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UNESULBAHIA FACULDADES INTEGRADAS | REDE UNIFTC

ELTON JOSÉ FALCÃO DE SOUZA

PRÁTICA PENAL:
PROCURAÇÕES E “QUEIXA-CRIME”

Eunápolis/BA
Setembro de 2021
UNESULBAHIA FACULDADES INTEGRADAS | REDE UNIFTC

ELTON JOSÉ FALCÃO DE SOUZA

Atividade prática elaborada e apresentada pelo aluno


Elton José Falcão de Souza do 10º período noturno do
Curso de Direito da Unesulbahia Faculdades Integradas
como requisito de nota parcial do primeiro bimestre da
disciplina de Prática Penal do docente Gilberto Lima.

Eunápolis/BA
Setembro de 2021
PROCURAÇÃO

Fulano de Tal, nacionalidade, estado civil, profissão, RG nº ... e CPF nº ..., residente e
domiciliado na Rua ..., Cidade, Estado, CEP nº... endereço eletrônico.... nestes termos
denominado OUTORGANTE, por este instrumento particular de mandato, nomeia e
constitui o Beltrano de Tal, Advogado inscrito na OAB/UF, sob o nº... com endereço
eletrônico, endereço profissional na Rua..., cidade, Estado, CEP nº... o seu bastante
procurador, nestes termos denominado OUTORGADO onde com este instrumento se
apresente, com os necessários poderes para representar em juízo, na ação que move em
favor da autora, em qualquer Juízo, Instância ou Tribunal, podendo propor contra quem de
direito as ações competentes e defendê-lo nas contrárias, seguindo uma e outras, até final
decisão, usando os recursos legais e acompanhando, podendo tudo praticar, requerer,
assinar, com poderes para transigir e acordar, desistir, reconvir, concordar, confessar,
nomear preposto, discordar, ratificar, retificar, renunciar, intimações, dar quitação,
acompanhar quaisquer processos em todos os termos ou instâncias, e ainda praticar todos
os demais atos que se fizerem necessários ao integral cumprimento do presente mandato,
para o que confere os mais amplos poderes, bem como os contidos na cláusula “ad judicia
”, podendo substabelecer no todo ou em parte, com ou sem reservas os poderes aqui
conferidos, para o fim especial de propor as ações necessárias e acompanhar em todos os
atos, termos e instâncias.

Local..., Data....

________________________________________________
Fulano de Tal
PROCURAÇÃO

Fulano de Tal, nacionalidade, estado civil, profissão, RG nº ... e CPF nº ..., residente e
domiciliado na Rua ..., Cidade, Estado, CEP nº... endereço eletrônico.... nestes termos
denominado OUTORGANTE, por este instrumento particular de mandato, nomeia e
constitui o Beltrano de Tal, Advogado inscrito na OAB/UF, sob o nº... com endereço
eletrônico, endereço profissional na Rua..., cidade, Estado, CEP nº... o seu bastante
procurador, nestes termos denominado OUTORGADO onde com este instrumento se
apresente, com os necessários poderes para representar em juízo, na ação que move em
favor da autora, em qualquer Juízo, Instância ou Tribunal, propor, contra quem de direito,
as ações competentes e defendê-lo nas contrárias, seguindo umas e outras até final decisão,
em primeira e superior instância, recorrer de despachos e sentenças, podendo assinar o que
for necessário em juízo, perante autoridade policial, arrolar testemunhas, assim como,
inquiri-las, juntar documentos aos autos, levantar suspeição de quem for usar de poderes
“ad judicia”, podendo ainda confessar, reconhecer a procedência do pedido, transigir,
desistir, renunciar ao direito sobre que se funda a ação, receber, dar quitação e firmar
compromissos, promover acordos e composições amigáveis, assinar compromissos,
praticando, enfim, todos os atos necessários ao fiel e cabal desempenho deste mandato,
agindo em conjunto ou separadamente, podendo inclusive substabelecer esta com ou sem
reserva de iguais poderes e para o fim especial e expresso para apresentar contra NOME
DO QUERELADO, nacionalidade, estado civil, profissão, portador do CPF n°... e RG n°...,
residente e domiciliado à Rua..., n°..., cidade..., Estado ..., CEP: ...telefone ..., e-mail ...com
fulcro no art. 44, do CPP, concede poderes para INGRESSAR COM QUEIXA-CRIME por
proferir ....., classificando o outorgante ......... ocasião em que o outorgante não manifestou
nenhuma afronta ou desrespeito recíproco. A ocorrência se deu no dia .... de .... de 20....,
por volta das ...h. Tal conduta configura o crime de ..........., disposto no art. ........ CP, o
que motivou a presente ação penal privada.

Local..., Data....

________________________________________________
Fulano de Tal
QUESTÃO PROBLEMA

Orlando Filho é empresário na cidade de Eunápolis e tem projeção regional obtida com
muitos anos de trabalho e bom relacionamento com fornecedores e a sociedade, o que fez
com que fosse indicado para concorrer ao pleito municipal no cargo do executivo municipal.

Agnaldo Barreto, que concorre à vaga de Vereador em situação oposta ao do candidato


Orlando Filho, usou a rede social Facebook para proferir palavras de baixo calão contra o
candidato a Prefeito, ofendendo-o.

Indignado e com receio das consequências em razão das afirmações que foram
disseminadas no meio social e se sentindo moralmente ofendido, procura você como
advogado para defender seus interesses.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL
CRIMINAL DA CIDADE DE EUNÁPOLIS-BA.

ORLANDO FILHO, casado, empresário, residente e domiciliado na Rua X, nº. 0000, em


Eunápolis-BA – CEP nº. ....., inscrito no CPF (MF) sob o nº. ...., vem, por intermédio de seu
patrono ao final subscrito – instrumento procuratório acostado, o qual observa os ditames
do art. 44, do CPP –, causídico inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil, Subseção de
Eunápolis-BA, sob o nº ...., com endereço profissional consignado no timbre deste
arrazoado, onde receberá intimações que se fizeram necessárias, comparece, com o devido
respeito à presença de Vossa Excelência, para, com estribo no art. 30 do Caderno de Ritos
Penal c/c arts. 139, 140 e 141, inc. III, todos do Estatuto Repressivo, para ajuizar a presente

QUEIXA CRIME POR DIFAMAÇÃO

em desfavor AGNALDO BARRETO, casado, agricultor, possuidor do RG. nº. ...., residente
e domiciliado na Rua ..., nº. ...., na Cidade ..., em razão das justificativas de ordem fática e
de direito abaixo delineadas.

DO SEGREDO DE JUSTIÇA

Considerando que presente demanda envolve situação que alusiva a injúria e difamação,
aduz a melhor doutrina que a publicidade deste feito deve ser limitada para resguardar as
partes litigantes, em consonância com a inteligência do Art. 189, I do CPP.
DOS FATOS

O Querelante é pessoa idônea, empresário, além de muito bem quisto em sua cidade. Esse,
entretanto, em que pese essas qualidades, vem sofrendo constantes agressões à sua
personalidade nas redes sociais, maiormente por meio do “Facebook”, por ser candidato ao
cargo de prefeito da cidade tem enfurecido não só aos seus adversários que pretendem o
mesmo cargo, mas a todos os partidos que concorrem.

No entanto uma pessoa, da oposição, que concorrente ao cargo de vereador, chama a


atenção pela frequência dos ataques com um absurdo grau de insultos e intensas palavras
injuriosas e difamatórias utilizando como meio de propagação, as redes sociais,
proporcionando ampla disseminação.

A autoria delitiva é certa: trata-se de Agnaldo Barreto, conhecido com a alcunha de Guima,
que na data de 05 de setembro de 2021, em sua página pessoal do Facebook, asseverou,
agressivamente, que “votar em Orlando Filho é pedir para arruinar a cidade. Esse homem
é totalmente desqualificado, burro e incapaz de tomar conta do próprio nariz. Ele se diz o
maior empresário da região, mas que eu saiba ele é laranja de gente grande. Só faz o que
eles querem, pois não tem competência nenhuma. Como entregar então uma cidade a um
cidadão desse?”.

Mais à frente, não mais que uma semana depois, tornou a atacar com os seguintes dizeres:
“Hoje eu ouvi na rádio uma grande idiotice do Orlando Filho. Ele fala pensando que o povo
é burro. Burro é ele, não os eleitores desta cidade. Ele fala que vai construir um novo
hospital. Ele não faz nem um muro na casa dele, meu povo. Abram o olho”.

Com efeito, as injustas e dolosas agressões são inverídicas, ofensivas, injuriosas e ilegais,
sobretudo por afetarem o sagrado direito da personalidade previsto na Constituição Federal.

HOC IPSUM EST.

DA COMPETÊNCIA DESTE JUÍZO


A tipificação atribuída aos crimes cometidos pelo Querelado enquadra-se,
concorrencialmente, aos crimes de difamação (CP, art. 139) e de injúria (CP, art. 140). As
penas máximas cominadas a estes delitos correspondem, respectivamente, a 01(um) ano e
(06) meses.

Se somadas as penas, o Querelado pode vir a ser condenado em até 01 (um) ano e 6 (seis)
meses de detenção, o que, por si só, por conta do concurso de crimes (art. 69, CP), já
excluiria do rol das chamadas “infrações de menor potencial ofensivo”, acarretando, assim,
na competência dos Juizados Especiais, conforme inteligência do art. 61 da Lei 9.099/95, in
verbis: “Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os
efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não
superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa.”

DO DIREITO

Difamação (CP, art. 139)


Dentre os inúmeros ataques promovidos pelo Querelado, as seguintes expressões: “Ele se
diz o maior empresário da região, mas que eu saiba ele é laranja de gente grande. Só faz o
que eles querem, pois não tem competência nenhuma. Como entregar então uma cidade a
um cidadão desse?”, revelam que seu intento tem o dolo específico de ofender a honra do
Querelante quando aludiu fato inverídico, ao afirmar que aquele é “laranja de gente grande”
e, além disso, imputando a figura de incompetente.

O Querelante é homem de bem, honesto e respeitado na cidade onde ocorreu o episódio


acima descrito. Não responde a nenhum crime e, mais, exerce cargo profissional de
destaque na sua região tendo, por isso, sido indicado para concorrer ao pleito político do
executivo municipal.

Diante disso, é inescusável que o Querelado incorreu no crime de difamação, que, pelo que
se alude do Art. 139 do CPB e lições do doutrinador Cleber Rogério Masson, que, no que diz
respeito ao crime de difamação:
“Constitui-se a difamação em crime que ofende a honra objetiva e, da
mesma forma que a calúnia, depende da imputação de algum fato a
alguém. Esse fato, todavia, não precisa ser criminoso. Basta que tenha
a capacidade de macular a reputação da vítima, isto é, o bom conceito
que ela desfruta na coletividade, pouco importando se verdadeiro ou
falso. “(Ob e aut, citados, pág. 175)
Injúria (CP, art. 140)
Em outro momento, assim se manifestou o Querelado, ainda na citada rede social: “Hoje
eu ouvi na rádio uma grande idiotice do Orlando Filho. Ele fala pensando que o povo é
burro. Burro é ele, não os eleitores desta cidade.”

Nesse diapasão, o intento se capitula no crime de injúria. O Querelado, injustamente,


cometera o delito quando, assacando sua fúria contra o Querelante, chegou a chamá-lo de
“burro”. Há, destarte, uma qualidade negativa asseverada contra o Querelante, a qual
ofendeu, sem sombra de dúvidas, a dignidade e o decoro do mesmo.

Há previsão legal nesse prisma no Código Penal, art. 140, in verbis: “Injuriar alguém,
ofendendo-lhe a dignidade e o decoro”.

Sobre o crime de injúria, ensina Luiz Regis Prado que:


“A nota característica da injúria é a exteriorização do desprezo e
desrespeito, ou seja, consiste em um juízo de valor negativo, apto a
ofender o sentimento e dignidade da vítima. Pode fazer referências às
condições pessoais do ofendido (v. g., corpo, bagagem cultural,
moral) ou à sua qualificação social ou capacidade profissional.
Distingue-se a injúria da calúnia e da difamação por não significar a
imputação de fato determinado – criminoso ou desonroso –, mas sim
a atribuição de vícios ou defeitos morais, intelectuais ou físicos.“
(In, Curso de Direito Penal Brasileiro: parte especial. 9ª Ed. São Paulo:
RT, 2010, Vol. 02. Pág. 247)

Crime contra honra – Causa de aumento (CP, art. 141, inc. III))
Constata-se que as palavras ofensivas ao Querelante foram levadas a efeito perante a rede
mundial de internet, mais precisamente por meio do Facebook. Diante disso, as penas
cominadas aos delitos perpetrados deverão ser aumentadas de um terço, pois que:

Art. 141 – As penas cometidas neste Capítulo aumentam-se de um


terço, se qualquer dos crimes é cometido:
(...)
III – na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação
da calúnia, da difamação ou injúria;

PEDIDOS
Não resta dúvida que a exposição fática colocada nos leva à disciplina rígida dos arts. 139
e 140 do Código Penal, vez que se reduz em palavras inverídicas e ofensivas à dignidade e
à reputação do Querelante, merecendo a reprimenda penal cabível.
Em arremate, o Querelante requer que Vossa Excelência se digne de tomar as seguintes
providências:

a) Determinar, antes do recebimento desta, o comparecimento do Querelante e Querelado,


sem seu(s) advogado(s), à audiência de conciliação (CPP, art. 520). Em virtude de ainda
não haver a figura do contraditório, pede-se a NOTIFICAÇÃO do Querelado, para tomar
conhecimento deste ato processual;

b) não havendo a reconciliação, pede seja recebida a presente Queixa-Crime e designada


data para o interrogatório do Querelado, devendo o mesmo ser citado (CPP, art. 363) para
responder aos termos da presente, no endereço já mencionado em linhas anteriores,
apresentando a sua defesa;

c) solicita, outrossim, que sejam ouvidas as testemunhas arroladas nesta, onde serão
trazidas a juízo independente de intimações, bastando, apenas, ato intimatório ao causídico
subscritor desta (CPP, art. 370);

d) pede-se, mais, a intimação do Órgão Ministerial, na qualidade de fiscal da lei, para que
o mesmo acompanhe a presente ação penal privada e, querendo, adite-a (CPP, art. 45);

e) de resto, requer a condenação do Querelado nas penas previstas nos arts. 139 e 140 do
Diploma Legal respectivo, aumentando-as de um terço, por força do art. 141, III, do
Caderno Penal. Pede, também, a sucumbência de caráter privado, notadamente respeitante
às custas processuais suportadas e adiantadas pelo Querelante (CPP, art. 804) e honorários
advocatícios, atualizado monetariamente.

Respeitosamente, pede deferimento.


Eunápolis, .... de .......... de ......

Beltrano de Tal
Advogado – OAB/BA ....

Orlando Filho
Querelante
ROL TESTEMUNHAL:
1) Cicrano de tal, brasileiro, solteiro, maior, residente e domiciliado na Rua ...., nº ... –
Eunápolis-BA, possuidor do CPF(MF) nº. ..., e RG nº .... SSP-BA;

2) Cicrano de tal, brasileiro, solteiro, maior, residente e domiciliado na Rua ...., nº ... –
Eunápolis-BA, possuidor do CPF(MF) nº. ..., e RG nº .... SSP-BA;

3) Cicrano de tal, brasileiro, solteiro, maior, residente e domiciliado na Rua ...., nº ... –
Eunápolis-BA, possuidor do CPF(MF) nº. ..., e RG nº .... SSP-BA;

Data supra.
PROCURAÇÃO

Orlando Filho, nacionalidade, estado civil, empresário, RG nº ... e CPF nº ..., residente e
domiciliado na Rua ..., Eunápolis-BA, CEP nº... endereço eletrônico.... nestes termos
denominado OUTORGANTE, por este instrumento particular de mandato, nomeia e
constitui o Beltrano de Tal, Advogado inscrito na OAB/UF, sob o nº... com endereço
eletrônico, endereço profissional na Rua..., cidade, Estado, CEP nº... o seu bastante
procurador, nestes termos denominado OUTORGADO onde com este instrumento se
apresente, com os necessários poderes para representar em juízo, na ação que move em
favor do autor, em qualquer Juízo, Instância ou Tribunal, propor, contra quem de direito,
as ações competentes e defendê-lo nas contrárias, seguindo umas e outras até final decisão,
em primeira e superior instância, recorrer de despachos e sentenças, podendo assinar o que
for necessário em juízo, perante autoridade policial, arrolar testemunhas, assim como,
inquiri-las, juntar documentos aos autos, levantar suspeição de quem for usar de poderes
“ad judicia”, podendo ainda confessar, reconhecer a procedência do pedido, transigir,
desistir, renunciar ao direito sobre que se funda a ação, receber, dar quitação e firmar
compromissos, promover acordos e composições amigáveis, assinar compromissos,
praticando, enfim, todos os atos necessários ao fiel e cabal desempenho deste mandato,
agindo em conjunto ou separadamente, podendo inclusive substabelecer esta com ou sem
reserva de iguais poderes e para o fim especial e expresso para apresentar contra
AGNALDO BARRETO, nacionalidade, estado civil, profissão, portador do CPF n°... e RG
n°..., residente e domiciliado à Rua..., n°..., Eunápolis, BA, CEP: ...telefone ..., e-mail ...com
fulcro no art. 44, do CPP, concede poderes para INGRESSAR COM QUEIXA-CRIME por
proferir inverdades em desfavor do outorgante ocasião em que não manifestou nenhuma
afronta ou desrespeito recíproco. A ocorrência se deu no dia 05 de setembro de 2021, na
rede social Facebook. Tal conduta configura os crimes de injúria e difamação dispostos nos
arts. 139 e 140 CP, o que motivou a presente ação penal privada.

Local..., Data....

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Orlando Filho

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