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PROCESSO 23479.003677/2020-31.
• etapas que não atingiram um percentual de acréscimo superior
ao INCC acumulado no período, ou seja, 7,65%, não foram
considerados para o cálculo,
• itens com exclusiva mão de obra (administração local de obra),
• itens que comprovadamente já estavam aplicados no canteiro
de obras ou que não seriam executados nos próximos meses.
Em 1º de outubro de 2021, na forma da cláusula 17 do contrato,
foi firmado o 2º aditivo ao contrato para reajustá-lo e prorrogar sua vigência para
a data de 30/09/2022, com prazo de execução até 30/05/2022.
Até o momento a obra não foi finalizado e o 3º aditivo que objetiva prorrogar a
execução dos serviços até 31 de janeiro de 2023, está pendente de formalização.
Nesse interregno, os prejuízos para a Requerente não cessaram e
conforme vem informando ao fiscal do contrato, hoje superam a cifra de meio
milhão de reais.
Isso porque, além dos impactos da COVID ocorridos até abril de
2021, cujo 1º aditivo resolveu apenas parcialmente, a pandemia continuou e seu
impacto apenas se aprofundou, consubstanciando-se na alteração dos preços das
comodities, insumos e materiais necessários à execução da obra.
Esses fatos têm sido relatados ao fiscal da obra e ensejaram mais
recentemente na diminuição do ritmo da execução do contrato, conforme se
notícia do ofício 66/2022-DOP-SINFRA/UNIFESSPA.
Em resposta ao ofício, em 30 de agosto, a Requerente solicitou
prazo de cinco dias úteis, a contar do dia 5 de setembro para conclusão dos
trabalhos que fundamentam o pleito de análise da equação econômico-financeira
deste contrato.
A solicitação foi deferida por este fiscal e finda-se hoje, em 13 de
setembro de 2022. O objetivo era pleitear o reequilíbrio econômico-financeiro da
proposta a fim de permitir a finalização da obra.
Ocorre que, após amplo estudo técnico verificou-se que
independente do deferimento do pleito de reequilíbrio é inviável para a
Requerente continuar com a execução da obra e que manter a execução do
contrato, considerando o que foi executado e o que resta a executar, somente
acarretará em mais prejuízos para Requerente e pior, o risco de não conseguir
adimplir o contrato é demasiadamente alto, razão pela qual, conforme se
demonstrará, a rescisão amigável é o melhor instrumento, também à luz do
interesse público.
O objetivo deste requerimento é também, munir a Administração
de informações para a melhor tomada de decisão à luz do interesse público.
Esse é o contexto da execução do contrato. A seguir passa-se a
análise do pleito de reequilíbrio e do pedido de rescisão amigável em estrita
observância ao ordenamento jurídico vigente.
De antemão, pede-se vênia para justificar que os motivos que
resultaram neste pedido concomitante ao pleito de reequilíbrio, diferente do
anteriormente informado a essa autoridade2 estarão justificados à diante.
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O presente Termo Aditivo tem por objeto realizar as seguintes alterações ao CONTRATO Nº 17/2020, na
forma do Art. 57, §1º, inciso II e Art. 65, inciso II, alínea “d”, e §8º, da Lei nº 8.666/93, e em face da justificativa
constante no processo 23479.003677/2020-31: 2.1 Alterar a CLÁUSULA SEGUNDA, para prorrogar a vigência
do contrato até a data de 30/09/2022 e prazo de execução até 30/05/2022.
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Trecho em negrito não consta do original.
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TCU: Nos aditivos contratuais, é indevido acréscimo nos valores dos serviços “administração local” e “operação
e manutenção do canteiro” em caso de atraso na execução da obra por culpa exclusiva da contratada, porquanto
resta afastada a possibilidade de reequilíbrio econômico-financeiro da avença, nos termos do art. 65, inciso II,
alínea d, da Lei 8.666/1993. (TCU, Acórdão nº 178/2019, Plenário.). Concluímos que, em contrato de execução
de obra, desde que a prorrogação do cronograma de execução não decorra de culpa da contratada, é necessário
revisar o item “administração local” como condição para assegurar a manutenção do equilíbrio econômico-
financeiro da contratação.
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Acumulado das medições.
COMPOSIÇÃO
ADMINISTRAÇÃO LOCAL DA OBRA UN Quantidade Unidade Preço total
01
ENGENHEIRO CIVIL DE OBRA JUNIOR COM ENCARGOS
90777 H 960,000 82,16 78.873,60
COMPLEMENTARES
MESTRE DE OBRAS (MENSALISTA) COM ENCARGOS
94295 mês 12,000 4.873,55 58.482,60
COMPLEMENTARES
h 2.640,000 20,88
SUB-TOTAL 137.356,20
Preço
Descrição dos Serviços Unidade Quantidade Preço Total
Unitário
a) ADMINISTRAÇÃO LOCAL DA OBRA por mais
UN
12 meses
b) ENGENHEIRO CIVIL DE OBRA JUNIOR COM
H 960,000 82,16 78.873,60
ENCARGOS COMPLEMENTARES
c) MESTRE DE OBRAS (MENSALISTA) COM
mês 12,000 4.873,55 58.482,60
ENCARGOS COMPLEMENTARES
d) SUB-TOTAL 137.356,20
e) - 23,7% de desconto da contratada R$ 104.802,78
f) 1° REAJUSTE PARCIAL + 2° TOTAL +
R$ 116.917,98
20,3219%
g) Valor com desconto da paralisação por conta da
R$ 97.431,65
Contratada
h) SALDO DEVEDOR da planilha original R$ 19.653,31
i) Total a ser pago até agosto de 2022 de
R$ 116.917,98
administração local
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Resposta ao Ofício nº 66/2022-DOP-SINFRA/UNIFESSPA, 30.08.2022.
a pactuada.
Ocorre que ainda está pendente de execução 66,4% dos serviços e, conforme se
depreendem da minuta do terceiro aditivo, pretende-se acrescer mais 23%. Isto é,
os prejuízos advindos desta questão só irão aumentar.
Nessa situação, não há condições para que a ENERUGI continue
a suportar os custos da execução deste contrato sem que, inevitavelmente, leve a
falência desta Peticionária.
Para casos como este onde o fato ensejador da rescisão é alheio a
culpa da Contratada10, a Lei n° 8.666/1993 estabelece expressamente a
possibilidade de, por acordo entre as partes, ser realizada a rescisão amigável,
observe:
Art. 79. A rescisão do contrato poderá ser:
[...]
II - amigável, por acordo entre as partes, reduzida a termo
no processo da licitação, desde que haja conveniência para
a Administração;
A expressão indicativa da cláusula geral de discricionariedade,
qual seja, a conveniência, é o indicativo de que cabe ao gestor público fazer esta
análise a luz das situações fáticas e de direito que regem o contrato, em especial
observando a razoabilidade e proporcionalidade, bem como a boa fé da
contratada, ausência de dano ao erário e a preservação do interesse público.
Nesta senda, constata-se que a ENERUGI cumpriu com todas as
obrigações contratuais e as exigências formais legais para o recebimento dos
pagamentos pelos serviços prestados. As medições foram realizadas e
devidamente aprovadas por este fiscal, faltante apenas a 17ª medição11 feita pela
Peticionária e que segue para verificação e ateste e pagamento por este fiscal.
Para auxiliar na compreensão do atual estado da obra, junta-se a
este requerimento, relatório dos insumos constantes do almoxarifado,
devidamente atualizado, bem como relatório fotográfico da atual situação da
obra12.
Verifica-se, portanto, que não há que se falar em dano ao erário
no presente caso, na medida em que tendo o fiscal agido com diligência,
acompanhou e autorizou o pagamento somente do que efetivamente foi
10
o TCU tem interpretação de que a rescisão amigável tem incidência restrita Neste sentido: Acórdão nº
740/2013 – Plenário; Acórdão nº 3567/2014 – Plenário; Acórdão nº 2612/2016 – Plenário.
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Anexo 1 – Planilha para ateste da 17ª medição.
12
Anexo 2 – Relatório de levantamento.
executado, conforme se depreende dos relatórios de medição.
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MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo, 19ª edição. Editora Malheiros. São
Paulo, 2005, pág. 66.
os interesses.
Verifica-se que é precisamente a hipótese do presente caso que a
lei cuidou de prever com o intuito de dar maior celeridade aos casos em que não
foi possível a conclusão da obra ou serviço pelo licitante vencedor.
Emitido em 13/09/2022