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Poder Judiciário

Justiça do Trabalho
Tribunal Superior do Trabalho

PROCESSO Nº TST-Ag-AIRR-45-40.2022.5.20.0005

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ACÓRDÃO
(8ª Turma)
GMSPM/npr

AGRAVO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO EM


RECURSO DE REVISTA – REGÊNCIA PELA LEI
Nº 13.467/2017 – PROCEDIMENTO
SUMARÍSSIMO - NEGATIVA DE PRESTAÇÃO
JURISDICIONAL. SÚMULA 459 DO TST -
RECONHECIMENTO DO VÍNCULO
EMPREGATÍCIO. DESFUNDAMENTADO À LUZ
DO ART. 896, § 9º, DA CLT. Nega-se
provimento ao agravo quando não merece
reparos a decisão monocrática por meio da
qual foi negado provimento ao agravo de
instrumento. Agravo conhecido e não provido.

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Agravo em Agravo


de Instrumento em Recurso de Revista n° TST-Ag-AIRR-45-40.2022.5.20.0005, em que é
Agravante SUSANA NOBREGA SALAO DE BELEZA EVENTOS E COMERCIO LTDA e
Agravada RENATA SOUZA FIUZA ANTUNES.

A reclamada interpõe agravo contra decisão monocrática, que


negou provimento ao seu agravo de instrumento.
Não foi apresentada contraminuta.
É o relatório.

VOTO

1 - CONHECIMENTO

Conheço do agravo por estarem presentes os pressupostos


legais de admissibilidade.

2 - MÉRITO

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Trata-se de recurso de agravo, em que a parte Agravante busca a


reforma da decisão monocrática de fls. 294/298.
Consta da decisão monocrática:

“Foi denegado seguimento ao recurso de revista, pelos seguintes


fundamentos:

“PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS
DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO (8826) / ATOS
PROCESSUAIS (8893) / NULIDADE (8919) / NEGATIVA DE
PRESTAÇÃO JURISDICIONAL
Alegação(ões):
- violação do(s) inciso IX do artigo 93 da Constituição
Federal.
- violação da(o) inciso IV do §1º do artigo 489 do Código de
Processo Civil de 1973; artigo 832 da Consolidação das Leis do
Trabalho.
A parte recorrente alega que, apesar dos embargos
declaratórios, o Regional permaneceu omisso, violando os artigos
832 da CLT, 93, IX, da CF, e art. 489 do CPC.
Examino.
A análise da negativa de prestação jurisdicional deve
observar o disposto no inciso IV do§1º-A do artigo 896 da CLT e
Súmula 459 do TST, no que se refere à necessidade de indicação
dos artigos pertinentes (artigos 832, da CLT, 489, do CPC e/ou 93,
inciso IX, da CF) e do cotejo do texto dos embargos declaratórios
com a decisão combatida.
No caso, entretanto, observo que não houve negativa, mas
sim a regular a entrega da prestação jurisdicional, eis que houve o
devido enfrentamento da matéria controvertida e adoção de tese
sobre a matéria .
Ressalto que o acerto ou desacerto da valoração da prova
efetuada pelo órgão julgador não conduz à nulidade do acórdão
por falta de prestação jurisdicional. Na linha do artigo 896 da CLT
e Súmula 126 do TST, a fase de análise probatória encerra-se no
segundo grau, não cabendo ao TST revolver os elementos de
prova constantes dos autos. O papel constitucional daquela Corte
Trabalhista volta-se à análise de teses jurídicas, não lhe cabendo
perquirir as especificidades probatórias de cada processo.
Assim sendo, sob a ótica da restrição imposta pela Súmula
nº 459 do TST, não se vislumbram as violações apontadas.

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CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO (1654) /


RECONHECIMENTO DE RELAÇÃO DE EMPREGO
Alegação(ões):
- divergência jurisprudencial.
A recorrente alega que “de acordo com a jurisprudência dos
demais Tribunais Regionais do Trabalho, reputa-se plenamente
possível o reconhecimento de um contrato de parceria firmado de
modo meramente verbal”.
Analiso.
Tratando-se de rito sumaríssimo, penso que o recurso não
merece seguimento, uma vez que a parte recorrente não
demonstra, de maneira explícita, fundamentada e analítica, qual
dispositivo da Constituição Federal teria sido diretamente violado
ou qual Súmula do TST ou vinculante do STF teria sido
contrariada, como exigido no § 1º-A c/c o §9º do artigo 896 da CLT.
Nessa linha, a alegação de divergência jurisprudencial ou de
violação infraconstitucional não enseja o seguimento do Recurso
de Revista.
Por isso, nego seguimento.
CONCLUSÃO
Denego seguimento.” (fls. 264/266)

Na minuta do agravo de instrumento, a parte agravante insiste no


processamento do recurso de revista quanto aos temas “PRELIMINAR DE
NULIDADE DO ACÓRDÃO REGIONAL POR NEGATIVA DE PRESTAÇÃO
JURISDICIONAL” e “RECONHECIMENTO DE RELAÇÃO DE EMPREGO”. Em
síntese, aduz que o apelo atende integralmente aos pressupostos legais de
admissibilidade.
Na espécie, a parte agravante não apresenta argumentos capazes de
desconstituir os fundamentos da decisão denegatória, proferida na forma
prevista no §1º do art. 896 da CLT.
Isso porque o recurso de revista não logrou comprovar pressuposto
intrínseco de admissibilidade recursal, à luz das normas legais regentes (art.
896 da CLT).
Assinale-se que o recurso de revista ostenta natureza extraordinária e
não constitui terceiro grau de jurisdição. Portanto, essa via não permite
cognição ampla, estando à admissibilidade restrita às hipóteses do art. 896 da
CLT, não configuradas na espécie, conforme devidamente assentado na
decisão agravada.
Deve, pois, ser confirmada a decisão agravada, por seus próprios e
jurídicos fundamentos.
Cumpre destacar que a adoção dos fundamentos constantes da decisão
agravada como expressa razão de decidir atende à exigência legal e
constitucional da motivação das decisões proferidas pelo Poder Judiciário

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(fundamentos per relationem). O Supremo Tribunal Federal tem firme


jurisprudência no sentido de que “Reveste-se de plena legitimidade
jurídico-constitucional a utilização, pelo Poder Judiciário, da técnica da motivação
‘per relationem’, que se mostra compatível com o que dispõe o art. 93, IX, da
Constituição da República. A remissão feita pelo magistrado - referindo-se,
expressamente, aos fundamentos (de fato e/ou de direito) que deram suporte a
anterior decisão (ou, então, a pareceres do Ministério Público, ou, ainda, a
informações prestadas por órgão apontado como coator) - constitui meio apto a
promover a formal incorporação, ao ato decisório, da motivação a que o juiz se
reportou como razão de decidir” (STF-RHC-120351-AgR/ES, Segunda Turma,
Relator Ministro Celso de Mello, DJe 18/05/2015).
No mesmo sentido, confiram-se os seguintes precedentes da Suprema
Corte:
(...)
Registre-se, por fim, que não há falar em incidência do § 3º do art. 1.021
do CPC/2015, pois esse dispositivo aplica-se aos agravos internos interpostos
a partir de 18/3/2016, data de vigência do referido diploma processual, e não
ao agravo de instrumento.
Diante desse quadro, inviável a análise da transcendência da(s)
matéria(s).”

1 – NULIDADE POR NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL

A reclamada alega que a decisão recorrida incorreu em negativa


de prestação jurisdicional, ao deixar de se manifestar sobre a possibilidade de que seja
formalizado um contrato de parceria de forma verbal. Indica afronta aos artigos 489, §
1º, do CPC e 93, IX, da Constituição da República.
Não tem razão.
O Regional decidiu:

“O MM. Juízo de primeiro grau, a respeito desse ponto do litígio, firmou


seu entendimento nos seguintes termos:
"Do registro na CTPS e verbas rescisórias
Aduz a reclamante que foi contratada pela reclamada em
21/09 /2021 para exercer a função de cabeleireira e obtinha como
remuneração o valor de R$ 1.800,00 (mil e oitocentos reais),
sendo demitida sem justa causa no dia 27/12/2021. Não teve sua
CTPS assinada e não recebeu as verbas rescisórias.
Pleiteia a anotação da CTPS e o pagamento da rescisão.

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A reclamada nega a existência de vínculo de emprego com a


reclamante. Alega que firmaram um contrato de parceria,
conforme Lei nº 12.592/2012.
Analiso.
O artigo 1º-A, da Lei nº 12.592/2012, reformulada pela Lei nº
13.352/2016 dispõe que:
"Os salões de beleza poderão celebrar contratos de
parceria, por escrito, nos termos definidos nesta Lei, com os
profissionais que desempenham as atividades de Cabeleireiro,
Barbeiro, Esteticista, Manicure, Pedicure, Depilador e Maquiador".
"§ 8º O contrato de parceria de que trata esta Lei será
firmado entre as partes, mediante ato escrito, homologado pelo
sindicato da categoria profissional e laboral e, na ausência desses,
pelo órgão local competente do Ministério do Trabalho e
Emprego, perante duas testemunhas".
Constata-se que a essência do ato jurídico que estabelece a
parceria é, pois, o contrato escrito. Essencial ao ato, o contrato
escrito ausente, elimina o argumento da conformação da
parceria. Assim, a ausência do ajuste implica em reconhecimento
do vínculo de emprego quando presentes os requisitos dos
artigos 2º e 3º da CLT.
O preposto da reclamada disse que: "[...] Que a reclamante
trabalhava de segunda a sábado, com 01 folga na terça ou quarta;
Que a reclamante trabalhava das 08 às 16h, com intervalo de 01
hora; Que a recebia em percentual sobre o valor dos serviços
realizados, bem como comissões sobre produtos vendidos; Que a
cada 15 dias era fechado os serviços para pagamento; Que a
reclamante recebia em média de R$ 600,00 a R$ 800,00 de
comissão por quinzena; Que a reclamante recebia vale transporte
pelos dias trabalhados; [...]".
A testemunha da reclamada disse que: "[...] Que a
reclamante foi contratada para ser manicure e cabeleireira; Que
foi o depoente e a gerente que fez a entrevista com a reclamante;
; Que foi o depoente quem explicou as condições do trabalho a
depoente: 30% sobre serviços de cabelo e 40% sobre serviços de
manicure, regime de trabalho das 08 às 16h, com 01 hora de
almoço, pagamento de transporte; Que tinha uma folha de ponto,
mas isso era de responsabilidade da gerente; Que a reclamante
também deveria ter controle de ponto, assim como todos os
outros parceiros; Que quando a reclamante faltava comunicava a
reclamada e a empresa removia ela da agenda para não marcar
clientes; Que quando a reclamante precisava fazer alguma coisa
em dia diverso da folga, a reclamada trocava o dia de sua folga
[...]".

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Após análise dos depoimentos, verifico presentes os


requisitos da pessoalidade, não eventualidade, onerosidade e
subordinação, o que caracteriza a relação de emprego
firmada entre as partes.
O preposto da reclamada e a testemunha confirmam
que a reclamante cumpria horário de trabalho fixo, inclusive
controle de jornada, e , ainda, quando precisava faltar ligava
para a reclamada e o o dia da folga era alterado.
Dessa forma, considerando a ausência do contrato
escrito de parceria e a presença dos requisitos artigos 2º e 3º
da CLT, reconheço o vínculo de emprego entre as partes.
Defiro o pagamento de aviso prévio, 13º proporcional, férias
proporcionais + 1/3, FGTS e multa de 40%.
Indefiro o pleito de compensação, visto que os
comprovantes de pagamentos anexados referem-se aos
pagamentos das comissões.
Com a projeção do aviso prévio, tem-se que a extinção
contratual efetivamente ocorreu em 26/01/2022.
Como obrigação de fazer, defere-se o pedido para a
reclamada proceder à assinatura na CTPS da autora, fazendo
constar como data de entrada: 21/09 /2021, função: cabeleireira,
remuneração: R$ 1.800,00, data de saída: 26/01/2022.
Deverá a reclamante depositar a CTPS na Secretaria da
Vara, no prazo de 08 dias após o transito julgado. Após,
independente de notificação, concedo igual prazo para a
reclamada proceder a anotação, sob pena de multa diária no
valor de R$ 100,00 limitada a 30 dias, a ser revertida a favor da
reclamante.
Deverá a reclamada registrar o vínculo no CAGED, no prazo
de 15 dias após o transito julgado, devendo comprovar nos autos,
sob pena de multa diária no valor de R$ 100,00 limitada a 30 dias,
a ser revertida a favor da reclamante."
Ao exame.
Sabe-se que a controvérsia ora examinada diz respeito à natureza da
relação mantida entre as partes, alegando a Reclamante que foi empregada,
enquanto a demandada afirma que havia feito um contrato de parceria, sem
que houvesse qualquer relação empregatícia.
In casu, ao admitir a prestação de serviços pela autora, mas sob
condição diversa da empregatícia, a Reclamada invocou fato impeditivo do
pretenso direito autoral, atraindo para si o ônus dessa prova, como assim
exigido pelos artigos 818, da CLT e 373, II, do CPC.
Entretanto, a partir do acervo probatório produzido nos autos, o
juízo a quo entendeu que a Reclamante apresentou prova da existência
dos requisitos legais para o reconhecimento de vínculo empregatício,

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tendo asseverado, ainda, que "O preposto da reclamada e a testemunha


confirmam que a reclamante cumpria horário de trabalho fixo, inclusive
controle de jornada, e, ainda, quando precisava faltar ligava para a
reclamada e o o dia da folga era alterado. Dessa forma, considerando a
ausência do contrato escrito de parceria e a presença dos requisitos artigos
2º e 3º da CLT, reconheço o vínculo de emprego entre as partes."
Sendo assim, de acordo com o art. 895, § 1º, inciso IV, da CLT, e
considerando-se que toda a matéria fora devidamente analisada pelo juízo
sentenciante, alinho-me com tal compreensão para o fim de manter a
sentença por seus próprios fundamentos.” (fls. 171/173 – destaques
acrescidos)

E quando do julgamento dos embargos de declaração decidiu:

“Os Embargos de Declaração têm lugar quando a sentença contiver


alguma obscuridade, contradição ou omissão sobre a qual deva se pronunciar
o juízo, oportunidade em que eventuais erros materiais poderão ser
corrigidos.
Compete ao juiz analisar o caso concreto, e pela consagração do
princípio do livre convencimento e da persuasão racional, apreciar livremente
a prova, atendendo aos fatos e circunstâncias constantes dos autos, o que
ocorreu no presente caso, posto que o reclamado ao invocar fato impeditivo
ao direito da autora atraiu para si o ônus da prova, do qual não se
desincumbiu satisfatoriamente.
No aspecto, é nítido que o embargante não intenta suprir qualquer dos
vícios que ensejam a apresentação de embargos de declaração, na forma do
artigo 897-A da CLT, já que a simples leitura das razões da parte demonstra a
feição recursal que atribuiu a seu recurso.
Nesse passo, não se vislumbra a situação alegada e delimitada dentro
das hipóteses legais previstas no art. 897-A da CLT, e 1.022, do CPC.
Patente, outrossim, o inconformismo do embargante com o
entendimento desta E. Turma, pretendendo, através da via inadequada, a
reapreciação do feito.
Acrescento ainda que, conforme o entendimento contido na OJ nº 118
da SBDI-1, do C. TST, "Havendo tese explícita sobre a matéria, na decisão
recorrida, desnecessário contenha nela referência expressa do dispositivo legal
para ter-se como prequestionado este.".
Nesse mesmo sentido, o artigo 1.025 do CPC "Consideram-se incluídos no
acórdão os elementos que o embargante suscitou, para fins de
pré-questionamento, ainda que os embargos de declaração sejam inadmitidos ou
rejeitados, caso o tribunal superior considere existentes erro, omissão, contradição
ou obscuridade".

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Por fim, a inexistência das irregularidades alegadas não permite o


prequestionamento requerido, a teor do recomendado nas Súmulas 297, do
C. TST e 4, deste E. Regional.
Pelas razões acima expostas, rejeito os Embargos Declaratórios.” (fls.
214/215)

O Regional reconheceu a existência de vínculo empregatício


entre a reclamante e a reclamada, ao fundamento de que restou demonstrada a
presença dos requisitos artigos 2º e 3º da CLT e de que não houve contrato escrito de
parceria.
Resta claro, portanto, que a prestação jurisdicional foi
completamente entregue, não havendo como reconhecer a transcendência da causa.
Incólume, portanto, os artigos 93, IX, da Constituição 489, § 1º, do CPC, à luz do que
dispõe a Súmula 459 do TST.
Nego provimento.

2 – RECONHECIMENTO DO VÍNCULO EMPREGATÍCIO

A reclamada insurge-se contra o reconhecimento do vínculo


empregatício. Indica a existência de divergência jurisprudencial.
Não tem razão.
Verifico que o recurso de revista está desfundamentado, à luz do
artigo 896, § 9º, da CLT, uma vez que a reclamada, em suas razões recursais, não alegou
contrariedade a súmula de jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do Trabalho
ou a súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal, nem violação direta da
Constituição da República.
Nego provimento.

ISTO POSTO

ACORDAM os Ministros da Oitava Turma do Tribunal Superior do


Trabalho, por unanimidade, negar provimento ao agravo interno.
Brasília, 3 de abril de 2024.

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SERGIO PINTO MARTINS
Ministro Relator

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