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Poder Judiciário

Justiça do Trabalho
Tribunal Superior do Trabalho

PROCESSO Nº TST-RRAg-1114-98.2018.5.10.0014

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ACÓRDÃO
(8ª Turma)
GMAAB/gz/smf/dao/cmt
I – AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO
DE REVISTA DO AUTOR. PROCESSO SOB A
ÉGIDE DA LEI Nº 13.467/2017. CAIXA
ECONÔMICA FEDERAL. TESOUREIRO
EXECUTIVO. CARGO DE CONFIANÇA NÃO
CARACTERIZADO. TRANSCENDÊNCIA
POLÍTICA. A controvérsia enseja o
reconhecimento da transcendência política do
recurso, nos moldes do art. 896-A, § 1º, II, da
CLT. Ante a possível violação do artigo 224, § 2º,
da CLT, dá-se provimento ao agravo de
instrumento para processar o recurso de
revista. Agravo de instrumento conhecido e
provido.
II – RECURSO DE REVISTA DO AUTOR.
PROCESSO SOB A ÉGIDE DA LEI Nº
13.467/2017. CAIXA ECONÔMICA FEDERAL.
TESOUREIRO EXECUTIVO. CARGO DE
CONFIANÇA NÃO CARACTERIZADO.
TRANSCENDÊNCIA POLÍTICA. A jurisprudência
desta Corte Superior é no sentido de que o
exercício da função de tesoureiro executivo ou
de retaguarda da Caixa Econômica Federal,
ainda que mediante o percebimento de
gratificação superior a 1/3, não se insere no
disposto no art. 224, § 2º, da CLT, porque as
atividades inerentes à função não exigem
fidúcia especial. Os julgados desta Corte, em
situações similares à examinada no caso
concreto, evidenciam que a função exercida
pela reclamante é meramente técnica,
desprovida de fidúcia especial. Precedentes.
Incidência ainda da Orientação Jurisprudencial

Firmado por assinatura digital em 22/06/2022 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que
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Transitória nº 70 da SBDI-1. Recurso de revista


conhecido por violação do art. 224, § 2º, da
CLT e provido.
Prejudicado o exame do tópico
remanescente do agravo de instrumento do
autor.
Prejudicado o exame do agravo de
instrumento da ré.

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Recurso de Revista


com Agravo n° TST-RRAg-1114-98.2018.5.10.0014, em que são Agravante, Agravado e
Recorrente ALAN DA SILVA AMARAL e Agravante, Agravado e Recorrido CAIXA
ECONÔMICA FEDERAL.

Trata-se de agravos de instrumento interpostos sob a égide da


Lei nº 13.467/2017, contra os r. despachos por meio do qual a Presidência do Tribunal
Regional do Trabalho negou seguimento aos recursos de revista (págs. 870/872).
Apresentadas contraminuta e contrarrazões pelo autor às págs.
932/962.
Dispensada a remessa dos autos ao Ministério Público do
Trabalho, nos termos do art. 95 do RITST.
É o relatório.

VOTO

I - AGRAVO DE INSTRUMENTO DE ALAN DA SILVA AMARAL

1 – CONHECIMENTO

Satisfeitos os pressupostos de admissibilidade, conheço do


agravo de instrumento.

2 – MÉRITO

Eis os termos da decisão ora agravada:

Recurso de: ALAN DA SILVA AMARAL


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PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS
Tempestivo o recurso (publicação em 07/06/2021 - via sistema; recurso
apresentado em 21/06/2021 - fls. 813).
Regular a representação processual (fls. 12).
Dispensado o preparo (fls. 683).
PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS
Duração do Trabalho / Horas Extras / Cargo de Confiança.
Alegação(ões):
- contrariedade à(ao) : item I da Súmula nº 102 do Tribunal Superior do
Trabalho.
- violação da (o) artigo 224 da Consolidação das Leis do Trabalho.
- divergência jurisprudencial.
A egr. Turma deu provimento ao recurso ordinário patronal para
absolver o Banco do pagamento da sétima e da oitava horas laboradas como
extras. O acórdão foi assim ementado:
"BANCÁRIO. JORNADA DE TRABALHO. HORAS EXTRAS ALÉM DA OITAVA
DIÁRIA. COMPENSAÇÃO. APLICAÇÃO DA OJ-T 70 DA SDI-1/TST. No caso, o
reclamante, no desempenho da função de Tesoureiro Executivo, tem fidúcia
diferenciada depositada por seu empregador, que o distingue de um simples
bancário. Prova consistente no caso. São indevidas, assim, a sétima e oitava
horas como extras, e os reflexos delas decorrentes. E, porque excluídas da
condenação a sétima e a oitava horas como extras, fica prejudicada a análise
da matéria de compensação e aplicação da OJ-T 70 da SDI-1/TST, formuladas
no recurso da reclamada."
Inconformado, insurge-se o reclamante contra essa decisão, apontando
violações aos dispositivos legais indicados e insistindo na tese de que não
estava enquadrado na regra exceptiva do artigo 224, § 2º, da CLT. Aduz que
todo o trabalho da parte reclamante seguia o que já estava definido, não
tendo nenhuma autonomia para inovar ou propor algo novo.
Depreende-se claramente que a conclusão do colegiado acerca das
atribuições exercidas pelo autor e do grau de fidúcia do seu cargo decorreu
do exame do suporte fático produzido nos autos.
Nesse passo, qualquer discussão a respeito das argumentações da
recorrente, neste momento processual, exigiria o revolvimento de fatos e
provas, o que é vedado, nos termos da Súmula 126/TST.
Nego seguimento ao apelo no tema.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO / Ação Rescisória /
Honorários Advocatícios.
A Lei nº 13.015/2014 alterou a redação do artigo 896 da CLT, acrescendo
a esse dispositivo, entre outros, o § 1º-A, que determina novas exigências de
cunho formal para a interposição do recurso de revista, "verbis":
"§ 1º-A. Sob pena de não conhecimento, é ônus da parte:
I - indicar o trecho da decisão recorrida que consubstancia o
prequestionamento da controvérsia objeto do recurso de revista;

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II - indicar, de forma explícita e fundamentada, contrariedade a


dispositivo de lei, súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior
do Trabalho que conflite com a decisão regional;
III - expor as razões do pedido de reforma, impugnando todos os
fundamentos jurídicos da decisão recorrida, inclusive mediante demonstração
analítica de cada dispositivo de lei, da Constituição Federal, de súmula ou
orientação jurisprudencial cuja contrariedade aponte."
Na hipótese, observa-se que a parte não indicou, na petição do recurso
de revista, os trechos da decisão recorrida, com o devido destaque, em que se
encontra prequestionada a matéria objeto de sua irresignação, conforme
exigência prevista no artigo 896, § 1º-A, da CLT.
A tal modo, inviável a análise do apelo.
CONCLUSÃO
Ante o exposto, DENEGO seguimento ao recurso de revista.

2.1 – CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. TESOUREIRO EXECUTIVO.


CARGO DE CONFIANÇA NÃO CARACTERIZADO. TRANSCENDÊNCIA POLÍTICA

O agravo de instrumento impugna de forma satisfatória os


termos do despacho de admissibilidade e reitera as razões do apelo revisional, nas
quais o agravante transcreve o seguinte trecho do v. acórdão regional (art. 896, § 1º-A, I,
da CLT):

Para caracterizar a função de confiança de que trata o § 2º do art. 224


da CLT é necessário o desempenho, pelo empregado, de funções revestidas
de maior fidácia e complexidade, dependendo, portanto, da prova das suas
reais atribuições (Súmula 102/TST, item D. E esse ônus cabe ao reclamado, por
constituir fato impeditivo do direito do autor (art. 373, II, CPC/2015).
Assim, a aplicação da exceção prevista no art. 224 da CLT depende da
presença de dois requisitos: fidúcia especial do empregador depositada no
empregado, que não significa alto poder de mando ou de representação, mas
que o diferencie do simples bancário; e pagamento de gratificação que não
seja inferior a 1/3 do salário do cargo efetivo do empregado.
Quanto à prova documental, o normativo interno juntado pela
reclamada discrimina as atividades que competem ao Tesoureiro Executivo
(RH 183, fl. 304) e reproduzido na defesa, fl. 277/2718:
(...)
Como se extrai do depoimento do Sr. Feliciano, a previsão formal -
das atribuições do cargo de tesoureiro, RH 183, fl. 304 - era também real
e revestida de fidúcia, por envolver trato com valores, posse de senhas,
acesso ao caixa-forte e participação na abertura do cofre.

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Portanto, tenho que as atividades desempenhadas pelo reclamante


expressam um grau de fidúcia diferenciado, não se igualando a tarefas
burocráticas, próprias de bancário comum, com jornada diária de seis
horas. Assim, indevidas as sétimas e oitavas horas extras postuladas.
Na mesma linha, cito precedentes desta Segunda Turma proferidos em
demandas movidas contra a mesma reclamada: RO
000936-88.2018.5.10.0002, Rel. Des. João Amílcar Pavan; RO
0000857-14.2017.5.10.0821, Rel. Desº. Elke Doris Just; RO
0001145-21.2018.5.10.0014; Rel. Des. João Luís Rocha Sampaio.
Assim, dou provimento ao recurso da Reclamada para julgar
improcedentes os pedidos de horas extras e reflexos, restando prejudicada a
análise das demais matérias contidas na peça recursal.

Sustenta o agravante que “a decisão proferida pelo TRT-10 conflita


e desrespeita o entendimento firmado pelo col. TST quanto ao tema, uma vez que este já
pacificou entendimento de que a função de tesoureiro executivo na Caixa Econômica Federal
não detém fidúcia especial”.
Afirma que “a prova dos autos revelou claramente os serviços de
natureza técnica desenvolvido pela parte reclamante, todos despidos de poder decisório.
Restou igualmente comprovada a ausência de subordinados de poderes de representação do
empregador, ou seja, nenhuma fidúcia especial”.
Denuncia má aplicação do art. 224, § 2º, da CLT e contrariedade à
Súmula nº 102, I, do TST.
Ao exame.
A controvérsia enseja o reconhecimento da transcendência
política do recurso, nos moldes do art. 896-A, § 1º, II, da CLT.
A Orientação Jurisprudencial Transitória nº 70 da SbDI-1 dispõe
que, "ausente a fidúcia especial a que alude o art. 224, § 2º, da CLT, é ineficaz a adesão do
empregado à jornada de oito horas constante do Plano de Cargos em Comissão da Caixa
Econômica Federal, o que importa no retorno à jornada de seis horas, sendo devidas como
extras a sétima e a oitava horas laboradas. A diferença de gratificação de função recebida
em face da adesão ineficaz poderá ser compensada com as horas extraordinárias
prestadas".
Tendo em vista a possível violação do artigo 224, § 2º, da CLT,
DOU PROVIMENTO ao agravo de instrumento para determinar o processamento do
recurso de revista.

II – RECURSO DE REVISTA

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1 – CONHECIMENTO

Atendidos os pressupostos extrínsecos de admissibilidade, passo


ao exame dos pressupostos intrínsecos.

1.1 - CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. TESOUREIRO EXECUTIVO.


CARGO DE CONFIANÇA NÃO CARACTERIZADO. TRANSCENDÊNCIA POLÍTICA

Em razões de revista, o agravante explicita que não possuía


chave da agência ou poderes para acessar o cofre sozinho, bem como “não exercia, nem
de longe, uma atividade de mando, gestão ou fiscalização”.
Afirma que “a prova dos autos revelou claramente os serviços de
natureza técnica desenvolvido pela parte reclamante, todos despidos de poder decisório.
Restou igualmente comprovada a ausência de subordinados de poderes de representação do
empregador, ou seja, nenhuma fidúcia especial”.
Alega que “a decisão proferida pelo TRT-10 conflita e desrespeita o
entendimento firmado pelo col. TST quanto ao tema, uma vez que este já pacificou
entendimento de que a função de tesoureiro executivo na Caixa Econômica Federal não
detém fidúcia especial” e que “é pacífico perante o TST o entendimento de que a função de
tesoureiro executivo na Caixa é exercida sem fidúcia especial, de modo que o entendimento
proferido pelo TRT da 10º Região contraria o entendimento pacificado pelo Tribunal Superior
do Trabalho”.
Denuncia má aplicação do art. 224, § 2º, da CLT e contrariedade à
Súmula nº 102, I, do TST.
Eis o trecho do v. acórdão regional sobre o tema objeto da
controvérsia, devidamente transcrito no recurso de revista, em atendimento ao art. 896,
§1º-A, I, da CLT:

Para caracterizar a função de confiança de que trata o § 2º do art. 224


da CLT é necessário o desempenho, pelo empregado, de funções revestidas
de maior fidácia e complexidade, dependendo, portanto, da prova das suas
reais atribuições (Súmula 102/TST, item I)3. E esse ônus cabe ao reclamado,
por constituir fato impeditivo do direito do autor (art. 373, II, CPC/2015).
Assim, a aplicação da exceção prevista no art. 224 da CLT depende da
presença de dois requisitos: fidúcia especial do empregador depositada no
empregado, que não significa alto poder de mando ou de representação, mas
que o diferencie do simples bancário; e pagamento de gratificação que não
seja inferior a 1/3 do salário do cargo efetivo do empregado.

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Quanto à prova documental, o normativo interno juntado pela


reclamada discrimina as atividades que competem ao Tesoureiro Executivo
(RH 183, fl. 304) e reproduzido na defesa, fl. 277/2718:
(...)
Como se extrai do depoimento do Sr. Feliciano, a previsão formal -
das atribuições do cargo de tesoureiro, RH 183, fl. 304 - era também real
e revestida de fidúcia, por envolver trato com valores, posse de senhas,
acesso ao caixa-forte e participação na abertura do cofre.
Portanto, tenho que as atividades desempenhadas pelo reclamante
expressam um grau de fidúcia diferenciado, não se igualando a tarefas
burocráticas, próprias de bancário comum, com jornada diária de seis
horas. Assim, indevidas as sétimas e oitavas horas extras postuladas.
Na mesma linha, cito precedentes desta Segunda Turma proferidos em
demandas movidas contra a mesma reclamada: RO
000936-88.2018.5.10.0002, Rel. Des. João Amílcar Pavan; RO
0000857-14.2017.5.10.0821, Rel. Desº. Elke Doris Just; RO
0001145-21.2018.5.10.0014; Rel. Des. João Luís Rocha Sampaio.
Assim, dou provimento ao recurso da Reclamada para julgar
improcedentes os pedidos de horas extras e reflexos, restando prejudicada a
análise das demais matérias contidas na peça recursal.

Pois bem.
A controvérsia enseja o reconhecimento da transcendência
política do recurso, nos moldes do art. 896-A, § 1º, II, da CLT.
A Orientação Jurisprudencial Transitória nº 70 da SbDI-1 dispõe
que "Ausente a fidúcia especial a que alude o art. 224, § 2º, da CLT, é ineficaz a adesão do
empregado à jornada de oito horas constante do Plano de Cargos em Comissão da Caixa
Econômica Federal, o que importa no retorno à jornada de seis horas, sendo devidas como
extras a sétima e a oitava horas laboradas. A diferença de gratificação de função recebida
em face da adesão ineficaz poderá ser compensada com as horas extraordinárias
prestadas".
Nesse contexto, a jurisprudência desta Corte Superior é no
sentido de que o exercício da função de Tesoureiro Executivo da Caixa Econômica
Federal, ainda que mediante o percebimento de gratificação superior a 1/3, não se
insere no disposto no art. 224, § 2º, da CLT, porque as atividades inerentes à função não
exigem fidúcia especial.
Os julgados desta Corte, em situações similares à examinada no
caso concreto, evidenciam que a função exercida pelo reclamante é meramente técnica,
desprovida de fidúcia especial.
Cito os seguintes precedentes:
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"RECURSO DE EMBARGOS REGIDO PELA LEI Nº 13.015/2014. (...) HORAS


EXTRAS. BANCÁRIO. EXERCÍCIO DE CARGO DE CONFIANÇA. TESOUREIRO DE
RETAGUARDA. As atribuições inerentes à função de tesoureiro de retaguarda
do quadro de carreira da CEF são eminentemente técnicas, não se lhe
podendo atribuir a fidúcia necessária à configuração do cargo de confiança
bancário de que trata o art. 224, § 2º, da CLT. Precedentes da SBDI-1. Recurso
de embargos conhecido, por divergência jurisprudencial, e provido"
(E-ED-RR-1589-29.2012.5.03.0024, Subseção I Especializada em Dissídios
Individuais, Relator Ministro Alexandre de Souza Agra Belmonte, DEJT
27/10/2017).

"ACÓRDÃO REGIONAL PUBLICADO NA VIGÊNCIA DAS LEIS Nºs


13.015/2014 E 13.467/2017. I AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE
REVISTA. CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. CEF. TESOUREIRO EXECUTIVO. CARGO
DECONFIANÇANÃO CARACTERIZADO. Tendo em vista a possível violação do
artigo 224, § 2º, da CLT, dou provimento ao agravo de instrumento para
determinar o processamento do recurso de revista. Agravo de instrumento
conhecido e provido, por aparente violação do art. 224, §2º, da CLT. II -
RECURSO DE REVISTA. CAIXA ECONÔMICA FEDERAL.CEF. TESOUREIRO
EXECUTIVO. CARGO DECONFIANÇANÃO CARACTERIZADO. A jurisprudência
desta Corte Superior é no sentido de que o exercício da função
detesoureiroexecutivo ou de retaguarda da Caixa Econômica Federal, ainda
que mediante o percebimento de gratificação superior a 1/3, não se insere no
disposto no art. 224, § 2º, da CLT, porque as atividades inerentes à função não
exigem fidúcia especial. Os julgados desta Corte, em situações similares à
examinada no caso concreto, evidenciam que a função exercida pelo
reclamante é meramente técnica, desprovida de fidúcia especial. Precedentes.
Incidência ainda da Orientação Jurisprudencial Transitória nº 70 da SBDI-1.
Recurso de revista conhecido por violação do art. 224, § 2º, da CLT e provido."
(RR - 10968-54.2017.5.03.0012, Orgão Judicante: 3ª Turma, Relator: Alexandre
de Souza Agra Belmonte, Julgamento: 14/10/2020, Publicação: 16/10/2020)

"(...) 2. RECURSO DE REVISTA . HORAS EXTRAS. CARGO DE CONFIANÇA.


BANCÁRIO. ART. 224, § 2º, DA CLT. EXERCÍCIO DE FUNÇÕES MERAMENTE
TÉCNICAS. TESOUREIRO EXECUTIVO. CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. NÃO
CARACTERIZAÇÃO DE EXERCÍCIO DE FUNÇÃO DE CONFIANÇA. PAGAMENTO
DAS SÉTIMA E OITAVA HORAS TRABALHADAS COMO HORA EXTRA. BASE DE
CÁLCULO. PARCELAS VINCENDAS. O Tesoureiro Executivo (Tesoureiro de
Retaguarda) da Caixa Econômica Federal exerce atividades meramente
técnicas, não se configurando, pois, a fidúcia especial a que alude o art. 224, §
2º, da CLT . " Ausente a fidúcia especial a que alude o art. 224, § 2º, da CLT, é
ineficaz a adesão do empregado à jornada de oito horas constante do Plano
de Cargos em Comissão da Caixa Econômica Federal, o que importa no
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retorno à jornada de seis horas, sendo devidas como extras a sétima e a


oitava horas trabalhadas. A diferença de gratificação de função recebida em
face da adesão ineficaz poderá ser compensada com as horas extraordinárias
prestadas" (Orientação Jurisprudencial Transitória 70 da SDI-1). A base de
cálculo a ser observada é o valor previsto no plano de cargos e salários da
reclamada para uma jornada de seis horas, a fim de evitar o enriquecimento
sem causa do empregado, nos termos do art. 884 do Código Civil, segundo o
qual "aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem, será
obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a atualização dos valores
monetários" . Precedentes. Recurso de Revista de que se conhece e a que se
dá provimento " (ARR-11638-60.2017.5.18.0017, 8ª Turma, Relator Ministro
Joao Batista Brito Pereira, DEJT 22/01/2021).

"AGRAVO. RECURSO DE REVISTA. PROCESSO SOB A ÉGIDE DA LEI Nº


13.015/2014 . HORAS EXTRAS. BANCÁRIO. TESOUREIRO EXECUTIVO
(TESOUREIRO DE RETAGUARDA). FUNÇÃO DE CONFIANÇA NÃO
CARACTERIZADA. ALEGAÇÃO DE OMISSÃO NA DECISÃO MONOCRÁTICA.
IMPROPRIEDADE DE INTERPOSIÇÃO DE AGRAVO INTERNO. DECISÃO COM
FUNDAMENTO NOS ARTIGOS 932, INCISO V, ALÍNEA "A", DO CPC/2015 E 251,
INCISO III, DO REGIMENTO INTERNO DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO.
Não merece provimento o agravo, pois não desconstitui os fundamentos da
decisão monocrática pela qual foi dado provimento ao recurso de revista da
reclamante, fundada na aplicação do entendimento desta Corte de que o
tesoureiro de retaguarda, a despeito de ter como atribuições a administração
do cofre ou caixa forte da agência bancária, a conferência de chaves de
segurança, o suprimento de caixas rápido, malotes e movimentação de
numerários, título e valores, em suma, ser o responsável pela guarda de
numerários e títulos, exerce tão somente atividades mais complexas,
inerentes à ocupação bancária, atribuições que não demandam fidúcia
especial de empregado comissionado nem são suficientes para a
caracterização de função de confiança a que alude o artigo 224, § 2º, da CLT.
Ademais, o agravo interposto pelo banco reclamado é fundamentado, em
síntese, na alegação de que a decisão monocrática foi omissa quanto à
aplicação da Orientação Jurisprudencial Transitória nº 70 do Tribunal Pleno.
Todavia, além do fato de que a interposição de agravo interno é imprópria
para o intento de sanar omissão na decisão monocrática, a questão arguida
como omissa nem sequer foi apontada pela agravante nas contrarrazões ao
recurso de revista interposto pela reclamante. Agravo desprovido "
(Ag-RR-1001530-30.2017.5.02.0039, 2ª Turma, Relator Ministro Jose Roberto
Freire Pimenta, DEJT 26/11/2021).

"AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. PROCESSO SOB A


ÉGIDE DA LEI 13.015/2014 E ANTERIOR À LEI 13.467/17. CEF. HORAS EXTRAS.
CARGO DE CONFIANÇA. TESOUREIRO EXECUTIVO. NÃO CONFIGURAÇÃO.

Firmado por assinatura digital em 22/06/2022 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que
instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.
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PROCESSO Nº TST-RRAg-1114-98.2018.5.10.0014

Demonstrado no agravo de instrumento que o recurso de revista preenchia


os requisitos do art. 896 da CLT, dá-se provimento ao agravo de instrumento,
para melhor análise da arguição de violação do art. 224, §2º, da CLT, suscitada
no recurso de revista. Agravo de instrumento provido. RECURSO DE REVISTA.
PROCESSO SOB A ÉGIDE DA LEI 13.015/2014 E ANTERIOR À LEI 13.467/17. CEF.
HORAS EXTRAS. CARGO DE CONFIANÇA. TESOUREIRO EXECUTIVO. NÃO
CONFIGURAÇÃO. O cargo de confiança bancário no Direito do Trabalho
recebeu explícita tipificação legal, quer no padrão amplo do art. 62 da CLT,
quer no tipo jurídico específico bancário do art. 224, § 2º, da Consolidação.
Para que ocorra o enquadramento do empregado bancário nas disposições
contidas no art. 224, § 2º, da CLT, é necessário ficar comprovado, no caso
concreto, que o empregado exercia efetivamente as funções aptas a
caracterizar o cargo de confiança bancário, e, ainda, que elas se revestiam de
fidúcia especial, que extrapola aquela básica, inerente a qualquer empregado.
Não compete ao poder empresarial, desse modo, fixar tipificação anômala de
cargo de confiança bancário, estranha e colidente com as regras legais
imperativas. Por outro lado, a opção do empregado para exercício do cargo
não importa renúncia à jornada de seis horas. No caso dos autos, a
jurisprudência dessa Corte Superior Trabalhista tem entendimento de que, a
despeito do exercício de atribuições mais complexas, o empregado ocupante
de cargo de tesoureiro não exerce típico cargo de confiança bancário, nos
moldes do art. 224, § 2º, da CLT, pois as funções exercidas são meramente
técnicas, sem maiores poderes ou mesmo responsabilidades que
demandassem maior grau de fidúcia. Julgados dessa Corte. Recurso de revista
conhecido e provido" (RR-1757-62.2014.5.10.0801, 3ª Turma, Relator Ministro
Mauricio Godinho Delgado, DEJT 11/02/2022).

"I - AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROVIMENTO. BANCÁRIO. TESOUREIRO


EXECUTIVO. NÃO ENQUADRAMENTO NA EXCEÇÃO DO ART. 224, § 2º, DA CLT.
PAGAMENTO, COMO EXTRA, DO TEMPO QUE EXCEDER O LIMITE DIÁRIO DE
SEIS HORAS. Diante de potencial violação do art. 224 da CLT, merece
processamento o recurso de revista. Agravo de instrumento conhecido e
provido. II - RECURSO DE REVISTA. BANCÁRIO. TESOUREIRO EXECUTIVO. NÃO
ENQUADRAMENTO NA EXCEÇÃO DO ART. 224, § 2º, DA CLT. PAGAMENTO,
COMO EXTRA, DO TEMPO QUE EXCEDER O LIMITE DIÁRIO DE SEIS HORAS . A
jurisprudência desta Corte está posta no sentido de que o tesoureiro
executivo da CEF não detém a fidúcia especial a que alude o art. 224, § 2º, da
CLT. A ele aplica-se o "caput" do art. 224 da CLT, o qual dispõe que "a duração
normal do trabalho dos empregados em bancos, casas bancárias e Caixa
Econômica Federal será de 6 (seis) horas contínuas nos dias úteis, com
exceção dos sábados, perfazendo um total de 30 (trinta) horas de trabalho
por semana". Precedentes. Recurso de revista conhecido e provido." (RR -
248-18.2017.5.10.0017, Orgão Judicante: 3ª Turma, Relator: Alberto Luiz
Bresciani de Fontan Pereira, Julgamento: 09/09/2020, Publicação: 11/09/2020)

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"I - AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA.


INTERPOSIÇÃO APÓS LEI 13.015/2014. BANCÁRIO. TESOUREIRO EXECUTIVO.
CARGO DE CONFIANÇA. Em razão de potencial ofensa ao art. 224, § 2º, da CLT,
dá-se provimento ao agravo de instrumento para melhor exame do recurso
de revista. Agravo de instrumento conhecido e provido. II. RECURSO DE
REVISTA. INTERPOSIÇÃO APÓS LEI 13.015/2014. BANCÁRIO. TESOUREIRO
EXECUTIVO. CARGO DE CONFIANÇA. No caso em apreço, o Regional consignou
que as atribuições do cargo de Tesoureiro Executivo não são eminentemente
técnicas, em face da fidúcia relacionada a essa função. Por seu turno, a
jurisprudência do TST consolidou o entendimento de que o tesoureiro
executivo da CEF não detém a fidúcia especial a que alude o art. 224, § 2º, da
CLT ainda que mediante o percebimento de gratificação superior a 1/3, sendo
necessário ficar comprovado, no caso concreto, que o empregado exercia
efetivamente as funções aptas a caracterizar o cargo de confiança bancário.
Recurso de revista conhecido e provido" (RR-17487-14.2014.5.16.0004, 5ª
Turma, Relator Desembargador Convocado Joao Pedro Silvestrin, DEJT
18/09/2020).

"AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. LEI Nº 13.467/2017.


RECLAMANTE. TRANSCENDÊNCIA. HORAS EXTRAS. CARGO DE CONFIANÇA
BANCÁRIO. ART. 224, § 2º, DA CLT. TESOUREIRO EXECUTIVO. CAIXA
ECONÔMICA FEDERAL 1 - Há transcendência política quando se constata em
exame preliminar o desrespeito da instância recorrida à jurisprudência
majoritária, predominante ou prevalecente no TST. 2 - Aconselhável o
provimento do agravo de instrumento para melhor exame do recurso de
revista quanto à alegada violação do art. 224, § 2º, da CLT. 3 - Agravo de
instrumento a que se dá provimento. RECURSO DE REVISTA. RECLAMANTE. LEI
Nº 13.467/2017. HORAS EXTRAS. CARGO DE CONFIANÇA BANCÁRIO. ART. 224,
§ 2º, DA CLT. TESOUREIRO EXECUTIVO. CAIXA ECONÔMICA FEDERAL 1 - A
controvérsia entre as partes diz respeito à configuração ou não do exercício
de função de confiança pelo reclamante, à luz do art. 224, § 2º, da CLT. 2 -
Como se sabe, ante o princípio da primazia da realidade, não é o nome do
cargo (aspecto formal) que autoriza o enquadramento do empregado na
hipótese do art. 224, § 2º, da CLT, mas o exame das funções que exerce. 3 - O
§ 2º do art. 224 da CLT trata das hipóteses de " funções de direção, gerência,
fiscalização, chefia e equivalentes ou que desempenhem outros cargos de
confiança desde que o valor da gratificação não seja inferior a um terço do
salário do cargo efetivo ". 4 - Assim, para o enquadramento do trabalhador
bancário no mencionado dispositivo legal, há a necessidade apenas de que se
comprove um certo grau de confiança, que o distinga dos demais
empregados. 5 - No caso em apreço, dos trechos transcritos do acórdão,
constata-se que o Tribunal Regional entendeu que o reclamante, ao atuar
como tesoureiro executivo, podia movimentar e controlar numerário, títulos e

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valores, efetuando o suprimento dos caixas convencionais, do


autoatendimento da agência e do cofre-eletrônico, além de ser responsável
pela administração do caixa-forte, e também atuava como coordenador de
equipe de trabalho; conferia a autenticidade de documentos, assinaturas e
impressões digitais, e efetuava a compensação de documentos, repasse e
conciliação contábil. 6 - Com fulcro nas provas colhidas, a Corte Regional
entendeu que o reclamante detinha " fidúcia especial " e, portanto, suas
atividades estavam inseridas na previsão contida no artigo 224, § 2º, da CLT.
Nesses termos reformou a sentença para indeferir o pedido de horas extra e
reflexos e julgou prejudicado o recurso ordinário interposto pelo reclamante.
7 - Evidencia-se, na realidade, que o Tribunal "a quo ", considerando em
destaque o manuseio de numerário juntamente a outras atribuições inerentes
ao empregado que labora no setor bancário, não consignou premissas
concretas que demonstrassem grau de fidúcia apto a distinguir o reclamante
dos outros empregados do banco, considerou caracterizada a função de
confiança. 8 - O Tribunal Superior do Trabalho, inclusive, possui jurisprudência
afastando o enquadramento de empregados da Caixa Econômica Federal,
ocupantes da função de tesoureiro executivo ou de retaguarda, da jornada
diária de 8 horas prevista no art. 224, § 2º, da CLT. Julgados. 9 - Dessa forma,
não demonstrada a fidúcia especial, o reclamante faz jus à jornada de
trabalho prevista no caput do art. 224 da CLT. 10 - Recurso de revista de que
se conhece e a que se dá provimento" (RR-1098-50.2018.5.10.0013, 6ª Turma,
Relatora Ministra Katia Magalhaes Arruda, DEJT 18/03/2022).

(...) HORAS EXTRAS - BANCÁRIO - TESOUREIRO EXECUTIVO - CARGO DE


CONFIANÇA. A jurisprudência reiterada desta Corte, inclusive da SBDI-1, vem
entendendo que os empregados que atuam na função de Tesoureiro
Executivo ou de Retaguarda da Caixa Econômica Federal não exercem cargo
de confiança bancário, ainda que percebam gratificação superior a 1/3,
estando sujeitos à jornada de seis horas, conforme a regra geral disposta no
artigo 224 da CLT. Recurso de revista conhecido e provido. (...)
(ARR-1126-04.2013.5.12.0024, 7ª Turma, Relator Ministro Renato de Lacerda
Paiva, DEJT 11/02/2022).

Na hipótese dos autos, o e. Regional concluiu que o autor, no


exercício do cargo de Tesoureiro Executivo, detinha fidúcia especial suficiente ao seu
enquadramento na excludente do art. 224, § 2º, da CLT.
Constatada, portanto, a não configuração da hipótese prevista
no artigo 224, § 2º, da CLT, uma vez tratar-se de função meramente técnica, sem
poderes especiais, a decisão regional violou o referido artigo e julgou em contrariedade
ao entendimento firmado nesta Corte Superior.

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Pelo exposto, CONHEÇO do recurso de revista, por violação do


artigo 224, § 2º, da CLT.

2 – MÉRITO
2.1 - CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. TESOUREIRO EXECUTIVO.
CARGO DE CONFIANÇA NÃO CARACTERIZADO. TRANSCENDÊNCIA POLÍTICA

Conhecido o recurso de revista por violação do art. 224, § 2º, da


CLT, DOU-LHE PROVIMENTO para condenar a reclamada ao pagamento das 7ª e 8ª
horas trabalhadas como extraordinárias, bem como dos devidos reflexos, adotando-se
o divisor 180 (Súmula 124 do TST), com a compensação na forma da OJ Transitória nº 70
da SBDI-1 do TST. Custas e honorários advocatícios pela reclamada. Prejudicado o
exame do tópico “Condenação em Honorários Advocatícios Sucumbenciais”, constante
do agravo de instrumento do autor, pois invertida a sucumbência.

III – AGRAVO DE INSTRUMENTO DA RÉ

Tendo em vista o provimento do recurso de revista do autor,


com a consequente inversão dos ônus de sucumbência, resta prejudicado o exame
do agravo de instrumento da reclamada, que pretende discutir acerca da condenação
do reclamante ao pagamento de honorários advocatícios, condenação esta não mais
subsistente após o provimento do recurso obreiro.

ISTO POSTO

ACORDAM os Ministros da Oitava Turma do Tribunal Superior do


Trabalho, por unanimidade, I – conhecer e dar provimento ao agravo de instrumento do
autor para determinar o processamento do recurso de revista quanto ao tópico “Cargo
de Confiança – Tesoureiro Executivo”; II – conhecer do recurso de revista do autor
quanto ao tópico “Cargo de Confiança – Tesoureiro Executivo”, por violação do art. 224,
§ 2º, da CLT, e, no mérito, dar-lhe provimento para condenar a reclamada ao
pagamento das 7ª e 8ª horas trabalhadas como extraordinárias, bem como dos devidos
reflexos, adotando-se o divisor 180 (Súmula 124 do TST), com a compensação na forma
da OJ Transitória nº 70 da SBDI-1 do TST e III – julgar prejudicado o exame do agravo de
instrumento da ré e do tópico remanescente do agravo de instrumento do autor.
Custas e honorários advocatícios pela reclamada.
Brasília, 22 de junho de 2022.
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ALEXANDRE AGRA BELMONTE
Ministro Relator

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