ora requerido, o empregador,
ora requerente, suspendeu-o, nos termos do art. 494 da CLT, instaurando o
presente inquérito no prazo de 30 (trinta) dias.

"Art. 494 - O empregado acusado de falta grave poderá ser suspenso de suas
funções, mas a sua despedida só se tornará efetiva após o inquérito e que se
verifique a procedência da acusação.

Parágrafo único - A suspensão, no caso deste artigo, perdurará até a decisão final
do processo".

IV - DAS VERBAS RESCISÓRIAS

A pontualidade no pagamento das verbas rescisórias é crucial para assegurar a


estabilidade financeira do trabalhador no período pós-desligamento.

Em casos de falta grave do empregado, a empresa pode se beneficiar da dispensa


sem a obrigação de pagar, por exemplo, aviso prévio, multa do FGTS e outras
verbas que seriam devidas em uma rescisão sem justa causa. No caso em tela caso
deferida as verbas rescisórias serão devidas em saldo de salário e férias a luz do
art. 130 e 137 da CLT.

V – DO PEDIDO

Ante o exposto requer a declaração de rescisão do contrato do trabalho por justa


causa;

Seja julgada procedente a presente ação, reconhecendo a existência de falta grave


cometida pela requerida, e extinguir o contrato de Individual do trabalho, por justa
causa, a partir da data de suspensão disciplinar aplicada.

VI – DA PROCEDÊNCIA

Requer a procedência da presente ação, declarando a rescisão do contrato de


trabalho por justa causa e condenando o Requerido no pedido e custas, com
atualização monetária e juros.

VII – DAS PROVAS

Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos,


juntada de novos documentos, oitiva de até seis testemunhas, estudos técnicos e o
que mais se fizer necessário para a elucidação dos fatos.

VIII – DA NOTIFICAÇÃO

Requer, por fim, se digne Vossa Excelência determinar a NOTIFICAÇÃO do


Requerido para comparecer à audiência a ser designada por esse digno Juízo e,

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nesta ocasião, responder aos termos da presente ação, podendo sofrer os efeitos
da revelia e confissão (Súmula 74 do Tribunal Superior do Trabalho).

"SÚMULA Nº 74 - CONFISSÃO

I - Aplica-se a confissão à parte que, expressamente intimada com aquela


cominação, não comparecer à audiência em prosseguimento, na qual deveria depor.
(ex-Súmula nº 74 - RA 69/1978, DJ 26.09.1978)

II - A prova pré-constituída nos autos pode ser levada em conta para confronto com
a confissão ficta (art. 400, I, CPC), não implicando cerceamento de defesa o
indeferimento de provas posteriores. (ex-OJ nº 184 da SBDI-1 - inserida em
08.11.2000)

III- A vedação à produção de prova posterior pela parte confessa somente a ela se
aplica, não afetando o exercício, pelo magistrado, do poder/dever de conduzir o
processo".

IX – DO VALOR DA CAUSA

Dá-se à causa o valor de R$ 5.930,00 (cinco mil novecentos e trinta reais)

Nestes termos,

Pede deferimento.

Sapiranga/RS, 17 de agosto de 2023

____________________________

Advogada

OAB/RS XXX

Salário: R$ 1.500,00

01/11/2020 à 30/10/2021 dobro R$ 4.000,00

01/11/2021 à 30/10/2022 simples R$ 2.000,00

Saldo de Salário 8 dias (01/08/2023 À 09/08/2023) = R$ 400,00

10
(-) INSS R$ 470,00

FÉRIAS VENCIDAS R$ 6.000 + SALDO DE SALÁRIO 8 DIAS R$ 400,00 = R$


6.400

(-) INSS R$ 470,00

TOTAL A RECEBER R$ 5.930,00

FGTS (depositado)

--------------------------------------------------------

Salário R$ 1.500,00

Férias

PA

01/11/2018 à 30/10/2019 paga

01/11/2019 à 30/10/2020 paga

META 4 - INCIAL TRABALHISTA - SUMARÍSSIMO

AO JUÍZO DO TRABALHO DA (...) VARA DO TRABALHO DA DE SÃO LEOPOLDO


- POSTO DE SÃO SEBASTIÃO DO CAÍ/RS

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MARIA DA SILVA, brasileira, solteira, inscrita no CPF sob n° (...), RG nº (...), PIS nº
(...), residente e domiciliada na Rua (...), nº (...), Bairro (...), de Alto Feliz/RS, CEP
(...), vem à presença de vossa excelência, por intermédio de seu advogado infra
assinado, ajuizar ação conforme art. 852 - A e seguintes;

RECLAMATÓRIA TRABALHISTA COM RITO SUMARISSÍMO

Em face de CONTA EXATA CONTABILIDADE E ASSESSORIA LTDA, pessoa


jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ (...), com sede na Rua (...), nº (...),
Bairro(...), de Alto Feliz/RS CEP (...) pelos motivos e fatos abaixo expostos:

I- DA JUSTIÇA GRATUITA

A requerente é economicamente carente, não tendo condições de arcar com o


pagamento das custas processuais, honorários advocatícios sem que seu sustento
e de sua família seja prejudicado, conforme a declaração de hipossuficiência.
Assim, pleiteia a concessão dos benefícios da justiça gratuita, conforme disposto no
Art. 98 do CPC c/c o Art. 5º, inciso LXXIV da Constituição Federal e Art. 790, § 4º da
CLT.

II - DOS FATOS

A reclamante foi admitida pelo reclamado, em um escritório de contabilidade


CONTA EXATA CONTABILIDADE E ASSESSORIA LTDA, no dia 03/03/2021, para
exercer a função de auxiliar de escritório, de segunda a sexta-feira com o horário
das 08:00h às 12:00h e das 14:00h às 18:00h, recebendo inicialmente o valor de R$
1.200,00 (mil e duzentos reais mensais), logo em Março de 2022 teve um reajuste e
seu salário ficou em R$ 1.400,00 (mil e quatrocentos reais) a mesma recebia
também auxílio alimentação.
Ocorre que, apesar da relação de emprego ser inegável, como será demonstrado
adiante o reclamado jamais assinou a CTPS da reclamante, bem como não efetuou
os depósitos a título de FGTS relativo ao período trabalhado, sendo que também
não usufruiu de férias em todo o período. No demais, em agosto de 2023, a
reclamante foi dispensada sem justa causa e sem receber suas verbas rescisórias.
Tendo em vista os argumentos jurídicos a seguir apresentados, interpõe-se a
presente Reclamação Trabalhista no intuito de serem satisfeitos todos os direitos do
Reclamante.

III - DO DIREITO

A. DO VÍNCULO EMPREGATÍCIO

A reclamante não foi registrada pela reclamada para exercer a função de auxiliar de
escritório, que foi admitida em 03 de março de 2021, permanecendo nessa função
até o dia 24 de agosto de 2023, quando foi dispensada injustamente.
Destaca-se que a reclamante jamais teve a sua CTPS assinada pela reclamada,
conforme exigência prevista no artigo 29 da CLT.

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Conforme pode-se notar no Art. 3º da CLT, o legislador trouxe o conceito de
empregado estabelecendo todos os requisitos necessários para que um indivíduo
seja reconhecido como empregado.

Art. 3º. Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de
natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário.
Parágrafo único - Não haverá distinções relativas à espécie de emprego e à
condição de trabalhador, nem entre o trabalho intelectual, técnico e manual.

De tal maneira para ser considerado é necessário que todos os requisitos trazidos
pela legislação estejam preenchidos cumulativamente.
Durante todo o período que a reclamante prestou serviço ao reclamado, estavam
presentes todas as características do vínculo de emprego, sendo eles a
pessoalidade, onerosidade, subordinação e não eventualidade. A reclamante
cumpria sua jornada de trabalho delimitada pelo empregador.
Dessa forma, requer seja reconhecido o vínculo empregatício, para que o reclamado
proceda à anotação da CTPS da reclamante, surtindo todos os efeitos legais como
pagamento referente a todas as verbas rescisórios e indenizatórias, advindas da
rescisão do contrato de trabalho sem justa causa, bem como a liberação das guias
de seguro ou pagamento de indenização correspondente.

B. DAS DIFERENÇAS SALARIAIS

Como relatado acima, a reclamante exercia a função de de auxiliar de escritório


recebendo inicialmente R$ 1.200,00 mensalmente, ocorre que a referida atividade
enquadra-se perfeitamente na sua categoria, restando evidenciado o
descumprimento do piso da categoria que é de R$ 1.388,00 referente à março de
2021 até Março de 2022. Conforme convenção coletiva do piso da categoria, uma
vez que a reclamante recebia o valor de R $1.400,00 sendo que o piso da categoria
é de R $1.474,73.
Motivos pelos quais, requer o reconhecimento e imediato pagamento das diferenças
salariais que é de R$ 7.764,76 conforme cálculo em anexo.

C. DAS DIFERENÇAS DE 13 SALÁRIO

A reclamante tem direito a receber de todos os anos o 13º salário, conforme prevê
as leis 4090/62 e 4749/65, onde preceituam que o décimo terceiro salário terá que
ser pago até o dia 20 de dezembro de cada ano, sendo ainda certo que a fração
igual ou superior a 15 dias de trabalho será havida como mês integral para efeitos
do cálculo de décimo terceiro salário.
Assim tendo iniciado o contrato da reclamante no dia 03 de março de 2021 com
término no dia 24 de agosto de 2023, deverá ser paga somente a diferença do
décimo terceiro salário que é no valor de R$ 464,94.
Uma vez que o décimo terceiro salário já foi pago e restou somente a diferença do
valor devido ao piso da categoria.

D. DAS FÉRIAS VENCIDAS

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A reclamante prestou serviço para a reclamada no período de 03 de março de 2020
a 20 de fevereiro de 2022, sem, no entanto, ter gozado de férias como garante o Art.
130, I, da CLT.

Art. 130 - Após cada período de 12 (doze) meses de vigência do contrato de


trabalho, o empregado terá direito a férias, na seguinte proporção: I - 30 (trinta) dias
corridos, quando não houver faltado ao serviço mais de 5 (cinco) vezes; II - 24 (vinte
e quatro) dias corridos, quando houver tido de 6 (seis) a 14 (quatorze) faltas; III - 18
(dezoito) dias corridos, quando houver tido de 15 (quinze) a 23 (vinte e três) faltas;
IV - 12 (doze) dias corridos, quando houver tido de 24 (vinte e quatro) a 32 (trinta e
duas) faltas. § 1º - É vedado descontar, do período de férias, as faltas do
empregado ao serviço. § 2º - O período das férias será computado, para todos os
efeitos, como tempo de serviço.

Diante disso requer a condenação da reclamada, ao pagamento de férias vencidas


em dobro referente aos períodos de 2021/2022 e mais 20 dias referente ao período
de 2022/2023, conforme estabelece o Art. 137 da CLT. E férias proporcionais aos
10 dias de 2022/2023 de forma simples, porém todas elas deverão conter o
adicional de (...) conforme Art. 7, XVII da CF, considerando-se como base legal para
cálculo o salário de R $1.732,00.
Devendo então receber o valor de R$ 6.928,00 de férias vencidas e vincendas,
conforme demonstrativo de cálculo em anexo.

E. DAS VERBAS RESCISÓRIAS

No dia de sua demissão, 24 de agosto de 2023, a reclamante não recebeu o


pagamento de suas verbas rescisórias a qual faz jus e ainda a reclamada não fez
efetuou as devidas anotações na CTPS, o que desde já requer.
O pagamento do aviso prévio indenizado conforme preceitua a Lei nº 12.506, sendo
assim 30 dias de aviso mais 3 dias a cada ano trabalhado totalizando assim 36 dias
de aviso prévio bem como férias de 1/12 sobre o aviso prévio, 13º sobre o aviso
prévio e 13º referente ao ano de 2022, bem como as férias vencidas referente á
2021/2022 e 2022/2023.
A reclamante também não recebeu os documentos para a habilitação do seguro
desemprego e para o saque dos 40% referente ao FGTS, o que desde já requer,
caso não sejam disponibilizadas as guias para o encaminhamento do seguro
desemprego da reclamante, requer que o reclamado seja condenado ao pagamento
da indenização do valor equivalente de R$ 7.120,75 conforme cálculo em anexo.

F. DO FGTS

Conforme Art. 15 da Lei nº 8.036/90 que todo o empregador deverá depositar até o
dia 7 de cada mês na conta vinculada do empregado a importância de 8% de sua
remuneração devida no mês anterior.
Tendo em vista que a reclamante não possuía CTPS registrada, o reclamado não
efetuou nenhum depósito referente ao FGTS em conta vinculada da reclamada,

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razão pela qual pugna pela indenização dos débitos fundiários. Fazendo jus ao valor
de R$ 2.708,00 conforme demonstrativo de cálculo em anexo.
Requer ainda a condenação do reclamado ao pagamento de multa de 40% sobre o
valor que supostamente deveria estar depositado na conta fundiária da reclamante
no valor de R$ 1.080,00, conforme demonstrativo de cálculo em anexo. Conforme
Art. 18 da Lei nº 8.036/90 c/c Art. 7, I, CF/88.

Art. 18. Ocorrendo rescisão do contrato de trabalho, por parte do empregador, ficará
este obrigado a depositar na conta vinculada do trabalhador no FGTS os valores
relativos aos depósitos referentes ao mês da rescisão e ao imediatamente anterior,
que ainda não houver sido recolhido, sem prejuízo das cominações legais. § 1º Na
hipótese de despedida pelo empregador sem justa causa, depositará este, na conta
vinculada do trabalhador no FGTS, importância igual a quarenta por cento do
montante de todos os depósitos realizados na conta vinculada durante a vigência do
contrato de trabalho, atualizados monetariamente e acrescidos dos respectivos
juros. § 2º Quando ocorrer despedida por culpa recíproca ou força maior,
reconhecida pela Justiça do Trabalho, o percentual de que trata o § 1º será de 20
(vinte) por cento. § 3° As importâncias de que trata este artigo deverão constar da
documentação comprobatória do recolhimento dos valores devidos a título de
rescisão do contrato de trabalho, observado o disposto no art. 477 da CLT, eximindo
o empregador, exclusivamente, quanto aos valores discriminados. Art. 7º São
direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de
sua condição social: I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou
sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização
compensatória, dentre outros direitos;

Pleiteia assim a liberação do FGTS bem como a multa de 40%, após integralizados
todos os valores, uma vez que a reclamante foi dispensada sem justa causa.

G. DO SEGURO DESEMPREGO

A reclamante trabalhou durante 29 meses para o reclamado, pelo que tem direito ao
seguro desemprego, que deverá ser indenizado pelo reclamado às parcelas não
recebidas uma vez que é do empregador o ônus da entrega do “comunicação da
dispensa”, no ato da rescisão para que a reclamante possa obter o benefício estatal
do seguro desemprego.
O não fornecimento das guias do seguro desemprego enseja o pagamento de uma
indenização substitutiva e a matéria já está definida em súmula nº 389, do C. TST.

SÚMULA Nº 389 - SEGURO-DESEMPREGO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO


TRABALHO. DIREITO À INDENIZAÇÃO POR NÃO LIBERAÇÃO DE GUIAS I -
Inscreve-se na competência material da Justiça do Trabalho a lide entre empregado
e empregador tendo por objeto indenização pelo não-fornecimento das guias do
seguro-desemprego. II - O não-fornecimento pelo empregador da guia necessária
para o recebimento do seguro-desemprego dá origem ao direito à indenização.

No entanto, o reclamante deverá indenizar o valor de R$ 6.928,00 referente às cinco


parcelas no valor referentes ao seguro-desemprego, visto que o reclamante não

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disponibilizou as guias para que a reclamada pudesse dar entrada ao seguro
desemprego, mesmo que a mesma possui direito.

H. DA MULTA DOS ARTS. 467 E 477 DA CLT

Como existem parcelas incontroversamente devidas, à reclamante faz jus ao


pagamento de multa prevista no Art.467 da CLT, caso não sejam pagas em
audiência.
Pelo fato do reclamado não ter efetuado o pagamento das verbas rescisórias é
devida a multa prevista nos Art. 477 §8, da CLT, o que desde já requer.

Art. 467. Em caso de rescisão de contrato de trabalho, havendo controvérsia sobre


o montante das verbas rescisórias, o empregador é obrigado a pagar ao
trabalhador, à data do comparecimento à Justiça do Trabalho, a parte incontroversa
dessas verbas, sob pena de pagá-las acrescidas de cinquenta por cento".

Art. 477. Na extinção do contrato de trabalho, o empregador deverá proceder à


anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social, comunicar a dispensa aos
órgãos competentes e realizar o pagamento das verbas rescisórias no prazo e na
forma estabelecidos neste artigo. A inobservância do disposto no § 6º deste artigo
sujeitará o infrator à multa de 160 BTN, por trabalhador, bem assim ao pagamento
da multa a favor do empregado, em valor equivalente ao seu salário, devidamente
corrigido pelo índice de variação do BTN, salvo quando, comprovadamente, o
trabalhador der causa à mora.

I. DOS HONORÁRIOS

O art. 133 da Constituição Federal, norma cogente, de interesse público das partes
e jurisdicional, tornou o advogado indispensável à administração da justiça
revogando o “jus postulandi”. Sendo necessária a presença do profissional em juízo,
nada mais justo e coerente do que o deferimento de honorários advocatícios
inclusive ao advogado particular por força do princípio da sucumbência Arts. 769 da
CLT e Art. 82, § 2 do NCPC.
A reclamante comprova através da declaração que é pessoa pobre, sem condições
de despender de qualquer valor para postular frente ao Poder Judiciário. Neste
sentido, requer-se a condenação da reclamada ao pagamento de honorários
advocatícios decorrentes da justiça gratuita deferida à autora, arbitrados no
montante de 15% sobre o valor da condenação.

1. DOS DESCONTOS DE INSS E IRRF

Assim como não foram realizados os depósitos de FGTS, consequentemente não


houve o recolhimento de contribuições previdenciárias.
O art. 195, I, da Constituição Federal estabelece a responsabilidade do empregador
em realizar tais contribuições de acordo com a estimativa da base de cálculo.
Assim sendo requer-se seja reconhecida a supressão de recolhimentos
previdenciários acima, durante a vigência do contrato de trabalho, bem como sejam

16
executados de ofício por este juízo, com as devidas correções monetárias, para a
configuração da qualidade de segurada da reclamante, nesse período nos moldes
do Art. 114, inciso VIII, da CF/88, sem prejuízo das sanções penais.
Requer-se ainda que no final os autos sejam remetidos à autarquia do INSS para
fins de atualização do cadastro da segurada, nos termos do Art. 71, inciso III e IV da
instrução normativa INSS/PRES nº 77, de 21.01.2015.

IV - DOS PEDIDOS

Diante do exposto requer;

a. Que seja deferido o benefício da gratuidade da justiça, devido a difícil situação


econômica da requerente, que não possui condições de custear o processo, sem
prejuízo próprio;
b. A notificação do reclamado para comparecer à audiência a ser designada para
querendo apresentar defesa a presente reclamação e acompanhá-la em todos os
seus termos, sob as penas da lei;
c. Julgar ao final totalmente procedente a presente reclamação declarando o vínculo
empregatício existente entre as partes, condenando a empresa reclamada a:
1. Reconhecer o vínculo empregatício anotado na CTPS da reclamante no período
de 03 de Março de 2021 a 24 de agosto de 2023, na função de auxiliar de escritório;
2. Pagar os valores de aviso prévio indenizado referente a 36 dias, valor estimado
em R$6.120,08;
3. Pagar o 13º salário e 13º salário proporcional, valor estimado em R$ 462,94;
4. Pagar os valores de férias vencidas e vincendas proporcionais com o acréscimo
de 1/3, valor estimado em R$ 6.928,00;
5. Pagar os valores dos depósitos de FGTS de todo o período acrescido de multa de
40% à título de indenização, valor estimado em R$ 5.300,47;
6. Liberar as guias do seguro desemprego ou indenização correspondente a 05
parcelas no valor estimado R$ 6.925,00;
7 - Pagar os valores referentes a verbas rescisórias no valor de R$ 8.223,00
7. Pagar o valor da multa prevista no § 8º do Art. 477 da CLT, valor estimado em R$
1.474,73;
8. Todos os itens acima mencionados com os devidos juros e correção monetária
sobre todos os valores na forma legal;
9. Honorários de assistência judiciária, pagar honorários advocatícios no patamar de
15% sobre a condenação;
10. Protesta provar o alegado por todos os meios no direito permitidos, notadamente
oitiva de testemunhas e depoimento pessoal.

Além disso, caso não seja paga as parcelas incontroversas na primeira audiência
será aplicada a multa do Art. 467 da CLT, tudo acrescido de correção monetária e
juros moratórios.

Dá-se a causa o valor de R$ 35.534,97

Nestes termos,

17
pede o deferimento

São Leopoldo, 24 de agosto de 2023.

Advogado 1 Diovane Henrique Machado OAB(...)/RS


Advogada 2 Greice Fabiani da Silva Scherer OAB(...)/RS

META 5 - INICIAL - RITO ORDINÁRIO - CASO SIMULADO

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR(A) JUIZ(A) DO TRABALHO DA VARA DO


TRABALHO DE TRIUNFO.

TIAGO MORAES DOS SANTOS, brasileiro, divorciado,


ajudante de produção, portador do RG n. XXX, CPF n.
XXX, CTPS n. XXX, PIS XXX, residente e domiciliado na
Rua Passarinho, 35, São Sebastião do Caí, Centro, São
Leopoldo, RS, CEP XXX, endereço eletrônico
tiagoms@gmail.com, telefone XXX, vem respeitosamente
à Presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu
advogado abaixo assinado, com base no artigo 840, § 1º
da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) c/c os
artigos 15 e 318 do Código de Processo Civil propor a
presente:

AÇÃO DE RECLAMAÇÃO TRABALHISTA PELO RITO


ORDINÁRIO, em face de:

18
ISOLANO MATERIAIS DE ISOLAMENTO LTDA., pessoa
jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n. XXX,
com sede na Rua Contraste, 171, Triunfo, RS, CEP XXX,
pelas razões de fato e de direito a seguir expostas:

I - BREVE RELATO DOS FATOS:

Tiago Moraes dos Santos, com expectativas e esperanças, ingressou na


empresa Isolano Materiais de Isolamento LTDA. em 10 de setembro de 2014,
conforme registro constante em sua Carteira de Trabalho e Previdência Social
(CTPS), anexa a esta petição como documento de evento 02. Ele abraçou o cargo
de auxiliar de produção com a promessa de uma vida melhor. Seu salário modesto
era de apenas R$1.800,00 por mês, mas ele estava disposto a dar o melhor de si.
Seu horário de trabalho era das 7h às 17h, de segunda a sexta-feira.

No entanto, o que se seguiu foi uma história sombria de abusos e injustiças.


A jornada de trabalho de Tiago era consistentemente estendida, forçando-o a
trabalhar 10 horas por dia, sem o pagamento das horas extras que lhe eram
devidas. Ele sacrificava seu tempo e energia, mas a empresa ignorava seus direitos.

O intervalo intrajornada era um mero sonho para Tiago. Ele mal conseguia
saborear uma refeição em 15 minutos, enquanto a empresa falsamente registrava
uma pausa de uma hora. Isso resultou na cruel supressão de 3h45min de intervalo
semanal, somando dolorosas 16h45min mensais e um espantoso total de 1.584
horas durante todo o período de seu contrato de trabalho.

Tiago trabalhava em condições insalubres, muitas vezes sem os


Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) adequados. Em setores onde
substâncias químicas perigosas como nafta, condensado, gás, etanol e amônia
eram manuseadas, ele nunca viu um centavo referente a adicionais de
insalubridade. Seu bem-estar era sacrificado em nome do lucro da empresa.

19
A periculosidade também pairava sobre Tiago, especialmente quando lidava
com materiais inflamáveis como gasolina e petróleo. Em dias chuvosos, ele era
forçado a trabalhar em áreas de choque e locais de risco, completamente
desprovido de suporte e sem a remuneração exigida por lei.

O ambiente de trabalho era uma prisão emocional para Tiago. Ele era
constantemente submetido a pressões cruéis para realizar o trabalho mais rápido,
com promessas vazias de promoção que nunca se concretizavam. Esse tormento
psicológico e emocional o levou a problemas de saúde mental, exigindo tratamento
com psicólogo e psiquiatra, além da necessidade de medicação contínua.

Como se todas essas tragédias não fossem suficientes, Tiago desenvolveu


perda auditiva em ambos os ouvidos devido ao ruído ensurdecedor da pressão de
ar na área de produção. E para completar, ele sofreu um acidente enquanto ajudava
um colega na montagem de andaimes, resultando na quebra de um dedo. Após um
árduo afastamento de 3 meses pelo INSS, ele retornou ao trabalho apenas para ser
demitido um mês depois. A empresa não se importou com seus direitos de
estabilidade nem com as indenizações sobre as irregularidades exercidas de forma
informal devidas. O contrato de trabalho foi encerrado em 23/12/2022, tendo o
reclamante recebido as verbas rescisórias, conforme comprovante em anexo como
documento evento 03.

A jornada de Tiago não era apenas uma história de exploração implacável,


mas também de acúmulo de funções sem receber qualquer acréscimo. Quando
colegas faltavam ao trabalho, ele era forçado a desempenhar funções de isolador,
montador, funileiro e injetador, sem nenhum reconhecimento financeiro.

Em meio a toda essa tragédia, Tiago finalmente decidiu buscar justiça e


reparação por todas as injustiças que sofreu durante seu tempo de servidão na
Isolano Materiais de Isolamento LTDA. Seu relato é uma dolorosa narrativa de um
indivíduo sacrificado pela ganância da empresa.

II - FUNDAMENTOS JURÍDICOS:
20
1) DA JUSTIÇA GRATUITA

Diante da situação financeira precária do reclamante, requer a concessão


dos benefícios da Justiça Gratuita, nos termos dos arts. 790, § 4º, da CLT e 98 do
CPC, isentando-o das custas processuais.

Assim, reforma trabalhista, ao alterar o art. 790 da CLT, trouxe


expressamente o cabimento do benefício da gratuidade de justiça ao dispor:

§ 4.º O benefício da justiça gratuita será concedido à


parte que comprovar insuficiência de recursos para o
pagamento das custas do processo. (Incluído pela
Lei n.º 13.467, de 2017)

Tendo em vista que o reclamante encontra-se desempregado e não possuir


condições de arcar com as despesas processuais sem que isso prejudique o
sustento pessoal e de sua família.

2) DO ACÚMULO FUNCIONAL:

O reclamante, durante o contrato de trabalho, desempenhou múltiplas


funções, indo além de sua função principal de ajudante de produção, exercendo
igualmente atividades como serviços gerais de limpeza, descarregamento de cargas
e andaime e de auxiliar de isolador, injetador, montador e funileiro, conforme provas
fotográficas e testemunhais em anexo.

ACÚMULO DE FUNÇÃO. ACRÉSCIMO SALARIAL.


Comprovada a realização de tarefas, de caráter não
eventual, diversas das quais o empregado foi contratado
ou era remunerado, realizando operações e tarefas não
inerentes à sua função efetiva a que se obrigou o
empregado, além de lesiva, fere a boa-fé contratual,
sendo irrelevante a complexidade das tarefas

21
acumuladas, hipótese em que cabível adicional salarial
por acúmulo de função.

(TRT-4 - ROT: 20205040103, Data de Julgamento:


20/05/2022, 8ª Turma)

Isso caracteriza o acúmulo funcional, ensejando o direito a um acréscimo salarial,


bem como reflexos nas férias, 13º salário, DSR, aviso prévio e FGTS, conforme o
art. 456 e 461da CLT.

ACÚMULO FUNCIONAL - JULGADO PLUS


SALARIAL 40% = 720,00 X 99 meses =
Totalizando R$ 71.280,00.

3) DA EQUIPARAÇÃO SALARIAL:

O reclamante desempenhava as funções de isolador, montador, funileiro e


injetador, além de sua função principal, ou seja, diversas funções similares às de
seus colegas que recebiam salários mais elevados. Requer-se, portanto, a
equiparação salarial com o paradigma que recebia o valor de R$3.000,00 reais
mensais contracheques probatórios (anexo 37) . Requer a diferença salarial no valor
de R$ 1.200,00, com os reflexos nas férias, 1/3 constitucional, décimo terceiro,
DSR, aviso prévio, FGTS e horas extras, com fundamento no art. 461 da CLT.

CÁLCULO R$ 3.000,00 - 1.800,00 = 1.200,00 X 99 meses = TOTAL R$ 118.000,00.

4) DO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE:

Em virtude da exposição a produtos químicos nocivos e da falta de


fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) adequados, expondo-o
a riscos químicos em seu ambiente de trabalho. Tal situação enseja o pagamento
de adicional de insalubridade em grau máximo, conforme a NR 15 do Ministério do
Trabalho e Emprego e o art. 189 e 190 da CLT, com reflexos nas verbas trabalhistas
mencionadas.

. O adicional de insalubridade é devido, de acordo com a NR 15, sempre que


as atividades ou operações expuserem o trabalhador a agentes químicos em

22
concentração acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo órgão competente.
Dessa forma, requer-se a condenação da reclamada ao pagamento do adicional de
insalubridade no percentual de 40% (grau máximo), incidente sobre o salário
mínimo nacional, com reflexos nas férias, 13º salário, DSR, aviso prévio, FGTS,
multa de 40% do FGTS, e horas extras.

SM R$ 1.320 X 40% = 528 X 99 MESES = TOTAL R$ 52.272,00

5) DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE:

O reclamante trabalhava em condições perigosas, manuseando inflamáveis e


realizando atividades em áreas de risco. O adicional de periculosidade é regido pelo
art. 193 da CLT, que dispõe sobre as atividades e operações perigosas e
estabelece que o empregado que exerce atividades ou opera equipamentos em
condições de periculosidade faz jus a um adicional de 30% sobre o salário
contratual, sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou
participações nos lucros da empresa.

Além disso, o art. 195 da CLT estabelece que o adicional de periculosidade


integra o salário para todos os efeitos legais. Portanto, requer-se a condenação da
reclamada ao pagamento do adicional de periculosidade em conformidade com o
art. 193 da CLT, com reflexos nas férias, 13º salário, DSR, aviso prévio, FGTS,
multa de 40% do FGTS, e horas extras.

R$ 1.800,00 X 30% = 540 X 99 meses = TOTAL R$ 53.460,00.

6) DO ASSÉDIO MORAL - DANO MORAL:

O assédio moral no ambiente de trabalho, conforme a legislação trabalhista,


é uma conduta repreensível que atenta contra a dignidade do trabalhador. O artigo
483, "a," da CLT dispõe que o empregado pode considerar rescindido o contrato e
pleitear a devida indenização quando o empregador ou seus prepostos incorrerem
em assédio moral, dentre outras hipóteses.

No caso em questão, o reclamante foi submetido a pressões constantes para


realizar o trabalho de forma rápida, com promessas não cumpridas de promoção, e

23
ainda foi exposto a situações de risco sem o devido suporte da empregadora. Tal
conduta configura assédio moral, sendo prejudicial à saúde mental do trabalhador.

Nesse contexto, o artigo 223-G, parágrafo 1º, inciso III da CLT, dispõe que a
configuração do assédio moral no ambiente de trabalho exige a comprovação de
conduta reiterada, de natureza grave, que atente contra a dignidade do trabalhador.
O assédio moral é considerado uma grave violação aos direitos fundamentais do
trabalhador, conforme preceituado na Constituição Federal em seu artigo 1º, inciso
III, e no artigo 186 do Código Civil.

Portanto, requer-se a condenação da reclamada ao pagamento de


indenização por danos morais, com fundamento no artigo 483, "a" da CLT, artigo
223-G, parágrafo 1º, inciso III da CLT, bem como nos princípios constitucionais da
dignidade da pessoa humana e no artigo 186 do Código Civil, em razão dos graves
prejuízos causados à saúde mental do reclamante devido ao assédio moral sofrido.

20 SM X 1.800 = TOTAL R$ 36.000,00.

7) DO INTERVALO INTRAJORNADA:

O intervalo intrajornada é um direito fundamental do trabalhador, estabelecido


na legislação trabalhista para garantir sua saúde e segurança no ambiente de
trabalho. O artigo 71 da CLT trata sobre o intervalo intrajornada e estipula que, nos
serviços contínuos, cuja duração exceda 6 horas, é obrigatória a concessão de um
intervalo para repouso e alimentação de, no mínimo, 1 hora e, no máximo, 2 horas.

No caso em questão, o reclamante alega que a reclamada não concedia o


intervalo intrajornada adequado, permitindo-lhe apenas 15 minutos para almoço.
Além disso, afirma que a empresa preenchia o cartão ponto de forma inadequada,
registrando um intervalo que não correspondia à realidade.

O parágrafo 4º do artigo 71 da CLT estabelece que a não concessão ou a


concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimentação,
implica o pagamento do período suprimido, com acréscimo de no mínimo 50% sobre
o valor da remuneração da hora normal de trabalho.

Portanto, requer-se a condenação da reclamada ao pagamento de 3 horas e


45 minutos semanais, equivalentes a 16 horas e 45 minutos mensais, totalizando
1.584 horas durante o contrato de trabalho, com acréscimo de 50%, de forma
indenizatória, pelo período suprimido do intervalo intrajornada, com fundamento no
artigo 71, parágrafo 4º da CLT. (TOTAL R$ 19.435,00) não incindindo reflexos nas
verbas trabalhistas.

24
8) HORAS EXTRAS:

Fundamentado na jornada de trabalho excedente à legal, requer-se a


condenação da reclamada ao pagamento de 396 horas extras, com acréscimo de
100%, bem como reflexos nas férias, 1/3 constitucional, décimo terceiro, DSR, aviso
prévio e FGTS, conforme comprovação de jornada em anexo (doc. 04).

O reclamante informa que seu horário de trabalho era das 7h às 17h, de segunda a
sexta-feira. A legislação trabalhista, em conformidade com o artigo 7º da
Constituição Federal, estabelece limites para a jornada de trabalho, sendo
consideradas horas extras aquelas que excedem a jornada regular do trabalhador.

No caso em questão, o reclamante alega que frequentemente trabalhou além


da jornada regular, sem o devido pagamento das horas extras. O artigo 59 da CLT
estipula que as horas extras devem ser remuneradas com um acréscimo mínimo de
50% sobre o valor da hora normal de trabalho, consoante o Acordo Coletivo de
Trabalho de 2021/2022 ficou estabelecido o acréscimo de 100% ao pagamento de
horas extras disponível no site Mediador - Extrato Acordo Coletivo
(sindiconstrupolo.com.br)

Portanto, requer-se a condenação da reclamada ao pagamento das 396


horas extras trabalhadas, com acréscimo de 100%, com reflexos nas férias, 1/3
constitucional, décimo terceiro, DSR, aviso prévio e FGTS, com fundamento no
artigo 59 da CLT, artigo 7º da Constituição Federal e nos termos do Acordo Coletivo
de Trabalho de 2021/2022.

TOTAL R$ 8.256,00.

9) DOS JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA:

Os juros e a correção monetária são elementos essenciais para a atualização


do valor devido ao reclamante, de modo a garantir a correção do poder de compra
da moeda.

A legislação trabalhista, em conformidade com o artigo 39 da Lei n.º


8.177/91, estabelece que os débitos trabalhistas devem ser corrigidos

25
monetariamente e acrescidos de juros de mora. Os juros de mora são calculados a
partir da data do ajuizamento da ação.

Portanto, requer-se a condenação da reclamada ao pagamento dos valores


devidos devidamente corrigidos monetariamente e acrescidos de juros de mora, nos
termos do artigo 39 da Lei n.º 8.177/91.

10) DA CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA E FISCAL:

Nos termos da legislação vigente, os valores decorrentes de condenação


judicial em ação trabalhista estão sujeitos à incidência de contribuição previdenciária
e imposto de renda na fonte.

A contribuição previdenciária é regida pela Lei n.º 8.212/91 e tem como base
de cálculo o valor total da condenação. Por sua vez, o imposto de renda na fonte é
regulamentado pela Lei n.º 7.713/88 e deve ser calculado sobre o montante dos
rendimentos tributáveis pagos.

Portanto, requer-se que a reclamada efetue a retenção e o devido repasse à


Receita Federal dos valores referentes à contribuição previdenciária e ao imposto
de renda na fonte, nos termos da legislação vigente.

III - DAS RECLAMAÇÕES:

A condenação da reclamada ao pagamento das seguintes verbas:

a) Acréscimo salarial decorrente do acúmulo funcional, com reflexos nas férias,


13º salário, DSR, aviso prévio e FGTS, nos termos do artigo 456 da CLT.

b) Equiparação salarial, com pagamento das diferenças salariais, reflexos nas


férias, 13º salário, DSR, aviso prévio e FGTS, nos termos do artigo 461 da CLT.

26
c) Adicional de insalubridade em grau máximo, com reflexos nas férias, 13º
salário, DSR, aviso prévio, FGTS, multa de 40% do FGTS e horas extras se houver,
conforme a NR 15 e o artigo 189 da CLT.

d) Adicional de periculosidade, com reflexos nas férias, 13º salário, DSR, aviso
prévio, FGTS, multa de 40% do FGTS e horas extras se houver, nos termos do
artigo 193 da CLT.

e) Indenização por danos morais em razão do assédio moral sofrido, com


fundamento no artigo 483, “a” da CLT, artigo 223-G, parágrafo 1º, inciso III da CLT,
artigo 1º, inciso III da Constituição Federal e artigo 186 do Código Civil.

f) Pagamento das horas extras devidas, com acréscimo de 100%, com reflexos
nas férias, 1/3 constitucional, décimo terceiro, DSR, aviso prévio e FGTS, nos
termos do artigo 59 da CLT, artigo 7º da Constituição Federal e acordo coletivo
vigente.

g) Pagamento das horas extras decorrentes da não concessão adequada do


intervalo intrajornada, com acréscimo de 50%, nos termos do artigo 71, § 4º da CLT.

IV - DOS PEDIDOS:

1 - A condenação da reclamada ao pagamento do acréscimo salarial decorrente do


acúmulo funcional, com reflexos nas férias, 13º salário, descanso semanal
remunerado , aviso prévio e FGTS, nos termos do artigo 456 da CLT no valor de R$
71.280,00.

2 - A condenação da reclamada ao pagamento da equiparação salarial, com


pagamento das diferenças salariais, reflexos nas férias, 13º salário, descanso
semanal remunerado , aviso prévio e FGTS, nos termos do artigo 461 da CLT no
valor de R$ 118.000,00.

27
3 - A condenação da reclamada ao pagamento do adicional de insalubridade em
grau máximo, com reflexos nas férias, 13º salário, descanso semanal remunerado,
aviso prévio, FGTS, multa de 40% do FGTS e horas extras se houver, conforme a
NR 15 e o artigo 189 da CLT no valor de R$ 52.272,00.

3 - A condenação da reclamada ao pagamento do adicional de periculosidade, com


reflexos nas férias, 13º salário, descanso semanal remunerado , aviso prévio, FGTS,
multa de 40% do FGTS e horas extras se houver, nos termos do artigo 193 da CLT
no valor de R$ 53.460,00.

4 - A condenação da reclamada ao pagamento dos valores referentes a 3 horas e


45 minutos semanais, equivalentes a 16 horas e 45 minutos mensais, totalizando
1.584 horas, pelo período suprimido do intervalo intrajornada, com acréscimo de
50%, de forma indenizatória no valor de R$19.435,00.

5 - A condenação da reclamada ao pagamento dos valores referentes aos danos


morais sofridos pelo reclamante, a serem apurados em liquidação de sentença no
valor de R$36.000,00.

6 - A condenação da reclamada ao pagamento dos juros e correção monetária


sobre os valores devidos.

7 - A condenação da reclamada ao pagamento dos valores referentes à


contribuição previdenciária e ao imposto de renda na fonte, de acordo com a
legislação vigente.

8 - A concessão da Justiça Gratuita ao reclamante, nos termos do artigo 790, § 3º


da CLT, em virtude de sua insuficiência financeira.

9 - A citação da reclamada para, querendo, apresentar defesa, sob pena de revelia.

28
10 - A intimação do Ministério Público do Trabalho para atuar no feito.

11 - A realização de audiência de instrução e julgamento para produção de prova


oral e demais diligências necessárias ao deslinde da causa.

12 - A condenação da reclamada ao pagamento das custas processuais e


honorários advocatícios.

13 - A produção de todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente a


documental, testemunhal e pericial.

Dá-se à causa o valor de R$359.503,00 (trezentos e cinquenta nove mil, quinhentos


e três reais).

Nestes termos, pede deferimento.

São Sebastião do Caí - RS, 28 de setembro de 2023.

______________________________________

OAB/XXX

META 6 - CONTESTAÇÃO - CASO SIMULADO

PROCURAÇÃO

29
OUTORGANTE: TIAGO MORAES DOS SANTOS, brasileiro, divorciado, ajudante
de produção, portador do RG n. [Número RG], CPF n. [Número CPF], CTPS n.
[Número CTPS], PIS [Número PIS], residente e domiciliado na Rua Passarinho, 35,
São Sebastião do Caí, Centro, São Leopoldo, RS, CEP [CEP], endereço eletrônico
tiagoms@gmail.com, telefone [Número de Telefone], nomeio e constituo meu
bastante procurador

OUTORGADOS: Dr. …, brasileiro, casado, advogado, inscrito na OAB-…sob nº … e


Dra. …, brasileira, casada, advogada, inscrita na OAB/… sob o nº …, ambos com
endereço profissional na …, nº …, Centro, cidade de …/…. e com endereço
eletrônico …, telefone ….

PODERES: por este instrumento particular de procuração, constituo meus bastantes


procuradores os outorgados, concedendo-lhes os poderes da cláusula ad judicia et
extra, para o foro em geral, e especialmente para: PROPOR AÇÃO TRABALHISTA
em face da empresa ISOLANO MATERIAIS DE ISOLAMENTO LTDA., pessoa
jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n. ..., com sede na Rua Contraste,
171, Triunfo, RS, CEP ...., perante a Vara do Trabalho de Triunfo, e em qualquer
outro juízo, podendo, portanto, promover quaisquer medidas judiciais ou
administrativas, em qualquer instância, assinar termo, substabelecer com ou sem
reserva de poderes, nos termos do art. 105 do CPC e praticar ainda, todos e
quaisquer atos necessários e convenientes ao bom e fiel desempenho deste
mandato.

PODERES ESPECÍFICOS: A presente procuração outorga aos Advogados acima


descritos, os poderes para, em nome do outorgante, receber citação, confessar,
reconhecer a procedência do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre o
qual se funda a ação, receber, dar quitação, firmar compromisso, comprovar
documentos, receber notificações, firmar declarações, interpor recursos, desistir
deles, firmar acordos judiciais ou extrajudiciais, pedir a justiça gratuita e assinar
declaração de hipossuficiência econômica. (Em conformidade com a norma do art.
105 do NCPC15).

Declaro estar ciente dos termos deste mandato e outorgo-lhe poderes para o fim
nele especificado.

30
São Sebastião do Caí - RS, 21 de setembro de 2023.

_______________________________

TIAGO MORAES DOS SANTOS

_____________________________ _____________________________

ADVOGADO 1 ADVOGADO 2

DECLARAÇÃO DE HIPOSSUFICIÊNCIA

Eu, TIAGO MORAES DOS SANTOS, brasileiro, divorciado, ajudante de produção,


portador do RG n. XXX, CPF n. XXX, CTPS n. XXX, PIS XXX, residente e
domiciliado na Rua Passarinho, 35, São Sebastião do Caí, Centro, São Leopoldo,
RS, CEP XXX, endereço eletrônico tiagoms@gmail.com, telefone XXX, venho, por
meio desta, declarar, sob as penas da lei, a minha condição de hipossuficiência
financeira para os fins do disposto no artigo 790, § 3º, da Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT).

31
Declaro que não disponho de recursos financeiros suficientes para arcar com as
despesas do processo judicial, sem prejuízo do meu sustento e da minha família.

Assim, venho requerer a concessão do benefício da Justiça Gratuita, com base na


minha situação de insuficiência econômica, a fim de que eu possa ter acesso à
Justiça e defender os meus direitos de forma digna.

Declaro ainda que as informações acima prestadas são verdadeiras e fiéis à minha
real situação econômica.

São Sebastião do Caí - RS, 21 de setembro de 2023.

____________________________

TIAGO MORAES DOS SANTOS

Testemunhas:

1. Nome: _______________________

RG: _________________________

CPF: ________________________

2. Nome: _______________________

RG: _________________________

CPF: ________________________

CONTRATO DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

32
IDENTIFICAÇÃO DAS PARTES CONTRATANTES

CONTRATANTE: TIAGO MORAES DOS SANTOS, brasileiro, divorciado, ajudante


de produção, portador do RG n. [Número RG], CPF n. [Número CPF], CTPS n.
[Número CTPS], PIS [Número PIS], residente e domiciliado na Rua Passarinho, 35,
São Sebastião do Caí, Centro, São Leopoldo, RS, CEP [CEP], endereço eletrônico
tiagoms@gmail.com, telefone [Número de Telefone].

CONTRATADA: Nome do Advogado XXX, advogado regularmente inscrito na


Ordem dos Advogados do Brasil, Seção XXX, sob o número de inscrição OAB/ XXX,
com escritório profissional na XXX

DO OBJETO

1.1. O presente contrato tem como objeto a prestação de serviços advocatícios em


ação trabalhista a ser ajuizada pelo CONTRATANTE em face de ISOLANO
MATERIAIS DE ISOLAMENTO LTDA., a ser processada perante a Vara do
Trabalho de Triunfo, e demais instâncias judiciais, visando à defesa dos interesses
do CONTRATANTE nas demandas judiciais relacionadas ao contrato de trabalho
descrito na petição inicial.

DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

2.1. Em contrapartida, pelos serviços advocatícios a serem prestados, o


CONTRATANTE se compromete a pagar à CONTRATADA honorários advocatícios
no valor correspondente a 30% (trinta por cento) do valor total obtido ao final do
processo, a título de remuneração pelos serviços prestados.

33
2.2. Os honorários mencionados na cláusula anterior serão pagos pela seguinte
forma:

a) O valor dos honorários será pago em parcela única no momento da efetivação


da condenação ou acordo judicial.

DAS OBRIGAÇÕES DAS PARTES

3.1. A CONTRATADA obriga-se a prestar os serviços advocatícios com zelo,


diligência, ética e observância das normas profissionais aplicáveis à advocacia,
buscando sempre a defesa dos interesses do CONTRATANTE.

3.2. O CONTRATANTE compromete-se a fornecer todos os documentos e


informações necessários à propositura e ao andamento da ação, bem como a
comunicar à CONTRATADA qualquer alteração relevante nos fatos ou
circunstâncias relacionadas ao objeto deste contrato.

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

4.1. O presente contrato vigorará a partir da data de sua assinatura e se estenderá


até a conclusão da ação judicial em que a CONTRATADA atua, incluindo todas as
instâncias e recursos eventualmente interpostos.

4.2. Este contrato não poderá ser cedido, transferido ou subcontratado, no todo ou
em parte, sem o consentimento prévio e por escrito da CONTRATADA.

4.3. Quaisquer modificações ou alterações a este contrato somente terão validade


se forem reduzidas a escrito e assinadas por ambas as partes.

DO FORO

34
5.1. Fica eleito o foro da comarca de São Sebastião do Caí como competente para
dirimir quaisquer litígios decorrentes deste contrato, com renúncia a qualquer outro,
por mais privilegiado que seja.

E, por estarem assim justas e contratadas, as partes assinam o presente contrato


em duas vias de igual teor e forma, na presença de duas testemunhas.

São Sebastião do Caí - RS, 21 de setembro de 2023.

_______________________________ _______________________________

Tiago Moraes dos Santos [Assinatura do Advogado]

Testemunhas:

1. _______________________________ [Nome da Testemunha 1] - CPF:


______________

2. _______________________________ [Nome da Testemunha 2] - CPF:


______________

Excelentíssimo(a) Senhor(a) Juiz(a) do Trabalho da Vara do Trabalho de


TriunfoRS.

Processo n.º (...)

ISOLANO MATERIAIS LTDA., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ


sob o n. XXX, com sede na XXX, cidade de Triunfo-RS, CEP XXX, por seu
advogado, devidamente constituído nos autos (doc. anexo), vem, respeitosamente,

35
apresentar sua CONTESTAÇÃO, com fundamento no artigo 874 da CLT à
reclamação trabalhista ajuizada por Tiago Moraes dos Santos, conforme os
seguintes termos:

I - PRELIMINARMENTE

Da Justiça Gratuita:

A Reclamada requer que seja indeferida a concessão dos benefícios da Justiça


Gratuita ao Reclamante, uma vez que o mesmo não comprovou a insuficiência de
recursos para o pagamento das custas processuais, não preenchendo, assim, os
requisitos legais para tal concessão, nos termos dos arts. 790, § 4º, da CLT e 98 do
CPC.

II - DOS FATOS

A Reclamada nega veementemente as alegações feitas pelo Reclamante em sua


petição inicial. Não houve qualquer irregularidade, conduta abusiva, ou violação dos
direitos trabalhistas do Reclamante, como descrito na inicial.

III - DO ACÚMULO FUNCIONAL

A Reclamada alega que o Reclamante desempenhou funções diferentes das quais


foi contratado, de forma eventual, não caracterizando o acúmulo funcional. Além
disso, as tarefas desempenhadas não eram diversas e não ensejam o direito a um
acréscimo salarial, nos termos do art. 456 da CLT.

IV - DA EQUIPARAÇÃO SALARIAL

A Reclamada refuta a alegação de equiparação salarial. Os empregados


mencionados como paradigmas desempenhavam funções distintas e tinham
diferenças relevantes em suas atribuições e responsabilidades. Portanto, não há
fundamento para a equiparação salarial, conforme estabelecido no art. 461 da CLT.

V - DO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE

A Reclamada alega que o ambiente de trabalho do Reclamante não era insalubre e


que todos os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) necessários eram
fornecidos. A empresa cumpria rigorosamente as normas de segurança no trabalho
e as exigências da NR 15, não havendo exposição a agentes químicos em
concentrações acima dos limites de tolerância.

VI - DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE

A Reclamada contesta a alegação de periculosidade. A atividade do Reclamante


não envolvia manuseio de materiais inflamáveis em condições perigosas, e ele
sempre trabalhava com os devidos equipamentos de segurança. Portanto, não há
fundamento para o pagamento de adicional de periculosidade, nos termos do art.
193 da CLT.

36
VII - DO ASSÉDIO MORAL - DANO MORAL

A Reclamada nega veementemente qualquer prática de assédio moral. Sempre


promoveu um ambiente de trabalho respeitoso e atuou de acordo com a legislação
trabalhista. As alegações do Reclamante não têm fundamento e não há prova de
dano moral a ser indenizado. ]

VIII - DO INTERVALO INTRAJORNADA

A Reclamada alega que concedia ao Reclamante o intervalo intrajornada de acordo


com a lei e registrava corretamente o tempo de pausa para refeição. O Reclamante
tinha à disposição o tempo mínimo de uma hora para o intervalo intrajornada,
conforme previsto no art. 71 da CLT.

IX - HORAS EXTRAS

A Reclamada contesta as alegações de horas extras. O Reclamante não cumpria


jornada de trabalho excedente à legal, e as horas extras alegadas não têm
fundamento. A empresa sempre pagou corretamente as horas extras quando eram
devidas, e não há motivo para condenação nesse aspecto.

X - DOS JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA

Caso haja condenação da Reclamada, requer a aplicação dos índices de juros e


correção monetária determinados pela legislação em vigor à época do efetivo
pagamento.

XI - DOS PEDIDOS

Ante o exposto, a Reclamada requer:

a) A improcedência de todos os pedidos formulados pelo Reclamante;

b) A condenação do Reclamante ao pagamento das custas processuais;

c) A produção de todas as provas admitidas em direito, inclusive a juntada de


documentos, oitiva de testemunhas e a realização de perícias, se necessárias;

d) Seja deferida a denunciação da lide à seguradora, caso seja reconhecida a


responsabilidade da Reclamada em relação a eventuais parcelas;

e) A condenação do Reclamante ao pagamento de honorários advocatícios


sucumbenciais, nos termos do art. 791-A da CLT.

Nesses termos, pede deferimento.


Triunfo-RS, 15 de outubro de 2023.
__________________________
Nome do Advogado OAB/RS (...)

37
META 7 - QUESITOS

QUESITOS

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DO TRABALHO DA VARA DO


TRABALHO DE TRIUNFO-RS.

PROCESSO N° XXX

TIAGO MORAES DOS SANTOS, já qualificado nos


autos da presente ação, vem, por seus procuradores,
nos autos da reclamatória trabalhista, movida em face
de ISOLANO MATERIAIS LTDA., apresentar abaixo o
rol de quesitos para a perícia de insalubridade.

I - DA INDICAÇÃO DO ASSISTENTE TÉCNICO

Conforme os termos dos Arts. 465 e 466 do CPC, indicar a perita Greice Scherer
inscrita no CREA/RS sob n.º XXX e o perito Diovane Henrique Machado, inscrito no
CREA/RS sob n.º XXX, com endereço profissional à Rua XXX, n.º XXX, Bairro XXX,
Cidade XXX, Estado XXX.

II - DOS QUESITOS DA INSALUBRIDADE

1- Informe Sr. Perito qual o período contratual da reclamante?

O Sr. Tiago Moraes dos Santos trabalhou na empresa por um total de 8 anos e 3
meses, considerando o período de 10 de setembro de 2014 a 23 de dezembro de
2022.

2- Quais as atividades desempenhadas pelo Reclamado e pelo Reclamante no


local?

3- Informe Sr. Perito se a reclamante desenvolvia alguma atividade de limpeza


especificando cada uma delas, bem como se era feito o uso de eventual material?

4- Informe Sr. Perito se as atividades de limpeza alegadas são controvertidas e,

38
caso positivo, se foi apresentada alguma prova no ato da perícia, de que as
mesmas eram realizadas pela autora?

5- Diga Sr. Perito se a reclamante laborava em condições insalubres ou expostas a


algum agente insalubre, nos termos da Norma Regulamentadora 15, da Portaria
3.214/1978 do ministério do trabalho. Em caso positivo, em qual grau? A conclusão
pericial é absoluta ou condicionada? Ou seja, há alguma condição a ser provada
em juízo para caracterizar o referido adicional?

6- Esclareça Sr. Perito se a reclamante recebia equipamentos de proteção


individual. Em caso positivo, favor apontar quais equipamentos e com qual
frequência recebia?

7- Diga Sr. Perito se a entrega dos equipamentos de proteção individual elidiram


eventuais agentes insalubres apontados no quesito anterior.

III - DOS QUESITOS DA PERICULOSIDADE

1. Natureza das Substâncias e Materiais: Quais são as substâncias ou


materiais perigosos presentes no ambiente de trabalho e quais são suas
características?

2. Medição de Riscos: Como foi realizada a medição ou avaliação dos riscos


relacionados à periculosidade no ambiente de trabalho?

3. Exposição dos Trabalhadores: Qual o nível de exposição dos trabalhadores a


substâncias ou situações perigosas? Isso está de acordo com os limites de
tolerância?

4. Medidas de Prevenção e Controle: A empresa implementou medidas de


prevenção e controle para lidar com os riscos? Elas foram eficazes?

5. Uso de Equipamentos de Proteção: Os trabalhadores utilizavam


Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) adequados? Eles estavam
disponíveis?

6. Treinamento e Conscientização: Houve treinamento e conscientização dos


trabalhadores em relação aos perigos e às medidas de segurança?

7. Conformidade com Regulamentações: A empresa estava em conformidade


com as regulamentações e normas relacionadas à periculosidade no ambiente de
trabalho?

39
IV - DOS QUESITOS DA DOENÇA OCUPACIONAL

1. Identificação do Ruído: Qual é a natureza e a intensidade do ruído na área


de produção onde o requerente trabalhava?

2. Período de Exposição: Por quanto tempo o requerente esteve exposto a


níveis elevados de ruído em sua função na empresa?

3. Normas e Regulamentações: A empresa estava em conformidade com as


normas e regulamentações relativas à exposição ao ruído ocupacional?

4. Uso de Equipamentos de Proteção: A empresa forneceu Equipamentos de


Proteção Individual (EPIs) adequados, como protetores auriculares? O requerente
usou-os regularmente?

5. Testes Audiométricos: Houve testes audiométricos regulares para avaliar a


audição do requerente? Qual foi a evolução desses testes ao longo do tempo?

6. Relação entre Exposição e Perda Auditiva: Existe uma relação causal entre a
exposição ocupacional ao ruído da pressão de ar e a perda auditiva do requerente?

7. Avaliação da Gravidade: Qual é a gravidade da perda auditiva no


requerente? Ela é irreversível? Quais são os impactos na vida pessoal e
profissional do requerente?

8. Adequação das Medidas de Controle: As medidas de controle de ruído na


empresa eram adequadas e eficazes para proteger os trabalhadores?

9. Responsabilidade da Empresa: A empresa foi negligente em relação à


exposição ao ruído ocupacional e à proteção da audição dos trabalhadores?

10. Recomendações: Com base na avaliação, quais recomendações o perito


faria para prevenir a perda auditiva ocupacional no futuro?

V - DOS QUESITOS DO ACIDENTE DE TRABALHO

1. Descrição Detalhada do Acidente: O perito poderia fornecer uma descrição


detalhada das circunstâncias do acidente, incluindo onde, quando e como ocorreu?

2. Condições de Segurança: As condições de segurança no local de trabalho,


em relação ao manuseio de andaimes e proteção dos trabalhadores, eram
adequadas na ocasião do acidente?

40
3. Uso de Equipamentos de Proteção: O requerente e o montador de andaime
estavam utilizando Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) adequados no
momento do acidente?

4. Treinamento e Qualificação: Os envolvidos, incluindo o requerente e o


montador de andaime, receberam o treinamento e a qualificação adequados para
realizar suas tarefas com segurança?

5. Responsabilidade e Supervisão: Qual era a divisão de responsabilidade


entre o requerente e o montador de andaime? Havia supervisão adequada durante
a realização da tarefa?

6. Consequências para a Saúde do Requerente: Como o acidente afetou a


saúde e o bem-estar do requerente? Houve outras complicações decorrentes da
fratura do dedo?

7. Período de Afastamento: O requerente precisou se afastar do trabalho por


quanto tempo, conforme determinado pelo INSS? Qual foi o impacto financeiro e
emocional desse afastamento?

8. Prognóstico e Sequelas: Existe a perspectiva de recuperação completa do


dedo quebrado, ou há risco de sequelas permanentes? Isso afetará a capacidade
do requerente de realizar suas funções laborais anteriores?

9. Políticas de Segurança e Investigação Interna: A empresa conduziu alguma


investigação interna sobre o acidente? Quais medidas de segurança foram
implementadas para evitar acidentes semelhantes no futuro?

ISTO EXPOSTO, requer:

1. O recebimento dos presentes quesitos e o seu encaminhamento para a


apreciação do perito técnico;

2. A possibilidade de formular quesitos suplementares após a apresentação do


laudo pericial.

Termos em que

pede deferimento.

São Leopoldo, 19 de outubro de 2023.

OAB/RS n.º XXX

41
META 8 - ATA DA AUDIÊNCIA SIMULADA - LAUDO PERICIAL

LAUDO PERICIAL DO TRABALHO E PSICOLÓGICO DE INSALUBRIDADE E


PERICULOSIDADE

IDENTIFICAÇÃO DOS PERITOS

Nome: Greice Scherer e Diovane

Número de Registro: [Número de Registro no Conselho


de Classe]

IDENTIFICAÇÃO DO PROCESSO

Reclamante: Tiago Moraes dos Santos

Reclamada: Loureiro Materiais de Isolamento LTDA

Número do Processo: XXX

Data da Perícia: XXX

1. OBJETIVO DA PERÍCIA

O objetivo da perícia é verificar se o reclamante foi exposto a condições de trabalho


insalubres e/ou perigosas, que possam ter causado danos à sua saúde física e
mental, bem como se há nexo causal entre as atividades desempenhadas pelo
reclamante e os danos alegados na inicial.

2. METODOLOGIA DA PERÍCIA
42
A perícia foi realizada com base nos seguintes procedimentos:

- Análise dos documentos juntados aos autos, tais como: contrato de trabalho, ficha
de registro, exames médicos, admissional, periódico e demissional, CAT
(Comunicação de Acidente de Trabalho), PPP (Perfil Profissiográfico
Previdenciário), LTCAT (Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho),
PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional), PPRA (Programa
de Prevenção de Riscos Ambientais), entre outros.

- Vistoria no local de trabalho do reclamante, situado na Rua Contraste, 171, na


cidade de Portão/RS, onde foram realizadas medições dos agentes ambientais
(físicos, químicos e biológicos) aos quais o reclamante estava exposto, conforme
normas técnicas e legislação vigente.

- Entrevista com o reclamante e com testemunhas indicadas pelas partes, para


obter informações sobre as atividades desempenhadas pelo reclamante, o tempo de
exposição aos agentes ambientais, os equipamentos de proteção individual e
coletiva utilizados, os treinamentos recebidos, as orientações sobre segurança e
saúde no trabalho, os sintomas e doenças relacionados ao trabalho, entre outros
aspectos relevantes.

- Avaliação psicológica do reclamante, por meio de testes padronizados e validados


cientificamente, para verificar o seu estado emocional, cognitivo e comportamental,
bem como a presença de transtornos mentais decorrentes do trabalho.

RESUMO DO PROCESSO

O presente laudo pericial tem como objetivo avaliar as condições de trabalho do


reclamante, Tiago Moraes dos Santos, na empresa Loureiro Materiais de Isolamento
LTDA, a fim de verificar a possível exposição a agentes insalubres e perigosos.

43
CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Os peritos, Greice Scherer e Diovane, devidamente credenciado no Conselho de


Classe, realizou a perícia em XXX, nas instalações da empresa Loureiro Materiais
de Isolamento LTDA. Durante a inspeção, foram observadas as instalações, as
atividades laborais e coletadas informações necessárias para a avaliação da
insalubridade e periculosidade.

Resposta ao quesito 1º - qual período contratual do reclamante?

O período contratual do reclamante, o Sr. Tiago Moraes dos Santos, trabalhou na


empresa por um total de 8 anos e 3 meses, considerando o período de 10 de
setembro de 2014 a 23 de dezembro de 2022.

I - DO AMBIENTE DE TRABALHO

Resposta ao quesito 2º como era o local de trabalho do reclamante durante o


período laboral?

Em atenção à solicitação e às informações fornecidas no caso apresentado,


procedemos à análise e descrição do ambiente de trabalho na empresa Loureiro
Materiais de Isolamento LTDA. Nosso objetivo é avaliar as condições laborais
relevantes para o caso em questão.

1. LOCALIZAÇÃO:

A empresa Loureiro Materiais de Isolamento LTDA está situada na Rua Contraste,


171, na cidade de Portão/RS. No entanto, é importante destacar que o ambiente de
trabalho pode variar significativamente dependendo dos projetos específicos
realizados pela empresa. Os trabalhadores podem ser designados para diferentes

44
locais, como fábricas, usinas, indústrias ou canteiros de obras, onde as condições
podem diferir consideravelmente.

2. ATIVIDADES DE ISOLAMENTO TÉRMICO:

A empresa se dedica à execução de diversos tipos de isolamento térmico,


abrangendo isolamento de tubulações, equipamentos, tanques, vasos quentes e
frios. Portanto, os trabalhadores da empresa podem ser expostos a ambientes
variados, dependendo do projeto em andamento.

3. EXPOSIÇÃO A TEMPERATURAS VARIÁVEIS:

A exposição a temperaturas variáveis é uma característica fundamental do ambiente


de trabalho. Dependendo do projeto, os trabalhadores podem estar expostos a
temperaturas extremas. Isso pode incluir exposição a calor intenso quando
trabalham em instalações de tubulações com líquidos quentes, bem como
exposição a ambientes refrigerados ou com temperaturas mais baixas, dependendo
das necessidades do projeto.

4. MANUSEIO DE MATERIAIS ESPECÍFICOS:

Os profissionais da empresa lidam com uma variedade de materiais isolantes, como


lã de vidro, lã de rocha e espumas. Os locais de trabalho incluem áreas onde esses
materiais são armazenados, bem como locais de instalação onde são aplicados
para realizar o isolamento térmico.

5. SEGURANÇA OCUPACIONAL:

Devido à natureza das atividades, a segurança no ambiente de trabalho é de


extrema importância. Os trabalhadores devem usar Equipamentos de Proteção
Individual (EPIs) adequados, como roupas de proteção, luvas e possivelmente
máscaras, a fim de minimizar riscos à saúde. Além disso, os profissionais são
treinados em procedimentos de segurança para garantir um ambiente de trabalho
seguro.

6. TRABALHO EM EQUIPE:

45
Como a instalação de isolamento térmico frequentemente faz parte de projetos de
construção ou manutenção, os trabalhadores podem colaborar em equipe com
outros profissionais, como soldadores, encanadores e eletricistas. A colaboração é
fundamental para a conclusão bem-sucedida dos projetos.

7. VARIAÇÃO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS:

O ambiente de trabalho pode variar significativamente dependendo do projeto em


andamento. Os profissionais podem trabalhar em ambientes ao ar livre, em
ambientes fechados, em espaços confinados ou em locais com a presença de
equipamentos pesados ou processos industriais. Essa variação torna a adaptação e
a capacidade de lidar com diferentes condições ambientais essenciais.

8. MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS:

Se a empresa estiver envolvida em projetos que envolvem riscos de incêndio, é


essencial que medidas rigorosas de prevenção de incêndios sejam implementadas.
Os trabalhadores devem estar cientes dessas medidas e treinados para agir em
conformidade em caso de emergência.

9. PROTEÇÃO CONTRA RUÍDO:

De acordo com a natureza das atividades e os locais de trabalho, pode haver


exposição a níveis significativos de ruído. Nesses casos, é crucial que os
trabalhadores utilizem proteção auricular apropriada para evitar possíveis danos à
audição.

Em resumo, o ambiente de trabalho na empresa Loureiro Materiais de Isolamento


LTDA é diversificado, com exposição a condições variáveis e acentuadas de acordo
com os projetos em andamento. A segurança ocupacional, o uso de EPIs e a
colaboração em equipe desempenham papéis essenciais na proteção dos
trabalhadores. A empresa deve manter rigorosas medidas de segurança,
considerando a exposição a temperaturas, materiais e condições ambientais
variáveis em suas atividades.

46
II - ATIVIDADES EXERCIDAS PELO RECLAMANTE

Resposta ao quesito 3º em que setor da empresa o reclamante trabalhava e qual


atividade o mesmo exercia? Na hipótese das partes apresentarem versões
divergentes no momento da diligência, indique o senhor perito, de forma objetiva,
em relação a qual fato há controvérsia.

Conforme a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) e em conformidade com


as atividades desempenhadas pelo reclamante, Thiago Moraes dos Santos, na
função de auxiliar de produção de instalação de material isolante térmico (CBO
7152-05), descrevem-se as atividades laborais da seguinte maneira:

1. Preparação de Materiais: O auxiliar de produção de instalação de


material isolante térmico é responsável por preparar os materiais isolantes térmicos
necessários para a aplicação. Isso pode envolver o corte, moldagem ou preparação
de materiais isolantes, como mantas, placas, espumas ou outros materiais conforme
as especificações do projeto.

2. Instalação e Aplicação de Isolamento Térmico: O profissional executa


a instalação de isolamento térmico em diferentes estruturas, incluindo tubulações,
equipamentos industriais, tanques, vasos, entre outros. Essa instalação requer
habilidades para aplicar os materiais isolantes de forma precisa e eficiente,
garantindo que as superfícies estejam completamente protegidas contra perdas de
calor ou ganho de calor indesejados.

3. Medição e Corte de Materiais: O auxiliar de produção deve medir os


materiais isolantes de acordo com as dimensões específicas de cada projeto e
proceder ao corte preciso dos materiais. Isso requer conhecimentos básicos de
matemática e habilidades no manuseio de ferramentas e equipamentos de corte.

4. Fixação e Aderência de Materiais: Após o corte, o profissional deve


fixar os materiais isolantes nas superfícies a serem isoladas. Isso pode incluir a
aplicação de adesivos ou outras técnicas de fixação. É essencial garantir que os

47
materiais fiquem corretamente aderidos e selados para evitar a perda de isolamento
térmico.

5. Segurança no Trabalho: O auxiliar de produção deve cumprir


rigorosamente as normas de segurança no trabalho, uma vez que essas atividades
frequentemente envolvem o manuseio de materiais quentes, ferramentas elétricas,
produtos químicos e outros riscos. Isso inclui o uso de equipamentos de proteção
individual (EPIs) adequados, como luvas, máscaras, óculos de segurança, entre
outros.

6. Limpeza e Organização: Após a conclusão do trabalho, o profissional é


responsável por limpar a área de trabalho e garantir que os materiais sejam
adequadamente armazenados.

Estas atividades descrevem as funções comuns de um auxiliar de produção na


instalação de isolamento térmico, conforme a CBO 7157-15. Vale destacar que as
atividades reais podem variar dependendo das especificidades de cada projeto e
das práticas da empresa empregadora. O cumprimento rigoroso de normas de
segurança e regulamentações é crucial para garantir um ambiente de trabalho
seguro e a eficácia da instalação de isolamento térmico.

A controvéscia se dá no ponto 6 que trata da limpeza e organização, que dentro de


sua função só é permitida em sua área de atuação e aos materiais no qual ele
manuseia e não a limpeza da empresa de forma geral.

III - AVALIAÇÃO DA INSALUBRIDADE

Em relação às alegações do reclamante na petição inicial, faz-se necessário


analisar as condições de exposição a agentes químicos e físicos que podem
impactar a saúde do trabalhador. Para isso, foram consideradas as seguintes
informações:

48
1. Exposição a Agentes Químicos: Conforme a petição inicial, o
reclamante alega que estava exposto a produtos químicos nocivos, tais como Nafta,
condensado, gás, etanol e amônia, em seu ambiente de trabalho. A exposição a
esses produtos químicos pode ser prejudicial à saúde, especialmente se estiver
acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo órgão competente.

2. Exposição a Agentes Físicos (Calor e Frio): O trabalho do reclamante


envolvia o manuseio de materiais isolantes térmicos, o que pode implicar exposição
a temperaturas extremas. Se não forem adotadas medidas de controle adequadas,
a exposição a temperaturas extremas pode representar um risco à saúde.

3. Equipamentos de Proteção Individual (EPIs): Na contestação, a


reclamada afirma que fornecia EPIs e adotava medidas de proteção. Portanto, é
importante verificar se esses EPIs eram adequados para a proteção do trabalhador
e se o seu uso era efetivamente observado.

CLASSIFICAÇÃO DO GRAU DE INSALUBRIDADE

Conforme as normas do Ministério do Trabalho e Emprego e a CLT, o grau de


insalubridade pode ser classificado em mínimo, médio e máximo. A classificação
depende da natureza, das condições e dos agentes nocivos presentes no ambiente
de trabalho. Portanto, a avaliação do grau de insalubridade depende das seguintes
considerações:

1. Grau Mínimo de Insalubridade: Caso seja constatado que a exposição


a agentes químicos e físicos não ultrapassa os limites de tolerância estabelecidos e
que os EPIs eram eficazes na proteção do trabalhador, a insalubridade pode ser
classificada como grau mínimo.

2. Grau Médio de Insalubridade: Se a exposição aos agentes químicos e


físicos estiver próxima dos limites de tolerância, ou se houver evidências de que os

49
EPIs não eram totalmente eficazes, a insalubridade pode ser classificada como grau
médio.

3. Grau Máximo de Insalubridade: Caso a exposição a agentes químicos


seja significativamente superior aos limites de tolerância, ou se não houver
evidências de uso adequado dos EPIs, a insalubridade pode ser classificada como
grau máximo.

Este laudo pericial descreveu as condições de exposição do reclamante,


considerando as alegações presentes na petição inicial e na contestação.

Foi comprovado que o reclamante estava exposto a condições de trabalho que


configuram insalubridade em grau máximo. A exposição a agentes químicos
utilizados, superiores ao limite de tolerância estabelecido pela legislação, resultou
em um ambiente de trabalho insalubre. Além disso, não houve evidências de uso
adequado dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), o que agravou ainda
mais a exposição a esses agentes químicos nocivos à saúde.

4. Considerando o que dispõe o art. 190 da CLT, assim como a Orientação


Jurisprudencial número 4 da Subseção de Dissídios Individuais I do TST, esclareça
o senhor perito se a atividade do reclamante encontra-se elencada como insalubre
na NR-15, aprovada pela Portaria 3.214, de 08 de junho de 1978?

SIM

5. Em caso de resposta afirmativa ao quesito de número 4, indique o senhor


perito, de forma objetiva, em que anexo e respectivo subitem da referida norma
regulamentadora a atividade desenvolvida pelo reclamante encontra-se elencada
como insalubre, assim como especifique o agente insalubre a cuja atuação estava
sujeito àquele.

RESPONTA PONTO 1 E 2, exposto a materiais tóxicos, ruído intenso e fadiga


física. Trabalha em grandes alturas, confinado ou em locais subterrâneos, sujeitos a
estresse e posições desconfortáveis, por longos períodos.

50
6. Indique o senhor perito, de forma objetiva, se a exposição do reclamante à
atuação do agente insalubre referido na resposta ao quesito de número 5 se dava
em caráter eventual, intermitente ou permanente?

PERMANENTE, POIS FAZ PARTE DE SUA FUNÇÃO LABORAL.

7. O reclamante recebeu EPIs?. Em caso de resposta afirmativa, indique o


senhor perito, de forma objetiva: A) quais, B) se os mesmos são dotados do
certificado de que cogita o art. 167 da CLT, assim como C) dadas as especificidades
do caso em exame, se eram os mesmos eficazes para elidir a atuação do agente
insalubre referido na resposta ao quesito de número 5? Havia fiscalização da
utilização dos EPI’s, bem como há recibos de recebimento dos respectivos, e se os
mesmos neutralizam os agentes nocivos?

ERAM DISPONIBILIZADOS, PORÉM, NÃO HOUVE TREINAMENTO DE


UTILIZAÇÃO E SUA IMPORTÂNCIA ASSIM COMO NÃO HAVIA FISCALIZAÇÃO
DO USO DIÁRIO E ADEQUADO.

A) 1. Vestuário de proteção: Macacões, jalecos ou trajes especiais


projetados para proteger contra exposição a materiais isolantes e poeira. O
vestuário deve ser resistente ao fogo, caso haja riscos de incêndio.

2. Luvas: Luvas resistentes ao calor, abrasão e produtos químicos,


dependendo dos materiais e substâncias com os quais estão trabalhando.

3. Óculos de segurança: Para proteger os olhos de partículas, poeira e


respingos de produtos químicos.

4. Protetores auriculares: Se a instalação envolver o uso de ferramentas


elétricas ruidosas.

5. Máscaras respiratórias: Para proteção contra inalação de poeira, fibras


e produtos químicos.

6. Calçados de segurança: Botas ou sapatos que ofereçam proteção


contra quedas de objetos pesados, produtos químicos e calor.

7. Capacete: Pode ser necessário em locais onde haja risco de quedas


de objetos ou impacto na cabeça.

8. Protetor solar: Se a instalação for realizada ao ar livre e houver


exposição excessiva ao sol.

9. Cintos de segurança: Se os trabalhadores precisarem trabalhar em


altura.

51
B) SIM

C) Não neutralizam, apenas diminuem os riscos.

8. Diante do conjunto das respostas atribuídas aos quesitos formulados por este
Juízo, indique o senhor perito, de forma clara e objetiva, se, segundo sua avaliação,
está-se diante de serviço prestado sob condições de insalubridade, e, em caso
positivo, em que grau e em que extensão do período contratual?

Sim, está exposto em grau máximo. Respondida ao ponto 3 da parte das


classificações.

9. A Reclamante estava exposta a algum agente que fizesse necessária a


utilização de equipamentos de proteção capazes de elidir a ação dos possíveis
agentes prejudiciais à saúde?

Elidir não, mas diminuir significativamente os riscos.

IV - AVALIAÇÃO DA PERICULOSIDADE

Para avaliar as condições de exposição à periculosidade, foram considerados os


seguintes elementos:

1. Manuseio de Produtos Químicos: Conforme as alegações do


reclamante na petição inicial, este relatou que estava exposto a produtos químicos
como Nafta, condensado, gás, etanol e amônia. Alguns desses produtos podem ser
inflamáveis ou explosivos, o que, se confirmado, representa uma exposição à
periculosidade.

2. Uso de Equipamentos e Ferramentas: Foi considerado o uso de


equipamentos, máquinas e ferramentas durante o processo de instalação de

52
material isolante térmico, bem como o seu potencial de risco na ocorrência de
acidentes.

CLASSIFICAÇÃO DO GRAU DE PERICULOSIDADE

A classificação do grau de periculosidade é baseada nas atividades e nas


substâncias inflamáveis ou explosivas presentes no ambiente de trabalho. Conforme
as normas vigentes e a CBO 7152-05, o grau de periculosidade pode ser
classificado em:

1. Grau Mínimo de Periculosidade: Caso não haja evidências de que o


trabalho envolva atividades com substâncias inflamáveis ou explosivas, a
periculosidade é classificada como grau mínimo.

2. Grau Médio de Periculosidade: Se houver atividades que envolvam o


manuseio ou a exposição a substâncias inflamáveis ou explosivas, mas em
quantidades limitadas e controladas, a periculosidade é classificada como grau
médio.

3. Grau Máximo de Periculosidade: Quando o trabalho expõe o


empregado a substâncias inflamáveis ou explosivas em quantidades consideráveis
e não controladas, a periculosidade é classificada como grau máximo.

Este laudo pericial descreveu as condições de exposição do reclamante,


considerando as alegações presentes na petição inicial. Com base na inspeção do
ambiente de trabalho, nas atividades desempenhadas por Tiago Moraes dos Santos
e na avaliação da exposição a substâncias inflamáveis e explosivas em quantidades
consideráveis e não controladas, conclui-se que o reclamante estava exposto a
condições de trabalho que o classificam em grau máximo de periculosidade, de
acordo com as normas e regulamentações vigentes.

53
Essa exposição a riscos de natureza grave, inerentes à manipulação de substâncias
inflamáveis e explosivas, representa uma clara violação dos direitos fundamentais
do trabalhador e configura um cenário de periculosidade no ambiente laboral.

10. Informe o Sr. Perito se o reclamante ficava permanentemente em condições


de risco acentuado, na forma do artigo 193 da CLT, capaz de ensejar a percepção
de do adicional de periculosidade.

SIM.

11. Eram as atividades do reclamante consideradas perigosas, na forma da


regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho?

SIM.

12. Em caso positivo, informe o Sr. Perito a qual agente perigoso estava exposto
o reclamante? E ainda, por quanto tempo ficava exposto?

Estava exposto a inflamáveis como gasolina e petróleo e esporadicamente quando


chovia trabalhava em áreas de choque.

13. A alegada atividade enquadrada como perigosa, se houver, depende da


comprovação nos autos de alguma forma?

Visita aos locais de trabalho externos e testemunhais.

14. Informe o Sr. Perito qual o enquadramento legal, no caso da atividade do


autor ser periculosa.

O enquadramento legal para atividades perigosas está previsto na legislação


trabalhista brasileira, especialmente nos artigos 193 e seguintes da CLT.

54
15. O Reclamante tinha a mesma qualificação dos demais funcionários, que
exerciam o trabalho que o mesmo desempenhava?

Não , o reclamante não havia a mesma qualificação e nem curso profissionalizante


na área, apenas aprendeu tudo que sabia com o período que trabalhou na empresa
aprendendo com os instaladores qualificados.

16. Informe o Sr. Perito se as atividades de limpeza alegadas, são controvertidas,


caso forem positivas, se foram apresentadas provas no ato da perícia, de que
atividade era realizada pelo autor?

Existência de apenas provas testemunhais.

A análise das atividades laborais de Tiago Moraes dos Santos revelou a exposição
a atividades perigosas em seu ambiente de trabalho. A exposição se dava em
contato com materiais explosivos e risco de descargas elétricas. Avalia-se que em
grau médio de acordo com a legislação vigente.

V - AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA

Este laudo levará em consideração as alegações do reclamante relativas ao assédio


moral no ambiente de trabalho, bem como o impacto em sua saúde mental.

Conforme a petição inicial apresentada, o Sr. Thiago Moraes dos Santos alegou ter
sido submetido a assédio moral no ambiente de trabalho, caracterizado por
pressões constantes para o cumprimento de metas, promessas não cumpridas de
promoção e exposição a situações de risco sem suporte adequado. Essa conduta
teria impactado sua saúde mental, levando-o a um quadro de depressão e
esgotamento emocional. Além disso, o reclamante está sob tratamento psicológico e
psiquiátrico, faz uso de medicação, e pleiteia indenização por danos morais.

55
A contestação da reclamada argumenta que as ações tomadas pela empresa
estavam dentro do poder diretivo do empregador, que as cobranças de
produtividade eram legítimas, e que não houve atos ilícitos configurando assédio
moral. A reclamada afirma que as orientações e comandos estavam de acordo com
as metas estabelecidas e são comprovadas por atas de reuniões e ordens de
serviço.

PROCEDIMENTOS

A avaliação psicológica foi conduzida com base nos seguintes procedimentos:

1. Entrevista Clínica: O Sr. Thiago Moraes dos Santos foi submetido a


uma entrevista clínica detalhada, a fim de coletar informações sobre as alegações
de assédio moral, as condições de trabalho e o impacto na sua saúde mental.

2. Aplicação de Testes Psicométricos: Foram aplicados testes


psicométricos para avaliar os sintomas de depressão, ansiedade e esgotamento
emocional.

RESULTADOS

Com base nos procedimentos realizados, obtiveram-se os seguintes resultados:

1. Sintomas de Saúde Mental: A avaliação psicométrica revelou que o Sr.


Thiago Moraes dos Santos apresenta sintomas de depressão e esgotamento

56
emocional, que são condizentes com as alegações de assédio moral e exposição a
um ambiente de trabalho prejudicial à sua saúde mental.

2. Pressão no Ambiente de Trabalho: A entrevista clínica corroborou as


alegações do reclamante de pressões constantes e cobranças que impactaram
negativamente seu bem-estar psicológico.

Com base nos procedimentos e resultados da avaliação psicológica, é plausível


concluir que o Sr. Thiago Moraes dos Santos apresenta sintomas consistentes com
as alegações de assédio moral e exposição a um ambiente de trabalho prejudicial à
sua saúde mental. Os sintomas de depressão, ansiedade e esgotamento emocional
são indicativos de um impacto negativo em sua saúde mental.

Recomenda-se que o assunto seja tratado com sensibilidade e que medidas sejam
tomadas para avaliar e abordar as alegações de assédio moral, de acordo com as
legislações trabalhistas e os princípios constitucionais da dignidade da pessoa
humana.

Este laudo pericial de avaliação psicológica tem como objetivo fornecer informações
adicionais no contexto do processo legal, destacando a importância de considerar a
saúde mental dos trabalhadores e investigar alegações de assédio moral no
ambiente de trabalho.

VI - CONCLUSÃO

Com base na inspeção do ambiente de trabalho, nas atividades desempenhadas


por Thiago Moraes dos Santos e na avaliação da exposição a agentes insalubres e
perigosos, conclui-se o seguinte:

57
1. Insalubridade: Constatou-se que o Sr. Thiago Moraes dos Santos
estava exposto a condições de trabalho que configuram insalubridade, de acordo
com a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) 7157-15 - Auxiliar de Produção
de Instalação de Material Isolante. A exposição ocorria devido à manipulação de
materiais isolantes térmicos e outras atividades inerentes à sua função. A
classificação do grau de insalubridade é de grau máximo, de acordo com os limites
de tolerância estabelecidos pela legislação.

2. Periculosidade: Com relação à periculosidade, não foram identificados


elementos que indiquem a exposição do Sr. Thiago Moraes dos Santos a atividades
ou operações perigosas de acordo com a CBO 7157-15. Portanto, não se configura
periculosidade em suas atividades.

3. Avaliação Psicológica: Os resultados da avaliação psicológica indicam


que o Sr. Thiago Moraes dos Santos apresenta sintomas consistentes com as
alegações de assédio moral no ambiente de trabalho, incluindo sintomas de
depressão e esgotamento emocional. A conduta e as condições de trabalho
parecem estar relacionadas ao impacto em sua saúde mental.

QUESITOS SOBRE INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE AO ENGENHEIRO


EM SEGURANÇA DO TRABALHO

1. Da lesão do membro “dedo”, responda Sr. Perito, se a lesão é reversível, e


qual o comprometimento laborativo quando lesionado esse membro?

Irreverssivel, com grau de perda funcional de 50%.

2. Responda Sr. Perito, a perda auditiva do reclamante, foi adquirida durante


período que laborou na reclamada? Há comprovação, que foi a partir da
data?

Sim, foi durante o período trabalhado, pois no exame admissional não constava
nenhuma perda auditiva.

VII - RECOMENDAÇÕES

58
Com base nas conclusões acima, recomendam-se as seguintes ações para mitigar
riscos à saúde e segurança do Sr. Thiago Moraes dos Santos:

1. Revisão das Condições de Trabalho: Recomenda-se que a empresa


revise as condições de trabalho do Sr. Thiago Moraes dos Santos, garantindo que
todos os colaboradores esteja exposto a um ambiente de trabalho seguro e
saudável, em conformidade com as normas regulamentadoras. Isso inclui a
avaliação e mitigação dos riscos relacionados à exposição a materiais isolantes
térmicos.

2. Assistência Psicológica e Médica: Devido aos sintomas de depressão


e esgotamento emocional observados na avaliação psicológica, é recomendável
que o Sr. Thiago Moraes dos Santos continue recebendo acompanhamento
psicológico e psiquiátrico, bem como a medicação adequada, conforme prescrito por
profissionais de saúde. A empresa pode considerar o fornecimento de apoio
psicossocial apropriado aos trabalhadores.

3. Prevenção do Assédio Moral: A empresa deve adotar medidas para


prevenir o assédio moral no ambiente de trabalho. Isso inclui a conscientização dos
funcionários e gestores sobre o tema, o estabelecimento de políticas antiassédio e
canais de denúncia eficazes, e a promoção de um ambiente de trabalho respeitoso
e saudável.

4. Treinamento: É recomendável que a empresa forneça treinamento


adequado aos funcionários sobre segurança e saúde no trabalho, incluindo o uso
correto de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), se aplicável.

Todas essas recomendações visam garantir a integridade e a saúde dos


trabalhadores, bem como criar um ambiente de trabalho que cumpra as normas
regulamentadoras e promova o bem-estar dos funcionários.

59
VIII - DADOS DOS PERITOS

Nome do Perito: Greice Scherer e Diovane

Número de Registro no Conselho de Classe: XXX

Data da Emissão do Laudo: XXX

IX - ATESTADO

Emito o presente laudo pericial do trabalho e psicológico de insalubridade e


periculosidade com base nas informações coletadas durante a perícia realizada na
empresa Loureiro Materiais de Isolamento LTDA. em XXX.

________________________

Greice Scherer

Número de Registro no Conselho de Classe

________________________

Diovane

Número de Registro no Conselho de Classe

São Sebastião do Caí/RS, dia 20 de outubro de 2023.

60
PODER JUDICIÁRIO DA UNIÃO

JUSTIÇA DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO

VARA DO TRABALHO DE TRIUNFO

ATA DE AUDIÊNCIA

PROCESSO N° XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX-XX

RECLAMANTE: TIAGO MORAES DOS SANTOS

Advogados: Lana Forneck OAB/RS n° XXX.XXX

Sabrina Nazário OAB/RS n° XXX.XXX

Gabriele Petzold Nogueira OAB/RS n° XXX.XXX

RECLAMADO: LOUREIRO MATERIAIS DE ISOLAMENTO LTDA.

Representante: Érika Loureiro

Advogados: Cibele Kuhn OAB/RS n XXX.XXX

61
Vitória K. Pithan OAB/RS XXXXXX

Daiana Brandt OAB/RS XXXXX

Em 26 de outubro de 2023, na sala de Auditório CVALE sob a direção do Exm. Sr.


Juíz do Trabalho, João Pedro Petry Gonçalves, realizou-se audiência relativa ao
processo identificado em epígrafe.

Às 17:15, aberta a audiência, foram, de ordem do Exmº. Juíz do Trabalho,


apregoadas as partes.

Presente o Reclamante, Sr. Tiago Moraes dos Santos, acompanhado de seus


advogados Lana, Gabriele e Sabrina, inscritos na OAB/RS XXX.XXX, XXX.XXX e
XXX.XXX respectivamente.

Presente a Reclamada, na presença de sua representante, Érica Loureiro,


acompanhada de seus procuradores XXXXXX e XXXXXX, inscritos na OAB/RS
XXX.XXX e XXX.XXX respectivamente.

Havendo qualquer mudança, as partes devem manter o juízo atualizado acerca de


seus endereços, nos termos do parágrafo único do artigo 238 do Código de
Processo Civil.

Proposta a conciliação, não houve acordo.

As partes se manifestaram dizendo que não possuem interesse em acordo e


possuem provas testemunhal a produzir.

Pela procuradora do reclamante foi requerida a emenda inicial, requerendo a


retificação da CTPS para que conste a data da demissão dia 15/02/2023 em razão
da projeção do aviso prévio. Pela reclamada, nada se opõe.

Depoimento pessoal do Reclamante:

Tiago Moraes dos Santos, residente na XXXXXXX, cidade de Montenegro/RS.


Descreveu que foi vexatório a situação em que fora prometido um cargo mas nunca
promovido ao mesmo. O reclamante informou que nunca passou por nenhuma
situação em que se sentiu ofendido. Informou que iniciou como ajudante, e que o
acúmulo de funções teve início três meses após sua entrada na empresa. Informou
que realizou teste de audiometria ocupacional, e também que foi o primeiro
emprego

Depoimento da representante da Reclamada:

62
Érika Loureiro, residente em XXXXXXXX. Informou que a contratação do
reclamante foi realizada pelo setor de RH da empresa. Fora contratado para a
função de auxiliar de produção, que auxiliava na limpeza do mesmo. Informou que
não é frequente a realocação de funcionários da empresa para outros setores. A
representante não soube informar as funções que o reclamado desempenhava no
dia-a-dia. Informou que é fornecido EPI 's de segurança, mas que não sabe quais os
materiais específicos que são fornecidos.

1ª testemunha do Reclamante: Danieli, profissão, auxiliar do RH inativa, rua


XXXXXXXXXXX.

Trabalhou na empresa como auxiliar de RH de 2012 a 2014. Declarou que o


reclamante foi contratado para auxiliar de produção e que a função consistia em
auxiliar em uma construção que acontecia na empresa. Os intervalos eram de 1h e
precisava comunicar o supervisor. Era usual a realocação dos funcionários em
outros setores necessários. Houve habitualidade. O horário de trabalho ocorria das
7 da manhã às 17 da tarde.

Declarou que saiu da empresa em novembro/2014. Recorda que quando começou


na empresa o reclamante já trabalhava la. Do seu local de trabalho não havia visão
do trabalho realizado pelo reclamante.

2ª testemunha do Reclamante: Mário, solteiro, Rua dos Ipes, Estancia Velha.


Trabalhou com reclamante.

Alegou ser supervisor do reclamante. Declarou que não havia crachás de funções,
que os funcionários, a mão de obra disponível era realocada conforme a
necessidade de cada setor. Os funcionários precisavam avisar que iriam sair para o
horário de almoço. Informou que o reclamante estava auxiliando na montagem em
um andaime na situação em que se acidentou. Declarou que a empresa fornecia
EPI's mas não havia uma troca, era reaproveitado entre funcionários.

Declarou que trabalhou de 2013 a 2021. Informou que o pedido de autorização para
sair se dava por questão de operação em máquinas. Se tratava de uma
comunicação mas que não causava prejuízo ao seu intervalo. Entretanto, algumas
vezes o intervalo era reduzido. Não havia controle de ponto. Informou que não
presenciou situação vexatória, apenas cobrança por produção.

63
3ª testemunha da Reclamante: Felipe da Silva, casado, auxiliar de produção, Rua 1,
bairro Centro, Triunfo/ RS. Advertido e compromissado. Nada mais.

Disse que havia problemas no cartão ponto. Registrava no ponto mas permanecia
trabalhando. às vezes era preenchido previamente ao final do expediente. Um
período no papel e outro ponto eletrônico. Se desligou da empresa em janeiro de
2023. Recebia EPIs, não tinha controle, se estava vencido, de quem era. O
funcionário que queria utilizar pegava na caixa. Disse que seu horários 7h30 às 12h
e das 13h30 as 17h30min. Horas extras eram eventuais. Em teoria era para constar
no cartão ponto, porém, as vezes ja estava preenchido e não era registrado. Não
passou por nenhum situação vexatória na empresa. Informou que o acidente
ocorreu em dezembro de 2022, quando o reclamante estava auxiliando na
montagem de um andaime, em que uma tabua caiu em cima do mesmo.

Atuou de marco de 2014 a janeiro de 2023. Não recebia o valor pela hora que ficava
além do horário registrado no ponto. A fiscalização dependia do humor do
fiscalizador. Havia descontentamento financeiro com a empresa. Nao presenciou
situação vexatória do reclamante, mas percebia uma pressão maior em cima do
reclamante por parte dos supervisores

1ª testemunha da Reclamada: Marcelo Laux Volkweiss, técnico em segurança do


trabalho, residente na Av Dr. Bruno Cassio, XX, S. S. do Cai.

Fiscaliza e faz com que cumpra as normas da segurança do trabalho. Informa que
realiza palestra demonstrando o uso correto e um treinamento para uso dos
equipamentos e coleta assinaturas para confirmação da entrega do material. Os
funcionários que se negassem a utilizar os EPIs receberam advertências verbais, e
a partir da quarta foram escritas. Informou que o reclamante se negava a utilizar os
EPIs e também se negava a assinar as advertências.

Informou que cada funcionário recebia um equipamento e que os EPIs não eram
reaproveitados. Nao se recorda se o reclamante permaneceu trabalhando sem os
equipamentos.

2ª testemunha da Reclamada: Enio Pastorio, Supervisor, Rua Armindo Barcellos,


1000, Montenegro/RS. Não possui qualquer relação com a reclamada.

Era supervisor técnico, informou que não havia metas, e que não presenciou
qualquer situação vexatória passada pelo reclamado.

64
Não havia pressão por produtividade pois ele trabalhava com a limpeza.
Informou que não havia perigo nas funções que o mesmo desempenhava. Informou
que não tinha contato com inflamáveis. Informou que não houve promessa de
promoção de cargo. A jornada de trabalho consistia da 08:00 as 12:00 e das 13:00
as 18:00. Não tinha hora extra, pois o serviço do reclamado não exigia transpassar
o horário da jornada de trabalho. Informou que tinha cartão ponto manual. O
intervalo ocorria do 12:00 as 13:00 e o reclamante cumpria na integralidade.

3ª testemunha da Reclamada: Ederson de Freitas, serviços gerais, residente a rua


Antonio Neves, 310. Alegou não ter qualquer relação com a reclamada.

Exercia a função de serviços gerais, realizando a limpeza das áreas da empresa.


08:12 ao 12:00 e das 13:00 as 18:00. Informou que não solicitava autorização,
apenas informava a saida para o almoço. Tinha apenas relação de colega de
trabalho. Informou que recebeu os EPIs na entrada da empresa, e que utilizava o
mesmo pois poderia ocorrer contato com inflamáveis. Não havia reaproveitamento
de EPIs. Jamais presenciou relação de vexame ou pressão na empresa, nem
consigo e nem com o reclamante, apenas cobranças naturais. Eram fornecidas
botinas, luvas, óculos e protetores auriculares. Ponto eletrônico. Horas extras eram
regularmente pagas. Informou que o ponto sempre foi eletronico.

Informou que não se recorda da função do Sr. Enio mas que recorda ver o mesmo
na empresa. o via esporadicamente. Informou que tinha supervisor mas não recorda
o nome do mesmo.

Informou que não tinha qualquer risco devido o uso de todos os EPI's. Informou que
o reclamante trabalhava em todos os setores, assim como o depoente, exercendo a
função de limpeza. Informou que não presenciava o reclamante trabalhando em
outros setores desempenhando outras funções.

Sem mais provas, encerrou-se a instrução.

Pela Reclamante, há proposta de acordo de R$ 80.000,00.

Pela Reclamada, houve contrapoposta de R$ 40.000,00

Pelo Juiz, houve proposta de R$ 60.000,00

Proposta novamente a conciliação, restou exitosa, nos seguintes termos: A


reclamada procederá ao pagamento do valor líquido de R$50.000,00 + 10% de

65
honorários em 5 parcelas a serem depositadas no dia 10 de novembro do corrente
ano e as demais no mesmo dia dos meses subsequentes, diretamente na conta
bancária da procuradora do reclamante, Banco xxxx, Conta Corrente xxxx, CPF
xxxxx. As partes declaram que o valor acordado refere-se a R$36.000,00 a titulo de
Danos Morais, e R$ 14.000,00 a título de horas extras pelo intervalo suprimido. Os
comprovantes de transferência servem com recibo de quitação.

O autor comunicará eventual inadimplemento em até 5 dias úteis do vencimento de


cada parcela, sob pena de ser presumido correto o pagamento.

Com o recebimento, a parte autora dá a reclamada plena quitação da inicial e de


eventual outra pretensão decorrente de qualquer direito advindo da relação de
trabalho, seja de que natureza for, sendo geral e recíproca a quitação entre as
partes.

Cláusula penal de 30%, a incidir sobre o saldo devedor, sem prejuízo do vencimento
antecipado da obrigação em hipótese de mero atraso.

Tendo em vista a declaração de ID….e o valor da remuneração do empregado na


época do contrato, inferior a 40% do teto dos benefícios previdenciários, defiro ao
autor o benefício da gratuidade da justiça.

Custas pela reclamada no importe de 2% - R$1000,00 , calculadas sobre 50.000,00


pelo reclamante, dispensadas.

A reclamada declara que tem natureza indenizatória o valor total do acordo.

Dispensada a intimação da Procuradoria Regional Federal da 4ª Região, conforme


Provimento Conjunto n.º 12, de 19 de dezembro de 2013, da Presidência e da
Corregedoria do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região.

Honorários periciais no importe de R$ 1.000,00 a cargo da União, na forma da


Resolução nº 66/2010 do CSJT e do Provimento Conjunto nº 08/2013 do TRT da 4ª
Região, ante a circunstância de que a parte autora se encontra ao abrigo da Justiça
Gratuita. Expeça-se a competente requisição.

Intime-se a União. ACORDO HOMOLOGADO.

Cumprido, arquive-se. Descumprido, penhore-se. Cientes os presentes. Audiência


encerrada às 22h20min. Anexada aos autos neste ato. Nada mais.

66
João Pedro Petry Gonçalves

Juiz do Trabalho

Secretário de Audiências

Diogo Augusto Spengler

META 9 - RECURSO ORDINÁRIO

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 4° VARA DE TRABALHO DE


NOVO HAMBURGO/RS

Processo n° 0020554-51.2018.5.04.0304

Liane Reimann, já qualificada nos autos da presente Reclamatória Trabalhista, que move
em face de PRISMASERV SOLUÇÕES EMPRESARIAIS LTDA., por meio de suas
advogadas signatárias, com fundamento no Art. 895, I da CLT, vêm respeitosamente à
presença de vossa excelência interpor:

RECURSO ORDINÁRIO

Em face dos argumentos expostos na sentença terminativa, conforme fls. 29, requer seja
recebido, autuado e, atendidas as formalidades legais, intimando o recorrido para
apresentar contrarrazões e, remetido, juntamente com as razões inclusas, ao exame do
Egrégio Tribunal Regional da 4º Região. Ressalta ainda que a reclamante deixou de
efetuar o preparo, uma vez que lhe foi concedido o benefício da justiça gratuita, sendo
assim não necessita o recolhimento das custas processuais conforme Art. 790-A da CLT.

Nestes termos, pede deferimento.

Novo Hamburgo-RS, 24 de novembro de 2023.

ADVOGADA OAB XXX/RS

ADVOGADO OAB XXX/RS

67
RAZÕES DO RECURSO ORDINÁRIO

Recorrente: LIANE REIMANN

Recorrida: PRISMASERV SOLUÇÕES EMPRESARIAIS LTDA

Processo nº 0020554-51.2018.5.04.0304

Origem: 4º Vara do Trabalho de Novo Hamburgo/RS

Eméritos Julgadores,

A decisão recorrida merece reforma tendo em vista que a sentença a quo, deve ser
declarada nula, tendo em vista que se divorciou da melhor forma do direito, requerendo
assim o retorno dos autos para a vara de origem para prosseguimento do feito, vez que a
recorrente está inconformada com a respectiva decisão, vindo apresentar o presente
recurso ordinário para que seja aplicada a justiça no deslinde da demanda, com base na
fundamentação infra.

E o que se demonstrará.

I - DO CABIMENTO

Inicialmente, o art. 895, I da CLT dispõe que cabe Recurso Ordinário das decisões
definitivas ou terminativas do feito prolatadas pelas Varas do Trabalho ou "das decisões
definitivas ou terminativas das Varas e Juízos;", no prazo de 08 (oito) dias.

Portanto resta, adequado o meio eleito pelo recorrente para obter o reexame da matéria
objeto em lide.

II - DA TEMPESTIVIDADE

Considerando que a publicação da decisão foi em 10/10/2022, eis que inicia-se o prazo
recursal de 08 (oito) dias úteis, e finda no dia 21/10/2022, o presente recurso ordinário é
tempestivo.

III - DO PREPARO

Neste caso, a Recorrente deixa de juntar as guias comprobatórias do recolhimento das


custas, em razão da concessão da justiça gratuita, de acordo com a redação do art. 790-

68
A, "caput" da CLT. Além disso, deixa de juntar as guias de depósito recursal por se tratar
de recorrente empregada e, portanto, desobrigada a tanto nos termos do art. 899 da CLT.

IV - REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL

As procuradoras que subscrevem o presente recurso contam com os poderes para tanto,
tendo em vista que receberam uma procuração outorgada pela recorrente para sua
representação processual (ID. c71f125). No entanto verifica-se a representação
processual.

V - SÍNTESE DA DEMANDA

A recorrente Liane Reimann, propôs a presente reclamatória trabalhista em desfavor da


Primaserv Soluções Empresariais LTDA.

No entanto, por um equívoco o magistrado entendeu que a inicial não atendia aos
requisitos do artigo 840, §1º da CLT, no que se refere à indicação dos valores dos
pedidos nela formulados, extinguindo assim o presente feito sem resolução de mérito.

Sendo assim excelências o magistrado determinou a extinção do processo, sem sequer


abrir o prazo para que a reclamante pudesse emendar a inicial para então indicar os
valores dos pedidos na exordial, conforme estabelece o art. 321 do CPC e também a
súmula 263 do TST, o que gerou assim um grande inconformismo pela parte recorrente.

No entanto a referida decisão não merece prosperar merecendo assim toda reforma, uma
vez que está totalmente em desacordo com os preceitos legais, devendo assim os autos
retornarem à vara de origem com o devido prosseguimento.

VI - DA LEGITIMIDADE

A Recorrente possui legitimidade recursal porque foi sucumbente. No caso em tela, a


Recorrente não teve aceita a interposição da sua Petição Inicial, conforme decisão
prolatada, de acordo com o art. 840, §1º da CLT, no que se refere a indicação dos
valores dos pedidos nela formulados. E, portanto, foi extinto o presente feito sem
resolução de mérito, por preencher os requisitos do art. 966 do CPC.

VII- DA SENTENÇA

Como podemos notar na referida sentença recorrida, o MM. Juiz de 1ª instância extinguiu
liminarmente o processo sem resolução de mérito contrariando assim a súmula 263 do
TST bem como o art. 321 do CPC.

Sendo assim o entendimento chancelado pelo magistrado de primeiro grau não deve
prevalecer, tendo em vista que não foi concedido à recorrente o direito à emenda da
inicial no prazo de 15 dias.

69
"Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 319
e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de
mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete,
indicando com precisão o que deve ser corrigido ou completado.

Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a


petição inicial."

Por fim requer a nulidade da referida decisão, retomando aos autos de origem com a
reabertura do prazo de 15 dias para emendar a inicial, nos termos da fundamentação
supra mencionada.

VIII - DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer o CONHECIMENTO e PROVIMENTO do presente recurso


ordinário, para declarar a nulidade da sentença a quo com o retorno dos autos para a
vara de origem.

Ou caso assim não entenda, requer a reforma da sentença com o retorno dos autos à
origem com a reabertura de prazo de 15 dias para emendar a inicial.

Termos em que,

Pede deferimento.

Novo Hamburgo-RS, 24 de novembro de 2023.

ADVOGADA OAB XXXX/RS

ADVOGADA OAB XXXX/RS

Acadêmicos: Greice e Diovane

META 10 - RECURSO DE REVISTA

70
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO
EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4° REGIÃO

Processo nº (...)

SPORT CLUB X SERIE B, qualificado nos autos da Reclamatória Trabalhista em


epígrafe, movida por DALE ATACANTE, inconformado com o acórdão, vem
respeitosamente e perante V. Excelência, por intermédio de seus advogados infra
assinados, interpor o presente RECURSO DE REVISTA com fulcro no artigo 896,
alíneas A e C da Consolidação das Leis do Trabalho, pelas razões a seguir
examinadas.

Em face ao exposto, requer a notificação da parte contrária para que


apresente contrarrazões se assim entender e o RECEBIMENTO do presente
recurso e a sua posterior REMESSA ao COLENDO TRIBUNAL SUPERIOR DO
TRABALHO.

Termos em que,

Pede Deferimento.

71
Porto Alegre, 20 de novembro de 2023.

______________

ADVOGADO OAB/RS(...)

ADVOGADA OAB/RS(...)

RAZÕES DO RECURSO DE REVISTA

Recorrente: SPORT CLUB X SERIE B

72
Recorrido: DALE ATACANTE

Processo nº (...)

Egrégio Tribunal Superior do Trabalho,

Colenda Turma,

Nobres Julgadores,

I - DOS FATOS

Trata-se de Reclamatória Trabalhista ajuizada por DALE ATACANTE,


buscando indenização por danos morais decorrentes da alegada violação de sua
intimidade, vida privada e imagem no ambiente de trabalho, onde a empresa
empregadora, o CLUBE ESPORTIVO X da SÉRIE B, instalou dispositivos de áudio.

Após a sentença de improcedência em primeira instância, a parte autora interpôs


Recurso Ordinário. Ao analisar o recurso, o respeitável Tribunal Regional decidiu
dar-lhe provimento. No acórdão contestado, o Eminente Tribunal Regional da 4ª
Região concluiu que não havia sido comprovado prejuízo concreto à reclamante em

73
relação à captura e divulgação de imagens. Além disso, considerando o tempo de
serviço e o valor da remuneração mensal da parte prejudicada, fixou a indenização
em R$ 10.000,00, entendendo como excessivo o montante pleiteado diante dos
fatos comprovados ("cem salários nominais" - fl. 11).

Insatisfeita com a decisão do TRT, a Reclamada, por meio deste recurso,


apresenta suas razões visando o reconhecimento da nulidade do Acórdão Regional
e requer um novo julgamento.

II - DA TEMPESTIVIDADE

O acórdão que julgou o Recurso Ordinário foi publicado no DJE em


03/11/2022. Dessa forma o prazo para interposição do presente recurso de revista
finda em 17/11/2022, nos termos do art. 775 da CLT.

Ajuizado nesta data, o recurso de revista é tempestivo.

III – DO PREPARO

Ao que rege as custas processuais, em consonância com o art. 789 da CLT:

74
Art. 789.

[...]

as custas relativas ao processo de conhecimento incidirão à base de 2% (dois por


cento), observado o mínimo de R$ 10,64 (dez reais e sessenta e quatro centavos) e
o máximo de quatro vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de
Previdência Social,

[...]

Face ao exposto, é recolhido o valor de R$ 200,00 (duzentos reais), através


da Guia de Recolhimento da União.

Adicionalmente, omite-se da inclusão das guias de depósito recursal, uma


vez que a parte recorrente figura como reclamada, estando, portanto, desobrigada
desse procedimento conforme dispõe o art. 899 da CLT.

IV - DA TRANSCENDÊNCIA

O presente recurso de revista é qualificado como transcendente, conforme


estipulado no art. 896-A da CLT, requerendo o devido conhecimento e
processamento regular para possibilitar a interpretação adequada e a observância
das normas legais. Além disso, ressalta-se que a matéria abordada neste recurso

75
possui grande relevância, apresentando transcendência em relação aos reflexos
gerais de natureza econômica, política, social ou jurídica.

V - DO PREQUESTIONAMENTO

O atual recurso de revista atende ao requisito extrínseco específico do


prequestionamento, tornando-se passível de reconhecimento e processamento
regular.

VI - DO CABIMENTO

A admissibilidade deste recurso atualmente interposto fundamenta-se na


violação de lei federal constatada no acórdão, além da identificação de divergência
jurisprudencial entre Tribunais Regionais distintos.

Assim sendo, diante do atendimento de todos os pressupostos recursais, é


imperativo que este Recurso de Revista seja reconhecido, possibilitando a análise
de seu mérito por este respeitável Tribunal.

VII – DAS RAZÕES DA REFORMA

A seguir apresentamos as razões que justificam a revisão necessária do


acórdão objeto deste recurso, em consonância com o disposto no art. 896 da CLT.

VIII - DA VIOLAÇÃO DA CF OU A LEI FEDERAL

Ao texto da Constituição, seu art. 5o, incisos V e X da CF refletem o seguinte:

76
Art. 5o. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:

V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização


por dano material, moral ou à imagem;

X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,


assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua
violação;

Em tese ao exposto, o Código Civil também em seus artigos 186 e 927


estabelecem a cerca da reparação do dano moral:

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato
ilícito.

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo.

77
Neste mesmo viés, o entendimento do TST, eis que fica demonstrado aqui, a
divergência jurisprudencial.

AGRAVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. ACÓRDÃO


PUBLICADO NA VIGÊNCIA DA LEI No 13.467/2017. INDENIZAÇÃO POR DANOS
MORAIS. TEMOR DE DESENVOLVIMENTO DE DOENÇA OCUPACIONAL
RELACIONADA À EXPOSIÇÃO À SUBSTÂNCIA AMIANTO/ASBESTO.
PRESCRIÇÃO. TRANSCENDÊNCIA POLÍTICA RECONHECIDA. Agravo a que se
dá provimento para examinar o agravo de instrumento em recurso de revista.
Agravo provido. AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA.
ACÓRDÃO PUBLICADO NA VIGÊNCIA DA LEI No 13.467/2017. INDENIZAÇÃO
POR DANOS MORAIS. TEMOR DE DESENVOLVIMENTO DE DOENÇA
OCUPACIONAL RELACIONADA À EXPOSIÇÃO À SUBSTÂNCIA
AMIANTO/ASBESTO. PRESCRIÇÃO. TRANSCENDÊNCIA POLÍTICA
RECONHECIDA . Em razão de provável caracterização de ofensa ao art. 7°, XXIX
da Constituição Federal, dá-se provimento ao agravo de instrumento para
determinar o prosseguimento do recurso de revista. Agravo de instrumento provido.
RECURSO DE REVISTA. ACÓRDÃO PUBLICADO NA VIGÊNCIA DA LEI No
13.467/2017. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. TEMOR DE
DESENVOLVIMENTO DE DOENÇA OCUPACIONAL RELACIONADA À
EXPOSIÇÃO À SUBSTÂNCIA AMIANTO/ASBESTO. PRESCRIÇÃO.
TRANSCENDÊNCIA POLÍTICA RECONHECIDA. Cinge-se a discussão acerca da
prescrição aplicável ao pedido de reparação por dano moral fundado em temor de
desenvolvimento de doença ocupacional relacionada ao contato à substância
amianto/asbesto, cessado com o término do contrato de trabalho. Conforme se
verifica, o e. TRT registrou que o autor esteve exposto à substância amianto durante
a contratualidade, tendo o contrato sido rompido em 1.12.1989, e, ainda assim,
entendeu que a prescrição não prevalece no presente caso, registrando que "o
fundamento do pedido, a angústia e o receio de contrair no futuro uma doença, é
continuado e renovado a cada dia, razão pela qual não há termo inicial a ser
computado para fim de contagem da prescrição". Com efeito, verifica-se que o
pedido de reparação está respaldado no temor de se desenvolver moléstia
ocupacional causada pela exposição ao agente cancerígeno amianto/asbesto ,
temor que já existia desde o fim do contrato de trabalho, devendo ser esse o marco
inicial para a contagem do prazo prescricional. Como a ação não foi ajuizada dentro
do prazo de dois anos subsequentes à ruptura do liame empregatício, é certo que a
pretensão reparatória encontra-se prescrita. Precedentes da SBDI-I e Turmas desta

78
Corte. Recurso de revista conhecido e provido " (RR-12184-96.2018.5.15.0039, 5a
Turma, Relator Ministro Breno Medeiros, DEJT 25/11/2022).

Face a jurisprudência supracitada não restam violados os artigos que versam sobre
os danos morais, quais sejam: Art. 186 e 927 do Código Civil e incisos V e X da
Constituição Federal.

IX – DOS PEDIDOS

Requer a V. Excelência:

a) O reconhecimento e deferimento deste Recurso, considerando o


atendimento dos requisitos de admissibilidade, são fundamentados na afronta aos
dispositivos da Constituição Federal e do Código Civil, bem como nas demais
discrepâncias específicas nas jurisprudências relacionadas ao tema abordado..

b) A notificação do Recorrido, para manifestar-se, requerendo;

79
c) O afastamento da condenação ao pagamento de danos morais.

Termos em que,

Pede Deferimento.

Porto Alegre, 20 de novembro de 2023.

___________

ADVOGADO OAB/RS(...)

ADVOGADA OAB/RS(...)

META 11 - AGRAVO DE PETIÇÃO

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 4ª VARA DE TRABALHO DE


PORTO ALEGRE/RS

Processo nº (...)

80
LPZ, qualificado nos autos da reclamatória trabalhista em epígrafe, em face de
MEGA TELECOMUNICAÇÕES LTDA, vem, por seu procurador infra-assinado,
interpor o presente.

AGRAVO DE PETIÇÃO

com fulcro no artigo 897, alínea a, da CLT, requerendo seja recebido e, após instar
a parte contrária para contrarrazoar, seja remetido para julgamento na instância
superior.

Termos em que pede deferimento.

Porto Alegre, 8 de novembro de 2023.

ADVOGADO OAB/RS (...)

ADVOGADA OAB/RS (...)

RAZÕES DO AGRAVO DE PETIÇÃO

Agravante: LPZ

Agravada: MEGA TELECOMUNICAÇÕES LTDA

Vara de Origem: 4ª Vara do Trabalho da Comarca de Porto Alegre/RS

Processo nº (...)

EMINENTES JULGADORES

81
I - DOS FATOS

O Agravante propôs a reclamatória trabalhista em janeiro de 2022,


requerendo a condenação da Agravada ao pagamento de diferenças de horas
extras, férias, 13º salário e FGTS durante o contrato de trabalho, que se deuentre o
período de março de 2018 a dezembro de 2021.

Houve interposição de recurso ordinário pela reclamada, ao TRT4, que


manteve a decisão do Juízo a quo, e, não tendo sido interpostos outros recursos,a
decisão transitou em julgado.

Na fase de execução, houve desconsideração da personalidade jurídica da


empresa, em outubro de 2023, redirecionando a execução aos sócios Pedro e
Paulo, momento em que o exequente requereu a penhora do imóvel matriculado
sob nº 109.992 do Registro de Imóveis da 4ª Zona desta Capital, que foi
posteriormente indeferido pelo Juízo da Execução, em razão de que a matrícula do
imóvel indica que o mesmo foi adquirido por terceiro em abril de 2023.

II - DO PRESSUPOSTO RECURSAL

Vale ressaltar que o presente agravo de repetição esta de acordo com todos
os seus requisitos de admissibilidade recursal, extrínseca e intrinsecamente.

Também cumpre destacar, nos termos do artigo 897, § 1º, da CLT e da


Súmula 416 do TST, o presente recurso delimita, de forma justificada, as matérias e
os valores impugnados, conforme será demonstrado, o que respeita o pressuposto
recursal específico do agravo de petição.

Dessa forma o recorrente, espera que este recurso seja conhecido e tenha o
seu mérito apreciado, em consoante e ao fim, que as custas serão pagas pelo
executado, conforme prevê o art. 789, § 1º da CLT.

III – DO ACOLHIDA

No princípio o art. 897, alínea a da CLT, dispõe que cabe agravo de petição,
das decisões postulados pelo Juiz ou Presidente, nas execuções, no prazo de oito
dias, restando, portanto, adequado o meio eleito pelo recorrente para obter o
reexame da matéria-objeto em lide.

82
IV - DA TEMPESTIVIDADE

Tendo em vista que a publicação do indeferimento ocorreu em 8 de novembro


de 2023, o presente Agravo de Petição é tempestivo, de acordo com o Art. 897,
alínea a da CLT.

V – RAZÃO DA REFORMA

O agravante requer a reforma da decisão, argüindo que requereu a penhora


do imóvel matriculado sob nº 109.992 do registro de imóveis da 4ª zona desta
capital, que por sua vez restou indeferido pelo juízo da execução, em razão da
matrícula do imóvel indicar que o mesmo foi adquirido por terceiro em abril de 2023.

Porém, conforme prova apresentada em anexa, a transferência da


propriedade foi efetuada após o redirecionamento da execução em face dos sócios
da empresa executada, trazendo assim fraude à execução, conforme previsto no
artigo 792, § 3º, do CPC.

VI - DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer seja conhecido e provido o presente agravo de


petição, em razão dos fatos arguidos, postulando, por fim, seja reconhecida a fraude
à execução, em seguida a determinação da penhora do imóvel.

Termos em que,

Pede deferimento.

Porto Alegre, 8 de novembro de 2023.

ADVOGADO OAB/RS (...)

ADVOGADA OAB/RS (...)

83
Acadêmicos: Greice e Diovane.

RELATÓRIOS

84
Fls.: 1

Poder Judiciário
Justiça do Trabalho
Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região

Ação Trabalhista - Rito Ordinário


0020617-96.2022.5.04.0252

Processo Judicial Eletrônico

Data da Autuação: 31/08/2022


Valor da causa: R$ 674.230,32

Partes:
RECLAMANTE: NILSON ESPOSITO DE FABRI
ADVOGADO: TIAGO MACIEL DE OLIVEIRA DA TRINDADE
ADVOGADO: NATACHA ALINE PEREIRA RODRIGUES
RECLAMADO: TELEQUALITY SERVICOS DE TELEMARKETING EIRELI

ADVOGADO: BRUNA CADIJA VIANA RAYA


ADVOGADO: DANIEL CIDRAO FROTA
RECLAMADO: N. A. ELOI - COLCHOES TERAPEUTICOS - EPP
ADVOGADO: BRUNA CADIJA VIANA RAYA
ADVOGADO: DANIEL CIDRAO FROTA
RECLAMADO: G8 COLCHOES EIRELI

ADVOGADO: BRUNA CADIJA VIANA RAYA


ADVOGADO: DANIEL CIDRAO FROTA
RECLAMADO: VESUVIO INDUSTRIA DE COLCHOES TECNOLOGICOS LTDA.
ADVOGADO: BRUNA CADIJA VIANA RAYA
ADVOGADO: DANIEL CIDRAO FROTA
RECLAMADO: HIGIA COMERCIO DE PRODUTOS NATURAIS LTDA
ADVOGADO: BRUNA CADIJA VIANA RAYA
ADVOGADO: DANIEL CIDRAO FROTA
RECLAMADO: LMB ALVESTEGUI EIRELI

ADVOGADO: BRUNA CADIJA VIANA RAYA


ADVOGADO: DANIEL CIDRAO FROTA
RECLAMADO: ESTANCIA MANTIQUEIRA LTDA
ADVOGADO: DANIEL CIDRAO FROTA
PAGINA_CAPA_PROCESSO_PJE
Fls.: 3

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
2ª VARA DO TRABALHO DE CACHOEIRINHA
ATOrd 0020617-96.2022.5.04.0252
RECLAMANTE: NILSON ESPOSITO DE FABRI
RECLAMADO(A): TELEQUALITY SERVICOS DE TELEMARKETING EIRELI
E OUTROS (7)

ATA DE AUDIÊNCIA

Em 27 de novembro de 2023, na MM. 2ª VARA DO TRABALHO DE


CACHOEIRINHA, sob a direção do(a) Exmo(a). Sr(a). Juiz(a) do Trabalho PATRICIA
ZEILMANN COSTA, realizou-se audiência POR VIDEOCONFERÊNCIA relativa à Ação
Trabalhista - Rito Ordinário número 0020617-96.2022.5.04.0252, supramencionada.

Às 10:50, aberta a audiência, foram apregoadas as partes.

Presença das partes: participa a parte reclamante NILSON ESPOSITO


DE FABRI, pessoalmente, participa seu(a) advogado(a), Dr(a). TIAGO MACIEL DE
OLIVEIRA DA TRINDADE, OAB 59533/RS.

Participam as reclamadas TELEQUALITY SERVICOS DE


TELEMARKETING EIRELI, N. A. ELOI - COLCHOES TERAPEUTICOS - EPP, G8 COLCHOES
EIRELI, VESUVIO INDUSTRIA DE COLCHOES TECNOLOGICOS LTDA, HIGIA COMERCIO
DE PRODUTOS NATURAIS LTDA, LMB ALVESTEGUI EIRELI, representado(a) pelo(a)
preposto(a) Sr.(a) Rebeca Gomes da Silva, participa seu(a) advogado(a), Dr(a). MIRANE
XAVIER DE ALMEIDA, OAB 22493/GO, que anexará carta de preposição por todas as
demandadas no prazo até 12/12/2023.

Não participa desta solenidade a reclamada ESTANCIA MANTIQUEIRA


LTDA,, nem de forma virtual, tampouco encontra-se de forma presencial no átrio do
prédio desta Justiça Especializada em Cachoeirinha.

Autorizada pelo Juízo e com a anuência das partes, participa de forma


virtual a Acadêmica de Direito, Sra. Greice Scherer.

Confissão: a reclamada ESTANCIA MANTIQUEIRA LTDA,


injustificadamente ausente, embora regularmente ciente deste ato processual,
conforme comprovante de ID-35b27f0, é declarado(a) confesso(a) quanto a matéria
de fato, nos termos da Súmula 74 do TST.

Conciliação: rejeitada.

Assinado eletronicamente por: PATRICIA ZEILMANN COSTA - Juntado em: 27/11/2023 12:42:27 - e508d10
Fls.: 4

Pela ordem, o Procurador do autor, considerando que ainda em curso


o prazo concedido, manifesta-se neste ato acerca dos documentos juntados pelas
reclamadas na data de 16/11/2023, nos seguintes termos: " o reclamante não
aceita a juntada dos documentos como prova emprestada nos presentes autos."

Em que pese a contrariedade da parte autora, entendo possível a


utilização de prova emprestada, até mesmo independentemente da anuência das
partes, desde que verificada a identidade dos fatos e se tenha observado o
contraditório, caso dos autos, razão pela qual acolho o requerimento das
reclamadas.

Registro o protesto do Procurador do reclamante.

Audiência virtual: Iniciada a audiência esta Magistrada esclarece às


partes e procuradores que não há nenhum óbice de que as partes ou testemunhas
estejam no mesmo local (escritório dos procuradores ou sede da empresa, por
exemplo), mas que é dever das partes, por questão de lealdade processual, garantir
que cada um dos participantes desta audiência esteja em salas distintas e que esteja
garantida a incomunicabilidade, de modo a preservar-se o conteúdo da prova que
será produzida.

Feitos tais esclarecimentos as partes prestaram as informações


necessárias sobre a sua localização, bem como das testemunhas e concordam com a
realização do ato de forma telepresencial, ficando cientes de que o momento
processual oportuno para apresentação de eventual insurgência envolvendo
questões pertinentes à localização das testemunhas e respectiva garantia de
incomunicabilidade deverá ser apresentada durante a realização da audiência, sob
pena de preclusão.

As partes desde já concordam que na hipótese de surgirem, durante


a audiência, questões técnicas que inviabilizem a conclusão da audiência (queda de
energia elétrica ou de sinal de internet de algum dos participantes), isto não
prejudicará a validade dos atos até então realizados nesta audiência, devendo a sua
conclusão ocorrer em outra data, com a preservação dos atos/provas já realizados.

Ficam as partes e procuradores cientes de que a audiência será


gravada e posteriormente disponibilizada no PJeMídias (Ato 11/GCGJT/2020 e
Portaria 61/2020 do Conselho Nacional de Justiça).

Com a anuência das partes, o Juízo determina que os depoimentos


colhidos nesta solenidade sejam gravados em mídias apartadas e assim
disponibilizadas no PJeMídias.

Assinado eletronicamente por: PATRICIA ZEILMANN COSTA - Juntado em: 27/11/2023 12:42:27 - e508d10
Fls.: 5

Depoimento pessoal do reclamante : o depoente confirma que são


suas as rubricas e a assinatura final constantes no documento exibido de ID faeb6c2
folhas 135/147 dos autos; que o contrato perdurou de oito a nove meses, ao que
recorda; que após o depoente ficou cerca de vinte dias sem prestar serviços, tendo
solicitado seu desligamento em razão de não terem efetuado ressarcimento de
gastos com despesas quando o depoente ministrou treinamento em Maceió; que
após esse período, houve troca de supervisor, sendo que assumiu o Sr. Oilson, e
então chamou o depoente para voltar as atividades, dizendo que as condições
mudariam e iria melhorar a situação; que o depoente conhecia Oilson da própria
empresa, porém era supervisor de outra equipe da Sonoquality no Paraná e Santa
Catarina; que quando recebiam os pagamentos dos clientes, em cheque ou dinheiro,
e quando o depoente fazia os depósitos em nome das empresas, de acordo com a
determinação do pessoal do setor de financeiro, conhecido como "staf"; que esse
setor de staf determinava para que empresa deveria ser depositado tal valor e a
conta respectiva; que quando Oilson chamou o depoente foi em nome da empresa
Sonoquality, e prometeu melhores condições de trabalho, como por exemplo,
pagamento em dia, não fazer deflação em comissão, que o depoente não ministraria
treinamento e teria atividade somente de vendedor; que o depoente não tinha
empresa própria e não emitia recibos à reclamada; que o depoente fazia vendas com
a validação da reclamada pelo staf; que após o depoente realizar a venda, ligava para
o staf da reclamada, e então o staf da reclamada telefonava para o cliente
confirmando a venda, sendo que até este telefonema o depoente deveria ficar
aguardando na casa do cliente; que a venda era validada somente após este
telefonema de confirmação que o staf da reclamada fazia para o cliente; que o
depoente trabalhou até janeiro-2021, ao que recorda, quando a reclamada atrasou
as comissões do mês de dezembro/2020 e ainda acumulou com as comissões das
vendas do mês de janeiro-2021; que o depoente já tinha avisado à Oilson em
dezembro/2020 que não poderia haver atrasos no pagamento de suas comissões,
por necessidades particulares, e se ocorresse atraso o depoente não mais
trabalharia; que o depoente nunca recebeu advertências na reclamada, tampouco
por escrito, até porque o depoente não deu motivo para tanto; que o depoente
deveria atender a região do DDD 41, que abrangia a cidade de Curitiba, Região
metropolitana de Curitiba e o Litoral até a distância de 200 km e sua residência; que
na época o depoente residia em Curitiba; que a reclamada não mantinha escritório
em Curitiba; que a reclamada Sonoquality tinha escritório em São Bernardo do
Campo/SP, porém o depoente nunca foi até esse escritório, e nunca foi em nenhum
escritório ou estabelecimento da reclamada em qualquer outra cidade; que na época
que assinou o contrato de representação com data de 18/6/2020, o supervisor
Jeferson, de Florianópolis, trouxe o contrato até Curitiba, aproveitando uma viagem
de visitas a clientes. e o depoente assinou o documento; que durante uma visita e
outra o depoente tinha autonomia para tomar um café, etc, porém as visitas eram
com horários muito próximas e o depoente quase nunca tinha tempo de qualquer
intervalo entre uma visita e outra; que mesmo os depósitos para as empresas, o
depoente por vezes tinha que fazê-los à noite, em face de que durante o dia não
tinha tempo para tanto; que o depoente realizava no máximo quatro visitas em

Assinado eletronicamente por: PATRICIA ZEILMANN COSTA - Juntado em: 27/11/2023 12:42:27 - e508d10
Fls.: 6

residências dos clientes por dia, sendo que cada visita demorava em média de duas
horas, pois tinha uma exposição e explicação do produto; que as visitas que o
depoente procedia era exclusivamente nas residências de pessoas físicas; nada mais.

Depoimento da preposta das reclamadas TELEQUALITY SERVICOS DE


TELEMARKETING EIRELI, N. A. ELOI - COLCHOES TERAPEUTICOS - EPP, G8 COLCHOES
EIRELI, VESUVIO INDUSTRIA DE COLCHOES TECNOLOGICOS LTDA, HIGIA COMERCIO
DE PRODUTOS NATURAIS LTDA, LMB ALVESTEGUI EIRELI : que os clientes entravam
em contato com a central de vendas para o agendamento de visitas, e conforme a
agenda disponibilizada pelo representante da região respectiva, o atendente da
central verificava a disponibilidade e já fazia o agendamento da visita; que o
representante comercial não necessitava comunicar à empresa no momento de
chegada e saída de cada visita, apenas quando efetuava a venda; que na reclamada
não havia funcionários vendedores com CTPS assinada, apenas representantes
autônomos; que o Sr. Oilson não tinha CTPS assinada, tampouco o Sr. Wagner Vieira;
que Oilson iniciou como representante e após passou a ser supervisor; que o Sr.
Wagner Vieria sempre atuou como representante; nada mais.

Depoimento da testemunha convidada pelo reclamante: Wagner


Vieira, brasileiro(a), maior, inscrito(a) no CPF sob o nr, 030.075.680-13, vendedor,
residente na Rua Pampo 935 Beira Mar Capão da Canoa. Advertido e
compromissado. Depoimento: o depoente trabalhou para a empresa Telequality no
período de junho ou junho-2019 até junho ou julho-2021, ao que recorda, e atuava
como vendedor na região abrangida pelo DDD 51, que compreendia a cidade de
Porto Alegre, Região Metropolitana de Porto Alegre e o Litoral Norte do Estado do
RGSul; que o depoente foi contratado diretamente pela empresa, sendo que foi
contatado por Edvaldo Boni, que era supervisor na reclamada na época; que Edvaldo
era de Viamão/RS, e contratou o depoente em Capão da Canoa; que Edvaldo não era
sócio da reclamada; que Edvaldo prometeu ao depoente CTPS assinada, ganhos
altos, e outras diversas promessas; que logo após sua contratação, o depoente
assinou um contrato de trabalho com a empresa através de Edvaldo; que o depoente
não teve CTPS assinada, somente assinou o contrato de trabalho para trabalhar
como vendedor; que o depoente recebia por comissionamento sobre as vendas
efetuadas; que o depoente atendia pessoas físicas e também pessoas jurídicas; que
as visitas eram agendadas por uma central de agendamento da reclamada, sendo
que os clientes ligavam para a reclamada e solicitavam as visitas; que então a central
de agendamento repassava essas visitas agendadas para que o depoente efetuasse;
que a reclamada tinha propagandas na mídia de televisão, etc, e assim os clientes
procuravam a central de agendamento de visitas; que o depoente recebia o relatório
de visitas e horários a serem cumpridos às 15h do dia anterior aquele dia que
deveria proceder a visita, e isto era disponibilizado pela central de agendamento da
reclamada por um sistema eletrônico; que o depoente não possui empresa jurídica
própria; que o depoente recebia suas comissões de vendas por depósito bancário;
que inicialmente o depoente somente atuou como vendedor com contrato de

Assinado eletronicamente por: PATRICIA ZEILMANN COSTA - Juntado em: 27/11/2023 12:42:27 - e508d10
Fls.: 7

trabalho, sem CTPS assinada; que após houve um período em que o depoente
viajava para todo o Brasil, fazendo a mesma atividade de vendas para a reclamada,
somente alterando a região de atuação, e nesse período de março-2020 até março-
2021 o depoente teve a CTPS assinada pela reclamada pela empresa Telequality; que
a reclamada tinha uma central na cidade de São Bernardo do Campo-SP, e o
depoente compareceu nesse estabelecimento da reclamada em três oportunidades,
em uma vez por mês, no período em que teve a CTPS assinada, porém após com o
agravamento da pandemia, não mais compareceu presencialmente nessa sede da
reclamada; que o depoente trabalhou com o reclamante, e encontrou com o
reclamante em uma oportunidade, quando a reclamada Telequality fez uma
convenção em SPaulo e ambos compareceram, assim como os demais colegas; que
quando o depoente teve CTPS assinava viajava acompanhando vendedores de
equipes, porém o depoente não exerceu a função de supervisor, e sim de vendedor,
pois o depoente efetuava vendas pois a reclamada determinava que o depoente
acompanhasse as equipes para melhores resultados de vendas auxiliando os demais
vendedores também; havia outros funcionários com CTPS assinada pela reclamada,
na função de supervisor; que na CTPS do reclamante foi registrada a função de
vendedor; que na reclamada havia sete ou oito supervisores que tinha a CTPS
assinada, distribuiídos em cada regional da reclamada no Brasil; que o Sr. Oilson
tinha CTPS assinada pela reclamada; que quando era possível o depoente fazia
intervalo de 15 a 20 minutos para descanso e alimentação, pois estava sempre em
visitas ou em deslocamento entre uma visita e outra; que o depoente não
acompanhava a atividade do reclamante, porém acredita que fosse da mesma
forma; que todos os vendedores receberam da reclamada a promessa de assinatura
de CTPS; que o depoente não podia fazer outra atividade durante o dia, pois a
reclamada era rigorosa nesse sentido; que o supervisor era rígido na fiscalização e
cobrança com relação às atividades e horários do depoente e demais colegas; que o
depoente quando viajava pela reclamada tinha a função de auxiliar no atendimento
para melhorar o resultado de vendas da reclamada, e não gerenciava as equipes,
sendo que cada equipe tinha seu supervisor e coordenador; que quando o depoente
estava viajando pela reclamada, auxiliava no treinamento, porém não ministrava
treinamento, sendo que a atividade de treinamento era exclusivade
dos supervisores; que os agendamentos de visitas, como regra, eram feitos pela
central diretamente no sistema do depoente, e quando o depoente estava em
viagem as visitas dos outros representantes da região onde o depoente estava
fazendo o acompanhamento também iam para o sistema do depoente, pois as
visitas eram todas feitas no carro do depoente, e era para o depoente que eram
ressarcidas as despesas dos custos das visitas; nada mais.

Pela ordem, o Sr. Procurador do reclamante requer prazo para anexar


aos autos cópias das CTPS´s dos Srs Oilson e Sr.. Wager, e a Sra. Procuradora da
reclamada requer prazo para anexar aos autos as atas de audiências com o
depoimento dos Srs Oilson e Wagner, na condição de parte e testemunha.

Assinado eletronicamente por: PATRICIA ZEILMANN COSTA - Juntado em: 27/11/2023 12:42:27 - e508d10
Fls.: 8

Prazo:

1- Defere-se ao Sr. Procurador do reclamante o prazo até 04/12/2023


para anexar aos autos cópias das CTPS dos Srs Oilson e Sr. Wager;

2- No mesmo prazo, a Sra. Procuradora da reclamada poderá anexar


as atas de audiências requeridas.

3- Após, e independentemente de nova intimação neste sentido, as


partes terão o prazo de 10 dias, fluindo de 05/12 até 19/12/2023, para vista e
manifestação acerca dos documentos anexados pela parte adversa.

No mesmo prazo, de 05/12 até 19/12/2023, as partes terão vistas dos


documentos pesquisados junto ao Sistema PrevJud-INSS, e anexados aos autos com
a certidão de ID. 2485bae.

4- Razões Finais: no mesmo prazo, ainda, de 05/12 até 19/12/2023, as


partes poderão querendo, anexar razões finais por escrito, sendo que no silêncio
neste sentido serão consideradas razões finais remissivas.

As partes declaram que não têm mais provas a serem produzidas.

Após o escoamento dos prazos acima, ter-se-á por encerrada a


instrução processual, aguardando-se as eventuais razões finais, quando, então, os
autos deverão vir conclusos para prolação de sentença sine die, na medida em que
as partes não têm interesse em conciliar o feito.

Oportunamente, intimem-se as partes, da sentença.

Cientes os presentes. Audiência encerrada às 12h30min. Nada mais.

PATRICIA ZEILMANN COSTA


Juiz(a) do Trabalho

Assinado eletronicamente por: PATRICIA ZEILMANN COSTA - Juntado em: 27/11/2023 12:42:27 - e508d10
Fls.: 9

Ata redigida por GRACIELA DE CAMPOS , Secretário(a) de Audiência.

Assinado eletronicamente por: PATRICIA ZEILMANN COSTA - Juntado em: 27/11/2023 12:42:27 - e508d10
https://pje.trt4.jus.br/pjekz/validacao/23112712322415600000139576500?instancia=1
Número do processo: 0020617-96.2022.5.04.0252
Número do documento: 23112712322415600000139576500
A AVA Educação certifica que

Greice Scherer
participou da audiência de Instrução realizada no processo

0024496-54.2018.5.24.0007
em trâmite na Comarca de Campo Grande - MS
e teve desempenho satisfatório no exame a que foi submetido

27/11/2023

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Este certificado confere ao acadêmico a comprovação de 2 horas de atividade complementar

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