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LOPES Jr., Aury. Direito Processual Penal. 13ª ed. São Paulo: Saraiva, 2016.

Capítulo IV
A Investigação Preliminar Brasileira: o inquérito policial
1. Considerações Prévias. Fundamento da Existência e Natureza Jurídica

p. 65: “A investigação preliminar situa-se na fase pré-processual, sendo o gênero


do qual são espécies o inquérito policial, as comissões parlamentares de inquérito,
sindicâncias, etc. Constitui o conjunto de atividades desenvolvidas concatenadamente
por órgãos do Estado, a partir de uma notícia crime, com caráter prévio e natureza
preparatória com relação ao processo penal (...).

(...) qual é o fundamento da existência da investigação preliminar? Por que


precisamos ter um inquérito policial prévio ao processo?

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b) Função simbólica: a visibilidade da atuação estatal investigatória, contribui,


no plano simbólico, para o restabelecimento da normalidade social abalada pelo crime
afastando o sentimento de impunidade.

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11.5. Requisitos do Mandado de Busca. A Ilegalidade da Busca Genérica. A Busca em


Escritórios de Advocacia

p. 280: “Determina o art. 243 que o mandado de busca deverá conter uma série
de requisitos, sob pena de nulidade, na medida em que implica uma grave restrição de
direitos fundamentais. A estrita observância dos limites legais é fator legitimante da
medida, até porque, ontologicamente, o que diferencia a busca de um crime patrimonial
qualquer, como furto ou até roubo praticado em uma residência? Nada. Em ambos
existe a invasão de domicílio e a subtração de coisa alheia móvel. A diferença se dá
noutra dimensão, na legitimidade ou ilegitimidade da violência praticada. A busca é
uma violência estatal legitimada, mas que exige, para isso, a estrita observância das
regras legais estabelecidas. Então, nessa matéria, não há espaço para informalidades,
interpretações extensivas ou analogia.

A indicação da casa ou local onde a busca será realizada é imprescindível. Não


se justifica que a autoridade policial (ou o MP) postule a busca e apreensão como
primeiro ato da investigação. Não se busca para investigar, senão que se investiga
primeiro e, só quando necessário, postula-se a busca e apreensão. Logo, inexiste
justificativa para que uma busca seja genérica nesse requisito (endereço correto). Que
primeiro a autoridade policial investigue e defina o que precisa buscar e onde.

Situação absolutamente ilegal a nosso sentir são os mandados de busca e


apreensão genéricos, muitas vezes autorizando a diligência em quarteirões inteiros
(obviamente na periferia...), conjuntos residenciais ou mesmo nas ‘favelas’ de tal ou
qual vila. É inadmissível o mandado incerto, vago ou genérico. A determinação do
varejamento ou da revista, há de apontar, de forma clara, o local, o motivo da procura e
a finalidade, bem como qual autoridade judiciária que a expediu. É importantíssima a
indicação detalhada do motivo e os fins da diligência’. 571, como determina o art. 243,
II do CPP.

É imprescindível para a validade do ato que o mandado de busca e apreensão (e


sua consequente execução) tenha um foco claramente definido previamente”.

p. 281:

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