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PRÓ-REITORIA DE PESQUISA
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
MBA EM GESTÃO DE NEGÓCIOS E INOVAÇÃO
CAMPUS LUZIÂNIA - GO
LUZIÂNIA - GO
2018
1
NAIARA LORRAINE LOPES DAITOKIO
LUZIÂNIA - GO
2018
2
NAIARA LORRAINE LOPES DAITOKIO
Aprovado em ___/___/___
COMISSÃO EXAMINADORA
______________________________
Prof. Dr. Luiz Felipe Serpa
Doutor em Finanças - Universidade Estadual de Goiás – UEG
(Orientador)
___________________________
Prof. Francisco Alberto Severo de Almeida
Doutor em Administração – Universidade de São Paulo - USP
___________________________
Prof. Ly Freitas Filho
Mestre em Engenharia de Produção – Universidade Federal de Santa Catarina –
UFSC
LUZIÂNIA - GO
2018
3
Dedico este trabalho a todos aqueles que
me ajudaram e acompanharam no seu
processo de desenvolvimento.
4
.
(Robert Kiyosaki)
5
SINOPSE
ABSTRACT
In order to improve the performance of the organization for which they work, managers
need to make important decisions almost all the time. Management based on knowledgeable
methods of analysis makes this process more rational and less impulsive.
In the case of hotel business, Revenue Management (RM) enables an understanding
of the hotel industry through analysis of historical data, comparison and consequent forecast
focused on maximizing revenues in hotel management process. To do so, the RM relies on
Business Intelligence (BI) to obtain information about each property's data, which provides
critical support for revenue management solutions.
By leveraging data from a variety of internal and external sources, RM creates a
synergistic effect with BI to assemble them into a single interface, enabling professionals to
better perceive this information so they can make the most assertive decisions, and achieve
the main objective of every company: profit maximization.
6
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
BI Business Intelligence
CVM Comissão de Valores Imobiliários
RevPar Revenue Per Available Room
PMS Property Management System
RM Revenue Management
RSI Room Sales Index
SHN Setor Hoteleiro Norte
SHS Setor Hoteleiro Sul
TIR Taxa Interna de Retorno
7
LISTA DE TERMOS
Fair Share: Parcela ideal de mercado, ou parte justa, identifica o percentual que um
hotel pode atender, quando comparado aos concorrentes. É quantidade total de
apartamentos de um hotel dividido pela soma dos apartamentos de todos os hotéis
que compõe a cesta competitiva.
8
Pool hoteleiro: Sistema de locação conjunta constituído por uma Sociedade em
Conta de Participação, visando a obtenção do lucro comum, em que a administradora
hoteleira é sócia ostensiva e os proprietários das unidades imobiliárias que aderirem
ao sistema são os sócios ocultos.
9
ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES
TABELAS
10
GRÁFICOS
FIGURAS
11
SUMÁRIO
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ...................................................................... 7
LISTA DE TERMOS .................................................................................................... 8
ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES ...................................................................................... 10
TABELAS ............................................................................................................... 10
GRÁFICOS ............................................................................................................ 11
FIGURAS ............................................................................................................... 11
SUMÁRIO.................................................................................................................. 12
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 14
1. OBJETIVOS ....................................................................................................... 16
1.1 Delimitação do Tema ................................................................................... 16
1.2 Objetivo Geral .............................................................................................. 16
1.3 Objetivos específicos ................................................................................... 16
2 JUSTIFICATIVA ................................................................................................. 16
3 OBJETO DA PESQUISA.................................................................................... 17
3.1 Problema de pesquisa.................................................................................. 17
4 REVISÃO DA BIBLIOGRAFIA ........................................................................... 18
4.1.1 Panorama da Oferta Hoteleira em Brasília ............................................ 19
4.1.2 Os condo-hotéis e a perspectiva da procura por investimento .............. 22
4.1.3 As Redes Hoteleiras e o Papel como Administradores de Condo-hotéis
26
5 Embasamento Teórico ....................................................................................... 28
5.1 O Business Intelligence e o Revenue Management ..................................... 28
5.2 Definição de Termos .................................................................................... 31
5.3 Conceitos Operacionais e Indicadores ......................................................... 33
6 Metodologia ........................................................................................................ 33
6.1 Método de abordagem ................................................................................. 34
6.2 Métodos de procedimento ............................................................................ 34
6.3 Técnicas ....................................................................................................... 34
6.4 Delimitação do universo ............................................................................... 35
6.5 Tipo de amostragem .................................................................................... 35
7 Estudo de Caso: A Rede X ................................................................................ 36
12
8 Interpretação dos Resultados ............................................................................ 44
9 Conclusões ........................................................................................................ 45
10 Recomendações e Sugestões ......................................................................... 46
11 Bibliografia ....................................................................................................... 47
13
INTRODUÇÃO
14
dependendo da data e da hora da compra. O mesmo fenômeno acontece no mercado
hoteleiro, ou seja, existe a possibilidade de se comprar a estadia de dois apartamentos
idênticos em um mesmo empreendimento por valores diferenciados a depender do
dia, do horário e até mesmo do canal de distribuição.
Sendo assim, já sabendo que os preços deste tipo de mercado não são fixos,
ou seja, flutuam de acordo com a oferta e demanda, o consumidor antecipa a compra
na tentativa de pagar o mínimo possível no melhor produto possível, de acordo com
sua restrição orçamentária. Todavia, pensar no RM como simples tarifação, ou seja,
aumento e diminuição de preços é totalmente equivocado. Segundo André Alencar
(2012), “essa é uma prática gerencial que prevê a demanda de consumidores e seu
comportamento no micromercado, otimizando o preço e a disponibilidade dos
produtos, buscando maximizar a receita e os lucros hoteleiros”, ou seja, o RM é
considerado uma forma aperfeiçoada de administração da oferta e da procura, por
meio da manipulação do preço e da gestão da capacidade disponível.
No caso dos meios de hospedagem o Revenue Management substituiu a
abordagem intuitiva, ou seja, o chamado “feelling”, e permitiu a transformação de
informações desconexas referente ao mercado em oportunidade de incremento de
receita. Desta forma, a administração de um inventário perecível cujo produto não
pode ser estocado, como os quartos de um empreendimento hoteleiro, pode ser feita
de forma mais eficiente. Em outras palavras, pode-se dizer que o Revenue
Management é uma forma inteligente de aumentar os rendimentos.
15
1. OBJETIVOS
2 JUSTIFICATIVA
3 OBJETO DA PESQUISA
4 REVISÃO DA BIBLIOGRAFIA
19
compreender o abismo existente entre a precedente interpretação e a realidade de
uma operação hoteleira.
A princípio, a administração de um hotel é influenciada pela segmentação a
qual o empreendimento está inserido, dentre os quais podem ser citados os hotéis, os
resorts, as pousadas, os condo-hotéis e os flats. Estes últimos são copiosamente
confundidos com os condo-hotéis, a “menina-dos-olhos” das grandes redes de
administração hoteleira. Segundo o Sindicato das Empresas de Compra, Venda,
Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais - SECOVI (2012), o
Condo-hotel é um empreendimento que funciona como um hotel, mas as unidades
são vendidas para investidores autônomos, ou seja, ele é aprovado pelos órgãos
públicos como um hotel, mas é estruturado legalmente sob a forma de condomínio
(SECOVI, 2012, p.17). Desta maneira, os seus quartos são considerados “unidades
autônomas”, vendidas de forma individual a diferentes compradores, os quais optam,
por meio de contrato, por serem incluídos no pool de locação administrado de maneira
integral por uma empresa hoteleira.
Diferentemente, os flats, também chamados de apart-hotel, são descritos pelo
Ministério do Turismo como um “meio de hospedagem em um edifício com serviço de
recepção, limpeza e arrumação, constituído por unidades habitacionais que dispõem
de dormitório, banheiro, sala e cozinha equipada, com administração integrada”, ou
seja, é uma unidade habitacional dotada de serviços, porém com características de
um residencial (MINISTÉRIO DO TURISMO, 2010, p.7). Pode-se dizer que os flats ou
apart-hotéis são uma versão mais simplificada dos condo-hotéis, ou, que estes últimos
são uma versão melhorada dos primeiros, com investidores imobiliários pulverizados.
Existem outras interpretações que diferenciam os condo-hotéis dos apart-
hotéis. No que se refere aos apart-hotéis, Kenio Pereira entende que o investidor pode
comprar o apartamento para morar, para alugar diretamente ou para incluir em um
pool administrado por uma empresa hoteleira. No tocante aos condo-hotéis, o
investidor não pode comprar o apartamento para moradia ou locação direta, ficando
obrigatória sua participação no pool do gestor hoteleiro (PEREIRA, 2018).
Aparentemente, ambos os conceitos são quase idênticos, mas interpretados de
formas diferentes. Paulo Roberto Ferrari, vice-presidente da Confederação Nacional
dos Trabalhadores em Condomínios e Edifícios (CONATEC) afirmou que após muitos
debates e estudos a respeito do tema, chegou-se à conclusão que “flat é a
20
denominação genérica adotada por empreendimentos de uso residencial ou hoteleiro,
pulverizados entre investidores individuais. Os flats podem ser residenciais ou
segmentos hoteleiros, também chamados de condo-hotéis” (CTUR, 2014).
Segundo Ferrari, o termo “flat” pode causar confusão, já que
“Os chamados residenciais, com serviços, voltados para moradia de
inquilinos, são ofertados para investimento de pessoas físicas. A partir do
momento em que ele foi construído como condomínio, ele pertence à área de
condomínio, não temos a menor dúvida. Se ele estiver com serviço apenas
de hotelaria, onde a pessoa passa apenas um dia ou uma noite, ele é um
condo-hotel. Fora disso, ele é visto como um condomínio, ou um condomínio
misto.” (CTUR, 2014).
21
que aproveitaram a redução do valor do metro quadrado em Brasília para adquirir
imóveis hoteleiros.
“Quando se investe em hotelaria, o rendimento mensal é líquido, ou seja,
livre das taxas de administração, de reserva e reposição, pois elas são
previamente descontadas e recolhidas. Quando o empreendimento é
comercializado com a venda de cotas, até o imposto de renda é descontado.
Ao contrário de imóveis comerciais ou residenciais alugados, onde o
proprietário paga taxas de administração, impostos e taxas extras, mesmo
com o imóvel locado.” (BRAZILIAN TIMES, 2015).
22
de uma administradora, geralmente uma rede hoteleira que centraliza os custos e a
rentabilidade para posteriormente distribuir entre todos os investidores.
O condo-hotel oferece uma série de diferenciais, a começar pela conservação
das unidades, nas quais a administradora hoteleira realizará todas as
manutenções necessárias. Além disso, ao contrário do que ocorre em grande
parte das locações (em que há contato direto entre o proprietário do imóvel e
o inquilino), os investidores não precisarão se preocupar com os hóspedes,
que serão atendidos exclusivamente pela equipa de colaboradores do
empreendimento. (OLIVVER, 2015).
23
Tabela 1 - Hotéis de Brasília (SHN e SHS)
PROPRI EDADE LOCALI ZAÇÃO TIPO ADMI NISTRADORA
Ai ra m Bra s íl i a Hote l As a Norte Hote l
Al l i a Gra n Hote l Bra s íl i a Sui te s As a Norte Hote l
Améri ca Bi tta r Hote l As a Sul Hote l
Ara coa ra Hote l As a Norte Hote l
Ari s tus Hote l As a Norte Hote l
Athos Bul cã o Hpl us Exe cuti ve As a Norte Condo-Hote l Hpl us
B Hote l Bra s i l i a As a Norte Hote l
Bi tta r I nn As a Norte Hote l
Bona pa rte Hote l Abi ta re As a Sul Hote l
Bra s íl i a Impe ri a l Hote l e Eventos As a Sul Hote l
Bri s tol Hote l As a Sul Hote l
Bybl os Hote l As a Norte Hote l
Ca rl ton Hote l Bra s íl i a As a Sul Hote l
Ca s a bl a nca As a Norte Hote l
Comfort Sui te s Bra s íl i a As a Norte Condo-Hote l Atl a nti ca Hotel s
Cul l i na n Hpl us Pre mi um As a Norte Condo-Hote l Hpl us
Di pl oma t As a Norte Hote l
Econote l As a Norte Hote l
El Pi l a r As a Norte Hote l
Es pl a na da Bra s íl i a Hote l e Eve ntos As a Sul Hote l
Fus i on Hpl us Expre s s + As a Norte Condo-Hote l Hpl us
Ga rve y Hote l As a Norte Hote l
Gra nd Me rcure Bra s i l i a Ei xo As a Norte Condo-Hote l Accor Hote l s
Hote l Na ci ona l As a Sul Hote l
Kubi ts che k Pl a za Hotel As a Norte Condo-Hote l Re de Pl a za
Ma nha tta n Pl a za As a Norte Condo-Hote l Re de Pl a za
Me l i á Bra s i l 21 As a Sul Condo-Hote l Me l i á Hotel s
Me l i á Bra s i l 21 Conve nti on As a Sul Condo-Hote l Me l i á Hotel s
Me l i á Bra s i l 21 Suíte s As a Sul Condo-Hote l Me l i á Hotel s
Me rcure Bra s íl i a Líde r As a Norte Condo-Hote l Accor Hote l s
Me tropol i ta n Hote l Bra s íl i a As a Norte Condo-Hote l Atl a nti ca Hotel s
Monume nta l Bi tta r Hote l As a Norte Hote l
Na oum Hote l As a Sul Hote l
Nobi l e Sui te s Monume nta l As a Norte Condo-Hote l Nobi l e Hoté i s
Phe níci a Bi tta r Hotel As a Sul Hote l
Pl a na l to Bi tta r Hotel e Eve ntos As a Sul Hote l
Pl a za Bi tta r Hote l As a Norte Hote l
Ri vi e ra Hote l As a Sul Hote l
Sa i nt Mori tz Hpl us Expre s s As a Norte Condo-Hote l Hpl us
Sa n Ma rco As a Sul Hote l
St Pa ul Pl a za Hotel As a Sul Condo-Hote l Re de Pl a za
Vi s i on Hpl us Expre s s + As a Norte Condo-Hote l Hpl us
Wi nds or Bra s íl i a Hotel As a Norte Hote l
Wi nds or Pl a za Bra s íl i a As a Norte Hote l
24
Gráfico 1 - Empreendimentos Hoteleiros em Brasília (SHN e SHS)
Empreendimentos Hoteleiros em
Brasília
(SHN e SHS)
38,64%
61,36%
Hotel Condo-hotel
Percentual de Administradoras
Hoteleiras em Brasília
18%
6% 29%
24%
12%
12%
Hplus Atlantica Accor Rede Plaza Nobile Meliá
25
4.1.3 As Redes Hoteleiras e o Papel como Administradores de Condo-hotéis
26
operação do Hotel” (THAIS PERFEITO). Esta estrutura contratual é ilustrada no
fluxograma abaixo:
27
Em geral, as administradoras hoteleiras são remuneradas sobre o lucro
operacional bruto ou sobre o líquido, a depender do contrato. Segundo Rui Ventura
(2014), este modelo instiga-as a operar com foco na rentabilidade, pois quando não
há lucro, não há remuneração. A vantagem é que “este sistema não penaliza [...] os
donos de cada unidade, em detrimento de um pagamento [...] efetuado
independentemente do resultado” (RUI VENTURA, 2014).
Ao objetivar a maximização dos lucros, não somente pela rentabilização dos
investidores, mas também por sua própria remuneração, o fator receita torna-se
fundamental para a manutenção da operação das redes hoteleiras.
5 Embasamento Teórico
28
resultado, o BI fornece uma visão sistêmica do negócio, otimizando a atividade de
gestão.
A aplicação do conceito de BI é justificada pela observação de que em
mercados competitivos, como o de hotelaria, “a qualidade e a conveniência da
organização de uma aplicação de “Business Intelligence” (BI) pode significar não só a
diferença lucro e perda, mas também a diferença entre sobrevivência e falência”
(ATRE e MOSS, 2003, p.14).
Mais especificamente, o BI pode ser sustentado como um guarda-chuva
conceitual que envolve sistemas através dos quais é possível obter um leque de
informações para embasar a execução efetiva das ações estratégicas de uma
corporação, mediante a decisão mais conveniente.
No contexto do mercado hoteleiro, o Business Intelligence perpassa pelo
Revenue Management que, visando a maximização dos lucros, surgiu no final dos
anos 1970, no setor de companhias aéreas onde é conhecido como Yield
Management. A Lei de Desregulamentação Aérea de 1978 sublevou o setor de
transportes aéreos nos Estados Unidos e acabou por entabular uma guerra de preços.
Robert Cross, então executivo da Delta Air Lines, ajudou a entender a nova dinâmica
de mercado e como se ajustar a ela (CROSS, 1998, p.23-25).
Cross percebeu que quando os controladores de reserva olhavam para o vôo
Washington – Atlanta três semanas antes, ele estava praticamente vazio. Portanto,
para acelerar as vendas, baixavam os preços. Como resultado, uma semana antes do
embarque o voo estava lotado. Apesar da convicção de que a estratégia de desconto
havia funcionado, não estava patente que haviam deixando de vender para executivos
que necessitavam comprar passagens próximo à data do voo, ou seja, o valor que
este segmento de demanda estaria disposto a pagar no último momento não estava
sendo considerado (CROSS, 1998, p.28-29).
Robert Cross passou a analisar detalhes mais sutis ligados à segmentação,
horários de voo e comportamento de demanda dos clientes. Com base nestas
análises, este executivo criou um sistema de informação, visando o armazenamento
de dados que informasse melhor a demanda, bem como seu comportamento e
segmentação. Sucessivamente, capacitou os controladores de reservas objetivando
a receita e o controle da disponibilidade, implantando por consequência um modelo
diferenciado de trabalho (CROSS, 1998, p. 30).
29
O resultado desta experiência foi um incremento de US$ 300 milhões de
dólares ao ano na receita da Delta Airlines. Além de ter influenciado todo o segmento,
esta técnica inovadora foi aplicada, com os devidos ajustes, para outros tipos de
empresa, evoluindo de uma prática econômica rudimentar para uma sofisticada
técnica de maximização de receitas (CROSS, 1998, p.31).
A experiência na Delta foi uma revelação para mim. Havíamos descoberto
algo extraordinário – a pedra de Rosetta da geração de receita. O poder
desse processo de maximização de receita era impressionante. Na época,
pensei que a Delta fosse a última do setor na utilização desses conceitos,
mas logo descobri que todas as empresas aéreas estavam apenas
começando a atacar os complicados aspectos relativos aos descontos.
Também percebi que essas técnicas de geração de receita tinham um grande
potencial para a aplicação em todos os tipos de empresas. (CROSS, 1998,
pág. 32).
31
de mercado” (CENTURIÓN, ano, pág. 71), um dos primeiros conceitos a serem
estudados é o Forecast.
Também chamado de previsão, o Forecast é a expectativa da demanda e que
influencia no preço a ser aplicado. Essa expectativa é medida com base no histórico
de demanda do hotel e da concorrência direta, nas reservas on the books e nos
eventos previstos no hotel e na cidade. Deste modo, é possível determinar se existe
um padrão no comportamento da demanda, fazer projeções sobre as reservas que já
estão no sistema e então entender se o ritmo de reservas está mais ou menos
acelerado que o previsto, e analisar o impacto destes fatores, comparando o preço
com os da concorrência (FENATO, 2012).
Dado que o RM trabalha com previsão, infere-se que a aplicação das
estratégias de gerenciamento de receitas envolve uma margem de risco. Vender todo
o inventário hoje em detrimento da venda por um preço maior aos clientes que
demandam de última hora pode gerar um impacto maior ou menor na receita, de
acordo com a decisão do gestor, que tem a chance de conseguir algo melhor versus
o risco de ficar sem nada. É relevante o entendimento de que as decisões precisam
ser tomadas com base no conhecimento, e não em suposição. Como enunciou Robert
G. Cross,
“A ferramenta do RM que permite que você tome decisões com base no
conhecimento e não em suposições, é a previsão. É essencial prever o
comportamento dos consumidores quando você for explorar as
oportunidades de mercado. Previsões melhores significam melhores
decisões de negócios, e estas significam maiores lucros. Uma previsão
verdadeira deve antever o que acontecerá, independente do que você pensa
que ocorrerá ou deseja que ocorra” (CROSS, ano, pág. 56).
32
5.3 Conceitos Operacionais e Indicadores
6 Metodologia
33
6.1 Método de abordagem
6.3 Técnicas
34
2. Mecanismos de compartilhamento de dados online do Fórum de
Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB), do SRT Hotel Data Benchmarking
e do JLL Hotelaria em Números.
3. Coleta de dados informais da auditoria noturna via telefone.
4. Armazenamento de dados do Property Management System (PMS)
utilizado pela Rede X.
5. Divulgação de dados em jornais, revistas, blogs ou websites.
6. Ferramentas de compilação de dados dos hotéis disponíveis para o público
em geral.
7. Ferramentas remotas de compilação de dados do mercado de hospedagem,
disponíveis exclusivamente para empresas hoteleiras mediante
contribuição pecuniária.
8. Dados formais coletados pela Associação Brasileira da Indústria Hoteleira
do Distrito Federal (ABIH – DF) e distribuídos de forma exclusiva para seus
associados.
Este trabalho apresentou uma amostragem não probabilística, onde existiu uma
escolha deliberada e imparcial dos elementos que compuseram a amostra, o que nos
35
permite caracterizá-la como amostragem por caso único em meio institucional ou
geográfico (POUPART et al: 2008; p.159). O hotel Alfa foi intencionalmente
selecionado por ser o que atingiu os melhores resultados mediante a aplicação das
técnicas de Revenue Management, dentre os demais empreendimentos hoteleiros
administrados pela Rede X. Em relação à sua cesta competitiva, foram escolhidos
todos os hotéis da mesma categoria, ou seja, todos aqueles considerados produtos
semelhantes.
A aplicação deste estudo foi realizada na Rede X, cujo nome original será
preservado com o objetivo de manter a confidencialidade dos dados apresentados.
Tal confidencialidade tem a ver com a privacidade dos dados da organização, os quais
serão adaptados a título de exemplificação, para fins exclusivamente científicos
enquanto método de investigação qualitativa. Os dados apresentados por este estudo
foram coletados pela própria administradora em documentos compartilhados
mediante colaboração dos gestores das outras redes hoteleiras. O compartilhamento
de dados entre hotéis não é uma exclusividade do Distrito Federal, mas nesta região
é ato relevante do relacionamento profissional entre os concorrentes.
Diante desta conjuntura, a Rede X adequou suas técnicas de Revenue
Management e passou a praticar estas táticas acertadamente a partir de agosto de
2017. Os resultados desta mudança no contexto da administração em seus condo-
hotéis serão apresentados no espaço temporal de doze meses antes do ponto de
inflexão comparado a doze meses após a aplicação apurada do RM. De agosto de
2016 a julho de 2017 será chamado Ano 1 e de agosto de 2017 a julho de 2018 será
chamado Ano 2. O condo-hotel escolhido para esta exposição é de categoria 5
estrelas e será a partir de então chamado de Alfa.
36
Tabela 2 - Competitive Set de Alfa (Ano 1)
HOTEL (NOMES FICTÍCIOS) ESTRELAS LOCALIZAÇÃO
ALFA 5 1
BETA 5 1
CHARLIE 5 2
DELTA 4 1
ECHO 5 2
FOXTROT 5 1
GOLF 4 1
INDIA 4 1
JULIET 4 1
37
A análise da diária média da cesta competitiva do Ano 1 revela que, durante
quase todo o período, o Hotel Alfa vendeu seus apartamentos abaixo do valor médio
do mercado. Esta investigação também possibilitou entender que as diárias de Golf,
India e Juliet estavam desproporcionais, ou seja, com valores muito abaixo aos dos
outros concorrentes. Isto significa que a exclusão destes últimos elevaria a média do
mercado, o que possibilitaria a abertura de um espaço significativo para a expansão
das tarifas do Hotel Alfa:
Tabela 6 - Diária Média Competitive Set de Alfa (Ano 1) - Excluindo Golf, India e
Juliet
HOTEL ago/16 set/16 out/16 nov/16 dez/16 jan/17 fev/17 mar/17 abr/17 mai/17 jun/17 jul/17
ALFA 287 275 270 273 275 224 224 249 249 308 245 241
BETA 252 239 244 264 243 203 224 244 230 259 207 225
CHARLIE 417 413 342 361 303 315 366 410 414 350 408 371
DELTA 324 277 287 300 302 268 285 311 319 331 299 305
ECHO 397 318 337 354 323 266 320 349 340 346 341 315
FOXTROT 319 248 263 313 256 238 258 264 231 280 252 259
MÉDIA 333 295 291 311 284 252 280 305 297 312 292 286
39
Tabela 10 - RevPar Competitive Set de Alfa (Ano 1)
HOTEL ago/16 set/16 out/16 nov/16 dez/16 jan/17 fev/17 mar/17 abr/17 mai/17 jun/17 jul/17
ALFA 134 109 104 174 91 54 108 135 121 162 137 141
BETA 99 107 157 215 125 33 73 86 83 129 89 102
CHARLIE 181 162 158 236 133 98 142 154 175 247 204 180
DELTA 224 180 173 226 131 77 127 202 152 186 185 141
ECHO 252 186 181 183 126 122 137 165 173 214 157 150
FOXTROT 156 112 128 180 132 53 108 128 129 172 133 127
MÉDIA 174 143 150 203 123 73 116 145 139 185 151 140
40
Tabela 13 - Diferença de Diária Média Competitive Set de Alfa (Ano 2)
HOTEL ago/17 set/17 out/17 nov/17 dez/17 jan/18 fev/18 mar/18 abr/18 mai/18 jun/18 jul/18
ALFA 305 284 280 311 287 237 285 397 301 322 293 294
MÉDIA 319 299 296 322 301 243 297 417 313 329 301 295
DIF. -4% -5% -5% -3% -5% -2% -4% -5% -4% -2% -3% 0%
41
Tabela 17 - Diferença Percentual de Ocupação Competitive Set de Alfa (Ano 1 x
Ano 2)
ANO 1 ago/16 set/16 out/16 nov/16 dez/16 jan/17 fev/17 mar/17 abr/17 mai/17 jun/17 jul/17 % ANO 1
ALFA 47% 40% 39% 64% 33% 24% 48% 54% 49% 53% 56% 58% 47%
MÉDIA 52% 49% 47% 65% 35% 28% 43% 47% 47% 59% 52% 49% 47%
DIF. -5% -9% -8% -1% -1% -3% 5% 7% 2% -6% 4% 10% 0%
ANO 2 ago/17 set/17 out/17 nov/17 dez/17 jan/18 fev/18 mar/18 abr/18 mai/18 jun/18 jul/18 % ANO 2
ALFA 62% 56% 59% 63% 49% 37% 50% 57% 54% 44% 53% 52% 53%
MÉDIA 54% 48% 55% 63% 43% 31% 45% 52% 54% 48% 50% 46% 49%
DIF. 8% 8% 4% 0% 6% 6% 6% 5% 0% -4% 3% 6% 4%
42
cancelamentos de voos e de alguns eventos que ocorreriam em Brasília neste
período.
43
Tabela 22 - RevPar Competitive Set de Alfa (Ano 2)
HOTEL ago/17 set/17 out/17 nov/17 dez/17 jan/18 fev/18 mar/18 abr/18 mai/18 jun/18 jul/17
ALFA 168 143 163 203 126 80 131 224 180 163 148 139
BETA 110 96 91 166 83 33 87 150 98 118 85 54
CHARLIE 220 170 218 232 157 79 157 288 218 188 190 168
DELTA 161 134 173 207 135 110 145 204 186 165 162 150
ECHO 191 166 184 214 137 84 139 194 195 175 171 152
61 151 132 146 201 116 63 119 227 172 162 147 153
MÉDIA 167 140 163 204 126 75 130 214 175 162 151 136
9 Conclusões
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de um data mart ou armazém de dados bem projetado e escalável que permite a
adição de novas fontes e novas saídas dos módulos analíticos.
Para o desenvolvimento da análise de Alfa em relação ao mercado e a sua
cesta competitiva, a Rede X disponibilizou um histórico de dados que englobam
parâmetros de influências na oferta e na demanda, riscos assumidos, índices atuais
do mercado da cidade, perfil e comportamento do consumidor, mudanças nas
métricas, relatórios diários, índices de captação de dados internos, características de
segmentação e estratégias aplicadas a cada momento apropriado.
O Business Intelligence foi a camada de apresentação principal para as
soluções de Gerenciamento de Receita, quando o departamento de Revenue
Management da Rede X, juntamente com a mudança de posicionamento da
administradora, evoluiu para se tornar o centro de previsão e referência para análises
avançadas de marketing, finanças, operações e vendas.
Com a ajuda do RM, impulsionado pelo BI, é possível determinar as tarifas
ideais, previsões de reserva, necessidade de mão-de-obra, níveis de estoque e outros
recursos para evitar aquisições ad hoc e excesso de equipe durante temporadas e
funcionários nos períodos de pico, consequentemente possibilitando que as
administradoras sustentem a receita e a lucratividade direcionadas.
O turning point ocorrido na Rede X foi refletido nos resultados orçamentários
de todos os empreendimentos da administradora hoteleira analisada, dentre os quais
Alfa foi escolhido como Case amostral e, se esta transição for mantida e, até mesmo,
devidamente desenvolvida, pode alimentar uma espiral ascendente na sofisticação
analítica e na lucratividade final da organização.
10 Recomendações e Sugestões
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resultar em um estudo de avaliação das necessidades que definem os micromercados
promissores a serem explorados.
Ademais, ainda não é possível confirmar se o Revenue Management é aplicado
pelo mercado de maneira correta. Outrossim, caso seja levado em consideração o
fato de que o próprio mercado de hospedagem compartilha dados entre si, existe a
possibilidade de estudar ação e reação das redes hoteleiras mediante uma estratégia
assertiva e exposta aos gestores das demais administradoras.
Ainda, pelo prisma da tecnologia da informação, o estudo de sistemas de
Business Intelligence que corroborariam com uma melhor aplicação do RM
impulsionaria pesquisas que poderiam agregar conhecimento técnico ao teórico e ao
empírico.
11 Bibliografia
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for decision-support applications. USA: Addison Wesley, 2003. BARBIERI, C. BI –
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http://waleriafenato.blogspot.com/. Acesso em 16 de Outubro de 2018.
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Intelligence como Instrumento de apoio a Controladoria. Revista Contabilidade &
Financas, 2007.
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publicado na Hotelinvest. Disponível em: <https://hotelinvest.com.br/artigos/impacto-
do-mercado-no-investimento-em-hoteis.> Acesso em 21 de Setembro de 2018.
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