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Poder Judiciário

Justiça do Trabalho
Tribunal Superior do Trabalho

PROCESSO Nº TST-Ag-RR-1925-78.2014.5.02.0060

Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1005A882465666E6A4.
ACÓRDÃO
(7ª Turma)
GMEV/apj/csn/iz

AGRAVO INTERNO. RECURSO DE REVISTA.


ACÓRDÃO REGIONAL PUBLICADO NA
VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014 E ANTERIOR
À LEI Nº 13.467/2017. AGENTE DE APOIO
SOCIOEDUCATIVO DA FUNDAÇÃO CASA.
ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. TEMA
REPETITIVO Nº 16 DO TST.
I. A decisão agravada está em conformidade
com a tese firmada pela SBDI-I desta Corte
Superior no julgamento do Tema Repetitivo nº
16 (IRR-1001796-60.2014.5.02.0382).
II. Agravo interno de que se conhece e a que se
nega provimento.

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Agravo em Recurso


de Revista n° TST-Ag-RR-1925-78.2014.5.02.0060, em que é Agravante FUNDAÇÃO
CENTRO DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO AO ADOLESCENTE - FUNDAÇÃO CASA
- SP e Agravada MARIA DA CONCEIÇÃO SANTOS.

Trata-se de agravo interno interposto de decisão unipessoal em


que se deu provimento ao recurso de revista da parte reclamante.
Apresentada contraminuta.
É o relatório.

VOTO

1. CONHECIMENTO

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Atendidos os pressupostos de admissibilidade do agravo interno,


dele conheço.

2. MÉRITO

A decisão unipessoal agravada está assim fundamentada:

AGENTE DE APOIO SOCIOEDUCATIVO DA FUNDAÇÃO CASA. ADICIONAL


DE PERICULOSIDADE. TEMA REPETITIVO Nº 16 DO TST
A questão devolvida a esta Corte Superior diz respeito ao direito do
agente de apoio socioeducativo da Fundação Casa - SP de receber o adicional
de periculosidade previsto no artigo 193, II, da CLT.
No caso, a pretensão ao pagamento do adicional de periculosidade foi
rejeitada pelo TRT de origem, ante a invocação da Súmula Regional nº 43, de
seguinte teor:
O agente de apoio socioeducativo da Fundação Casa - SP
não tem direito ao adicional de periculosidade previsto no artigo
193, II, da CLT, uma vez que suas atividades laborais não se
enquadram no Anexo 3, NR 16, da Portaria nº 3.214/78
Sucede, todavia, que esta Corte Superior, no julgamento do
IRR-1001796-60.2014.5.02.0382, fixou tese diametralmente oposta no Tema
Repetitivo nº 16, a saber:
Emerge do presente IRR a fixação da tese jurídica:
"I. O Agente de Apoio Socioeducativo (nomenclatura que, a
partir do Decreto nº 54.873 do Governo do Estado de São Paulo,
de 06.10.2009, abarca os antigos cargos de Agente de Apoio
Técnico e de Agente de Segurança) faz jus à percepção de
adicional de periculosidade, considerado o exercício de atividades
e operações perigosas, que implicam risco acentuado em virtude
de exposição permanente a violência física no desempenho das
atribuições profissionais de segurança pessoal e patrimonial em
fundação pública estadual.
II. Os efeitos pecuniários decorrentes do reconhecimento
do direito do Agente de Apoio Socioeducativo ao adicional de
periculosidade operam-se a partir da regulamentação do art. 193,
II, da CLT em 03.12.2013 – data da entrada em vigor da Portaria nº
1.885/2013 do Ministério do Trabalho, que aprovou o Anexo 3 da
NR-16” (IRR - 1001796-60.2014.5.02.0382, Relator Ministro
Ministro Hugo Carlos Scheuermann, Ac. SBDI-1, DEJT de
12/11/2021).
Tratando-se, pois, de precedente de observância obrigatória, e
considerando que o recurso de revista atende os pressupostos extrínsecos e

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intrínsecos de admissibilidade, com destaque para o art. 896, § 1º-A, da CLT


(transcrição fls. 392/393), conclui-se que o Tribunal Regional, ao indeferir o
adicional de insalubridade, afrontou o art. 193, II, da CLT.
Nesse contexto, a pretensão obreira ao pagamento de adicional de
periculosidade, a partir de 3/12/2013, merece guarida.
Pelo exposto, e nos termos dos arts. 932, III, IV e V, do CPC de 2015 e
896, § 14, da CLT e 251, I, II e III, do Regimento Interno desta Corte Superior,
conheço do recurso de revista em relação ao tema “Agente de Apoio
Socioeducativo - Fundação Casa - adicional de periculosidade”, por violação do
art. 193, II, da CLT, e, no mérito, dou-lhe provimento para condenar a
reclamada ao pagamento do adicional de periculosidade, partir de 3/12/2013,
no percentual de 30% (trinta por cento) sobre o salário básico, com reflexos
postulados na letra “a” da petição inicial, exceto sobre repouso semanal
remunerado, parcelas vencidas e vincendas até que se dê a incorporação em
folha de pagamento, observada a prescrição quinquenal. (fls. 481/483 –
Visualização Todos PDF).

A parte agravante alega, em síntese, que “não pode a Recorrente


concordar com a condenação ao pagamento de adicional de periculosidade, com base no
artigo 193, inciso II, da CLT, ante a carência de enquadramento legal das funções exercidas
pelo agente de apoio socioeducativo”.
Não merece reparos a decisão unipessoal, pois está em
conformidade com a seguinte tese firmada pela SBDI-I desta Corte Superior no
julgamento do Tema Repetitivo nº 16 (IRR-1001796-60.2014.5.02.0382):

I. O Agente de Apoio Socioeducativo (nomenclatura que, a partir do


Decreto nº 54.873 do Governo do Estado de São Paulo, de 06.10.2009, abarca
os antigos cargos de Agente de Apoio Técnico e de Agente de Segurança) faz
jus à percepção de adicional de periculosidade, considerado o exercício de
atividades e operações perigosas, que implicam risco acentuado em virtude
de exposição permanente a violência física no desempenho das atribuições
profissionais de segurança pessoal e patrimonial em fundação pública
estadual.
II. Os efeitos pecuniários decorrentes do reconhecimento do direito do
Agente de Apoio Socioeducativo ao adicional de periculosidade operam-se a
partir da regulamentação do art. 193, II, da CLT em 03.12.2013 - data da
entrada em vigor da Portaria nº 1.885/2013 do Ministério do Trabalho, que
aprovou o Anexo 3 da NR-16.
(IRR-1001796-60.2014.5.02.0382, Subseção I Especializada em Dissídios
Individuais, Relator Ministro Hugo Carlos Scheuermann, DEJT 12/11/2021).

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Na mesma oportunidade, a SBDI-I firmou a posição de que é


incabível a compensação do adicional de periculosidade com a Gratificação por Regime
Especial de Trabalho – GRET, ao fundamento de que "Admitido pela Fundação Casa que a
Gratificação por Regime Especial de Trabalho é paga a todos os empregados da Fundação
Casa, considerada apenas a atividade fim da instituição, independentemente da função
desenvolvida ou do cargo ocupado, não se verifica a identidade de natureza para a
pretendida compensação com o adicional de periculosidade ora reconhecido aos Agentes de
Apoio Socioeducativo".
Registre-se que ocorreu o trânsito em julgado da decisão de
mérito proferida no IRR-1001796-60.2014.5.02.0382 em 19/12/2023.
Diante do exposto, nego provimento ao agravo interno.

ISTO POSTO

ACORDAM os Ministros da Sétima Turma do Tribunal Superior


do Trabalho, à unanimidade, conhecer do agravo interno e, no mérito, negar-lhe
provimento.
Brasília, 3 de abril de 2024.

Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)


EVANDRO VALADÃO
Ministro Relator

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