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Introdução
A nova redação dada pela Lei nº 13.964/2019 ao artigo 9-A da LEP incluiu
também o oitavo parágrafo, cujo texto prevê como falta grave a recusa do condenado
em submeter-se ao procedimento de identificação do perfil genético, o que por
consequência alterou também o artigo 50 da mesma Lei, que elenca as faltas graves, e a
partir do pacote anticrime, apresentou em seu inciso oitavo tal recusa.
Nesse sentido, discorre o Professor Aury Lopes Jr. (2014, p. 642) que
“submeter o sujeito passivo a uma intervenção corporal sem seu consentimento é o
mesmo que autorizar a tortura para obter a confissão no interrogatório quando o
imputado cala, ou seja, um inequívoco retrocesso”.
Isto posto, entendemos que a criação de uma falta grave para punir
quem, a partir do exercício – protegido por normas internacionais
de direitos humanos –, faz uso do direito de não produzir provas
contra si mesmo, configura cristalina afronta ao Estado
Democrático de Direito. (MARTÍNEZ E MENDES. 2020, p.175)
A corte decidiu, por fim, que os Estados que possuem amostras de DNA de
indivíduos que foram absolvidos ou tiveram suas ações retiradas, devem destruir tais
informações e não mantê-las. Além disso, foi definido o prazo prescricional do delito
como limite temporal para os dados serem mantidos no banco de perfis genéticos.
REFERÊNCIAS
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da
República, 1988. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984. Institui a Lei de Execução Penal. Brasília, DF:
Presidência da República. Acesso em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7210.htm.
Corte Europeia de Direitos Humanos. Caso S. and Marper vs. Reino Unido (n. 30562/04 e
n. 30566/04). Sentença de 4 de dezembro de 2008.
LOPES JR., Aury. Direito Processual Penal. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 2014.