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Resumo:
Pretende- se discutir com o presente artigo as ilegalidades e inconstitucionalidades
cometidas durante a investigação criminal preliminar. Dando ênfase no crime de
usurpação de função investigativa trazendo a baila uma análise do caso prático do
caso Escher vs Brasil, sendo o Estado brasileiro considerado culpado em Agosto de
2009, pela Corte Interamericana de Direitos Humanos da OEA, por conta da
instalação de grampos telefônicos, pela divulgação ilegal das gravações, pela
condução errônea da polícia militar na investigação e pela impunidade dos
responsáveis, demonstrando como o Supremo Tribunal Federal recepcionou a teoria
do fruto na árvore envenenada e a violação de princípios constitucionais básicos.
1. INTRODUÇÃO:
1 Advogada, Graduada em Direito pela Universidade Pontifícia Católica do Paraná – Paraná, Brasil
Pós graduanda pela Universidade Estadual de Ponta Grossa – Paraná, Brasil. E-mail:
isagdanesi@hotmail.com.
2 Advogada, Graduada em Direito pela Faculdade Educacional de Ponta Grossa – Paraná, Brasil.
Pós Graduanda pelo Centro de Ensino Superior Dos Campos Gerais – CESCAGE- Paraná, Brasil. E-
mail: brunabalsano@hotmail.com
2
2. INVESTIGAÇÃO CRIMINAL
3
3
GIACOMOLLI, Nereu José. Reformas do processo penal: considerações críticas. Rio de Janeiro:
Lumem Juris, 2008.p. 295-296.
3. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
9 STRECK, Luiz Lenio, OLIVEIRA,Tomaz Rafael. O que é isto – as garantias processuais penais.
Porto Alegre. Volume 2, Editora Livraria do Advogado 2012. p. 111.
10 SAAD, Marta. O direito de defesa no inquérito policial. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004,
p. 200.
6
11 VIEIRA, Renato Stanziola. Ainda a investigação criminal direta do Ministério Público: poder
implícito ou limite explícito - Proposta de novo enfoque. Boletim IBCCRIM. São Paulo, n. 199, jun.
2009.
12 CARVALHO, Salo de. Criminologia e transdisciplinaridade: sistema penal e
Antonio Marques da. (Coord.). Processo penal e garantias constitucionais. São Paulo:
2006, p. 576.
7
Por fim, cabe relembrar que na Itália e na Alemanha, por exemplo, o órgão
responsável pela fase preliminar deve colher tanto provas contra o imputado, como
em favor dele. Lá o que realmente importa, sob o ponto de vista da lei, é o
esclarecimento do fato. Importante pontuar ainda que a fase da investigação
preliminar é carregada de significados, motivo pelo qual não deve ser tratada com
descaso no tocante a direitos e garantias, sob pena de resultar em danos
irreparáveis à imagem e mesmo à situação processual do imputado17.
Portanto, fica evidente a necessidade de que o cidadão deve se sentir
protegido tanto das mazelas da criminalidade, mas também das ‘garras’ do Estado
tendo convicção de que os seus direitos e garantias serão respeitados seja como
uma vítima ou como um suspeito de um crime.
4. USURPAÇÃO DE FUNÇÃO
probatórios desenvolvidos pela Polícia Militar: uma análise sob a ótica do princípio da
legalidade. Revista Duc In Altum - Caderno de Direito. V. 4. N. 6. Jul-dez. 2012.
10
23Ibidem.,
24
Ávila, Thiago André Pierobom de. Provas ilícitas e Proporcionalidade. (Rio de Janeiro: Lumen
Juris Editora, 2007, p. 134.
25 Ibidem.,
12
26
MASI, Carlo Velho. O caso Escher e outros vs. Brasil e o sigilo das comunicações
telefônicas. Revista Jus Navigandi, , Teresina, ano 18, n.3645, 24 jun. 2013. Disponível em
<https://jus.com.br/artigos/24469 > Acesso 05.mai.2018.
27 FERREIRA, Gilson Campos- Teoria dos frutos da árvore envenenada – fruits of the poisonous
militar fazer investigação criminal contra civis bem como não ter fundamentada sua
decisão quando autorizou a escuta. 30
O caso foi julgado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos o que
uma oportunidade valiosa para o aperfeiçoamento da jurisprudência Interamericana
sobre a tutela do direito à privacidade e do direito à liberdade de associação, assim
como os limites do exercício do poder público.31
O Brasil então foi condenado a pagar uma indenização exorbitante para os
investigados na operação do caso Escher justamente porque a policia militar se
arvorou de investigar um crime comum.
Sendo assim foi considerada uma atuação que desrespeitou a Constituição
Federal em desconformidade com a lei incorrendo no crime de usurpação de função.
Além disto foi violentado o principio da eficiência pois, houve um evidente
risco do comprometimento da investigação pois era possível que estas provas
colhidas pelo órgão que não tem legitimidade fossem consideradas ilícitas e
acabassem prejudicando toda a persecução penal.
30 PORTAL DA JUSTIÇA FEDERAL. Caso Escher e Outros VS. Brasil (Exceções Preliminares,
Mérito, Reparações e Custas) Disponível em: https://www2.cjf.jus.br/jspui/handle/1234/44718
Acesso 05.mai.2018.
31 PORTAL DA JUSTIÇA FEDERAL. Caso Escher e Outros VS. Brasil (Exceções Preliminares,
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Assim tendo em vista que existe uma clara relação entre a eficácia da
instrução preliminar e a diminuição dos índices de criminal case mortality
(mortalidade de casos criminais), de modo que, quanto mais eficaz é a atividade
destinada a descobrir o fato oculto, menor é a criminalidade oculta ou latente, ou
ainda, as cifras de la ineficiencia de la justicia (a ineficiência da justiça), como
36 LOPES JR, Aury. Sistemas de investigação preliminar no processo penal. 2.ed. ver. atual.
ampl. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2003. p. 4 7.
17
REFERÊNCIAS:
Ávila, Thiago André Pierobom de. Provas ilícitas e Proporcionalidade. (Rio de Janeiro:
Lumen Juris Editora, 2007
DEZEM, Guilherme Madeira. Da Prova Penal. 1ª edição. São Paulo: Millenium, 2008
FERREIRA, Gilson Campos- Teoria dos frutos da árvore envenenada – fruits of the
poisonous tree - BIC, Belo Horizonte. 2017.
FREITAS, Jéssica Oníria Ferreira de; PINTO, Felipe Martins. Da ilegitimidade dos atos
probatórios desenvolvidos pela Polícia Militar: uma análise sob a ótica do princípio da
legalidade. Revista Duc In Altum - Caderno de Direito. V. 4. N. 6. Jul-dez. 2012.
MASI, Carlo Velho. O caso Escher e outros vs. Brasil e o sigilo das comunicações
telefônicas . Revista Jus Navigandi, , Teresina, ano 18, n.3645, 24 jun. 2013. Disponível em
<https://jus.com.br/artigos/24469 > Acesso 05.mai.2018.
MEDEIRO, Flavio Meirelles. Nulidade do Processo Penal. 2.Ed. Rio de Janeiro: Aide,
1987.
RANGEL, Paulo. Investigação criminal direta pelo Ministério Público: Visão crítica V. 5.
Rio de Janeiro. Atlas 2016.
ROSA, Alexandre Morais da, KHALED JUNIOR, Salah. Polícia Militar não pode lavrar
Termo Circunstanciado: cada um no seu quadrado. Disponível em: <
http://www.justificando.com/2014/07/01/policia-militar-nao-pode-lavrar-termo-
circunstanciado-cada-um-seu-quadrado/> Acesso em: 10.mai.2018.
SAAD, Marta. O direito de defesa no inquérito policial. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2004.
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STRECK, Luiz Lenio, OLIVEIRA Tomaz Rafael. O que é isto – as garantias processuais
penais. Porto Alegre. Volume 2, Editora Livraria do Advogado 2012.
TOVO, Paulo Cláudio; TOVO, João Batista Marques. Princípios de processo penal. Rio de
Janeiro: Lumen Juris, 2008.