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CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES

Neste modelo de avaliação, você não terá uma avaliação por nota, mas sim por
competências, que são classificadas como:
Insatisfatório: aluno(a) não entregou a atividade ou não demonstrou qualquer nível de
desempenho no objetivo de aprendizagem.
Em desenvolvimento: aluno (a) compreendeu a proposta da atividade, mas sua tarefa
possui algumas incorreções conceituais. O/a aluno(a) não possui o domínio mínimo
esperado dos conhecimentos e habilidades requeridos para a atividade. Neste nível o/a
aluno(a) ainda não pode ser considerado apto para aprovação em relação a este objetivo
de aprendizagem.
Essencial: aluno(a) compreendeu a proposta da atividade e seu desempenho foi
satisfatório, pois sua tarefa possui poucas incorreções conceituais. No entanto, ele ainda
não demonstra ter pleno domínio dos conhecimentos e habilidades requeridos para a
atividade. Este é o nível de desempenho suficiente para que o aluno(a) seja considerado
apto para aprovação na disciplina em relação a este objetivo de aprendizagem.
Proficiente: aluno(a) compreendeu a proposta da atividade e seu desempenho foi
satisfatório, pois sua tarefa não possui incorreções conceituais e ele demonstra ter pleno
domínio dos conhecimentos e habilidades requeridos para a atividade. Este deve ser o
nível de aprendizado almejado para a grande maioria dos(as) alunos(as) que se mostrem
engajados e comprometidos com a aprendizagem.

Para ser aprovado, você deverá demonstrar que tem um domínio que consideramos ao
menos “essencial” em todas as competências desenvolvidas pela disciplina.
ESTUDO DE CASO – GESTÃO SOCIAL DAS ORGANIZAÇÕES
Raphael está diante de um duplo desafio: colocar uma instituição em
funcionamento e, ao mesmo tempo, realizar o sonho de inúmeros moradores da
comunidade onde nasceu e vive até hoje. Para tanto deverá atentar para aspectos
básicos na preparação da documentação necessária classificando o tipo de
instituição adequadamente, além de contar com todo o arsenal histórico que o
bairro conta para desenvolver ações basais de gestão social no Espaço Beta.
Ademais, o profissional e também morador precisará estruturar ações relacionada à
administração de pessoal para que esses possam apoiar em planos de marketing
social que tragam visibilidade à ONG. Visibilidade esta que se torna fundamental
para que os projetos de captação de recursos elaborados por Raphael para
sustentação financeira e social do Espaço Beta possam vingar e se tornar uma práxis
de sucesso na busca por recursos permanentes.
Deste modo, você, no lugar de Raphael, deverá redigir cuidadosamente uma
proposta que contemple cada passo a ser empregado nessa concretização a ser
realizada por meio de ações de responsabilidade social e vinculação ao terceiro
setor.

*Texto com fonte: Arial, tamanho 12 e espaçamento: 1,5

RESPOSTA

Para colocar a ONG em funcionamento, Raphael precisar seguir


algumas etapas, descritas a seguir.
A primeira etapa é mobilizar e convocar a comunidade Recanto das
Flores para uma reunião. Nessa reunião, Raphael deve especificar os
objetivos da entidade e a importância da sua criação para os participantes.
Inclusive, é necessário definir uma comissão para organizar as próximas
reuniões, assim como também deve ser formada uma comissão de redação
do estatuto social, com o objetivo de formular e apresentar uma proposta de
estatuto para ser aprovado na assembleia geral.
A segunda etapa é a realização da assembleia geral, na qual será
oficializada a fundação da entidade. Nessa assembleia deve ser criado um
livro de ata e registrada a presença de todos os presentes. Além disso, será
eleita pela assembleia geral uma mesa dirigente dos trabalhos, com um
presidente e dois secretários.
A terceira etapa se refere ao estatuto, que deve ser lido pela comissão
e distribuído uma cópia para os participantes. Nesse momento, a assembleia
deve discutir os artigos do estatuto e se necessário propor modificações,
para enfim aprová-lo.
A quarta etapa é a eleição da diretoria, que deve seguir aquilo que foi
aprovado no Estatuto.
Na quinta etapa ocorre o registro legal da entidade, o qual trata-se de
um procedimento burocrático, nos termos das exigências definidas pelo
cartório de registro civil, quais sejam a entrega dos documentos
comprobatórios e o pagamento de taxas.
Após todas as etapas citadas anteriormente, finalmente o “Espaço
Beta” é reconhecido como uma organização do terceiro setor, sem fins
lucrativos, que realiza atividades de finalidades públicas, sem fazer parte do
governo.
No contexto brasileiro, o terceiro setor consiste em um conjunto de
instituições, fundações, associações, organizações não-governamentais,
entidades e outras, que realizam um trabalho social que caberia ao Estado o
dever de desenvolver.
No que tange a administração de pessoal, um conceito importante que
deve ser levado em consideração pelos integrantes da organização é a
identificação organizacional. Para Ashforth, Harrison e Corley (2008) apud
Castro, Kubi e Farina (2018), identificação organizacional é o processo pelo
qual o indivíduo define a si mesmo, comunica isso aos outros e utiliza-se dela
para guiar sua vida e trabalho. Portanto, é importante que todos os membros
do Espaço Beta, sintam-se pertencentes à organização, influenciando sua
autoestima e autodesenvolvimento.
Relativo à gestão social, segundo Tenório (2002, p.197), entendemos
como “a substituição da gestão tecnoburocrática, monológica, por um
gerenciamento participativo, dialógico, no qual o processo decisório em uma
dada sociedade é exercido por meio de diferentes sujeitos sociais.”
Para que a gestão social seja colocada em prática é preciso que o
gestor social desenvolva as seguintes habilidades: articular as múltiplas
escalas de poder individual e coletivo; promover ações de aprendizado
coletivos; prestar contas à sociedade e comunicar, assim como difundir
resultados (DREHER, 2011).
No caso do espaço beta, Raphael, enquanto presidente, pode
promover espaços de diálogo e aprendizagem entre os participantes,
promovendo uma gestão da organização mais participativa.
Na instituição já em funcionamento é elementar desenvolver
estratégias de marketing social, que “consiste em um conjunto de ações
realizadas por uma empresa por causas sociais e não comerciais”. O
marketing pode ser usado por Raphael como estratégia para envolver todos
em prol dos interesses da organização, tendo como alvo a sociedade civil,
empresas privadas, dentre outros atores.
As campanhas realizadas em parceria com as empresas privadas têm
a possibilidade de trazer um retorno positivo, principalmente no que concerne
a imagem dessas marcas. Nesse caso, seria viável desenvolver o marketing
de filantropia, que é quando o conteúdo da campanha se apoia na doação
que a empresa está realizando para a organização.
Além disso, visando aumentar a visibilidade da instituição seria viável
o uso de ferramentas digitais, por meio da criação e o compartilhamento de
informações em sites (Google) e mídias sociais (Facebook, Instagram,
Youtube).
O objetivo desse plano de marketing é trazer mais visibilidade à ONG
da comunidade “Recanto das Flores”.
Para que o espaço Beta funcione, torna-se fundamental a captação de
Recursos nas mais diversas formas.
Diante dessa situação, Raphael tem a possibilidade de optar pelas
seguintes formas de captação de recursos:
 Desenvolver a iniciativa troco solidário, que conta com a
participação dos clientes de estabelecimentos da iniciativa privada como
supermercados, lojas, entre outros, para arrecadar doações para entidades
nas cidades onde está inserida. Essa iniciativa ocorre quando o cliente paga
suas compras e o operador de caixa convida-o a doar o troco para a
organização.
 Captação online com doadores individuais, utilizando
ferramentas de marketing digital (sites, redes sociais).
 Campanhas estimulando doações pela sociedade civil como,
por exemplo, itens de beleza, tecnologia, entre outros produtos relevantes
para o desenvolvimento do projeto. Aqueles itens usados podem reduzir os
impactos ambientais, integrando uma ação de responsabilidade ambiental
para diminuir o desperdício.
 Campanhas visando captar pessoas para atuarem como
voluntários(as) do projeto. No que tange as campanhas físicas, uma ação
interessante é o uso de recursos gráficos e digitais, informando sobre as
causas sociais da organização, formas de doação e como ser voluntário
dessa iniciativa.
 Estabelecer parcerias com o setor público ou setor privado.
 Parceria com instituições de ensino superior como, por
exemplo, universidades públicas ou privadas com o objetivo de encontrar
estudantes que tem interesse em participar como voluntários da organização.
Em contrapartida, a ONG pode fornecer declaração comprovando horas de
extensão para esses estudantes.
 Apresentar projetos ao Fundo para a Infância e Adolescência
(FIA).
Nas parcerias estabelecidas com o setor público estadual ou
municipal, Raphael precisa apresentar um projeto alinhado à realidade da
organização, considerando em sua formulação a seguinte estrutura:
1) Introdução; considerar a realidade da comunidade “Recanto das
Flores”, que precisa de formação profissionalizante para adolescentes e
jovens, evitando que estes se envolvam com o crime organizado e tráfico de
drogas, infelizmente presente no local.
2) Objetivos; o projeto visa aumentar a qualificação profissional desses
cursistas, para que eles possam ingressar no mercado de trabalho e
consequentemente, aumentar suas rendas.
3) Justificativa: esse projeto diminuiria os índices de inserção no crime
e tráfico de drogas. Além disso, sua realização no território da comunidade,
evitaria o desgaste e risco de deslocamento dos participantes. No que se
refere aos benefícios do projeto, podemos citar o aumento da formação
profissional, realização (pessoal e profissional) e crescimento financeiro.
4) Cronograma das Atividades: estruturação do ambiente, com base
nas formações oferecidas; estruturação dos recursos humanos e materiais;
elaboração de proposta pedagógica (conteúdos) para os cursos escolhidos;
divulgação dos cursos; inscrição; início das aulas; disponibilização de
certificado; orientação para o mercado de trabalho.
5) Metodologia de Trabalho: com as atividades já estruturadas, o
projeto será desenvolvido por meio de aulas teóricas e práticas, de acordo
com o curso oferecido. No caso dos cursos da área de tecnologia e
informática serão disponibilizadas ferramentas de suporte, ou tecnologia,
softwares etc. Enquanto, aos cursos da área de estética e beleza serão
fornecidos os itens necessários como tesouras, máquinas de cortar cabelo,
secadores, pentes, escovas, cadeira, lavatório, creme, toalha, lixa, alicate,
entre outros. Assim sendo, durante as aulas práticas desses cursos podem
ser desenvolvidas atividades nas quais a população da comunidade possa
participar.
6) Previsão Orçamentária: previsão de custos a definir.
Fontes de recursos: parcerias com o setor público e setor privado;
doações financeiras e materiais.
A principal referência para a criação do espaço beta de formação
profissionalizante foi o sonho da comunidade em transformar a vida dessas
pessoas, oferecendo oportunidades de qualificação para os habitantes da
comunidade.
Lembrando que, trata-se de sugestões, que serão apresentadas
posteriormente para a comunidade, aceitando possíveis contribuições,
visando estimular um espaço de escuta para a construção de um projeto, de
acordo com as reais necessidades dessa população.
Em relação as parcerias, a lei nº13.019/2014 traz como principal
avanço a criação de um regime jurídico; próprio das parcerias entre o estado
e organizações da sociedade civil. De acordo com o documento entenda o
MROSC: Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil (2016), os
novos instrumentos jurídicos previstos para parceria são: termo de fomento,
termo de colaboração e acordo de cooperação.
No caso do Espaço Beta, Raphael pode manifestar interesse social,
apresentando projeto à administração pública, visando termo de fomento que
envolva a transferência de recursos.
Ainda conforme a MROSC, outra possibilidade é o termo de acordo de
cooperação, que não envolve a transferência de recursos financeiros. Por
isso, seria viável tentar estabelecê-lo com o município, visando a doação de
bens, para o desenvolvimento dos cursos pleiteados pelos residentes da
comunidade.
Pode-se concluir que, o “Espaço Beta” tem como responsabilidade
desenvolver ações e projetos de capacitação profissional para os habitantes
da comunidade “Recanto das Flores”. Tendo um papel importante em relação
a melhoraria da qualidade de vida da população em situação de
vulnerabilidade e risco social.
O texto cita que Raphael concluiu a especialização em Psicologia
Social, portanto, é importante ressaltar que, a Psicologia, enquanto ciência e
profissão, orienta-se mais através da oferta de serviços do que pela sua
responsabilidade na elaboração de construções, a partir das demandas
apresentadas pela população (YAMAMOTO, 2012). Devido a considerável
quantidade de espaços novos para inserção desses profissionais como, por
exemplo, o terceiro setor, exige-se uma prática profissional diferente. Por
isso, segundo Campos (1983) apud Yamamoto (2012), a psicologia precisa
responder a essas demandas pautadas na perspectiva de bem-estar social,
corroborada pelas políticas públicas. No qual o profissional da psicologia atue
como um agente transformador, qualificando as discussões sobre o alcance
social.

REFERÊNCIAS

CASTRO, Denise Gutierrez; KUBO, Edson Keyso de Miranda; FARINA,


Milton Carlos. A atuação de administradores de empresas em órgãos
públicos: a identificação organizacional diante de uma formação voltada a
negócios. Cad. EBAPE.BR, Rio de Janeiro, v. 16, n. 2, p. 186-203, jun. 2018.
Disponível em: <
https://www.scielo.br/j/cebape/a/8tVXntRJvTfDscVP7vVP5Rg/?lang=pt>.
Acesso em: 15 out. 2022.

DREHER, M. T. Gestão Social e a Atuação das Ongs Locais no Processo de


Desenvolvimento Local da Região de Blumenau (SC). Revista Brasileira de
Gestão e Desenvolvimento Regional, v. 8, n. 2, 2012.

LOPES, L. F.; DOS SANTOS, B.; BROCHARDT, V. Entenda o MROSC,


Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil: Lei 13,019/2014.
Secretaria de Governo da Presidência da República, 2016.

TENÓRIO, F. G. Flexibilização organizacional: mito ou realidade. Rio de


Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 2002.

YAMAMOTO, Oswaldo H. 50 anos de profissão: responsabilidade social ou


projeto ético político? Psicol. cienc. prof., Brasília, v. 32, n. spe, p. 6-17, 2012.
Disponível em: <http:// www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S1414-98932012000500002&lng=pt&nrm=i so>.
Acesso em: 17 out. 2022.

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