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PROCESSO Nº TST-Ag-AIRR - 1602-54.2019.5.06.

0103

ACÓRDÃO
(3ª Turma)
GMJRP/ir
AGRAVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO EM
RECURSO DE REVISTA.

AGRAVO DESFUNDAMENTADO. INCIDÊNCIA


DA SÚMULA Nº 422, ITEM I, DO TRIBUNAL
SUPERIOR DO TRABALHO.
Por meio da decisão ora agravada, foi
denegado seguimento ao agravo de
instrumento da reclamada porque
desfundamentado, à luz da Súmula nº 422,
item I, do Tribunal Superior do Trabalho. A
agravante reincide na falta de dialeticidade,
porquanto não impugna o óbice apontado na
decisão monocrática. Logo, o agravo se revela
desfundamentado, nos termos do item I da
Súmula nº 422 do Tribunal Superior do
Trabalho, segundo o qual "não se conhece de
recurso para o Tribunal Superior do Trabalho se
as razões do recorrente não impugnam os
fundamentos da decisão recorrida, nos termos
em que proferida", motivo por que não alcança
conhecimento.
Agravo não conhecido.

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Agravo em Agravo


de Instrumento em Recurso de Revista n° TST-Ag-AIRR-1602-54.2019.5.06.0103, em que
é Agravante PROSEGUR BRASIL S.A. - TRANSPORTADORA DE VALORES E SEGURANÇA
e é Agravado ROGERIO FERREIRA MONTEIRO.

A agravante interpõe agravo, às págs. 800-808, contra a decisão


de págs. 796-798, da lavra do Exmo. Ministro Presidente do Tribunal Superior do
Trabalho, por meio da qual foi denegado seguimento ao seu agravo de instrumento.

Firmado por assinatura digital em 09/08/2023 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que
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Aduz, em síntese, que a decisão monocrática merece ser


reformada, porquanto preenchidos se encontram os requisitos legais para o regular
processamento do recurso de revista.
Contraminuta apresentada (págs. 811-826).
É o relatório.

VOTO

Mediante a decisão monocrática de págs. 796-798, da lavra do


Exmo. Ministro Presidente do Tribunal Superior do Trabalho, foi denegado seguimento
ao agravo de instrumento da reclamada.
Na fração de interesse, a decisão agravada foi amparada nos
seguintes fundamentos:

"Trata-se de Agravo de Instrumento interposto pela parte reclamada,


em face da decisão monocrática por meio da qual se denegou seguimento ao
seu Recurso de Revista.
Cumpre salientar que o referido Recurso de Revista foi interposto a
acórdão publicado na vigência da Lei n.º 13.467/2017.
Sustenta a agravante que seu Recurso de Revista merece
processamento, porquanto preenchidos todos os requisitos de
admissibilidade recursal.
Foram apresentadas contraminuta e contrarrazões.
Autos não submetidos a parecer da douta Procuradoria-Geral do
Trabalho, à míngua de interesse público a tutelar.
É o relatório.
Observada a cláusula constitucional que resguarda o ato jurídico
(processual) perfeito (artigo 5º, XXXVI, da Constituição da República), o
cabimento e a admissibilidade deste Agravo de Instrumento serão
examinados à luz da legislação processual vigente à época da publicação da
decisão agravada.
Conquanto tempestivo o Agravo de Instrumento e regular a
representação processual da recorrente, o apelo não é admissível, porque
desfundamentado.
Eis os fundamentos sufragados pelo egrégio Tribunal Regional do
Trabalho, por ocasião do exame da admissibilidade do Recurso de Revista:

PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA / SUBSIDIÁRIA (1937) / SUCESSÃO DE
EMPREGADORES
Alegação(ões):

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- violação do(s) inciso II do artigo 5º da Constituição Federal.


- violação da(o) artigos 3, 10 e 448 da Consolidação das Leis do
Trabalho.
Fundamentos do acórdão recorrido:
(...)
Contrapondo os argumentos recursais com os fundamentos do acórdão
turmário, não vislumbro as violações legais apontadas, vez que o Regional
decidiu a questão com base no conjunto probatório contido nos autos e na
legislação pertinente, consistindo o insurgimento da parte recorrente, quando
muito, em interpretação diversa daquela conferida pela Corte Revisanda.
Além disso, as alegações lançadas pela parte nas razões recursais, em sentido
contrário, somente seriam aferíveis por meio de reexame fático, o que não é
possível nesta via recursal (Súmula nº 126 do TST).
CONCLUSÃO Denego seguimento.

Ao exame.
Rejeita-se, de plano, a arguição de incompetência funcional do Juízo de
admissibilidade recursal a quo. O Tribunal Regional, ao exercer o primeiro
juízo de admissibilidade, apenas cumpre exigência legal, uma vez que o
conhecimento do recurso está sujeito a duplo exame, sendo certo que a
decisão proferida pelo Juízo de origem não vincula o Juízo ad quem. Além
disso, assegura-se à parte, no caso de denegação, a faculdade de ver
reexaminada a decisão por meio do competente Agravo de Instrumento, via
ora utilizada pela reclamada.
Consoante se infere do excerto transcrito, verifica-se que o juízo de
admissibilidade a quo denegou seguimento ao Recurso de Revista interposto
pela reclamada, sob os seguintes fundamentos: (i) "não vislumbro as violações
legais apontadas" e (ii) óbice da Súmula n.º 126 do TST.
A recorrente, em seu Agravo de Instrumento, conquanto renove as
alegações de ofensa a dispositivos legais e constitucionais, nada se refere em
relação ao óbice da Súmula n.º 126 do TST, fundamento de per si autônomo e
suficiente para a manutenção da decisão agravada.
Nesse particular, é oportuno esclarecer que não é suficiente que a parte
se limite a narrar ou parafrasear as razões da decisão agravada, afirmando
sua discordância, sendo, pois, imprescindível que apresente argumentos
sólidos e coerentes tendentes a demonstrar o equívoco na aplicação dos
referidos óbices. Do mesmo modo, também não se presta ao fim colimado
pela Súmula n.º 422, I, do TST, a estruturação de argumento genérico cujo
conteúdo se limite a registrar a rejeição contra o fundamento erigido na
decisão denegatória.
Como a agravante não forneceu elementos destinados a infirmar todos
os fundamentos da decisão monocrática, resulta inviável o exame do Agravo
de Instrumento, diante da ausência de dialeticidade.
Nesse sentido pacificou-se a jurisprudência desta Corte uniformizadora,
por meio da Súmula n.º 422, I, de seguinte teor:

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RECURSO. FUNDAMENTO AUSENTE OU DEFICIENTE. NÃO


CONHECIMENTO.
I- Não se conhece de recurso para o Tribunal Superior do Trabalho se as
razões do recorrente não impugnam os fundamentos da decisão recorrida,
nos termos em que proferida.

Desfundamentado o Agravo de Instrumento, deixa-se de examinar a


transcendência.
Ante o exposto, com fundamento no artigo 41, XL, do Regimento
Interno do Tribunal Superior do Trabalho, denego seguimento ao Agravo de
Instrumento."

A parte alega que cumpriu os requisitos legais para o


processamento do seu recurso de revista.
Sem razão.
Por meio da decisão ora agravada, foi denegado seguimento ao
agravo de instrumento da reclamada porque desfundamentado, à luz da Súmula nº 422,
item I, do Tribunal Superior do Trabalho.
A agravante reincide na falta de dialeticidade, porquanto não
impugna o óbice apontado na decisão monocrática.
Logo, o agravo se revela desfundamentado, nos termos do item I
da Súmula nº 422 do Tribunal Superior do Trabalho, segundo o qual "não se conhece de
recurso para o Tribunal Superior do Trabalho se as razões do recorrente não impugnam os
fundamentos da decisão recorrida, nos termos em que proferida", motivo por que não
alcança conhecimento.
Com esses fundamentos, não conheço do agravo.

ISTO POSTO

ACORDAM os Ministros da Terceira Turma do Tribunal Superior


do Trabalho, por unanimidade, não conhecer do agravo.
Brasília, 9 de agosto de 2023.

Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)

JOSÉ ROBERTO FREIRE PIMENTA


Ministro Relator

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