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ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO

PROCURADORIA-GERAL FEDERAL
PROCURADORIA FEDERAL JUNTO AO INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

PARECER REFERENCIAL AGU/PGF/PF-IFES/Nº 001/2019

(PRORROGAÇÃO E/OU REPACTUAÇÃO DE SERVIÇOS CONTINUADOS)

PROCESSO IFES/ES N. 23158.000562/2016-31


INTERESSADO: INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO - IFES
ASSUNTO: CONTRATO ADMINISTRATIVO. SERVIÇO CONTINUADO. PRORROGAÇÃO.

DIREITO ADMINISTRATIVO. CONTRATO ADMINISTRATIVO. TERMO ADITI-


VO. PRORROGAÇÃO DE VIGÊNCIA CONTRATUAL. PRESTAÇÃO DE SER-
VIÇOS CONTINUADOS.
I. A prestação de serviços a serem executados de forma
contínua poderá ter a sua duração prorrogada, limitada a
sessenta meses, desde que mantidas as vantajosidades técnica
e econômica do contrato. Inteligência do art. 57, II, da Lei
n. 8.666/93. Parâmetros do Parecer n.
004/2018/CPLC/PGF/AGU.
II. Toda prorrogação de prazo deverá ser justificada por escrito
e previamente autorizada pela autoridade competente para
celebrar o contrato. Inteligência do Art. 57, §2°, da Lei
n. 8.666/93.
III. Aprovação condicionada à observância prévia das
recomendações exaradas no parecer.
IV. Manifestação jurídica referencial. Requisitos estabelecidos
na Orientação Normativa AGU n. 55/2014.

Magnífico Reitor,

I - DO RELATÓRIO

1. O processo em epígrafe foi encaminhado a esta Procuradoria Federal junto ao Ifes, nos
termos do parágrafo único do art. 38 da Lei n. 8.666/93, para manifestação a respeito de minuta de
termo aditivo de prorrogação de serviço continuado.

2. Em apertada síntese, é o relatório.

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II - DA ANÁLISE JURÍDICA

3. Preliminarmente, deve-se esclarecer que cabe a este Órgão Jurídico de execução da


Procuradoria-Geral Federal, vinculada à Advocacia-Geral da União, prestar consultoria sob o prisma
estritamente jurídico, sem adentrar em aspectos relativos à conveniência e oportunidade dos atos
praticados, nem analisar aspectos de natureza eminentemente técnico-administrativa, à luz do que
dispõe o art. 131, da Constituição Federal de 1988, e o art. 10 da Lei n. 10.480, de 2 de julho de
2002 c/c art. 11, da Lei Complementar n. 73, de 10 de fevereiro de 1993. Importante repisar que
diante da exclusão da análise dos elementos de natureza técnica, ainda que sobre estes realize
eventualmente sugestões de atuação, se adotará a premissa de que a autoridade competente
municiou-se dos conhecimentos específicos imprescindíveis para a sua adequação às necessidades
da Administração, observando os requisitos legalmente impostos, conforme enunciado n. 07, do
Manual de Boas Práticas Consultivas da CGU/AGU:
"O órgão Consultivo não deve emitir manifestações conclusivas sobre temas
não jurídicos, tais como os técnicos, administrativos ou de conveniência ou
oportunidade".

4. A necessidade de análise e aprovação jurídica das minutas decorre do parágrafo único do


art. 38 da Lei 8.666/93, segundo o qual "as minutas de editais de licitação, bem como as dos
contratos, acordos, convênios ou ajustes devem ser previamente examinadas e aprovadas por
assessoria jurídica da Administração".
5. Vale salientar que a presente análise se restringe aos termos da minuta do referido
instrumento, bem como aos dados constantes dos autos, esquadrinhados sob um único prisma: o do
controle de legalidade. As questões relativas ao mérito administrativo não são objeto de
investigação, por falecer a esta Procuradoria competência para fazê-lo.
6. Nossa função é justamente apontar possíveis riscos do ponto de vista jurídico e recomendar
providências, para salvaguardar a autoridade assessorada, a quem compete avaliar a real dimensão
do risco e a necessidade de se adotar ou não a precaução recomendada.

II. 1 - DA PRORROGAÇÃO DA VIGÊNCIA

7. Em regra, a contratação não pode ultrapassar o prazo de vigência do crédito orçamentário a


que se vincula. Entretanto, o inciso II do art. 57 da Lei n. 8.666/93 estabelece exceção para a
contratação que tenha como objetivo a prestação de serviços continuados, desde que atendidos
certos requisitos previstos em lei, quais sejam:
a) previsão expressa de possibilidade da prorrogação no Edital e no
Contrato;
b) não haver solução de continuidade nas prorrogações;
c) que o serviço prestado seja de natureza contínua;
d) que vise à obtenção de preços e condições mais vantajosas para a
Administração;

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e) anuência da Contratada;
f) manifestação do fiscal do contrato, atestando a regularidade dos serviços
até então prestados;
g) que o prazo de vigência total do ajuste não ultrapasse o limite de sessenta
h) se houver oferecimento de garantia, a necessidade de sua renovação;
i) manutenção das mesmas condições de habilitação exigidas na licitação;
j) justificativa formal e autorização prévia da autoridade superior.

II. 1.1 – Da previsão de prorrogação no termo de referência, edital ou contrato

8. Para que seja possível a prorrogação com base no inciso II do artigo 57 da Lei
n. 8.666/1993, é imprescindível que esta tenha constado do ato convocatório.
9. Tendo em vista que a possibilidade de prorrogação é fator que pode influenciar no interesse
e na decisão dos competidores quanto à participação no certame, entende-se que a sua previsão
expressa no edital (ou no contrato/termo de referência que o integra como anexo) é elemento
essencial à prorrogação contratual.
10. Destarte, caso não haja previsão específica no termo de referência, no edital ou no
contrato, reputa-se irregular a prorrogação, uma vez que, nessas condições, o ato de prorrogar
resultaria em violação aos princípios da isonomia e da vinculação ao instrumento convocatório.

II. 1.2 - Não haver solução de continuidade nas prorrogações

11. A Orientação Normativa AGU n. 03/2009, traça a diretriz a ser observada pelos órgãos
jurídicos, no que concerne ao prazo de vigência do contrato, bem como dos seus aditivos, visando à
verificação da ocorrência, ou não, da solução de continuidade. Em consequência, o termo
aditivo deverá ser assinado dentro do período de vigência:
"Na análise dos processos relativos à prorrogação de prazo, cumpre aos
órgãos jurídicos verificar se não há extrapolação do atual prazo de vigência,
bem como eventual ocorrência de solução de continuidade nos aditivos
precedentes, hipóteses que configuram a extinção do ajuste, impedindo a
sua prorrogação".

12. Tratando-se de processo que já sofreu prorrogações, faz-se importante analisar cada um
dos termos, a fim de verificar se todos os prazos foram respeitados.
13. Lembre-se que o contrato exaure-se pela expiração do prazo não prorrogado em tempo
hábil. A ausência de prorrogação tempestiva não é passível de convalidação, uma vez que a
celebração de aditivo ao contrato, antes da sua data de vencimento, é forma essencial do ato, sendo
ilícito qualquer aditivo assinado após a extinção da vigência do Contrato, por configurar
recontratação sem licitação com infringência aos arts. 2º e 3º da Lei n. 8.666/1993.

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II. 1.3 - Que o serviço prestado seja de natureza contínua

14. Não obstante a natureza do serviço já deva ter sido objeto de exame na fase de
planejamento da licitação, para fins de elaboração da minuta do edital e de seus anexos, é
recomendável que, antes de se efetivar a pretendida prorrogação contratual, a autoridade certifique-
se de que o objeto contratual trata, realmente, de serviço continuado.
15. Nos termos da IN/MPDG n. 5/2017, especificamente o previsto no art. 15, serviços prestados
de forma contínua são aqueles que, pela sua essencialidade, visam atender à necessidade pública
de forma permanente e contínua, por mais de um exercício financeiro, assegurando a integridade do
patrimônio público ou o funcionamento das atividades finalísticas do órgão ou entidade, de modo
que sua interrupção possa comprometer a prestação de um serviço público ou o cumprimento da
missão institucional.
16. Portanto, serviços de natureza continuada são aqueles destinados a atender necessidades
públicas permanentes e cuja paralisação acarretaria prejuízos ao funcionamento da entidade
pública, como os de limpeza, vigilância, fornecimento de água, energia elétrica, dentre outros.

II. 1.4 - Obtenção de preços e condições mais vantajosas para a administração

17. A Lei n. 8666/93 exige que a prorrogação dos contratos de prestação de serviços
continuados seja vantajosa para a Administração Pública (art. 57, II). No tópico, destaca-se que a
Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão - SEGES/MP
editou a Instrução Normativa nº 03/2017-SEGES, conferindo nova redação à Instrução Normativa nº
05/2014-SLTI/MP, a qual define procedimentos administrativos para a realização da pesquisa de
preços nas contratações públicas:
Art. 1º A Instrução Normativa nº 5, de 27 de junho de 2014, passa a vigorar
com as seguintes alterações:
" Art. 2º A pesquisa de preços será realizada mediante a utilização dos
seguintes parâmetros:
I - Painel de Preços, disponível no endereço eletrônico
http://paineldeprecos.planejamento.gov.br;
II - contratações similares de outros entes públicos, em execução ou
concluídos nos 180 (cento e oitenta) dias anteriores à data da pesquisa de
preços;
III - pesquisa publicada em mídia especializada, sítios eletrônicos
especializados ou de domínio amplo, desde que contenha a data e hora de
acesso; ou
IV - pesquisa com os fornecedores, desde que as datas das pesquisas não
se diferenciem em mais de 180 (cento e oitenta) dias.
§1º Os parâmetros previstos nos incisos deste artigo poderão ser utilizados
de forma combinada ou não, devendo ser priorizados os previstos nos
incisos I e II e demonstrada no processo administrativo a metodologia
utilizada para obtenção do preço de referência.

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§2º Serão utilizadas, como metodologia para obtenção do preço de


referência para a contratação, a média, a mediana ou o menor dos valores
obtidos na pesquisa de preços, desde que o cálculo incida sobre um
conjunto de três ou mais preços, oriundos de um ou mais dos parâmetros
adotados neste artigo, desconsiderados os valores inexequíveis e os
excessivamente elevados.
§3º Poderão ser utilizados outros critérios ou metodologias, desde que
devidamente justificados pela autoridade competente.
§4º Os preços coletados devem ser analisados de forma crítica, em
especial, quando houver grande variação entre os valores apresentados.
§5º Para desconsideração dos preços inexequíveis ou excessivamente
elevados, deverão ser adotados critérios fundamentados e descritos no
processo administrativo.
§6º Excepcionalmente, mediante justificativa da autoridade competente,
será admitida a pesquisa com menos de três preços ou fornecedores." (NR)
Art. 2º Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação.

18. Com a mencionada alteração normativa, restou superado o entendimento consolidado no


Parecer nº 12/2014/CPLC/DEPCONSU/PGF/AGU, sendo revisitada a questão relativa à
pesquisa de preços à luz da nova redação da IN 5/2014-SLTI/MP pelo Departamento de
Consultoria da Procuradoria Geral Federal, por meio do Parecer n.
00004/2018/CPLC/PGF/AGU, aprovado pelo Excelentíssimo Senhor Procurador-Geral Federal, que,
ao tratar sobre a dispensa da pesquisa de preços na prorrogação de contratos assim dispôs:
DA PESQUISA DE PREÇOS NA PRORROGAÇÃO DOS CONTRATOS (...)

A possibilidade de dispensa da pesquisa de preços para os


contratos com dedicação exclusiva foi expressamente autorizada pela novel
IN nº 05/2017-SEGES/MP em seu anexo IX:

7. A vantajosidade econômica para prorrogação dos contratos com mão de


obra exclusiva estará assegurada, sendo dispensada a realização de
pesquisa de mercado, nas seguintes hipóteses:

a) quando o contrato contiver previsões de que os reajustes dos itens


envolvendo a folha de salários serão efetuados com base em Acordo,
Convenção, Dissídio Coletivo de Trabalho ou em decorrência de lei;

b) quando o contrato contiver previsões de que os reajustes dos itens


envolvendo insumos (exceto quanto a obrigações decorrentes de Acordo,
Convenção, Dissídio Coletivo de Trabalho e de lei) e materiais serão
efetuados com base em índices oficiais, previamente definidos no contrato,
que guardem a maior correlação possível com o segmento econômico em
que estejam inseridos tais insumos ou materiais ou, na falta de qualquer

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índice setorial, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo


(IPCA/IBGE); e

c) no caso dos serviços continuados de limpeza, conservação, higienização


e de vigilância, os valores de contratação ao longo do tempo e a cada
prorrogação serão iguais ou inferiores aos limites estabelecidos em ato
normativo da Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento,
Desenvolvimento e Gestão.

Embora o mencionado normativo seja silente acerca da dispensabilidade da


pesquisa de preços por ocasião da prorrogação, nos contratos
continuados sem dedicação exclusiva de mão de obra, não se verificam
fundamentos suficientes para impedir a dispensa da pesquisa quando
houver previsão no contrato de índice de reajustamento de preços.
Deveras, os fundamentos adotados pelo Grupo de Trabalho no Acórdão nº
1.214/2013 – Plenário para dispensar a pesquisa de preços por ocasião da
prorrogação em contratos continuados com dedicação exclusiva de mão de
obra - estabilidade econômica, variação inflacionária baixa e utilização
de índice de preços –, também estão presentes nas contratações de
serviços continuados sem dedicação exclusiva de mão de obra.
Nesse mesmo sentido, confira-se a lição de Ricardo Silveira Ribeiro:

(...) A argumentação do TCU pode ser utilizada nas contratações de serviços


continuados sem dedicação exclusiva de mão de obra também ou mesmo
no aluguel de máquinas ou equipamentos, pois todos os custos da
contratação basear-se-ão em valores de mercado livremente negociados
pelos agentes econômicos, sem força vinculante para a Administração
Pública.
Por outras palavras, fica evidente que alguns dos fundamentos que
permitem a dispensa da pesquisa de preços em prorrogações de
contratações de serviços continuados com dedicação exclusiva de mão de
obra também estão presentes nessas contrações: estabilidade econômica,
variação inflacionária esperada baixa, e utilização de índice de preços. Ora,
se contratos mais complexos, como o de prestação de serviços continuados
com dedicação exclusiva de mão de obra, dispensam a pesquisa de preços
na prorrogação, não vemos razão jurídica para não dispensar essa
pesquisa nas demais contratações se o reajustamento se ampara,
somente, em índice de preços a incidir sobre os custos decorrentes do
mercado (grifou-se). (RIBEIRO, Ricardo Silveira. Op. cit., p. 234-235).

Em adendo, registre-se que o alto custo administrativo que envolve a


realização da pesquisa de preços torna esse procedimento, por ocasião da
prorrogação, burocrático, desnecessário e ineficiente.
Ressalte-se que o intuito é desburocratizar o procedimento de realização da
pesquisa de preços no momento da prorrogação, tornando essa etapa

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procedimental mais célere e ágil, regendo-se, portanto, pelo princípio da


economicidade, que está intrinsecamente relacionado com o princípio da
eficiência, previsto no artigo 37, caput,da Constituição Federal.
Nesses termos, ainda que ausente fundamento expresso na Instrução
Normativa nº 05/2017-SEGES/MP para dispensar a pesquisa de preços nos
contratos continuados sem dedicação exclusiva de mão de obra, não há
razão jurídica para negar a adoção de tal mecanismo nessa espécie de
ajuste quando houver previsão de cláusula de reajustamento de preços por
índices.
Destaca-se, por oportuno, que o próprio Tribunal de Contas da União prevê
a possibilidade de dispensa da pesquisa de preços, por ocasião da
prorrogação, nos contratos administrativos por ele celebrados, com e
sem dedicação exclusiva de mão de obra, conforme Portaria TCU nº
128/2014:

Artigo 24 (...)
§ 3º A vantajosidade econômica, de que trata o inciso IV do caput deste
artigo, para prorrogação de contratos de serviços continuados para
fornecimento de bens ou utilidades, produzidos ou elaborados nas
dependências do TCU ou fora delas, estará assegurada, dispensando-se
a realização de pesquisa de preços, quando houver previsão contratual
de que o objeto contratado será reajustado tendo por base índice
previamente definido no edital.

Portanto, a própria Corte de Contas, em normativo interno, reconhece a


possibilidade de dispensa da pesquisa de preços por ocasião da
prorrogação nos contratos continuados com e sem dedicação exclusiva de
mão de obra.
Assim, conclui-se que, para os contratos de serviços
continuados com dedicação exclusiva de mão de obra, a vantajosidade da
prorrogação estará assegurada quando houver no contrato previsão dos
requisitos previstos no item 7 do Anexo IX da IN nº 05/2017-SEGES/MP.
Por outro lado, nos contratos de serviços continuados sem dedicação
exclusiva de mão de obra, a vantajosidade da prorrogação estará
assegurada quando houver previsão contratual de índice de reajustamento
de preços.
Não obstante, nada impede que o gestor, diante das especificidades do
contrato firmado, da competitividade do certame, da adequação da pesquisa
de preços que fundamentou o valor de referência da licitação, da realidade
de mercado, bem como da eventual ocorrência de circunstâncias atípicas no
setor da contratação, decida, de maneira fundamentada, pela realização da
pesquisa de preços.

19. Assim, conforme a conclusão do mencionado estudo:

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a) Na pesquisa de preços prévia às licitações e contratações públicas, deve


o gestor utilizar os parâmetros do art. 2° da IN SLTI/MP n.º 05/2014,
priorizando-se os valores colhidos a partir do Painel de Preços e das
contratações similares de outros entes públicos, para, a partir do material
coletado, efetuar a análise crítica dos valores e decidir, de forma motivada,
pela utilização combinada ou não dos preços obtidos a fim de compor o
preço de referência da futura contratação;
b) Deve o gestor ficar atento aos casos nos quais a utilização dos
parâmetros previstos nos incisos I e II do artigo 2º da IN nº 05/2014-SLTI/MP
se mostre ineficaz, situações essas em que as orientações do TCU para o
uso do conceito de “cesta de preços aceitáveis” devem prevalecer, ou seja, a
pesquisa de preços deve ser feita em variadas fontes, tais
como: contratações com entes públicos, pesquisa com fornecedores, bancos
de preços, tabelas de fabricantes, sites especializados, entre outros, sempre
buscando o preço de mercado do que se deseja adquirir;
c) O disposto nas alíneas anteriores não se aplica às licitações e
contratações de obras e serviços de engenharia, tendo em vista o disposto
no art. 5º da IN SLTI/MP n.º 05/2014, que determina a incidência do Decreto
nº 7.983, de 8 de abril de 2013, para a formação do orçamento de referência
desse tipo de contratação.
d) A vantajosidade da prorrogação nos contratos de serviços
continuados com dedicação exclusiva de mão de obra estará assegurada
quando houver previsão no ajuste dos requisitos previstos no item 7 do
Anexo IX da IN nº 05/2017-SEGES/MP;
e) A vantajosidade da prorrogação nos contratos de serviços
continuados sem dedicação exclusiva de mão de obra estará
assegurada quando houver previsão contratual de índice de reajustamento
de preços, o que não impede que o gestor , diante das especificidades do
contrato firmado, da competitividade do certame, da adequação da pesquisa
de preços que fundamentou o valor de referência da licitação, da realidade
de mercado, bem como da eventual ocorrência de circunstâncias atípicas no
setor da contratação, decida, de maneira fundamentada, pela realização da
pesquisa de preços. (grifamos)

20. Impõe-se, desta forma, a manifestação expressa da autoridade no sentido de que a


prorrogação, já considerados os valores repactuados, se for o caso, é vantajosa técnica e
economicamente para a Administração.
21. Se os serviços contratados forem aqueles para os quais há um valor máximo fixado por ato
regulamentar da respectiva Pasta Ministerial, a exemplo de limpeza e vigilância, é dever do
Administrador, ou do seu setor técnico competente, apurar a adequação dos valores do contrato
ao valor a partir daquele parâmetro.
22. Esclarecido esse aspecto, remetemos ao que demais dispõe a IN n. 05/2017, sobre a
prorrogação do prazo de vigência, no respectivo anexo IX.
23. É também de todo recomendável que o Instituto apure a existência de custos fixos ou
variáveis não renováveis que já tenham sido amortizados ou pagos, reunindo, assim, argumentos
que viabilizem eventual negociação de preços por parte da autoridade, visando reduzi-los ou
eliminá-los. Sugerimos, neste tópico, analisar especialmente o valor atribuído a materiais e

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equipamentos e os respectivos prazos de amortização comparado com o tempo transcorrido de


execução contratual. Eventuais dúvidas técnicas sobre a aplicação das regras podem ser saneadas
pela consulta aos Cadernos de Logística do Portal de Compras Governamentais, acessíveis
em https://www.comprasgovernamentais.gov.br/index.php/cadernos.
24. Recomenda-se, ainda, atenção ainda à existência de possível aplicação de penalidade à
contratada de declaração de inidoneidade, ou de suspensão no âmbito da União ou do próprio órgão
contratante, que impedem a prorrogação, consoante item 11.b do anexo IX.
26. Pondere-se, no entanto, que a Orientação Normativa AGU n. 49/2014 reconhece a
competência de a Administração avaliar a imediata rescisão do contrato no caso concreto, juízo que,
de certa forma, assemelha-se ao da prorrogação ou não do contrato:
"Aplicação das sanções de (impedimento de licitar e contratar no âmbito da
União (art. 7° da lei n° 10.520, de 2002) e de declaração de inidoneidade
(ar7. 87, ivc. /v da lei n° 8.666, de 1993) possuem efeito ex nunc competindo
a administração diante de contratos existentes, avaliar a imediata rescisão
no caso concreto".

27. Assim, da mesma forma que, durante a vigência contratual, existe discricionariedade para
que a autoridade, na avaliação da imediata rescisão contratual, decida por manter o contrato vigente
pelo tempo necessário a entabular uma nova contratação, também é possível, a partir de um juízo
de conveniência, devidamente fundamentado, que se faça a prorrogação pelo prazo necessário a
um novo certame, de modo a evitar a interrupção do serviço e um maior prejuízo ao interesse
público.

II. 1.5 - Anuência da contratada

28. Como o ajuste decorre de acordo de vontades entre as partes contratantes, é


indispensável, a priori, haver concordância prévia da contratada com a referida prorrogação, bem
como com os seus termos.
29. Essa concordância pode ser suprida, logicamente, pela própria celebração do aditivo, mas
ao não obtê-la previamente a autoridade assume o risco de ser surpreendida com a declaração de
desinteresse da contratada em prorrogar a avença, e então se ver premida pela necessidade de
ajustar uma contratação nova em um curto período de tempo, ou ficar sem o serviço
temporariamente.
30. Recomenda-se, então, que essa anuência conste dos autos previamente, até para fins de
eventual responsabilização da contratada por eventuais prejuízos causados caso não confirme seu
interesse posteriormente, à época da celebração da avença.

II. 1.6 - Manifestação do fiscal do contrato

31. No intuito de registrar que a contratada vem cumprindo com suas obrigações contratuais e
exercendo suas atividades a contento, é indispensável a manifestação do fiscal do contrato,
atestando os bons serviços prestados pela empresa.

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II. 1.7 - Prazo total de vigência

32. Levando-se em conta ainda o que dispõe o artigo 57, II da Lei no 8.666, de 1993 e em
conformidade com a previsão contratual, a prorrogação poderá ser realizada desde que sua duração
total não ultrapasse os 60 (sessenta) meses previstos no inciso II, art. 57, da Lei n. 8.666/93, os 48
(quarenta e oito) meses nos casos enquadrados no inciso IV, ou, ainda, prazo inferior que
porventura tenha sido previsto no instrumento convocatório.
33. Na hipótese de prorrogação excepcional, prevista no §4º do art. 57 da Lei de
Licitações, o processo deverá ser remetido à PF-Ifes para análise prévia e aprovação da
minuta de termo aditivo.

II. 1.8 - Se houver oferecimento de garantia, a necessidade de sua renovação

34. Deverá ser renovada a garantia na hipótese de esta ter sido exigida quando da celebração
do ajuste, bem como deverá ser complementada nos casos de alteração do valor do contrato.

II. 1.9 - Justificativa formal e autorização prévia da autoridade superior

35. Conforme disposto no §2º do artigo 57 da Lei n. 8.666/1993, faz-se necessária a justificativa
por escrito para a prorrogação, bem como a autorização prévia assinada pela autoridade
competente para celebrar o contrato.

II. 2 – DA PRORROGAÇÃO COM CLÁUSULA DE REAJUSTE DE PREÇO


II. 2.1 – Repactuação

36. A repactuação, espécie do gênero reajuste de preços, encontra fundamento de validade no


artigo 37, XXI, da Constituição Federal, no art. 40, XI da Lei n. 8.666/1993, sendo também prevista
no plano infralegal no art. 12 do Decreto federal n. 9.057/2018 (que dispõe sobre a execução
indireta, mediante contratação, de serviços da administração pública federal direta, autárquica e
fundacional), bem como na Instrução Normativa n. 05/2017 do então Ministério do Planejamento,
Desenvolvimento e Gestão (MPDG), nos seus artigos 53 a 61.
37. O artigo 54 da citada instrução normativa esclarece que a repactuação de preços é espécie
de reajuste contratual que deverá ser utilizada nas contratações de serviços continuados com
regime de dedicação exclusiva de mão de obra, desde que seja observado o interregno mínimo de
um ano das datas dos orçamentos aos quais a proposta se referir.
Pois bem. Feitas essas considerações iniciais, cumpre analisar os pressupostos fixados nos citados
diplomas normativos para a concessão da repactuação de preços nos contratos administrativos:
a) houver previsão no edital e no contrato;
b) tratar-se de serviços contínuos;

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c) for observado o interregno mínimo de 01 (um) ano;


d) houver demonstração analítica da variação dos componentes dos custos
do contrato;
e) não tenha havido a preclusão do direito.

38. Uma vez atendidos os pressupostos supra, a repactuação poderá, em tese, ser concedida.
39. Em relação ao requisito temporal, é importante estabelecer a diferença entre os três tipos
de insumos: (i) os ligados à mão de obra, (ii) os ligados à variação do mercado e os (iii) os ligados
às tarifas públicas.
40. Em relação aos dois primeiros, há uma diferença no marco temporal para a contagem do
prazo de um ano, consoante disciplinado na Orientação Normativa AGU n. 25/2011:
"No contrato de serviço continuado com dedicação exclusiva de mão de
obra, o interregno de um ano para que se autorize a repactuação deverá ser
contado da data do orçamento a que a proposta se referir, assim entendido o
acordo convenção ou dissídio coletivo de trabalho, para os custos
decorrentes de mão de obra, e da data limite para a apresentação da
proposta em relação aos demais insumos". (grifamos)

41. Assim, quanto aos custos da mão de obra, a orientação é a de que o marco temporal refere-
se à data em que passaram a vigorar os efeitos financeiros da convenção coletiva de trabalho ou
instrumento equivalente, pouco importando a data de sua celebração.
42. Por sua vez, em relação aos custos de insumos ligados à variação do mercado, o marco
temporal para a contagem do prazo de um ano é a data limite para apresentação da proposta.
43. Logo, em se tratando da primeira repactuação, aplica-se o disposto no inciso II do art. 55 da
IN 05/2017, que estabelece que a contagem do interregno mínimo de 01 (um) ano se dará da data
do Acordo, Convenção, Dissídio Coletivo de Trabalho ou equivalente vigente à época da
apresentação da proposta quando a variação dos custos for decorrente da mão de obra e estiver
vinculada às datas-bases destes instrumento.
44. Essa é a racionalidade extraída da Orientação Normativa AGU n. 25/2011, pois
preconiza que o interregno mínimo de 1 (um) ano para que se autorize a repactuação deverá ser
contado da data do orçamento a que a proposta se referir, entendendo-se como proposta o acordo,
convenção ou dissídio coletivo de trabalho, quando os custos decorrerem de mão-de-obra.
45. Em acréscimo, nas repactuações subsequentes à primeira, a IN 05/2017 prescreve em seu
artigo 56 que sua anualidade contar-se-á a partir da data do fato gerador que deu ensejo à última
repactuação.
46. A mesma interpretação está contida na Orientação Normativa AGU n. 26/2011, a qual
entende como última repactuação a data em que iniciados seus efeitos financeiros, sendo
irrelevante a data em que foi celebrada ou apostilada:
"No caso das repactuações subsequentes à primeira, o interregno de um
ano deve ser contado da última repactuação correspondente à mesma
parcela objeto da nova solicitação. entende-se como última repactuação a
data em que iniciados seus efeitos financeiros, independentemente daquela
em que celebrada ou apostilada". (grifamos)

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47. Por fim, é importante acrescentar uma terceira categoria de insumos, que não estão nem
ligados à mão de obra, nem à variação de mercado: tratam-se dos custos sujeitos à fixação de
preços por órgãos governamentais, tais como os relativos ao transporte público, para os quais, além
do fator econômico, sobreleva o fator político, impedindo uma previsão adequado quanto à sua
variação e periodicidade.
48. Nesses casos, como disciplina a AGU, nos modelos de editais e contratos disponibilizados
no sítio oficial, a contagem da anualidade deve se dar a partir da data do orçamento a que a
proposta se referir, o que, nesse caso, significa apurar o período de um ano a partir do último
reajuste aprovado pela autoridade governamental ou realizado por determinação legal ou normativa.
49. Como é de amplo conhecimento, a legislação prevê que seja demonstrada a variação
analítica dos componentes de custos, devidamente justificada. Consequentemente, não basta a
anexação aos autos da convenção coletiva e das planilhas com a demonstração da variação dos
custos apresentadas pela contratada.
50. É esperado que o setor técnico competente do Ifes proceda à efetiva análise, verificando,
primeiramente, o enquadramento sindical, ou seja, se a Convenção Coletiva utilizada para justificar
a variação dos custos referente à mão de obra, de fato, abrange a categoria de trabalhadores
envolvidos na contratação e, também, se foi a mesma adotada para a formulação do preço por
ocasião da apresentação das propostas.
51. Verificado esse aspecto, o Instituto deve examinar a correspondência dos valores constantes
dos referidos documentos com os custos lançados na proposta e na respectiva convenção coletiva
de trabalho utilizadas na licitação.
52. De forma pragmática, em análise de repactuação deve-se verificar se não há benefícios
novos, não previstos originariamente na proposta vencedora da licitação (exceto se se tornarem
obrigatórios por força de instrumento legal, sentença normativa, acordo coletivo ou Convenção
Coletiva), alertando-se ainda que restam vedados aumentos em outros itens que não possuam
relação com o que se tenha comprovado eventual elevação de custos documentalmente.
53. Além disso, a repactuação tem por fundamento a demonstração analítica dos custos, não se
podendo fazer incidir linearmente o percentual de aumento do salário profissional ou mínimo, por
exemplo, sobre todo o valor do contrato, pois este é composto de vários itens, tampouco vincular
percentualmente os materiais e equipamentos aos valores da mão de obra (paragrafo único do
artigo 58 da IN 05/2017).

II. 2.2 - Da hipótese de existência de ressalva de posterior repactuação

54. Caso a contratada concorde em prorrogar o ajuste sem ter manifestado expressamente seu
interesse em majorar o valor pactuado, e considerando que exista esse direito em tese, cabe ao
setor técnico certificar se há interesse em repactuar o presente acordo, naquele momento,
ressaltando que, em não havendo tal manifestação de vontade, nova repactuação somente poderá
ser pleiteada após um ano do fato gerador.
55. Isso porque, nos termos do que dispõe o artigo 57, § 7º da IN 05/2017, as repactuações a
que o contratado fizer jus e não forem solicitadas durante a vigência do contrato, serão objeto de
preclusão com a assinatura da prorrogação contratual ou com o encerramento do ajuste.

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56. No mesmo sentido, lembramos que há entendimento firmado no Parecer Normativo JT nº 02,
de 26 de fevereiro de 2009, aprovado pelo Presidente da República e, portanto, vinculante a todos
os órgãos da Administração Pública Federal, publicado no Diário Oficial da União de 06 de março de
2009, segundo o qual a realização da prorrogação, caso o contratante faça jus ao reajuste e opte
por não implementá-lo, estar-se-á operacionalizando a preclusão do direito de requerê-lo no futuro.
57. É importante ressaltar, porém, que o referido Parecer da AGU admite uma situação de
exceção à preclusão: caso a contratada não tenha requerido a repactuação até a data da
prorrogação subsequente porque ainda não dispunha dos dados relativos a mais recente convenção
coletiva de trabalho da respectiva categoria.
58. Em suma, ainda que interpretada de forma abrangente, tal exceção se aplica a uma situação
específica: na data limite para a prorrogação, a contratada ainda não teria condições de elaborar a
planilha de variação de custos que fundamenta a repactuação, pois a Convenção Coletiva da
Categoria - da qual os novos custos exsurgem ainda não foi concluída.
59. Registramos, por fim, que as repactuações, se não coincidirem com as prorrogações,
deverão ser feitas por apostilamento, consoante dispõe o § 4º do artigo 57 da IN 05/2017, sem a
necessidade do encaminhamento dos autos para análise, exceto se houver dúvida jurídica a ser
dirimida.

II. 3 - DOS SERVIÇOS CONTINUADOS DE ENERGIA ELÉTRICA, ÁGUA E ESGOTO, SERVIÇOS


POSTAIS MONOPOLIZADOS PELA EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS E
AJUSTES FIRMADOS COM A IMPRENSA NACIONAL

60. Em relação aos serviços citados, a Orientação Normativa AGU n. 36/2011 permite que seus
contratos sejam firmados por tempo indeterminado, “desde que no processo de contratação estejam
explicitados os motivos que justificam a adoção do prazo indeterminado”, exigindo também que, a
cada exercício financeiro sejam comprovadas a estimativa de consumo e a existência de previsão
de recursos orçamentário.
61. Recomenda-se, portanto, que tais serviços sejam contratados por prazo indeterminado,
porquanto além da redução de custo e tempo de tramitação dos processos e da otimização no uso
dos recursos humanos e financeiros, tal providência minimiza riscos, notadamente a perda de
prazos e a existência de períodos sem cobertura contratual por conta de eventual solução de
continuidade.
62. Na hipótese de existirem contratações cujo objeto sejam os serviços citados no título desta
seção os contratos, e não tenha sido prevista vigência indeterminada, sugere-se que na próxima
prorrogação seja incluída a seguinte cláusula:
"Pelo presente Termo Aditivo, fica PRORROGADA a vigência do
CONTRATO Nº xx/20xx a partir de xx de xxxx de 20xx [termo final
atualmente previsto] por prazo indeterminado.

CLÁUSULA XXXXX: DA DOTAÇÃO ORÇAMENTÁRIA


As despesas previstas neste Termo Aditivo para o exercício em curso (20xx)
ocorrerão à conta dos Recursos consignados no Orçamento Geral do
Instituto Federal do Espírito Santo.

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PARÁGRAFO XXXXX: A indicação dos créditos e empenhos para cobrir as


despesas dos exercícios futuros serão objeto de apostilamentos, baseados
na estimativa do consumo e na comprovação de existência dos recursos
orçamentários para o referido exercício.

II. 4 - DA INSTRUÇÃO PROCESSUAL

II. 4.1 - Da disponibilidade orçamentária

63. Segundo o artigo 14 da Lei n. 8.666/93, nenhuma compra será feita sem a indicação dos
recursos orçamentários para o seu pagamento. Igual disposição é albergada no artigo 7º da mesma
lei, no que toca às hipóteses de obras e serviços, situação que é repetida no caput do artigo 38 do
referido diploma normativo:

Art. 7º (...)

§ 2o As obras e os serviços somente poderão ser licitados quando:


(...)
III - houver previsão de recursos orçamentários que assegurem o pagamento
das obrigações decorrentes de obras ou serviços a serem executadas no
exercício financeiro em curso, de acordo com o respectivo cronograma;

Art. 14. Nenhuma compra será feita sem a adequada caracterização de seu
objeto e indicação dos recursos orçamentários para seu pagamento, sob
pena de nulidade do ato e responsabilidade de quem lhe tiver dado causa.

Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado com a abertura de


processo administrativo, devidamente autuado, protocolado e numerado,
contendo a autorização respectiva, a indicação sucinta de seu objeto e do
recurso próprio para a despesa, e ao qual serão juntados oportunamente:
(...) (grifamos)

64. Outrossim, caso a ação que venha a amparar a despesa tenha sido classificada como
“projeto” na Lei Orçamentária Anual (LOA), recomenda-se que o ordenador de despesa adote as
providências exigidas no artigo 16, inciso I e II, da Lei Complementar n. 101/2000 (Lei de
Responsabilidade Fiscal), máxime por conta do conteúdo do artigo 15 da referida
legislação. Transcreve-se, por oportuno, o referido texto legal, verbis:

"Art. 15. Serão consideradas não autorizadas, irregulares e lesivas ao


patrimônio público a geração de despesa ou assunção de obrigação que não
atendam o disposto nos arts. 16 e 17.

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Art. 16. A criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental


que acarrete aumento da despesa será acompanhado de:
I - estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva
entrar em vigor e nos dois subsequentes;
II - declaração do ordenador da despesa de que o aumento tem adequação
orçamentária e financeira com a lei orçamentária anual e compatibilidade
com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias.

§ 1o Para os fins desta Lei Complementar, considera-se:


I - adequada com a lei orçamentária anual, a despesa objeto de dotação
específica e suficiente, ou que esteja abrangida por crédito genérico, de
forma que somadas todas as despesas da mesma espécie, realizadas e a
realizar, previstas no programa de trabalho, não sejam ultrapassados os
limites estabelecidos para o exercício;
II - compatível com o plano plurianual e a lei de diretrizes orçamentárias, a
despesa que se conforme com as diretrizes, objetivos, prioridades e metas
previstos nesses instrumentos e não infrinja qualquer de suas disposições.

§ 2o A estimativa de que trata o inciso I do caput será acompanhada das


premissas e metodologia de cálculo utilizadas.

§ 3o Ressalva-se do disposto neste artigo a despesa considerada


irrelevante, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias.

§ 4o As normas do caput constituem condição prévia para:


I - empenho e licitação de serviços, fornecimento de bens ou execução de
obras;

II - desapropriação de imóveis urbanos a que se refere o § 3 o do art. 182 da


Constituição. (...)"

II. 4.2 – Da regularidade fiscal, trabalhista e de idoneidade da contratada

65. Em relação à regularidade fiscal, trabalhista e de idoneidade, constata-se, a partir da


obrigação de sua manutenção durante toda a execução contratual, nos termos do art. 55, XIII, da Lei
n. 8.666/1993, a necessidade de verificação das certificações, antes da perfectibilização da
prorrogação.
66. Os requisitos de qualificação técnico profissional prescindem de nova averiguação, na
generalidade dos casos, pois referem-se à comprovação da experiência acumulada anteriormente à
contratação da empresa, para fins de demonstrar sua aptidão para a execução futura dos serviços
licitados. Após a execução do contrato, é a manifestação do fiscal que atestará esse aspecto.
67. A título de colaboração, sugere-se que a instrução processual adote como parâmetro o
itinerário constante das "listas de verificação" disponibilizadas pela AGU
(https://www.agu.gov.br/page/content/detail/id_conteudo/244390).

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II. 4.3 – Da minuta do termo aditivo

68. O termo aditivo deve conter as cláusulas mínimas necessárias para sua plena compreensão
e eficácia, tais como, a renovação ou complementação da garantia, os novos valores e a data dos
respectivos efeitos financeiros, a dotação orçamentária e, eventualmente, a cláusula que ressalve a
preclusão, dependendo de cada caso concreto.
69. Relembre-se ainda que, quando da formalização do termo aditivo, deverá ser providenciada
sua publicação na imprensa oficial, conforme dicção do art. 61, parágrafo único, da Lei n. 8.666/93,
para garantia da eficácia das alterações contratuais.
70. Por fim, sugere-se ao gestor a certificação da capacidade jurídica do representante da
empresa para prorrogar a avença.

II. 5 - DA PROPOSTA DE ADOÇÃO DE PARECER REFERENCIAL

71. Por certo que o encaminhamento dos processos a esta Procuradoria Federal referentes às
prorrogações de contratos de serviço continuado visa a conferir higidez jurídica ao tratamento
da matéria.
72. No entanto, o elevado número de consultas repetitivas versando sobre assuntos
semelhantes tem, por vezes, o efeito reflexo de onerar a atuação do órgão de assessoramento
jurídico da Administração, o que pode vir a dificultar o desempenho adequado de sua atribuição
institucional. Tal fato também acarreta maior dispêndio de tempo na tramitação dos processos, o
que impacta negativamente no tempo de prática dos atos administrativos pelo Instituto,
sobrecarregando o Gabinete do Reitor.
73. Em razão de situações como a narrada, a Advocacia-Geral da União (AGU) publicou, no dia
23 de maio de 2014, a Orientação Normativa n. 55, possibilitando a figura da Manifestação Jurídica
Referencial:
ORIENTAÇÃO NORMATIVA Nº 55, DE 23 DE MAIO DE 2014
O ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO, no uso das atribuições que lhe conferem
os incisos I, X, XI e XIII, do art. 4º da Lei Complementar nº 73, de 10 de
fevereiro de 1993, considerando o que consta do Processo nº
56377.000011/2009-12, resolve expedir a presente orientação normativa a
todos os órgãos jurídicos enumerados nos arts. 2º e 17 da Lei
Complementar nº 73, de 1993:
I - Os processos que sejam objeto de manifestação jurídica referencial, isto
é, aquela que analisa todas as questões jurídicas que envolvam matérias
idênticas e recorrentes, estão dispensados de análise individualizada pelos
órgãos consultivos, desde que a área técnica ateste, de forma expressa,
que o caso concreto se amolda aos termos da citada manifestação.
II - Para a elaboração de manifestação jurídica referencial devem ser
observados os seguintes requisitos: a) o volume de processos em matérias
idênticas e recorrentes impactar, justificadamente, a atuação do órgão
consultivo ou a celeridade dos serviços administrativos; e b) a atividade
jurídica exercida se restringir à verificação do atendimento das exigências
legais a partir da simples conferência de documentos". (grifamos)

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74. Da leitura da ON em apreço, depreende-se a expressa autorização, no âmbito da AGU, para


elaboração de manifestação jurídica referencial, definida como sendo aquela que analisa todas as
questões jurídicas que envolvam matérias idênticas e recorrentes.
75. Dessa forma, com a manifestação jurídica referencial, os processos administrativos que
veicularem consultas idênticas à enfrentada na manifestação referencial estarão dispensados de
análise individualizada pelo órgão jurídico junto à autarquia, bastando, para tanto, que as
instâncias técnicas da Administração atestem, expressamente, que o caso concreto se
amolda aos termos da manifestação referencial adotada pela Procuradoria Federal.
76. Para isso, sugere-se modelo de “atestado de conformidade do processo com manifestação
jurídica referencial” a ser utilizado pela Administração do Ifes, para que se dispense a análise
individualizada das demandas tratadas no presente parecer.
77. A grosso modo, a manifestação jurídica referencial consiste em parecer jurídico prévio,
vocacionado a balizar todos os casos concretos, cujos contornos se amoldem ao formato do caso
abstratamente analisado pela PF-Ifes.
78. Trata-se, portanto, de ato enunciativo perfeitamente afinado com o princípio da eficiência,
que, seguramente, viabilizará o adequado enfrentamento de questões dotadas de baixa densidade
jurídica.
79. Tal medida já havia sido expressamente recomendada pelo Manual de Boas Práticas
Consultivas da AGU, consoante se infere da leitura do excerto abaixo transcrito:
Embora a atividade consultiva não se confunda com as atividades da
Entidade/Órgão Assessorado, o Órgão Consultivo possui importante papel
no sentido de estimular a padronização e orientação geral a respeito de
assuntos que despertaram ou possam despertar dúvidas jurídicas. Deste
modo, é recomendável a elaboração de minutas-padrão de documentos
administrativos, treinamentos com os gestores e pareceres com orientações
“in abstrato”, a fim de subsidiar a prática de atos relacionados a projetos ou
políticas públicas que envolvam manifestações repetitivas ou de baixa
complexidade jurídica.
(Enunciado nº 34 do Manual de Boas Práticas da Advocacia-Geral da
União).

80. Do acima exposto, pode-se concluir que: (i) a manifestação jurídica referencial uniformiza a
atuação do órgão jurídico relativamente às consultas repetitivas e (ii) a adoção de manifestação
jurídica referencial torna desnecessária a análise individualizada de processos que versem sobre
matéria que já tenha sido objeto de análise em abstrato, sendo certo que as orientações jurídicas
veiculadas através do parecer referencial aplicar-se-ão a todo e qualquer processo com idêntica
matéria.
81. Em resumo, relembre-se que a dispensa do envio de processos ao órgão jurídico para
exame individualizado fica condicionada ao pronunciamento expresso, pela área técnica
interessada, no sentido de que o caso concreto se amolda aos termos da manifestação jurídica
referencial anteriormente emitida sobre a questão.
82. A elaboração de manifestação jurídica referencial depende da comprovação, sob pena de
invalidade, de dois requisitos, quais sejam, (i) o volume de processos em matérias idênticas e

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recorrentes, que, de acordo com a ON nº 55, deve impactar, justificadamente, a atuação do órgão
consultivo ou a celeridade dos serviços administrativos e (ii) a singeleza da atuação da assessoria
jurídica nos casos analisados, que se deve restringir à verificação do atendimento das exigências
legais, a partir da simples conferência de documentos.
83. Na matéria objeto da presente manifestação jurídica referencial, relativamente ao primeiro
requisito, é notório o elevado quantitativo de processos administrativos voltados às prorrogações de
contratos de serviço continuado a justificar a emissão do presente parecer referencial. Para tanto,
basta verificar que, de acordo com os registros existentes nesta Procuradoria Federal, somente no
ano de 2018 foram exaradas mais de 200 (duzentas) manifestações jurídicas sobre a temática.
84. Quanto ao segundo requisito imposto pela ON n. 55, observa-se que o exame jurídico da
Procuradoria Federal em semelhantes casos limita-se à mera conferência de documentos, não
havendo que se falar de peculiaridades que determinem a análise jurídica individualizada dos
referidos processos, excetuando-se a exigência legal contida no art. 38 da Lei n. 8.666/93.
85. De todo modo, para que a análise individualizada dos processos reste dispensada, faz-se
necessário que a área técnica interessada ateste, de forma expressa, que o caso concreto veiculado
em cada processo administrativo se amolda aos termos da presente manifestação jurídica
referencial. Tal providência pode ser realizada através da seguinte sugestão de redação:

"ATESTADO DE CONFORMIDADE DO PROCESSO


COM MANIFESTAÇÃO JURÍDICA REFERENCIAL

Processo:
________________________________________________________________

Referência/objeto:
________________________________________________________

Atesto que o presente processo, referindo-se à prorrogação de contrato de


prestação de serviço continuado, amolda-se à manifestação jurídica referencial
correspondente ao PARECER REFERENCIALAGU/PGF/PF-IFES/Nº 001/2019,
cujas recomendações restam atendidas no caso concreto.

Fica, assim, dispensada a remessa dos autos para exame individualizado pela
Procuradoria Federal junto ao Ifes, conforme autorizado pela Orientação
Normativa nº 55, da Advocacia-Geral da União.

__________________, _____ de _____________________ de 20___

_____________________________________________
Identificação e assinatura"

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86. Ressalta-se, em conclusão, que a adoção de parecer referencial não impede os setores
do Ifes de remeter processos individualizados para a análise desta Procuradoria Federal, desde
que existente dúvida jurídica devidamente contextualizada e não enfrentada na manifestação
jurídica referencial.

II. 5.1 - Da delimitação dos casos em que se aplica este parecer

87. Cumpre esclarecer que este parecer se aplica a todos os contratos de serviço continuado,
com ou sem dedicação exclusiva de mão de obra, cujo fundamento de prorrogação seja o art. 57, II
ou IV, da Lei n. 8.666/93, salvo as situações indicadas a seguir.
88. O presente parecer referencial não se aplica quando não tiver havido manifestação jurídica
da AGU na licitação, dispensa ou inexigibilidade e nas eventuais prorrogações. Faltando uma ou
outra, o processo deverá ser enviado a esta PF-Ifes.
89. Do mesmo modo, conforme registrado no ponto 33 deste parecer, também não é
objeto da manifestação jurídica referencial a prorrogação excepcional prevista no art. 57, §4º,
da Lei n. 8.666/93
90. Em resumo, a sistemática da análise referencial não se aplica aos seguintes casos, que
permanecem submetidos à necessidade de prévia análise jurídica individualizada:
(i) contratos cuja prorrogação se baseia no art. 57, §1º, da Lei n.
8.666/93, como as obras e os serviços de engenharia com prazo
determinado para execução;
(ii) prorrogações excepcionais, ou seja, aquelas por mais de 60
(sessenta) meses de que trata o §4º da Lei n. 8.666/93;
(iii) convênios e outros instrumentos congêneres;
(iv) ausência de manifestação jurídica prévia à licitação, dispensa ou
inexigibilidade.

III - CONCLUSÃO

91. Pelo exposto, a Advocacia-Geral da União, por intermédio da Procuradoria


Federal junto ao Ifes (art. 131 da Constituição Federal, art. 11, IV, "b" da Lei Complementar n. 73/93
e art. 38, parágrafo único, da Lei n. 8.666/93), opina pela viabilidade jurídica da prorrogação de
contrato de serviço continuado, desde que observadas ou fundamentadamente afastadas as
recomendações desta manifestação jurídica.
92. Adota-se, portanto, o presente como manifestação jurídica referencial, de maneira que se
permita que os processos que guardarem relação inequívoca e direta com a abordagem
realizada possam, doravante, ser dispensados de análise individualizada, desde que o setor
competente ateste, de forma expressa, que a situação concreta se amolda a seus termos, na
forma sugerida no item 85.

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93. Encaminhe-se à Reitoria e à Pró-Reitoria de Administração e Orçamento (Proad) do Ifes.

Vitória/ES, 12 de março de 2019.

Estevão Santiago Pizol da Silva


Procurador Federal
Procurador Chefe da PF/IFES

José Aparecido Buffon


Procurador Federal
Coordenador Jurídico da PF/IFES

20
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
SISTEMA INTEGRADO DE PATRIMÔNIO, ADMINISTRAÇÃO E
FOLHA DE ASSINATURAS
CONTRATOS

Emitido em 12/03/2019

PARECER JURÍDICO Nº 25/2019 - BSF-CGC (11.02.17.01.06.01.04)

(Nº do Protocolo: NÃO PROTOCOLADO)

(Assinado digitalmente em 25/08/2022 12:25 )


JOSE MARCOS SOARES
COORDENADOR - TITULAR
BSF-CGC (11.02.17.01.06.01.04)
Matrícula: 2228244

Visualize o documento original em https://sipac.ifes.edu.br/documentos/ informando seu número: 25, ano: 2019,
tipo: PARECER JURÍDICO, data de emissão: 25/08/2022 e o código de verificação: d5f34bbcae

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