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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS


FACULDADE DE DIREITO

GEOVANA MARTINAZZO
JÚLIA GOULART
LUCAS MALHEIRO
MURILLO TEIXEIRA
TAINARA SANZOVO

A QUESTÃO MORAL DA ADMISSIBILIDADE OU NÃO DA


USUFRUIÇÃO DE PROVAS ILÍCITAS PARA INCRIMINAÇÃO
NO PROCESSO PENAL

CAMPINAS
2019
GEOVANA MARTINAZZO RA:18746776
JÚLIA GOULART RA:18744177
LUCAS MALHEIRO RA:18744441
MURILLO TEIXEIRA RA:18745570
TAINARA SANZOVO RA:18750018

TÍTULO DO TRABALHO

Projeto de pesquisa apresentado ao Curso de


Direito, da Pontifícia Universidade Católica de
Campinas, como requisito para obtenção de
nota na disciplina de Metodologia da Pesquisa
Científica.

Orien
tador: Allan Matos Hugo

CAMPINAS
2019

Sumário
1. Tema:

A questão moral da admissibilidade ou não da usufruição de provas ilícitas para incriminação


no processo penal

2. Problema de Pesquisa e Hipótese (cerca de 5 parágrafos):

Quando se estuda algo que está no ordenamento jurídico, naturalmente se encontra


problemas acerca de valores que foram aplicados para cada tipo de lei no país. No caso
brasileiro atual, encontra-se, via Constituição de 1988, um estado focado em proteção do bem
estar social, onde todo o ordenamento jurídico foi construído com base em direitos e garantias
fundamentais, logo listados em seus primeiros artigos. Desta forma, observa-se que a listagem
de valores, nomeados no ordenamento como princípios, podem significar coisas opostas, ou
seja, podem se contradizer quando aplicados. Em um mundo onde se aplica princípio como
norma, rapidamente se encontra um problema inerente do sistema, pois quando dois princípios
se contradizem, não há método de resolução eficiente que consiga resolver o embate.
Logo no preâmbulo da constituição, leia-se “assegurar o exercício dos direitos sociais e
individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça
como valores supremos de uma sociedade fraterna…”. Conforme já mencionado, pode-se
encontrar antinomias reais onde se valoriza segurança e liberdade individual, assim como
justiça em uma sociedade, pois muitas vezes um direito veda o outro. Encontra-se, neste
embate, o princípio dos “frutos da árvore envenenada”, um termo utilizado para explicitar um
problema recorrente da sociedade.
De acordo com a constituição federal no artigo 5º, inciso LVI, “são inadmissíveis, no
processo, as provas obtidas por meios ilícitos”, sendo assim, independentemente do crime
cometido, não se pode julgar um, mesmo que esteja errado, pois há uma lógica de que um
crime não justifica o outro. O direito penal permite que haja um direito de produzir provas,
visando validar suas alegações é garantido no Código de Processo Penal, tanto ao réu quanto
ao autor do crime. No entanto, há limitações quanto a legalidade das provas encontradas,
mesmo que sejam de crimes que o legislador considerou mais graves.
Acredita-se que pode haver um erro do legislador ao elaborar este artigo dessa forma,
pois, entendemos que pode-se encontrar casos onde só se pode resolver o crime com base em
provas ilícitas. Ao entender que só houve uma prova adquirida desta forma, o criminoso se
encontra livre pois há uma proteção constitucional com base na origem da prova, portanto,
isentando de pena. Ao mesmo tempo, deve-se considerar também que a aquisição de provas
de maneira ilícita encontra-se como um crime autônomo. Se um policial ou uma autoridade de
segurança pública, por exemplo, quebrar sigilo de propriedade ou de bens como celulares, ele
está impondo um desrespeito à liberdade individual. Deve-se, portanto, ponderar de acordo
com o princípio da proporcionalidade, quando ou não utilizar tais frutos.
Com base na jurisprudência encontrada como caso concreto, um Acórdão dado pelo
STJ, onde houve uma decisão pró réu, alegando inviolabilidade do artigo 5º, inciso LVI,
observa-se como que os juristas de uma das mais altas cortes de competência, atuam sobre o
tema. Ao identificar um criminoso utilizando frutos da árvore envenenada, leia-se, provas
ilícitas, houve uma série de condenações em primeira e segunda instâncias, levando para a
absolvição em terceira. Entendeu-se, que a violação dos direitos fundamentais é mais grave do
que a garantia de segurança, portanto gerando a questão: Deveria ser moralmente admissível
a utilização de provas ilícitas para incriminação ou é somente uma violação de direitos?

Deveria ser admissível moralmente a utilização de provas ilícitas para incriminação ou é


somente uma violação de direitos?

Ao elaborar esta questão, tivemos que observar um caso concreto que


apresenta um problema no nosso ordenamento jurídico. O caso que nós pensamos
envolve uma investigação policial onde se interceptou chamadas entre dois sujeitos a
fim de descobrir provas de um crime fiscal, porém, se descobre que houve um outro
crime de natureza mais grave, como de homicídio. Ao descobrir tal crime, a polícia
passa a investigar para mais provas deste homicídio, mas acaba falhando, tendo como
unívoca, a ligação que adquiriu via provas ilegais. Ao fazer uma análise jurídica da
situação, o criminoso passa a ter seu crime exonerado pela justiça, pois não se pode
criminalizar alguém diante de provas que foram adquiridas de maneira ilegal.
De acordo com a constituição federal no artigo 5º, inciso LVI, “são inadmissíveis,
no processo, as provas obtidas por meios ilícitos”, sendo assim, independentemente do
crime cometido, não se pode julgar um, mesmo que esteja errado, pois há uma lógica
de que um crime não justifica o outro. O direito penal permite que haja um direito de
produzir provas, visando validar suas alegações é garantido no Código de Processo
Penal, tanto ao réu quanto ao autor do crime. No entanto, há limitações quanto a
legalidade das provas encontradas, mesmo que sejam de crimes que o legislador
considerou mais graves.
Nosso grupo irá observar o sistema criminal Americano, onde se tem
precedentes para determinados casos no sistema penal onde se pode utilizar tais
provas. Desta forma, iremos observar via jurisprudência brasileira, onde poderia ser
aplicado uma resolução distinta para tal caso, aplicando-se o conceito de tal
precedente. Após isso, faremos uma análise via princípios gerais do direito penal e da
verdade, para saber se o sujeito, após o uso de tais provas, deveria ou não estar preso.
Portanto, para o trabalho de Metodologia da Pesquisa Científico-Jurídica II,
estaremos analisando de forma jurídico-dogmática a questão do uso de provas ilícitas
para a incriminação no processo penal, aonde o réu possa ter praticado um crime
gravíssimo e não possa ser propriamente condenado por seu crime.

3. Título

4. Justificativa (pessoal, social e acadêmica - no mínimo 3 parágrafos)

JUSTIFICATIVA

A reflexão acerca da admissibilidade ou não do usufruto de provas ilícitas para


incriminação penal é pertinente, atual e afeta tanto o pesquisador quanto a sociedade
em sua volta, não sendo restrita somente ao ambiente acadêmico. Notou-se então a
viabilidade de elaborar um projeto de pesquisa com ênfase na problemática, uma vez
que este é pioneiro a abordar tal característica do processo penal. A motivação pessoal
dos pesquisadores reside no fato de que o sistema penal brasileiro, por ser deficitário,
precisa que soluções eficientes sejam apresentadas, sendo o usufruto de provas ilícitas
uma delas.
A pesquisa então, por ser um empreendimento social, contribui não só para a
área do conhecimento em que se insere como também para a emancipação e o
desenvolvimento do homem na comunidade. Os resultados buscados pelos
pesquisadores, quando alcançados, irão produzir reflexos significativos no inchaço
atualmente apresentado no sistema penal, e na transparência do julgamento. Hoje no
Brasil cerca de 221 mil presos ainda estão a espera de julgamento, número que
equivale a 34% do total de toda a população carcerária do país (665 mil), através da
permissibilidade do usufruto de provas ilícitas, o processo penal poderá ocorrer com
maior agilidade, uma vez que o tempo gasto com a análise e busca de provas lícitas
será reduzido, desafogando o sistema penal e colaborando com o princípio da
inocência. Além disso, o usufruto de provas ilícitas contribuirá também para maior
transparência no processo penal, tanto para o autor quanto o réu, posto que as provas
poderão ser utilizadas tanto contra quanto a favor de ambas as partes.
No âmbito acadêmico a pesquisa científica se mostra fundamental em qualquer
área, uma vez que expande a estrutura de conhecimento. Quando se trata do Direito, o
estudo acerca da admissibilidade do usufruto de provas ilícitas no processo penal é
pioneiro na comunidade acadêmica, por isso sua compreensão é tão importante. A
problemática fomenta discussões sobre todo o processo penal, sua estrutura e seus
resultados na sociedade, e a ciência que se desmistifica, repensa seus postulados e
promove a auto análise é aquela que se desenvolve.
Assim sendo, a motivação pessoal, social e acadêmica desta pesquisa é
construir caminhos profícuos para o desenvolvimento da sociedade. O Direito não
pode, nem deve, somente tratar da lei Imperativa. É preciso haver uma ruptura com o
pensamento estritamente positivista para mergulhar na dialética do debate,
especialmente em tempos de pós-verdade onde a pesquisa científica perde seu
amparo social.

5. Objetivos (um objetivo geral e três específicos)


O trabalho visa explicitar a importância da discussão sobre a admissibilidade moral da
utilização de provas ilícitas para incriminação, pois atualmente é uma violação de
direitos, sem espaço para uma reflexão.
.Auxiliar na compreensão em relação a utilização de provas ilícitas sob a ótica do
ordenamento jurídico brasileiro.
.
6. Metodologia

7. Explicitação do quadro teórico (um texto científico em ABNT no qual você comenta o
problema de pesquisa utilizando-se do referencial bibliográfico) cinco laudas no mínimo.

8. Referências

Metodologia da Pesquisa Científico-Jurídica II

Geovana Martinazzo → 18746776


Júlia Goulart → 18744177
Lucas Malheiro → 18744441
Murillo Teixeira → 18745570
Tainara Sanzovo → 18750018

Tema: A questão da admissibilidade ou não da usufruição de provas ilícitas para incriminação


no processo penal

Pergunta: Se é admissível a utilização de provas ilícitas para incriminação ou somente uma


violação de direitos?
Ao elaborar esta questão, tivemos que observar um caso concreto que
apresenta um problema no nosso ordenamento jurídico. O caso que nós pensamos
envolve uma investigação policial onde se interceptou chamadas entre dois sujeitos a
fim de descobrir provas de um crime fiscal, porém, se descobre que houve um outro
crime de natureza mais grave, como de homicídio. Ao descobrir tal crime, a polícia
passa a investigar para mais provas deste homicídio, mas acaba falhando, tendo como
unívoca, a ligação que adquiriu via provas ilegais. Ao fazer uma análise jurídica da
situação, o criminoso passa a ter seu crime exonerado pela justiça, pois não se pode
criminalizar alguém diante de provas que foram adquiridas de maneira ilegal.
De acordo com a constituição federal no artigo 5º, inciso LVI, “são inadmissíveis,
no processo, as provas obtidas por meios ilícitos”, sendo assim, independentemente do
crime cometido, não se pode julgar um, mesmo que esteja errado, pois há uma lógica
de que um crime não justifica o outro. O direito penal permite que haja um direito de
produzir provas, visando validar suas alegações é garantido no Código de Processo
Penal, tanto ao réu quanto ao autor do crime. No entanto, há limitações quanto a
legalidade das provas encontradas, mesmo que sejam de crimes que o legislador
considerou mais graves.
Nosso grupo irá observar o sistema criminal Americano, onde se tem
precedentes para determinados casos no sistema penal onde se pode utilizar tais
provas. Desta forma, iremos observar via jurisprudência brasileira, onde poderia ser
aplicado uma resolução distinta para tal caso, aplicando-se o conceito de tal
precedente. Após isso, faremos uma análise via princípios gerais do direito penal e da
verdade, para saber se o sujeito, após o uso de tais provas, deveria ou não estar preso.
Portanto, para o trabalho de Metodologia da Pesquisa Científico-Jurídica II,
estaremos analisando de forma jurídico-dogmática a questão do uso de provas ilícitas
para a incriminação no processo penal, aonde o réu possa ter praticado um crime
gravíssimo e não possa ser propriamente condenado por seu crime.

1http://www.internetlab.org.br/wp-content/uploads/2018/03/rhc-89981.pdf
2https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/671884964/recurso-ordinario-em-habeas-

corpus-rhc-104682-mg-2018-0283536-2/inteiro-teor-671884996?ref=juris-tabs

3https://www.conjur.com.br/2018-fev-20/ilicita-prova-obtida-policia-verificar-celular-

autorizacao

4https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/515565059/recurso-especial-resp-1675501-

mg-2017-0136234-5?ref=serp

BIBLIOGRAFIA

http://www.ufrgs.br/laviecs/biblioteca/arquivos/como_fazer_%20pesquisa.pdf

https://www.conjur.com.br/2017-mar-08/projeto-investigar-casos-inocentes-condenados-
brasil
O mito da proibição de provas ilícitas "pro societate" no processo penal

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