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AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 1179879 - MG (2017/0252007-0)

RELATOR : MINISTRO GURGEL DE FARIA


AGRAVANTE : SINDICATO DA INDUSTRIA DO FERRO NO ESTADO DE
MINAS GERAIS
AGRAVANTE : METALSIDER LTDA
AGRAVANTE : SIDERURGICA GAFANHOTO EIRELI
AGRAVANTE : COSIMAT SIDERURGICA DE MATOZINHOS LTDA
AGRAVANTE : VDL CICLOS E MOTORES LTDA - ME
AGRAVANTE : MINAS GUSA SIDERURGIA LTDA
AGRAVANTE : COMPANHIA SETELAGOANA DE SIDERURGIA COSSISA
AGRAVANTE : TECNOSÍDER SIDERÚRGIA LTDA
AGRAVANTE : FERGUMINAS SIDERURGIA LTDA
AGRAVANTE : FERROESTE INDUSTRIAL LTDA
AGRAVANTE : FERGUBRAS - FERRO GUSA DO BRASIL LTDA
AGRAVANTE : SIDERURGICA BANDEIRANTE LIMITADA
ADVOGADOS : RENATO BARTOLOMEU FILHO E OUTRO(S) - MG081444
PATRÍCIA SALGADO SETTE MATTANA E OUTRO(S) -
MG097398
AGRAVADO : FAZENDA NACIONAL

DECISÃO

Trata-se de agravo do SINDICATO DA INDUSTRIA DO FERRO


NO ESTADO DE MINAS GERAIS, METALSIDER LTDA., SIDERURGICA
GAFANHOTO EIRELI, COSIMAT SIDERURGICA DE MATOZINHOS LTDA, VDL
CICLOS E MOTORES LTDA – ME, MINAS GUSA SIDERURGIA LTDA.,
COMPANHIA SETELAGOANA DE SIDERURGIA COSSISA, TECNOSÍDER
SIDERÚRGIA LTDA., FERGUMINAS SIDERURGIA LTDA., FERROESTE
INDUSTRIAL LTDA., FERGUBRAS – FERRO GUSA DO BRASIL LTDA.,
SIDERURGICA BANDEIRANTE LTDA. contra decisão que inadmitiu recurso especial
interposto com fundamento nas alíneas "a" e "c" do permissivo constitucional e,
também, contra acórdão proferido pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região assim
ementado (e-STJ fls. 491/492):

PROCESSUAL CIVIL – TRIBUTÁRIO – MANDADO DE


SEGURANÇA COLETIVO:EFEITOS DA SENTENÇA

Edição nº 0 - Brasília,
Documento eletrônico VDA30579859 assinado eletronicamente nos termos do Art.1º §2º inciso III da Lei 11.419/2006
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Publicação no DJe/STJ nº 3263 de 04/11/2021. Código de Controle do Documento: 3f0b8918-069f-40b7-86d2-be41ef3cdb0f
(ABRANGÊNCIA) – CONTRIBUIÇÃO SOCIAL (FUNRURAL)
– SINDICATO DEPESSOA JURÍDICA ADQUIRENTE DA
PRODUÇÃO RURAL (CARVÃO VEGETAL) –
LEGITIMIDADEATIVA – ART. 1° DA LEI N. 8.540/92:
INCONSTITUCIONAL (STF) – LEI N. 10.256/2001 (C/C EC
N.20/1998): NÃO "CONSTITUCIONALIZAÇÃO":
EXIGIBILDADE SUSPENSA – REMESSA OFICIAL: TIDAPOR
INTERPOSTA.
1. Remessa oficial tida por interposta (art. 475, I, do CPC), porquanto há
outras questões circundantes, não relacionadas com a matéria principal, que
necessitam de análise.
2. Os efeitos da sentença no mandado de segurança coletivo restringem-se aos
substituídos que tenham, na data da propositura da ação, domicílio no âmbito
da competência territorial da autoridade impetrada, porquanto a competência
absoluta para processar e julgar o mandado de segurança, que é de natureza
funcional, firma-se de acordo com o local da sede funcional da autoridade
impetrada, cujos os efeitos da sentença deveram ficar sujeitos à competência
territorial desta autoridade (Neste sentido: AMS n.2009.34.00.035157-3/DF,
Rel. Des. Federal Souza Prudente, 8' Turma do TRF da 1' Região, e-DJF1
de26/08/2011, pág. 475).
3. O sindicato regularmente constituído e autorizado pelo seu estatuto detém
legitimidade para postular em juízo em nome de seus filiados/associados, na
qualidade de substituto processual independentemente de autorização expressa
ou relação nominal dos substituídos. (Neste sentido: AC n.
2010.36.00.004645-5/MT, Rel. Juiz Federal Alexandre Buck Medrado
Sampaio (Conv.), 8ª Turma do TRF da 1ª Região, e-DJF1 de 20/06/2014, pág.
256).
4. O importante é que haja comprovação de estar o contribuinte na situação
jurídica que lhe garanta o direito (AC n. 0036191-35.2012.4.01.3500/GO, ReI.
Juiz Federal Alexandre Buck Medrado Sampaio (Conv.), 8ª Turma do TRF da
1' Região, e-DJF1 de 23/05/2014, pág 836).
5. Não havendo comprovação de que o filiado ao sindicato assumiu o encargo
financeiro do tributo ou que, transferindo-o a terceiro, possua autorização
expressa para tanto, este detém legitimidade apenas para discutir a legalidade
ou constitucionalidade da, exigência da contribuição, porquanto não foram
atendidos os ditames do art. 166 do CTN
6. A inexigibilidade da contribuição para o FUNRURAL, incidente sobre a
aquisição dos produtos (carvão vegetal) dos fornecedores pessoas físicas, fica
condicionada àqueles que efetivamente comprovarem a condição de
empregador rural pessoa física.
7. O Supremo Tribunal Federal declarou inconstitucional, sem modulação
temporal dos efeitos, o art. 1° da Lei n. 8.540/92, em sede de recurso
repetitivo, nos moldes do art. 543-B do CPC (RE n.596.177, ReI. Min.
Ricardo Lewandowski, Pleno do STF, DJe de 29/08/2011).
8. A autorização para instituição, por lei ordinária, da contribuição social sobre
a comercialização da produção rural do produtor rural pessoa física somente
surgiu com a Emenda Constitucional n. 20/98, que ampliou as fontes de
financiamento da seguridade social, prevendo, como tal, a receita ou o
faturamento (art. 195, I, b, CF/88).
9. A Sétima Turma do TRF1 entende que a Lei n. 10.256/2001 (c/c EC n.
20/98) não "constitucionalizou" a contribuição anteriormente prevista em lei.
10. Tendo sido reconhecida a inconstitucionalidade da contribuição prevista
nos artigos 12, incisos V e VII, 25, incisos I e II, e 30, inciso IV, da Lei n.
8.212/91, com as redações decorrentes das Leis n. 8.540/92 e 9.528/97, não há
que se falar em inaplicabilidade da decisão proferida RE n. 363.852,
porquanto, ainda que em controle difuso, é legítima a suspensão da sua
exigência (AGAn.0002044-41.2011.4.01.0000 -MA, Rel. Des. Federal Souza
Prudente, 8ª Turma do TRF da 1ª Região, e-DJF1 de 15/07/2011, pág. 354).
11. A inconstitucionalidade da contribuição social ao FUNRURAL, prevista

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nos artigos 12,incisos V e VII, 25, incisos I e II, e 30, inciso IV, da Lei n.
8.212/91, com as redações decorrentes das Leis n. 8.540/92 e 9.528/97,
declarada pelo Supremo Tribunal Federal (RE n. 363.852) não está
fundamentada somente na necessidade de lei complementar para a criação de
nova exação, o que seria um vício formal, mas também na ofensa aos
princípios da isonomia e da vedação à bitributação, o que demonstra a
ocorrência, além disso, de vício material na Lei n. 10.256/2001.
12. Apelações e remessa oficial, tida por interposta, não providas.

Os embargos de declaração opostos foram rejeitados (e-STJ fls. 543


e 583).

Nas razões de recurso (e-STJ fls. 620/639), a recorrente aponta,


além de divergência jurisprudencial, violação dos arts. 535, 121, 123, 165 e 166 do
CTN; 66 da Lei n. 8.383/1991; e 74 da Lei n. 9.430/1996.

Defende a legitimidade ativa dos associados para pleitear a


restituição das contribuições (reconhecidamente indevidas) ao FUNRURAL. Em síntese,
argumenta que "as empresas representadas pelo Recorrente possuem sentença
(confirmada pelo acórdão) desobrigando-as da retenção e recolhimento por sub-rogação
da contribuição Funrural. No entanto, CONTINUAM DEPOSITANDO OS VALORES
MENSALMENTE. Não há como negar que tais valores estão sendo desembolsados pelos
Recorrentes. São os mesmos que estão sofrendo diminuição patrimonial;
consequentemente, são os mesmos que fazem jus a restituição dos valores pagos
indevidamente." (e-STJ fl. 631).

No mais, argumenta que " as empresas Recorrentes o direito líquido


e certo, forte no artigo 66 da Lei n9. 8.383/91 (com redação dada pela Lei n.2 9.069/95),
combinado com o art. 74 da Lei n2. 9.430/96 (com redação dada pela Lei n.2 10.637/02),
de proceder à compensação dos valores eventualmente não depositados e recolhidos no
curso da demanda, com débitos próprios, vencidos ou vincendos, relativos a quaisquer
tributos ou contribuição administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil –
tendo-se em vista a integração promovida pela Lei n2 11.457, de 16 de março de 2007
(DOU de 19.03.2007) – inclusive com os então administrados pelas extintas Secretaria da
Receita Federal e Secretaria da Receita Previdenciária, em especial comas contribuições
arrecadadas ao INSS, além das incidentes sobre as folhas de pagamento de salários" (e-
STJ fl. 633).

As contrarrazões encontram-se às e-STJ fls. 719/723.

Juízo negativo de admissibilidade pelo Tribunal de origem à e-STJ


fls. 729/731.

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O Ministério Público Federal opinou pelo parcial provimento do
recurso, em manifestação que possui a seguinte ementa (e-STJ fl. 803/804):
AGRAVO EM RECURSOESPECIAL. TRIBUTÁRIO. MANDADO DE
SEGURANÇA COLETIVO. FUNRURAL. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL.
SINDICATO DE PESSOA JURÍDICA ADQUIRENTE DA PRODUÇÃO
RURAL. ALEGAÇÃO GENÉRICA DE NEGATIVA DE PRESTAÇÃO
JURISDICIONAL. SÚMULA 284 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.
CONCLUSÕES DO TRIBUNAL "A QUO" NO SENTIDO DA NÃO
COMPROVAÇÃO DOS REQUISITOS PREVISTOS NO ART. 166 DO CTN
PARA A LEGITIMIDADE ATIVA DO PLEITO DE REPETIÇÃO DOS
VALORES RECOLHIDOS INDEVIDAMENTE. PRETENSÃO DE
REEXAME DE PROVAS. SÚMULA 7 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE
JUSTIÇA. PARECER NO SENTIDO DO DESPROVIMENTO DO
AGRAVO.

Passo a decidir.

Inicialmente, cumpre registrar que "aos recursos interpostos com


fundamento no CPC/1973 (relativos a decisões publicadas até 17 de março de 2016)
devem ser exigidos os requisitos de admissibilidade na forma nele prevista, com as
interpretações dadas, até então, pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça"
(Enunciado Administrativo n. 2 do STJ).

Feita essa observação, importa mencionar que o recurso especial


tem origem de mandado de segurança impetrado pelo Sindicato da Indústria do Ferro no
Estado de Minas Gerais, na qualidade de representante processual da Metalsider Ltda. e
VDL Siderurgia Ltda. contra ato do Delegado da Receita Federal do Brasil em Belo
Horizonte, objetivando a declaração de inexigibilidade da contribuição social Funrural,
incidente sobre a receita bruta proveniente da comercialização da produção rural de
empregadores pessoas físicas.

A ordem foi parcialmente concedida em primeiro grau de


jurisdição para declarar a inconstitucionalidade incidental do art. 1° da Lei n. 8.540/92 e
reconhecer a ausência de relação jurídico-tributária, desobrigando a representada VDL
Siderurgia Ltda. do recolhimento da contribuição ao Funrural, incidente sobre a "receita
bruta proveniente da comercialização da produção rural" de empregadores, pessoas
físicas, fornecedores de carvão vegetal.

O Tribunal de origem negou provimento às apelações e à remessa


oficial. Na parte que interessa ao presente recurso, o acórdão teve a seguinte
fundamentação (e-STJ fls. 487/488):
A condição de pessoa jurídica adquirente da produção rural de contribuintes ao
FUNRURAL restou demonstrada por meio dos documentos trazidos com a

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inicial [Contrato Social].
No caso dos autos, o sindicato de pessoa jurídica adquirente detém
legitimidade apenas para discutir a legalidade ou constitucionalidade da
exigência da contribuição, porquanto não foram atendidos os ditames do art.
166 do CTN, tendo em vista que não há comprovação deque seus filiados
(pessoa jurídica adquirente) assumiram o encargo financeiro do tributo ou que,
transferindo-o a terceiro, possua autorização expressa para tanto.
Dessa forma, a inexigibilidade da contribuição para o FUNRURAL, incidente
sobrea aquisição dos produtos (carvão vegetal) dos fornecedores pessoas
físicas, fica condicionada àqueles que efetivamente comprovarem a condição
de empregador rural pessoa física.
No mérito, o Supremo Tribunal Federal já decidiu sobre a
inconstitucionalidade da contribuição prevista nos artigos 12, incisos V e VII,
25, incisos I e II, e 30, inciso IV, da Lei n.8.212/91, com as redações
decorrentes das Leis n. 8.540/92 e 9.528/97, entendendo que não havia
autorização constitucional antes da Emenda n. 20/98. Vejamos: [...]
[...]
No entanto, a Lei n. 10.256/2001 alterou apenas o "caput" do art. 25 da Lei
n.8.212/91, mantendo o texto anterior dos incisos, os quais previam a
contribuição com base em percentual da comercialização da produção. Por tal
motivo, esta 7a Turma firmou o entendimento de que o vício se manteve, não
havendo "constitucionalização" da contribuição anteriormente prevista,
declarando que o empregador rural e, por consequência, o adquirente, o
consignatário ou a cooperativa estão desobrigados da retenção e do
recolhimento da contribuição social incidente sobre a receita bruta da
comercialização da sua produção rural (FUNRURAL), até que lei
complementar superveniente a substitua. Permanecendo obrigados, todavia, os
produtores rurais pessoas físicas que exercem suas atividades em regime
familiar, sem empregados permanentes (Neste sentido: AG n. 0006162-
60.2011.4.01.0000/MG, Rel. Des. Federal Luciano Tolentino Amaral, 76
Turma do TRF da 16 Região, e-DJF1 de 10/06/2011, pág. 376).
Não há que se falar em inaplicabilidade da decisão proferida RE n.
363.852,porquanto tendo sido reconhecida a inconstitucionalidade da
contribuição prevista nos artigos 12,incisos V e VII, 25, incisos I e II, e 30,
inciso IV, da Lei n. 8.212/91, com as redações decorrentes das Leis n.
8.540/92 e 9.528/97, ainda que em controle difuso, é legítima a suspensão da
sua exigência (AGA n. 0002044 -41.2011.4.01.0000 -MA, Rel. Des. Federal
Souza Prudente, 86 Turma do TRF da 16 Região, e-DJF1 de 15/07/2011, pág.
354).
Cumpre observar que, segundo o Supremo Tribunal Federal, no RE n.
363.852, a inconstitucionalidade dos dispositivos em exame não está
fundamentada somente na necessidade de lei complementar para a criação de
nova exação, o que seria um vício formal, mas também na ofensa aos
princípios da isonomia e da vedação à bitributação, o que demonstra a
ocorrência, além disso, de vício material na Lei n. 10.256/2001.

Pois bem.

O pleito não merece acolhimento.

Com efeito, no que concerne à alegação de que o acórdão recorrido


não teria sanado a contradição apontada nos embargos de declaração, vale reiterar que é
firme a orientação jurisprudencial desta Corte acerca da incidência da Súmula 284 do
STF quando o recurso limita-se a sustentar violação do art. 535 do CPC/1973 de forma
genérica, sem especificar "em que consistiria a real ausência de pronunciamento e qual
seria a relevância da tese suscitada apta a promover a alteração do julgado" (AgRg no

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REsp 1.318.004/AM, rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, Segunda Turma, DJe
02/04/2013). A esse respeito, confira-se ainda: EDcl no AREsp 310.038/PE, rel. Ministra
REGINA HELENA COSTA, Primeira Turma, julgado em 12/04/2016, DJe 20/04/2016;
REsp 1.408.195/CE, rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, Segunda Turma,
julgado em 26/05/2015, DJe 1º/06/2015, e AgRg nos EDcl no REsp 1.345.760/SP, rel.
Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, Terceira Turma, julgado em
14/04/2015, DJe 16/04/2015.

In casu, a recorrente, no recurso extremo, descurou de explicitar os


pontos em que o julgado recorrido incorreu em omissão, contradição ou obscuridade,
limitando-se a apontar ofensa genérica ao preceito legal, o que atrai a incidência da
referida Súmula do STF.

No mérito, "o acórdão recorrido apresenta-se em harmonia com a


orientação jurisprudencial do Superior Tribunal de Justiça, no sentido de que 'as
cooperativas possuem legitimidade ativa apenas para discutir a legitimidade da cobrança
da Contribuição para o Funrural. Entretanto, como apenas retêm o tributo devido pelo
produtor rural, sem dispêndio de recursos próprios para o pagamento da exação, não são
partes legítimas para pleitear a compensação/restituição de quantias recolhidas para o
Funrural' (STJ, EDcl no REsp 1.511.128/RS, rel. Ministro HERMAN BENJAMIN,
Segunda Turma, DJe de 05/08/2015). Nesse sentido: STJ, REsp 781.707/RS, rel.
Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, Primeira Turma, DJe de 31/08/2009; EDcl no
AgRg no REsp 1.506.632/RS, rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, Segunda Turma,
DJe de 24/11/2015; AgInt nos EDcl no REsp 1.425.555/PR, rel. Ministra REGINA
HELENA COSTA, Primeira Turma, DJe de 16/08/2017; AgInt no AREsp 799.614/MG,
Rel. Ministro OG FERNANDES, Segunda Turma, DJe de 14/02/2017" (AgInt no REsp
1507539/RS, rel. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, Segunda Turma, julgado em
09/10/2018, DJe 18/10/2018).

Incide, portanto, a Súmula 83 do STJ (não se conhece do recurso


especial pela divergência, quando a orientação do Tribunal se firmou no mesmo sentido
da decisão recorrida), que "não se aplica apenas aos recursos especiais interpostos com
fundamento na alínea 'c' do art. 105, III, da CF, sendo aplicável também aos recursos
fundados na alínea 'a'" (AgInt no AREsp 895.402/SP, rel. Ministro Humberto Martins,
Segunda Turma, julgado em 23/8/2016, DJe 30/8/2016).

Por fim, analisar o cumprimento dos requisitos previstos no art. 166

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do CTN para fins de comprovação da legitimidade ativa do pleito de repetição dos
valores recolhidos indevidamente demanda reexame fático-probatório, obstado pela
Súmula 7/STJ.

Ante o exposto, com base no art. 253, parágrafo único, II, “a”, do
RISTJ, CONHEÇO do agravo para NÃO CONHECER do recurso especial.

Publique-se. Intimem-se.

Brasília, 26 de outubro de 2021.

Ministro GURGEL DE FARIA


Relator

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