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MATERIAL DE

APOIO PEDAGÓGICO
PARA APRENDIZAGENS

1º Ano Ensino Médio


4º Bimestre
Ciências Humanas
e Sociais Aplicadas
VOLUME 4
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS
ESCOLA DE FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DE EDUCADORES
SUMÁRIO

GEOGRAFIA................................................................................................ pág. 1
Planejamento 1: Atualidade dos povos indígenas do Brasil................... pág. 1
Planejamento 2: Atualidade dos povos afrodescendentes do Brasil... pág. 10

HISTÓRIA..................................................................................................pág. 23
Planejamento 1: Era das Revoluções (Inglesa/Francesa).....................pág. 23
Planejamento 2: Independência dos Estados Unidos, do Haiti
e da América Espanhola....................................................................pág. 28
Planejamento 3: Causas e consequências da industrialização............pág. 33

FILOSOFIA.................................................................................................pág. 41
Planejamento 1: Ocupação dos espaços geográficos
e a diversidade cultural ......................................................................pág. 41
Planejamento 2: A cosmovisão indígena e africana............................pág. 45
Planejamento 3: Algumas filosofias orientais....................................pág. 49
Planejamento 4: Funções da linguagem na compreensão do mundo......pág. 53
Planejamento 5: A religião como busca pelo sentido da existência.....pág. 56

SOCIOLOGIA.............................................................................................pág. 59
Planejamento 1: Racismo, marcadores sociais
e interseccionalidades ......................................................................pág. 59
MATERIAL DE APOIO PEDAGÓGICO PARA APRENDIZAGENS SIGNIFICATIVAS
ANO DE ESCOLARIDADE REFERÊNCIA ANO LETIVO
3o ano – 4 o Bimestre Ensino Médio 2022

COMPONENTE CURRICULAR ÁREA DE CONHECIMENTO


Geografia Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
COMPETÊNCIA
COMPETÊNCIA

Participar do debate público de forma crítica, respeitando diferentes posições e fazendo escolhas
alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência
crítica e responsabilidade.
OBJETO(S) DE CONHECIMENTO HABILIDADE(S)
OBJETO (S)
HABILIDADE (S):
DE CONHECIMENTO:

Atualidade dos povos indí- Relacionar as demandas políticas, sociais e culturais de indígenas
genas do Brasil.
MATERIAL DE
afrodescendentes no Brasil contemporâneo aos processos histó-
ricos das Américas e ao contexto de exclusão e inclusão precária
desses grupos na ordem social e econômica atual.

APOIO PEDAGÓGICO
PLANEJAMENTO

DURAÇÃO: 6 Aulas
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
PARA APRENDIZAGENS
TEMA DE ESTUDO: Atualidade dos povos indígenas do Brasil

A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
Para compreender a atualidade dos povos nativos (originários) do Brasil, faz-se necessário conhecer o
histórico das contribuições para a construção da identidade nacional, sendo assim possível reconhecer
as lutas pelos direitos destes povos e entender os motivos que foram determinantes para o contexto da
atualidade, com ênfase nas questões dos conflitos relacionados às terras indígenas, questões sociais e
questões relacionadas à preservação cultural e ambiental.
Para o estudo e desenvolvimento deste tema serão apresentadas reportagens atualizadas de cunhos
oficiais por entidades filantrópicas, governamentais e privadas, assim como temas referentes à legis-
lação vigente no país sobre os direitos dos indígenas e as causas de seus conflitos. Este estudo tem
como base referências em pesquisas literárias científicas como artigos, monografias, livros, filmes,
reportagens, depoimentos, biografias entre outros meios de comunicação.
Quanto a questão histórica será revista o conceito do descobrimento do Brasil, retratando os Europeus
que estiveram antes da chegada de Pedro Álvares Cabral. Em especial os registros de Vicente Yáñez
Pinzón e Diogo Álvares Correia (Caramuru e Paraguaçu), considerados como sendo a primeira família
católica no Brasil.

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Sobre as questões sociais e ambientais, as análises estão associadas com os movimentos de rei-
vindicações dos povos nativos e demais órgãos que defendem os direitos ambientais e direitos dos
nativos, em específico os órgãos internacionais como a ONU tendo como relevância para a COP 26
e os direitos humanos.
Estabelece como resultado nas conclusões a compreensão dos fatores sociais, econômicos, cul-
turais e ambientais junto ao processo de ocupação do espaço geográfico, o estudo da atualidade
dos povos indígenas tende a promover o reconhecimento dos estudantes sobre a importância dos
povos antepassados do Brasil (Indígenas).

B) DESENVOLVIMENTO:
1º ETAPA: Professor(a) de geografia ou História – A Chegada dos Europeus
A partir da aula expositiva o professor(a) irá elucidar os acontecimentos sobre os primeiros euro-
peus que chegaram à costa do continente.
Sugere-se as seguintes perguntas para seus estudantes.
→ Quem foi o Espanhol Vicente Yáñez Pinzón?
→ Onde esteve na costa do continente e quando?

A pesquisa poderá ser realizada principalmente pelas cartas náuticas dos navegadores portugue-
ses e espanhóis ou nos mapas do período das navegações (planisfério de Cantino, planisfério de

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Cavério, mapa de Waldseemuller, mapa Terra Brasilis de Atlas Miller) assim como em pesquisas
(atualidade), livros de historiadores, cartógrafos e geógrafos, sites científicos que abordem a che-
gada do homem branco no litoral do Brasil, artigos acadêmicos e reportagens.

APOIO PEDAGÓGICO
→ Quem foi o português Diogo Álvares Correia?
→ Onde esteve na costa do continente e quando?

A pesquisa de localização poderá ser realizada pelas cartas náuticas dos navegadores do período
e também pela identificação em mapas atuais do litoral da Bahia em Salvador (Rio Vermelho, Barra

PARA APRENDIZAGENS
e Graça). Sendo importante apresentar as possibilidades da identidade de Diego Alvarez Correia,
por ser um náufrago ou degradado. Este estudo busca também relatar a história de Caramuru e
Paraguaçu, como o início da miscigenação do povo brasileiro.
→ Quem foi o português Pedro Álvares Cabral?
→ Onde esteve na costa do continente e quando?

A pesquisa poderá ser realizada principalmente pelas cartas náuticas dos navegadores portugue-
ses ou nos mapas do período das navegações (planisfério de Cantino, planisfério de Cavério, mapa
de Waldseemuller, mapa Terra Brasilis de Atlas Miller) assim como em pesquisas (atualidade), livros
de historiadores, cartógrafos e geógrafos, sites científicos que abordem a chegada do homem
branco no litoral do Brasil, na atual Porto Seguro e a denominação da terra encontrada, artigos
acadêmicos e reportagens.
O professor(a) irá utilizar de mapas para realizar a localização do desembarque ou aparecimento
desses europeus; com isso possibilita estabelecer um cronograma com datas e localização, per-
mitindo também entender como possivelmente foi o encontro com os nativos nestas regiões.
Nota-se que estas explicações terão como base os relatos das cartas oficiais da época e em livros
de cientistas e pesquisadores apresentados abaixo.
Desse modo e de acordo com o cronograma das datas já conhecidas os fatos e as polêmicas devem
ser colocados em debate para os estudantes avaliarem e relacionarem o histórico da descoberta
do Brasil por Pedro Álvares Cabral com o histórico de outros navegantes e exploradores que desem-
barcaram no litoral brasileiro.

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2º ETAPA: Professor(a) de Geografia e História – Descobrimento ou invasão
Esta abordagem tem por objetivo mostrar que o território brasileiro já era habitado por inúmeras
tribos indígenas e que atualmente não cabe mais um único entendimento histórico de descoberta
de um novo mundo e sim o debate sobre, uma invasão portuguesa para colonização de um novo
território encontrado.
Esclarece o professor Historiador do Departamento de ciências humanas UnB, André Cabral Honor
que “Falar em descobrimento significa voltar ao ponto do homem, europeu, branco, no qual ele é o centro
de tudo, ele é o salvador que diz o que está certo e como todas as sociedades devem se comportar”.
Importante ressaltar que, neste desenvolvimento não se trata de levantar bandeira com posições
favoráveis ou desfavoráveis, mas sim de elucidar e obter maiores conhecimentos e informações
com fatos não oficializados ou desconhecidos para os estudantes do ensino médio, sobre a che-
gada dos europeus no território brasileiro.
Portanto, faz-se necessário acompanhar as primeiras formas de exploração e divisão do territó-
rio, ou seja, o que foi o Tratado de Tordesilhas e como se deu a divisão do território do Brasil em
Capitanias Hereditárias.
Nesse momento o professor(a) deverá associar a divisão realizada entre Portugal e Espanha em
1494 das novas terras conquistadas, pois dividiram a América Central e do Sul sem considerarem
os povos nativos dessas regiões, com o único objetivo de explorarem os recursos naturais. Da
mesma forma ocorreu com a 1º divisão regional do Brasil em 1534 com as capitanias hereditárias.

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Com isso o estudante passa a ter uma melhor perspectiva para análise crítica e coerente, que per-
mite associar os fatos históricos verdadeiros com a origem dos confrontos, da expulsão, da dizi-
mação e extinção das nações dos povos nativos do Brasil.

vos brasileiros APOIO PEDAGÓGICO


3º ETAPA: Professor(a) Geografia ou Sociologia ou História – Do passado à atualidade dos nati-

A partir da abordagem do Brasil colônia, que é fundamental para desenvolver a compreensão dos

PARA APRENDIZAGENS
impactos culturais e sociais ocorridos e perpetuados até os dias atuais, o professor (a) poderá
associar estes fatores do passado levando os estudantes a compreenderem e interpretarem os
motivos pelos quais foram criadas as leis específicas sobre direitos ambientais e direitos humanos
para a proteção dos nativos brasileiros.
Para tal basta acompanhar os fatos históricos escolhidos para esta aula (relacionados abaixo).
1. Quantificar aproximadamente e esclarecer quais eram as tribos indígenas predominantes,
onde ficavam os seus territórios (estados atuais) no período da chegada dos europeus.
2. Relacionar causas, consequências e conflitos ocasionados pela chegada dos europeus.
3. Explicar a escravidão dos índios e as doenças trazidas pelos europeus.
4. Relatar o encontro de Diogo Álvares Corrêa com os Tupinambás e a importância histórica
(Caramuru e Paraguaçu) para a compreensão da formação da miscigenação brasileira.
5. Apresentar costumes indígenas como, habitação, cultura, socialização, hierarquia, trabalho,
crenças, relação com o meio ambiente, alimentação, guerras do passado e lutas atuais, etc.
6. Contextualizar a invasão e exploração das terras indígenas até os dias atuais.
7. Explicar os conflitos atuais nas terras indígenas com os fazendeiros, garimpeiros, avanços
do agronegócio, traficantes e criminosos, a pesca ilegal, desmatamento, etc.
8. Contextualizar as principais lideranças indígenas atuais e a luta pelo reconhecimento de
seus direitos.

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Exemplos de materiais de apoio para os professores

Nações nativas do Brasil-século XVI.


INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Território brasileiro e povoamento.
Brasil 500 anos, [s. l.], 2022. Disponível em: https://brasil500anos.ibge.gov.br/territorio-bra-
sileiro-e-povoamento/historia-indigena.html.

Artigo: MORGAN, N. L.; CASTANHA, A. P. CONFLITOS ENTRE ÍNDIOS E EUROPEUS NA REGIÃO DE


GUAÍRA NO PARANÁ: SÉCULOS XVI E XVII. Revista Faz Ciência, [S. l.], v. 13, n. 18, p. 205, 2000.
Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/fazciencia/article/view%20/8024.

Reportagem: Como colonizadores infectaram milhares de índios no Brasil com presentes e pro-
messas falsas. BBC, [ s. l.], 20 jul. 2020. Disponível em: https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/
noticia/2020/07/20/como-colonizadores-infectaram-milhares-de-indios-no-brasil-com-pre-
sentes-e-promessas-falsas.ghtml.

Filme: Caramuru - A Invenção do Brasil.


Ficha técnica: Ficha Técnica. In: GLOBO COMUNICAÇÃO. Memórias Globo, [s. l.], 29 out. 2011.
Disponível em: https://memoriaglobo.globo.com/entretenimento/minisseries/a-invencao-do-
-brasil/noticia/ficha-tecnica.ghtml

MATERIAL DE
Sinopse: CARAMURU - A INVENÇÃO DO BRASIL. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre.
Flórida: Wikimedia Foundation, 2022. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/
Caramuru_-_A_Inven%C3%A7%C3%A3o_do_Brasil.

APOIO PEDAGÓGICO
Matéria: Cultura indígena: o que é, costumes e muito mais! Stoodi, [s. l.], 2020. Disponível em:
https://www.stoodi.com.br/blog/historia/cultura-indigena/.

Reportagem e Notícias: ANTUNES, André; NEVES, Júlia. Invasão do garimpo em

PARA APRENDIZAGENS
terras indígenas deixa rastro de desmatamento e violência. EPSJV/Fiocruz, [s. l.],
01 jul. 2022. Disponível em: https://www.epsjv.fiocruz.br/noticias/reportagem/
invasao-do-garimpo-em-terras-indigenas-deixa-rastro-de-desmatamento-e-violencia.

Reportagem e notícia: BORGES, André. Invasões a terras indígenas aumentam em 2020;


mortes têm alta de 63%. CNN, [s. l.], 29 out. 2021. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.
br/nacional/invasoes-a-terras-indigenas-aumentam-em-2020-e-mortes-tem-alta-de-63/.

Ouro do sangue Yanomami.


Reportagem e notícia: RIBEIRO, Maria Fernanda. Céu sem lei é controlado por garimpeiros.
Amazônia Real, [s. l.], 24 jun. 2021. Disponível em: https://amazoniareal.com.br/garimpo-ilegal/

Artigo: OLIVEIRA, Assis da Costa. Juventudes, Estado e Povos Indígenas no Brasil do Século
XXI. Revista Latinoamericana de Ciencias Sociales, Niñez y Juventud, 18(1), 1-25. Disponível
em: https://www.redalyc.org/journal/773/77362969005/html/.

Contribuições juvenis para os direitos indígenas.


Artigo: OLIVEIRA, Assis da Costa. Contribuições juvenis para os direitos indígenas. Revista
Direito e Práxis [online]. 27 jun. 2019, v. 10, n. 2, pp. 1261-1290. Disponível em: https://www.
scielo.br/j/rdp/a/N7MV7D3fZPb5SR9hsd48Hdh/abstract/?lang=pt#

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Dentro da proposta de interdisciplinaridade segue abaixo sugestões para abordagens dos temas
específicos que podem orientar o conteúdo:

Sociologia:
As questões relacionadas ao modo de vida dos nativos do século XVI, podem ser refletidas e
observadas de acordo com explicações do antropólogo Darcy Ribeiro, autor de diversas obras
que são referência para este tema.
Para este caso, a obra “O Povo Brasileiro – A formação e o sentido do Brasil”, (1995) deverá dar
base para o professor (a), O livro trata das matrizes culturais e dos mecanismos de formação
étnica e cultural do povo brasileiro.
Possibilita levar para os estudantes do ensino médio, conhecer o modo de vida destas nações e
seus costumes, assim como identificar a miscigenação originária entre os nativos:
Caboclo = branco + índio.
Mulato = negro + branco.
Cafuzo = índio + negro.
Com esta mesma ênfase social o professor (a) retrata para os estudantes as crenças nativas,
a cultura, alimentação e os idiomas dos nativos do Brasil. Estes aspectos culturais abordados,
oferecem a oportunidade para o estudante conhecer a cultura dos povos nativos brasileiros.

MATERIAL DE
Perfaz para estas explicações, aulas expositivas com auxílio de mídia digital e internets para
as pesquisas em sites, livros, reportagens que mostram estas culturas esquecidas, substituí-
das e suprimidas devido aos aspectos dos impactos negativos que a cultura do homem branco
causou à cultura dos nativos brasileiros.

APOIO PEDAGÓGICO
Segue no quadro abaixo exemplos de material disponível sobre a cultura dos nativos do Brasil.

Geografia:
PARA APRENDIZAGENS
Questões relacionadas às invasões dos territórios demarcados em função do avanço do agrone-
gócio, mineração e o desmatamento ilegal.
Neste momento é importante o professor focar com os estudantes nas questões da atualidade,
referente a floresta Amazônica, em especial os limites da “Amazônia legal” através de mapas do
IBGE que poderão também localizar as áreas demarcadas como terras dos nativos brasileiros.
Demais fatores devem ser abordados com intuito de fortalecer o engajamento dos estudantes
com os diversos problemas ambientais relacionados com a Amazônia. Tendo como objeto prin-
cipal esclarecer o que venha ser proteção, conservação, fiscalização, monitoramento ambien-
tal e os direitos dos nativos brasileiros.
De acordo com estes fatores deve ser citados o trabalho realizado pelas instituições nacionais
pela defesa do meio ambiente e dos nativos (SISNAMA, CONAMA, IBAMA, FUNAI, ICMBIO) e os
demais órgãos colegiados com destaque para a função ou a legislação específica sobre a pro-
teção e conservação.
Ao pautar nos casos de violência e epidemias (motivos) que chegam às tribos indígenas, o pro-
fessor (a) passa a relacionar o trabalho de personalidades que defenderam ou defendem e pro-
tegem a floresta (meio ambiente) e a cultura indigena.

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A abordagem específica destes trabalhos, contribuem para o estudante visualizar os movimen-
tos que foram ou que são necessários para gerar uma consciência ambiental básica de cons-
cientização e proteção. Conduz o professor (a) estabelecer diversos parâmetros sobre desen-
volvimento com sustentabilidade dentro dos aspectos dos valores culturais dos povos nativos,
dos animais silvestres da floresta, da capacidade de exploração do solo, água e vegetação.
Segue abaixo exemplos de trabalhos e estudos específicos para a orientação da conscientiza-
ção ecológica associada com o desenvolvimento sustentável.

Chico Mendes
Chico Mendes: Conheça a história do maior líder ambientalista do Brasil.
WWF, [s. l.], 15 dez. 2021. Disponível em: https://www.wwf.org.br/?81068/
Chico-Mendes-Conheca-a-historia-do-maior-lider-ambientalista-do-Brasil.

Txai Surui
Txai Suruí, jovem indígena brasileira, acaba de discursar na abertura da COP26.
WWF, [s. l.], 01 nov. 2021. Disponível em: https://www.wwf.org.br/?80429/
Txai-Surui-jovem-indigena-brasileira-acaba-de-discursar-na-abertura-da-COP26.

Ailton Krenak

MATERIAL DE
Ailton Krenak – culturas indígenas (2016). [s. l.: s. n.], 21 set. 2017. 1 vídeo (16min). Publicado
pelo canal Itaú Cultural. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=LEw7n-v6gZA.
Ailton Krenak é eleito para a Academia Mineira de Letras. Ailton Krenak, [s. l.], 2022.
Disponível em: http://ailtonkrenak.blogspot.com/ .

APOIO PEDAGÓGICO
PARA APRENDIZAGENS
História:
Identificar os princípios das missões jesuítas (igreja) liderados inicialmente pelo padre Manuel
Nóbrega (1549) chegam ao Brasil e fundam a cidade de São Paulo (1554) e tendo como principal
objetivo de catequizar os nativos (Guaranis) do Brasil.
Do lado da Espanha a oeste do Brasil, (Tratado de Tordesilhas) estabeleceu três grandes mis-
sões em direção ao leste e ao litoral brasilerio.
As Missões (Guayrá, Tape, Itatim) os jesuítas protegiam os índios de serem escravizados pelos
bandeirantes paulistas, segundo estudos mais de 100 mil nativos foram escravizados. De acordo
com os relatos oficiais, os nativos que viviam nestas reduções não ofereciam resistência, sendo
que já eram batizados e estavam em território do qual pertenciam à Espanha.
Estabelece nesse desenvolvimento a explicação para os estudantes sobre o trabalho das mis-
sões jesuíticas na 1º fase e 2º fase, do qual permite ao estudante entender que os jesuítas bus-
cavam reunir os nativos dispersos pelas regiões, os mesmos eram reunidos, agrupados, cate-
quizados, educados de acordo com os preceitos cristãos, aprendiam a ler e a escrever (latim),
aprendiam a cultivar a terra (agricultura), aprendiam tocar instrumentos musicais e aprendiam
a arte de esculpir (artesanato), entre outros ofícios da época.
Permite ao estudante com este desenvolvimento compreender e analisar, o que foi o tratado de
Madri (1750) e por qual motivo foi estabelecido, quais foram as consequências após este acordo
entre os impérios de Portugal e Espanha.

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Diante desta explicação e seguindo ao desenvolvimento histórico dos nativos Guaranis com
as Missões jesuíticas, após 1750 a abordagem tende a estender as explicações sobre a Guerra
Guaranítica, que envolveu aproximadamente 30 povos que habitavam as reduções naquela
região em questão.
Estes acontecimento passam a ser relevantes para o aprendizado dos estudantes que de acordo
com o tema sugerido e com a habilidade trabalhada, refere ao processo histórico das Américas,
demonstrado através de mapas as demarcações territoriais que existiram no passado, portanto
estabelece as análises dos fatos históricos, geográficos e sociais, dentro de um mesmo con-
texto político, tendo como ponto de partida a fundação da cidade de Sacramento por Portugal
em território Espanhol, do qual levou ao acordo de Madri.
Traz para o estudante a relevância das estruturas estabelecidas pelos nativos, como educação,
trabalho e vida em sociedade desenvolvidos nas reduções jesuíticas com cerca de 30 povos
nesta região, onde atualmente é o Rio Grande do Sul, entre estas reduções destacavam 7 povos
com aproximadamente 30 mil nativos guaranis, estabelecidos de 1682 à 1801.
Estes mesmos povos lutaram contra o exército da União Ibérica Guerra Guaranítica (1753 a 1756),
foram derrotados, massacrados e expulsos de suas cidades (reduções) destruídas.
Segue o quadro abaixo exemplo de referências para o estudo e pesquisas dos estudantes com
temas do Brasil colônia e temas atuais que remetem a proteção da Amazônia como refúgio
natural dos nativos brasileiros de acordo com as demarcações das terras indígenas.

Guerra
MATERIAL DE
DOMINGUES, Joelza Ester. A definição das fronteiras sulistas e o mas-
sacre dos guaranis. Blog Ensinar História. Joelza Ester Domingues, [s.
l.], 06 fev. 2019. Disponível em: https://ensinarhistoria.com.br/defini-

APOIO PEDAGÓGICO
Guaranítica
cao-das-fronteiras-sulistas-e-o-massacre-dos-guaranis/. Acesso: 04
de julho de 2022.

SANTANA, Esther. Confederação dos Tamoios. Educa Mais Brasil, [s.

PARA APRENDIZAGENS
Guerra dos
l.], 04 dez 2020. Disponível em: https://www.educamaisbrasil.com.br/
Tamoios
enem/historia/confederacao-dos-tamoios. Acesso: 04 jul. 2022.

AMANTINO, Márcia. As Guerras Justas e a escravidão indígena em


Brasil: 500 anos
Minas Gerais nos séculos XVIII e XIX. Varia Historia [online]. 2006, v.
de guerra contra
22, n. 35, pp. 189-206. Disponível em: https://www.scielo.br/j/vh/a/
os índios
DPBhw4sSnG3jQRL794K7D4x/?lang=pt#. Acesso: 04 jul. 2022.

FARIAS, Elaíze; PONTES, Farias e Fábio. Amazônia em Chamas 20:


“Tudo que vai queimar está pela frente”, diz Setzer sobre a temporada
Brasil: Amazônia do fogo”. Amazônia Real, [s. l.], 10 ago. 2020. Disponível em:
em Chamas I https://amazoniareal.com.br/amazonia-em-chamas-20-tudo-que-
-vai-queimar-esta-pela-frente-diz-setzer-sobre-a-temporada-do-
-fogo-09-08-2020/. Acesso: 04 jul. 2022.

FARIAS, Elaíze. Amazônia em Chamas 20: Queimadas consomem árvo-


res e animais no sul do Amazonas. Amazônia Real, [s. l.], 17 ago 2020.
Brasil: Amazônia
Disponível em: https://amazoniareal.com.br/amazonia-em-chamas-
em Chamas II
-20-queimadas-consomem-arvores-e-animais-no-sul-do-amazo-
nas-17-08-2020/. Acesso: 04 de julho de 2022.

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RECURSOS:
Quadro, computador, projetor multimídia e se possível, acesso à internet.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
A avaliação ocorrerá por meio de participação, relevância do engajamento dos estudantes nas ati-
vidades e discussões propostas.

ATIVIDADES

1 - Dividir a turma em quatro grupos (opção dos professores).


Através de pesquisas na WEB os estudantes terão de encontrar as representações culturais
dos povos nativos do Brasil. Como por exemplo: dança, música, pinturas corporais (rosto) ador-
nos tribais pulseiras, brincos, cocares, instrumentos musicais, etc.
Após escolherem os símbolos da representação, os estudantes deverão pesquisar o significado
do símbolo escolhido.
Com intenção de realizar uma homenagem aos povos nativos originários, deve ser elaborado ou
confeccionado a arte ou o objeto. (Podendo também trazer este símbolo já pronto).

MATERIAL DE
Os estudantes terão a orientação dos demais professores das áreas de Ciências Humanas e
principalmente com os professores (as) de Artes ou Educação Física. No caso de trabalhos refe-
rentes ao idioma nativo das nações indígenas a orientação deverá ser feita pelo professor de

APOIO PEDAGÓGICO
Língua Portuguesa.

REFERÊNCIAS

PARA APRENDIZAGENS
BIBLIOGRAFIA: Darcy Ribeiro. Academia Brasileira de Letras (ABL), [s. l.], [2022]. Disponível em:
https://www.academia.org.br/academicos/darcy-ribeiro/bibliografia . Acesso em: 04 de julho de
2022.
EXPOSIÇÃO: Vidas indígenas modos de habitar o mundo. Museu da Pessoa, [s. l.], 2022. Disponível
em: https://exposicaovidasindigenas.museudapessoa.org/sobre/ . Acesso em: 04 de julho de
2022.
FRAZÃO, Dilva. Darcy Ribeiro. eBiografia, [s. l.], 25 mar. 2021. Disponível: https://www.ebiografia.
com/darcy_ribeiro/. Acesso em: 04 de julho de 2022.
GLOBO FILMES. Caramuru - A invenção do Brasil. Direção: Guel Arraes. Produção: Globo Filmes e
Lereby Productions. Local: Praia de Picinguaba, Ubatuba, SP. Brasil e Palácio de Queluz, no Castelo
de Leiria e no Mosteiro da Batalha, em Portugal. 2001. 1 DVD (83 min.)
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Política indigenista: do século XVI ao
século XX. Brasil 500 anos, [s. l.], 2022. Disponível em: https://brasil500anos.ibge.gov.br/territo-
rio-brasileiro-e-povoamento/historia-indigena/politica-indigenista-do-seculo-xvi-ao-seculo-xx.
Acesso em: 02 jul. 2022.

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MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais:
Ensino Médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas
Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em: https://www2.educacao.mg.gov.br/images/documentos/
Curr%C3%ADcu-lo%20Refer%C3%AAncia%20do%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf. Acesso em: 5
jun. 2022.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: Ensino Médio. Escola de
Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível
em:https://drive.google.com/file/d/1I8T4Cody3pUScohWX4aQVGipgyWLKK8g/view. Acesso em:
5 jun. 2022.

MATERIAL DE
APOIO PEDAGÓGICO
PARA APRENDIZAGENS

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COMPETÊNCIA

Participar do debate público de forma crítica, respeitando diferentes posições e fazendo esco-
lhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia,
consciência crítica e responsabilidade.

OBJETO (S)
HABILIDADE (S):
DE CONHECIMENTO:

Atualidade dos povos afro- Relacionar as demandas políticas, sociais e culturais de indíge-
descendentes do Brasil. nas e afrodescendentes no Brasil contemporâneo aos processos
históricos das Américas e ao contexto de exclusão e inclusão
precária desses grupos na ordem social e econômica atual.

PLANEJAMENTO

TEMA DE ESTUDO: Atualidade dos povos afrodescendentes do Brasil


DURAÇÃO: 6 Aulas
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
MATERIAL DE
Em decorrência de acontecimentos atuais sobre as formas de discriminação étnicas raciais e
demais formas de violência que ocorre com a população negra do Brasil, esse estudo procura ana-

motivos, causas e consequências. APOIO PEDAGÓGICO


lisar fatos que contextualizam os tipos de racismo enraizados na história do povo brasileiro seus

A abordagem cultural dos afrodescendentes nesse estudo contextualiza as origens dos povos afri-

PARA APRENDIZAGENS
canos, ao observar o histórico a partir do século XVI, aproxima as crenças, danças, idiomas, culi-
nária, festividades e demais costumes presentes do passado até a atualidade, com o cotidiano dos
estudantes na comunidade, trabalho, lazer e na escola.
Essas explicações através de aulas expositivas “inicialmente” possibilitam levar para os estudantes as
diversidades existentes do povo brasileiro e o multiculturalismo encontrado por todo território nacional.
Neste mesmo estudo o professor (a) relaciona a atualidade da etnia negra no Brasil com as ques-
tões econômicas e sociais, assim os estudantes passam a reconhecer as lutas dos movimentos
sociais no Brasil que abraçam a igualdade, equidade e justiça social com o ponto de vista dos direi-
tos básicos à educação, saúde, segurança e trabalho.
Para fortalecer o estudo das questões sociais com os estudantes do 1º ano, serão apresentados
movimentos sociais negros e personalidades brasileiras negras (cientistas, escritores, atores,
músicos, políticos, etc). Do contrário, sobre os aspectos negativos, deverá ser exposto gráficos
e índices que mostram as diferenças sociais que enraizaram no Brasil, considerando os dados de
educação, renda, pobreza e saúde dos últimos anos ou décadas.

B) DESENVOLVIMENTO COM GEOGRAFIA, HISTÓRIA, SOCIOLOGIA:


Para contextualizar os fatores históricos dos afrodescendentes, com a atualidade das lutas e movi-
mentos por justiça social, a partir da origem ou chegada desses povos em território nacional. O
desenvolvimento proposto busca organizar os acontecimentos de forma cronológica.

10
Entre as diversas possibilidades de temas para explorar com a habilidade trabalhada, segue abaixo
como sugestão para conduzir, apresentar e explicar aos estudantes, através de aulas expositivas
com auxílio de mídia digital e internet.
Explicar e apresentar para os estudantes os tópicos para estudo.
1. Os povos africanos escravizados que chegaram ao Brasil. Quais foram as etnias?
2. Aspectos da escravidão no Brasil durante 388 anos (1530 a 1888).
3. Resistência e formação dos quilombos.
4. As contribuições culturais e a formação da identidade do povo brasileiro (miscigenado).
5. O dia da consciência negra.
6. Inclusão social, igualdade e equidade na renda, trabalho, saúde, educação, segurança e
moradia.
7. Direitos dos afrodescendentes e a responsabilidade pública e reconhecimento social.
A abordagem construída para esta aula, utilizou se da explicação sobre:
→ “Os povos africanos escravizados que chegaram ao Brasil”, tópico (1).
→ “Inclusão social, igualdade e equidade na renda, trabalho, saúde, educação, segurança e
moradia” tópico (6), “Direitos dos afrodescendentes e a responsabilidade pública e reconhe-
cimento social” tópico (7).
O professor(a) irá pedir uma leitura de um site específico para ser estudado o seu conteúdo, com-
preendido e interpretado pelos estudantes, com o intuito de adquirirem conhecimento e informa-
ções gerais sobre o tema abordado.
MATERIAL DE
Pede-se para os estudantes lerem os depoimentos, as frases, observar as imagens e as fotos da
época e dos documentos, reconhecer as personalidades que são retratadas, entre outras interpre-

APOIO PEDAGÓGICO
tações e esclarecimentos possíveis.
Será utilizado um único site para todos os estudantes,observa-se que, não se trata de uma ativi-
dade avaliativa.

PARA APRENDIZAGENS
Esta atividade poderá ser realizada no laboratório de informática ou em sala de aula com os celu-
lares dos próprios estudantes, para a conclusão pede para ser digitada e enviada por e-mail, os
estudantes podem utilizar as imagens e fotos do site para possíveis explicações.

Atividade 01

a) Acesse: A luta esquecida dos negros pelo fim da escravidão no Brasil. Reportagem: Amanda
Rossi e Juliana Gragnani. BBC BRASIL.
b) Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/resources/idt-sh/lutapelaabolicao.
c) Realizar a leitura dos tópicos contidos na reportagem.
d) A luta pela abolição. O movimento abolicionista. Revoltas. E depois?
e) Observe as imagens e fotos da época, as frases e depoimentos das pessoas, para auxiliar
com a interpretação dos fatos.
f) Escrever para cada tópico uma breve introdução que possa explicar o momento vivido pelas
pessoas da época.
Na sequência o professor (a) poderá entrar de forma direta com os estudantes sobre o tema em
específico, caracterizando inicialmente os dados que assim preferir.
E uma outra hipótese ou possibilidade para o professor (a) ao trabalhar com esta mesma habilidade,
está na sequência cronológica, com os temas apresentados a partir da chegada dos africanos no
território brasileiro.

11
Observa-se que, apesar de não ter sido o caso desta aula, cabe dizer que esta ordem cronológica
pode facilitar uma sequência didática interdisciplinar com os estudantes. Pois permite formar a
estrutura base sequencial que são: apresentação da situação, produção inicial, módulos e produ-
ção final.
Segue a apresentação do processo histórico com mapas da origem e destino dos africanos que
foram escravizados e enviados para o Brasil.
Mapas abaixo e gráficos com o desembarque estimado de africanos escravizados no Brasil, por
procedência regional, a partir de 1560 e das rotas com origem das etnias dos povos africanos
escravizados.

MATERIAL DE
Fonte: Folha de S. Paulo . São Paulo. Caderno Mais 21 abr. 2004, p. 17. Fonte: CAMPOS, F. de; DOLHNIKOFF, M. Atlas: história do
Brasil. São Paulo. Acesso em: 08 ago. 2022 Acesso em: 08 ago. 2022

APOIO PEDAGÓGICO
Com mapas sobre o tema no livro didático ou com o meio digital, os professores (as) devem buscar
trabalhar os grupos étnicos: os sudaneses, originários da Nigéria, Daomé e Costa do Marfim, e os
bantos, capturados no Congo, Angola e Moçambique. Sendo estes dois principais grupos (entre

PARA APRENDIZAGENS
outros) que chegaram ao Brasil.
Sobre o ponto de vista histórico perfaz a explicação sobre o Tráfico Negreiro no Brasil que trouxe
forçadamente africanos para serem escravizados, atividade que se estabeleceu por mais de 300
anos no território nacional e aproximadamente cinco milhões de africanos desembarcaram nos
portos do Brasil.
Neste momento torna-se fundamental explicar aos estudantes o início de um dos períodos mais
infames, desprezíveis e hediondos da história do Brasil. O prefessor(a) deverá trazer para o debate
as motivações que justificavam a escravidão no Brasil.
“O sistema econômico mercantilista”.
“A atividade por ser altamente lucrativa”.
“Os proprietários de terras e os escravos”.
“Os ideais racistas do homem europeu branco”.
“A omissão da Igreja católica.”
“O acordo entre a igreja e a coroa portuguesa “padroado real”.

12
Fonte: ROSSI, Amanda. Navios portugueses e brasileiros fizeram mais de 9 mil viagens com africanos escravizados. BBC
News Brasil. [s. l.], 7 ago. 2018.

Atividade 02
Será realizado um debate em sala de aula com a utilização de duas dinâmicas entre os estudantes
tendo como mediador os professores (às) geografia, história ou sociologia.
Essa é uma dinâmica para sala de aula, sobre privilégio, oportunidade e mobilização social.

MATERIAL DE
A dinâmica “privilégio” é uma boa oportunidade dos estudantes assumirem papéis os quais
compõem um cenário metafórico para o uso em uma exposição de determinado assunto.
1. Cada estudantes recebe uma folha de papel para amassar e fazer uma bolinha.

APOIO PEDAGÓGICO
2. O professor coloca o lixo bem na frente da sala, embaixo do quadro.
3. O professor explica.
“Esse jogo é muito simples. Vocês representam a população de um país qualquer. E todo
cidadão neste país tem a chance de crescer na vida e pertencer às classes mais altas”.

PARA APRENDIZAGENS
“Para subir às classes mais altas, tudo o que você precisa fazer é acertar sua bolinha no
lixo, sem se levantar da cadeira”.
Imediatamente os estudantes do fundo da classe devem protestar (“mas isso não é justo!”).
Os que estão atrás têm diante deles um monte de gente e fica fácil enxergar que os da
frente terão muito mais facilidade em acertar suas bolinhas no lixo.
4. Quando os arremessos são feitos, acontece o esperado: os da frente conseguem acertar
mais (mas nem todos) e os de trás acertam menos (mas alguns acertam).
5. O professor conclui:
“Quanto mais perto você está da lata de lixo, maiores são as suas chances de acertar. Isso
é um privilégio. Vocês repararam como as reclamações vieram, todas, do fundo da classe?”
“Isso acontece porque as pessoas que estão aqui na frente não estão enxergando a
mesma coisa que as pessoas que estão no fundo”.
“Elas estão a poucos metros da lata e não enxergam a mesma quantidade de cabeças
à sua frente. E por não terem a mesma situação em seu campo visual, tudo o que elas
enxergam é o objetivo do jogo, sem se dar conta, pelo menos não ao ponto de se mani-
festarem, sobre a posição privilegiada em que se encontram (ou sobre a injustiça com os
colegas do fundão).”

13
6. Resultado com o debate entre os estudantes.
O trabalho do professor(a), com estudantes:
Levarem a entenderem sobre igualdade e equidade social.
Defenderem os direitos e as oportunidades dos que estão nas fileiras mais atrás de você.
Levar os mais privilegiados a erguer os menos privilegiados, trabalhando em favor deles,
para abrir mais espaço nas fileiras da frente.
Esclarecer através do conceito de inclusão, ao criar mais espaço, para os estudantes do
fundão da sala, sem trocar a lata de lixo de posição.
7. Conclusão final com a fala do professor(a).
Fonte: SILVA, Roniel Sampaio . Dinâmica Privilégio: Desigualdade social e oportunidades. Café com Sociologia, [s. l.], 21 jan
2021.

Com esse resultado já exposto entre os estudantes, os professores deverão trabalhar com a outra
dinâmica selecionada abaixo.

Dinâmica da teia de barbante

1. Não é necessário realizar roda, o ideal é que todos estudantes estejam sentados para
esta atividade.

MATERIAL DE
2. Com o rolo de barbante em mãos é a oportunidade de cada estudante falar o que pensa
sobre o racismo ou sobre as formas que permanecem na sociedade do mundo atual,
podendo ser uma frase, uma crítica, uma palavra que convém para o entendimento de
sentimento existente.
APOIO PEDAGÓGICO
O estudante pode relacionar o que foi exibido no site estudado na atividade (01) ou resu-
mir o que ele mesmo escreveu como relato da sua introdução ou interpretação.

PARA APRENDIZAGENS
3. Em seguida o rolo é passado (jogado para outro estudante) que passa a fazer o mesmo.
Até finalmente passar nas mãos de todos os estudantes, sendo que o último a receber o
rolo será o professor(a).
4. Com todos envolvidos pelo barbante formando uma teia, o professor deverá passar o
pensamento de união, empatia, solidariedade, amizade e cooperação social.
5. Para finalizar de forma descontraída pode ser utilizado uma música que todos conheçam
ou a maioria. Enquanto o barbante é enrolado novamente fazendo o trabalho inverso,
sem falas dos participantes.
6. Cada estudante pode cantar um pequeno trecho da música ou se manifestar utilizando
a criatividade naquele momento enquanto enrola o barbante até chegar no próximo com
o final.
Fonte: MARQUES, José Roberto. Utilizando a dinâmica da teia para integrar seus colaboradores. JRM: José Roberto Marques.

DESENVOLVIMENTO ENTRE GEOGRAFIA, SOCIOLOGIA, HISTÓRIA, FILOSOFIA E PORTUGUES.


Com fontes confiáveis o professor(a) poderá trabalhar com índices e imagens que irão explicar aos
estudantes dados sobre os fatores sociais da população negra do Brasil.
Os principais aspectos para serem explicados estão dentro dos contextos sociais e econômicos,
que estão evidenciando a interdisciplinaridade e a habilidade trabalhada, através dos gráficos,
índices, imagens e demais dados do conjunto de características referente aos afrodescendentes.

14
O professor deverá explicar e fazer a leitura dos gráficos a seguir com auxílio do powerpoint. Pede-se
para os estudantes fazerem as devidas anotações ou as principais de cada gráfico mostrado.
Índices (2018) Desigualdades sociais por cor ou raça no Brasil. IBGE Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística.

Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil. Estudos e
Pesquisas. Informação Demográfica e Socioeconômica. n. 41, [2019].

MATERIAL DE
Índices (2018) Desigualdades sociais por cor ou raça no Brasil. IBGE Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística.

APOIO PEDAGÓGICO
PARA APRENDIZAGENS

Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil. Estudos e
Pesquisas. Informação Demográfica e Socioeconômica. n. 41, [2019].

Após a explicação, leitura e interpretação dos índices dos gráficos, o professor(a) irá pedir a
seguinte atividade.

Atividade 03
→ Escrever uma redação como nas normas estabelecidas em acordo com as utilizadas pelo
ENEM.

15
O estudante poderá utilizar as anotações feitas durante a apresentação dos gráficos. O estudante
deve utilizar os dados dos índices dos gráficos para desenvolver a redação.
A atividade deve ser realizada em sala de aula.
Temas para realizar a redação:
→ Discriminação racial ou crime de ódio racial.
→ Racismo institucional e Racismo estrutural.
→ Racismo velado do cotidiano e suas consequências.
→ Representação Política e a educação da população negra no Brasil.
→ Movimentos contra o racismo no Brasil.
→ Oportunidades de emprego e distribuição de renda no Brasil.
→ A violência contra a população negra no Brasil.
Observa-se que os índices e imagens devem estar disponíveis para os estudantes.
DESENVOLVIMENTO EM GEOGRAFIA, SOCIOLOGIA, HISTÓRIA E FILOSOFIA, PORTUGUÊS, ED.
FÍSICA E ARTES.
Com as personalidades apresentadas abaixo o professor(a) poderá explicar a importância destas
pessoas para a sociedade brasileira, com ênfase para a valorização da identidade negra, inclusão
e equidade social.
O professor irá trabalhar com a biografia ou autobiografia ou com as memórias (histórias) ou com

MATERIAL DE
fatos da vida destas personalidades negras, brasileiras. De forma objetiva com o auxílio da internet
em sala de aula ou através de slides, nesta aula serão apresentados quatro exemplos para os estu-
dantes, com isso será mostrado e estudado os temas sugeridos de identidades negras, inclusão e
equidade social, através dos relatos.

APOIO PEDAGÓGICO
Sendo importante lembrar que, são fatos a respeito da vida destas pessoas, contados por elas
mesmas e preferencialmente personalidades brasileiras, Os textos devem ser curtos com peque-
nos parágrafos, com uma estrutura de caráter investigativo e jornalístico, seguindo uma ordem

PARA APRENDIZAGENS
cronológica organizada.

Daiane Garcia dos Santos iniciou-se tardiamente no esporte,


descoberta pela professora Cleusa de Paula aos 11 anos,
quando brincava em uma praça de Porto Alegre. Conquistou 9
medalhas em Copas do Mundo e batizou dois movimentos na
ginástica artística.
“O preconceito social também é muito presente na vida dos
atletas brasileiros porque a grande maioria é humilde e não
tem dinheiro. Daí um dia você entra em um local que já tem
um padrão, todo quadradinho, todo formadinho, e vão tentar
mostrar que você não deveria estar lá. Eles vão começar a te
Fonte: SANTOS, Eliane. ‘Faces Negras’: oprimir.”
Daiane dos Santos, de ícone olímpico a
referência de empoderamento. G1. [s. “Por fim, sem velar nada, já tive treinador que não quis trabalhar
l.], 12 set. 2021.
comigo e já tive 'colegas' de esporte que não queriam nem usar
o mesmo banheiro que eu. Mas Dona Magda e o Senhor Moacir,
meus pais, me ensinaram a fazer conta de três muito cedo: você
pode tudo, você é capaz, mas terá, muitas vezes, que trabalhar
três vezes mais para mostrar o seu valor”.

16
Alexandre Santana, 41, mais conhecido como Babu Santana,
aprendeu desde novo a importância de ressignificar situações
e momentos da vida. A começar pelo apelido, inicialmente
chamado de babuíno – fruto de bullying racista na escola -,
virou Babu ao encontrar o colega assediador e aceitar suas
desculpas e a nova adaptação do apelido. Virou nome artístico.
“Mas a gente começou a estudar a questão histórica, a entender
nos mínimos detalhes e criar defesa contra o racismo. Foi ali
que eu fui entender por que só tinham três pretinhos – contando
comigo -, no meu jardim de infância”.
Fonte: SANTOS, Eliane. ‘Faces Negras’:
‘Faces Negras’: Babu Santana busca “Há pouco mais de 100 anos, éramos um país com escravidão
abrir espaços antes proibidos para
negros. G1. [s. l.], 12 set. 2021.
garantida na lei. Agora temos que resgatar a autoestima de um
povo que foi oprimido, que foi ensinado que suas característi-
cas são feias, seus costumes são feios, sua religiosidade é do
mal. Estamos tendo que recuperar 400 anos de repressão”.

O Fábio Tavares de 2001 era um jovem da periferia de 22 anos,


que mal tinha lido um livro na vida. Morador da Zona Norte do

MATERIAL DE
Rio de Janeiro, trabalhava, ajudava a família desde os 13 anos
e estava feliz com isso.
“Até então, aos 22 anos, como a maioria dos jovens pretos

APOIO PEDAGÓGICO
periféricos do Rio de Janeiro, eu mal tinha lido um livro, minha
preocupação era só trabalhar para me manter. Filho de pobre
não virando bandido, virando trabalhador, está ótimo, era como
minha mãe entendia”.
Fonte: SANTOS, Eliane. ‘Faces
Negras’: Fábio Tavares conta como
foi transformar a universidade para
receber alunos cotistas. G1, [s. l.], 12
PARA APRENDIZAGENS
“É preciso conscientizar as pessoas que elas não fazem parte
de um sistema meritocrático, que basta você lutar que você
chega lá. O sistema é tão cruel que, até para o pobre que chega
set. 2021. à universidade, a gente sabe que ele é o menos pobre. No meu
caso, por exemplo, tinha uma infraestrutura familiar que me
possibilitava isso, a ter o dinheiro da passagem para chegar à
faculdade. E quem não tem? Faz como? Quando esse cara con-
segue vislumbrar a universidade, ele já é outro”.

17
Adriana Barbosa, de 44 anos, começou há 20 anos em uma
barraca de troca na Praça Benedito Calixto, em Pinheiros, o
que tornou-se palco do maior festival de cultura negra da
América Latina, fomentando negócios de empreendedores
que expõem produtos voltados para a cultura afro.
Adriana acumula prêmios de empreendedorismo social e
esteve entre os brasileiros que ocuparam uma posição na lista
das 51 pessoas negras mais influentes do mundo pela Mipad
no ano de 2017.
Fonte: FERNANDES, Nayara. "Não tem como a gente olhar para frente se não souber de onde
'Faces Negras': Adriana Barbosa, a vem. E viemos de movimentos coletivos. Muitas pessoas que
empreendedora que pautou questões
raciais a partir de demandas de
vieram antes de mim compartilharam esse bastão [da igual-
consumo. G1, [s. l.], 12 set. 2021. dade racial]. Se, na escola, eu me perguntava o que queria dizer
ser 'aquela menina negra', nos bailes black fui entender o que
é ser uma pessoa preta com sua cultura, seus costumes, suas
visões”.

O trabalho do professor(a) está pautado na explicação sobre os acontecimentos da vida do per-


sonagem. Ou seja, as perguntas diretas são essenciais para desenvolver o raciocínio que levará o

MATERIAL DE
estudante a perceber os dois lados da história, ao observar as adversidades e obstáculos encon-
trados e as vitórias e conquistas alcançadas.
Portanto as perguntas mais comuns que devem ser feitas. (Exemplo: Sobre, Daiane dos Santos)
1. Quem é Daiane dos Santos?
2.
3.
4.
Qual é a sua profissão?
APOIO PEDAGÓGICO
Cite uma ou mais dificuldades encontradas por Daiane dos Santos, durante sua trajetória?
Daiane venceu os obstáculos? Lutou pelos direitos? Escreva sobre as ações e conte como

PARA APRENDIZAGENS
aconteceu.
5. Cite uma ou mais conquistas de Daiane dos Santos?
6. Existe algum fato marcante na história de vida de Daiane que pode ser lembrado?
7. Como Daiane veio contribuir ou influenciar outras pessoas?
8. Por que Daiane atualmente trabalha com projetos sociais?
O mesmo deve ser feito com os demais personagens escolhidos, para a explicação sobre valoriza-
ção da identidade negra, inclusão e equidade social. Lembrando que as perguntas devem estar
relacionadas com a valorização dos afrodescendentes (identidade, personalidade, profissão, nível
cultural e acadêmico, conquistas, obstáculos enfrentados, entre outras).
Seguem abaixo as sugestões para o professor(a) ter como base e exemplo, através dos textos e
trechos de livros e poemas, com as músicas, com esportes, com as reportagens e depoimentos,
com o visual e a imagem das pessoas públicas, entre outras opções.

18
Escritora Maria Carolina de Jesus. Escritora Maria Firmina dos Reis. Escritora Conceição Evaristo.
Fonte: ALCÂNTARA, Jordan. Duas Fonte: ALCÂNTARA, Jordan. Duas Fonte: TORRES, Bolivar. Conceição
autoras negras pioneiras no Brasil não autoras negras pioneiras no Brasil não Evaristo: ‘É hora de se armar com
apenas na literatura. Negrê, [s. l.], 09 apenas na literatura. Negrê, [s. l.], 09 coragem e esperança’. Fundação
jul. 2020. jul. 2020. Yedda & Augusto Frederico Schmidt,
[s. l.], 12 nov. 2020.

MATERIAL DE
Ivanir dos Santos
APOIO PEDAGÓGICO
Fatou Ndiaye Atleta Aída dos Santos

PARA APRENDIZAGENS
Fonte: SANTOS, Eliane. ' 'Faces Fonte: SANTOS, Eliane. 'Faces Negras': Fonte: LIMA, Ivo. 1 foto. In: MOREIRA,
Negras': Ivanir dos Santos revela como Fatou Ndiaye amplifica nas redes a luta Mariana. Em Niterói, tocha faz última
transformou sua história pessoal em contra o racismo no Brasil e o equipara escala antes do destino final. Rede do
luta por direitos coletivos. G1, [s. l.], 12 ao apartheid. G1, [s. l.], 12 set. 2021 Esporte, Niterói, 03 ago. 2016.
set. 2021.

Jornalista Maju Coutinho Cantor Seu Jorge Cantora - Negra Li


Fonte: MARIA JÚLIA COUTINHO. Fonte: CALADO,Carlos. Seu Jorge: a Fonte: ROSA, Ana Beatriz. Negra Li
In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. responsabilidade de ser um ícone do rebate mensagens racistas em redes
Flórida: Wikimedia Foundation, 2022. Brasil pelo mundo. Música de Alma sociais. Exame, [s. l.], 05 jul. 2016.
Negra, [s. l.], 07 mar. 2011.

19
RECURSOS:
Quadro, Revistas, Computador, Projetor, Reportagens, acesso à internet e demais livros.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
A avaliação ocorrerá por meio de participação, relevância do engajamento dos estudantes nas ati-
vidades e discussões propostas.

ATIVIDADES

1 - O estudante deverá escolher uma personalidade ou pessoa cuja trajetória de vida possa ser
contada e exposta. Como nos exemplos e explicações do professor(a).

2 - O estudante irá apresentar a atividade realizada através do powerpoint para a turma, com o
tempo máximo previsto de 5 minutos de apresentação.

3 - O tema é o mesmo para todos os estudantes: “Valorização da identidade negra, inclusão e equi-
dade social’’.

4 - Através da biografia do personagem escolhido deverá ser respondida as seguintes questões no


caderno.

a)
b)
Quem é Daiane dos Santos?
Qual é a sua profissão?
MATERIAL DE
c)
d)

e)
APOIO PEDAGÓGICO
Cite uma ou mais dificuldades encontradas por Daiane dos Santos, durante sua trajetória?
Daiane venceu os obstáculos? Lutou pelos direitos? Escreva sobre as ações e conte como
aconteceu.
Cite uma ou mais conquistas de Daiane dos Santos?
f)
g)
h)
PARA APRENDIZAGENS
Existe algum fato marcante na história de vida de Daiane que pode ser lembrado?
Como Daiane veio contribuir ou influenciar outras pessoas?
Por que Daiane atualmente trabalha com projetos sociais?

REFERÊNCIAS

ALCÂNTARA, Jordan. Duas autoras negras pioneiras no Brasil não apenas na literatura. Negrê, [s.
l.], 09 jul. 2020. Disponível em:
https://negre.com.br/duas-autoras-negras-pioneiras-no-brasil-nao-apenas-na-literatura/.
Acesso: 11 Ago. 2022
CALADO,Carlos. Seu Jorge: a responsabilidade de ser um ícone do Brasil pelo mundo. Música de
Alma Negra, [s. l.], 07 mar. 2011. Disponível em: https://www.carloscalado.com.br/2011/03/seu-
-jorge-responsabilidade-de-ser-icone.html. Acesso em: 10 ago. 2022.
CAMPOS, F. de; DOLHNIKOFF, M. Atlas: história do Brasil. São Paulo.
FERNANDES, Nayara. ‘Faces Negras’: Adriana Barbosa, a empreendedora que pautou questões
raciais a partir de demandas de consumo. G1, [s. l.], 12 set. 2021. Disponível em: https://g1.globo.com/
g1-15-anos/noticia/2021/09/12/faces-negras-adriana-barbosa.ghtml?_ga=2.258844034.96659423.
1660156697-ea93623a-3419-c124-bc45-fe0bebde49e1. Acesso: 11 Ago. 2022

20
FOLHA de S. Paulo . São Paulo. Caderno Mais 21 abr. 2004, p. 17.
LIMA, Ivo. 1 foto. In: MOREIRA, Mariana. Em Niterói, tocha faz última escala antes do destino final.
Rede do Esporte, Niterói, 03 ago. 2016. Disponível em: http://rededoesporte.gov.br/pt-br/noticias/
em-niteroi-tocha-faz-ultima-escala-antes-do-destino-final. Acesso: 10 ago. 202
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no
Brasil. Estudos e Pesquisas. Informação Demográfica e Socioeconômica. n. 41, [2019]. Disponível
em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101681_informativo.pdf. Acesso: 09 ago.
2022
MARIA JÚLIA COUTINHO. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2022.
Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Maria_J%C3%BAlia_Coutinho. Acesso em: 10 ago.
2022.
MARQUES, José Roberto. Utilizando a dinâmica da teia para integrar seus colaboradores. JRM:
José Roberto Marques, Disponível: https://jrmcoaching.com.br/blog/dinamica-da-teia-integrar-
-colaboradores/. Acesso: 09 ago. 2022.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais:
Ensino Médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas
Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em: https://www2.educacao.mg.gov.br/images/documentos/
Curr%C3%ADcu-lo%20Refer%C3%AAncia%20do%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf. Acesso em: 5
jun. 2022.

MATERIAL DE
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: Ensino Médio. Escola de
Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível
em:https://drive.google.com/file/d/1I8T4Cody3pUScohWX4aQVGipgyWLKK8g/view. Acesso em:

APOIO PEDAGÓGICO
5 jun. 2022.
ROSA, Ana Beatriz. Negra Li rebate mensagens racistas em redes sociais. Exame, [s. l.], 05 jul.
2016. Disponível em: https://exame.com/brasil/negra-li-rebate-mensagens-racistas-em-redes-
-sociais/. Acesso em: 10 ago. 2022.

PARA APRENDIZAGENS
ROSSI, Amanda. Navios portugueses e brasileiros fizeram mais de 9 mil viagens com africanos
escravizados. BBC News Brasil. [s. l.], 7 ago. 2018. Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/
brasil-45092235. Acesso em: 08 ago. 2022.
ROSSI, Amanda. GRAGNANI, Juliana.A luta esquecida dos negros pelo fim da escravidão no Brasil.
BBC Brasil, [s. l.], 11 maio 2018. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/resources/
idt-sh/lutapelaabolicao. Acesso: 09 ago. 2022.
SANTOS, Eliane. ‘Faces Negras’: ‘Faces Negras’: Babu Santana busca abrir espaços antes
proibidos para negros. G1, [s. l.], 12 set. 2021. Disponível em: https://g1.globo.com/g1-15-a-
nos/noticia/2021/09/12/faces-negras-babu-santana.ghtml?_ga=2.255198720.96659423.
1660156697-ea93623a-3419-c124-bc45-fe0bebde49e1. Acesso: 10 Ago. 2022
SANTOS, Eliane. ‘Faces Negras’: Daiane dos Santos, de ícone olímpico a referência de empodera-
mento. G1, [s. l.], 12 set. 2021. Disponível em: https://g1.globo.com/g1-15-anos/noticia/2021/09/12/
faces-negras-daiane-dos-santos.ghtml. Acesso em: 08 jul. 2022.
SANTOS, Eliane. ‘Faces Negras’: Fábio Tavares conta como foi transformar a universidade
para receber alunos cotistas. G1, [s. l.], 12 set. 2021. Disponível em: https://g1.globo.com/
g1-15-anos/noticia/2021/09/12/faces-negras-fabio-tavares.ghtml?_ga=2.14927550.96659423.
1660156697-ea93623a-3419-c124-bc45-fe0bebde49e1. Acesso: 11 Ago. 2022

21
SANTOS, Eliane. ‘Faces Negras’: Fatou Ndiaye amplifica nas redes a luta contra o racismo no
Brasil e o equipara ao apartheid. G1, [s. l.], 12 set. 2021. Disponível em: https://g1.globo.com/
g1-15-anos/noticia/2021/09/12/faces-negras-fatou-ndiaye.ghtml?_ga=2.90352018.96659423.
1660156697-ea93623a-3419-c124-bc45-fe0bebde49e1. Acesso: 10 ago. 2022.
SANTOS, Eliane. ‘ ‘Faces Negras’: Ivanir dos Santos revela como transformou sua história pessoal
em luta por direitos coletivos. G1, [s. l.], 12 set. 2021. Disponível em: https://g1.globo.com/g1-15-a-
nos/noticia/2021/09/12/faces-negras-ivanir-dos-santos.ghtml?_ga=2.245686796.96659423.
1660156697-ea93623a-3419-c124-bc45-fe0bebde49e1. Acesso: 10 ago. 202
SILVA, Roniel Sampaio . Dinâmica Privilégio: Desigualdade social e oportunidades. Café com
Sociologia, [s. l.], 21 jan 2021. Disponível: https://cafecomsociologia.com/dinamica-privilegio/.
Acesso: 09 ago. 2022.
TORRES, Bolivar. Conceição Evaristo: ‘É hora de se armar com coragem e esperança’. Fundação
Yedda & Augusto Frederico Schmidt, [s. l.], 12 nov. 2020. Disponível em: https://fundacaoschmidt.
org.br/conceicao-evaristo-e-hora-de-se-armar-com-coragem-e-esperanca/. Acesso: 10 ago. 202

MATERIAL DE
APOIO PEDAGÓGICO
PARA APRENDIZAGENS

22
MATERIAL DE APOIO PEDAGÓGICO PARA APRENDIZAGENS SIGNIFICATIVAS
ANO DE ESCOLARIDADE REFERÊNCIA ANO LETIVO
3o ano – 4 o Bimestre Ensino Médio 2022

COMPONENTE CURRICULAR ÁREA DE CONHECIMENTO


História Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
COMPETÊNCIA
COMPETÊNCIA

Analisar a formação de territórios e fronteiras em diferentes tempos e espaços, mediante a com-


preensão das relações de poder que determinam as territorialidades e o papel geopolítico dos
Estados-nações.
OBJETO(S) DE CONHECIMENTO HABILIDADE(S)
Analisar e avaliar criticamente as relações de diferentes grupos, povos e sociedades com a natureza
(produção, distribuição e consumo) e seus impactos econômicos e socioambientais, com vistas à
proposição de alternativas que respeitem e promovam a consciência, a ética socioambiental e o
consumo responsável em âmbito local, regional, nacional e global.

MATERIAL DE
Participar do debate público de forma crítica, respeitando diferentes posições e fazendo escolhas
alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência
crítica e responsabilidade.

OBJETO(S)
DE CONHECIMENTO: APOIO PEDAGÓGICO
A política liberal; o papel do
HABILIDADE(S):

Analisar e caracterizar as dinâmicas das populações, das merca-

ção ao meio ambiente e os


movimentos de organizações
PARA APRENDIZAGENS
estado e do cidadão. As polí-
ticas dos governos em rela-
dorias e do capital nos diversos continentes, com destaque para
a mobilidade e a fixação de pessoas, grupos humanos e povos,
em função de eventos naturais, políticos, econômicos, sociais e
culturais.
não governamentais na luta Compreender e aplicar conceitos políticos básicos (Estado, poder,
para a preservação do meio formas, sistemas e regimes de governo, soberania etc.) na análise
ambiente. da formação de diferentes países, povos e nações e de suas expe-
riências políticas.

PLANEJAMENTO

TEMA DE ESTUDO: Era das Revoluções (Inglesa/Francesa)


DURAÇÃO: 4 aulas
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA: As revoluções inglesa e francesa se inserem no contexto das
transformações políticas, sociais e econômicas que ocorrem na Europa dos anos seiscentos e sete-
centos. São eventos que, devido ao domínio colonial português no que hoje é o Brasil e ao protagonismo

23
europeu na exploração dos outros continentes, são importantes seus conhecimentos para ampliar
as concepções políticas de mundo e de cidadania das juventudes. Ao trabalhar esses temas em
sala de aula, docente, busque mecanismos ativos de metodologia para torná-los mais atraentes
aos(às) estudantes. O uso de metodologias ativas promove o protagonismo juvenil e permite o papel
mediador da docência, contribuindo para que as duas partes sintam o frutificar de suas ações.

B) DESENVOLVIMENTO:
Professor(a), a proposta para desenvolver os dois conteúdos curriculares dessa sequência didática
é utilizar a sala de aula invertida. Faça a primeira e a terceira aula mediando a pesquisa dos(as) dis-
centes. Se sua sala de aula/escola tiver a possibilidade de os(as) estudantes(as) acessarem a rede
mundial de computadores dentro da sala (Tablet, Data Show), ou laboratório de informática, utilize
esses recursos (Sugestão de endereços web confiáveis disponibilizados na seção RECURSOS).
Caso não haja, utilize o espaço das salas de leitura/bibliotecas e/ou os livros didáticos. Nessas
duas aulas, você deve entregar, a cada estudante, uma folha com o quadro organização disponí-
vel adiante (Primeiro quadro [primeira aula]: Revoluções Inglesas; segundo quadro [terceira aula]:
Revolução Francesa). As aulas subsequentes à confecção dos quadros deverão ser para explica-
ções sobre os objetos de conhecimento e sanar dúvidas de estudantes que porventura as tiverem.
A proposta é que, por meio da metodologia de sala de aula invertida, os(as) estudantes busquem
as informações para redigir as solicitações dos dois quadros organizacionais de informações e,
dessa forma, construa conhecimento primário sobre os temas que serão lapidados com as aulas de

MATERIAL DE
explicações e resolução de dúvidas subsequentes.

Quadro 1 – (Primeira aula desta sequência didática).

APOIO PEDAGÓGICO
REVOLUÇÕES INGLESAS (1640/1688)

REVOLUÇÃO REPÚBLICA REVOLUÇÃO


PURITANA PURITANA GLORIOSA

PERÍODO

CAUSAS/
PARA APRENDIZAGENS
MOTIVAÇÕES/
OBJETIVOS

CONSEQUÊNCIAS

PAPEL DA
MONARQUIA

PAPEL DO
PARLAMENTO

INTERESSES
POPULARES

INTERESSES
BURGUESES.

24
Quadro 2 – (Terceira aula desta sequência didática).

REVOLUÇÃO FRANCESA (1789/1799)

ASSEMBLEIA CONVENÇÃO
DIRETÓRIO
NACIONAL NACIONAL

PERÍODO

LIDERANÇA
POLÍTICA

PRINCIPAIS
ACONTECIMENTOS

PAPEL DA
MONARQUIA

PAPEL DO
PARLAMENTO

INTERESSES

MATERIAL DE
POPULARES

INTERESSES
BURGUESES

RECURSOS:
APOIO PEDAGÓGICO
Internet, livro didático, laptop/computadores/tablets, projetor multimídia, cópias dos quadro orga-
nizacionais (amplie de forma a ter espaço suficiente para os estudantes realizarem, a contento, a

PARA APRENDIZAGENS
atividade).

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
Avalie o comportamento discente durante a pesquisa (participação, entusiasmo, etc.); avalie quem
buscou completar as informações solicitadas nos quadros organizacionais; avalie a participação
nas aulas teóricas posteriores à construção dos quadros organizacionais.

ATIVIDADES

1 - “Art. 2 - O pretendido direito de dispensar as leis ou de execução das leis pela autoridade real,
como foi usurpado e exercido ultimamente, é contrário às leis.” “Art. 3 - O imposto em dinheiro
para uso da Coroa, sob pretexto de prerrogativas reais sem que haja concordância por parte do
Parlamento, é contrário às leis.”
Os trechos anteriores foram retirados da DECLARAÇÃO DOS DIREITOS, elaborada em 1689, após
a Revolução Gloriosa. Explique, nos artigos, a limitação ao poder real implantado a partir da
aprovação dessa declaração.

25
2 - (Vunesp-2003) [...] o período entre 1640 e 1660 viu a destruição de um tipo de Estado e a intro-
dução de uma nova estrutura política dentro da qual o capitalismo podia desenvolver-se livre-
mente. (Christopher Hill, A revolução inglesa de 1640)
O autor do texto está se referindo

a) à força da marinha inglesa, maior potência naval da Época Moderna.


b) ao controle pela coroa inglesa de extensas áreas coloniais.
c) ao fim da monarquia absolutista, com a crescente supremacia política do parlamento.
d) ao desenvolvimento da indústria têxtil, especialmente dos produtos de lã.
e) às disputas entre burguesia comercial e agrária, que caracterizaram o período.

3 - “Chegou a hora da igualdade passar a foice por todas as cabeças. Portanto, legisladores, vamos
colocar o terror na ordem do dia.” (Discurso de Robespierre na Convenção).
A fala de Robespierre ocorreu num dos períodos mais intensos da Revolução Francesa: o período
do Terror. Escreva um parágrafo caracterizando esse período.

4 - (PUC-SP) As Revoluções Inglesas do século XVII e a Revolução Francesa são, muitas vezes,
comparadas. Sobre tal comparação, pode-se dizer que

a) é pertinente, pois são exemplos de processos que resultaram em derrota do absolutismo

MATERIAL DE
monárquico; no entanto, há muitas diferenças entre elas, como a importante presença de
questões religiosas no caso inglês e o expansionismo militar francês após o fim da revolução.
b) é equivocada, pois, na Inglaterra, houve vitória do projeto republicano e, na França, da pro-
posta monárquica; no entanto foram ambas iniciadas pela ação militar das tropas napoleô-

APOIO PEDAGÓGICO
nicas que invadiram a Inglaterra, rompendo o tradicional domínio britânico dos mares.
c) é pertinente, pois são exemplos de revolução social proletária de inspiração marxista; no
entanto os projetos populares radicais foram derrotados na Inglaterra (os “niveladores”, por
exemplo) e vitoriosos na França (os “sans-culottes”).

PARA APRENDIZAGENS
d) é equivocada, pois, na Inglaterra, as revoluções tiveram caráter exclusivamente religioso,
e, na França, representaram a vitória definitiva da proposta republicana anticlerical; no
entanto ambas foram movimentos antiabsolutistas.
e) é pertinente, pois são exemplos de revoluções burguesas; no entanto, na Inglaterra, as lutas
foram realizadas e controladas exclusivamente pela burguesia, e, na França, contaram com
grande participação de camponeses e de operários.

REFERÊNCIAS

MAYNARD, A. S. C.; MAYNARD, D. C. S. História Moderna I. - São Cristóvão: Universidade Federal


de Sergipe, CESAD, 2009. Disponível em: https://cesad.ufs.br/ORBI/public/uploadCatala-
go/16250616022012Historia_Moderna_I_Aula_1.pdf. Acesso em: 14 jun. 2022.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais:
Ensino Médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas
Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em: https://www2.educacao.mg.gov.br/images/documentos/
Curr%C3%ADcu-lo%20Refer%C3%AAncia%20do%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf. Acesso em: 5
jun. 2022.

26
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: Ensino Médio. Escola de
Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível
em:https://drive.google.com/file/d/1I8T4Cody3pUScohWX4aQVGipgyWLKK8g/view. Acesso em:
5 jun. 2022.
SILVA, E. B.; PINHEIRO, J. E. R. Afinal, qual o valor educativo ou formativo de um conteúdo como as
revoluções inglesas do século XVII para os estudantes da educação básica? Metáfora Educacional.
n. 8, 2010. Disponível em: https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=3741920. Acesso em:
14 jun. 2022.
VOVELLE, Michel. A Revolução Francesa e seu eco. Estudos Avançados. 1989, v. 3, n. 6, pp. 25-45.
Disponível em: https://www.scielo.br/j/ea/a/dRnfWsbWdxZRhyC3kf6ts3v/?format=pdf&lang=pt.
Acesso em: 14 jun. 2022.

MATERIAL DE
APOIO PEDAGÓGICO
PARA APRENDIZAGENS

27
COMPETÊNCIA

Analisar a formação de territórios e fronteiras em diferentes tempos e espaços, mediante a


compreensão das relações de poder que determinam as territorialidades e o papel geopolítico
dos Estados-nações.
Analisar e avaliar criticamente as relações de diferentes grupos, povos e sociedades com a
natureza (produção, distribuição e consumo) e seus impactos econômicos e socioambientais,
com vistas à proposição de alternativas que respeitem e promovam a consciência, a ética
socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional, nacional e global.
Participar do debate público de forma crítica, respeitando diferentes posições e fazendo esco-
lhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia,
consciência crítica e responsabilidade.

OBJETO(S)
HABILIDADE(S):
DE CONHECIMENTO:

A política liberal o papel do Analisar e caracterizar as dinâmicas das populações, das mer-
estado e do cidadão. As polí- cadorias e do capital nos diversos continentes, com destaque
ticas dos governos em rela- para a mobilidade e a fixação de pessoas, grupos humanos e
ção ao meio ambiente e os povos, em função de eventos naturais, políticos, econômicos,

MATERIAL DE
movimentos de organizações sociais e culturais.
não governamentais na luta Compreender e aplicar conceitos políticos básicos (Estado,
para a preservação do meio poder, formas, sistemas e regimes de governo, soberania etc.)
ambiente. na análise da formação de diferentes países, povos e nações e

APOIO PEDAGÓGICO
de suas experiências políticas.

PLANEJAMENTO
PARA APRENDIZAGENS
TEMA DE ESTUDO: Independência dos Estados Unidos, do Haiti e da América Espanhola
DURAÇÃO: 6 aulas
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
Professor(a), aqui se tem uma proposta de trabalhar os objetos de conhecimento por meio do tema
“emancipações políticas da América”, de forma a indicar as congruências e singulares desses obje-
tos. A ideia é estabelecer o diálogo dos processos de emancipação das áreas coloniais inglesa,
francesa e espanhola, de forma a fazer os(as) estudantes entenderem que esses se relacionam e
se influenciam e não são processos isolados. Posto isso, após a aplicação dessa sequência, serão
facilitadas as interseções com o processo emancipatório brasileiro. Ademais, essa proposta visa
que os(as) estudantes compreendam, também, como os processos emancipatórios reverberam
nos cotidianos das juventudes das Américas, nessa interface global das culturas juvenis.

B) DESENVOLVIMENTO:
Antes de iniciar essa sequência, solicite à turma que traga os materiais necessários (ou separe,
caso a escola tenha disponível esses materiais) para a confecção de um mapa da América. Os mate-
riais necessários estão descritos na seção RECURSOS dessa sequência didática.

28
A primeira aula desta sequência será a confecção, por grupos, de mapas da América colonial.
Entrega a folha A4 com o mapa da América colonial. Peça que os grupos façam, na folha craft, os
limites litorâneos da América e identifiquem os oceanos. Na sequência peça que os grupos elejam
as cores que identificaram as colônias inglesas, francesas, espanholas, portuguesas e holandesas
e crie a legenda. Depois, os grupos devem reproduzir as colônias na folha craft. Ao final da aula, se
possível, deixe as folhas dos mapas disponibilizadas nas paredes para a próxima aula. Professor(a),
caso não seja possível essa metodologia, uma alternativa é usar uma tabela de preenchimento.
Reproduza a tabela disponível em RECURSOS e deixe que a sala de aula pesquise para preenchê-la.
(Use livro didático ou outros recursos de pesquisa).
Na segunda aula, utilizando os mapas confeccionados pela turma, verse sobre o processo de
emancipação das colônias inglesas: as mudanças nos métodos de colonização após a Guerra
dos Sete Anos pela Inglaterra; as leis intoleráveis; a influência do pensamento iluminista e os
Congressos da Filadélfia. Comente sobre a guerra de independência, os auxílios franceses aos
colonos, o reconhecimento da separação e a promulgação da Constituição de 1787. Finalize
mostrando a ideia de cidadão em 1787 e como se excluía, na lei, mulheres, indígenas e escravi-
zados(as). [Caso ache interessante, selecione trechos dessa carta. A carta completa, em portu-
guês, está disponível nesse endereço: http://www.uel.br/pessoal/jneto/gradua/historia/recdida/
ConstituicaoEUARecDidaPESSOALJNETO.pdf.].
Na terceira aula, converse com a sala sobre a emancipação do Haiti (lembre-se de recorrer aos
mapas). Demonstre a influência da Revolução Francesa e dos ideais iluministas no levante dos

MATERIAL DE
escravizados, crioulos e forros haitianos. Aponte as lideranças negras do processo (L’Ouverture e
Dessalines) e a relação do processo com a promulgação, na França, com a Declaração dos Direitos
do Homem e do Cidadão e a manutenção da escravidão nas colônias. Por fim, aponte a relação
da emancipação haitiana ter sido liderada pelos escravizados com as políticas estrangeiras de

APOIO PEDAGÓGICO
isolamento do país e, consequentemente, sua extrema pobreza até os dias de hoje. Estabeleça,
também, essa emancipação com o medo das elites brasileiras de rebeliões de escravizados(as) no
Império: o medo da haitinização do Brasil.

PARA APRENDIZAGENS
Nas quarta e quinta aulas, explique os processos emancipatórios da América espanhola. Na quarta
aula, estabeleça as características gerais das emancipações: influência da invasão napoleônica à
Espanha nos processos de independência; as juntas governativas; as insatisfações criollas com a
administração e com os chapetones; a influência da formação dos Estados Unidos, da Revolução
Francesa e do Iluminismo. Acrescente como as reformas bourbônicas auxiliam nesse processo
que forja os ideários emancipatórios. Explique o porquê da fragmentação dos territórios colo-
niais em diversos países. Na quinta aula, exemplifique o processo emancipatório dos territórios
coloniais espanhóis (lembre-se de recorrer aos mapas). Cite as lideranças das independências da
Argentina, da Venezuela, do Peru, do México, etc. Explique o que foi a Carta da Jamaica, a ideia da
União Panamericana e o porquê do fracasso dessa união. Comente os interesses estadunidenses
(Doutrina Monroe) e ingleses na formação de nações independentes na América no cenário revolu-
cionário da transição do século XVIII para o XIX.
A última aula dessa sequência didática fica reservada para uma revisão (utilize os mapas) dos pro-
cessos e que os(as) discentes possam, ao final da revisão, escrever uma redação em que desenvol-
vam uma explicação comparativa entre as emancipações das colônias inglesas, francesas e espa-
nholas. Dessa forma, as habilidades selecionadas serão contempladas positivamente, ao criar as
análises das transformações e dinâmicas políticas, econômicas, sociais e culturais dos territórios
coloniais na América e seus processos emancipatórios relacionados às particularidades locais/
regionais e ao pensamento iluminista/liberal.

29
RECURSOS:

CONFECÇÃO DOS MAPAS

Cada grupo deve ter: 2 folhas de papel craft (uma sobressalente caso necessário); canetão /
canetinha de várias cores (pode ser tinta/pincel, giz de cera ou caixa de lápis de cor). Folha a4
com a reprodução do mapa colonial da América (segue adiante).

MATERIAL DE
APOIO PEDAGÓGICO
PARA APRENDIZAGENS

Fonte: IDADE Moderna: Expansão marítima e colonização da América. Guia do estudante. [s. l.], 2022.

30
Metodologia alternativa:

COLONIZAÇÃO DAS AMÉRICAS

COLONIZAÇÃO COLONIZAÇÃO COLONIZAÇÃO


FRANCESA ESPANHOLA INGLESA

Tipo de
exploração

Principais produ-
tos exportados

Principal tipo de
mão de obra

Divisões
administrativas

Principais grupos
sociais

MATERIAL DE
PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
Confecção de cartaz/confecção de tabela comparativa; participação em sala; redação; atividades.

APOIO PEDAGÓGICO
ATIVIDADES

1 - “Neste território não poderá haver escravos. A servidão foi abolida para sempre. Todos os

PARA APRENDIZAGENS
homens nascem, vivem e morrem livres…” “Todo homem, qualquer que seja sua cor, pode ser
admitido em qualquer emprego”. Artigos 3 e 4 da Constituição do Haiti, assinada por Toussaint
L’ Ouverture, 1801.
Lendo o texto e associando-o ao processo de independência das Américas espanhola e fran-
cesa, o que se concluir sobre a importância das ideias contidas nesses dois artigos?

2 - UFV-1996) Na década de 1820, a maioria dos países latino-americanos obtém a independência


política formal, com a consequente formação dos Estados Nacionais. Nas alternativas a seguir,
assinale aquela que NÃO expressa as novas funções que esses Estados passaram a ter no inte-
rior das respectivas Nações:

a) passaram a atuar sobre a orientação, estrutura e funcionamento da atividade econômica


e do sistema social, para possibilitar e assegurar o sucesso do modelo de crescimento
dependente.
b) mantiveram o setor produtivo primário-exportador, herdado da etapa colonial, praticamente
intacto e sob o controle local e autônomo da oligarquia.
c) iniciaram o processo de distribuição da riqueza, com a implantação do sistema tributário
onde predomina o tipo de imposto direto.
d) avoreceram a acumulação interna de capitais e a atração de recursos externos.
e) desempenharam papel decisivo no ordenamento do território e no processo de urbaniza-
ção, através das legislações sobre as terras.

31
3 - A ALCA é parte de um projeto integral dos Estados Unidos que começa há muito tempo, na
realidade, há quase dois séculos, quando, em 1823, James Monroe proclama a famosa doutrina
que leva seu nome, a da América para os americanos. ATILIO BORON.
A política externa estadunidense se constituiu por um elemento preponderante nas relações
entre os povos da América, apesar das diversas conjunturas que são verificadas ao longo dos
mais de duzentos anos de existência desse país. Posto isso, descreva o contexto histórico em
que surgiu a Doutrina Monroe e aponte seu principal objetivo.

REFERÊNCIAS

CONSTITUIÇÃO dos Estados Unidos da América. Uel. [s. l.], [2002], Disponível em: http://www.uel.
br/pessoal/jneto/gradua/historia/recdida/ConstituicaoEUARecDidaPESSOALJNETO.pdf. Acesso
em: 15 jun. 2022.
DECLARAÇÃO de Independência dos Estados Unidos. WikiZero. s/d. Disponível em: https://www.
wikizero.com/pt/Declara%C3%A7%C3%A3o_da_Independ%C3%AAncia_dos_Estados_Unidos.
Acesso em: 15 jun. 2022.
GOUVÊA, M. de F. S. Revolução e independências: notas sobre o conceito e os processos revolucio-
nários na América Espanhola. Revista Estudos Históricos, v.10, n. 20, 1997. Disponível em: https://

MATERIAL DE
bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/reh/article/view/2056. Acesso em: 15 jun. 2022.
IDADE Moderna: Expansão marítima e colonização da América. Guia do estudante. [s. l.], 2022.
Disponível em: https://guiadoestudante.abril.com.br/curso-enem-play/expansao-maritima-e-co-

APOIO PEDAGÓGICO
lonizacao-da-america-as-grandes-navegacoes-e-as-mudancas-decorrentes-da-chegada-de-co-
lombo-ao-novo-continente/. Acesso em: jul. 2022.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais:
Ensino Médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas

PARA APRENDIZAGENS
Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em: https://www2.educacao.mg.gov.br/images/documentos/
Curr%C3%ADcu-lo%20Refer%C3%AAncia%20do%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf. Acesso em: 5
jun. 2022.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: Ensino Médio. Escola de
Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível
em:https://drive.google.com/file/d/1I8T4Cody3pUScohWX4aQVGipgyWLKK8g/view. Acesso em:
5 jun. 2022.
PINHEIRO, M. S. Thomas Jefferson: escravidão e liberdade na independência do Haiti (1791-1806).
Anais do XI Encontro Internacional da ANPHLAC 2014 – Niterói – Rio de Janeiro. Disponível em:
http://antigo.anphlac.org/sites/default/files/Marcos%20Sorrilha%20Pinheiro_0.pdf. Acesso em:
15 jun. 2022.
SOARES, A. L.; SILVA, E. B. da. A revolução do Haiti: um estudo de caso (1791-1804). Ameríndia, ano
1, v. 1, 2006. Disponível em: https://repositorio.ufc.br/handle/riufc/13911. Acesso em: 15 jun. 2022.

32
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA

Analisar e avaliar criticamente as relações de diferentes grupos, povos e sociedades com a


natureza (produção, distribuição e consumo) e seus impactos econômicos e socioambientais,
com vistas à proposição de alternativas que respeitem e promovam a consciência, a ética
socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional, nacional e global.
Identificar e combater as diversas formas de injustiça, preconceito e violência, adotando prin-
cípios éticos, democráticos, inclusivos e solidários, e respeitando os Direitos Humanos.

OBJETO(S)
HABILIDADE(S):
DE CONHECIMENTO:

A Revolução Industrial e o Analisar e avaliar os impactos econômicos e socioambientais


seu impacto nas socieda- de cadeias produtivas ligadas à exploração de recursos natu-
des. A divisão social do tra- rais e às atividades agropecuárias em diferentes ambientes e
balho e o modo de vida em escalas de análise, considerando o modo de vida das popula-
sociedades industrializadas. ções locais e o compromisso com a sustentabilidade.
Analisar e avaliar os impasses ético-políticos decorrentes das
transformações científicas e tecnológicas no mundo contem-
porâneo e seus desdobramentos nas atitudes e nos valores de

MATERIAL DE
indivíduos, grupos sociais, sociedades e culturas.

PLANEJAMENTO

APOIO PEDAGÓGICO
TEMA DE ESTUDO: Causas e consequências da industrialização
DURAÇÃO: 6 aulas
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA: PARA APRENDIZAGENS
O processo de industrialização é uma das grandes revoluções da humanidade. Esse processo
transforma as relações sociais, econômicas, políticas e culturais de todas as civilizações do globo,
em maior e/ou menor grau. Trabalhar as fases desse processo revolucionário traz aos(às) estudan-
tes possibilidades de entender suas realidades e inserções nesse novo modelo que se iniciou no
século XVIII. Ademais, é um importante tema para discutir as participações laborais e de classe na
seara capitalista contemporânea. Também é um tema que pode contribuir para o entendimento
das juventudes de seus papéis no mundo capitalista atual: formas de inserção, novas profissões,
manutenção, ampliação e redução de direitos trabalhistas, dentre outros.

B) DESENVOLVIMENTO:
Professor(a), nessa sequência didática a metodologia é que você traga imagens e textos sobre a
realidade da introdução da industrialização nas sociedades e, a partir daí, retirar dos(as) estudan-
tes(as) informações/interpretações desses recursos utilizados e, consequentemente, trabalhar os
conceitos das ciências humanas relacionados à industrialização: fases da industrialização, inova-
ções tecnológicas, uso de recursos naturais e energéticos, relações sociais inerentes ao processo
(alienação do trabalho/divisão social do trabalho/trabalho infantil) e a formação dos direitos traba-
lhistas desde a primeira fase do processo revolucionário até os dias atuais.

33
Na primeira aula, exponha à sala de aula os recursos selecionados para essa aula e que se encon-
tram na seção RECURSOS. Apresente o vídeo e a tabela. Peça que os(as) discentes elenquem as
percepções que tiveram ao verem as imagens e, na sequência dialogue com os apontamentos as
causas da Primeira Revolução Industrial.

Na segunda aula, professor(a), apresente as duas imagens disponíveis na seção RECURSOS e


trabalhe com a sala de aula as fases da industrialização em diálogo com a utilização de recursos
naturais e energéticos e a diversificação das atividades industriais e seus impactos socioam-
bientais em todas as fases da industrialização, contemplando, dessa forma, em grande parte, a
habilidade 302.

Na terceira aula, trabalhe com a sala as inovações tecnológicas. Para isso, reproduza o texto dis-
ponível na seção RECURSO. Dialogue, com a sala, sobre como os avanços tecnológicos melhoraram
as condições de vida de parte da humanidade, mas também são responsáveis pela degradação
ambiental e aumento da pobreza sistêmica. Procure fazer com que os(as) estudantes(as), por conta
própria, cheguem à conclusão de que as tecnologias não estão disponíveis para todos os seres
humanos, ou seja, impasses éticos-políticos-culturais das sociedades industriais.

Na quarta aula, dedique às discussões sobre as condições de vida dos operários e a organização
desses em busca de direitos e melhores condições de vida e trabalho. Utilize os trechos selecio-

MATERIAL DE
nados na seção RECURSOS para descortinar a construção dos direitos trabalhistas. Na sequência,
verse sobre os conceitos de alienação do trabalho, divisão social do trabalho e trabalho infantil.
Apresente os recursos selecionados na seção RECURSOS e desenvolva o debate e participação
da sala na apreensão desses conceitos. Se possível, nos momentos finais da aula, indague aos(às)

APOIO PEDAGÓGICO
estudantes sobre suas percepções acerca dos direitos trabalhistas e condições de labor no Brasil
atual.

Na quinta aula, professor(a), utilize os itens selecionados na seção RECURSOS (ou aqueles que

PARA APRENDIZAGENS
sejam possíveis de ser utilizados) para discutir com os(as) estudantes a relação entre industria-
lização e sustentabilidade. Além da questão do desenvolvimento sustentável, dialogue sobre a
industrialização e os valores contemporâneos individuais e coletivos relacionados à sociedade de
consumo/capitalista.

Na sexta aula, professor(a), utilize-a para recapitular as aulas anteriores, sanar dúvidas ou,
até mesmo, finalizar algo que ficou “pra trás” das aulas anteriores. Essa aula pode ser utilizada,
também, para aplicação de atividade de verificação de aprendizagem do objeto de conhecimento
trabalhado.
Lembre-se, docente, que as fontes da seção RECURSOS são sugestões e que você pode acres-
centar mais fontes para auxiliar na apreensão do objeto de conhecimento e construção das habi-
lidades e competências do currículo. Você pode, na medida das condições materiais existentes,
reproduzir em Datashow, impressão individual, utilizar ppt etc., para transmitir à sala de aula as
fontes selecionadas por essa sequência didática e por você.

34
RECURSOS:
1ª aula

Expor o vídeo: The Mill. Disponível


em: https://www.youtube.com/
watch?v=YacizJRW4WI.
(Trailer da minissérie The Mill. A obra trata
da utilização de crianças órfãs nas fábri-
cas em troca de alojamento e comida.
Trata também do início da consciência
operária e das leis trabalhistas).

Fonte: REVOLUÇÃO Industrial. Livro Zilla. [s. l.], 2022.

2ª aula

MATERIAL DE
APOIO PEDAGÓGICO
PARA APRENDIZAGENS
Fonte: NEGRI, Alcenir Vergilio. Figura 1 - Estágios da Fonte: TUDO sobre a primeira revolução industrial: das
revolução industrial. [s. l], 2022. causas às consequências! Beduka. [s. l.], 14 set. 2020.

3ª aula

Texto: “5 inovações que mudaram a história da indústria”.


Disponível em: https://www.senai-ce.org.br/blog/5-inovacoes-que-mudaram-a-historia-da-
-industria/
Fonte: CARVALHO, Ivan. 5 inovações que mudaram a história da indústria. CARVALHO, Ivan. SENAI. [s. l.], 2022.

35
4ª aula

Primeiro Trecho:
“A Revolução Industrial foi uma mudança na forma de produção de mercadorias ocorrida em
meados do século XVIII com origem na Inglaterra. Essa alteração no modo de produção se deu
a partir do emprego de máquinas à vapor nas indústrias. Com o avanço do capitalismo e diante
da necessidade de lucro por parte dos donos das indústrias, o trabalhador era visto como mera
parte do sistema de produção e por isso eram submetidos a exaustivas jornadas laborais e a
péssimas condições de trabalho. Não havia leis trabalhistas que amparassem a classe operária,
o que motivou os trabalhadores a se unirem em grupos específicos denominados Sindicatos.
Estas associações coletivas visavam melhores condições de trabalho e a diminuição da carga
horária de labor. Diante de tais reivindicações, surgem os primeiros embates entre a classe
trabalhadora e os donos das fábricas. Trata-se do início das lutas de classe”.
Fonte: BARROS, S. G. M.; LAGARES, R. Direito do trabalho: da Revolução Industrial à proteção constitucional brasileira. Carajás Educacional.
[s. l.], 2022.

Segundo Trecho:
“O surgimento do sindicalismo está ligado ao contexto da industrialização e consolidação do
capitalismo na Europa a partir do século XVIII, quando ocorreu a Revolução Industrial. A época
foi marcada pelas péssimas condições de vida e trabalho às quais estava submetida boa parte

MATERIAL DE
da população europeia.
As relações sociais nessa época atingiram uma enorme polarização, com a sociedade dividida
em duas grandes classes: a burguesia e o proletariado. É nesse momento que fica evidente o
antagonismo de interesses entre elas.

APOIO PEDAGÓGICO
Com o tempo, trabalhadores passaram a se organizar como meio de confrontar empregado-
res e questionar a situação da época. Os primeiros indícios de união entre trabalhadores apa-
recem com a quebra de máquinas fabris como forma de resistência, movimento conhecido

PARA APRENDIZAGENS
como ludismo. A motivação era a visão dos trabalhadores de que estariam sendo substituídos
pela maquinaria nas indústrias.
Mais tarde, o Parlamento Inglês aprovou em 1824 uma lei estendendo a livre associação aos ope-
rários, algo que antes era permitido somente às classes sociais dominantes. Com isso, come-
çam a ser criadas as trade unions, organizações sindicais equivalentes aos atuais sindicatos.
As trade unions passam então a negociar em nome do conjunto de trabalhadores, unificando a
luta na busca por maiores direitos e salários. A ideia era evitar que os empregadores pudessem
exercer pressão sobre trabalhadores individualmente.
Outras medidas das  trade unions  foram a fixação de salário para toda a categoria, inclusive
regulamentando-o em função do lucro (assim, o aumento da produtividade industrial resultava
também em aumento no salário dos trabalhadores), criação de fundos de ajuda para trabalha-
dores em momentos de dificuldades, além da reunião das categorias de uma região em uma só
federação.
No ano de 1830,  os operários ingleses formam a Associação Nacional para a Proteção do
Trabalho, que se constitui como uma central de todos os sindicatos”.
Fonte: SOUZA, Isabela. História do sindicalismo no Brasil e no mundo. Politize. [s. l.], 26 abr. 2017.

36
5ª aula

Alienação do trabalho:
“A alienação torna o trabalho estranhado, o trabalhador não se apropria do que é produzido. O
indivíduo não se reconhece no trabalho, se desumaniza, o trabalho longe de ser sua realização
enquanto indivíduo é sua escravidão. Alienação da nossa própria vontade, de nossos sentidos
utilizados pelo capitalista.
No mundo das mercadorias, é o homem a principal mercadoria, é através da utilização da
força de trabalho, do trabalho vivo no intercâmbio com as máquinas, trabalho morto, que se
cria riqueza a mais-valia que é apropriada pelo burguês; a venda é quantificada pelo tempo,
podendo o capitalista aumentar o ritmo da produção e extrair mais valia relativa, ou aumentar a
jornada de trabalho e extrair mais valia absoluta”.
Fonte: MARXISMO | A alienação do trabalho. Esquerda diário. [s. l.], 20 out. 2016.

MATERIAL DE
APOIO PEDAGÓGICO
PARA APRENDIZAGENS
Fonte: CLICK Sociológico. Pinterest. [s. l.], 2022.

Divisão social do trabalho:


“O que é a divisão social do trabalho segundo Karl Marx?
Para o alemão Karl Marx, as relações sociais são determinadas a partir do trabalho, das rela-
ções de produção e das mercadorias produzidas, desde as sociedades tribais até as sociedades
capitalistas.
Para Marx, a divisão do trabalho só efetivou-se no momento da separação entre trabalho manual
e trabalho intelectual. A divisão entre os tipos de trabalho aconteceu a partir da segmentação
do trabalho na indústria e nas sociedades capitalistas.
No trabalho intelectual, os trabalhadores técnico-científicos são os responsáveis pela organi-
zação do sistema de produção e pela submissão dos operários ao sistema de produção capi-
talista. A divisão entre proletários e donos dos meios de produção é base para as explicações
sobre desigualdade social.
Os operários, por sua vez, dedicam-se ao trabalho manual, numa relação de troca desigual com
o dono da propriedade e com os trabalhadores técnico-científicos. A condição de trabalho dos
proletários faz com que eles percam a noção completa do trabalho que realizam e passam a
viver momentos de alienação”.
Fonte: CRUZ, Natália.Divisão Social do Trabalho. Quero Bolsa. [s. l.], 28 jul. 2022.

37
Fonte: RUY, Marcos Aurélio. Com desemprego nas alturas, conservadores querem legalizar o trabalho infantil. CTB. [s. l.], 10 nov. 2021.

Trabalho infantil:
“O século XVIII marcou o início da Primeira Revolução Industrial na Inglaterra, promovendo

MATERIAL DE
profundas mudanças econômicas nos sistemas de produção. unto a essa revolução, vieram
também outras transformações, como o êxodo rural, em que grande parte da população des-
locou-se para as cidades à procura de ofertas de emprego; a invenção de máquinas para fabri-
car mercadorias; o surgimento de novas classes sociais e a exploração do trabalho infantil nas

APOIO PEDAGÓGICO
fábricas. [...]
A mudança do campo para a cidade contribuiu para a utilização do trabalho infantil nas indús-
trias. Inicialmente, só as crianças abandonadas em orfanatos eram entregues aos patrões para
trabalharem nas fábricas. Com o passar do tempo, as crianças que tinham famílias começaram

sua infância. [...] PARA APRENDIZAGENS


a trilhar o mesmo caminho, trabalhando por longas e exaustivas horas, perdendo, assim, toda a

O longo tempo de trabalho gerava cansaço nas crianças, o que acabava diminuindo o ritmo das
atividades. Castigos como socos e outras agressões eram aplicados para punir a desatenção.
As crianças que chegavam atrasadas ou que conversavam durante o trabalho também eram
castigadas. As que fugiam eram procuradas pela polícia e fichadas quando encontradas. Dessa
forma, a vida nas cidades trouxe grandes dificuldades para as crianças durante o processo de
Revolução Industrial, que promoveu a exploração não só de adultos, mas também do trabalho
infantil”.
Fonte: SANTOS, Fabrício Barroso dos. Trabalho infantil no início da Revolução Industrial. Mundo educação. [s. l.], 2022.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
Uso de gêneros textuais diversos. Uso de recursos tecnológicos. Verificação da participação dis-
cente em sala de aula. Avaliação de verificação de apreensão das habilidades, competências e
objeto de conhecimento selecionados.

38
ATIVIDADES
1 - Explique:

a) Porque a industrialização iniciou-se no continente europeu e, em sua primeira fase, ficou


restrita somente à Inglaterra?
b) Quais as consequências da industrialização para as atividades agropecuárias e socioam-
bientais nas diversas fases do processo industrial?
c) Cite algumas formas de desenvolvimento industrial associadas à sustentabilidade e preser-
vação do meio ambiente.

2 - Observe a imagem e escreva um


pequeno texto associando pobreza,
desigualdade socioeconômica, tra-
balho infantil e ausência de políticas
públicas para erradicação da miséria.

MATERIAL DE
Fonte: PORFÍRIO, Francisco. Trabalho infantil. Brasil Escola. [s. l.], 2022.

APOIO PEDAGÓGICO
3 - Explique, com suas palavras, os conceitos:

a) Alienação do trabalho.
b) Divisão Social do Trabalho.
c) Movimento Operário.
d)
PARA APRENDIZAGENS
Terceira Revolução Industrial.

REFERÊNCIAS

BARROS, S. G. M.; LAGARES, R. Direito do trabalho: da Revolução Industrial à proteção constitucio-


nal brasileira. Carajás Educacional. [s. l.], 2022. Disponível em: http://www.carajaseducacional.
com.br/upload/pdf/RESUMOARTIGOSILAS2017.1OK.pdf. Acesso em: 21 jun. 2022.
CARVALHO, Ivan. 5 inovações que mudaram a história da indústria. CARVALHO, Ivan. SENAI. [s. l.],
2022. Disponível em: https://www.senai-ce.org.br/blog/5-inovacoes-que-mudaram-a-historia-
-da-industria/. Acesso: 21 jun. 2022. SENAI. [s. l.], 2022. Disponível em: https://www.senai-ce.org.
br/blog/5-inovacoes-que-mudaram-a-historia-da-industria/. Acesso: 21 jun. 2022.
CAVALCANTE, Z. V.; SILVA, M. L. S. da. A importância da Revolução Industrial no mundo da tecnolo-
gia. Anais Eletrônico VII EPCC – Encontro Internacional de Produção Científica Cesumar. CESUMAR
– Centro Universitário de Maringá Editora CESUMAR Maringá – PR. Disponível em: https://rdu.uni-
cesumar.edu.br/bitstream/123456789/6395/1/zedequias_vieira_cavalcante2.pdf. Acesso em: 20
jun. 2022.
CLICK Sociológico. Pinterest. [s. l.], 2022. Disponível em: https://br.pinterest.com/
pin/646266615251824176/. Acesso: 21 jun. 202.

39
CRUZ, Natália.Divisão Social do Trabalho. Quero Bolsa. [s. l.], 28 jul. 2022. Disponível em: https://
querobolsa.com.br/enem/sociologia/divisao-social-do-trabalho. Acesso: Ago. 2022.
MARTINS, O. G. Condições de Vida e de Trabalho na Inglaterra da Revolução Industrial. Dissertação
de Mestrado. Universidade Aberta, Lisboa, 2008. 150 p. Disponível em: https://repositorioaberto.
uab.pt/handle/10400.2/446. Acesso em: 15 jun. 2022.
MARXISMO | A alienação do trabalho. Esquerda diário. [s. l.], 20 out. 2016. Disponível em: https://
www.esquerdadiario.com.br/A-alienacao-do-trabalho. Acesso: 20 jun. 2022.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais:
Ensino Médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas
Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em: https://www2.educacao.mg.gov.br/images/documentos/
Curr%C3%ADcu-lo%20Refer%C3%AAncia%20do%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf. Acesso em: 5
jun. 2022.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: Ensino Médio. Escola de
Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível
em:https://drive.google.com/file/d/1I8T4Cody3pUScohWX4aQVGipgyWLKK8g/view. Acesso em:
5 jun. 2022.
NEGRI, Alcenir Vergilio. Figura 1 - Estágios da revolução industrial. Researchgate. [s. l], 2022.
Disponível em: https://www.researchgate.net/figure/Figura-1-Estagios-das-Revolucoes-
Industriais_fig1_346895285. Acesso em: jul. 2022.

MATERIAL DE
OLIVEIRA, E. M. Transformações no mundo do trabalho, da Revolução Industrial aos nossos dias.
Caminhos de Geografia 6(11)84-96, Fev/2004. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/cami-
nhosdegeografia/article/view/15327/8626. Acesso em: 21 jun. 2022.

APOIO PEDAGÓGICO
PORFÍRIO, Francisco. Trabalho infantil. Brasil Escola. [s. l.], 2022. Disponível em: https://brasiles-
cola.uol.com.br/sociologia/trabalho-infantil.htm. Acesso: 21 jun. 2022.
REVOLUÇÃO Industrial. Livro Zilla. [s. l.], 2022. Disponível em: https://livrozilla.com/doc/153061/

PARA APRENDIZAGENS
revolu%C3%A7%C3%A3o-industrial. Acesso em: jul. 2022.
RUY, Marcos Aurélio. Com desemprego nas alturas, conservadores querem legalizar o trabalho
infantil. CTB. [s. l.], 10 nov. 2021. Disponível em: https://ctb.org.br/noticias/brasil/com-desempre-
go-nas-alturas-conservadores-querem-legalizar-o-trabalho-infantil/. Acesso: 21 jun. 2022.
SANTOS, Fabrício Barroso dos. Trabalho infantil no início da Revolução Industrial. Mundo educa-
ção. [s. l.], 2022. Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/trabalho-infan-
til-no-inicio-revolucao-industrial.htm. Acesso: 20 jun. 2022.
SOUZA, Isabela. História do sindicalismo no Brasil e no mundo. Politize. [s. l.], 26 abr. 2017.
Disponível em: https://www.politize.com.br/sindicalismo-no-brasil-e-no-mundo/#:~:text=O%20
surgimento%20do%20sindicalismo%20est%C3%A1,boa%20parte%20da%20popula%C3%A7%-
C3%A3o%20europeia. Acesso: 17 jun. 2022.
THE Mill | Sundays, 8pm | Channel 4. [s. l.: s. n.], 17 jul. 2013. 1 vídeo (1 min). Publicado pelo canal
Channel 4. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=YacizJRW4WI. Acesso em: jul.
2022.
TUDO sobre a primeira revolução industrial: das causas às consequências! Beduka. [s. l.], 14 set.
2020. Disponível em: https://beduka.com/blog/materias/historia/primeira-revolucao-industrial/.
Acesso: 21 jun. 2022.

40
MATERIAL DE APOIO PEDAGÓGICO PARA APRENDIZAGENS SIGNIFICATIVAS
ANO DE ESCOLARIDADE REFERÊNCIA ANO LETIVO
3o ano – 4 o Bimestre Ensino Médio 2022

COMPONENTE CURRICULAR ÁREA DE CONHECIMENTO


Filosofia Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
COMPETÊNCIA
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA

Competência Específica 02: Analisar a formação de territórios e fronteiras em diferentes tempos e


espaços, mediante a compreensão das relações de poder que determinam as territorialidades e o
papel geopolítico dos Estados-nações.
OBJETO(S) DE CONHECIMENTO HABILIDADE(S)
OBJETO(S)
HABILIDADE(S):
DE CONHECIMENTO:

Ocupação dos espaços geográ- (EM13CHS206) Compreender e aplicar os princípios de localiza-

MATERIAL DE
ficos e a diversidade cultural. ção, distribuição, ordem, extensão, conexão, entre outros, rela-
cionados como raciocínio geográfico, na análise da ocupação
humana e da produção do espaço em diferentes tempos.

APOIO PEDAGÓGICO
PLANEJAMENTO

DURAÇÃO: 2 aulas
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
PARA APRENDIZAGENS
TEMA DE ESTUDO : Ocupação dos espaços geográficos e a diversidade cultural

A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
Olá! Como vai?
Você já parou para pensar nos lugares que você frequenta? Qual a distribuição desses locais dentro da
sua cidade? Quanto tempo da sua vida você investe nesses locais? Qual a relação entre suas crenças, sua
condição econômica, sua educação escolar e familiar, sua personalidade, sua história de vida, enfim,
com os lugares que você frequenta? Você procura lugares novos ou vai sempre nos mesmos lugares?
Talvez, a ocupação que temos pessoalmente e, enquanto sociedade, não seja tão consciente para
respondermos de imediato essas perguntas. Possivelmente, os estudantes da sua turma também não
tenham essa consciência. Acrescenta-se a isso, que muitos locais de cultura na sua cidade ou no bairro
passam despercebidos pela maioria dos cidadãos.
Nesta sequência didática, usaremos a técnica do mapa afetivo para nos auxiliar a tomar consciência de
como ocupamos o espaço e ampliar nossa consciência em relação à cultura da cidade e do bairro. Caso
você ache interessante, pode adaptar a atividade e expandir a reflexão para o estado de Minas Gerais ou
para o Brasil. Estamos propondo uma reflexão mais limitada ao bairro e cidade para estar mais próxima
da realidade dos seus estudantes.

41
Vamos organizar esta sequência didática em 2 aulas. Entre a 1º aula e a 2º aula, será importante
que os estudantes façam a pesquisa proposta na seção “Atividades”, portanto, é necessário um
intervalo de alguns dias entre as duas aulas.

B) DESENVOLVIMENTO:
1ª AULA
1º momento – (10 minutos): Faça, para a sua turma, algumas perguntas motivadoras conforme
a realidade de seus estudantes. Sugerimos algumas aqui abaixo, mas, sinta-se à vontade para
modificá-las.
→ Quais lugares você frequenta no bairro e na cidade?
→ Desses lugares, quais você vai sozinho(a) e quais você vai acompanhado?
→ Desses lugares, quais você vai espontaneamente e quais você vai porque alguém lhe deter-
mina ir?
→ Quais são seus sentimentos nesses lugares que você frequenta?
→ Quais lugares do bairro e da cidade você gostaria de ir e não vai? Qual o motivo que o impede
de ir?
→ Como você imagina ser as atividades desenvolvidas nesses lugares que você não vai e como
você imagina ser o seu sentimento caso você vá?

MATERIAL DE
2º momento – (20 minutos): Organize a sala em grupos de 4 ou 5 pessoas. Talvez seja interessante
organizar os grupos que vão mapear o bairro colocando estudantes pela proximidade de onde
moram (pense se é válida ou não essa nossa sugestão). Explique aos estudantes que eles deverão
fazer um mapa afetivo-cultural. É provável que você precise explicar a diferença entre um mapa

APOIO PEDAGÓGICO
cartográfico tradicional e o mapa afetivo-cultural. Para aprofundar sobre isso, sugerimos a leitura
Cartografias afetivas: mapas em movimento.
Cartografias afetivas: mapas em movimento. Programa Itau Social Unicef. Disponível em: https://
programaitausocialunicef.cenpec.org.br/noticia/cartografias-afetivas-mapas-em-movimento/.

PARA APRENDIZAGENS
Estabeleça quais grupos farão o mapa da cidade, os que farão o mapa do bairro e o mapa do entorno
da escola. Distribua uma cartolina e o material para escrita e peça que façam um mapa conforme a
extensão que você estabeleceu para o grupo (cidade, bairro ou entorno da escola).

3º momento – (10 minutos ou o tempo restante): Peça aos grupos para apresentarem brevemente
seus mapas. Neste momento, não é necessária muita problematização sobre os mapas. Peça aos
estudantes para fazerem a pesquisa que está na seção “ATIVIDADES”. Recolha os mapas produzi-
dos nesta aula. Sugerimos que os estudantes tirem uma foto do mapa que fizeram para fazerem
melhor sua pesquisa fora da escola.

2ª AULA
1º momento – (5 minutos): Apresente a proposta da aula: complementar os mapas desenvolvidos
na aula anterior.

2º momento – (10 minutos): Entregue os mapas feitos na aula passada e peça aos estudantes que
complementem o mapa com fotos ou outros objetos que representem os locais que eles encon-
traram. Como eles, possivelmente, trouxeram muito material que não dê para fixar no mapa, suge-
rimos que eles usem “alfinetes” reais ou desenhados (semelhantes aos usados em aplicativos de
localização) para indicarem os locais que eles trouxeram.

42
3º momento – (35 minutos ou o tempo restante): Relembre aos estudantes o conceito sobre cul-
tura que foi trabalhado ao longo deste ano letivo. Peça aos grupos para apresentarem o que eles
complementaram. Observe as complementações que fizeram. A partir do que apresentaram e de
locais que estavam ausentes, crie questões que os levem a pensar sobre a concepção deles sobre
cultura. Abaixo, apresentamos algumas situações para ilustrar como você pode pensar para criar
as questões.
Situação A: se os estudantes não colocarem as igrejas e locais religiosos: pergunte a eles, primei-
ramente, porque eles não colocaram esses lugares e se eles consideram a religião como forma de
cultura.
Situação B: se os estudantes não colocarem os locais de alimentação como lanchonetes: pergunte
a eles se eles acham que só comidas típicas são elementos culturais ou se os fast-food também
fazem parte da cultura.

RECURSOS:
Cartolina, giz de cera, outros materiais de escrita que os estudantes tenham e queiram usar. Fita
crepe, TV, celular, fotos.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
Avaliação qualitativa: Observe se os estudantes conseguem demonstrar uma compreensão entre

MATERIAL DE
a ocupação geográfica e a participação política, entre cidadania e o acesso aos espaços públicos.
Uma boa observação que você pode fazer, para pensar em intervenções pedagógicas futuras, seria
qual tipo de espaços eles mais frequentam e quais eles acham que não podem frequentar.

APOIO PEDAGÓGICO
ATIVIDADES

PARA APRENDIZAGENS
AULA 1

1 - A partir do mapa que seu grupo fez, pesquise outros locais que respondam às seguintes questões:
→ Quais lugares você não se lembrou durante a aula? Por que eles não foram lembrados?
→ Quais lugares são importantes para a população, mas não são importantes para você?
→ Quais lugares do bairro e da cidade você gostaria de ir e não vai?
→ Quais lugares são possíveis ir gratuitamente e quais são pagos?

2 - Observe e faça pequenas anotações que lhe ajudem a lembrar: Quais são seus sentimentos
nesses lugares que você frequenta?

AULA 2

1 - Reflita com seus colegas e professores, qual é a importância de ocupar os espaços públicos do
seu bairro e cidade. Registre abaixo uma síntese da sua reflexão.

43
2 - Qual a relação entre ocupação dos espaços e democracia?

REFERÊNCIAS

Cartografias afetivas: mapas em movimento. Programa Itau Social Unicef, [s. l.], [19 mar. 2021].
Disponível em https://programaitausocialunicef.cenpec.org.br/noticia/cartografias-afetivas-ma-
pas-em-movimento/. Acesso em: 04 jul. 2022.
CORDI, Cassiano e outros. Para Filosofar – São Paulo: Scipione, 2000. p. 195 a 222.
VASCONCELOS, José Antônio. Reflexões: Filosofia e Cotidiano. São Paulo: Edições SM, 2016. p. 284
a 311.
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Temas de Filosofia. 3ª ed. Revisada.
São Paulo: Moderna, 2005. p. 41 a 61

MATERIAL DE
_______ . Filosofando – Introdução à Filosofia. 5ª ed. São Paulo: Moderna, 2013. p. 53 a 66.

APOIO PEDAGÓGICO
PARA APRENDIZAGENS

44
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA

Competência Específica 01: Analisar processos políticos, econômicos, sociais, ambientais e


culturais nos âmbitos local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir da plu-
ralidade de procedimentos epistemológicos, científicos e tecnológicos, de modo a compreen-
der e posicionar-se criticamente em relação a eles, considerando diferentes pontos de vista e
tomando decisões baseadas em argumentos e fontes de natureza científica.

OBJETO(S)
HABILIDADE(S):
DE CONHECIMENTO:

Povos indígenas responsabi- (EM13CHS102) Identificar, analisar e discutir as circunstân-


lidade com a natureza, ética cias históricas, geográficas, políticas, econômicas, sociais,
e cosmovisão. ambientais e culturais da emergência de matrizes conceituais
As filosofias Africanas e hegemônicas (evolução, modernidade etc.) comparando-as a
afrodescendentes. narrativas que contemplem outros agentes e discursos.

PLANEJAMENTO

DURAÇÃO: 2 aulas
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
MATERIAL DE
TEMA DE ESTUDO: A cosmovisão indígena e africana

A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
Olá! APOIO PEDAGÓGICO
O cerne da Filosofia é a busca da sabedoria. Necessariamente, para se alcançar a sabedoria, o

PARA APRENDIZAGENS
caminho não precisa ser exclusivamente racional. A racionalidade é um aspecto importante do
modo de ser humano, mas não é a única dimensão que nos permite compreender e recriar o mundo.
As sociedades ocidentais, a partir do surgimento da Filosofia na Grécia Antiga, priorizaram a racio-
nalidade como forma de compreender e explicar o mundo. Posteriormente, essa forma se acentua
com a Ciência Ocidental e o Sistema Capitalista que encontram na racionalidade uma forma eficaz
de dominar e explorar a Natureza.
Outras culturas, porém, estabelecem com a Natureza uma forma diferente de se relacionar. O ser
humano não seria um animal superior e separado da Natureza, mas um dos elementos que a cons-
titui e, portanto, deve viver integrado a ela.
Nesta sequência didática, vamos observar que tanto na cosmovisão indígena brasileira como
na cosmovisão comum dos povos africanos, encontramos formas diferentes de compreender o
mundo e de estar nele.

B) DESENVOLVIMENTO:
AULA 1: Estudo de textos
1º momento – (10 minutos): Apresente o tema aos estudantes utilizando o vídeo Filosofia Africana
da professora Eliza Menezes. Apesar do foco do vídeo ser a filosofia africana, ela estabelece uma
similitude com o pensamento indígena e com outras manifestações de africanidade. Após o vídeo,

45
converse com os estudantes sobre alguns pontos do vídeo que eles não compreenderam ou que
queiram apenas comentar. Sugerimos algumas questões:
1. Quais são os significados para o termo “filosofia africana”?
2. Você acha que houve influência do pensamento africano na filosofia grega?
3. Santo Agostinho nasceu na África, mas ele pode ser considerado um filósofo africano? Por
quê?
4. Ser um pensador negro é o mesmo de ser um filósofo africano? Por quê?
5. Por que motivo pouco sabemos sobre os pensadores africanos?

2º momento – (20 minutos): Organize a sala em grupos e distribua os 3 textos.

1. Texto 1 – A Filosofia Ubuntu.


GAZONI, Vinícius. A filosofia Ubuntu: o que é, onde surgiu e como ela se reflete em nossa
sociedade? Ubuntu Finanças. [s. l.], [2022]. Disponível em https://site.ubuntufin.com.br/o-
-que-e-a-filosofia-ubuntu/. Acesso em: 07 jul. 2022.

2. Texto 2 – O bem viver indígena e o futuro da humanidade.


BONIN, Iara. O bem viver indígena e o futuro da humanidade. Conselho
Indigenista Missionário, [s. l.], [2022]. Disponível em: https://cimi.org.
br/o-bem-viver-indigena-e-o-futuro-da-humanidade/#:~:text=Um%20dos%20

07/07/2022.
MATERIAL DE
grandes%20ensinamentos%20que,o%20lugar%20onde%20se%20vive. Acesso

3. Texto 3 – A diferença entre o ser humano e os demais animais.


em

APOIO PEDAGÓGICO
PORFíRIO, Francisco. “Diferenças entre o ser humano e os demais animais”. Brasil Escola,
[s. l.], [2022]. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/diferencas-entre-
-ser-humano-os-demais-animais.htm. Acesso em: 07 jul. 2022.

PARA APRENDIZAGENS
Cada grupo deve receber apenas um texto. Sendo assim, conforme a quantidade de grupos que
forem formados, haverá grupos cujos textos vão ser comuns. Peça aos estudantes para obser-
varem o que esses textos abordam sobre o que é o ser humano e sua relação com a natureza.
Apresentamos algumas sugestões:
1. O que diferencia o ser humano dos outros seres?
2. O ser humano seria superior, inferior ou igual aos demais seres?
3. Qual o papel do ser humano, como ser racional, em relação à natureza?

3º momento – (15 minutos ou o tempo restante): Entregue a cada grupo uma cartolina e uma caixa
de giz de cera (você usar outros materiais como revistas, pincéis atômicos coloridos, etc.) e peça
para os estudantes criarem uma ilustração que represente as ideias do texto do grupo deles.
OBSERVAÇÃO: se você quiser diminuir uma aula planejada neste bimestre, sugerimos que trans-
forme essa aula em um trabalho extraclasse e realize, na escola, apenas a aula 2 desta sequência
didática.

AULA 2: Apresentação
1º momento – (10 minutos): Organize uma mini exposição. Você pode usar os corredores da escola
e pedir aos estudantes para fixarem os cartazes semelhantes a um museu pictográfico. Terminada
a montagem, visite as ilustrações produzidas.

46
2º momento – (35 minutos ou o tempo restante): Diferentemente do museu, cada grupo deve ter
um representante que explique brevemente o conceito retratado na ilustração do grupo. Aproveite
o momento para fazer algumas perguntas simples sobre o conhecimento que eles deveriam ter
desenvolvido com o estudo de texto. Se achar conveniente, convide a orientadora da turma, algum
professor que esteja disponível no momento ou algum outro funcionário ou estudante de outra
série para visitar a mini exposição. Os outros estudantes da turma devem visitar os outros grupos
e observar o que tem de semelhança e diferença com o seu texto e sua ilustração. O (A) estudante
que está explicando a ilustração, deve revezar a função com os outros colegas do grupo.

RECURSOS:
Material de escrita: giz de cera, pincéis atômicos, canetas, etc., cartolinas, tesouras e revistas
(opcional). TV, computador e demais materiais para projeção de vídeo.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
Avaliação qualitativa: Faça uma comparação entre o que eles trouxeram de conhecimento do tema
no início desta sequência didática e o que eles apresentam no final: houve aumento da informação
sobre as culturas indígenas e africanas? O estudo colaborou para a ampliação da própria consciên-
cia sobre quem somos e como pode ser nossa relação com a natureza e os outros seres humanos?
Ainda permaneceram alguns preconceitos? Se sim, quais? O que pode ser trabalhado de forma
interdisciplinar para que sejam superadas as deficiências nesse aprendizado?

MATERIAL DE
ATIVIDADES

APOIO PEDAGÓGICO
1 - O que caracteriza a Filosofia Africana e a distingue da Filosofia Ocidental?

2 - O que tem de comum na cosmovisão africana e na indígena brasileira?

PARA APRENDIZAGENS
REFERÊNCIAS

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Temas de Filosofia. 3ª ed. Revisada.
São Paulo: Moderna, 2005. p. 41 a 61
_________ . Filosofando – Introdução à Filosofia. 5ª ed. São Paulo: Moderna, 2013. p. 53 a 66.
BEM VIVER – Um caminho novo. [s. l.: s. n.], 07 abr. 2016. 1 vídeo (21:42 min). Publicado pelo canal
Conselho Indigenista Missionário Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=FGyrSqiFW-
to&t=159s&ab_channel=ConselhoIndigenistaMissionario. Acesso em: 07 jul. 2022
BONIN, Iara. O bem viver indígena e o futuro da humanidade. Conselho
Indigenista Missionário, [s. l.], dez. 2015 Disponível em https://cimi.org.
br/o-bem-viver-indigena-e-o-futuro-da-humanidade/#:~:text=Um%20dos%20grandes%20ensi-
namentos%20que,o%20lugar%20onde%20se%20vive. Acesso em: 07 jul. 2022.
BONIN, Iara. O bem viver indígena e o futuro da humanidade. Conselho
Indigenista Missionário, [s. l], [2022]. Disponível em https://cimi.org.
br/o-bem-viver-indigena-e-o-futuro-da-humanidade/#:~:text=Um%20dos%20grandes%20ensi-
namentos%20que,o%20lugar%20onde%20se%20vive. Acesso em: 07 jul. 2022.

47
CORDI, Cassiano e outros. Para Filosofar – São Paulo: Scipione, 2000. p. 195 a 222.
GAZONI, Vinícius. A filosofia Ubuntu: o que é, onde surgiu e como ela se reflete em nossa socie-
dade? Ubuntu Finanças. [s. l], [2022]. Disponível em https://site.ubuntufin.com.br/o-que-e-a-fi-
losofia-ubuntu/. Acesso em: 07 jul. 2022.
LIVRO: Filosofias africanas: uma introdução, de Nei Lopes e Luiz Antonio Simas. [s. l.: s. n.], 25
mar. 2021. 1 vídeo (15:11 min). Publicado pelo canal Natasha - Redemunhando. Disponível em https://
www.youtube.com/watch?v=vQJVH0wxyPE&ab_channel=Natasha-Redemunhando. Acesso em:
04 jul. 2022.
MENEZES, Eliza. Filosofia Descomplicada 8. [s. l.: s. n.], 07 de abril de 2016. 1 vídeo (04:10 min).
Publicado pelo canal Dois Gatos Pretos. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=-
d0a2MFCEMlU&ab_channel=DoisGatosPretos . Acesso em: 07 jul. 2022.
MULINARI, Filicio. Introdução à Filosofia Africana. [s. l.: s. n.], 23 nov. 2021. 1 vídeo (11:02 min).
Publicado pelo canal A Filosofia Explica. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=RCJ-
DedLIPPY&ab_channel=AFilosofiaExplica. Acesso em: 04 jul. 2022.
PORFíRIO, Francisco. Diferenças entre o ser humano e os demais animais.  Brasil Escola, [s. l.],
[2022]. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/diferencas-entre-ser-humano-
-os-demais-animais.htm. Acesso em: 07 jul. 2022.
VASCONCELOS, José Antônio. Reflexões: Filosofia e Cotidiano. São Paulo: Edições SM, 2016. p. 284

MATERIAL DE
a 311.

APOIO PEDAGÓGICO
PARA APRENDIZAGENS

48
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA

Competência Específica 02: Analisar a formação de territórios e fronteiras em diferentes


tempos e espaços, mediante a compreensão das relações de poder que determinam as territo-
rialidades e o papel geopolítico dos
Estados nações.

OBJETO(S)
HABILIDADE(S):
DE CONHECIMENTO:

Perspectivas filosóficas do (EM13CHS204) Com para reavaliar os processos de ocupa-


Ocidente e do Oriente. ção do espaço e a formação de territórios, territorialidades e
fronteiras, identificando o papel de diferentes agentes (como
grupos sociais e culturais, impérios, Estados Nacionais e
organismos internacionais) e considerando os conflitos popu-
lacionais (internos e externos), a diversidade étnico-cultural e
as características socioeconômicas, políticas e tecnológicas.

PLANEJAMENTO

MATERIAL DE
TEMA DE ESTUDO: Algumas filosofias orientais
DURAÇÃO: 2 aulas

APOIO PEDAGÓGICO
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
Olá!

PARA APRENDIZAGENS
No Ocidente, a tradição filosófica consolidou-se a partir da perspectiva da Grécia Antiga, em
especial, por ter como fundamento a racionalidade autônoma da religião. No Oriente, essa auto-
nomia não é tão evidente assim. O pensamento filosófico de sistemas como o hinduismo, taoísmo,
budismo, entre outros, também se constituíram como sistemas religiosos. Aqui cabe uma refle-
xão: qual seria a diferença desses sistemas em relação ao tomismo ou “agostinismo” que permite
a esses últimos serem tomados como filosofia e os orientais como sabedoria. Os filósofos ociden-
tais, ao estabelecer critérios para distinguir o que é o pensamento filosófico e o não-filosófico,
tomaram o modo de pensar grego como se fosse a única forma de se pensar filosoficamente. O que
fosse diferente desses critérios seria uma sabedoria, mas não filosofia.
Outra dificuldade para a valorização das filosofias orientais é o preconceito em relação ao Oriente.
Evidentemente, que se julgarmos a produção cultural do Oriente na perspectiva ocidental do que é
certo ou errado, bem ou mal, etc., o nosso julgamento será vicioso, subvalorizando a cultura orien-
tal. Essa perspectiva viciada foi denominada por Edward Said (1935-2003) como Orientalismo.
Todavia, conforme a etimologia da palavra, a Filosofia busca a sabedoria e não propriamente se
estabelece como uma ciência precisa e rigorosa, mas uma atitude diante do conhecimento que
aponta para o progresso do espírito humano. Nessa acepção mais ampla, apesar das diferenças
com o Ocidente, a filosofia oriental é tanto sabedoria quanto a filosofia ocidental.
O que o pensamento oriental pode colaborar com a nossa sabedoria? Nesta sequência didática,
vamos convidar os estudantes a se aproximarem e observar alguns sistemas do pensamento orien-
tal e, ampliar nossa sabedoria com o contato com um modelo diferente de pensar.

49
B) DESENVOLVIMENTO:
1º momento – (10 minutos): Apresente o tema desta sequência didática e converse sobre o que eles
sabem e o que não sabem sobre os sistemas que serão trabalhados.

2º momento – (40 minutos ou o tempo restante): Organize a sala em grupos. Sugerimos 8 grupos.
Distribua, para cada grupo, uma folha com o diagrama (que colocamos na seção “recursos”) já com
a pergunta estabelecida.

PERGUNTA 1: O que é o ser humano?


PERGUNTA 2: Qual a relação do ser humano com a Natureza?
PERGUNTA 3: Como alcançar a felicidade?
PERGUNTA 4: O que é o Divino?

Claro que você pode criar outras perguntas, mas o importante é que tenha pelo menos dois grupos
com a mesma pergunta. Na sala de informática, disponibilize os 4 vídeos sobre os sistemas orien-
tais de pensamento (hinduísmo, budismo, taoísmo e confucionismo) que colocamos na seção
“referências”.
Conforme a quantidade de grupos será a quantidade de computadores que você vai precisar ligar.
Por exemplo, se na sua turma for formada com 8 grupos, você precisará de 8 computadores; dois
computadores vão apresentar o mesmo vídeo. Os grupos devem acessar o 1º vídeo (o tema do vídeo

MATERIAL DE
é indiferente neste momento). Após assistirem ao vídeo, imediatamente o grupo responderá à per-
gunta conforme o sistema de pensamento apresentado. Dê 10 minutos para cada vídeo. Dê um sinal
e peça a cada grupo que troque de vídeo. E assim, sucessivamente até que o grupo tenha passado
pelos quatro vídeos.

APOIO PEDAGÓGICO
ADAPTAÇÃO: Se o laboratório de informática da sua escola estiver ocupado, você pode substituir
os vídeos pela leitura de um texto pequeno. Neste caso, pesquise um texto simples sobre cada
um desses sistemas. Se a leitura dos estudantes for um pouco lenta, em vez deles responderem à
pergunta sobre os quatros sistemas de pensamento, defina para os grupos apenas dois.

PARA APRENDIZAGENS
PERGUNTA 1: O que é o ser humano?
PERGUNTA 2: Qual a relação do ser humano com a Natureza?
PERGUNTA 3: Como alcançar a felicidade?
PERGUNTA 4: O que é o Divino?

OBSERVAÇÃO: se você quiser diminuir uma aula planejada neste bimestre, sugerimos que trans-
forme essa aula em um trabalho extraclasse e realize, na escola, apenas a aula 2 desta sequência
didática.

AULA 2
1º momento – (5 minutos): relembre, aos estudantes, o tema da aula anterior.

2º momento – (25 minutos): peça para que cada grupo apresente suas respostas. Será mais provei-
toso se eles apresentarem aos pares a mesma pergunta. Por exemplo, os dois grupos que respon-
deram a pergunta 1, respondem um seguido do outro; na sequência, os dois grupos que responde-
ram a pergunta 2; etc.

3º momento – (15 minutos ou tempo restante): pergunte aos estudantes, o que eles pensam sobre
o dilema: “Os sistemas de pensamento oriental são filosofia ou sabedoria?” Peça para fundamenta-
rem de forma argumentativa (bem ao modelo ocidental) seus pontos de vista.

50
RECURSOS:
Sala de computação, computadores com acesso à internet, folhas com o diagrama, fita crepe.
Material para escrita (lápis, caneta, etc).

Diagrama

MATERIAL DE
APOIO PEDAGÓGICO
PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO: PARA APRENDIZAGENS
Avaliação qualitativa: Analise de forma semelhante à comparação que você fez da temática ante-
rior: houve aumento da informação sobre os sistemas de pensamento orientais? O estudo cola-
borou para a ampliação da própria consciência sobre quem somos e como pode ser nossa relação
com a natureza, com o divino e os outros seres humanos? Ainda permaneceram alguns preconcei-
tos? Se sim, quais? O que pode ser trabalhado de forma interdisciplinar para que sejam superadas
as deficiências nesse aprendizado?

ATIVIDADES

Assista ao vídeo do Filicio Mulinari “Existe Filosofia Oriental?” e responda as questões abaixo:

1 - Qual é a diferença entre os sistemas ocidentais e orientais no que se refere à metodologia do


ensino do conhecimento?

2 - Qual é a diferença entre os sistemas ocidentais e orientais no que se refere ao tipo de preocu-
pação a ser pesquisada?

3 - Você concorda com a explicação do prof. Filicio Mulinari de que o pensamento oriental não é
filosofia, mas uma sabedoria? Comente sua resposta.
51
REFERÊNCIAS

5 LIÇÕES de vida de Confúcio. [s. l.: s. n.], 20 mai. 2021. 1 vídeo (08 min). Publicado pelo canal +QI.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=jkVoMonLev0&ab_channel=%2BQI. Acesso
em: 08 jul. 2022..
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Temas de Filosofia. 3ª ed. Revisada.
São Paulo: Moderna, 2005. p. 41 a 61
________ . Filosofando – Introdução à Filosofia. 5ª ed. São Paulo: Moderna, 2013. p. 53 a 66.
CONHEÇA a filosofia taoista: o tao te ching. [s. l.: s. n.], 14 set. 2019. 1 vídeo (5:45 min). Publicado pelo
canal Eduardo Almeida. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=YoAdKqIXams&ab_
channel=EduardoAlmeida. Acesso em: 08 jul. 2022.
EXISTE Filosofia Oriental? [s. l.: s. n.], 19 nov. 2020. 1 vídeo (5:23 min). Publicado pelo canal A
Filosofia Explica. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=ZpIAfDXRHRc&ab_chan-
nel=AFilosofiaExplica. Acesso em: 08 jul. 2022.
CORDI, Cassiano e outros. Para Filosofar – São Paulo: Scipione, 2000. p. 195 a 222.
O QUE É budismo. [s. l.: s. n.], 12 jun. 2012. 1 vídeo (1:54min). Publicado pelo canal IG. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=03AcsYQl7tY&ab_channel=iG. Acesso em: 08 jul. 2022.

MATERIAL DE
O QUE É hinduísmo. [s. l.: s. n.], 24 ago. 1 vídeo (2:02 min). Publicado pelo canal IG. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=xKaVDoVDNVc&ab_channel=iG. Acesso em: 08 jul. 2022.
SANTO Agostinho. [s. l.: s. n.], 31 maio 2021. 1 vídeo (6:06 min). Publicado pelo canal Conceito

APOIO PEDAGÓGICO
Ilustrado. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=OfkAcK7FLRk&ab_channel=Concei-
toIlustrado. Acesso em: 08 jul. 2022.
VASCONCELOS, José Antônio. Reflexões: Filosofia e Cotidiano. São Paulo: Edições SM, 2016. p. 284
a 311.

PARA APRENDIZAGENS

52
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA

Competência Específica 01: Analisar processos políticos, econômicos, sociais, ambientais e


culturais nos âmbitos local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir da plu-
ralidade de procedimentos epistemológicos, científicos e tecnológicos, de modo a compreen-
der e posicionar se criticamente em relação a eles, considerando diferentes pontos de vista e
tomando decisões baseadas em argumentos e fontes de natureza científica.

OBJETO(S)
HABILIDADE(S):
DE CONHECIMENTO:

Filosofia da linguagem: fun- (EM13CHS105) Identificar, contextualizar e criticar as tipolo-


ções da linguagem na com- gias evolutivas (como populações nômades e sedentárias,
preensão do mundo. entre outras) e as oposições dicotômicas (campo, cultura/
O mundo da informação e a natureza, civilizados/ bárbaros, razão/ sensibilidade, mate-
fragmentação da realidade. rial/virtual etc explicitando as ambiguidades e a complexi-
dade dos conceitos e dos sujeitos envolvidos em diferentes
circunstâncias e processos.

PLANEJAMENTO
MATERIAL DE
TEMA DE ESTUDO: Funções da linguagem na compreensão do mundo.
DURAÇÃO: 1 aula
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA: APOIO PEDAGÓGICO
Como está?

PARA APRENDIZAGENS
Você já passou pela experiência de falar alguma coisa para alguém e sentir que a pessoa com quem
você estava conversando não entendeu nada do que você disse ou pior, entendeu o contrário?
Algum estudante ou você mesmo(a) quando estudava, apresentou uma resposta a uma questão
discursiva e quando recebeu a resposta corrigida, teve a ideia “professor(a), eu quis dizer outra
coisa”. Já ouviu uma música numa língua que não conhece e depois, quando pegou a tradução,
ficou decepcionado(a)? Já passou por alguém sisudo e pensou que a pessoa estaria com raiva de
você mesmo que você não tivesse feito nada para isso? Poderíamos fazer uma lista de possíveis
experiências “estranhas” com as linguagens, como o contato com a arte contemporânea, o uso de
emojis e códigos das redes sociais, entre outras.
Essas experiências “estranhas” em comparação com o uso cotidiano das linguagens nos leva a
pensar em quais são as funções da linguagem na transmissão da nossa percepção do mundo. O
que é necessário para que uma linguagem seja também comunicação? Como a linguagem interfere
na nossa percepção do mundo e como a nossa percepção do mundo altera nossa linguagem?
Observe que a linguagem não é uma mera comunicação, isso quando ela comunica algo, mas
também é uma forma de recriar o mundo humano, de alterar nossa percepção do mundo externo e
interno, de dar um sentido para a existência humana.

53
B) DESENVOLVIMENTO:
AULA 1: Linguagem como forma de compreender o mundo.
1º momento – (5 minutos): Apresente o tema desta sequência didática brevemente. Em seguida,
convide os estudantes a ouvirem a música “Ó Fortuna” de Carl Orff. Porém, não diga o título da obra,
também só coloque o áudio, sem a tradução ou a letra.

2º momento – (5 minutos): Após ouvirem, pergunte aos estudantes o que a música lhes comuni-
cou? É possível que alguns digam que não comunicou nada; outros podem dizer sobre sentimentos
pesados já que essa música é muito usada nos meios de comunicação populares como trilha sonora
para cenas trágicas; é possível, ainda que alguns acertem a mensagem da música pelo “chute” ou
por identificarem palavras da letra. Converse com eles sobre as respostas, como chegaram a elas.

3º momento – (5 minutos): Continue dialogando, agora com mais foco na estrutura da linguagem.
Primeiramente, apresente a música novamente, desta vez, com letra e tradução. Antes de reapre-
sentar a música, comente brevemente a ideia de fortuna na época da Idade Média, época em que
esse texto foi escrito: A fortuna não é sinônimo de riqueza, mas, os reveses incontroláveis da vida.
Após reapresentar o texto, pergunte a eles se eles “acertaram” ou não o que a música expressa
conforme a letra e não conforme a melodia. Pergunte também quais elementos são importantes ter
numa linguagem para que ela realize sua função.

MATERIAL DE
4º momento – (20 minutos ou o tempo restante): Apresente aos estudantes os cartazes com o
conteúdo abaixo sobre elementos e características da linguagem e peça para eles associarem a
situações do cotidiano dando exemplos. Para lhe ajudar, colocamos alguns exemplos, mas eles não

APOIO PEDAGÓGICO
devem ser apresentados aos estudantes. Caso os estudantes não consigam por si só encontrar os
exemplos, você pode ajudá-los.

Ex.: as palavras escritas ou faladas


Cartaz
1 PARA APRENDIZAGENS
SÍMBOLOS: são signos que representam
algo da realidade de forma arbitrária.
não tem relação de semelhança nem
causal com os objetos que ela repre-
senta, mas arbitrária.

ÍCONES: são signos que representam algo


Cartaz Ex.: os sentimentos expressos pelos
da realidade numa relação de semelhança
2 emojis.
com o que está representado.

Cartaz REPERTÓRIO: é o conjunto de signos que Ex.: no caso da linguagem verbal


3 uma pessoa ou cultura possui. escrita de uma língua, o dicionário.

Ex.: na linguagem verbal, não é pos-


Cartaz REGRAS DE COMBINAÇÃO: é a forma como
sível comunicar algo juntando signos
4 podemos combinar os signos.
opostos como “entrar saindo da sala”.

Ex.: apesar de, na nossa cultura, a cor


Cartaz REGRAS DE USO: é a forma como podemos branca representar a paz, não deve-
5 usar os signos. mos usar branco numa cerimônia de
casamento tradicional.

54
5º momento – (15 minutos ou o tempo restante): Converse com estudantes sobre como eles criam
as fotos ou vídeos que postam nas redes sociais sobre algum momento da sua vida pessoal.
Pergunte a eles se a foto ou o vídeo retrata de forma totalmente fiel o que estava acontecendo ou se
é um recorde, ou até uma modificação do real. Por exemplo, uma foto de alguém sorridente numa
festa, significa que a festa realmente estava muito boa, como parece? O aumento de informações
e a facilidade para acessá-las ampliou nossa forma de ver a realidade ou ainda vemos a realidade
fragmentada?

RECURSOS:
Material de escrita: giz de cera, pincéis atômicos, canetas etc., cartolinas, tesouras e revistas
(opcional). TV, computador e demais materiais para projeção de vídeo/música.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
Avaliação qualitativa: Observe se os estudantes conseguiram inicialmente compreender os ele-
mentos da linguagem e associá-los com as situações cotidianas. Observe também se para eles faz
sentido a relação entre linguagem e pensamento.

ATIVIDADES

MATERIAL DE
1 - Qual a relação entre a linguagem e o pensamento?

2 - Como a linguagem é importante para recriar o mundo?

APOIO PEDAGÓGICO
3 - Qual a relação e diferença existe entre linguagem e comunicação?

4 - O aumento de informações e a facilidade para acessá-las ampliou nossa forma de ver a reali-

PARA APRENDIZAGENS
dade ou ainda vemos a realidade fragmentada? Comente sua resposta.

5 - As fotos e vídeos que postamos nas nossas redes sociais retratam plenamente os fatos ou elas
são recortes, fragmentos dos fatos? Comente sua resposta.

REFERÊNCIAS

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Temas de Filosofia. 3ª ed. Revisada.
São Paulo: Moderna, 2005. p. 41 a 61
_________. Filosofando – Introdução à Filosofia. 5ª ed. São Paulo: Moderna, 2013. p. 53 a 66.
CORDI, Cassiano e outros. Para Filosofar – São Paulo: Scipione, 2000. p. 195 a 222.
O FORTUNA (Carl Orff) - Legenda em Latim e Tradução Português[s. l.: s. n.], 23 out. 2012. 1 vídeo
(2:43 min). Publicado pelo canal Luciana Urpia. Dicas Disponível em https://www.youtube.com/
watch?v=cMPnY7EuZvo&ab_channel=LucianoUrpia. Acesso em: 07 jul. 2022.
VASCONCELOS, José Antônio. Reflexões: Filosofia e Cotidiano. São Paulo: Edições SM, 2016. p. 284
a 311.

55
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA

Competência Específica 01: Analisar processos políticos, econômicos, sociais, ambientais e


culturais nos âmbitos local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir da plu-
ralidade de procedimentos epistemológicos, científicos e tecnológicos, de modo a compreen-
der e posicionar se criticamente em relação a eles, considerando diferentes pontos de vista e
tomando decisões baseadas em argumentos e fontes de natureza científica.

OBJETO(S)
HABILIDADE(S):
DE CONHECIMENTO:

A busca pelo sentido da exis- (EM13CHS104) Analisar objetos da cultura material e imaterial
tência e as diversas respostas como suporte de conhecimentos, valores, crenças e práticas
ao longo do tempo/espaço. que singularizam diferentes sociedades inseridas no tempo e
Filosofia da Religião uma no espaço.
reflexão sobre o ser humano
e o sagrado.

PLANEJAMENTO

MATERIAL DE
TEMA DE ESTUDO: A religião como busca pelo sentido da existência
DURAÇÃO: 1 aula

APOIO PEDAGÓGICO
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
Olá!

PARA APRENDIZAGENS
Você já deve ter ouvido alguém dizer “Futebol, política e religião não se discutem”. Do ponto de vista
da crença e da emoção, tal como é feito popularmente, não nos é possível investigar, de fato, essas
três criações humanas. Porém, numa perspectiva mais objetiva, ou seja, fazendo uma suspensão
dos nossos juízos pessoais fundamentados na crença e na emoção, afastando-nos enquanto sujei-
tos do conhecimento desse objeto de estudo, a religião, é possível fazermos observações signifi-
cativas que compreendem melhor o fenômeno religioso sem, necessariamente, entrar no âmbito
da discussão se determinada crença é verdadeira ou falsa.
Nesta sequência didática, não é nosso objetivo divulgar uma crença religiosa ou apresentar as
características típicas de alguns credos religiosos. É comum, nas escolas, quando se fala de cul-
tura e religião, os estudantes pesquisarem ou o professor apresentar um “panteão” de diversas
crenças religiosas. O conhecimento da própria religião ou de outras religiões é importante, mas, o
estudante pode fazer isso em outro momento, caso se interesse pelo tema e em conhecer outras
religiões. Você mesmo(a) pode orientar aqueles que se interessam em pesquisar sobre o tema con-
forme as possibilidades que tem na sua cidade ou comunidade.
Propomos, ao tratar desse tema, que desta vez, independentemente das religiões concretas, os
estudantes pensem no fenômeno religioso como uma das possibilidades, a mais antiga provavel-
mente, de dar um sentido para a existência humana.

56
B) DESENVOLVIMENTO:
1º momento – (5 minutos): Apresente o dito popular “religião não se discute” e pergunte aos estu-
dantes o que eles acham sobre esse dito. Você pode acrescentar, ao diálogo, uma breve reflexão
sobre os efeitos nocivos de não se discutir as criações humanas.

2º momento – (5 minutos): Agora, pergunte aos estudantes, para onde eles estão caminhando ao
longo da vida? O que eles esperam encontrar no final ou depois dela? Para que ele existe? Eles têm
um plano de como ser melhor ou apenas vivem conforme a música “deixa a vida me levar”? Após
essa breve colocação, apresente o trecho abaixo tirado do livro “Alice no País das Maravilhas” e
converse um pouco sobre ele.
Ao ver Alice, o Gato só sorriu. Parecia amigável, ela pensou; ainda assim, tinha garras muito longas
e um número enorme de dentes, de modo que achou que devia tratá-lo com respeito.

“Bichano de Cheshire”, começou, muito tímida, pois não estava nada certa de que esse nome iria
agradá-lo; mas ele só abriu um pouco mais o sorriso. “Bom, até agora ele está satisfeito”, pensou
e continuou: “Poderia me dizer, por favor, que caminho devo tomar para ir embora daqui?”
“Depende bastante de para onde quer ir”, respondeu o Gato. “Não me importa muito para onde”,
disse Alice.

MATERIAL DE
“Então não importa que caminho tome”, disse o Gato.
“Contanto que eu chegue a algum lugar”, Alice acrescentou à guisa de explicação.
“Oh, isso você certamente vai conseguir”, afirmou o Gato, “desde que ande o bastante.”

APOIO PEDAGÓGICO
3º momento – (10 minutos): Distribua duas folhas de papel de cores diferentes, por exemplo, branco
e amarelo e padronize as cores para as respostas das perguntas abaixo. O estudante deve respon-
der, individualmente, com no máximo 4 palavras.

PARA APRENDIZAGENS
→ Branco: Como a sua religião lhe ajuda a encontrar um caminho para a existência?
→ Amarelo: Como a sua religião poderia atrapalhar a chegar no objetivo que você acha que sua
vida tem?

4º momento – (15 minutos): Peça para os estudantes apresentarem suas respostas. Você pode
organizar pedindo que eles apresentem as duas respostas de uma vez ou todos apresentam a res-
posta para uma pergunta e depois todos voltam novamente a apresentar a resposta para a outra
pergunta. Fixe num mural ou no quadro as respostas.

5º momento – (15 minutos ou o tempo restante): Volte no texto de Lewis Carroll e dialogue com os
estudantes. Peça a eles para fazerem uma comparação do GPS (que nos ajuda a chegar num local
desejado) e a Religião. Em que eles são semelhantes e diferentes?

RECURSOS:
Folhas de papel A4 de 2 cores diferentes. Material para escrever (giz de cera, pincel atômico, etc.).

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
Avaliação qualitativa: Qual foi o nível de maturidade e abstração que seus estudantes apresentaram
em relação à temática? Houve resistência causada pela estrutura de pensamento fundamentalista?

57
A forma deles pensarem o estudo sobre a religião foi ainda infantil, do tipo, saber o que cada reli-
gião pensa como doutrina? Eles conseguiram ampliar a sua percepção do fenômeno religioso como
uma modalidade de conhecimento e forma de dar sentido para a existência humana? Existe neces-
sidade e interesse, da parte dos seus estudantes, de aprofundar o tema?

ATIVIDADES

1 - Por que a consciência é a causa primordial do surgimento da religião?

2 - Como a religião pode ajudar o ser humano a encontrar um sentido para a vida?

REFERÊNCIAS

CARROLL, Lewis. Aventuras de Alice no país das maravilhas e através do espelho e o que Alice
encontrou por lá. Tradução: Maria Luiza X. de A. Borges, [s. l.], [2022]. Disponível em: https://
www.ufrgs.br/psicoeduc/arquivos/alice-no-pais-e-atraves-espelho-trad-m-l-borges.pdf. Acesso
em: 27 jul. 2022.

MATERIAL DE
CORDI, Cassiano e outros. Para Filosofar – São Paulo: Scipione, 2000. p. 195 a 222.
VASCONCELOS, José Antônio. Reflexões: Filosofia e Cotidiano. São Paulo: Edições SM, 2016. p. 284
a 311.

APOIO PEDAGÓGICO
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Temas de Filosofia. 3ª ed. Revisada.
São Paulo: Moderna, 2005. p. 41 a 61
________ . Filosofando – Introdução à Filosofia. 5ª ed. São Paulo: Moderna, 2013. p. 53 a 66.

PARA APRENDIZAGENS

58
MATERIAL DE APOIO PEDAGÓGICO PARA APRENDIZAGENS SIGNIFICATIVAS
ANO DE ESCOLARIDADE REFERÊNCIA ANO LETIVO
3o ano – 4 o Bimestre Ensino Médio 2022

COMPONENTE CURRICULAR ÁREA DE CONHECIMENTO


Sociologia Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
COMPETÊNCIA
COMPETÊNCIA

Competência Específica 05: Identificar e combater as diversas formas de injustiça, preconceito


e violência, adotando princípios éticos, democráticos, inclusivos e solidários, e respeitando os
Direitos Humanos.
OBJETO(S) DE CONHECIMENTO HABILIDADE(S)
OBJETO(S)
HABILIDADE(S):
DE CONHECIMENTO:

Os conceitos de raça, racismo, (EM13CHS502). Analisar situações da vida cotidiana (estilos de

e interseccionalidades.
MATERIAL DE
etnia, etnicidade, sexo, gênero,
sexualidade suas inter-relações
vida, valores, condutas etc.), desnaturalizando e problemati-
zando formas de desigualdade e preconceito, e propor ações
que promovam os Direitos Humanos, a solidariedade e o res-
peito às diferenças e às escolhas individuais.

APOIO PEDAGÓGICO
PLANEJAMENTO

PARA APRENDIZAGENS
TEMA DE ESTUDO: Racismo, marcadores sociais e interseccionalidades.
DURAÇÃO: 05 aulas
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
Exposição dialógica.
Estudos de caso.
Trabalho de grupo.
Trabalho individual.

CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
Dar as boas vindas.
Apresentar o tema da aula e as atividades de forma dialógica , respeitando a inteligência cultural de
cada estudante.
Promover a criação de sentidos relacionais no processo de construção do conhecimento.
O tema de estudo deverá ser abordado no sentido de estimular a criação e construção de matrizes inte-
lectuais para a análise e reflexão sobre o racismo, os marcadores sociais e suas interseccionalidades.
O professor deve estar atento ao continuum pedagógico e curricular presente na dinâmica de constru-
ção do conhecimento.

59
DESENVOLVIMENTO:
ATIVIDADE 1
1º momento: Iniciar as atividades através de estudos de casos estimulando a percepção e resolu-
ção de problemas pautados em situações do mundo real. O professor, apresentará essas situações
para que os estudantes façam uma análise baseada nos conhecimentos já adquiridos na sua vida
cotidiana. Isso é muito importante para estimular a resolução de problemas.
2º momento: A sala será dividida em 05 grupos. Cada grupo receberá em uma folha de papel A4
com um caso específico e três perguntas.
CASOS:

1- Uma família foi vítima de injúria racial, no metrô de BH. O caso ocorreu no trajeto entre a Estação
Central e a Estação José Cândido da Silveira. Impropérios como negros fedidos, crioulos fedoren-
tos, raça impura entre outros foram ditos e direcionados a uma família por uma mulher.
2- Em um prédio residencial de BH vários bilhetes com conteúdo racista (Seu lugar é no tronco,
macaco.) foram deixados e direcionados a um funcionário de uma empresa que presta serviços
no condomínio.
3- O Clube Atlético-MG publicou uma nota de repúdio sobre um caso de racismo ocorrido contra
torcedores do Flamengo na Supercopa do Brasil após o jogo na Arena Pantanal, flamenguistas
filmaram um homem dentro do gramado, fazendo gestos racistas em direção à arquibancada.

MATERIAL DE
4- Uma casa de candomblé foi totalmente depredada por pessoas como um sinal de intolerân-
cia religiosa, em Esmeraldas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
5- A modelo, ativista e comunicadora Ludmila Cassemiro, de 21 anos, foi vítima de injúria racial

APOIO PEDAGÓGICO
devido ao seu cabelo no bairro Cachoeirinha, na Região Nordeste de Belo Horizonte. O agressor
alegou que seu cabelo incomodava e assustava as pessoas.

Obs: Todas as notícias acima estão disponíveis em seu inteiro teor no site do G1 Minas Gerais.

PARA APRENDIZAGENS
Disponível em: https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/

PERGUNTAS:

a) Por que essas situações ainda acontecem?


b) Como podemos evitar que situações como essas não aconteçam ?
c) Vocês conhecem outros casos de racismo?

Exemplo:

1- Uma família foi vítima de injúria racial, no metrô de BH. O caso ocorreu no trajeto
entre a Estação Central e a Estação José Cândido da Silveira. Impropérios como negros
fedidos, crioulos fedorentos, raça impura entre outros foram ditos e direcionados a
uma família por uma mulher.

A) Por que essas situações ainda acontecem?

B) Como podemos evitar que situações como essas não aconteçam mais ?

C) Vocês conhecem outros casos de racismo?

60
3º momento: Cada grupo apresentará o seu estudo de caso.

4º momento: Promover um debate geral com a turma sobre o tema.

5º momento: Encerramento e conclusão da atividade proposta.


Obs: Os textos (reportagens) estão acompanhados de perguntas. A finalidade dessas perguntas
é detectar de forma prévia o capital cultural (Bourdieu) de cada aluno. Como também localizar o
debate no princípio da realidade, fazendo uma oposição clara às fake news que rodam o assunto.
Nesse processo o professor de forma dialógica fará as devidas intervenções pedagógicas para o
desenvolvimento e aprofundamento do tema.

6º momento: Mobilizar de forma contundente os estudantes para as atividades da próxima aula.

7º momento: Disponibilizar um texto diferente para cada grupo para ser estudado em casa, expli-
cando que o mesmo servirá como base para a atividade da próxima aula (A sala de aula invertida
- flipped classroom). Caso o estudante tenha condições ele poderá trazer outros materiais perti-
nentes ao tema para o enriquecimento da aula.
OBS: A sala de aula invertida (flipped classroom) é um método de aprendizado no qual o conteúdo
é apresentado para o estudante previamente (atividade extraclasse). Esse primeiro contato pode

MATERIAL DE
acontecer através de textos didáticos previamente disponibilizados pelo professor. Assim, o estu-
dante tem a possibilidade de se familiarizar previamente com os conceitos relativos ao tema da
aula. Para depois, junto à turma, discutir e participar das atividades propostas pelo professor.

APOIO PEDAGÓGICO
TEXTOS:

TEXTO 1 – DIÁSPORA AFRICANA


Desde a ocupação européia nas Américas, há mais de 5 séculos, a maioria absoluta das pes-

PARA APRENDIZAGENS
soas que chegaram aqui vieram do continente africano. Das 11 milhões de pessoas deslocadas
à força para as Américas, o Brasil recebeu a maior quantidade e por maior período de tempo:
foram 300 anos alimentando o fluxo da diáspora do povo africano com a chegada de mais de 5
milhões de pessoas.
Diáspora é uma palavra usada para definir a imigração forçada de seres humanos, como acon-
teceu com o povo judeu desde o século 6 a.c. Já para o povo negro, se refere principalmente ao
período de escravização que forçou, através de guerras e destruição de sociedades em África,
milhões de pessoas a deixarem suas comunidades, ligações com a terra e relações sociais. No
entanto, apesar de serem capturadas e enviadas à força para diferentes partes do globo, essas
pessoas levaram consigo seus modos de vida, culturas, práticas religiosas, línguas e formas de
organização política, que por sua vez influenciaram na construção das sociedades destino.
Além da influência exercida por suas memórias, crenças e costumes, quando as pessoas escra-
vizadas desembarcavam nos países escravistas eram identificadas pelos traficantes com base
nos portos de embarque, nas regiões de procedência ou outras identificações arbitrárias.
Nesse rebatismo forçado, surgiram novas configurações identitárias substituindo a nomencla-
tura original dos povos: Bantus (povos provenientes do centro-sul do continente), Nagôs (povos
de língua Yorubá), Minas (provenientes da Costa da Mina), além de chamar Crioulas as pessoas
escravizadas nascidos na América e, hoje em dia, Afrodescendentes para filhos e netos.

61
Esse processo de migração levou também à redefinição identitária de muitas dessas pessoas,
uma vez que seus povos, resistindo ao contexto da escravidão, reinventaram práticas e cons-
truíram novas formas de viver. Assim, apesar delas, e em resistência às marcas deixadas por
todo o processo escravista, a diáspora africana espalhou pelo mundo ciência, religiosidade,
tecnologia e arte negras.
Fonte: Glossário Antirracista. Sesc São Paulo, 8 dez. 2021.

TEXTO 2 – ANTIRRACISMO
A ideia de raça é uma construção social baseada na premissa de que as pessoas podem (e
devem) ser classificadas segundo características físicas, biológicas e culturais. A ideologia do
racismo se fortaleceu na formação dos Estados Nacionais, que se utilizaram das categorias
raciais e de ideias evolucionistas ligadas a elas para controlar e segregar suas populações.
Premissas de superioridade racial e luta pela evolução ideal das espécies foram responsáveis
tanto pela escravização de pessoas negras e indígenas no século XVI, quanto pelos campos de
concentração nazistas no século XX.
Como podemos perceber, o racismo não se trata de episódios isolados praticados por indiví-
duos, mas sim uma ideologia amplamente utilizada pelos Estados e profundamente enraizada
em um país como o Brasil, o último das Américas a abolir a escravidão.

MATERIAL DE
Nesse sentido, o antirracismo se mostra uma necessidade. Antirracismo é um termo utilizado
já há algumas décadas para marcar a ideologia e conduta que se posicionam contra o racismo.
Referências na luta antirracista, como a filósofa norte-americana Angela Davis, pontuam que

APOIO PEDAGÓGICO
“em uma sociedade racista, não basta não ser racista, é necessário ser antirracista”. Isso sig-
nifica que apenas não reproduzir atitudes racistas não é o suficiente para resolver e superar
o racismo em nosso país, sendo necessário assumir uma postura ativamente antirracista, ou
seja, colocar-se contra a ideologia racista e fomentar em si e nos outros atitudes que comba-

PARA APRENDIZAGENS
tam o racismo, como, por exemplo, posicionar-se contra atitudes discriminatórias nos círculos
de convivência, combatendo a reprodução dessas práticas; educar-se sobre a história negra,
lutando contra a destruição e a inferiorização do legado cultural africano; denunciar o esta-
tuto subordinado do negro e da África; e buscar ações que diminuam o impacto do racismo em
nossa sociedade.
Glossário Antirracista - Antirracismo . Disponível em: https://www.sescsp.org.br/glossario-antirracista-2/ (Acesso em
23/06/2022)

TEXTO 3 – RACISMO ESTRUTURAL


Para se combater o racismo é preciso compreender um importante traço de sua dissemina-
ção na sociedade. Diz-se Racismo estrutural a compreensão de que não são os indivíduos que
reproduzem o racismo, se não o racismo, institucionalizado, que produz os indivíduos. Posto
que a escravidão no Brasil durou trezentos anos, e suas consequências são sofridas até os dias
atuais, está posto também que se mantiveram concepções culturais e, mais importante, meca-
nismos estruturais que mesmo quando não são deliberadamente racistas reproduzem lógicas
herdadas do escravismo e sua ideologia. Isso significa dizer que a sociedade ainda hoje está
estruturada sobre práticas racistas, que seguem inferiorizando pessoas negras.

62
É o racismo presente nas estruturas sociais que normaliza a violência policial contra pessoas
negras, pois não só as origens da polícia militar se confundem com a necessidade de repri-
mir escravizados e ex-escravizados como a polícia até hoje é treinada para suspeitar de jovens
negros. Também é o racismo presente nas estruturas sociais que permite que mulheres negras
tenham menos acesso à saúde e até mesmo a analgésicos, baseando-se na crença de que são
mais fortes, desumanizando-as tal qual era feito na colônia que as escravizava.
Da mesma forma, as estruturas sociais e econômicas se beneficiam da inferiorização negra, já
que garante um contingente para funções subalternas.
Assim, não são pessoas isoladas que manifestam ou criam práticas racistas, mas a sociedade já
está estruturada sobre bases racistas de tal forma que a questão é coletiva e de conduta geral,
necessitando uma transformação mais profunda que apenas a punição individual.
Fonte: Glossário Antirracista. Sesc São Paulo, 8 dez. 2021.

TEXTO 4 – LUGAR DE FALA


Mais um dos conceitos que muito aparece mas nem sempre são compreendidos, o tal do “lugar
de fala” ocupou amplamente as discussões na internet brasileira e gerou memes e debates.
Erroneamente compreendido como restrição do direito universal à expressão, a consciência do

MATERIAL DE
lugar de fala nada mais é que a compreensão do lugar social que se ocupa ao abordar diferentes
questões sociais. Desde meados do séc. XX o movimento de pessoas deficientes ao redor do
mundo reclama “nada sobre nós sem nós”, uma boa forma de começar a pensar o lugar de fala.
Já a filósofa indiana Gayatri Spivak, estabelece bem o conceito quando escreve uma crítica aos

APOIO PEDAGÓGICO
estudos feitos em nome das pessoas “subalternizadas”, ou seja, colocadas em posição inferior
na sociedade, sem que, no entanto, essas pessoas sejam de fato ouvidas.
Muitas vezes, são publicadas reportagens e estudos que falam sobre como mulheres e/ou pes-
soas negras não ocupam lugares na academia ou no mercado de trabalho. No entanto, essas

PARA APRENDIZAGENS
mesmas reportagens e estudos, bem como os jornais e universidades onde foram feitos, não
empregam professoras nem jornalistas negros, ou para realizar suas pesquisas trataram as pes-
soas negras como objetos, não como sujeitos. Dessa forma, quem acaba falando pelas pessoas
subalternizadas não são elas mesmas, mas sempre as mesmas pessoas que detém os lugares
públicos e privilegiados de fala, ainda que na melhor das intenções.
Nesse sentido, reconhecer o lugar de fala não é não deixar essas pessoas falarem, ou privilegiar
apenas às ditas minorias, mas sim compreender o lugar a partir do qual se fala e refletir sobre
sua experiência e conhecimento sobre o assunto. O que se pretende com esse conceito não é
seguir privilegiando apenas alguns pontos de vista, lugares de fala, mas sim compreender que
todo mundo tem lugar de fala, o que muda é justamente o lugar a partir de onde se fala. Assim,
compreende-se também, por exemplo, que o racismo não é um problema apenas de pessoas
negras, mas também e principalmente de pessoas brancas.
Fonte: Glossário Antirracista. Sesc São Paulo, 8 dez. 2021.

63
TEXTOS – INTERSECCIONALIDADE
Alguns termos ganharam bastante visibilidade nos debates acerca de raça nos últimos anos no
Brasil. Diversos fatores provocaram o aumento da consciência racial e espaço para o debate
público, e muitos termos foram traduzidos ou estabelecidos para ajudar nessa questão, ao
mesmo tempo, muitas vezes os termos são mal utilizados ou interpretados. É o caso do compli-
cado já na escrita conceito de Interseccionalidade. Como a palavra sugere, o conceito baseia-
-se na intersecção de categorias para refletir sobre as estruturas sociais.
Esse conceito foi estabelecido no final da década de 80 pela advogada e filósofa Kimberlé
Crenshaw, que buscava sistematizar as lentes pelas quais refletir as consequências estruturais
e as dinâmicas de interação entre dois ou mais eixos da subordinação. Ou seja: considerando-se
que exista em uma sociedade capitalista racista, por exemplo, diferentes formas de opressão
e espoliação, como podemos pensar sobre as experiências de alguém que se encaixa em mais
de uma categoria? Sabemos que os homens em nossa sociedade sofrem menos assédio que
as mulheres, e para eles as ruas são mais seguras. No entanto, também sabemos que homens
negros são o maior alvo da violência policial. Como articular essas duas realidades? Através do
conceito de Interseccionalidade, que reflete sobre as áreas de intersecção entre as diferentes
formas de opressão em uma sociedade.
Nascido a partir da reflexão sobre a insuficiência das categorias estanques de racismo e
machismo, a metodologia da intersecção atenta especialmente às categorias de gênero e raça,

MATERIAL DE
o que nos coloca a questão sobre a relação entre violências estruturais como o racismo e o
machismo.
Fonte: Glossário Antirracista. Sesc São Paulo, 8 dez. 2021.

ATIVIDADE 2
APOIO PEDAGÓGICO
1º momento: Resgate de forma dialógica a atividade proposta no 6º e 7º momento da atividade 1.

PARA APRENDIZAGENS
2º momento: Iniciar as atividades de aprendizagem em grupo com o compartilhamento das ideias
relativas a cada texto previamente estudado.

3º momento: Estimular o início da atividade com as seguintes perguntas.


→ Vocês já conheciam alguma coisa sobre o tema proposto pelo texto?
→ Quais foram as dificuldades que vocês tiveram na leitura do texto?
Obs: Caso o professor necessite consultar o texto colocado na referência:
→ NEVES, Flávia. Interpretação de texto. Norma Culta: Gramática Online da Língua Portuguesa,
[s. l.], [21 jun. 2017]. Disponível em: https://www.normaculta.com.br/interpretacao-de-
-texto/. Acesso em: 05 jun. 2022.

4º momento: Identifique os conflitos cognitivos apresentados pelos estudantes.

5º momento: Estimule de forma dialógica e em conjunto com os estudantes uma resolução para os
conflitos cognitivos ressaltando a importância da aceitação de diferentes vozes sobre os pontos
conflitantes.

6º momento: Encerramento e conclusão da atividade proposta.

64
7º momento: O professor informará aos estudantes de que na aula seguinte eles deverão ministrar
uma aula apresentando o texto para a turma usando apenas a lousa, o pincel e o apagador.

8º momento: O professor apresentará de forma objetiva o modelo de aula a ser seguido pelos estu-
dantes na apresentação de seus trabalhos.

TEMA:

COMPONENTES DO GRUPO:

IDEIAS PRINCIPAIS:

8º momento: Tempo para a preparação da aula.

ATIVIDADE 3
1º momento: Resgate de forma dialógica a atividade proposta no 5º e 6º momento da atividade 2.

2º momento: Iniciar a atividade de apresentação dos trabalhos.

MATERIAL DE
3º momento: Promover dialogicamente uma conclusão epistemológica sobre os assuntos aborda-
dos na apresentação dos trabalhos.

4º momento: O professor de forma dialógica fará uma introdução sobre o tema da próxima ativi-
dade: Os Marcadores Sociais.
APOIO PEDAGÓGICO
5º momento: Cada estudante anotará e responderá de forma individual no seu caderno o seguinte

PARA APRENDIZAGENS
quadro.
(OBS: Esse quadro é apenas um exemplo o professor poderá criar um quadro que melhor atenda
seus objetivos)

Marcadores sociais
A noção sobre marcadores sociais se estrutura em elementos:
• De natureza humana tais como: idade, altura, gênero etc.
• De construções sociais tais como: classe, religião etc.
Esses elementos criam um sistema de relações sociais.

Qual é a classe social a que você pertence?


Qual é o seu gênero?
Qual a sua etnia?
Qual a sua religião?
Onde você mora?
Que estilo de músicas você gosta?
Como é a sua família?

65
ATIVIDADE 4
1º momento: De forma dialógica resgatar o 4º e 5º momento da atividade 3.

2º momento: Cada estudante de forma individual apresentará de forma breve o seu quadro de mar-
cadores sociais.

3º momento: Convidar os estudantes para escreverem na lousa as semelhanças e diferenças iden-


tificadas em seus colegas de turma.

SEMELHANÇAS: DIFERENÇAS:
• •
• •
• •
• •
• •

4º momento: O professor de forma dialógica deverá estimular o debate sobre as causas que geram
a dificuldade das pessoas em conviveram com a diversidade expressa nos marcadores sociais e
suas interseccionalidades.

MATERIAL DE
5º momento: Propor aos estudantes a criação de uma campanha através da confecção de cartazes
para serem colocados por toda a escola abordando o tema do Combate ao Racismo.

APOIO PEDAGÓGICO
6º momento: Elaboração das ideias para a confecção dos cartazes. Os estudantes poderão trazer
figuras, folders, filipetas,etc. Para a elaboração dos trabalhos da atividade 5.

ATIVIDADE 5

PARA APRENDIZAGENS
1º momento: Resgate do 5º e 6º momento da atividade 4.

2º momento: Confecção dos cartazes para a campanha de conscientização sobre o Racismo.

3º momento: Colagem dos cartazes pela escola.

4º momento: Relatos das experiências da turma na participação das atividades.

RECURSOS:
Papel A4, pincel para quadro/ giz, apagador, fita crepe, folhas de papel kraft, cola e tesoura.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
A avaliação ocorrerá por meio de participação e relevância do engajamento dos estudantes nas
atividades e discussões propostas.

66
ATIVIDADES
1 - Exposição dialógica.

2 - Trabalho em grupo.

3 - Trabalho individual.

4 - Debates.

5 - Atividades extraclasse.

REFERÊNCIAS

ANDRÉ, M. (Org.) Pedagogia das diferenças na sala de aula. Campinas: Editora Papiros, 1999.
AQUINO, J. G. (Org.) Diferenças e Preconceitos na Escola: Alternativas Teóricas e Práticas. São
Paulo: Summus, 1998.
DE ALMEIDA, Sílvio Luiz. O que é racismo estrutural? Belo Horizonte: Letramento, 2018

MATERIAL DE
GLOSSÁRIO Antirracista. Sesc São Paulo, 8 dez. 2021. Disponível em: https://www.sescsp.org.br/
glossario-antirracista-2/. Acesso em: 26 jun. 2022
GUIMARÃES, Antonio Sergio A. Racismo e Antirracismo no Brasil. Rio de Janeiro: Editora 34, 2009.

APOIO PEDAGÓGICO
HIRATA, Helena. Gênero, classe e raça; Interseccionalidade e consubstancialidade das relações
sociais. Tempo Soiial, iv. 26, n. 1, 2014, p. 62-73
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais:
Ensino Médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas

PARA APRENDIZAGENS
Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em: https://www2.educacao.mg.gov.br/images/documentos/
Curr%C3%ADculo%20Refer%C3%AAncia%20do%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf. Acesso em:
05 jun. 2022.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino médio. Escola de
Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível
em: https://drive.google.com/file/d/1I8T4Cody3pUScohWX4aQVGipgyWLKK8g/view. Acesso em:
05 jun. 2022.
ROZEMBERG, E. Preconceito em Sala de Aula: Como o professor pode ajudar a superar? Estudo
diversidades, [s. l.], 2018. Disponível em: https://www.somospar.com.br/como-o-professorpode-
-ajudar-a-superar-questoes-de-preconceito-em-sala-de-aula/ . Acesso em: 21 fev. 2019.
SPIVAK, Gayatri. Pode o subalterno falar? Belo Horizonte: UFMG, 2010.
SCHNORR, Giselle Moura. Pedagogia do oprimido. In: Paulo Freire: vida e obra.São Paulo: Expressão
Popular, 2001.
SOUZA, J. F. de. Atualidade de Paulo Freire. Contribuição ao debate sobre educação na diversi-
dade cultural. São Paulo, Cortez Editora. Instituto Paulo Freire, 2002..

67

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