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PROCURADORIA-GERAL FEDERAL
PROCURADORIA FEDERAL JUNTO AO INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
Magnífico Reitor,
I - DO RELATÓRIO
1. O processo em epígrafe foi encaminhado a esta Procuradoria Federal junto ao Ifes, nos
termos do parágrafo único do art. 38 da Lei n. 8.666/93, para manifestação a respeito de minuta de
termo aditivo de prorrogação de serviço continuado.
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II - DA ANÁLISE JURÍDICA
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e) anuência da Contratada;
f) manifestação do fiscal do contrato, atestando a regularidade dos serviços
até então prestados;
g) que o prazo de vigência total do ajuste não ultrapasse o limite de sessenta
h) se houver oferecimento de garantia, a necessidade de sua renovação;
i) manutenção das mesmas condições de habilitação exigidas na licitação;
j) justificativa formal e autorização prévia da autoridade superior.
8. Para que seja possível a prorrogação com base no inciso II do artigo 57 da Lei
n. 8.666/1993, é imprescindível que esta tenha constado do ato convocatório.
9. Tendo em vista que a possibilidade de prorrogação é fator que pode influenciar no interesse
e na decisão dos competidores quanto à participação no certame, entende-se que a sua previsão
expressa no edital (ou no contrato/termo de referência que o integra como anexo) é elemento
essencial à prorrogação contratual.
10. Destarte, caso não haja previsão específica no termo de referência, no edital ou no
contrato, reputa-se irregular a prorrogação, uma vez que, nessas condições, o ato de prorrogar
resultaria em violação aos princípios da isonomia e da vinculação ao instrumento convocatório.
11. A Orientação Normativa AGU n. 03/2009, traça a diretriz a ser observada pelos órgãos
jurídicos, no que concerne ao prazo de vigência do contrato, bem como dos seus aditivos, visando à
verificação da ocorrência, ou não, da solução de continuidade. Em consequência, o termo
aditivo deverá ser assinado dentro do período de vigência:
"Na análise dos processos relativos à prorrogação de prazo, cumpre aos
órgãos jurídicos verificar se não há extrapolação do atual prazo de vigência,
bem como eventual ocorrência de solução de continuidade nos aditivos
precedentes, hipóteses que configuram a extinção do ajuste, impedindo a
sua prorrogação".
12. Tratando-se de processo que já sofreu prorrogações, faz-se importante analisar cada um
dos termos, a fim de verificar se todos os prazos foram respeitados.
13. Lembre-se que o contrato exaure-se pela expiração do prazo não prorrogado em tempo
hábil. A ausência de prorrogação tempestiva não é passível de convalidação, uma vez que a
celebração de aditivo ao contrato, antes da sua data de vencimento, é forma essencial do ato, sendo
ilícito qualquer aditivo assinado após a extinção da vigência do Contrato, por configurar
recontratação sem licitação com infringência aos arts. 2º e 3º da Lei n. 8.666/1993.
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14. Não obstante a natureza do serviço já deva ter sido objeto de exame na fase de
planejamento da licitação, para fins de elaboração da minuta do edital e de seus anexos, é
recomendável que, antes de se efetivar a pretendida prorrogação contratual, a autoridade certifique-
se de que o objeto contratual trata, realmente, de serviço continuado.
15. Nos termos da IN/MPDG n. 5/2017, especificamente o previsto no art. 15, serviços prestados
de forma contínua são aqueles que, pela sua essencialidade, visam atender à necessidade pública
de forma permanente e contínua, por mais de um exercício financeiro, assegurando a integridade do
patrimônio público ou o funcionamento das atividades finalísticas do órgão ou entidade, de modo
que sua interrupção possa comprometer a prestação de um serviço público ou o cumprimento da
missão institucional.
16. Portanto, serviços de natureza continuada são aqueles destinados a atender necessidades
públicas permanentes e cuja paralisação acarretaria prejuízos ao funcionamento da entidade
pública, como os de limpeza, vigilância, fornecimento de água, energia elétrica, dentre outros.
17. A Lei n. 8666/93 exige que a prorrogação dos contratos de prestação de serviços
continuados seja vantajosa para a Administração Pública (art. 57, II). No tópico, destaca-se que a
Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão - SEGES/MP
editou a Instrução Normativa nº 03/2017-SEGES, conferindo nova redação à Instrução Normativa nº
05/2014-SLTI/MP, a qual define procedimentos administrativos para a realização da pesquisa de
preços nas contratações públicas:
Art. 1º A Instrução Normativa nº 5, de 27 de junho de 2014, passa a vigorar
com as seguintes alterações:
" Art. 2º A pesquisa de preços será realizada mediante a utilização dos
seguintes parâmetros:
I - Painel de Preços, disponível no endereço eletrônico
http://paineldeprecos.planejamento.gov.br;
II - contratações similares de outros entes públicos, em execução ou
concluídos nos 180 (cento e oitenta) dias anteriores à data da pesquisa de
preços;
III - pesquisa publicada em mídia especializada, sítios eletrônicos
especializados ou de domínio amplo, desde que contenha a data e hora de
acesso; ou
IV - pesquisa com os fornecedores, desde que as datas das pesquisas não
se diferenciem em mais de 180 (cento e oitenta) dias.
§1º Os parâmetros previstos nos incisos deste artigo poderão ser utilizados
de forma combinada ou não, devendo ser priorizados os previstos nos
incisos I e II e demonstrada no processo administrativo a metodologia
utilizada para obtenção do preço de referência.
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Artigo 24 (...)
§ 3º A vantajosidade econômica, de que trata o inciso IV do caput deste
artigo, para prorrogação de contratos de serviços continuados para
fornecimento de bens ou utilidades, produzidos ou elaborados nas
dependências do TCU ou fora delas, estará assegurada, dispensando-se
a realização de pesquisa de preços, quando houver previsão contratual
de que o objeto contratado será reajustado tendo por base índice
previamente definido no edital.
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27. Assim, da mesma forma que, durante a vigência contratual, existe discricionariedade para
que a autoridade, na avaliação da imediata rescisão contratual, decida por manter o contrato vigente
pelo tempo necessário a entabular uma nova contratação, também é possível, a partir de um juízo
de conveniência, devidamente fundamentado, que se faça a prorrogação pelo prazo necessário a
um novo certame, de modo a evitar a interrupção do serviço e um maior prejuízo ao interesse
público.
31. No intuito de registrar que a contratada vem cumprindo com suas obrigações contratuais e
exercendo suas atividades a contento, é indispensável a manifestação do fiscal do contrato,
atestando os bons serviços prestados pela empresa.
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32. Levando-se em conta ainda o que dispõe o artigo 57, II da Lei no 8.666, de 1993 e em
conformidade com a previsão contratual, a prorrogação poderá ser realizada desde que sua duração
total não ultrapasse os 60 (sessenta) meses previstos no inciso II, art. 57, da Lei n. 8.666/93, os 48
(quarenta e oito) meses nos casos enquadrados no inciso IV, ou, ainda, prazo inferior que
porventura tenha sido previsto no instrumento convocatório.
33. Na hipótese de prorrogação excepcional, prevista no §4º do art. 57 da Lei de
Licitações, o processo deverá ser remetido à PF-Ifes para análise prévia e aprovação da
minuta de termo aditivo.
34. Deverá ser renovada a garantia na hipótese de esta ter sido exigida quando da celebração
do ajuste, bem como deverá ser complementada nos casos de alteração do valor do contrato.
35. Conforme disposto no §2º do artigo 57 da Lei n. 8.666/1993, faz-se necessária a justificativa
por escrito para a prorrogação, bem como a autorização prévia assinada pela autoridade
competente para celebrar o contrato.
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38. Uma vez atendidos os pressupostos supra, a repactuação poderá, em tese, ser concedida.
39. Em relação ao requisito temporal, é importante estabelecer a diferença entre os três tipos
de insumos: (i) os ligados à mão de obra, (ii) os ligados à variação do mercado e os (iii) os ligados
às tarifas públicas.
40. Em relação aos dois primeiros, há uma diferença no marco temporal para a contagem do
prazo de um ano, consoante disciplinado na Orientação Normativa AGU n. 25/2011:
"No contrato de serviço continuado com dedicação exclusiva de mão de
obra, o interregno de um ano para que se autorize a repactuação deverá ser
contado da data do orçamento a que a proposta se referir, assim entendido o
acordo convenção ou dissídio coletivo de trabalho, para os custos
decorrentes de mão de obra, e da data limite para a apresentação da
proposta em relação aos demais insumos". (grifamos)
41. Assim, quanto aos custos da mão de obra, a orientação é a de que o marco temporal refere-
se à data em que passaram a vigorar os efeitos financeiros da convenção coletiva de trabalho ou
instrumento equivalente, pouco importando a data de sua celebração.
42. Por sua vez, em relação aos custos de insumos ligados à variação do mercado, o marco
temporal para a contagem do prazo de um ano é a data limite para apresentação da proposta.
43. Logo, em se tratando da primeira repactuação, aplica-se o disposto no inciso II do art. 55 da
IN 05/2017, que estabelece que a contagem do interregno mínimo de 01 (um) ano se dará da data
do Acordo, Convenção, Dissídio Coletivo de Trabalho ou equivalente vigente à época da
apresentação da proposta quando a variação dos custos for decorrente da mão de obra e estiver
vinculada às datas-bases destes instrumento.
44. Essa é a racionalidade extraída da Orientação Normativa AGU n. 25/2011, pois
preconiza que o interregno mínimo de 1 (um) ano para que se autorize a repactuação deverá ser
contado da data do orçamento a que a proposta se referir, entendendo-se como proposta o acordo,
convenção ou dissídio coletivo de trabalho, quando os custos decorrerem de mão-de-obra.
45. Em acréscimo, nas repactuações subsequentes à primeira, a IN 05/2017 prescreve em seu
artigo 56 que sua anualidade contar-se-á a partir da data do fato gerador que deu ensejo à última
repactuação.
46. A mesma interpretação está contida na Orientação Normativa AGU n. 26/2011, a qual
entende como última repactuação a data em que iniciados seus efeitos financeiros, sendo
irrelevante a data em que foi celebrada ou apostilada:
"No caso das repactuações subsequentes à primeira, o interregno de um
ano deve ser contado da última repactuação correspondente à mesma
parcela objeto da nova solicitação. entende-se como última repactuação a
data em que iniciados seus efeitos financeiros, independentemente daquela
em que celebrada ou apostilada". (grifamos)
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47. Por fim, é importante acrescentar uma terceira categoria de insumos, que não estão nem
ligados à mão de obra, nem à variação de mercado: tratam-se dos custos sujeitos à fixação de
preços por órgãos governamentais, tais como os relativos ao transporte público, para os quais, além
do fator econômico, sobreleva o fator político, impedindo uma previsão adequado quanto à sua
variação e periodicidade.
48. Nesses casos, como disciplina a AGU, nos modelos de editais e contratos disponibilizados
no sítio oficial, a contagem da anualidade deve se dar a partir da data do orçamento a que a
proposta se referir, o que, nesse caso, significa apurar o período de um ano a partir do último
reajuste aprovado pela autoridade governamental ou realizado por determinação legal ou normativa.
49. Como é de amplo conhecimento, a legislação prevê que seja demonstrada a variação
analítica dos componentes de custos, devidamente justificada. Consequentemente, não basta a
anexação aos autos da convenção coletiva e das planilhas com a demonstração da variação dos
custos apresentadas pela contratada.
50. É esperado que o setor técnico competente do Ifes proceda à efetiva análise, verificando,
primeiramente, o enquadramento sindical, ou seja, se a Convenção Coletiva utilizada para justificar
a variação dos custos referente à mão de obra, de fato, abrange a categoria de trabalhadores
envolvidos na contratação e, também, se foi a mesma adotada para a formulação do preço por
ocasião da apresentação das propostas.
51. Verificado esse aspecto, o Instituto deve examinar a correspondência dos valores constantes
dos referidos documentos com os custos lançados na proposta e na respectiva convenção coletiva
de trabalho utilizadas na licitação.
52. De forma pragmática, em análise de repactuação deve-se verificar se não há benefícios
novos, não previstos originariamente na proposta vencedora da licitação (exceto se se tornarem
obrigatórios por força de instrumento legal, sentença normativa, acordo coletivo ou Convenção
Coletiva), alertando-se ainda que restam vedados aumentos em outros itens que não possuam
relação com o que se tenha comprovado eventual elevação de custos documentalmente.
53. Além disso, a repactuação tem por fundamento a demonstração analítica dos custos, não se
podendo fazer incidir linearmente o percentual de aumento do salário profissional ou mínimo, por
exemplo, sobre todo o valor do contrato, pois este é composto de vários itens, tampouco vincular
percentualmente os materiais e equipamentos aos valores da mão de obra (paragrafo único do
artigo 58 da IN 05/2017).
54. Caso a contratada concorde em prorrogar o ajuste sem ter manifestado expressamente seu
interesse em majorar o valor pactuado, e considerando que exista esse direito em tese, cabe ao
setor técnico certificar se há interesse em repactuar o presente acordo, naquele momento,
ressaltando que, em não havendo tal manifestação de vontade, nova repactuação somente poderá
ser pleiteada após um ano do fato gerador.
55. Isso porque, nos termos do que dispõe o artigo 57, § 7º da IN 05/2017, as repactuações a
que o contratado fizer jus e não forem solicitadas durante a vigência do contrato, serão objeto de
preclusão com a assinatura da prorrogação contratual ou com o encerramento do ajuste.
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56. No mesmo sentido, lembramos que há entendimento firmado no Parecer Normativo JT nº 02,
de 26 de fevereiro de 2009, aprovado pelo Presidente da República e, portanto, vinculante a todos
os órgãos da Administração Pública Federal, publicado no Diário Oficial da União de 06 de março de
2009, segundo o qual a realização da prorrogação, caso o contratante faça jus ao reajuste e opte
por não implementá-lo, estar-se-á operacionalizando a preclusão do direito de requerê-lo no futuro.
57. É importante ressaltar, porém, que o referido Parecer da AGU admite uma situação de
exceção à preclusão: caso a contratada não tenha requerido a repactuação até a data da
prorrogação subsequente porque ainda não dispunha dos dados relativos a mais recente convenção
coletiva de trabalho da respectiva categoria.
58. Em suma, ainda que interpretada de forma abrangente, tal exceção se aplica a uma situação
específica: na data limite para a prorrogação, a contratada ainda não teria condições de elaborar a
planilha de variação de custos que fundamenta a repactuação, pois a Convenção Coletiva da
Categoria - da qual os novos custos exsurgem ainda não foi concluída.
59. Registramos, por fim, que as repactuações, se não coincidirem com as prorrogações,
deverão ser feitas por apostilamento, consoante dispõe o § 4º do artigo 57 da IN 05/2017, sem a
necessidade do encaminhamento dos autos para análise, exceto se houver dúvida jurídica a ser
dirimida.
60. Em relação aos serviços citados, a Orientação Normativa AGU n. 36/2011 permite que seus
contratos sejam firmados por tempo indeterminado, “desde que no processo de contratação estejam
explicitados os motivos que justificam a adoção do prazo indeterminado”, exigindo também que, a
cada exercício financeiro sejam comprovadas a estimativa de consumo e a existência de previsão
de recursos orçamentário.
61. Recomenda-se, portanto, que tais serviços sejam contratados por prazo indeterminado,
porquanto além da redução de custo e tempo de tramitação dos processos e da otimização no uso
dos recursos humanos e financeiros, tal providência minimiza riscos, notadamente a perda de
prazos e a existência de períodos sem cobertura contratual por conta de eventual solução de
continuidade.
62. Na hipótese de existirem contratações cujo objeto sejam os serviços citados no título desta
seção os contratos, e não tenha sido prevista vigência indeterminada, sugere-se que na próxima
prorrogação seja incluída a seguinte cláusula:
"Pelo presente Termo Aditivo, fica PRORROGADA a vigência do
CONTRATO Nº xx/20xx a partir de xx de xxxx de 20xx [termo final
atualmente previsto] por prazo indeterminado.
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63. Segundo o artigo 14 da Lei n. 8.666/93, nenhuma compra será feita sem a indicação dos
recursos orçamentários para o seu pagamento. Igual disposição é albergada no artigo 7º da mesma
lei, no que toca às hipóteses de obras e serviços, situação que é repetida no caput do artigo 38 do
referido diploma normativo:
Art. 7º (...)
Art. 14. Nenhuma compra será feita sem a adequada caracterização de seu
objeto e indicação dos recursos orçamentários para seu pagamento, sob
pena de nulidade do ato e responsabilidade de quem lhe tiver dado causa.
64. Outrossim, caso a ação que venha a amparar a despesa tenha sido classificada como
“projeto” na Lei Orçamentária Anual (LOA), recomenda-se que o ordenador de despesa adote as
providências exigidas no artigo 16, inciso I e II, da Lei Complementar n. 101/2000 (Lei de
Responsabilidade Fiscal), máxime por conta do conteúdo do artigo 15 da referida
legislação. Transcreve-se, por oportuno, o referido texto legal, verbis:
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68. O termo aditivo deve conter as cláusulas mínimas necessárias para sua plena compreensão
e eficácia, tais como, a renovação ou complementação da garantia, os novos valores e a data dos
respectivos efeitos financeiros, a dotação orçamentária e, eventualmente, a cláusula que ressalve a
preclusão, dependendo de cada caso concreto.
69. Relembre-se ainda que, quando da formalização do termo aditivo, deverá ser providenciada
sua publicação na imprensa oficial, conforme dicção do art. 61, parágrafo único, da Lei n. 8.666/93,
para garantia da eficácia das alterações contratuais.
70. Por fim, sugere-se ao gestor a certificação da capacidade jurídica do representante da
empresa para prorrogar a avença.
71. Por certo que o encaminhamento dos processos a esta Procuradoria Federal referentes às
prorrogações de contratos de serviço continuado visa a conferir higidez jurídica ao tratamento
da matéria.
72. No entanto, o elevado número de consultas repetitivas versando sobre assuntos
semelhantes tem, por vezes, o efeito reflexo de onerar a atuação do órgão de assessoramento
jurídico da Administração, o que pode vir a dificultar o desempenho adequado de sua atribuição
institucional. Tal fato também acarreta maior dispêndio de tempo na tramitação dos processos, o
que impacta negativamente no tempo de prática dos atos administrativos pelo Instituto,
sobrecarregando o Gabinete do Reitor.
73. Em razão de situações como a narrada, a Advocacia-Geral da União (AGU) publicou, no dia
23 de maio de 2014, a Orientação Normativa n. 55, possibilitando a figura da Manifestação Jurídica
Referencial:
ORIENTAÇÃO NORMATIVA Nº 55, DE 23 DE MAIO DE 2014
O ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO, no uso das atribuições que lhe conferem
os incisos I, X, XI e XIII, do art. 4º da Lei Complementar nº 73, de 10 de
fevereiro de 1993, considerando o que consta do Processo nº
56377.000011/2009-12, resolve expedir a presente orientação normativa a
todos os órgãos jurídicos enumerados nos arts. 2º e 17 da Lei
Complementar nº 73, de 1993:
I - Os processos que sejam objeto de manifestação jurídica referencial, isto
é, aquela que analisa todas as questões jurídicas que envolvam matérias
idênticas e recorrentes, estão dispensados de análise individualizada pelos
órgãos consultivos, desde que a área técnica ateste, de forma expressa,
que o caso concreto se amolda aos termos da citada manifestação.
II - Para a elaboração de manifestação jurídica referencial devem ser
observados os seguintes requisitos: a) o volume de processos em matérias
idênticas e recorrentes impactar, justificadamente, a atuação do órgão
consultivo ou a celeridade dos serviços administrativos; e b) a atividade
jurídica exercida se restringir à verificação do atendimento das exigências
legais a partir da simples conferência de documentos". (grifamos)
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80. Do acima exposto, pode-se concluir que: (i) a manifestação jurídica referencial uniformiza a
atuação do órgão jurídico relativamente às consultas repetitivas e (ii) a adoção de manifestação
jurídica referencial torna desnecessária a análise individualizada de processos que versem sobre
matéria que já tenha sido objeto de análise em abstrato, sendo certo que as orientações jurídicas
veiculadas através do parecer referencial aplicar-se-ão a todo e qualquer processo com idêntica
matéria.
81. Em resumo, relembre-se que a dispensa do envio de processos ao órgão jurídico para
exame individualizado fica condicionada ao pronunciamento expresso, pela área técnica
interessada, no sentido de que o caso concreto se amolda aos termos da manifestação jurídica
referencial anteriormente emitida sobre a questão.
82. A elaboração de manifestação jurídica referencial depende da comprovação, sob pena de
invalidade, de dois requisitos, quais sejam, (i) o volume de processos em matérias idênticas e
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recorrentes, que, de acordo com a ON nº 55, deve impactar, justificadamente, a atuação do órgão
consultivo ou a celeridade dos serviços administrativos e (ii) a singeleza da atuação da assessoria
jurídica nos casos analisados, que se deve restringir à verificação do atendimento das exigências
legais, a partir da simples conferência de documentos.
83. Na matéria objeto da presente manifestação jurídica referencial, relativamente ao primeiro
requisito, é notório o elevado quantitativo de processos administrativos voltados às prorrogações de
contratos de serviço continuado a justificar a emissão do presente parecer referencial. Para tanto,
basta verificar que, de acordo com os registros existentes nesta Procuradoria Federal, somente no
ano de 2018 foram exaradas mais de 200 (duzentas) manifestações jurídicas sobre a temática.
84. Quanto ao segundo requisito imposto pela ON n. 55, observa-se que o exame jurídico da
Procuradoria Federal em semelhantes casos limita-se à mera conferência de documentos, não
havendo que se falar de peculiaridades que determinem a análise jurídica individualizada dos
referidos processos, excetuando-se a exigência legal contida no art. 38 da Lei n. 8.666/93.
85. De todo modo, para que a análise individualizada dos processos reste dispensada, faz-se
necessário que a área técnica interessada ateste, de forma expressa, que o caso concreto veiculado
em cada processo administrativo se amolda aos termos da presente manifestação jurídica
referencial. Tal providência pode ser realizada através da seguinte sugestão de redação:
Processo:
________________________________________________________________
Referência/objeto:
________________________________________________________
Fica, assim, dispensada a remessa dos autos para exame individualizado pela
Procuradoria Federal junto ao Ifes, conforme autorizado pela Orientação
Normativa nº 55, da Advocacia-Geral da União.
_____________________________________________
Identificação e assinatura"
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86. Ressalta-se, em conclusão, que a adoção de parecer referencial não impede os setores
do Ifes de remeter processos individualizados para a análise desta Procuradoria Federal, desde
que existente dúvida jurídica devidamente contextualizada e não enfrentada na manifestação
jurídica referencial.
87. Cumpre esclarecer que este parecer se aplica a todos os contratos de serviço continuado,
com ou sem dedicação exclusiva de mão de obra, cujo fundamento de prorrogação seja o art. 57, II
ou IV, da Lei n. 8.666/93, salvo as situações indicadas a seguir.
88. O presente parecer referencial não se aplica quando não tiver havido manifestação jurídica
da AGU na licitação, dispensa ou inexigibilidade e nas eventuais prorrogações. Faltando uma ou
outra, o processo deverá ser enviado a esta PF-Ifes.
89. Do mesmo modo, conforme registrado no ponto 33 deste parecer, também não é
objeto da manifestação jurídica referencial a prorrogação excepcional prevista no art. 57, §4º,
da Lei n. 8.666/93
90. Em resumo, a sistemática da análise referencial não se aplica aos seguintes casos, que
permanecem submetidos à necessidade de prévia análise jurídica individualizada:
(i) contratos cuja prorrogação se baseia no art. 57, §1º, da Lei n.
8.666/93, como as obras e os serviços de engenharia com prazo
determinado para execução;
(ii) prorrogações excepcionais, ou seja, aquelas por mais de 60
(sessenta) meses de que trata o §4º da Lei n. 8.666/93;
(iii) convênios e outros instrumentos congêneres;
(iv) ausência de manifestação jurídica prévia à licitação, dispensa ou
inexigibilidade.
III - CONCLUSÃO
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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
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SISTEMA INTEGRADO DE PATRIMÔNIO, ADMINISTRAÇÃO E
FOLHA DE ASSINATURAS
CONTRATOS
Emitido em 12/03/2019
Visualize o documento original em https://sipac.ifes.edu.br/documentos/ informando seu número: 25, ano: 2019,
tipo: PARECER JURÍDICO, data de emissão: 25/08/2022 e o código de verificação: d5f34bbcae