Aula 6º

Filantropia empresarial e políticas

sociais empresariais

Tenho imenso prazer em contar com a participação ativa de todos

vocês que estão no curso de Serviço Social a Distância. Espero que o
curso e a nossa aula possam contribuir para sua atuação profissional e
pessoal, com novas expectativas profissionais.
Nesta sexta aula, vamos abordar conceitos, funções e aspectos
principais de Empresa. Sugiro que façam uma reflexão a partir do
exposto em nossa aula e analisem sua atual expectativa profissional,
ou como você está vendo o mundo à sua volta. Será que suas atitudes
estão corretas ou acha que deve mudar para ir mais longe? Pense nisso.
Bom estudo! Entre nesse ambiente virtual com “sede” de
conhecimento e acredite em você.
Bons estudos!

Objetivos de aprendizagem

Ao término desta aula, vocês serão capazes de:

• nortear o estudante quanto ao termo filantropia;

• elencar as tarefas praticadas por empresas filantrópicas;
• mostrar ao assistente social que ele pode ser consultor de empresas que buscam atuar de maneira mais estratégica
em suas ações filantrópicas;
• conceituar a diferença entre filantropia e responsabilidade social;
• conceituar políticas sociais e estabelecer o papel do assistente social diante dessas políticas.
 Processo de Trabalho em Empresas
Seções de estudo
1 – Filantropia e história
2 – Filantropia na empresa
3 – Políticas sociais x sociedade
Para definirmos empresa devemos partir do preceito do
que é empresa, para que serve e qual o seu papel social. O
assistente social, só poderá “administrar” seu serviço em uma
instituição a partir do momento em que entender e adequar-se
ao seu funcionamento e à sua política.
O assistente social deve estar preparado para entender
o comportamento da empresa à qual irá prestar serviço,
pois todo e qualquer serviço não se encontra separado da
administração, ou seja, a administração está em todas as
atividades e faz parte do dia a dia de todos. Além disso, antes
de iniciar suas atividades o assistente social precisa nortear-se
através da administração a fim de conhecer as necessidades
da empresa.
Lembre de que só será possível ser um excelente assistente
social a partir do momento em que for capaz de abrir-se ao
conhecimento e estar em constante processo de captação.
Para tanto, o assistente social deverá, assim como o
administrador de empresas, estar preparado para trabalhar
com planejamento e com a política interna da organização.
1 - Filantropia e história
Popularmente, a filantropia é vista como a doação de
bens (objetos ou dinheiro), por pessoa física ou jurídica, a
instituições que desenvolvem atividades sociais. Um exemplo
conhecido de instituição que recebe verba de terceiros é o
Hospital do Câncer de Barretos, no interior de São Paulo.
Geralmente, a filantropia é uma maneira viável de se
conseguir resultados sem a burocracia estatal, corrigir as más
políticas públicas e de promover melhorias sociais, culturais e
econômicos. Vale lembrar que a filantropia é utilizada como
fonte de financiamento para causas humanitárias.
Segundo Mestriner (2001, p. 14), a filantropia tem
significado no amor do ser humano pelo seu semelhante e
por toda a humanidade:
No sentido mais restrito, constitui-se no
sentimento, na preocupação do favorecido
com o outro que nada tem, portanto, no
gesto voluntarista, sem intenção de lucro, de
apropriação de qualquer bem. No sentido
mais amplo, supõe o sentimento mais
humanitário: a intenção de que o ser humano
tenha garantida condição digna de vida. É
a preocupação com o bem-estar público,
coletivo. É a preocupação em praticar o bem.
E aí confunde-se com a solidariedade.
A filantropia nasceu arraigada à própria existência
humana, pois tem como premissas o amor ao próximo, a
fraternidade e esmolar aos pobres. Surgiu basicamente dentro
da essência política da Igreja Católica, para a qual tem um
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sentido de caridade e benemerência.
A Igreja Católica lhe atribuiu o sentido da
caridade da benemerência. Assim, o termo
filantropia, acaba sendo também uma
laicização da concepção católica da caridade.
Enquanto a filantropia tem uma racionalidade
que já chegou a conformar uma escola social
positiva, a benemerência vai se constituir na
ação do dom da bondade, que se concretiza
pela ajuda ao outro (MESTRINER, 2001, p.
14).
É fundamental que a filantropia seja estudada e
percebida como agente estruturante de uma empresa.
Empresas do século XXI, além de praticarem a filantropia
com instituições ou indivíduos, veem necessidade de assumir
sua responsabilidade social como política principal.
A responsabilidade social utiliza-se de planejamento
estratégico, tomando medidas de curto, médio e longo prazo,
realizando estudos e projetos a fim de identificar características
socioculturais e políticas de um determinado grupo. Já a
filantropia visa apenas a “ajuda” financeira a uma instituição,
de forma imediata, assim como acontece com o Hospital do
Câncer de Barretos.
1.1 Filantropia como estratégia
Em alguns casos a filantropia pode ser utilizada como
estratégia de marketing por empresas ou pessoas que faturam
milhões e procuram de alguma forma aplicar parte de seus
rendimentos em ajuda social, com o intuito de atingir uma
boa imagem perante a sociedade. Geralmente cantores
famosos investem parte do seu faturamento anual em obras
ou instituições filantrópicas, entre os quais citamos Leonardo,
Luan Santana, Xuxa e a dupla César Menotti e Fabiano.
A empresa de perfumes e cosméticos O Boticário é um
exemplo claro de empresa que prática um trabalho de filantropia
voltado somente à causa ambiental. Com uma metodologia de
ação estratégica, torna visível seu trabalho em defesa da não
agressão ao meio ambiente e do desenvolvimento sustentável.
Portanto, toda empresa que objetiva ganhar credibilidade
e transmitir seriedade deve vincular sua imagem a alguma
causa nobre, como é a filantropia. É essencial que dentro do
corpo da organização haja um departamento encarregado de
cuidar do assunto para realizar pesquisas e levantamentos,
determinando assim estratégias de ação filantrópica.
Dessa maneira será possível verificar e cobrar resultados
dos beneficiados, ou seja, é inviável doar grandes quantias
de dinheiro a obras sociais desorganizadas ou que sejam
simplesmente assistencialistas. É necessário mostrar ao público
beneficiado o processo econômico-social e proporcionar uma
interação dele com o mundo externo, provocando mudanças
significativas em seu comportamento e principalmente
transformando sua realidade sociocultural.
Percebe-se que grande parcela das ações das empresas
brasileiras destinadas à filantropia jamais será conhecida e
reconhecida pela população como um trabalho filantrópico,
mas sim como assistencialismo social. Isso talvez pela má
gerência dos recursos doados.
É importante entender que filantropia não significa o

simples ato de dar dinheiro, mas vai muito mais além pela
necessidade de oferecer uma ajuda financeira que proporcione
ao indivíduo ou ao grupo assistido a possibilidade de
desenvolver-se como pessoa, devolvendo-lhe a dignidade para
prosseguir na vida como um ser humano dotado de direitos
e deveres.
Para refletir
Não se deve dar o peixe, é necessário ensinar o sujeito a pescar.
O assistente social precisa entender que filantropia não
é assistencialismo, mas uma estratégia que pode ajudar uma
parcela da sociedade com metas que garantam a sua dignidade
e seu estabelecimento como cidadão, além de render excelentes
frutos para as empresas.
2 - Filantropia na empresa
A filantropia é assunto que deve ser assimilado com
muita cautela pelo assistente social, pois se assemelha à
responsabilidade social. Mesmo sabendo que ambas podem
estabelecer políticas sociais capazes de promover mudanças,
proporcionando melhoria física e econômica significativas
às populações assistidas, os conceitos têm suas distinções e
particularidades.
Entender e assimilar conceitos como filantropia e
responsabilidade social são essenciais ao assistente social, pois
pode ser seu papel dentro da empresa desenvolver políticas
sociais ou ser gestor da filantropia ou diretor das ações sociais
dentro da empresa.
2.1 Filantropia e responsabilidade
social: alvo do século XXI
Filantropia é o amor do homem pela humanidade. O
termo está arraigado nas raízes da Igreja, que incorporou o
mesmo sentido para auxílio ao próximo e caridade. Talvez por
influência da Igreja, muitas empresas entendem a filantropia
como uma maneira de dar esmola a quem precisa, não levando
em consideração que essa ação pode ser utilizada como
estratégia para vincular à empresa uma imagem positiva.
Atualmente, o mercado encontra-se muito competitivo
e as instituições que não se destacarem na qualidade dos
produtos e não assumirem sua responsabilidade social estarão
fadadas ao esquecimento e até mesmo à possível falência.
Para tanto, a promoção da filantropia é uma das
ferramentas, um diferencial que a empresa poderá oferecer
no mercado. Contudo é essencial que o gestor esteja em
contato com um assistente social, pois assim ele saberá a
importância da filantropia e o seu papel real. Como já foi
alertado, muitas empresas esmolam projetos sociais de curta
duração, esquecem que a filantropia é um meio pelo qual se
deve dar atenção e desenvolver uma estratégia a fim de buscar
mudanças e a melhoria de um determinado grupo assistido.
Por outro lado, a grande maioria está adotando como
política empresarial um papel mais amplo e social, incorporando
a seus nomes a característica de responsabilidade social.
A responsabilidade social diz respeito ao
comprometimento das empresas em contribuir de certo
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modo com uma sociedade mais justa, garantindo também
políticas de conduta ambiental, adequando-se a um modelo
que não visa somente a obter lucros, mas passa a ser norteada
a trabalhar de maneira que interaja com os colaboradores e
principalmente com a sociedade em geral.
A responsabilidade social nasce dentro da globalização
da economia e dos mercados. Com o aumento da produção
industrial surgiram diversos problemas sociais, entre eles
a degradação do meio ambiente, a exclusão das massas
de trabalhadores, salários baixos, longas horas de trabalho
e desgaste físico e emocional do trabalhador. A partir
desse momento a gestão empresarial passa a notar que a
responsabilidade, ao mesmo tempo em que é uma ótima
propaganda, pode também aumentar o lucro da empresa, pois
a preocupação passa a ser agora com a qualidade do público
interno e externo. Além disso, a empresa pode aumentar a
qualidade em sua produção, reduzir gastos desnecessários
com recursos materiais e administrá-los melhor.
O surgimento dessa massa de marginalizados criou
a necessidade de um profissional preparado para elaborar
políticas e estratégias de assistência social. Por outro lado, as
organizações passam a visualizar que trabalhador motivado
produz mais e melhor, gerando lucro e consolidando a marca
no mercado.
Vale ressaltar que as empresas que tem responsabilidade
social estão propensas a faturar mais, pois adotam políticas
de contenção de gastos, de desenvolvimento sustentável e de
garantia da integridade humana.
Pense em uma empresa que fabrica produtos
biodegradáveis, acondicionados em embalagens recicláveis e
ainda colabora com a formação educacional de um grupo de
menores, de famílias de baixa renda. Isso leva ao fortalecimento
de sua marca, cuja imagem está vinculada à responsabilidade
social. É essencial ressaltar a importância do assistente social
na promoção de uma empresa cidadã, que não pensa somente
nos lucros individuais, mas que assume compromisso com a
sociedade a fim de estabelecer um viés de responsabilidade.
2.2 O assistente social como
promotor da filantropia empresarial
O assistente social é o profissional responsável em criar
estratégias capazes de promover melhorias sociais. Através de
um estudo de caso esse profissional elenca as necessidades
de um determinado grupo e cria um planejamento capaz de
dirimir ou extinguir o problema social existente.
Deve-se ressaltar que o assistente social pode ser
promotor da filantropia empresarial, pois compete a ele
o estudo das sociedades marginalizadas e excluídas dos
processos de industrialização e tecnológicos. Portanto, o
assistente social pode integrar o trabalho filantrópico de uma
instituição com objetivo de torná-lo um viés de compromisso
entre empresa e sociedade. Vale ressaltar que filantropia não
deve ser entendida somente como assistencialismo, pois em
sua essência significa amor do homem pela humanidade.
Portanto, é essencial que a filantropia empresarial seja gerida
pelo profissional da área de assistência social, pois assim
ele poderá direcionar um trabalho sistêmico de filantropia,
criando estratégias e direcionando recursos a fim de fazer a
 Processo de Trabalho em Empresas
promoção social e não apenas assistencialismo.
O assistente social pode atuar como consultor para
empresas que desejam realizar um trabalho estratégico
filantrópico, pois muitas vezes as organizações destinam
dinheiro à filantropia e não atingem o esperado porque
o departamento responsável por esse trabalho não é
especializado para esse fim. É importante que o assistente
social seja consultado a fim de organizar ideias, elaborar
estudos de atuação e de investimentos filantrópicos em
determinada área.
Lembramos que a filantropia adquiriu uma característica
de assistencialismo e não de promoção social, daí a necessidade
de as empresas valorizarem a figura do assistente social na
gestão dos recursos para os trabalhos filantrópicos. Esse
profissional deverá ser capaz de fazer um levantamento da
situação e com essas informações traçar estratégias de ação a
fim de provocar mudanças significativas.
2.3 A quem atinge a filantropia?
A filantropia existe desde os primórdios da humanidade,
se for levado em consideração o assistencialismo, a esmola
e a caridade praticados anteriormente por intervenção da
Igreja Católica, principalmente. De origem grega, o termo
filantropia significa amor ao homem; a Igreja, por sua vez, a
caracterizou como um trabalho voltado a esmolar aos pobres.
Hoje, a filantropia vem tomando outro rumo, talvez
devido ao processo de globalização e ao esforço do assistente
social na promoção social, que evidenciaram às empresas a
necessidade de realizar um trabalho estratégico e assistido,
com objetivo social e não assistencialista.
Segundo Santos (FAE BUSINESS, 2004, p. 44) “muitas
empresas acreditam estar sendo socialmente responsáveis
e praticam, na realidade, caridade e paternalismo, seja por
iniciativa de suas unidades corporativas, de seus funcionários
ou de seus dirigentes”.
Nesse ponto surge a pergunta: a quem interessa a
filantropia? Principalmente a trabalhos sociais ou organizações
não governamentais (ONGs). Entretanto, nota-se que muitas
empresas aplicam recursos em trabalhos filantrópicos, sem
mesmo conhecer a realidade ou o trabalho que está sendo
desenvolvido por determinada comunidade ou grupo.
A filantropia só atingirá a sociedade a partir do
momento em que as empresas entenderem que é essencial o
planejamento estratégico, objetivando entender e interpretar a
realidade social a fim de direcionar os recursos para promoção
social.
Para refletir
“Há três coisas que jamais voltam: a flecha lançada, a palavra dita e a
oportunidade perdida” (provérbio chinês).
2.4 O que são entidades
filantrópicas?
No conceito mais comum pode-se classificar entidade
filantrópica como sendo pessoa jurídica que tem suas ações
voltadas restritamente à prestação de serviços à sociedade.
Essas entidades são mantidas, principalmente, através de
doações de pessoas comuns, empresas e artistas. Uma
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entidade filantrópica não visa lucros, como uma empresa, é
uma prestadora de serviços voltados à área social.
Existem leis que regem o funcionamento das entidades
filantrópicas, ressaltando em específico a Lei nº 12.101, que
ampara a filantropia e foi regulamentada recentemente, em
27 de novembro de 2009. A lei regulamenta o processo de
certificação das entidades beneficentes de assistência social
e dispõe sobre a isenção da contribuição para a seguridade
social.
Art. 2º - Para obter a certificação as
entidades deverão obedecer ao princípio da
universalidade do atendimento, sendo vedado
dirigir suas atividades exclusivamente a seus
associados ou a categoria profissional, e às
demais exigências da Lei n.º 12.101, de 2009,
e deste Decreto.
O assistente social precisa conhecer o regulamento
para a certificação das entidades filantrópicas, já que ele atua
diretamente na promoção social, podendo interagir com o
poder público e privado a fim de proporcionar, estabelecer e
gerir políticas que visam ao desenvolvimento social em todas
as suas necessidade, seguindo o que determina a Lei Orgânica
de Assistência Social n.º 8.742, de 7 de dezembro de 1993, que
dispõe dos objetivos essenciais da assistência:
Art. 2º - A assistência social tem por objetivos:
I - a proteção à família, à maternidade, à
infância, à adolescência e à velhice;
II - o amparo às crianças e adolescentes
carentes;
III - a promoção da integração ao mercado de
trabalho;
IV - a habilitação e reabilitação das pessoas
portadoras de deficiência e a promoção de sua
integração à vida comunitária;
V - a garantia de 1 (um) salário mínimo de
benefício mensal à pessoa portadora de
deficiência e ao idoso que comprovem não
possuir meios de prover a própria manutenção
ou de tê-la provida por sua família.
Para que uma entidade possa receber certificação como
sendo filantrópica, deve atender a todas as solicitações
dispostas na Lei n.º 12.101 que as regulamenta, conforme o
Artigo 3º:
Art. 3º - A certificação ou sua renovação
será concedida à entidade beneficente que
demonstre, no exercício fiscal anterior ao do
requerimento, o cumprimento do disposto
neste Capítulo e nos Capítulos II, III e IV
deste Título, isolada ou cumulativamente,
conforme sua área de atuação, e que apresente
os seguintes documentos:
I - comprovante de inscrição no Cadastro
Nacional de Pessoa Jurídica - CNPJ;
II - cópia da ata de eleição dos dirigentes e do
instrumento comprobatório de representação
legal, quando for o caso;
III - cópia do ato constitutivo registrado, que
demonstre o cumprimento dos requisitos

previstos no art. 3º da Lei n.º 12.101, de 2009;
e IV - relatório de atividades desempenhadas
no exercício fiscal anterior ao requerimento,
destacando informações sobre o público
atendido e os recursos envolvidos.
§ 1º Será certificada, na forma deste Decreto,
a entidade legalmente constituída e em
funcionamento regular há, pelo menos,
doze meses, imediatamente anteriores à
apresentação do requerimento.
§ 2º Em caso de necessidade local atestada
pelo gestor do respectivo sistema, o período
mínimo de cumprimento dos requisitos de
que trata este artigo poderá ser reduzido se a
entidade for prestadora de serviços por meio
de convênio ou instrumento congênere com
o Sistema Único de Saúde - SUS ou com o
Sistema Único de Assistência Social
- SUAS.
§ 3º As ações previstas nos Capítulos II, III
e IV deste Título poderão ser executadas por
meio de parcerias entre entidades privadas,
sem fins lucrativos, que atuem nas áreas
previstas no art. 1º, firmadas mediante ajustes
ou instrumentos de colaboração, que prevejam
a co-responsabilidade das partes na prestação
dos serviços em conformidade com a Lei n.º
12.101, de 2009, e disponham sobre:
I - a transferência de recursos, se for o caso;
II - as ações a serem executadas;
III - as responsabilidades e obrigações das
partes;
IV - seus beneficiários; e
V - forma e assiduidade da prestação de
contas.
§ 4º Os recursos utilizados nos ajustes ou
instrumentos de colaboração previstos no §
3º deverão ser individualizados e segregados
nas demonstrações contábeis das entidades
envolvidas, de acordo com as normas do
Conselho Federal de Contabilidade para
entidades sem fins lucrativos.
§ 5º Para fins de certificação, somente serão
consideradas as parcerias de que trata o
§ 3º firmadas com entidades privadas sem fins
lucrativos, certificadas ou cadastradas junto ao
Ministério de sua área de atuação, nos termos
do art. 40 da Lei n.º 12.101, de 2009, e de
acordo com o procedimento estabelecido pelo
referido Ministério.
§ 6º As parcerias previstas no § 3º não afastam
as obrigações tributárias decorrentes das
atividades desenvolvidas pelas entidades sem
fins lucrativos não certificadas, nos termos da
legislação vigente.
§ 7º A entidade certificada deverá atender
às exigências previstas nos Capítulos I, II,
III e IV deste Título, conforme sua área de
atuação, durante todo o período de validade
da certificação, sob pena de seu cancelamento
a qualquer tempo.
É importante que o assistente social esteja munido da lei a
fim de estabelecer e exercer um trabalho honesto, ético e com
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comprometimento social. Além de atuar em órgãos públicos
e em setores de RH de empresas privadas, ele também pode
direcionar seus trabalhos para entidades filantrópicas que
tenham como política a assistência social. Entretanto, deve-
se ressaltar que existem empresas com fins lucrativos que
mantêm um trabalho filantrópico, destinando boa parte de seu
lucro à manutenção de atividades ou entidades filantrópicas.
O assistente social deve estar atento que entidades que
não receberam e que não estão regulamentadas com o selo de
entidade filantrópica, estão funcionando de maneira irregular,
fato que implica na garantia de direitos para a sociedade.
Então, é essencial que o assistente social entenda e esteja a par
das leis que regulamenta sua profissão e o funcionamento das
entidades as quais ele venha prestar seus serviços. Assim, a
garantia da promoção social será atingida e superá-la.
3 - Políticas sociais x sociedade
A política social está voltada, principalmente, para o
controle das necessidades sociais básicas, dirimindo assim
o impacto da política capitalista, fazendo com que ambas
caminhem juntas. Em resumo, política social é a gestão estatal
da força de trabalho e do preço dessa força.
3.1 O assistente social na
administração dos problemas sociais
Os problemas sociais sempre existiram nas relações
humanas, mas aumentaram significativamente após a
Revolução Industrial, que abriu caminho para a globalização
e a revolução tecnológica, elevando ainda mais os contrastes
sociais. A marginalização e a exclusão aceleraram as
desigualdades gerando miséria e um processo de favelização
das cidades pela aglomeração de pessoas vítimas do êxodo
rural. A mecanização do campo liberou um grande contingente
de mão de obra, sem nenhuma qualificação, que se refugiou
nas em busca de uma vida mais digna.
O êxodo rural, aliado à expansão desordenada das cidades
criou um amontoado de pobres miseráveis e marginalizados
pelo restante da sociedade, devido à ausência de políticas
públicas que dessem melhores condições de vida ao cidadão.
É nesse contexto histórico que surge a figura do
Assistente Social, que tem a missão de gerir e desenvolver
políticas que se comprometam com a solução dos problemas
sociais, garantindo dignidade às populações excluídas. Essa
categoria profissional é preparada para atuar na administração
dos problemas sociais porque conhece as ferramentas para
traçar os caminhos da promoção social.
3.2 O assistente social como gestor
de políticas sociais
Além de ser responsável pela promoção social, o
assistente social deve estar apto também para administrar e
entender as políticas sociais, através do desenvolvimento
de uma visão política, social, econômica, administrativa e
jurídica. Assim será capaz de construir e implantar políticas
públicas viáveis, compatíveis com as necessidades sociais de
cada indivíduo ou grupo.
 Processo de Trabalho em Empresas
Conhecer a Constituição Brasileira é essencial nesse
processo de gestão de políticas públicas para que na hora de
estruturar ou desenvolver um projeto social o assistente social
não venha a ferir princípios constitucionais, que poderão
inviabilizá-los.
Além de não contrariar a constituição, uma política
pública deve ter abrangência estratégica, com área de atuação
delimitada para que seu foco de ação não se disperse. Toda
política deve ter um efeito de ação e reação, caso contrário
conota falhas no gerenciamento e administração, provocadas
por alguém despreparado que não foi capaz de visualizar,
vivenciar e entender o problema. Sendo assim, é relevante que
o assistente social como promotor social, esteja engajado em
vivenciar o problema e suas vertentes, a fim de desenvolver
um planejamento que evidencie as ações a serem tomadas
frente ao problema. A partir dos fatos levantados pode-se
lançar mão de políticas sociais já existentes ou construir uma
nova.
Para refletir
“Aquele que se importa com os sentimentos dos outros não é um
tolo” (provérbio chinês).
Portanto, é essencial que o assistente social se comprometa
com a qualidade e a promoção social, planejando estratégias
que consigam atingir os meios capazes de provocar melhorias
sociais ou na gestão de políticas públicas.
3.3 O planejamento estratégico
como arma para a implantação de
política social
O planejamento estratégico é essencial e viabiliza um
trabalho mais seguro, podendo verificar e estabelecer metas a
serem cumpridas durante a implantação de uma política social,
ou seja, é difícil que uma política social atinja suas expectativas
se seus gestores não planejarem primeiro.
Este item trata estritamente da importância e
características do planejamento estratégico e de sua função
como facilitador para o desempenho do trabalho do assistente
social na gestão de políticas sociais.
3.4 Conhecendo o planejamento
estratégico
O planejamento estratégico está ligado a resultados de
sucesso, contribuindo, principalmente, para o desempenho de
alto nível de empresas ou de serviços.
De acordo com Fischmann e Almeida (1991), o
planejamento estratégico é uma técnica administrativa que,
através da análise do ambiente de uma organização, cria a
consciência das suas oportunidades e ameaças dos seus pontos
fortes e fracos para o cumprimento da sua missão e, através
dessas consciências, estabelece o propósito de direção que a
organização deverá seguir para aproveitar as oportunidades e
evitar riscos.
O assistente social deverá estar atento quanto ao
planejamento, pois a falta de organização pode gerar graves
problemas. Manter-se muito bem informado é outra chave
para o sucesso do plano, pois assim você estará atento às
mudanças do mercado, leis e necessidades das pessoas que
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precisam do seu serviço. Portanto, conhecer a tendência do
mercado é uma necessidade também para o assistente social.
O planejamento estratégico começa pela necessidade de
organização e qualidade. O assistente social deve apresentar-
se flexível e se adaptar às mudanças, haja vista que planejar é
importante pois minimiza o impacto das incertezas, maximiza
custos e facilita o controle de seu trabalho.
O planejamento estratégico começa pela
definição da missão da empresa. Depois,
seguem-se pela ordem a definição dos
objetivos, estratégias, políticas, procedimentos
e regras, a elaboração dos orçamentos [...]
(BUMBEERS et al., 1996. p. 52).
Para aplicar o planejamento estratégico o assistente social
deve elencar fatores procurando identificar as necessidades,
pontos fracos e fortes do seu trabalho, realizando um estudo
de caso e fazendo um levantamento dos clientes e do seu
perfil:
• Identificar a missão do trabalho;
• Estabelecer objetivos;
• Avaliar a organização e o ambiente;
• Desenvolver alternativas de ação;
• Avaliar as alternativas desenvolvidas;
• Escolher uma alternativa;
• Formular planos complementares.
Contudo não para por aí. Após elaborar esse planejamento
o assistente social deverá ainda, organizar as ações e determinar
quais as de maior ou menor importância para aquele momento,
lembrando que nesse ponto deve-se observar muito bem,
pois a escolha errada poderá trazer complicações na hora
de executar o plano. Plano implementado é hora de medir
e verificar se os resultados estão sendo atingidos e de avaliar
os pontos positivos e negativos, de “por a mão na massa”,
voltar, corrigir e adaptar as estratégias, para que todas atinjam
o esperado.
Portanto, o planejamento estratégico é um processo
contínuo de mudanças, com o maior conhecimento do futuro,
ou seja, é necessário propor ideias de como será o futuro para
traçar estratégias que se adéquem aos fatores futuros. Claro
que isso só é possível a partir de um estudo sistematizado e de
muita informação sobre o mercado de atuação profissional.
Verificamos ainda que devemos tomar decisões tendo
consciência de seus riscos. Por isso é que as estratégias são bem
vistas na implantação do plano, pois assim podemos tomar
rumos diferentes de acordo com as estratégias já definidas
anteriormente. Outro ponto importante é a verificação e
avaliação do plano, confrontando as expectativas alimentadas
no início da implantação.
Encontramos na Internet a seguinte definição para
planejamento estratégico.
O planejamento estratégico é um processo
gerencial que diz respeito à formulação
de objetivos para a seleção de programas
de ação e para sua execução, levando em
conta as condições internas e externas à
empresa e sua evolução esperada. Também
considera premissas básicas que a empresa

deve respeitar para que todo o processo
tenha coerência e sustentação. Para Bateman
e Snell (1998), a administração estratégica é
um processo envolvendo administradores de
todos os níveis da organização, que formulam
e implementam objetivos estratégicos. Já o
Planejamento Estratégico seria o processo de
elaboração da estratégia, na qual se definiria
a relação entre a organização e o ambiente
interno e externo, bem como os objetivos
organizacionais, com a definição de estratégias
alternativas (WIKIPÉDIA, 2008).
Vejam o que diz Barbosa (1980) quanto à necessidade do
planejamento em Serviço Social:
A prática planejada dentro da dinâmica do
processo de Serviço Social é uma fonte da
qual os estudiosos podem se valer para suas
construções teóricas da própria disciplina
de Serviço Social, além de possibilitar maior
segurança ao profissional, ajudando-o a
enfrentar novas situações emergentes da
realidade social concreta de sua atuação
técnica e científica.
Para atuar junto às unidades de natureza
psicossocial, o estudo da teoria e da
metodologia do próprio Serviço Social
instrumentaliza o futuro profissional em sua
prática.
Todavia, quando se tratar de atuação junto
às unidades de natureza social e política, o
assistente social vai necessitar de um domínio
específico da disciplina de Planejamento,
por envolver um processo mais abrangente
(BARBOSA, 1980, p.147).
O planejamento é fundamental ao trabalho prático do
assistente social, norteando seus atos no dia a dia diante a
imensidão de mudanças constantes do mundo globalizado.
Pensar estrategicamente é fundamental nesse contexto, uma
vez que o assistente social está inserido em um modelo
capitalista que exige cada vez mais qualidade e agilidade do
profissional.
Podemos concluir que o planejamento estratégico
está ligado à tomada de decisões porque traça as metas e
estratégias capazes de conduzir os passos do assistente social
no presente e no futuro, norteando seu trabalho sempre
dentro da qualidade total.
Processo de aplicação do planejamento estratégico
Até o momento falamos do planejamento estratégico
como algo infalível e se aplicado conforme elencamos na
aula será sim. Agora, vamos tentar demonstrar de maneira
resumida a sua aplicabilidade.
O primeiro passo é definir a missão que pretende adotar,
portanto não é uma tarefa fácil e necessita ser feita com
cautela, caso defina a missão erroneamente terá problemas.
A missão, em seu conceito mais básico, é o que queremos
ser e aí podemos escolher ser bons profissionais ou péssimos,
oferecer um produto de qualidade ou não.
Nesse ponto de definição não basta apenas a criatividade,
deve-se levar em consideração as informações absorvidas, o
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conceito de mundo que possuí e, principalmente, o quanto
está disposto a pagar para alcançar os objetivos. Vejam que
não estou falando necessariamente de dinheiro, mas de
dedicação e disciplina.
Algumas pessoas, sejam administradores ou assistentes
sociais, encontram grande dificuldade quando partem para
definir os objetivos. Isso acontece devido à falta de interesse
em oferecer qualidade, já que se preocupam apenas com os
ganhos, deixando de lado os interesses do cliente, que é o
que realmente importa, pois uma vez satisfeito o cliente o
sucesso será garantido. Portanto, nessa etapa de definição da
sua missão prepare-se para transpirar, retenha o máximo de
informação sobre sua área de atuação e mãos à obra.
Pronto, já definiram seus planos e o que pretendem
alcançar? Se já, vamos dar continuidade ao assunto.
Após terem suado bastante e terem definido sua missão,
devem ter em mente sua visão de futuro, ou seja, o seu alvo,
mas se acalmem, mantenham os pés no chão. Não pensem
em missão inatingível, pois isso tornará seu planejamento
estratégico meio morto, pois seus objetivos serão norteados
apenas por achismos e isso não é profissional.
Devem elaborar uma análise interna e externa, relacionar
os desafios do seu ambiente, os prós e os contras e procurar
tirar resultados proveitosos de ambos. Identificar as
oportunidades e ameaças. Lembre-se de que você deverá estar
muito bem informado do seu ambiente de atuação.
Você poderá verificar as oportunidades e as ameaças
observando os ponteiros demográficos, econômicos,
financeiros, culturais, sociais, jurídicos, políticos, ecológicos,
familiares, religiosos, culturais, éticos, psicológicos e
tecnológicos.
Para se implantar o planejamento estratégico o assistente
social deverá tomar as seguintes precauções.
Estágios do processo de decisão Etapas do planejamento formal
Identificação e diagnóstico do Análise situacional
problema
Geração de soluções – Metas e planos alternativos
alternativas
Avaliação de alternativas Avaliação de metas e planos
Escolhas Implementação
Implementação Monitoramento e controle
Avaliação Etapas do planejamento formal
Fonte: Elaborado pelo autor.
Segundo Fischmann e Almeida (1991), a implementação
do planejamento estratégico deve seguir os seguintes
parâmetros.
A divisão das atividades do planejamento
estratégico e sua implementação em etapas tem
a sua importância didática para o entendimento
do processo e para facilitar a realização e o
acompanhamento do cronograma.
A sequência de etapas não é algo rígido,
variando tanto entre autores como entre
organizações.
 Processo de Trabalho em Empresas 50
A sequência apresentada inclui tanto o atuar na administração dos problemas sociais, pois é ele quem
processo de realizar o plano como de possui a capacidade e todas as ferramentas para a promoção
implementá-lo, ou seja, colocá-lo na prática. social. Contudo, é essencial que ele tenha conhecimento das
Embora o plano estratégico seja feito com regras da administração e do funcionamento de empresas.
um horizonte grande de tempo, ele deve ser Sendo assim suas ações serão mais centradas a atingir o seu
refeito todos os anos para incluir as alterações
objetivo.
que acontecerem no ambiente.
Na etapa de avaliação da estratégia vigente
reflete-se sobre o caminho que a organização Estimados (as) graduandos (as), nossa conversa nossa
vem seguindo, e qual é a sua função. Esta sexta aula teve como objetivo situá-los quanto a conceitos de
etapa é fundamental para as organizações filantropia e políticas sociais, a fim de ajudá-los (as) em seu
que estejam fazendo o plano estratégico pela desenvolvimento profissional. Abraços! Até a próxima!!
primeira vez.
Para uma organização que já tenha o plano
estratégico, a última etapa é semelhante à
primeira, pois em ambas estaremos refletindo Vale a pena
sobre o caminho que a organização vem
seguindo, mas na primeira etapa estaremos
preparando-nos para a realização de um plano
e na última estaremos verificando os acertos Vale a pena assistir
e as falhas da implementação ou da estratégia
em relação aos objetivos pretendidos.
Como sugestão, deixo um vídeo interessante sobre
As etapas de um plano são flexíveis, de forma
que sempre haverá a possibilidade de ser Política Pública e Política Social: https://www.youtube.
revisto. Para que as revisões não tornem o com/watch?v=B2Jzuy3AirM.
plano inacabável, é preciso estabelecer uma
data-limite. Esta data normalmente coincide
com o início do orçamento.
O coordenador de planejamento estratégico
tem a função de ser o catalisador e o facilitador
do processo de realização do planejamento
(FISCHMANN; ALMEIDA, 1991, p. 34).

Retomando a aula

Ao final desta aula, vamos recordar sobre o que

aprendemos até aqui.
Minhas anotações
1 - Filantropia e história

A filantropia pode ser utilizada como estratégia pelas

empresas ou mesmo por pessoas que faturam milhões e
procuram de alguma forma aplicar boa parte de seus ganhos
em ajuda social, com intuito de atingir uma boa imagem
perante a sociedade, não que este seja o caso de todas as
empresas e/ou pessoas que dedicam parte de sua renda a
trabalhos filantrópicos.

2 – Filantropia na empresa

Entender e assimilar conceitos como filantropia e

responsabilidade social são essenciais ao assistente social, pois
pode ser o seu papel, desenvolver políticas sociais, ser gestor
da filantropia ou diretor das ações sociais dentro da empresa.
3 – Políticas sociais x sociedade

O assistente social é o profissional mais indicado para