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911-0/19
GABINETE DA CONSELHEIRA SUBSTITUTA
ANDREA SIQUEIRA MARTINS
VOTO GCS-2
Versam os autos sobre consulta formulada pelo Sr. Fabiano Taques Horta1,
Prefeito Municipal de Maricá, acerca do prazo a ser aplicado aos contratos
administrativos de aquisição e fornecimento de bens, a qual foi conhecida por força da
decisão plenária proferida em 21/04/2021. Nas palavras extraídas da peça inicial do
presente processo, o jurisdicionado indaga “se o prazo para os contratos de aquisição
e fornecimento, bem como o seu valor, devem adstringir-se ao prazo de doze
meses, ou até o dia 31 de dezembro do respectivo ano”.
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Processo nº 214.911-0/19
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É o Relatório.
Sob esse prisma, é de ser registrado que a Lei nº 14.133/21 vigora desde
01/04/2021, contudo, trouxe em seu texto regra de transição5, por meio da qual
oportunizou à Administração Pública a possibilidade de escolha pelos regramentos
anteriores para conduzir os processos que versam sobre licitações e contratos, desde
que a escolha seja indicada no edital e não ocorra a aplicação combinada com a lei nova.
5 Art. 191. Até o decurso do prazo de que trata o inciso II do caput do art. 193, a Administração poderá
optar por licitar ou contratar diretamente de acordo com esta Lei ou de acordo com as leis citadas no
referido inciso, e a opção escolhida deverá ser indicada expressamente no edital ou no aviso ou
instrumento de contratação direta, vedada a aplicação combinada desta Lei com as citadas no referido
inciso.
Parágrafo único. Na hipótese do caput deste artigo, se a Administração optar por licitar de acordo com as
leis citadas no inciso II do caput do art. 193 desta Lei, o contrato respectivo será regido pelas regras nelas
previstas durante toda a sua vigência.
6 Art. 193. Revogam-se:
I - os arts. 89 a 108 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, na data de publicação desta Lei;
II - a Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, a Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002, e os arts. 1º a 47-A
da Lei nº 12.462, de 4 de agosto de 2011, após decorridos 2 (dois) anos da publicação oficial desta Lei.
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circunstância que motiva a minha parcial concordância com os pareceres instrutivos ora
examinados, cujo mérito, desde já adianto, merece acolhimento.
-I-
DA ANÁLISE DA MATÉRIA À LUZ DA LEI Nº 8.666/93
Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará adstrita
à vigência dos respectivos créditos orçamentários, exceto quanto
aos relativos:
III - (Vetado).
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É cediço, ademais, que tais créditos são discriminados nas leis orçamentárias
anuais, razão pela qual vigoram durante cada exercício financeiro8.
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A vigência dos contratos regidos pelo art. 57, caput, da Lei 8.666,
de 1993, pode ultrapassar o exercício financeiro em que
celebrados, desde que as despesas a eles referentes sejam
integralmente empenhadas até 31 de dezembro, permitindo-se,
assim, sua inscrição em restos a pagar.
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- II -
DA ANÁLISE DA MATÉRIA À LUZ DA LEI Nº 14.133/21
Art. 105. A duração dos contratos regidos por esta Lei será a
prevista em edital, e deverão ser observadas, no momento da
contratação e a cada exercício financeiro, a disponibilidade de
créditos orçamentários, bem como a previsão no plano plurianual,
quando ultrapassar 1 (um) exercício financeiro.
serviço contínuo, como previa a Lei nº 8.666/93, mas também nos casos de fornecimento
contínuo, conforme regra contida em seu art. 106, in verbis:
Por último, como bem pontuado pelo Corpo Técnico, é preciso ressalvar que
o referido regramento atingirá as contratações efetuadas com base na nova lei de
licitações e contratos, não tendo o condão de desconstituir eventuais declarações de
ilegalidades fundamentadas no regramento anterior, visto que sob a ótica da Lei nº
8.666/93, os contratos de compras não podem ser entendidos como contratos de
serviços continuados para que sejam englobados na exceção do inciso II, do art. 57 do
aludido instrumento legal.
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VOTO:
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