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Poder Judiciário

Justiça do Trabalho
Tribunal Superior do Trabalho

PROCESSO Nº TST-RRAg-30-55.2022.5.06.0007

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ACÓRDÃO
(8ª Turma)
GMSPM/kvgn/dcc

I - AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO


DE REVISTA DA PRIMEIRA RECLAMADA –
REGÊNCIA PELA LEI Nº 13.467/2017 –
INCOMPETÊNCIA FUNCIONAL. MAU
APARELHAMENTO. Nega-se provimento ao
agravo de instrumento quando não
demonstrada a viabilidade do processamento
do recurso de revista. Agravo de instrumento
a que se nega provimento.
PLANO DE SAÚDE. ALTERAÇÃO. SENTENÇA
NORMATIVA SUPERVENIENTE. EXCLUSÃO DE
GENITOR. VALIDADE. TRANSCENDÊNCIA
POLÍTICA. Constatada possível violação do
inciso XXVI do art. 7º da Constituição da
República, merece provimento o agravo de
instrumento para determinar o processamento
do recurso de revista. Agravo de instrumento
a que se dá provimento.
II – RECURSO DE REVISTA - REGÊNCIA PELA
LEI Nº 13.467/2017 – PLANO DE SAÚDE.
ALTERAÇÃO. SENTENÇA NORMATIVA
SUPERVENIENTE. EXCLUSÃO DE GENITOR.
VALIDADE. TRANSCENDÊNCIA POLÍTICA. A
sentença normativa proferida nos autos do
processo nº TST-DC-1000295-05.2017.5.
00.0000 alterou a cláusula 28 do Acordo
Coletivo do Trabalho 2017/2018, firmado entre
a ECT e o sindicato da categoria profissional,
autorizando a exclusão dos genitores da
categoria de dependentes dos titulares do
plano de saúde, após o decurso do período de
um ano e, quando do julgamento do
DCG-1000662-58.2019.5.00.0000, decidiu que

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“a criação desse Plano de Saúde específico não


pode ser determinada pela Justiça do Trabalho
através do poder normativo, mas apenas por
meio de negociação autônoma entre as Partes
interessadas”. Não se aplica ao caso a Súmula
51, I, do TST. Precedentes. A decisão do
Regional que determinou a reinclusão da
genitora ao plano de saúde, portanto, viola o
inciso XXVI do art. 7º da Constituição da
República. Recurso de revista de que se
conhece e a que se dá provimento.
III - AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO
DE REVISTA DA SEGUNDA RECLAMADA –
REGÊNCIA PELA LEI Nº 13.467/2017 –
AUSÊNCIA DE INTERESSE PROCESSUAL -
PLANO DE SAÚDE. ALTERAÇÃO. SENTENÇA
NORMATIVA SUPERVENIENTE. EXCLUSÃO DE
GENITOR. EXAME PREJUDICADO. Diante do
provimento dado ao recurso de revista da
primeira reclamada para rejeitar os pedidos
formulados na inicial, fica prejudicado o exame
do agravo de instrumento interposto pela
segunda reclamada.

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Recurso de Revista


com Agravo n° TST-RRAg-30-55.2022.5.06.0007, em que é Agravante e Recorrido
POSTAL SAÚDE - CAIXA DE ASSISTÊNCIA E SAÚDE DOS EMPREGADOS DOS CORREIOS
e Agravado e Recorrente EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT e é
Agravado e Recorrido SANDRO RODRIGUES ESTEVAO.

As reclamadas interpõem agravos de instrumento (fls.


4.103/4.110 e 4.111/4.131) contra a decisão de fls. 4.087/4.094, mediante a qual foi
denegado seguimento aos seus recursos de revista (fls. 3.949/3.989 e 4.015/4.056).
Não foram apresentadas contraminuta nem contrarrazões.

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Desnecessária a remessa dos autos ao Ministério Público do


Trabalho, nos termos do Regimento Interno do TST.
É o relatório.

VOTO

I – AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA DA


PRIMEIRA RECLAMADA – EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT

1 – CONHECIMENTO

Conheço do agravo de instrumento por estarem presentes os


pressupostos legais de admissibilidade, entre os quais a representação processual (fls.
587/590) e a tempestividade (ciência da decisão denegatória em 12/6/2023 e
interposição do apelo em 21/6/2023), sendo inexigível o preparo.

2 – MÉRITO

2.1 – INCOMPETÊNCIA FUNCIONAL

O Regional denegou seguimento ao recurso de revista com fulcro


no art. 896, § 1º-A, I, da CLT.
A primeira reclamada impugna a decisão denegatória e renova
sua alegação de incompetência funcional do TRT da 6ª Região para dirimir a presente
controvérsia. Renova sua alegação de divergência jurisprudencial.
Sem razão.
Registre-se que a primeira reclamada atendeu ao disposto no
artigo 896, § 1º-A, I, da CLT (fls. 4.027).
No particular, o Regional consignou:

“A EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS suscita a


incompetência funcional da Vara do Trabalho para apreciar a demanda. Alega
que a pretensão de manutenção dos genitores dos empregados da EBCT no
plano de saúde foi balizada pelo Dissídio Coletivo nº
1000066258.2019.5.00.0000, julgado em 02/10/2019 pelo C. TST. Por esse
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motivo, defende que, consoante o art. 877 da CLT e a OJ nº 188 da SBDI-1,


apenas aquela Corte possuiria competência funcional para analisar o feito.
Todavia, destaco que a análise acerca da competência deve ser
realizada com base na causa de pedir e no pedido. Assim, observando a
petição inicial, verifico que a contenda não diz respeito à execução da
sentença normativa proferida pelo C. TST no bojo do Dissídio Coletivo nº
1000066258.2019.5.00.0000, mas sim à obtenção de uma tutela condenatória
decorrente de um processo de conhecimento. Dessa forma, não há falar em
incidência da OJ nº 188 da SBDI-1 nem do art. 877 da CLT” (fls. 3.938)

De plano, registre-se que os arestos transcritos às fls.


4.027/4.028 mostram-se imprestáveis ao fim colimado por serem oriundos de Turma do
TST, não se enquadrando, assim, na alínea “a” do artigo 896 da CLT.
Igualmente, os julgados de fls. 4.029 não se prestam a
impulsionar o recurso de revista, pois são provenientes do mesmo Tribunal prolator do
acórdão recorrido, não se enquadrando na alínea “a” do artigo 896 da CLT.
Assim, ante o mau aparelhamento do recurso de revista,
mostra-se inviável o seu processamento, não havendo como reconhecer a
transcendência da causa (artigo 896-A da CLT), em qualquer de suas modalidades.

2.2 - PLANO DE SAÚDE. ALTERAÇÃO. SENTENÇA NORMATIVA


SUPERVENIENTE. EXCLUSÃO DE GENITOR. VALIDADE

O Regional denegou seguimento ao recurso de revista por


entender não haver violação dos dispositivos indicados.
A primeira reclamada impugna a decisão denegatória e renova
sua insurgência contra a determinação de reinclusão da mãe do reclamante no plano
de saúde. Afirma que a sentença normativa proferida nos autos do processo
TST-DC-1000295-05.2017.5.00.0000 alterou a Cláusula 28 do ACT 2017/2018, excluindo
os genitores como dependentes do Plano de Saúde, mantida no TST-DC-
1000662-58.2019.5.00.0000. Reitera suas alegações de divergência jurisprudencial, má
aplicação da Súmula 51 do TST, e violação dos artigos 5º, II, 7º, XXVI, 37, II, 114, § 2º, da
Constituição da República, 114 do Código Civil e 114, § 3º, 465, 611, § 1º, e 614, § 3º, da
CLT.
Com razão

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Por divisar desrespeito à jurisprudência desta Corte, concluo que


a questão objeto do recurso de revista oferece transcendência política hábil a
viabilizar sua apreciação.
A primeira reclamada atendeu ao disposto no artigo 896, § 1º-A,
I, da CLT (fls. 4.032).
Na fração de interesse, o Regional consignou:

“O reclamante aduz que sua mãe era beneficiária do plano de saúde


ofertado pela segunda reclamada e que fora sumariamente desligada. Aponta
pela existência de normativo interno da primeira reclamada que acarretou
direito adquirido.
As reclamadas aduzem que no Dissídio Coletivo nº
1001203-57.2020.5.00.0000 houve alteração da Cláusula 28ª do ACT da
categoria para excluir os genitores da cobertura do plano de saúde.
Defendem que a questão se encontra pacificada no âmbito do C. TST e
pugnam pela reforma da sentença.
Nesse sentido, apesar dos sucessivos Dissídios Coletivos ajuizados, a
exemplo do 1000295-05-2017-00-0000, do 1000066258.2019.5.00.0000 e do
1001203-57.2020.5.00.0000, o fundamento central para o deslinde da
controvérsia reside no fato de existir disposição no regulamento empresarial
prevendo expressamente o direito de o titular do plano de saúde incluir os
genitores como seus dependentes, conforme Cláusula 3.3.2 (fl. 281) e Anexo 1
(fl. 345).
Destaco que a Sra. Maria Rodrigues Estevão, genitora da reclamante, já
fazia parte do POSTAL SAÚDE (fl. 40) e contava com 66 anos de idade quando
do ajuizamento da reclamação trabalhista.
Dessa forma, o próprio empregador garantiu esse direito aos seus
empregados quando optou por incluir tal disposição no regulamento
empresarial, o qual, frise-se, não guarda natureza de mera orientação à
organização interna. Assim, referida disposição aderiu aos contratos de
trabalho vigentes, não podendo ser alterada em prejuízo do trabalhador,
conforme preceituam o art. 468 da CLT e a Súmula nº 51 do C. TST.
Portanto, eventual alteração dessa Cláusula somente atingiria os novos
empregados.
Isso se deve ao fato de ocorrer a aplicação da condição mais
benéfica ao empregado e do princípio da inalterabilidade contratual
lesiva, bem como em homenagem ao direito adquirido (arts. 5º, XXXVI, da
CRFB, e 6º, da LINDB). Isto é, em que pese a existência de sentença
normativa excluindo a Cláusula do ACT quanto à manutenção dos
genitores no plano de saúde, ainda há disposição contratual expressa
que mantém esse direito.

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Ademais, vale destacar que não há violação ao princípio da prevalência


do negociado sobre o legislado, recentemente entendido como constitucional
pelo e. STF (Tese nº 1046 de Repercussão Geral), uma vez que, no caso
concreto, não há contraposição entre disposição negociada e disposição
legislada, mas sim de uma sentença normativa em face de disposição
contratual elaborada pelo próprio empregador (regulamento empresarial), o
que viabiliza a aplicação do princípio da condição mais benéfica.
Ainda, verifica-se que na decisão proferida no Dissídio Coletivo nº
1000295-05.2017.5.00.0000 foi reconhecido aos genitores dos empregados da
ré o direito à inclusão como dependente no plano de saúde até 01/08/2019. A
partir desta data, ficou definido que os genitores seriam abrangidos por plano
familiar a ser negociado entre as partes, o que não ocorreu. Assim, verifica-se
que a sentença normativa proferida no Dissídio Coletivo nº
1000295-05.2017.5.00.0000 criou regra de transição para os dependentes
genitores de empregados da EBCT.
Todavia, de modo diverso da interpretação que pretendem dar as
reclamadas, a decisão proferida no Dissídio Coletivo nº
1000662-58.2019.5.00.0000 não alterou a obrigação da EBCT de criação de um
plano familiar, mas apenas consignou que a instauração do benefício não
poderia ser determinada pela Justiça do Trabalho. Portanto, não foi afastada a
obrigação da reclamada quanto à manutenção do plano de saúde aos
genitores. Dessa forma, o fato de não ter sido criado o plano familiar não
exime a EBCT do fornecimento da assistência médica aos genitores, que não
podem ter violado seu direito à saúde.
Dito isso, também não prospera o argumento da POSTAL SAÚDE de que
a decisão recorrida deve limitar o pedido apenas ao caso de a genitora da
autora dar continuidade a tratamento em andamento e não finalizado até
02/10/2019, considerando a causa de pedir autoral e o fato de as reclamadas
não terem cumprido a decisão normativa no que diz respeito à constituição
do plano familiar.
Por fim, não há falar em violação aos arts. 5º, II, e 37, II, da CRFB,
uma vez que o direito à manutenção do plano de saúde está previsto
expressamente no regulamento empresarial, que também vincula a
EBCT.
Portanto, o caso dos autos não traz como causa de pedir o
cumprimento/discussão de sentença normativa, mas apenas tem como
fundamento direito expressamente assegurado em regulamento empresarial.
Dessa forma, entendo como correta a decisão recorrida, de modo que a
mantenho.
Esse, inclusive, é o entendimento deste Regional:
[...]
Assim, dou provimento ao recurso do reclamante para determinar a
inclusão da Sra. Maria Rodrigues Estevão, na qualidade de dependente do

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reclamante, no plano de saúde administrado pela segunda reclamada.” (fls.


3.939/3.941 – destaques acrescidos).

Inicialmente, cumpre consignar que a sentença normativa


proferida nos autos do processo nº TST-DC-1000295-05.2017.5.00.0000 alterou a
cláusula 28 do Acordo Coletivo do Trabalho 2017/2018, firmado entre a ECT e o
sindicato da categoria profissional, autorizando a exclusão dos genitores da categoria
de dependentes dos titulares do plano de saúde, após o decurso do período de um ano,
conforme ementa abaixo transcrita:

"REVISIONAL DE DISSÍDIO COLETIVO DE GREVE. AUSÊNCIA DE COMUM


ACORDO. CORREIOS SAÚDE. ALTERAÇÃO DO MODELO DE CUSTEIO.
COPARTICIPAÇÃO. CLAUSULA REBUS SIC STANTIBUS. TEORIA DA IMPREVISÃO
E DA ONEROSIDADE EXCESSIVA. CLÁUSULA PREEXISTENTE. O art. 114, §2º, da
Constituição Federal determina que compete à Justiça do Trabalho
estabelecer normas e condições de trabalho em dissídio coletivo, respeitadas
as disposições convencionais mínimas. Por se tratar de cláusulas
preexistentes, ajustadas pelas partes por meio de acordo coletivo de trabalho,
apenas é possível o julgamento do dissídio coletivo se demonstrada a
excessiva onerosidade ou inconveniência de sua manutenção. As partes
foram instadas a acordo para o fim de dirimir o conflito em relação à
necessidade de alteração do modo de custeio do Plano de Saúde. A
onerosidade excessiva viabiliza a revisão pretendida, contudo, o interesse
social que permeia a manutenção do Plano de Saúde dos Correios, impõe
que, na revisão da Cláusula 28 do ACT/2017/2018, se considere o valor social
que será atingido pela modificação no custeio do plano em relação a classe de
empregados que recepcionava o plano de saúde, por décadas, como benefício
que era observado quando da negociação para os reajustes salariais da
categoria, em especial com a dependência econômica de pai e/ou mãe
integrantes do plano. O princípio ‘pacta sunt servanda’ encontra limites
quando da existência de alteração radical das condições econômicas no
momento da execução do contrato, a teor da teoria da imprevisão - ‘rebus sic
stantibus’. A ECT é mantenedora do plano de assistência à saúde dos correios
- CORREIOS SAÚDE, que é administrada pela Caixa de Assistência e Saúde dos
Empregados dos Correios - POSTALSAÚDE, de autogestão, em que é garante.
O modelo é objeto de acordo coletivo, e a comunicação da revisão do plano
determinou a deflagração de greve pelos postalistas. A comissão paritária
formada na empresa para buscar uma proposta de consenso, teve a rejeição
dos empregados em relação a qualquer alteração no custeio ou
compartilhamento do plano de saúde. A empresa pretende revisar o plano de
autogestão, considerando cenários e resultados econômico-financeiros
deficitários que foram demonstrados. A forma de custeio pretendida pela
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empresa, modelo paritário 50/50, encerra um formato que não pode ser
recepcionado da forma como apresentada, sem prejuízo de grande monta,
em especial, quando atrelado, ainda, a exclusão de pai e/ou mãe dos titulares
como dependentes do plano de saúde. Contudo, torna-se possível, diante dos
elementos dos autos e das propostas já enunciadas durante a tentativa de
Mediação nesta c. Corte, a apresentação de um modelo a ser implementado,
em prazo razoável, que viabilize economicamente aos Correios a sua
manutenção, sendo a modulação necessária para garantia de um prazo para
a inclusão da cobrança das mensalidades e implementação do novo modelo
de coparticipação. Deste modo, o pedido deve ser parcialmente
procedente para o fim de estabelecer a revisão da Cláusula 28 do ACT
2017/2018, com a alteração do plano de custeio dos Correios, modulada a
cláusula para que a empresa mantenha os pais e/ou mães no Plano de
Saúde, no período de um ano, resguardado o prazo até a alta médica
daqueles que se encontram em tratamento de doenças graves. As partes
deverão negociar a mudança desses dependentes especial para ‘plano
família’, ao final do prazo estabelecido, com o fim de recepcionar os
referidos dependentes especiais. A implementação com prazo diferido
tem por fim que as partes se organizem e negociem nova condição a ser
adotada para que os referidos dependentes tenham garantido um plano
de saúde substituto, ainda que fora do sistema atual, mas que conduza à
efetividade do direito à saúde e à dignidade do idoso, que vem sendo
observado pela empresa ao longo dos anos. O novo modelo de gestão
deverá ser implementado a partir de um ano da vigência do ACT 2017/2018,
garantida a manutenção de todas as cláusulas anteriormente ao período
indicado. Dissídio Coletivo Revisional conhecido e julgado procedente em
parte." (DC-1000295-05.2017.5.00.0000, Seção Especializada em Dissídios
Coletivos, Relator Ministro Aloysio Silva Correa da Veiga, DEJT de 3/4/0018 –
destaques acrescidos).

Quando do julgamento do DCG-1000662-58.2019.5.00.0000, a


SDC decidiu que “a criação desse Plano de Saúde específico não pode ser determinada pela
Justiça do Trabalho através do poder normativo, mas apenas por meio de negociação
autônoma entre as Partes interessadas” (Relator Ministro Mauricio Godinho Delgado, DEJT
22/10/2019) e, quando do julgamento dos embargos declaratórios, acrescentou as
seguintes regras de transição:

"(...) C) EMBARGOS DE DECLARAÇÃO DA ECT, DA FENTECT E DA FINDECT


. CLÁUSULA 28, § 16ª - PLANO DE SAÚDE DE PAIS E MÃES. REGRA DE
TRANSIÇÃO EM FACE DA AUTORIZAÇÃO PARA A SUA EXTINÇÃO. Tendo em
vista a celeuma em torno da Cláusula 28, § 16ª, e do fato de que a
interpretação dada pela Empresa à referida cláusula acarretou a interrupção
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do fornecimento de medicamentos quimioterápicos e do tratamento de


doenças graves dos beneficiários dependentes pais e mães, torna-se
necessária a manifestação expressa desta SDC/TST sobre o seu alcance. Na
decisão embargada, esta SDC, ao tempo em que indeferiu a pretensão da
categoria profissional de criação/manutenção do Plano de Saúde para Pais e
Mães - que culminou na possível extinção do Plano "Correios Saúde 1", no
qual estavam inseridos aqueles dependentes -, também garantiu "a
permanência dos tratamentos em andamento e não finalizados, da seguinte
forma: (1) quanto às internações hospitalares, até a alta ; (2) quanto aos
tratamentos continuados em regime ambulatorial (hemodiálise, diálise,
terapia imunobiológica, quimioterapia, quimioterápicos orais, radioterapia),
até o fim do ciclo autorizado , e as terapias domiciliares (oxigenoterapia,
fonoaudiologia domiciliar, internação domiciliar e fisioterapia domiciliar), até o
fim das sessões autorizadas e iniciadas ". Considerando todos os fatos,
valores e fundamentos jurídicos que envolvem a controvérsia, a Maioria dos
membros desta Seção entende que a interpretação a ser conferida ao § 16º
da Cláusula 28 é a que determina a garantia de permanência dos
tratamentos em andamento e não finalizados, quanto às internações
hospitalares, aos tratamentos continuados em regime ambulatorial
(hemodiálise, diálise, terapia imunobiológica, quimioterapia,
quimioterápicos orais, radioterapia) e às terapias domiciliares
(oxigenoterapia e internação domiciliar), até a alta médica ; e, quanto à
fonoaudiologia domiciliar e à fisioterapia domiciliar, até o fim das
sessões autorizadas e iniciadas. Ficaram vencidos, neste tópico dos
embargos de declaração: a) parcialmente, os Exmos. Ministros Mauricio
Godinho Delgado, Relator, Lelio Bentes Corrêa e Kátia Magalhães Arruda, que
interpretavam a cláusula no sentido de preservar hígidos os tratamentos
domiciliares também, até a alta médica, inclusive no tocante aos
procedimentos de fonoaudiologia e fisioterapia domiciliares, quando
componentes do referido tratamento; e b) integralmente, o Exmo. Ministro
Ives Gandra Martins Filho, que entendia que a cláusula deveria ser
interpretada em sua literalidade, garantindo-se a permanência dos
tratamentos até a alta médica apenas para os casos de internações . Dessa
maneira, a fim de aperfeiçoar a prestação jurisdicional, dá-se provimento aos
embargos de declaração, nos limites especificados pela Maioria dos membros
da Seção. Embargos de declaração providos. D) EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
DA ECT, DA FENTECT, DA FINDECT e DA UNIÃO . QUESTIONAMENTOS ACERCA
DA CLÁUSULA 28ª, §§ 1º, 3º, II E 7º E DA CLÁUSULA 79ª. QUESTÕES
ABRANGIDAS PELA DECISÃO DO STF QUE SUSPENDEU, LIMINARMENTE, OS
EFEITOS DE PARTE DA DECISÃO EMBARGADA . O Supremo Tribunal Federal,
por decisão monocrática do Ministro Dias Toffoli, confirmada por posterior
decisão monocrática do Ministro Luiz Fux, nos autos da Medida Cautelar na
Suspensão de Liminar nº 1264 - Distrito Federal, suspendeu, liminarmente, os
efeitos da decisão ora embargada no que tange aos parágrafos § 1º

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(proporcionalidade da coparticipação em 30%/70%), 3º, II (isenção da


coparticipação para internação hospitalar e temas sensíveis) e 7º (fixação da
remuneração para fins de cobrança da mensalidade) da CLÁUSULA 28ª -
PLANO DE SAÚDE DOS EMPREGADOS DOS CORREIOS, bem como à CLÁUSULA
79 - VIGÊNCIA (vigência de 2 anos). Tendo em vista esse cenário, a análise dos
embargos de declaração das Partes, nesse particular (Cláusula 28ª, §§ 1º, 3º, II
e 7º e Cláusula 79ª), fica sobrestada, já que a competência para o exame de
tais matérias , nesse momento, é do STF, não podendo esta SDC/TST
manifestar-se sobre elas até que decisão definitiva da Suprema Corte
eventualmente modifique a decisão liminar proferida na Medida Cautelar na
Suspensão de Liminar nº 1.264. A análise das questões abordadas nos
embargos de declaração das Partes referentes à Cláusula 28ª, §§ 1º, 3º, II e 7º e
à Cláusula 79ª fica sobrestada " (ED-DCG-1000662-58.2019.5.00.0000, Seção
Especializada em Dissídios Coletivos, Relator Ministro Mauricio Godinho
Delgado, DEJT 10/07/2020 – destaques acrescidos).

Verifica-se, portanto, que, embora se tenha fixado a obrigação da


reclamada de criar uma nova modalidade de plano de saúde, que possa incluir os
genitores como dependentes, ficou decidido que não cabe ao Judiciário definir as regras
para criação desse plano.
Registre-se, ainda, que esta Corte Superior tem se posicionado
no sentido de ser válida a alteração do referido plano, visto não haver sido
implementada unilateralmente pela reclamada, e sim por força de sentença normativa
proferida em dissídio coletivo revisional, com vistas a garantir a viabilidade econômica e
a manutenção do benefício, não havendo falar em alteração contratual lesiva ou
contrariedade à Súmula 51, I, do TST. A título de ilustração, transcrevem-se os seguintes
julgados:

"AGRAVO. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA.


EXCLUSÃO DA GENITORA DO EMPREGADO COMO DEPENDENTE DO PLANO
DE SAÚDE. EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS. NORMA
COLETIVA REVISADA POR SENTENÇA NORMATIVA. APLICAÇÃO IMEDIATA DA
FIGURA NORMATIVA COMO FORMA DE VIABILIZAR A CONTINUIDADE DO
PLANO DE SAÚDE EM BENEFÍCIO DOS EMPREGADOS ATIVOS E INATIVOS DA
EMPRESA. AUSÊNCIA DE ALTERAÇÃO CONTRATUAL ILÍCITA. INOCORRÊNCIA DE
VIOLAÇÃO A DIREITO LÍQUIDO E CERTO. SEGURANÇA DENEGADA. 1.
Conquanto se observe pretérita previsão regulamentar prevendo a concessão
do Benefício da Assistência Médico-Hospitalar e Odontológica aos
dependentes dos empregados da ECT, bem como não se olvide das diretrizes
da Súmula 51, I, deste c. TST, certo é que a revisão da norma coletiva
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PROCESSO Nº TST-RRAg-30-55.2022.5.06.0007

aplicável aos empregados da impetrante foi realizada por sentença


normativa lavrada no âmbito da eg. Seção de Dissídios Coletivos deste
Tribunal Superior, que, conforme ensinamentos do Ministro Mauricio
Godinho Delgado, "é "ato-regra" (Duguit), "comando abstrato" (Carnelutti),
constituindo-se em ato judicial (aspecto formal) criador de regras gerais,
impessoais, obrigatórias e abstratas (aspecto material). É lei em sentido
material, embora se preserve como ato judicial do ponto de vista de sua
forma de produção e exteriorização". 2. No caso, é incontroverso que este
Tribunal Superior do Trabalho, em sentença normativa proferida no Dissídio
Coletivo nº 1000662-58.2019.5.00.0000, discutiu profundamente a Cláusula
28ª do ACT encetado entre a litisconsorte e o sindicato obreiro e, por maioria,
afastou a possibilidade de manutenção de Plano de Saúde para pais e mães
dos empregados. 3. É importante registrar que o escopo daquela sentença
normativa foi o de viabilizar a continuidade do plano de saúde em benefício
dos empregados ativos e inativos da empresa impetrante. 4. Na decisão
consignou-se: "Cabe aqui destacar que o julgamento
DC-1000295-05.2017.5.00.0000 representou uma situação absolutamente
singular, marcada por amplo debate entre os membros desta Seção
Especializada. A Empresa instaurou aquele dissídio coletivo pretendendo a
modificação substancial do modelo de custeio do "Correios Saúde"
(administrado pelo "Postal Saúde" e que tem a ECT como mantenedora), sob o
fundamento de que estava com sérias dificuldades financeiras para manter o
benefício nos moldes praticados até então. Seus pedidos incluíam: a exclusão
dos pais e mães do plano de saúde; a cobrança de mensalidades pelos
empregados e ex-empregados; a alteração dos percentuais de coparticipação.
Na ocasião, esta Seção Especializada, por maioria de votos (vencido este
Relator), e com base na teoria da imprevisão e na cláusula rebus sic standibus,
decidiu modificar a cláusula histórica e dar-lhe nova redação, tendo em vista a
situação de desequilíbrio financeiro da Empresa, em decorrência de diversos
fatores expostos no voto do Exmo. Relator Aloysio Correia da Veiga. Assim,
autorizou-se a criação do Plano de Saúde "Correios Saúde 2" com a nova
forma de custeio. 5. No julgamento referido acima, previu-se a manutenção
do Plano de Saúde nos moldes até então vigentes por um ano e, depois, por
negociação coletiva, a criação de "novo plano" que tornasse economicamente
viável a manutenção do benefício para os genitores. 6. Como se percebe, a
sentença normativa tratou da questão de forma abrangente, abordando,
portanto, a existência de uma previsão regulamentar anterior, de modo que
não se pode invocar a Súmula 51 deste Tribunal Superior sem ferir de
morte a Sentença Normativa proferida pela Colenda SDC. 7. Agravo
conhecido e provido" (Ag-ROT-716-05.2021.5.06.0000, Subseção II
Especializada em Dissídios Individuais, Relator Ministro Amaury Rodrigues
Pinto Junior, DEJT 24/03/2023 – destaques acrescidos).

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PROCESSO Nº TST-RRAg-30-55.2022.5.06.0007

"RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. ATO


INQUINADO QUE INDEFERIU TUTELA PROVISÓRIA CONSISTENTE NO
RESTASTABELECIMENTO DO PLANO DE SAÚDE DO GENITOR DO IMPETRANTE.
ECT. DISSÍDIO COLETIVO REVISIONAL DA SDC. ALTERAÇÃO DA CLÁUSULA 28
DO ACT DE 2017/2018. 1. Trata-se de recurso ordinário interposto contra
acórdão proferido pelo Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região que
concedeu a segurança, por entender configurado o direito líquido e certo do
impetrante a ser tutelado. 2. No presente "mandamus", a impugnação
direciona-se à decisão proferida pelo MM. Juiz da 2ª Vara do Trabalho de
Recife/PE, que indeferiu pedido de antecipação de tutela de urgência,
consubstanciado no restabelecimento dos serviços de assistência médica,
hospitalar e odontológica ao pai do reclamante. 3. Não há dúvida de que é
dever do Estado proteger e garantir direitos por meio de normas e da
atividade jurisdicional, cabendo ao particular o exercício do direito de ação, a
teor do art. 5º, XXXV, da Constituição Federal. 4. A tutela do direito
comumente é emprestada à parte ao final do procedimento. Contudo, é
possível a concessão de tutela provisória de urgência quando houver
elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou
risco ao resultado útil do processo (art. 300 do CPC). 5. Conferida mediante
cognição sumária, a tutela provisória antecipada tem como escopo assegurar
a efetividade da jurisdição e da concretização do direito. Assim, cabe ao
julgador, alicerçado em juízo de verossimilhança, acolher a pretensão com o
objetivo de resguardar o bem jurídico pretendido, quando cumulativamente
revelados a plausibilidade do direito ("fumus boni iuris") e o risco iminente de
lesão ("periculum in mora"). 6. No caso concreto, a Corte de origem concedeu
a segurança e, cassando o ato impugnado, determinou que os litisconsortes
passivos procedessem à imediata reinclusão do genitor do impetrante no
plano de saúde, nos moldes até então vigentes. 7. Ocorre que a Subseção
Especializada em Dissídios Coletivos desta Corte, após o julgamento do
processo nº TST-DC-100295-05.2017.5.00.0000, proferiu sentença normativa,
no sentido de alterar a cláusula 28 do Acordo Coletivo do Trabalho 2017/2018,
firmado entre a ECT e o sindicato da categoria profissional, autorizando a
cobrança de mensalidades e de coparticipação de empregados ativos,
desligados e aposentados no custeio do plano de saúde oferecido pela
empresa, bem como a exclusão dos genitores dos titulares como
dependentes após o decurso do período de um ano. 8. Especificamente em
relação aos pais e mães do titular do benefício, a Seção Especializada em
Dissídios Coletivos, ao abordar a Cláusula nº 28 do ACT 2017/2018 nos
autos do Dissídio Coletivo nº 1000662-58.2019.5.00.0000, afastou a
possibilidade de manutenção do plano de saúde. 9. Infere-se das sentenças
normativas, em especial da proferida processo nº
TST-DC-100295-05.2017.5.00.0000, que a alteração das regras referentes ao
plano de saúde ofertado pela ECT ocorreu de forma " sui generis" , porquanto
amparada na ausência, demonstrada naqueles autos, de recursos para a

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PROCESSO Nº TST-RRAg-30-55.2022.5.06.0007

manutenção do benefício, e na livre negociação das partes envolvidas. 10.


Nessa esteira, não há que se falar em alteração prejudicial, sendo
consideradas válidas as modificações promovidas por meio de sentença
normativa proferida pela SDC desta Eg. Corte. A situação dos autos não
se amolda, portanto, à diretriz a Súmula 51 do TST. 11. Assim sendo, à
evidência de que o ato inquinado possui amparo legal, inafastável a conclusão
no sentido de que inexiste a alegada afronta a direito líquido e certo do
impetrante, razão pela qual merece reforma o acordão regional. Segurança
denegada. Recurso ordinário conhecido e provido"
(ROT-15-10.2022.5.06.0000, Subseção II Especializada em Dissídios Individuais,
Relatora Ministra Morgana de Almeida Richa, DEJT 02/06/2023 – destaques
acrescidos).

"A) ANÁLISE CONJUNTA DOS AGRAVOS DE INSTRUMENTO EM RECURSO


DE REVISTA INTERPOSTOS PELAS RECLAMADAS POSTAL SAÚDE - CAIXA DE
ASSISTÊNCIA E SAÚDE DOS EMPREGADOS DOS CORREIOS E EMPRESA
BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT. ACÓRDÃO REGIONAL
PUBLICADO NA VIGÊNCIA DAS LEIS Nºs 13.015/2014 E 13.467/2017. 1.
AUSÊNCIA DE INTERESSE RECURSAL. VIOLAÇÃO À OJ Nº 188 DA SBDI-I DO TST.
INEXISTÊNCIA. TRANSCENDÊNCIA NÃO RECONHECIDA. CONHECIMENTO E
NÃO PROVIMENTO. I. Conforme consignado pelo Tribunal Regional " a
presente lide não gravita em torno da validade (ou não) de norma fixada em
sentença normativa, pelo Órgão de Cúpula da Justiça do Trabalho, mas na
manutenção de plano de saúde de dependente (genitora) do autor, então
empregado da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, instituído e
regulamentado em norma interna desta última ". Assim, não há que se falar
em incompetência funcional. II. Contrariedade à OJ 188 da SBDI-I do TST não
demonstrada. III. Agravo de instrumento de que se conhece e a que se nega
provimento. 2. DIREITO À MANUTENÇÃO DE PLANO DE SAÚDE PELA
GENITORA DEPENDENTE DO TITULAR. PREVISÃO EM NORMA COLETIVA.
EXCLUSÃO POR SENTENÇA NORMATIVA
DCG-1000295-05.2017.5.00.000.INEXISTÊNCIA DE DIREITO ADQUIRIDO, DE
ALTERAÇÃO CONTRATUAL ILÍCITA OU VIOLAÇÃO DA SÚMULA 51, I, DO TST.
TRANSCENDÊCIA POLÍTICA RECONHECIDA. CONHECIMENTO E PROVIMENTO.
I. Constatada a má aplicação da Súmula nº 51, I, do TST, dá-se provimento ao
agravo de instrumento para determinar o processamento do recurso de
revista. II. Agravo de instrumento de que se conhece e a que se dá
provimento, para determinar o processamento do recurso de revista,
observando-se o disposto no ATO SEGJUD.GP Nº 202/2019 do TST. C) ANÁLISE
CONJUNTA DOS RECURSOS DE REVISTA INTERPOSTOS PELAS RECLAMADAS
POSTAL SAÚDE - CAIXA DE ASSISTÊNCIA E SAÚDE DOS EMPREGADOS DOS
CORREIOS E EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT.
ACÓRDÃO REGIONAL PUBLICADO NA VIGÊNCIA DAS LEIS Nº 13.015/2014 E
13.467/2017. 1. DIREITO À MANUTENÇÃO DE PLANO DE SAÚDE PELA

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GENITORA DEPENDENTE DO TITULAR. PREVISÃO EM NORMA COLETIVA.


EXCLUSÃO POR SENTENÇA NORMATIVA DCG-1000295-05.2017.5.00.000.
INEXISTÊNCIA DE DIREITO ADQUIRIDO, DE ALTERAÇÃO CONTRATUAL ILÍCITA
OU VIOLAÇÃO DA SÚMULA 51, I, DO TST. TRANSCENDÊCIA POLÍTICA
RECONHECIDA. CONHECIMENTO E PROVIMENTO. I. O cerne da questão é
saber da possibilidade de restabelecimento do plano de saúde para os
genitores dependentes do Reclamante, com fundamento na existência de
direito adquirido, na Súmula 51, I, do TST, ou na configuração de alteração
contratual ilícita, nos termos do art. 468 da CLT, na hipótese em que decisão
da Seção de Dissídios Coletivos deste Tribunal Superior excluiu o direito na
norma coletiva. II. Esta Corte Superior firmou entendimento no sentido de que
a modificação ou exclusão de direitos anteriormente previstos em negociação
coletiva através de sentença normativa, não configura (a) violação do direito
adquirido (art. 5º, XXXVI, da CF), (b) alteração contratual lesiva (CLT, art. 468)
ou (c) violação à Súmula 51, I, desta Corte. Precedentes da SbDI-1 e de todas
as Turmas do TST. II. No presente caso, no julgamento do Dissídio Coletivo
de Greve nº 1000295-05.2017.00.0000, a Seção de Dissídios Coletivos deste
Tribunal decidiu excluir o "direito à manutenção de plano de saúde pela
genitora dependente do titular", retirando do rol de direitos normativos
dos empregados da ECT o referido benefício, com a manutenção do plano
de saúde para os genitores dependentes por apenas um ano no serviço
de assistência médico-hospitalar e odontológico dos Correios, ficando
garantida, tão somente, a permanência dos tratamentos em andamento
e não finalizados. III. Ademais, a pretensão do Reclamante de
restabelecer o plano de saúde para seus genitores como dependentes
para além do término de vigência da sentença normativa proferida no
DCG-000295-05.2017.5.00.0000, significa dar ultratividade à norma
coletiva anterior, circunstância entendida como inconstitucional pelo
STF, em decisão vinculante e com eficácia "erga omnes" proferida na
ADPF 323. IV. Neste contexto, em que o direito à "manutenção de plano de
saúde pela genitora dependente do titular" foi excluído por sentença
normativa da Justiça do Trabalho, o deferimento da parcela significaria ferir de
morte a autoridade da referida decisão. V. Demonstrada transcendência
política da causa e má-aplicação da Súmula nº 51, I, do TST. VI. Recurso de
revista de que se conhece e a que se dá provimento"
(RRAg-334-98.2022.5.06.0251, 4ª Turma, Relator Ministro Alexandre Luiz
Ramos, DEJT 22/09/2023).

"I- AGRAVO INTERNO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE


REVISTA INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.467/2017.
RESTABELECIMENTO DE PLANO DE SAÚDE DOS GENITORES DA EMPREGADA.
POSTAL SAÚDE-CAIXA DE ASSISTÊNCIA E SAÚDE DOS EMPREGADOS DOS
CORREIOS. SENTENÇA NORMATIVA PROFERIDA PELO TST NOS AUTOS DO
DISSÍDIO COLETIVO 1000295-05.2017.5.00.0000. ALTERAÇÃO DA CLÁUSULA

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28ª DO ACT DE 2017/2018. VIOLAÇÃO AO DIREITO ADQUIRIDO NÃO


CONFIGURADA. A decisão monocrática proferida nestes autos merece ser
superada, a fim de reconhecer a transcendência política da causa e prosseguir
no exame do agravo de instrumento da reclamada. Agravo interno provido. II-
AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. LEI Nº 13.467/2017.
POSTAL SAÚDE-CAIXA DE ASSISTÊNCIA E SAÚDE DOS EMPREGADOS DOS
CORREIOS. RESTABELECIMENTO DE PLANO DE SAÚDE DOS GENITORES DA
EMPREGADA. SENTENÇA NORMATIVA PROFERIDA PELO TST NOS AUTOS DO
DISSÍDIO COLETIVO 1000295-05.2017.5.00.0000. ALTERAÇÃO DA CLÁUSULA
28ª DO ACT DE 2017/2018. VIOLAÇÃO AO DIREITO ADQUIRIDO NÃO
CONFIGURADA. TRANSCENDÊNCIA POLÍTICA RECONHECIDA. Mostra-se
prudente o provimento do agravo de instrumento para determinar o
processamento do recurso de revista, ante a provável violação ao art. 7º, XXVI,
da Constituição Federal. Agravo de instrumento provido. III- RECURSO DE
REVISTA INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.467/2017. POSTAL
SAÚDE-CAIXA DE ASSISTÊNCIA E SAÚDE DOS EMPREGADOS DOS CORREIOS.
RESTABELECIMENTO DE PLANO DE SAÚDE DOS GENITORES DA EMPREGADA.
DISSÍDIO COLETIVO REVISIONAL DA SDC. ALTERAÇÃO DA CLÁUSULA 28 DO
ACT DE 2017/2018. ALTERAÇÃO DA CLÁUSULA 28ª DO ACT DE 2017/2018.
VIOLAÇÃO AO DIREITO ADQUIRIDO NÃO CONFIGURADA. TRANSCENDÊNCIA
POLÍTICA RECONHECIDA. CONHECIMENTO E PROVIMENTO. A Subseção
Especializada em Dissídios Coletivos desta Corte, após o julgamento do
processo nº TST-DC-100295-05.2017.5.00.0000, proferiu sentença normativa,
no sentido de alterar a cláusula 28 do Acordo Coletivo do Trabalho 2017/2018,
firmado entre a ECT e o sindicato da categoria profissional, autorizando a
cobrança de mensalidades e de coparticipação de empregados ativos,
desligados e aposentados no custeio do plano de saúde oferecido pela
empresa, bem como a exclusão dos genitores dos titulares como
dependentes após o decurso do período de um ano. Especificamente em
relação aos pais e mães do titular do benefício, a Seção Especializada em
Dissídios Coletivos, ao abordar a Cláusula nº 28 do ACT 2017/2018 nos autos
do Dissídio Coletivo nº 1000662-58.2019.5.00.0000, afastou a possibilidade de
manutenção do plano de saúde. Infere-se das sentenças normativas, em
especial da proferida processo nº TST-DC-100295-05.2017.5.00.0000, que a
alteração das regras referentes ao plano de saúde ofertado pela ECT ocorreu
de forma " sui generis" , porquanto amparada na ausência, demonstrada
naqueles autos, de recursos para a manutenção do benefício, e na livre
negociação das partes envolvidas. Nessa esteira, não há que se falar em
alteração prejudicial, sendo consideradas válidas as modificações
promovidas por meio de sentença normativa proferida pela SDC desta
Eg. Corte. A situação dos autos não se amolda, portanto, à diretriz a
Súmula 51 do TST . Recurso de revista conhecido e provido"
(RR-838-91.2021.5.06.0008, 6ª Turma, Relator Desembargador Convocado
Jose Pedro de Camargo Rodrigues de Souza, DEJT 22/09/2023).

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No presente caso, ao determinar a reinclusão da genitora do


reclamante ao plano de saúde, o Regional incorreu em violação do inciso XXVI do art. 7º
da Constituição da República, razão pela qual dou provimento ao presente agravo de
instrumento para determinar o processamento do recurso de revista.

II – RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELA PRIMEIRA


RECLAMADA - EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT

1 – CONHECIMENTO

Inicialmente, verifica-se a transcendência política da causa (artigo


896-A, § 1º, II, da CLT), conforme registrado no tópico II/2.
Satisfeitos, ainda, os pressupostos de admissibilidade
extrínsecos do recurso de revista, entre os quais a representação processual (fls.
587/590) e a tempestividade (ciência do acórdão regional em 13/4/2023 e interposição
do apelo em 27/4/2023), sendo inexigível o preparo.

PLANO DE SAÚDE. ALTERAÇÃO. SENTENÇA NORMATIVA


SUPERVENIENTE. EXCLUSÃO DE GENITOR. VALIDADE

Conforme assentado no exame do agravo de instrumento,


constata-se a presença de pressuposto de admissibilidade intrínseco, visto estar
demonstrada a violação pelo acórdão regional do inciso XXVI do art. 7º da Constituição
da República.
Dessa forma, conheço do recurso de revista, com fulcro no
artigo 896, "c", da CLT.

2 – MÉRITO

PLANO DE SAÚDE. ALTERAÇÃO. SENTENÇA NORMATIVA


SUPERVENIENTE. EXCLUSÃO DE GENITOR. VALIDADE

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Conhecido o recurso de revista por violação literal do inciso XXVI


do art. 7º da Constituição da República, a consequência lógica é o seu provimento para
restabelecer a sentença, que julgou improcedente a reclamação trabalhista.
Inverte-se o ônus da sucumbência, inclusive em relação aos
honorários advocatícios sucumbenciais, mantido o percentual fixado na sentença (fls.
3.810/3.812), cuja exigibilidade fica suspensa por dois anos subsequentes ao trânsito
em julgado da decisão, cabendo ao credor demonstrar que deixou de existir a situação
de insuficiência de recursos que justificou a concessão da gratuidade. Findo o prazo,
extingue-se a obrigação. Vedada a compensação automática da verba honorária com os
créditos obtidos pelo reclamante em juízo, ainda que em outro processo, nos termos da
decisão proferida pelo STF no julgamento da ADI-5766/DF. Custas
processuaisinalteradas, a cargo do reclamante, ficando dispensado o seu recolhimento,
por ser beneficiário da Justiça Gratuita.

III – AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA


INTERPOSTO PELA SEGUNDA RECLAMADA (POSTAL SAÚDE - CAIXA DE ASSISTÊNCIA
E SAÚDE DOS EMPREGADOS DOS CORREIOS)

Diante do provimento dado ao recurso de revista da primeira


reclamada para rejeitar os pedidos formulados na inicial, fica prejudicado o exame do
agravo de instrumento interposto pela segunda reclamada.

ISTO POSTO

ACORDAM os Ministros da Oitava Turma do Tribunal Superior do


Trabalho, por unanimidade: I) dar provimento ao agravo de instrumento da primeira
reclamada para determinar o processamento do recurso de revista quanto ao tema
“PLANO DE SAÚDE. ALTERAÇÃO. SENTENÇA NORMATIVA SUPERVENIENTE. EXCLUSÃO DE
GENITOR. VALIDADE”; II) conhecer do recurso de revista por violação do inciso XXVI do
art. 7º da Constituição da República e, no mérito, dar-lhe provimento para restabelecer
a sentença, que julgou improcedente a reclamação trabalhista. Inverte-se o ônus da
sucumbência, inclusive em relação aos honorários advocatícios sucumbenciais, mantido
o percentual fixado na sentença (fls. 3.810/3.812), cuja exigibilidade fica suspensa por

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dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão, cabendo ao credor


demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a
concessão da gratuidade. Findo o prazo, extingue-se a obrigação. Vedada a
compensação automática da verba honorária com os créditos obtidos pelo reclamante
em juízo, ainda que em outro processo, nos termos da decisão proferida pelo STF no
julgamento da ADI-5766/DF. Custas processuais inalteradas, a cargo do reclamante,
ficando dispensado o seu recolhimento, por ser beneficiário da Justiça Gratuita; III)
julgar prejudicado o exame do agravo de instrumento interposto pela segunda
reclamada.
Brasília, 3 de abril de 2024.

Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)


SERGIO PINTO MARTINS
Ministro Relator

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