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SUMÁRIO

MATERIAL PARA O(A) PROFESSOR(A) .......................................................... pág 01

APRESENTAÇÃO ........................................................................................................... pág 02

GEOGRAFIA
Planejamento 1: Luzia e a Ocupação do Território Brasileiro: Diversidade
Ancestral ...................................................................................................... pág 03
Planejamento 2: Navegando entre Fronteiras: Explorando a Mobilidade
Espacial e o Complexo Processo Migratório ..................................................... pág 10
Planejamento 3: “Fato ou Fake”? ................................................................... pág 16
Planejamento 4: África: Impactos da Colonização e Conflitos ao Longo da
História ......................................................................................................... pág 21

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MATERIAL PARA O ESTUDANTE ......................................................................... pág 28

APRESENTAÇÃO ........................................................................................................... pág 29

GEOGRAFIA
Atividade 1: Luzia e a Ocupação do Território Brasileiro: Diversidade
Ancestral ...................................................................................................... pág 30
Atividade 2: Navegando entre Fronteiras: Explorando a Mobilidade Espacial
e o Complexo Processo Migratório ................................................................. pág 34
Atividade 3: “Fato ou Fake”? ......................................................................... pág 37
Atividade 4: África: Impactos da Colonização e Conflitos ao Longo da
História ......................................................................................................... pág 41

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Prezado(a) Professor(a),

No intuito de contribuir com o seu trabalho em sala de aula, preparamos este caderno com muito
carinho. Por meio dele, você terá a oportunidade de ampliar o trabalho já previsto em seu
planejamento. O presente caderno foi construído tendo por base os Planos de Curso 2024, que
foram elaborados a partir das competências e habilidades estabelecidas na BNCC e no CRMG a
serem desenvolvidas e trabalhadas por todas as unidades escolares da rede pública de Minas
Gerais. Aborda os diversos componentes curriculares e para facilitar a leitura e manuseio foi
organizado de forma linear. Contudo ao implementá-lo em sala de aula, você poderá recorrer
aos planejamentos de forma não sequencial, atendendo às necessidades pedagógicas dos
estudantes. É preciso atentar-se, apenas, para os conhecimentos que são pré-requisitos, ou seja,
aqueles que foram trabalhados nos planejamentos anteriores e que precisam ser retomados com
os estudantes para a construção do novo conhecimento em questão.

Como o principal objetivo deste material é o trabalho com o desenvolvimento de habilidades,


este caderno vem com o propósito de dialogar com sua prática e com o seu planejamento dentro
das habilidades básicas - aquelas que devemos assegurar que todos os nossos estudantes
aprendam.

Destacamos ainda, que o livro didático continua sendo um instrumento eficiente e necessário,
principalmente por não anular o papel do professor de mediador insubstituível dentro dos
processos de ensino e de aprendizagem. Coracini (1999) nos diz que “o livro didático já se
encontra internalizado no professor (...) o professor continua no controle do conteúdo e da forma
(...)”, reafirmando que, o que torna o livro didático e o que torna os Cadernos MAPA eficientes,
é justamente a maneira como o professor utiliza-os junto aos estudantes.

Desejamos a você, professor(a), um bom trabalho!

Equipe da Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores

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MATERIAL DE APOIO PEDAGÓGICO PARA APRENDIZAGENS – MAPA A
REFERÊNCIA
2024

UNIDADE TEMÁTICA
O sujeito e seu lugar no mundo
OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:

Distribuição da população (EF08GE01) Descrever as rotas de dispersão da população


mundial e deslocamentos humana pelo planeta e os principais fluxos migratórios em
populacionais. diferentes períodos da história, discutindo os fatores
Relações etnico-raciais e de históricos e condicionantes físico-naturais associados à
distribuição da população humana pelos continentes.
gênero.
(EF89GE26MG) Analisar e problematizar as questões raciais,
religiosas e de gênero analisando suas repercussões em
escala local, nacional e internacional.

PLANEJAMENTO
TEMA: Luzia e a Ocupação do Território Brasileiro: Diversidade Ancestral"
A) APRESENTAÇÃO:
Prezado(a) professor(a),
Neste planejamento que tem como tema: "Luzia e a ocupação do território brasileiro:
Diversidade ancestral”, iremos priorizar as noções de pertencimento e identidade, essas
permitem também a expansão do olhar para a relação do sujeito com contextos mais amplos,
considerando temas políticos, econômicos e culturais do Brasil e do mundo.
O propósito do trabalho é oferecer aos estudantes uma compreensão aprofundada sobre a
interação complexa entre os indivíduos e o ambiente que os cerca, destacando também o papel
ativo que desempenham na sociedade e no mundo em geral. Esta unidade curricular foi
desenvolvida para investigar temas como identidade, diversidade, interações sociais e a
responsabilidade pessoal dos indivíduos em relação tanto ao ambiente físico quanto ao contexto
social em que estão inseridos, fornecendo desta forma uma visão holística, permitindo-lhes os(as)
estudantes não apenas entender seu papel como parte de um todo maior, mas também cultivar
um senso de responsabilidade em relação ao mundo ao seu redor.
As habilidades trabalhadas serão: (EF08GE01) Descrever as rotas de dispersão da população
humana pelo planeta e os principais fluxos migratórios em diferentes períodos da história,
discutindo os fatores históricos e condicionantes físico-naturais associados à distribuição da
população humana pelos continentes. (EF89GE26MG) Analisar e problematizar as questões

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raciais, religiosas e de gênero analisando suas repercussões em escala local, nacional e
internacional.
O desenvolvimento dessas habilidades permitirá aos estudantes serem capazes de realizar uma
exploração que vai além da superfície do conhecimento, especialmente no que diz respeito ao
fóssil de Luzia e à ancestralidade. A ideia é levá-los a mergulhar profundamente neste tema,
proporcionando uma jornada que enriqueça não apenas seu entendimento, mas também sua
perspectiva sobre a história humana.
Professor(a), ao abordar o fóssil de Luzia e sua conexão com a ancestralidade, estamos
proporcionando uma oportunidade única para que os(as) estudantes se envolvam em um
enriquecimento intelectual profundo. Esta abordagem não apenas amplia o conhecimento sobre
as rotas de dispersão humana ao longo das eras, mas também explora as intrincadas questões
de raça, religião e gênero que estão entrelaçadas nesse complexo processo.
Situar esses temas em um contexto mais amplo de história, geografia, cultura e identidade é
fundamental. Isso não apenas enriquece a exploração, mas leva-os a refletir sobre a profundidade
e a complexidade de nossa herança cultural e social. Ao fazer isso, estamos incentivando não
apenas o aprendizado, mas também a reflexão crítica, preparando os(as) estudantes para
compreender o mundo de maneira mais holística e inclusiva.

B) DESENVOLVIMENTO:
1º MOMENTO: ABERTURA

Organização da turma A escolha do professor.

Recursos e providências Texto impresso.

Professor(a), é recomendado realizar, com os estudantes, uma introdução abordando a chegada


do fóssil Luzia, o mais antigo encontrado na América do Sul.
Dessa forma, inicie questionando os estudantes se sabem quem foi Luzia? Permite que os(as)
estudantes contribuam levantando hipóteses e recuperando seus conhecimentos prévios. Registre
no quadro as contribuições da turma. Após esse momento, distribua o texto para os(as)
estudantes e faça a leitura compartilhada e ao longo do texto faça intervenções para refletir e
explicar o que considerar relevante.

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"Luzia e a Ocupação do Território Brasileiro: Diversidade Ancestral"

Luzia foi uma mulher que viveu há muito tempo, há mais de 12 mil anos, no lugar onde
hoje é o Brasil. Ela foi uma das primeiras pessoas a morar na América do Sul, junto com
outros grupos de caçadores e coletores que vieram da África e da Ásia.

Luzia não nos deixou registros escritos sobre sua vida, mas seu legado é singular: seu fóssil.
O fóssil é o vestígio ou marca de um ser vivo que permaneceu preservado pela natureza ao
longo do tempo. O fóssil de Luzia é uma parte do seu crânio, a região da cabeça que abriga
o cérebro.

A descoberta desse fóssil é creditada à cientista francesa Annette, que realizava escavações
em uma lagoa de Minas Gerais, em 1974. Annette preservou o fóssil em uma caixa e o levou
para o Museu Nacional do Rio de Janeiro, onde permaneceu esquecido por muitos anos.

Em 1995, foi recuperado pelo antropólogo brasileiro Walter Neves que encontrou o fóssil de
Luzia no museu e despertou um grande interesse. Ele decidiu conduzir uma análise
detalhada, revelando que o fóssil era excepcionalmente antigo e diferenciado de outros
fósseis humanos encontrados nas Américas. Foi então que recebeu o nome "Luzia", em
homenagem a outra figura notável da história humana, Lucy, uma mulher ancestral que
viveu na África há milhões de anos e cujo fóssil também marcou época.

A relevância do fóssil de Luzia é inegável, proporcionando insights valiosos sobre a vida das
primeiras pessoas a povoar a América e sua relação com o ambiente e outras culturas.
Infelizmente, em 2018, o Museu Nacional sofreu um devastador incêndio que causou perdas
irreparáveis, inclusive parte do fóssil de Luzia. Apesar disso, os cientistas conseguiram salvar
e restaurar parte desse tesouro histórico e científico.

O estudo do fóssil Luzia nos conecta diretamente ao passado, revelando aspectos


fundamentais da trajetória humana nas Américas e ressaltando a importância da
preservação e pesquisa de nossa herança ancestral.

A teoria mais recente que explica a chegada dos primeiros habitantes das Américas,
incluindo aqueles representados pelo fóssil Luzia foi publicada no site da Agência FAPESP
como diz um fragmento do texto a seguir: “A história do povoamento das Américas acaba
de ganhar uma nova interpretação. O maior e mais abrangente estudo já feito a partir de
DNA fóssil, extraído dos mais antigos restos humanos achados no continente, confirmou a
existência de um único contingente populacional ancestral de todas as etnias ameríndias,
passadas e presentes”.

Abaixo segue nova face de Luzia e o mapa representando a corrente migratória para a
América do Sul de seu povo destacado pela legenda em azul.

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Imagem 1 – Face Luzia

Fonte: FAPESP. A nova face de Luzia e do povo de Lagoa Santa.

Imagem 2 – Graphical Abstract

Fonte: FAPESP. A nova face de Luzia e do povo de Lagoa Santa

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2º MOMENTO: DESENVOLVIMENTO

Organização da turma A escolha do professor.

Recursos e providências Texto impresso.

Professor(a), proponha aos estudantes um debate empolgante sobre o fóssil de Luzia? Esse
achado paleontológico é incrivelmente importante, pois estabelece uma ligação direta com o
passado remoto da ocupação humana nas Américas, trazendo à tona detalhes que enriquecem
nosso entendimento sobre nossas origens e história.
Luzia, um fragmento craniano descoberto na Gruta da Lapa Vermelha, em Lagoa Santa, Minas
Gerais, vai muito além de ser apenas um fóssil. Ela é uma peça fundamental que revela uma
narrativa complexa e detalhada sobre os primeiros habitantes do Brasil e a diversidade de suas
origens.
Questione os(as) estudantes se acreditam que Luzia representa unicamente uma rota de
migração humana para as Américas ou se diferentes rotas e grupos podem ter contribuído para
a ocupação do território brasileiro? Como essa descoberta nos auxilia na compreensão da
diversidade cultural e genética do povo brasileiro?

"Desvendando Luzia: Uma Jornada Pelas Origens do Brasil"


Datado de aproximadamente 12 mil anos atrás, Luzia personifica um capítulo vital na saga das
migrações humanas. Ao considerar a relevância de Luzia na história da ocupação do Brasil, é
importante mergulhar na complexidade das rotas de dispersão humana. A teoria da migração
pelo Estreito de Bering é a mais aceita na atualidade, que postula a travessia de grupos humanos
através da ponte terrestre que conectava a Ásia à América do Norte durante os períodos glaciais,
representando um pilar dessa narrativa.
No entanto, não podemos desconsiderar a influência de outras trajetórias, como migrações
costeiras ou até mesmo transoceânicas, emerge como um campo de exploração contínuo,
enriquecendo a compreensão da dinâmica da colonização das Américas.
A complexidade da ancestralidade é potencializada quando consideramos que Luzia é uma dentre
muitas peças do quebra-cabeça histórico. A diversidade de populações, culturas e identidades
que moldaram o território brasileiro é imbuída de nuances. As contribuições africanas, indígenas
e europeias convergem para criar uma tapeçaria multicultural que define a nação.
Nesse contexto, Luzia serve como um testemunho tangível de nossa herança ancestral
diversificada, conectando-se às múltiplas vertentes que teceram o cenário sociocultural
contemporâneo.
O significado da descoberta de Luzia transcende o âmbito científico. Ela nos convida a mergulhar
na complexidade de nossa história, a abraçar a pluralidade de nossas origens e a reconhecer a
constante dinâmica de encontros culturais que moldou nossa nação. Cada detalhe de sua
anatomia fossilizada se torna um elo com a trajetória evolutiva da humanidade nas Américas, e
cada olhar sobre suas características nos convida a uma reflexão mais profunda sobre o mosaico
genético e cultural que nos define como povo brasileiro.

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3º MOMENTO: FECHAMENTO

Organização da turma Atividades em grupo.

Imagens na internet, livros, artigos, papel cartolina, folhas


Recursos e providências em branco, canetas, material para criação de maquetes e
acesso a computadores e dispositivos eletrônicos.

Professor(a), como uma sugestão final, você pode encerrar o planejamento com uma atividade
lúdica que busca aprofundar ainda mais a compreensão dos(as) estudantes sobre a importância
do fóssil de Luzia na revelação da ancestralidade dos povos no Brasil. Essa atividade envolverá
os(as) estudantes em uma divertida jornada de pesquisa e criação, enriquecendo o processo
de aprendizado

Instruções:
1) Introdução e Contextualização (15 minutos):
Comece explicando aos estudantes a importância do fóssil de Luzia para entender a
ancestralidade dos povos no Brasil. Discuta como esse fóssil nos conecta ao passado e
como ele influencia nossa compreensão da diversidade cultural.

2) Exploração Guiada (20 minutos):


Mostre imagens ou réplicas do fóssil de Luzia. Conduza uma discussão sobre suas
características físicas e a época em que ela viveu. Em seguida, os(as) estudantes serão
desafiados a realizar uma pesquisa mais aprofundada sobre a diversidade de culturas que
compõem nossa ancestralidade.

3) Pesquisa em Grupo (30 minutos):


Divida a turma em grupos e atribua a cada grupo uma origem ancestral diferente (indígena,
africana, europeia, etc.). Dê tempo para que os grupos realizem pesquisas sobre a cultura,
tradições, costumes e influências desses grupos no Brasil.

4) Criação de Recursos Visuais (30 minutos):


Cada grupo deve criar um painel ou apresentação que destaque as informações coletadas
em suas pesquisas. Eles podem usar papel cartolina, folhas em branco, ou recursos digitais
para criar infográficos, slides ou pôsteres. O objetivo é compartilhar a riqueza de
informações sobre cada origem ancestral.

5) Apresentações (20 minutos):


Peça a cada grupo para apresentar seus recursos visuais à turma. Eles devem explicar a
cultura, tradições e influências de sua origem ancestral e como isso contribuiu para a
formação da sociedade brasileira.

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6) Construção da Maquete (opcional, 40 minutos):
Para uma abordagem mais prática, os grupos podem criar uma maquete representando
uma vila multicultural, destacando elementos de diferentes origens ancestrais. Isso ajuda
a visualizar a coexistência e interação de culturas.

7) Reflexão e Discussão (15 minutos):


Após as apresentações, conduza uma discussão sobre as descobertas dos grupos e a
relação com o fóssil de Luzia. Pergunte aos estudantes como essa atividade influenciou
sua compreensão da ancestralidade e diversidade cultural no Brasil

8) Conclusão:
Essa atividade envolve os(as) estudantes em um processo de pesquisa, criação e
apresentação, permitindo-lhes explorar de maneira mais profunda a importância do fóssil
de Luzia em relação à nossa ancestralidade. Além disso, ao destacar diferentes origens
culturais, os(as) estudantes são incentivados a reconhecer a riqueza das influências que
moldaram nossa sociedade atual.

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UNIDADE TEMÁTICA

O sujeito e seu lugar no mundo

OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:

Diversidade e dinâmica da (EF08GE02X) Relacionar fatos e situações representativas da


população mundial e local. história das famílias do Município em que se localiza a escola,
considerando a diversidade e os fluxos migratórios da população
nacional e mundial.
(EF08GE03) Analisar aspectos representativos da dinâmica
demográfica, considerando características da população (perfil
etário, crescimento vegetativo e mobilidade espacial).

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: "Navegando Entre Fronteiras: Explorando a Mobilidade Espacial e o
Complexo Processo Migratório"
A) APRESENTAÇÃO:
Prezado(a) professor(a),
O presente planejamento tem como tema: "Navegando Entre Fronteiras: Explorando a
Mobilidade Espacial e o Complexo Processo Migratório". Ele compõe a unidade temática
"O Sujeito e seu Lugar no Mundo", que vai além das noções básicas de pertencimento e
identidade, pois busca oferecer uma visão expandida sobre a relação dos indivíduos com
contextos mais amplos, incluindo aspectos políticos, econômicos e culturais não apenas do Brasil,
mas também do mundo globalizado.
O objetivo central desta unidade temática é proporcionar aos estudantes não apenas uma
compreensão mais profunda da conexão entre os indivíduos e o ambiente ao seu redor, mas
também destacar o papel ativo que desempenham na sociedade e no mundo em geral. Para isso,
a unidade explora diversos temas, como identidade, diversidade, interações sociais e a
responsabilidade individual em relação tanto ao ambiente físico quanto ao contexto social em que
estão inseridos.
Nesse contexto, os(as) estudantes são estimulados não só a entender sua posição como membros
essenciais de uma sociedade mais ampla, mas também a ponderar sobre as ramificações políticas,
econômicas e culturais de suas escolhas. A intenção é não apenas desenvolver uma visão global
mais completa e profunda, mas também instigar um senso de compromisso mundial, capacitando
os(as) estudantes para se tornarem agentes de transformação bem-informados e ativos.
As habilidades trabalhadas serão: (EF08GE02X) Relacionar fatos e situações representativas da
história das famílias do Município em que se localiza a escola, considerando a diversidade e os
fluxos migratórios da população nacional e mundial. (EF08GE03) Analisar aspectos
representativos da dinâmica demográfica, considerando características da população (perfil
etário, crescimento vegetativo e mobilidade espacial).

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Estas habilidades foram desenvolvidas para proporcionar aos estudantes compreenderem as
complexas dinâmicas da migração humana e mobilidade espacial. A ideia é não apenas apresentar
informações, mas também promover uma análise crítica e detalhada das razões por trás dos
movimentos populacionais em âmbito global, regional e local. Ao explorar as consequências
sociais, econômicas, políticas e culturais desses movimentos, pretendemos oferecer aos
estudantes uma visão mais ampla das interações entre migrantes e as sociedades de acolhimento.
Ao fomentar essa exploração, a intenção é cultivar a empatia nos(nas) estudantes, aumentar sua
consciência global e proporcionar uma compreensão mais profunda das questões
contemporâneas relacionadas à migração. O objetivo final é equipá-los(as) não apenas com
conhecimento, mas também com as habilidades críticas necessárias para entender e lidar com as
complexidades do mundo em que vivemos.
Abordar o tema "Navegando Entre Fronteiras: Explorando a Mobilidade Espacial e o Complexo
Processo Migratório" em nossa sala de aula é fundamental. Este tópico não apenas espelha a
realidade global contemporânea, mas também representa uma oportunidade para ampliar as
perspectivas de nossos estudantes e cultivar habilidades essenciais.
Ao proporcionarmos a investigação sobre as migrações humanas e a mobilidade espacial,
oferecemos aos estudantes uma compreensão profunda das complexas dinâmicas sociais,
econômicas e políticas que moldam nosso mundo. Esse conhecimento não apenas aprimora sua
percepção do cenário internacional, mas também promove um profundo apreço pela diversidade
cultural e incentiva a empatia.
Além disso, ao levarmos os(as) estudantes a examinarem o processo migratório, permitimos a
eles(as) serem cidadãos globais bem-informados e compassivos. Eles adquirem a capacidade de
analisar criticamente questões relacionadas à migração, contribuindo para um diálogo significativo
sobre temas atuais e relevantes.
A migração é uma realidade intrincada que impacta inúmeras vidas em todo o mundo. Ao
integrarmos esse tema em nosso currículo, não apenas cumprimos nosso papel como educadores,
mas também preparamos nossos estudantes para enfrentar os desafios do mundo globalizado
com compreensão e respeito.

B) DESENVOLVIMENTO:
1º MOMENTO: ABERTURA

Organização da turma A escolha do professor.

Recursos e providências Texto impresso.

Professor(a), para iniciar o momento, questione os(as) estudantes sobre o que impulsiona a
mobilidade espacial. Ressalte que, assim como os pássaros, as pessoas também têm o desejo de
se mover. Algumas optam por mudar para novos lugares, seja dentro da mesma cidade, em um
país diferente ou até mesmo em um continente distante.

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Após essa breve contextualização, apresente para os(as) estudantes a pergunta intrigante: Por
que as pessoas tomam essa decisão? Permita que eles(as) levantem hipóteses sobre os motivos
que levam uma pessoa ou grupo de pessoas deixarem seu local de origem. Registre no quadro
as contribuições da turma. A partir delas apresente os motivos - “As motivações são variadas e
fascinantes! Em alguns casos, a busca por melhores oportunidades, como emprego ou educação,
impulsiona esse movimento. Em outras situações, a necessidade de escapar de dificuldades, como
conflitos/guerras, catástrofes naturais, ou escassez de recursos, é o que leva à mudança. Além
disso, há pessoas que desejam explorar diferentes culturas, experienciar modos de vida variados
e expandir seu conhecimento sobre o mundo”.
Após as primeiras reflexões. Entregue para os(as) estudantes uma cópia contendo os principais
conceitos. Solicite que um dos(as) estudantes faça a leitura e posteriormente faça uma breve
explicação, sempre garantindo a participação dos(as) estudantes.

Migração: refere-se ao movimento de pessoas de um lugar para outro, que pode ser dentro
do mesmo país ou entre diferentes países. Envolve a mudança voluntária de localização devido
a fatores como busca por melhores oportunidades, qualidade de vida ou outras razões pessoais.

Imigração: Imigração é o ato de entrar e se estabelecer em um novo país ou região. Quando


uma pessoa se muda para um local diferente do seu país de origem, ela é chamada de
imigrante.

Emigração: Emigração é o oposto da imigração. Refere-se ao ato de deixar o próprio país de


origem para se estabelecer em outro país ou região. Quando alguém deixa seu país para viver
em outro lugar, essa pessoa é chamada de emigrante.

Refúgio: Envolve a busca de proteção e asilo em um país diferente devido a perseguições,


conflitos armados, violência ou outros riscos à vida e segurança no país de origem. Refugiados
são pessoas que buscam refúgio em outro país por razões humanitárias.

Deslocamento Forçado: O deslocamento forçado ocorre quando pessoas são obrigadas a


deixar suas casas e regiões devido a conflitos, desastres naturais, violações de direitos humanos
ou outras situações urgentes. Isso pode envolver migração interna ou busca de refúgio em
outros países.

Reforçe com os estudantes que ao deslocarem de um local para outro, as pessoas não levam
apenas seus pertences físicos, mas também seus valores culturais, tradições e experiências de
vida. A cultura em que cresceram, influências familiares e vivências moldam sua identidade. Isso
inclui crenças, costumes, língua, religião e relações interpessoais. Tais valores persistem após a
migração e podem ser repassados a futuras gerações. Além disso, experiências vividas em seu
país de origem, como educação, carreira e relacionamentos, influenciam suas perspectivas.
Migrantes também se deparam com novas culturas, gerando um intercâmbio cultural, onde
adotam elementos do novo país e compartilham suas tradições. Esse processo enriquece a pessoa
e a sociedade de destino, fomentando compreensão e diversidade. Ao migrar, portanto, leva-se

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consigo uma bagagem cultural que molda a adaptação ao novo ambiente e contribui para a
diversidade global.

2º MOMENTO: DESENVOLVIMENTO

Organização da turma A escolha do professor.

Recursos e providências Texto impresso.

Professor(a), neste momento, vamos explorar os principais fluxos de mobilidade espacial no


estado de Minas Gerais ao longo do tempo, e posteriormente propor uma atividade a ser realizada
com os estudantes no município em que vivem.
Podemos resumidamente dividir a história dos fluxos migratórios em Minas Gerais em quatro
partes, abordando os seguintes períodos e aspectos:

Os principais fluxos migratórios em Minas Gerais

Período colonial: A ocupação do território brasileiro pelos portugueses envolveu o


deslocamento de milhões de indígenas, africanos e europeus. Em Minas Gerais, a exploração
do ouro e dos diamantes atraiu milhares de colonos e escravos para a região, formando uma
sociedade diversa e dinâmica. O esgotamento das minas e a repressão da Coroa provocaram o
êxodo de muitos mineiros para outras regiões do Brasil.

Período imperial: A independência do Brasil em 1822 e o fim do tráfico negreiro em 1850


estimularam a vinda de imigrantes europeus e asiáticos para o país, principalmente para
trabalhar nas fazendas de café. Em Minas Gerais, houve uma forte presença de italianos,
alemães, espanhóis, sírios, libaneses e japoneses, que se dedicaram à agricultura, à indústria
e ao comércio. Os imigrantes contribuíram para o desenvolvimento econômico, social e cultural
do estado.

Período republicano: A Proclamação da República em 1889 e a industrialização do Brasil no


século XX provocaram um intenso processo de urbanização e modernização do país. Em Minas
Gerais, houve um grande fluxo migratório interno, principalmente de nordestinos que fugiam
da seca e da pobreza. Esses imigrantes se estabeleceram nas cidades mineiras, trabalhando
nas fábricas, nas minas, nos serviços e no comércio. Eles também trouxeram suas tradições,
costumes e religiosidade para o estado.

Período contemporâneo: A globalização e a integração regional no século XXI intensificaram


os fluxos migratórios internacionais. O Brasil passou a receber imigrantes de países vizinhos,
como Bolívia, Paraguai, Peru e Venezuela, além de países africanos, como Angola, Congo e
Nigéria. Em Minas Gerais, houve também uma chegada de haitianos após o terremoto de 2010
que devastou o país caribenho. Esses imigrantes buscam melhores condições de vida e trabalho
no Brasil, mas enfrentam dificuldades de adaptação, discriminação e violação de direitos.

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Professor(a), após a leitura, destaque para os(as) estudantes como a história de Minas Gerais é
marcada por um constante movimento e pela chegada de pessoas vindas de diferentes lugares.
A cada época, esse fluxo não só teve impacto na economia, mas também influenciou a
convivência e a troca de culturas. Para compreender melhor essa dinâmica, é válido refletir sobre
algumas questões importantes.
Questione junto aos estudantes - como a vinda de diferentes grupos influenciou a forma como
as pessoas se conectam com Minas Gerais em cada momento histórico? O que esses imigrantes
trouxeram de mais relevante para o desenvolvimento do estado ao longo do tempo? E quais
foram os desafios enfrentados por eles ao chegar aqui? A diversidade cultural, apesar de trazer
benefícios, também pode ter gerado dificuldades quando diferentes grupos se encontraram. Será
que houve conflitos ou obstáculos?
Olhando para os desafios enfrentados pelos imigrantes atualmente em Minas Gerais, como
podemos contribuir para que eles se sintam integrados e tenham seus direitos respeitados como
qualquer outra pessoa?
Refletir sobre essas questões nos permite compreender não apenas o que aconteceu no passado,
mas também nos faz pensar sobre como a migração continua a influenciar nossas vidas hoje. E,
acima de tudo, nos desafia a construir um ambiente onde todos se sintam parte de uma
comunidade inclusiva.

3º MOMENTO: FECHAMENTO

Organização da turma Atividades em grupo

Recursos e providências Internet, reportagens, entrevistas, mapas entre outros

Professor(a), sugira a atividade descrita a seguir, pois ela permitirá ao estudante compreender
de que forma as contribuições das pessoas vindas de outros lugares impactaram na comunidade
em que vivemos.

Passo a Passo:

1) Pesquisa e Coleta de Informações:


Organize os(as) estudantes em grupos para que realizem pesquisas sobre a história da
migração em nosso município. Oriente a eles buscarem informações sobre os grupos de
migrantes que chegaram ao longo do tempo, as razões de sua vinda e os impactos que
causaram na cultura, economia e sociedade local.

2) Identificação das Contribuições:


Cada grupo deve identificar as principais contribuições trazidas pelos migrantes. Isso pode
incluir elementos culturais, tradições, práticas econômicas, arquitetura, entre outros.

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3) Criação de Apresentações:
Com base nas informações coletadas, cada grupo deve criar uma apresentação que
destaque as contribuições específicas dos migrantes em diferentes áreas, como culinária,
artes, comércio, religião, etc.

4) Debate e Discussão:
Apresentem suas descobertas para a classe. Após cada apresentação, promovam um
debate para discutir como essas contribuições influenciaram positivamente o município e
quais foram os desafios enfrentados durante o processo de integração.

5) Mapa da Diversidade:
Criem um mapa interativo do município, marcando os locais onde as influências dos
migrantes são mais visíveis, como restaurantes étnicos, templos religiosos, monumentos
culturais, etc.

6) Entrevistas com Residentes:


Realizem entrevistas com moradores mais antigos do município para obter depoimentos
sobre as mudanças ao longo do tempo e como as contribuições dos migrantes impactaram
suas vidas.

7) Apresentação Final:
Com base nas apresentações, debates e entrevistas, o grupo deve criar uma apresentação
final que destaque as principais conclusões sobre as consequências positivas da mobilidade
espacial em nosso município.

8) Reflexão e Valorização:
Encerrem a atividade refletindo sobre a importância de valorizar e preservar a diversidade
cultural trazida pelos migrantes. Como podemos continuar a celebrar essas contribuições
no futuro?

Esta atividade permitirá que os(as) estudantes reconheçam e analisem as influências culturais,
econômicas e sociais dos migrantes em nosso município, promovendo uma compreensão das
conexões resultantes do processo de mobilidade espacial e enriquecimento da comunidade.
Importante também na conclusão do trabalho reforçar o respeito à diversidade promovendo uma
cultura de aceitação.

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UNIDADE TEMÁTICA

Conexões e escalas.

OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:
Redes virtuais e relações (EF69GE25MG) Identificar e discutir o papel das redes virtuais na
Sociais. vida dos adolescentes e analisar a exclusão digital.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: "Fato ou Fake?”
A) APRESENTAÇÃO:
Prezado(a), professor(a)!
À medida que avançamos nesta fase de nossas vidas, é natural nos questionarmos sobre as
incertezas que o futuro reserva e como as decisões tomadas agora moldaram nossa trajetória
profissional. O mundo se apresenta como uma vasta paisagem em constante evolução, repleta
de oportunidades, desafios e transformações profundas. Nesse cenário, nossos talentos, paixões
e habilidades se entrelaçam com as demandas sempre mutáveis da sociedade e da economia.
Explorando a essência de participar desse universo em constante transformação, examinaremos
a diversidade de carreiras, indústrias e ocupações disponíveis, refletindo sobre como as escolhas
profissionais podem impactar não apenas nossa rotina diária, mas também nosso bem-estar geral.
Além disso, enfocaremos as habilidades e competências essenciais necessárias para prosperar
em um ambiente tão dinâmico e altamente competitivo. Esta exploração nos permitirá não apenas
compreender o panorama profissional, mas também nos equipará com o conhecimento e as
ferramentas para tomar decisões informadas e trilhar caminhos que estejam alinhados com
nossas aspirações e potencial máximo.
A habilidade a ser trabalhada será: (EF69GE25MG) Identificar e discutir o papel das redes
virtuais na vida dos adolescentes e analisar a exclusão digital.
O propósito desta habilidade consiste em proporcionar aos estudantes a oportunidade de explorar
profundamente o mundo digital em que vivemos. Este planejamento visa expandir a compreensão
sobre como as redes virtuais afetam suas vidas diárias, ao mesmo tempo em que os sensibiliza
para a questão crítica da exclusão digital.
A partir disso, os(as) estudantes serão incentivados a investigar e debater os diversos aspectos
das redes virtuais, desde os benefícios até os desafios que proporcionam para a sociedade em
geral. Eles(as) terão a chance de refletir sobre como o uso das redes sociais, aplicativos e
dispositivos tecnológicos influenciam suas relações sociais, seu aprendizado e seu
desenvolvimento pessoal. Além disso, poderão identificar a exclusão digital, uma realidade que
muitos podem vivenciar ou ainda, não perceber completamente, sendo assim, serão capazes de
identificar as barreiras que impedem o acesso igualitário à tecnologia, como a falta de acesso à
internet e a falta de habilidades digitais, e serão desafiados a pensar em soluções para combater
essa exclusão.

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Em última análise, o propósito desta habilidade é capacitá-los a se tornarem cidadãos digitais
responsáveis e críticos, capazes de navegar no mundo virtual com consciência e empatia,
enquanto também trabalham para reduzir as desigualdades digitais que afetam muitos de seus
pares.
Na era digital, onde a informação flui incessantemente como um rio turbulento, os(as) estudantes
enfrentam um desafio monumental: distinguir entre fatos sólidos e notícias fabricadas. A
habilidade de discernir a verdade da falsidade nunca foi tão crucial. O fenômeno "Fato ou Fake"
tornou-se uma bússola indispensável em um mundo onde as linhas entre a realidade e a ficção
frequentemente se entrelaçam.
Em nossa jornada educacional, não apenas exploraremos técnicas de verificação de fatos, mas
também investigaremos os motivos por trás da disseminação de informações enganosas. Vamos
equipar os(as) estudantes com as ferramentas necessárias para utilizarem a informação digital,
transformando-os(as) não apenas em consumidores críticos, mas também em cidadãos
responsáveis e bem informados.
Ao nos aprofundarmos no tema "Fato ou Fake", estaremos proporcionando aos estudantes um
escudo de discernimento, protegendo-os das marés traiçoeiras da desinformação. Juntos, vamos
explorar, questionar e aprender, preparando-os para enfrentar os desafios do mundo digital com
confiança, sabedoria e uma visão afiada para a verdade.

B) DESENVOLVIMENTO:
1º MOMENTO: ABERTURA

Organização da turma A escolha do professor.

Recursos e providências Texto impresso.

Professor(a), para iniciar este momento provocando diversas reflexões aos estudantes sobre o
que são as fakes news, ou notícias falsas, e porque elas têm se tornado uma presença constante
em nosso mundo digitalizado e interconectado. São informações fabricadas, distorcidas ou
enganosas que se espalham como fogo em uma floresta seca, alimentando-se da credulidade e
da polarização da sociedade contemporânea. As implicações dessas falsidades para a sociedade
são profundas e multifacetadas.
Primeiramente, as fakes news minam a confiança no jornalismo e nas fontes de informação
tradicionais. Enquanto os veículos de notícias lutam para verificar e relatar os fatos de maneira
precisa, as notícias falsas atacam a integridade dessa profissão vital, tornando mais difícil para o
público distinguir entre fontes confiáveis e duvidosas. Isso erode a base da democracia, pois uma
sociedade bem-informada é essencial para o funcionamento adequado de um sistema
democrático. Têm o poder de distorcer a percepção pública e influenciar decisões importantes,
como eleições, por exemplo. Propagandas enganosas e informações errôneas podem moldar as
opiniões dos eleitores e criar divisões profundas na sociedade. Políticos e grupos de interesse
podem aproveitar-se dessas táticas para alcançar seus objetivos, minando a integridade dos
processos democráticos.

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As fakes news também têm implicações diretas na saúde pública. Durante crises de saúde, como
a pandemia de COVID-19, informações falsas podem levar as pessoas a tomar decisões perigosas
para sua saúde, como ignorar medidas de segurança ou aderir a tratamentos ineficazes e até
prejudiciais. Isso coloca em risco não apenas a vida das pessoas, mas também sobrecarrega os
sistemas de saúde e atrasa a superação da crise.
Além disso, as fakes news alimentam a polarização e o extremismo. Ao disseminar informações
enganosas que confirmam as crenças preexistentes das pessoas, elas aprofundam as divisões na
sociedade e dificultam o diálogo construtivo. Isso pode levar a confrontos e tensões sociais
crescentes, prejudicando a coesão social.

2º MOMENTO: DESENVOLVIMENTO

Organização da turma A escolha do professor.

Recursos e providências Dispositivo com acesso à internet ou texto impresso.

Professor(a), neste momento os(as) estudantes devem ser motivados a fazer a leitura conjunta
como você da reportagem, que trata do caso de Fabiane Maria de Jesus, espancada até a morte
em Guarujá, no litoral de SP, em maio de 2014, após ser vítima de uma notícia falsa. A reportagem
está disponível no link: //g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2022/06/15/oito-anos-apos-
mulher-ser-espancada-ate-a-morte-em-sp-fake-news-segue-fazendo-vitimas-como-o-turista-
queimado-vivo-no-mexico.ghtml.
Proponha um debate após a leitura e reforce como é importante combater as fakes news. Essa
tarefa é desafiadora e requer educação digital, alfabetização midiática e esforços coordenados de
instituições, empresas de tecnologia e governos. É crucial que todos os cidadãos estejam atentos
às fontes de informação que consomem e saibam como verificar a veracidade das notícias. As
plataformas de mídia social também têm um papel fundamental na contenção da propagação de
fakes news, implementando políticas mais rigorosas de verificação de fatos e limitando a
disseminação de conteúdo falso.
Cabe ressaltar que as redes sociais transformaram a maneira como nos comunicamos,
interagimos e consumimos informações. Elas trouxeram inúmeras vantagens, como a conexão
global instantânea e a capacidade de compartilhar ideias com uma ampla audiência. No entanto,
também abriram a porta para um fenômeno preocupante: as fakes news.
As redes sociais são o terreno fértil onde as fakes news prosperam. Com a disseminação
instantânea de informações, muitas vezes com pouca ou nenhuma verificação de fatos, as notícias
falsas encontraram um meio eficaz para se espalharem como um vírus. Essa disseminação é
facilitada por algoritmos de mídia social que priorizam conteúdo sensacionalista e viral, muitas
vezes ignorando a veracidade.
As fakes news se espalham rapidamente porque apelam às emoções das pessoas. Elas
frequentemente são projetadas para reforçar preconceitos e crenças existentes, tornando-as mais

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palatáveis para um público específico. O medo, a raiva e o choque são emoções que podem ser
manipuladas para aumentar o compartilhamento e o engajamento com informações falsas.
As implicações disso para a sociedade são profundas. Primeiramente, as fakes news minam a
confiança nas fontes de informação tradicionais. As pessoas podem começar a questionar a
credibilidade dos veículos de notícias estabelecidos, o que enfraquece a base da democracia,
onde uma sociedade bem-informada é essencial.
O combate às fakes news é um desafio complexo. Requer a colaboração de governos, empresas
de tecnologia, jornalistas e cidadãos. Políticas mais rigorosas de verificação de fatos e algoritmos
de mídia social mais transparentes são passos na direção certa. No entanto, também é essencial
promover a educação digital e a alfabetização midiática, capacitando as pessoas a discernirem
entre informações verdadeiras e falsas.
Em resumo, o uso das redes sociais e as fakes news estão intrinsecamente ligados na era digital.
Embora as redes sociais tenham trazido muitos benefícios, elas também têm um papel
significativo na propagação da desinformação. Enfrentar esse desafio requer esforços
coordenados e contínuos para proteger a integridade da informação em nossa sociedade cada
vez mais conectada.

3º MOMENTO: FECHAMENTO

Organização da turma Grupos.

Dispositivo com acesso à internet, dispositivos móveis,


Recursos e providências
papel e caneta.

Professor(a), apresente aos estudantes a atividade sobre fake news na era digital. Destaque que
por meio da atividade eles(as) irão analisar e identificar notícias falsas e desenvolver estratégias
de acessar a informação de forma crítica e responsável.
O objetivo desta atividade é proporcionar aos estudantes maneiras de identificar e diferenciar
notícias falsas (fake news) de notícias verdadeiras, promovendo habilidades de pensamento
crítico e alfabetização midiática.

Materiais Necessários:
▪ Duas reportagens, uma verdadeira e outra falsa (encontradas online ou criadas pelo
professor).
▪ Computadores ou dispositivos móveis com acesso à internet.
▪ Papel e canetas.
OBS: Professor(a), você encontrará uma grande variedade de exemplos de informações
verdadeiras e fake news no link https://educamidia.org.br/api/wp-
content/uploads/2019/12/MATERIAL_Desafio-Fake-News.pdf, disponível no site do Educamídia.

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Instruções:
1) Divida os estudantes em grupos pequenos.

2) Distribua uma reportagem falsa e outra verdadeira para cada grupo. Certifique-se de que
os grupos recebam uma mistura de notícias verdadeiras e falsas.

3) Peça aos grupos que leiam ambas as reportagens com cuidado, analisando seu conteúdo,
fontes, imagens e qualquer outra informação relevante.

4) Cada grupo deve discutir as seguintes questões:


a) Qual é a principal mensagem ou assunto da reportagem?
b) Quais são as fontes citadas na reportagem? São confiáveis?
c) Existem evidências ou dados que sustentem as afirmações feitas na reportagem?
d) As imagens ou vídeos apresentados são autênticos?
e) A linguagem usada na reportagem é tendenciosa ou imparcial?

5) Peça a cada grupo que apresente suas análises das reportagens para toda a classe. Eles
devem indicar se acreditam que a reportagem é verdadeira ou falsa e explicar o motivo de
sua decisão.

6) Em seguida, revele a verdadeira natureza de cada reportagem (se é verdadeira ou falsa)


e forneça informações adicionais sobre o contexto.

Professor(a), conduza uma discussão em sala de aula sobre as estratégias que os estudantes
usaram para diferenciar as notícias verdadeiras das falsas. Destaque a importância de verificar
fontes, procurar evidências, considerar o viés e utilizar o pensamento crítico ao analisar
informações online.
Peça aos estudantes que escrevam um breve resumo das estratégias que aprenderam para
identificar notícias falsas e compartilhem essas estratégias com a turma.
Reforce a ideia de que, em um mundo digital, é crucial ser um consumidor informado e crítico de
informações, ajudando a combater a propagação de fake news.
Esta atividade não apenas ajudará os(as) estudantes a desenvolver habilidades de pensamento
crítico, mas também aumentará sua consciência sobre os desafios associados às notícias falsas
na era digital.

20
UNIDADE TEMÁTICA

Conexões e escalas
Formas de representação e pensamento espacial

OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:

Cartografia: anamorfose, (EF08GE19) Interpretar cartogramas, mapas esquemáticos


croquis e mapas temáticos (croquis) e anamorfoses com informações geográficas acerca da
da América e África. África e América.
Corporações e organismos (EF08GE05X) Identificar e aplicar os conceitos de Estado,
internacionais e do Brasil nação,território, governo e país para o entendimento de conflitos
na ordem econômica e tensões na contemporaneidade, com destaque para as
mundial. situações geopolíticas na América e na África e suas múltiplas
regionalizações a partir do pós-Guerra.
(EF08GE18X) Elaborar e interpretar mapas ou outras formas de
representação cartográfica para analisar as redes e as dinâmicas
urbanas e rurais, ordenamento territorial, contextos culturais,
modo de vida e usos e ocupação de solos da África e América.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: África: Impactos da Colonização e Conflitos ao Longo da História
A) APRESENTAÇÃO:
Professor(a), ao introduzir a Unidade temática “Formas de representação e pensamento espacial”
procure proporcionar aos estudantes experiências de aprendizagem que os desafiem a explorar
e compreender as diferentes maneiras pelas quais as informações espaciais são representadas e
como o pensamento espacial é utilizado para interpretar e interagir com o mundo ao nosso redor.
Para as habilidades relacionadas à Unidade Temática “Conexões e Escalas”, os(as) estudantes
devem ser capazes de reconhecer o lugar de cada indivíduo no mundo, valorizando a sua
individualidade e, ao mesmo tempo, situando-o em uma categoria mais ampla de sujeito social:
a de cidadão ativo, democrático e solidário.
As habilidades a serem trabalhadas serão: (EF08GE19) Interpretar cartogramas, mapas
esquemáticos (croquis) e anamorfoses com informações geográficas acerca da África e América.
(EF08GE05X) Identificar e aplicar os conceitos de Estado, nação, território, governo e país para
o entendimento de conflitos e tensões na contemporaneidade, com destaque para as situações
geopolíticas na América e na África e suas múltiplas regionalizações a partir do pós-guerra.
(EF08GE18X) Elaborar e interpretar mapas ou outras formas de representação cartográfica para
analisar as redes e as dinâmicas urbanas e rurais, ordenamento territorial, contextos culturais,
modo de vida e usos e ocupação de solos da África e América.
O objetivo dessas habilidades é capacitar os(as) estudantes a interpretar diferentes tipos de
representações cartográficas, tais como cartogramas (mapas que utilizam o tamanho das áreas
para representar informações), mapas esquemáticos (croquis) e anamorfoses (mapas distorcidos
que representam dados), possibilitando uma compreensão visual das informações geográficas
relacionadas à África e à América. Além disso, eles(as) deverão ser capazes de conceituar: Estado,

21
nação, território, governo e país, uma compreensão essencial para analisar os conflitos e tensões
contemporâneas. Dedicaremos atenção especial às situações geopolíticas na América e na África,
considerando as diversas regionalizações que surgiram após a Segunda Guerra Mundial.
Por fim, vamos orientá-los(as) a criar e interpretar mapas e outras formas de representação
cartográfica. Isso os permitirá analisar redes, dinâmicas urbanas e rurais, ordenamento territorial,
contextos culturais, modo de vida e padrões de uso e ocupação do solo na África e na América.
Nosso objetivo é permitir aos estudantes perceberem como esses elementos se relacionam com
a geografia dessas regiões.

B) DESENVOLVIMENTO:
1º MOMENTO: ABERTURA

Organização da turma A escolha do professor.

Recursos e providências Texto impresso.

Professor(a), para iniciar este momento, estimule os(as) estudantes a destacarem o que sabem
das diversas etnias que compõem o continente africano antes e após a chegada dos europeus.
Permita a participação de todos(as) os(as) estudantes. Registre as hipóteses e conhecimentos
prévios apresentados pela turma no quadro. Diga para a turma que eles irão conhecer parte da
rica história dos povos africanos, principalmente sua marcante diversidade cultural e linguística.
É importante ressaltar que a África é notória como o local de origem da humanidade e como
abrigo de grandiosas civilizações no passado. Acrescenta-se que essa diversidade étnica
permanece evidente em vários países africanos, manifestando-se na profusão de línguas faladas
na região. Professor(a), nosso objetivo primordial é assegurar que os(as) estudantes
compreendam que, mesmo antes da chegada dos europeus, o continente africano já acolhia
grupos étnicos com estruturas sociais distintas.
Após esse primeiro diálogo, apresente para a turma o mapa étnico do continente africano
(imagem 1) ilustrando as divisões étnicas e convide-os(as) a ponderarem se consideram que a
atual fragmentação do continente em Estados-Nação está em conformidade com a diversidade
étnica africana. Esclareça que esses Estados não emergiram de maneira natural a partir da
evolução dos antigos reinos africanos e da diversidade étnica, mas sim decorreram do processo
de partilha colonial. As fronteiras foram delineadas sem considerar os interesses das populações
africanas, servindo unicamente aos interesses das potências europeias, que almejavam explorar
os recursos naturais da região. É crucial ressaltar que a Conferência de Berlim (1884-1885)
representou o marco da divisão da África entre essas potências europeias.

22
Imagem 1- Mapa étnico continente africano

Fonte: UFG. Construindo mapas mentais.

Reforce com a turma, ainda que essa divisão territorial entre as potências europeias, efetuada
durante a Conferência de Berlim, não respeitou a configuração original dos grupos étnicos. Isso
resultou na coexistência de grupos rivais sob um único governo e na separação de grupos
culturalmente afins em Estados distintos. Importa destacar que essas informações devem instigar
a curiosidade dos estudantes acerca das implicações dessa partição do continente,
particularmente porque os próprios povos africanos não foram consultados nem convidados a
participar do processo de partilha da África. Isso poderá motivar uma análise mais profunda das
consequências históricas e contemporâneas desse episódio colonial.

2º MOMENTO: DESENVOLVIMENTO

Organização da turma A escolha do professor.

Recursos e providências Internet ou texto impresso.

Professor(a), inicie este momento questionando aos estudantes se já tiveram contato, em alguma
forma de mídia, com informações sobre confrontos que ocorreram no continente africano. A
seguir, indague se conseguem recordar alguns dos fatores que desencadearam esses conflitos e
tente estabelecer conexões com o processo de divisão territorial do continente. Incentive e
permita a participação de todos. Registre no quadro algumas hipóteses levantadas pela turma.
Em seguida, apresente a reportagem disponível em https://conhecimentocientifico.r7.com/sudao-
do-
sul/#:~:text=O%20Sud%C3%A3o%20do%20Sul%20se,da%20parte%20meridional%20do%2
0pa%C3%ADs. Leia com a ajuda dos estudantes a reportagem, faça pausas para trazer reflexões
e explicações. Reforce que a separação entre o Sudão e o Sudão do Sul ocorreu em 2011, quando
o Sudão do Sul se tornou independente do Sudão. Essa separação resultou de um longo conflito
civil que durou décadas, envolvendo questões étnicas, religiosas, políticas e econômicas. Após

23
um acordo de paz em 2005, um referendo foi realizado em 2011, no qual a maioria dos sudaneses
do sul votou a favor da independência.
Desde então, o Sudão do Sul é uma nação independente, enquanto o Sudão permanece como
um país separado, embora ambos ainda enfrentam desafios significativos relacionados à
governança, desenvolvimento e estabilidade.
Explique que a África é um continente rico em diversidade étnica, abrigando uma grande
variedade de grupos culturais e linguísticos. Em seguida, chame a atenção da turma para a divisão
político-administrativa atual do continente (imagem 2), destacando que essa divisão na maioria
das vezes não considerou a diversidade étnica e que, muitas vezes, as fronteiras foram
desenhadas durante o período colonial sem levar em consideração as identidades étnicas.
Destaque que o processo de descolonização do continente africano foi um processo que ocorreu
após a Segunda Guerra Mundial, no qual as nações africanas buscaram a independência e a
autodeterminação em relação ao domínio colonial europeu. Esse movimento resultou na criação
de diversos Estados independentes na África.

Imagem 2 - Mapa Político do continente africano

Fonte: baixar mapas. Mapa da África.

No entanto, a descolonização muitas vezes deixou legados complexos, incluindo fronteiras


arbitrárias desenhadas pelas potências coloniais que não levaram em conta as divisões étnicas,
culturais e políticas locais. Isso levou a conflitos e guerras em várias partes do continente, à
medida que grupos étnicos e políticos competiam pelo poder e pelo controle de recursos.
Muitos dos conflitos na África têm raízes na era colonial e nas divisões artificiais de fronteiras.
Alguns exemplos notáveis incluem a Guerra Civil da Nigéria, a Guerra Civil de Ruanda e o conflito
na República Democrática do Congo. Esses conflitos frequentemente envolvem questões étnicas,
territoriais e políticas, e continuam a ser desafios significativos para a estabilidade e o
desenvolvimento na África contemporânea.

24
3º MOMENTO: FECHAMENTO

Organização da turma Atividade em grupo

Dispositivo com acesso à internet, dispositivos móveis,


Recursos e providências
papel e caneta.

Professor(a), para este momento a sugestão é de uma atividade que tem como objetivo levar
os(as) estudantes a reconhecer e analisar a relação entre diversidade étnica, divisões políticas,
conflitos e pobreza na África. Para a realização da atividade é indicado a utilização dos mapas já
citados.

Materiais Necessários:
− Mapa étnico da África
− Mapa político da África
− Papel em branco
− Canetas coloridas

▪ Divisão dos(as) estudantes (5 minutos): Divida a classe em grupos pequenos e


forneça a cada grupo um mapa étnico e um mapa político do Continente Africano.

▪ Comparação (20 minutos): Peça aos grupos que comparem os dois mapas e
identifiquem qualquer discrepância entre as divisões étnicas e políticas. Eles devem marcar
no mapa político as regiões onde existem diferentes grupos étnicos que compartilham
fronteiras.

▪ Discussão em Grupo (15 minutos): Conduza uma discussão em grupo, onde cada
equipe compartilhará suas observações. Pergunte aos estudantes se conseguiram
identificar áreas onde a diversidade étnica pode estar relacionada a conflitos e instabilidade
política.

▪ Discussão Sobre Pobreza (10 minutos): Aborde a questão da pobreza na África e


como ela pode estar ligada aos conflitos e à distribuição desigual de recursos. Discuta
como as regiões em conflito tendem a ser mais afetadas pela pobreza.

▪ Atividade Escrita (15 minutos): Peça aos estudantes que escrevam um parágrafo
destacando a relação entre diversidade étnica, conflitos, divisões políticas e pobreza na
África, usando os mapas e a discussão como referência.

▪ Apresentações (10 minutos): Conclua o momento com as apresentações dos grupos,


onde cada equipe compartilhará suas conclusões e reflexões.

Essa atividade permitirá que os(as) estudantes compreendam melhor como a divisão política
administrativa nem sempre reflete a diversidade étnica, ocasionando conflitos que acabam por
intensificar situações de vulnerabilidade e pobreza na África. Além disso, permitirá a reflexão
sobre questões geopolíticas e socioeconômicas cruciais para a região.

25
REFERÊNCIAS
A INFLUÊNCIA dos imigrantes em nossa cultura. Sabor à vida gastronomia, [s. l.], 09 abr.
2018. Disponível em: https://www.saboravida.com.br/gastronomia/2018/04/09/a-influencia-
dos-imigrantes-em-nossa-cultura/ . Acesso em: 15 set. 2023.
A NOVA face de Luzia e do povo de Lagoa Santa. Agência FAPESP, [s. l.], 09 nov. 2018.
Disponível em: https://agencia.fapesp.br/a-nova-face-de-luzia-e-do-povo-de-lagoa-
santa/29157/ . Acesso em: 11 ago. 2023.
BAIXAR mapas. Mapa da África. [s. l.],. Disponível em:
https://www.baixarmapas.com.br/mapa-da-africa/ .Acesso em: 15 set. 2023.
BORGES, Dayane. Sudão do Sul – Independência do país, características e conflitos políticos.
Conhecimento Científico. [s. l.], 23 mar. 2023. Disponível em:
https://conhecimentocientifico.r7.com/sudao-do-
sul/#:~:text=O%20Sud%C3%A3o%20do%20Sul%20se,da%20parte%20meridional%20do%2
0pa%C3%ADs Acesso em: 15 set. 2023.
BOTELHO, Tarcísio Rodrigues & BRAGA, Mariângela Porto & ANDRADE, Cristiana Viegas.
Imigração e família em minas gerais no final do século xix. Rev. Bras. Hist. 27 (54) • Dez 2007.
Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0102-01882007000200009 . Acesso em: 10 set.
2023.
CONSTRUINDO mapas mentais. Uma experiência cartográfia. UFG [s. l.], Disponível
em: https://historiaecultura.ciar.ufg.br/modulo2/capitulo4/cnt/1-14.html Acesso em: 15 set.
2023.
LAURA, Lammerhirt. Fake news nas eleições: como podemos combatê-las? Politize! [s. l.], 27
ago. 2018. Disponível em: https://www.politize.com.br/fake-news-nas-
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AAYASAAEgI9J_D_BwE . Acesso em: 15 set. 2023.
MEIRA, Alanis. Twitter e Tiktok são as redes sociais com mais fake news, diz relatório. Olhar
Digital. [s. l.], 15 out. 2022. Disponível em: https://olhardigital.com.br/2022/10/15/internet-
e-redes-sociais/rascunho-automatico-2/ . Acesso em: 15 set. 2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais:
educação infantil e ensino fundamental. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de
Educadores de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2023. Disponível em:
https://curriculoreferencia.educacao.mg.gov.br/index.php/plano-de-cursos-crmg. Acesso em:
19 jan. 2024.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino fundamental -
anos finais. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais,
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https://curriculoreferencia.educacao.mg.gov.br/index.php/plano-de-cursos-crmg. Acesso em: 19
jan. 2024.
OITO anos após mulher ser espancada até a morte em sp, fake news segue fazendo vítimas
como o turista queimado vivo no méxico. g1 [s. l.], 15 jun. 2022. Disponível em:
https://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2022/06/15/oito-anos-apos-mulher-ser-
espancada-ate-a-morte-em-sp-fake-news-segue-fazendo-vitimas-como-o-turista-queimado-vivo-
no-mexico.ghtml . Acesso em: 15 set. 2023.
OPINIÃO - A contribuição dos imigrantes ao país. Alesp [s. l.], 27 nov. 2009. Disponível em:

26
https://www.al.sp.gov.br/noticia/?id=280784 . Acesso em: 15 set. 2023.
POSTH, Cosimo; NAKATSUKA Nathan, LAZARIDIS Iosif et al. Reconstructing the Deep
Population History of Central and South America. Cell, [s. l.], 15 nov.2018. Elsevier, V. 175.
Disponível em: https://www.cell.com/cell/fulltext/S0092-8674(18)31380-1. Acesso em: 11
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VELASCO, Clara & ROCHA, Gessyca & DOMINGOS, Roney. Fato Ou Fake: Como Combater As
Fake News? g1. [s. l.], 04 abr. 2022. Disponível em: https://g1.globo.com/fato-ou-
fake/noticia/2022/04/04/fato-ou-fake-como-combater-as-fake-news.ghtml . Acesso em: 15
set. 2023.

27
28
Olá, estudante!

Convidamos você a conhecer e utilizar os Cadernos MAPA. Esse material foi elaborado com todo
carinho para que você possa realizar atividades interessantes e desafiadoras na sala de aula ou
em casa. As atividades propostas estimulam as competências como: organização, empatia, foco,
interesse artístico, imaginação criativa, entre outras, para que possa seguir aprendendo e atuando
como estudante protagonista. Significa proporcionar uma base sólida para que você mobilize,
articule e coloque em prática conhecimentos, valores, atitudes e habilidades importantes na
relação com os outros e consigo mesmo(a) para o enfrentamento de desafios, de maneira criativa
e construtiva. Ficou curioso(a) para saber que convite é esse que estamos fazendo para você?
Então não perca tempo e comece agora mesmo a realizar essa aventura pedagógica pelas
atividades.

Bons estudos!

29
Caro(a) estudante,
Você está recebendo o Caderno Mapa de Geografia, e nesta primeira seção será trabalhado o
tema: "Luzia e a Ocupação do Território Brasileiro: Diversidade Ancestral". Estudando
esse tema você será capaz de compreender a dispersão da população humana pelo planeta, a
partir da análise do fóssil de Luzia. Comece essa jornada fazendo a leitura do texto, a seguir:

"Luzia e a ocupação do território brasileiro: Diversidade ancestral"


O fóssil Luzia, uma mulher que viveu há mais de 12 mil anos no Brasil, representa uma das
primeiras habitantes da América do Sul, chegando junto com grupos de caçadores e coletores da
África e Ásia. Descoberto em 1974 por Annette em Minas Gerais e estudado por Walter Neves em
1995, o fóssil fornece valiosos insights sobre a vida dos primeiros sul-americanos. Mesmo sem
registros escritos, seu crânio preservado revela informações cruciais sobre a história humana na
América. Nomeado em homenagem a Lucy, uma figura ancestral africana, o fóssil Luzia destaca-
se como um tesouro científico.
Apesar da perda de parte do fóssil no incêndio do Museu Nacional em 2018, cientistas
conseguiram salvar e restaurar parte do achado. Estudos recentes baseados em DNA fóssil
confirmam a existência de um único grupo ancestral para todas as etnias ameríndias, realçando
a importância da preservação e pesquisa da herança ancestral. A teoria publicada pela Agência
FAPESP fornece uma nova interpretação sobre a chegada dos primeiros habitantes das Américas.
O estudo de Luzia conecta-nos ao passado, evidenciando a trajetória humana nas Américas e
destacando a relevância da preservação de nossa herança ancestral. O texto é acompanhado por
uma representação visual da corrente migratória para a América do Sul dos povos representados
pelo fóssil Luzia.
Abaixo segue nova face de Luzia e o mapa representando a corrente migratória para a América
do Sul de seu povo destacado pela legenda em azul.
Imagem 1 – Face Luzia

Fonte: FAPESP. A nova face de Luzia e do povo de Lagoa Santa

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Imagem 2 – Graphical Abstract

Fonte: FAPESP. A nova face de Luzia e do povo de Lagoa Santa

O fragmento craniano de Luzia, descoberto na Gruta da Lapa Vermelha em Minas Gerais, oferece
uma visão crucial sobre os primeiros habitantes do Brasil. Com cerca de 12 mil anos, Luzia
representa um importante capítulo nas migrações humanas, sendo parte da teoria da migração
pelo Estreito de Bering, embora outras trajetórias, como migrações costeiras ou transoceânicas,
também sejam consideradas.
Sua descoberta destaca a complexidade da colonização das Américas. Além disso, Luzia simboliza
a diversidade de origens que formaram o Brasil, incorporando influências africanas, indígenas e
europeias. Ela se torna um testemunho tangível da herança ancestral diversificada do país,
incentivando uma compreensão mais profunda da história e identidade brasileiras. Sua descoberta
não apenas contribui para a ciência, mas também nos convida a abraçar nossa pluralidade de
origens e reconhecer a dinâmica constante de encontros culturais que moldaram a nação
brasileira.
Agora vamos realizar em grupo a seguinte atividade lúdica que busca aprofundar ainda mais a
compreensão sobre a importância do fóssil de Luzia na revelação da ancestralidade dos povos no
Brasil. Essa atividade é uma divertida jornada de pesquisa e criação, enriquecendo o processo de
aprendizado.

Materiais Necessários:
− Imagens ou réplicas do fóssil de Luzia
− Recursos de pesquisa (livros, artigos, internet)
− Papel cartolina, folhas em branco e canetas
− Material para criação de maquete (opcional)
− Acesso a computadores ou dispositivos eletrônicos (opcional)

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Instruções:

▪ Introdução e Contextualização (15 minutos):


Reflitam sobre a importância do fóssil de Luzia para entender a ancestralidade dos povos
no Brasil. Discuta como esse fóssil nos conecta ao passado e como ele influencia nossa
compreensão da diversidade cultural.
▪ Exploração Guiada (20 minutos):
Observem imagens ou réplicas do fóssil de Luzia. Após, conversem entre si sobre como
ela era fisicamente e em que período ela viveu. Realizem uma pesquisa mais detalhada
sobre as diferentes culturas que fazem parte das nossas origens com o objetivo de
aprender mais sobre nossa ancestralidade
▪ Pesquisa em Grupo (30 minutos):
Após dividir a turma em grupos representando diferentes origens ancestrais (indígena,
africana, europeia, etc.), realizem pesquisas sobre a cultura, tradições, costumes e
influências desses grupos no Brasil.
▪ Criação de Recursos Visuais (30 minutos):
Cada grupo deve elaborar um painel ou apresentação que destaque as informações
coletadas em suas pesquisas. Podem usar papel cartolina, folhas em branco ou recursos
digitais, como infográficos, slides ou pôsteres. O objetivo deste tema é compartilhar a
riqueza de informações sobre cada origem ancestral
▪ Apresentações (20 minutos):
Após apresentarem seus recursos visuais à turma, expliquem sobre a cultura, tradições e
influências de sua origem ancestral, destacando como isso contribuiu para a formação da
sociedade brasileira.
▪ Construção da Maquete (opcional, 40 minutos):
Para uma abordagem mais prática, pode-se criar uma maquete representando uma vila
multicultural, destacando elementos de diferentes origens ancestrais. Isso ajuda a
visualizar a coexistência e interação de culturas.
▪ Reflexão e Discussão (15 minutos):
Após as apresentações, promovam uma discussão sobre as descobertas dos grupos e a
relação com o fóssil de Luzia. Reflitam sobre como essa atividade influenciou a
compreensão da ancestralidade e diversidade cultural no Brasil.

ATIVIDADES
1 – Qual é a importância do fóssil Luzia na compreensão da história da ocupação humana nas
Américas?

2 – Quais são as principais teorias que explicam a chegada dos primeiros habitantes ao continente
sul-americano?

3 – Como a análise do fóssil Luzia nos ajuda a entender a diversidade de origens ancestrais
presentes no Brasil?

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4 – O que os estudos sobre o fóssil Luzia revelaram sobre as características físicas e possíveis
origens dos primeiros habitantes das Américas?

5 – Como a descoberta do fóssil Luzia influenciou nossa compreensão da ancestralidade dos


povos no Brasil?

6 – Quais são as implicações sociais e culturais de reconhecer as diferentes origens ancestrais


dos primeiros habitantes das Américas, representados pelo fóssil Luzia?

7 – De que forma a pesquisa sobre o fóssil Luzia desafia ou complementa as narrativas tradicionais
sobre a formação das populações nas Américas?

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Caro(a), estudante,

Podemos iniciar essa etapa com diversas reflexões sobre o que impulsiona a mobilidade espacial.
Assim como os pássaros, as pessoas também têm o desejo de se mover. Algumas optam por
mudar para novos lugares, seja dentro da mesma cidade, em um país diferente ou até mesmo
em um continente distante.
Agora, vem a pergunta intrigante: Por que as pessoas tomam essa decisão? As motivações são
variadas e fascinantes! Em alguns casos, a busca por melhores oportunidades, como emprego ou
acesso à educação, impulsiona esse movimento. Em outras situações, a vontade de escapar de
dificuldades, como conflitos ou escassez de recursos, é o que leva à mudança. Além disso, há
pessoas que desejam explorar diferentes culturas, experienciar modos de vida variados e expandir
seu conhecimento sobre o mundo.
É importante compreendermos os conceitos sobre: Migração: refere-se ao movimento de pessoas
de um lugar para outro, que pode ser dentro do mesmo país ou entre diferentes países. Envolve
a mudança voluntária de localização devido a fatores como busca por melhores oportunidades,
qualidade de vida ou outras razões pessoais.

▪ Imigração: Imigração é o ato de entrar e se estabelecer em um novo país ou região.


Quando uma pessoa se muda para um local diferente do seu país de origem, ela é chamada
de imigrante.
▪ Emigração: Emigração é o oposto da imigração. Refere-se ao ato de deixar o próprio país
de origem para se estabelecer em outro país ou região. Quando alguém deixa seu país
para viver em outro lugar, essa pessoa é chamada de emigrante.
▪ Refúgio: Envolve a busca de proteção e asilo em um país diferente devido a perseguições,
conflitos armados, violência ou outros riscos à vida e segurança no país de origem.
Refugiados são pessoas que buscam refúgio em outro país por razões humanitárias.
▪ Deslocamento Forçado: O deslocamento forçado ocorre quando pessoas são obrigadas
a deixar suas casas e regiões devido a conflitos, desastres naturais, violações de direitos
humanos ou outras situações urgentes. Isso pode envolver migração interna ou busca de
refúgio em outros países.

Ao se deslocarem de um local para outro, as pessoas não levam apenas seus pertences físicos,
mas também seus valores culturais, tradições e experiências de vida. A cultura em que cresceram,
influências familiares e vivências moldam sua identidade. Isso inclui crenças, costumes, língua,
religião e relações interpessoais. Tais valores persistem após a migração e podem ser repassados
a futuras gerações. Além disso, experiências vividas em seu país de origem, como educação,
carreira e relacionamentos, influenciam suas perspectivas. Migrantes também se deparam com

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novas culturas, gerando um intercâmbio cultural, onde adotam elementos do novo país e
compartilham suas tradições. Esse processo enriquece a pessoa e a sociedade de destino,
fomentando compreensão e diversidade. Ao migrar, portanto, leva-se consigo uma bagagem
cultural que molda a adaptação ao novo ambiente e contribui para a diversidade global.

Agora iremos realizar uma atividade que nos permitirá compreender de que forma as
contribuições das pessoas vindas de outros lugares impactaram na comunidade em que vivemos.

Passo a Passo:
1. Pesquisa e Coleta de Informações:
Dividam-se em grupos e realizem pesquisas sobre a história da migração em nosso
município. Busquem informações sobre os grupos de migrantes que chegaram ao longo do
tempo, as razões de sua vinda e os impactos que causaram na cultura, economia e
sociedade local.
2. Identificação das Contribuições:
Cada grupo deve identificar as principais contribuições trazidas pelos migrantes. Isso pode
incluir elementos culturais, tradições, práticas econômicas, arquitetura, entre outros.
3. Criação de Apresentações:
Com base nas informações coletadas, cada grupo deve criar uma apresentação que
destaque as contribuições específicas dos migrantes em diferentes áreas, como culinária,
artes, comércio, religião, etc.
4. Debate e Discussão:
Apresentem suas descobertas para a classe. Após cada apresentação, promovam um debate
para discutir como essas contribuições influenciaram positivamente o município e quais
foram os desafios enfrentados durante o processo de integração.
5. Mapa da Diversidade:
Criem um mapa interativo do município, marcando os locais onde as influências dos
migrantes são mais visíveis, como restaurantes étnicos, templos religiosos, monumentos
culturais, etc.
6. Entrevistas com Residentes:
Façam entrevistas com moradores mais antigos do município para obter depoimentos sobre
as mudanças ao longo do tempo e como as contribuições dos migrantes impactaram suas
vidas.
7. Apresentação Final:
Com base nas apresentações, debates e entrevistas, o grupo deve criar uma apresentação
final que destaque as principais conclusões sobre as consequências positivas da mobilidade
espacial em nosso município.
8. Reflexão e Valorização:
Encerrem a atividade refletindo sobre a importância de valorizar e preservar a diversidade
cultural trazida pelos migrantes. Como podemos continuar a celebrar essas contribuições no
futuro?

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ATIVIDADES
1 – Como os imigrantes influenciaram a cultura alimentar de um país específico? Quais pratos ou
ingredientes tornaram-se populares devido à presença de imigrantes?

2 – Quais são os impactos econômicos da imigração em um país? Isso inclui aspectos como o
crescimento da mão de obra, a contribuição para o PIB e o desenvolvimento de setores específicos
da economia.

3 – Como os imigrantes contribuíram para a diversidade linguística de uma região? Quais idiomas
e dialetos foram preservados ou introduzidos devido à imigração?

4 – Quais são os exemplos de festivais culturais que foram influenciados pela imigração? Como
esses eventos promovem a compreensão e a celebração das culturas dos imigrantes?

5 – De que forma a imigração contribuiu para a formação de bairros étnicos ou comunidades


específicas em uma cidade? Como essas comunidades influenciaram o desenvolvimento urbano
e a cultura local?

6 – Quais são as implicações sociais da imigração, incluindo questões como integração,


discriminação e assimilação cultural?

7 – Como os imigrantes contribuem para a diversidade religiosa de uma nação? Quais são as
influências religiosas e espirituais que imigrantes trazem consigo e como isso molda a paisagem
religiosa?

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Olá, estudante!

Vamos iniciar essa etapa refletindo sobre o que são fake news? Pare por alguns minutos, então
já ouviu falar sobre o assunto? É algo bom ou ruim? Já presenciou ou vivenciou alguma situação
de fakes news? registre em seu caderno suas primeiras reflexões.
O termo fakes news tornou-se tão conhecido que passou a ser usado por muitas pessoas para
descrever qualquer tipo de informação enganosa. Mas é importante compreender que há vários
outros tipos de conteúdo falso ou capaz de gerar confusão.
Desinformação é o termo mais amplo para nos referirmos a qualquer tipo de conteúdo falso,
impreciso, tendencioso, distorcido ou fora de contexto, criado de forma intencional ou não.
Já as fakes news são um tipo bem específico de desinformação. Elas são informações falsas
criadas com a intenção de enganar. Em vários casos imitam o visual de veículos de comunicação
estabelecidos para tentar “pegar carona” em sua credibilidade. Mas nem toda desinformação é
necessariamente fakes news – há outros casos que podem acabar resultando em confusão
mesmo sem ter o propósito de nos iludir, como: sátira que é levada ao pé da letra; títulos
imprecisos; conteúdo sensacionalista que quer ganhar com o nosso clique; erro jornalístico (não
é proposital e tem alguém que responde por ele, como o próprio repórter ou o veículo em que
ele trabalha); opinião confundida com fato etc.
As fakes news, se tornaram uma presença constante em nosso mundo interconectado. Estas
informações fabricadas, distorcidas ou enganosas se espalham como fogo numa floresta seca,
alimentando-se da credulidade e polarização da sociedade moderna. As implicações dessas
falsidades para a sociedade são profundas e multifacetadas.
Primeiramente, as fakes news minam a confiança no jornalismo e nas fontes de informação
tradicionais. Enquanto os veículos de notícias lutam para relatar os fatos de maneira precisa, as
notícias falsas atacam a integridade dessa profissão vital, tornando mais difícil para o público
distinguir entre fontes confiáveis e duvidosas. Isso erode a base da democracia, pois uma
sociedade bem-informada é essencial para o funcionamento adequado de um sistema
democrático. Além disso, as fakes news têm o poder de distorcer a percepção pública e influenciar
decisões importantes, como eleições, criando divisões profundas na sociedade. Políticos e grupos
de interesse podem aproveitar-se dessas táticas para alcançar seus objetivos, minando a
integridade dos processos democráticos.
Além disso, as fakes news têm implicações diretas na saúde pública. Durante crises de saúde,
como a pandemia de COVID-19, informações falsas podem levar as pessoas a tomar decisões
perigosas para sua saúde, como ignorar medidas de segurança ou aderir a tratamentos ineficazes
e prejudiciais. Isso coloca em risco não apenas a vida das pessoas, mas também sobrecarrega os

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sistemas de saúde e atrasa a superação da crise.
As fakes news também alimentam a polarização e o extremismo. Ao disseminar informações
enganosas que confirmam as crenças preexistentes das pessoas, elas aprofundam as divisões na
sociedade e dificultam o diálogo construtivo. Isso pode levar a confrontos e tensões sociais
crescentes, prejudicando a coesão social.
Após o debate reflita sobre como as redes sociais facilitaram a disseminação das fakes news, que
se espalham rapidamente ao apelar para emoções como medo e raiva. Estas notícias falsas minam
a confiança nas fontes de informação, enfraquecendo a democracia. Combater as fakes news
requer políticas rigorosas, algoritmos transparentes, colaboração entre governos, empresas e
cidadãos, além de educação digital para discernir a verdade da falsidade.
O uso das redes sociais e as fakes news estão intrinsecamente ligados na era digital. Embora as
redes sociais tenham trazido muitos benefícios, elas também têm um papel significativo na
propagação da desinformação. Enfrentar esse desafio requer esforços coordenados e contínuos
para proteger a integridade da informação em nossa sociedade cada vez mais conectada.

▪ Veja algumas dicas para verificar a confiabilidade de uma informação.

Habilidades para encontrar informações e “interrogar” o material acessado (e não apenas


consumi-lo) precisam ser desenvolvidas e adotadas no dia a dia de crianças e jovens. Não se
trata de formar um exército de checadores de informação. Mas, sim, de incentivar uma leitura
mais reflexiva e consciente – seja de textos, seja de imagens, memes ou mesmo podcasts.
Para avaliar a confiabilidade de qualquer mensagem, é importante que, habitualmente, você seja
capaz e lembre-se sempre de “entrevistar” o conteúdo acessado, com perguntas como:

AUTORIA: Quem criou a mensagem?


CONTEÚDO: Sobre o que é a mensagem? Há evidências para sustentar o que está sendo
comunicado?
PROPÓSITO: Qual é a intenção da mensagem? Informar, vender algum produto, convencer,
entreter?
CONTEXTO: Em que momento e circunstância esse material foi criado e está sendo disseminado?
IMPACTO: Quem pode ser beneficiado ou prejudicado pelo conteúdo?

É muito importante que você perceba que todos somos responsáveis pela curadoria das
informações que acessamos. Sem isso, corremos o risco de acabar menos informados do que
antes, quando o volume de dados, mensagens e conteúdos disponíveis era bem mais restrito.
Agora vamos realizar uma atividade sobre fakes news na era digital. Nela, você irá buscar
identificar notícias falsas e desenvolver habilidades críticas para navegar na informação online
com responsabilidade. Com essa atividade você conseguirá identificar e diferenciar notícias falsas
(fakes news) de notícias verdadeiras, aprimorando seu pensamento crítico e responsabilidade
social.

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Materiais Necessários:
− Duas reportagens.
− Computadores ou dispositivos móveis com acesso à internet. (caso exista disponibilidade)
− Papel e canetas.

Instruções:
1. Distribuam-se em pequenos grupos.
2. Analisem as reportagens a seguir:

Fonte: Educamídia. Disponível em: https://educamidia.org.br/api/wp-content/uploads/2019/12/MATERIAL_Desafio-Fake-


News.pdf.

Fonte: Educamídia. Disponível em: https://educamidia.org.br/api/wp-content/uploads/2019/12/MATERIAL_Desafio-Fake-News.pdf.

3. Leiam as reportagens com cuidado, analisando seu conteúdo, fontes, imagens e qualquer
outra informação relevante.

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4. Cada grupo deve discutir as seguintes questões:
• Qual é a principal mensagem ou assunto da reportagem?
• Quais são as fontes citadas na reportagem? São confiáveis?
• Existem evidências ou dados que sustentem as afirmações feitas na reportagem?
• As imagens ou vídeos apresentados são autênticos?
• A linguagem usada na reportagem é tendenciosa ou imparcial?
5. Após responder as questões, cada grupo deve apresentar suas análises das reportagens
para toda a classe. Os grupos devem indicar se acreditam que a reportagem é verdadeira
ou falsa e explicar o motivo de sua decisão.
6. Em seguida, o(a) professor(a) revelará a verdadeira natureza de cada reportagem (se é
verdadeira ou falsa) e forneça informações adicionais sobre o contexto.

Após realizar as apresentações discutam em sala de aula sobre as estratégias que foram utilizadas
para diferenciar as notícias verdadeiras das falsas. É importante verificar fontes, procurar
evidências, utilizar o pensamento crítico ao analisar informações online. Escrevam um breve
resumo das estratégias que aprenderam para identificar notícias falsas e compartilhem essas
estratégias com a turma.

ATIVIDADES
1 – O que são fakes news e qual é o impacto delas na sociedade em geral? Como as fakes news
se diferenciam de notícias imprecisas ou tendenciosas?

2 – Quais são os principais motivos pelos quais as pessoas criam e compartilham fakes news?
Como a disseminação dessas informações falsas pode afetar a opinião pública e o processo
democrático?

3 – Quais são os riscos de acreditar e compartilhar fakes news? Como as fakes news podem
prejudicar a confiança nas instituições, nos meios de comunicação e na capacidade das pessoas
de tomar decisões informadas?

4 – Como as redes sociais e a tecnologia digital facilitam a disseminação das fakes news? Que
medidas as plataformas de mídia social podem tomar para combater esse problema?

5 – Qual é a responsabilidade dos meios de comunicação tradicionais na disseminação de notícias


falsas? Como eles podem verificar e validar informações antes de divulgá-las?

6 –Quais estratégias podem ser adotadas para identificar e combater as fakes news? Quais são
os papéis dos educadores, dos jornalistas e dos cidadãos nesse processo?

7 – Como as fakes news afetam a saúde pública, especialmente em situações de pandemia, como
a COVID-19? Quais são os riscos de informações falsas sobre saúde?

8 – Quais são os exemplos históricos de fakes news que tiveram um impacto significativo na
sociedade ou na política? O que podemos aprender com esses casos?

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Olá, estudante,

Nesta etapa vamos explorar o continente Afriacano, inicialmente iremos reconhecer a disposição
das diversas etnias africanas antes da chegada dos europeus. É importante destacarmos a rica
história dos povos africanos, enfatizando sua marcante diversidade cultural e linguística.
A África é notória como o local de origem da humanidade e como abrigo de grandes civilizações
no passado. Acrescenta-se que essa diversidade étnica permanece evidente em vários países
africanos, manifestando-se na profusão de línguas faladas na região. É importante compreender
que, mesmo antes da chegada dos europeus, o continente africano já acolhia grupos étnicos com
estruturas sociais distintas.
O Egito foi provavelmente o primeiro estado a se formar no continente há cerca de 5000 anos,
além disso, os africanos foram procurados desde a antiguidade por povos de outros continentes
que buscavam as suas riquezas como sal e ouro. Sua divisão territorial é muito recente. Realizou-
se em meados do século XX, e resultou na descolonização europeia. Apesar de se registrarem
atualmente na África muitos conflitos de caráter político, a grande maioria dos países possui
governos democraticamente eleitos. No entanto, as eleições são frequentemente consideradas
“sujas” devido às fraudes tanto internamente como pela comunidade internacional, já que existem
países em que o presidente ou o partido governamental se encontra no poder a vários anos.
O mapa étnico do continente africano (imagem 1) representa a divisão do continente
considerando as diferentes etnias, porém o que observamos hoje na atual divisão político-
administrativa é a fragmentação do continente em Estados-Nação e que desconsiderou a
diversidade étnica africana. Esses Estados não emergiram de maneira natural a partir da evolução
dos antigos reinos africanos e da diversidade étnica, mas sim decorreram do processo de partilha
colonial. As fronteiras foram delineadas sem considerar os interesses das populações africanas,
servindo unicamente aos interesses das potências europeias, que almejavam explorar os recursos
naturais da região. É crucial ressaltar que a Conferência de Berlim (1884-1885) representou o
marco da divisão da África entre essas potências europeias.

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Imagem 1- Mapa étnico continente africano

Fonte: UFG. Construindo mapas mentais

Devido ao neocolonialismo a África foi dividida em fronteiras artificiais de acordo com os


interesses europeus, etnias aliadas foram separadas e etnias inimigas foram unidas. Essa divisão
ocorreu em 1884-1885 na Conferência de Berlim que institui normas para a ocupação, onde as
potências coloniais negociaram a divisão da África, propondo a não invadir áreas ocupadas por
outras potências. No início da I Guerra Mundial, 90% das terras já estavam sob domínio da
Europa. A partilha foi feita de maneira arbitrária, não respeitando as características étnicas e
culturais de cada povo, o que contribui para muitos dos conflitos atuais no continente africano.
Os principais países foram: Grã-Bretanha, França, Espanha, Itália, Bélgica, Holanda, Dinamarca,
Suécia e Portugal. Após a II Guerra Mundial as colônias da África começaram a conquistar a
independência formando os atuais países.
Leia a reportagem: Sudão do Sul – Independência do país, características e conflitos políticos. E
perceba como as disputas territoriais ainda afetam a vida de comunidades africanas na
contemporaneidade.

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REPORTAGEM - Sudão do Sul – Independência do país, características e
conflitos políticos

O Sudão do Sul é um país localizado na parte nordeste do Continente Africano. Se tornou


independente em 2011, sendo o país mais novo do mundo.

24 de março de 2023 - Por: Dayane Borges Atualizado em 24 de março de 2023

O Sudão do Sul se tornou um país independente em 2011, ou seja, é o país mais novo
do mundo. A princípio, a região era parte do Sudão – país africano localizado no norte
do continente – mas, em 2011, a população foi às urnas para estabelecer de forma
definitiva a separação da parte meridional do país.
Na época, os votos a favor da separação contabilizaram 98% do eleitorado. A partir
disso, a região sul do Sudão se tornou um país, tendo a cidade de Juba como capital.
Após a independência, a população Sul-sudanesa celebrou a vitória das eleições. Porém,
as comemorações não se estenderam por muito tempo.
Isso porque, desde o período da colonização do Continente Africano, as divisões
territoriais foram feitas pelos colonizadores. A junção de povos de diferentes etnias, por
exemplo, refletiu em conflitos e guerras civis. No caso do Sudão, não foi diferente.
Quando o Sudão do Sul se tornou independente, as demarcações territoriais também
não foram bem estabelecidas.
Por conta disso, o país enfrenta, constantemente, guerras sangrentas e graves desafios
sociais. Um dos principais motivos para o conflito entre Sudão e Sudão do Sul é o
petróleo. Ambos os países dependem economicamente do recurso natural e, na
separação, as regiões de maior abundância ficaram com os Sul-sudaneses.

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Independência do Sudão do Sul
Durante o processo de colonização da África, diversos povos de diferentes etnias foram
obrigados a dividir o mesmo espaço territorial. Era a mistura de culturas, costumes e
diversas outras questões que estava em jogo. Da mesma forma, os colonizadores
ingleses – que dominaram a região do Sudão – não respeitaram as diferenças do
continente, e as fronteiras foram definidas de forma artificial.
O Sudão se tornou independente do Reino Unido em 1956 e, desde então, o país vive
crises políticas e sociais. Com a separação da parte sul do país, o Sudão do Sul emergiu
nas mesmas condições de crise, tendo, principalmente, o Sudão como rival em guerras
civis. A separação do país veio em decorrência dos conflitos armados que ocorriam na
região.
Por meio de acordos internacionais, como o acordo assinado na cidade de Nairóbi, em
2005, a população decidiu que a parte sul do Sudão se tornaria um país, sendo assim, o
Sudão do Sul. Porém, a divisão agravou ainda mais os conflitos políticos, piorando a
situação social e econômica de ambos os países. As diferenças, tanto no aspecto físico
quanto étnico, são os principais motivos dos conflitos.
O Sudão, por exemplo, é formado por regiões desérticas, onde a escassez de água é um
agravante para a população. Além disso, a região é pobre em recursos minerais. Por
outro lado, o Sudão do Sul é formado por vasta vegetação e pântanos. A questão da
água não é um problema acentuado no país.

Os conflitos
Um dos fatores que gerava conflitos entre a população de ambos os países era a questão
religiosa. Isso porque, o sul é majoritariamente composto por cristãos e animistas,
enquanto o norte possui maioria. Entretanto, por mais que o Sudão do Sul seja detentor
da maior parte da produção petrolífera, o país ainda necessita do Sudão para escoar as
produções. No caso, no Sudão está localizada a maior parte dos oleodutos utilizados
para a escoação do recurso mineral. Ou seja, com a instabilidade política de ambos os
países, o petróleo pode ser, ainda mais, motivo para longas guerras.

Características do Sudão do Sul


O Sudão do Sul é um país localizado na parte nordeste do Continente Africano. Tem
como fronteira os países: Sudão, Etiópia, República Democrática do Congo, Uganda e
República Centro-Africana. A área territorial é de 644.330 km2, com população de
12.531.000 habitantes islâmica. Ou seja, a religião era motivo para guerras e desavenças
e, com a separação, os conflitos religiosos foram amenizados.
Dessa forma, apesar das diferenças étnico-culturais ainda causaram algum atrito, o
principal motivo dos conflitos é em relação ao petróleo. O recurso natural é fonte
econômica tanto do Sudão como do Sudão do Sul. Com a separação dos países, a parte
sul ficou com a maior região onde o petróleo está concentrado.

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O relevo do país é formado, em sua maioria, por planícies e montanhas. Em algumas
áreas, existem regiões elevadas denominadas de platôs. Na parte central do país, fica
localizada em região pantanosa, conhecida como Al-Sudd (o Sudd). Em relação à
temperatura, predomina no país o clima quente com períodos de chuva bem acentuados.
Já a flora do país é formada por arbustos e gramíneas, com predominância de florestas
tropicais na região sul. A fauna possui diversidade e inclui espécies como leopardos,
crocodilos, elefantes, leões, zebras, hipopótamos e chimpanzés. Por conta da variedade
de espécies, o país conta com reservas de caça e parques nacionais.

População e economia
Grande parte da população Sul-sudanesa vive na zona rural e a composição étnica do
país é formada por negros africanos. A religião que predomina no país é o cristianismo,
mas a população preserva religiões tradicionais africanas. Dentre os grupos étnicos, os
mais comuns são: nuer, os bari, os azande, os anuakes e os shilluk. O idioma falado é o
inglês, porém, a população Sul-sudanesa fala diversas outras línguas locais.
A economia do país é abastecida pela agricultura, cultivada pelos sul-sudaneses que
vivem em áreas rurais. Dessa forma, cultivam grãos, como amendoim, sorgo e milho,
além de outros alimentos. A pecuária também fortalece a economia do Sudão do Sul,
com a criação de caprinos, camelos, bovinos e ovinos.
Apesar do Sudão do Sul ter grande parte da região rica em petróleo, a exploração ainda
não é feita de forma satisfatória. Isso porque, o país não possui recursos financeiros
para custear a exploração do recurso mineral. Além disso, o Sudão do Sul depende do
Sudão para que o transporte do petróleo seja feito. Ainda assim, o recurso é uma das
principais fontes econômicas do país.

Dificuldades econômicas e sociais


Apesar de ser um país novo, o Sudão do Sul enfrenta graves crises sociais e econômicas.
Grande parte dos problemas enfrentados é herança do período colonial, que deixou
marcas irreparáveis na estrutura do Sudão e, consequentemente, no Sudão do Sul.
Um dos problemas mais graves enfrentados pela população é a falta de saneamento
básico e água potável. Quando os Sul-sudaneses ficam doentes, não conseguem buscar
ajuda médica, já que o país é ausente em hospitais e possui baixo número de
profissionais da saúde. Enquanto isso, a população sofre com os constantes ataques
armados e conflitos políticos.
Em síntese, grande parte do dinheiro do país é investido em armamento bélico. Além
disso, o governo, muitas vezes, utiliza a comida como “arma de guerra”, onde a
população é obrigada a se render aos conflitos por um pouco de alimento. O país ainda
é alvo de constantes atrocidades cometidas por milícias, como assassinatos, estupros e
degolas.
O principal conflito no país é motivado pela guerra entre o presidente Salva Kiir e seu
ex-vice Riek Machar. Ou seja, as tensões políticas começaram em dezembro de 2013,

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quando Salva Kiir acusou o vice de tentativa de golpe. Os conflitos políticos foram, ainda,
agravados por questões étnicas, onde grupos de ambos os políticos se rebelaram.

Apesar de acordos feitos, inclusive pela Organização das Nações Unidas (ONU), os
conflitos internos que abalam o Sudão do Sul estão longe de acabar. Enquanto isso, a
população sofre com falta de estrutura social, política e econômica, agravando a situação
dos refugiados no país.
Fonte: Borges, Conhecimento Científico, 2023. Disponível em: https://conhecimentocientifico.r7.com/sudao-do-
sul/#:~:text=O%20Sud%C3%A3o%20do%20Sul%20se,da%20parte%20meridional%20do%20pa%C3%ADs.

Após ler a reportagem, vamos compreendê-la melhor a partir análise do mapa e das
explicações a seguir?

A separação entre o Sudão e o Sudão do Sul ocorreu em 2011, quando o Sudão do Sul se tornou
independente do Sudão. Essa separação resultou de um longo conflito civil que durou décadas,
envolvendo questões étnicas, religiosas, políticas e econômicas. Após um acordo de paz em 2005,
um referendo foi realizado em 2011, no qual a maioria dos sudaneses do sul votou a favor da
independência.
Desde então, o Sudão do Sul é uma nação independente, enquanto o Sudão permanece como
um país separado, embora ambos ainda enfrentam desafios significativos relacionados à
governança, desenvolvimento e estabilidade. Importante compreendermos que a África é um
continente rico em diversidade étnica, abrigando uma grande variedade de grupos culturais e
linguísticos.
Observe que as divisões políticas atuais (no mapa abaixo) nem sempre refletem essa diversidade
e que, muitas vezes, as fronteiras foram desenhadas durante o período colonial sem levar em
consideração as identidades étnicas. Reforçe aos estudantes que o processo de descolonização
do continente africano foi um processo que ocorreu após a Segunda Guerra Mundial, no qual as
nações africanas buscaram a independência e a autodeterminação em relação ao domínio colonial
europeu. Esse movimento resultou na criação de diversos Estados independentes na África.

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Imagem 2 - Mapa Político do continente africano

Fonte: Baixar Mapas - Mapa da África

No entanto, a descolonização muitas vezes deixou legados complexos, incluindo fronteiras


arbitrárias desenhadas pelas potências coloniais que não levaram em conta as divisões étnicas,
culturais e políticas locais. Isso levou a conflitos e guerras em várias partes do continente, à
medida que grupos étnicos e políticos competiam pelo poder e pelo controle de recursos.

Muitos dos conflitos na África têm raízes na era colonial e nas divisões artificiais de fronteiras.
Alguns exemplos notáveis incluem a Guerra Civil da Nigéria, a Guerra Civil de Ruanda e o conflito
na República Democrática do Congo. Esses conflitos frequentemente envolvem questões étnicas,
territoriais e políticas, e continuam a ser desafios significativos para a estabilidade e o
desenvolvimento na África contemporânea.

Agora vamos realizar a seguinte atividade com o objetivo de compreender a relação entre
diversidade étnica, divisões políticas, conflitos e pobreza na África. Utilize os mapas já
apresentados.
Materiais Necessários:
− Mapa étnico da África
− Mapa político da África
− Papel em branco
− Canetas coloridas

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1) Divisão dos(as) estudantes (5 minutos): Reúna com mais três colegas.
2) Comparação (20 minutos): Comparem os dois mapas (Imagem 1 e 2) e identifiquem
qualquer discrepância entre as divisões étnicas e políticas. Marque no mapa político as
regiões onde existem diferentes grupos étnicos que compartilham fronteiras.
3) Discussão em Grupo (15 minutos): Identifiquem as áreas onde a diversidade étnica
pode estar relacionada a conflitos e instabilidade política.
4) Discussão Sobre Pobreza (10 minutos): Respondam a questão: Quais os principais
motivos que intensificam no continente africano a desigualdade social ressaltada pela
pobreza? Para isso, reflitam sobre como os conflitos regionais fomentam as desigualdades.
5) Atividade Escrita (15 minutos) Escrevam um breve parágrafo destacando a relação
entre diversidade étnica, conflitos, divisões políticas e pobreza na África, usando os mapas
e a discussão como referência.
6) Apresentações (10 minutos): Conclua com apresentações dos grupos, onde cada
equipe compartilhará suas conclusões e reflexões.

Essa atividade permitirá a você compreender melhor como as divisões políticas nem sempre
refletem a diversidade étnica, como isso pode levar a conflitos e como a pobreza está
frequentemente interligada a esses desafios na África. Além disso, promoverá a reflexão sobre
questões geopolíticas e socioeconômicas cruciais para a região.

ATIVIDADES
1 – Quais foram os principais eventos e líderes envolvidos no processo de descolonização da
África? Como esse processo se desenrolou em diferentes partes do continente?

2 –Quais foram os desafios enfrentados pelas nações africanas recém-independentes após a


descolonização? Como eles lidaram com a transição para o autogoverno?

3 – Em que medida a Guerra Fria influenciou a descolonização na África? Como as


superpotências desempenharam papéis nesse processo?

4 – De que forma os diferentes movimentos de independência na África e como eles influenciaram


os conflitos regionais?

5 – Quais foram os impactos socioeconômicos dos conflitos na África durante o processo de


descolonização?

6 – De que forma a exploração de recursos naturais contribuiu para os conflitos na África após a
descolonização?

7 – Quais foram os impactos da desigualdade social na África durante o processo de


descolonização?

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REFERÊNCIAS
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