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042-3/20
GABINETE DA CONSELHEIRA SUBSTITUTA
ANDREA SIQUEIRA MARTINS
VOTO GCS-2
Versam os autos sobre consulta subscrita pelo Sr. Robson Luís Câmara
Vogas, na qualidade de Presidente da Câmara Municipal de Itaocara, acerca da
legalidade da contratação de sociedade de advogados para assessoramento,
independentemente do corpo de advogados concursados do órgão, por inexigibilidade
de licitação.
GAASM128/122/125
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Processo nº 231.042-3/20
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É o Relatório.
1Art. 68. As consultas formuladas ao Tribunal só poderão ser feitas a respeito de dúvida suscitada na aplicação de
dispositivos legais e regulamentares, concernentes a matéria de sua competência.
§ 1º - As consultas devem conter a indicação precisa do seu objeto e, sempre que possível, ser formuladas
articuladamente e instruídas com parecer do órgão de assistência técnica ou jurídica da autoridade consulente ou
do órgão central ou setorial dos Sistemas de Administração Financeira, de Contabilidade e de Auditoria.
§ 2º - São competentes para formular consultas os titulares dos Poderes do Estado e dos Municípios e de suas
Administrações Indiretas, incluídas as Fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público.
§ 3º - A resposta à consulta formulada tem caráter normativo e constitui prejulgamento da tese, mas não do fato ou
caso concreto.
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Nesse sentido, tem-se que o aludido diploma legal estatui, em seu art. 193,
e incisos2, a revogação da Lei Federal nº 8.666/93, da Lei Federal nº 10.520/02 e dos
arts. 1º ao 47-A da Lei Federal nº 12.462/113, após dois anos contados da data da sua
publicação, ocorrida em 01/04/20214. Assim, de acordo com a regra de transição
estabelecida, até que se complete o período de dois anos, os processos de contratação
podem ser regidos pelos normativos vigentes ou pela nova lei, a critério da
Administração Pública5.
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7 “Ou seja, se o serviço é ordinário ou comum e qualquer profissional pode prestá-lo, não se visualiza a
inviabilidade de competição, que é a premissa lógica de qualquer hipótese de inexigibilidade de licitação. Dessa
forma, as hipóteses de inexigibilidade do inciso III do artigo 74 da Lei n. 14.133/2021 são condicionadas e
dependem da existência de serviços singulares, não encontrando lugar para a contratação de serviços ordinários e
comuns. O fundamento legal literal não reside no inciso III do artigo 74 da Lei n. 14.133/2021, porém no caput do
referido artigo, que condicionam qualquer inexigibilidade à inviabilidade de competição e, sendo assim, ainda que
não o façam de forma expressa, remetem à singularidade.”
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Ordem dos Advogados do Brasil como parâmetro inicial para garantir a economicidade
da contratação:
Nesse fio condutor, uma vez que a tabela da Ordem dos Advogados do
Brasil normalmente é utilizada como parâmetro mínimo para a
remuneração de serviços advocatícios e que profissionais de notória
especialização, em geral, praticam valores superiores a essa tabela, cabe
ao administrador zelar pela boa gestão da coisa pública ao contratar o
profissional de notória especialização que preste serviço de natureza
extraordinária.
Isto porque, como bem exposto, a própria razão de existir da previsão legal
de inexigibilidade de licitação pressupõe a inviabilidade de competição, o que
evidencia, por si só, que o serviço a ser contratado não deve ser apenas altamente
especializado – seara onde haveria margem, mesmo que reduzida, para competição
entre os profissionais interessados e habilitados –, mas também de natureza singular,
de forma que inviabilizasse a realização de um procedimento licitatório.
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VOTO:
8 HUPSEL, Edite, Inexigibilidade de licitação para contratação de serviços de patrocínio ou defesa de causas judiciais e
administrativas? Ou credenciamento? Zênite Fácil, categoria Doutrina, 03 jun. 2021.
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