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Introdução
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(...) por não buscar na sua prática sistemática comparativa as ‘diferenças’, e sim
as ‘semelhanças’, é que o sujeito pode incorrer em uma representação errônea, quando
admite, fundamentado em determinadas categorias do discurso jurídico de nossa
sociedade, que certos institutos, quando conflitados com sistemas antagônicos,
representam a mesma simbologia e a mesma origem histórica (...)”.
Capítulo IV
1
Acervo NEPEAC: 341 F382 2004.
O legislador brasileiro proporcionou abertura à hermenêutica principiológica em
nosso ordenamento jurídico, de forma expressa no texto constitucional no artigo 5º
(quinto), § 2º (parágrafo segundo), que dispõe: ‘Os direitos e garantias expressos nesta
Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela
adotados, ou dos tratados internacionais em que a República do Brasil seja parte’”.
p. 58: “(...) nítida é a influência das atuais correntes doutrinárias que ponderam a
hierarquia dos princípios constitucionais em nosso ordenamento, adotadas também por
diversos outros sistemas jurídicos que, de acordo com BONAVIDES, acentuam a
‘hegemonia axiológica dos princípios, convergidos em pedestal normativo sobre o qual
assenta todo o edifício jurídico dos novos sistemas constitucionais’ 2. Com efeito,
entende-se como acatada em nosso ordenamento pela dogmática jurídica, através da
Carta de 1988, a concepção pós-positivista que considera como relevante o
posicionamento dos princípios no Direito brasileiro, condicionando-os ao status
constitucional, e observando sua aplicação dentro da hierarquia das normas jurídicas.
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2
BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. Ed. Malheiros. 8ª ed. São Paulo: 1999. p. 237.
3
FREDERICO MARQUES, José. Elementos de Direito Processual Penal. São Paulo, vol. 1. Forense,
1965. Pp. 391-392.
ou da queixa-crime, fechando assim o símbolo triangular; com posterior citação do réu,
que pode até, (...) iniciar-se com um ato jurisdicional praticado contra o indiciado antes
mesmo que haja ação penal. Entretanto (...) a demanda precede a relação penal, sendo
dela também um pressuposto cronológico4”.
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p. 61: “Tais garantias determinariam, segundo o autor, que a pessoa não pode ser
privada de sua liberdade ou de seus bens correlatos sem o devido processo penal,
atendendo (...) aos preceitos constitucionais e às normas penais, quer de natureza
substancial, quer de caráter instrumental, de sorte a tornar efetiva a atuação da justiça
criminal para a materialização das sanções ou na afirmação do ‘ius libertatis’5”.
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p. 63: “Código Penal ‘Art. 100. A ação penal é pública, salvo quando a lei
expressamente a declara privativa do ofendido’”6.
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4
TORNAGHI, HÉLIO Bastos. Instituições de processo Penal, vol. 1. São Paulo: Saraiva, 1977. p. 377.
5
TUCCI, Rogério Lauria. Direitos e Garantias Individuais no Processo Penal Brasileiro. São Paulo:
Saraiva, 1993. pp. 64-67.
6
Grifos do autor.
7
Grifos do autor.
8
Idem.
p. 64-65: “(...) verifica-se, com a tradição jurídica brasileira expressa na norma
criminal, que o ingresso do indivíduo na relação processual penal no Direito brasileiro,
de forma geral, se realiza de duas formas básicas: como autor (...) o ofendido ou titular
da ação penal que tem o direito de iniciar o processo, ou na posição de réu ou acusado,
que é o indivíduo constrangido pelo exercício do direito do ofendido (...) sobre quem
recai a ação penal”.
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9
TUCCI, Rogério Lauria. op. cit., p. 205.