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O código de processo penal francês indica como devem ser as relações entre os
diferentes atores no processo como o juiz, o promotor, o “officier du ministère public”
(um policial indicado pelo promotor para substituí-lo na audiência judicial na primeira
instância); o juiz de instrução; o juiz da detenção e das liberdades; e a polícia judiciária.
E em quais circunstâncias as decisões podem ser proferidas e supervisionadas.
Para os juristas franceses, o processo deve ter um limite para a constituição dos
fatos. O “Tribunal de Police” é a primeira instância da justiça francesa com apenas um
juiz, uma exceção nas formas de organização da justiça francesa. Nesta jurisdição, o
“officier du ministère public” (um policial indicado pelo promotor) realiza os atos
jurisdicionais de requerer a pena (GERALDO; BARÇANTE, 2017). Os requerimentos
devem seguir uma política persecutória institucional definida pelo “Procureur da
République” que se faz substituir e em nome de quem agem os demais promotores
franceses, que não têm muita autonomia.
Estes limites passam a ser vistos como obstáculos para a realização da justa
repressão. Ora, a explicitação da especialização funcional surgiria aqui como um
recurso para preservar a tradição inquisitorial brasileira de garantir muita autonomia de
organização do trabalho cotidiano dos agentes judiciários, limitando, no entanto, a
absoluta independência para julgar aos juízes, já que não há, em nosso processo,
critérios explícitos e transparentes para limitá-la, além de sua própria moralidade e
reputação corporativa (LUPETTI BAPTISTA, 2013).