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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO ...

JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DA


COMARCA DA CAPITAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.

ROBERTO SILVA, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., titular da carteira de identidade


Registro Geral n°..., inscrito no CPF sob o n°..., residente e domiciliado na Rua...., número...,
bairro..., município..., UF..., CEP...., endereço eletrônico...., representado por seu advogado, com
procuração anexo na forma do art. 44 do CPP, vem, respeitosamente, à presença de Vossa
Excelência, propor

QUEIXA-CRIME

em face de LUANA PAIVA, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., titular da carteira de


identidade Registro Geral n°..., inscrita no CPF sob o n°.., residente e domiciliada na Rua ....,
número..., bairro..., município..., UF..., CEP ...., endereço eletrônico.... com fundamento nos art.
30 e 41 do CPP c/c Art. 100, parágrafo 2° do Código Penal, pelos seguintes motivos:

DOS FATOS

Roberto, ora querelante, decidiu convidar seus amigos e parentes por meio de sua rede social,
enviando o convite para todos os contatos a fim de comemorar seu aniversário no dia 19 de
dezembro de 2019 em uma famosa churrascaria da cidade do Rio de Janeiro/RJ.

Por esta razão, Luana, ora querelada, ex-namorada e vizinha do querelante, soube do evento e,
por razões desconhecidas, difamou e injuriou Roberto, ofendendo a sua dignidade e o decoro
por meio de seu perfil em uma rede social.

Na ocasião, a querelada, publicou no perfil pessoal do querelante o seguinte comentário:

“não sei o motivo da comemoração, já que Roberto não passa de um idiota, bêbado,
irresponsável e sem vergonha!”

Ademais, com o propósito de prejudicar o querelante perante seus colegas de trabalho declarou
que:

“ele trabalha todo dia embriagado! No dia 10 do mês passado, ele cambaleava bêbado pelas
ruas do Rio, inclusive, estava tão bêbado no horário do expediente que a empresa em que
trabalha teve que chamar uma ambulância para socorrê-lo!”.

Roberto, ao ler os comentários supracitados por meio de seu tablet conectado à rede social,
ficou tão abalado que não soube o que dizer aos seus amigos: Carlos, Miguel e Ramirez que
estavam ao seu lado naquele momento.

O dano à honra do querelante foi tão grande que decidiu cancelar a festa, desistindo da
comemoração de seu próprio aniversário diante da humilhação pública a qual foi exposto.
Por essa razão, o querelante procurou a delegacia mais próxima para instaurar inquérito policial.

DOS FUNDAMENTOS

Se torna evidente que a conduta praticada pela querelada incorre nas situações previstas nos
artigos 139 e 140 do Código Penal, praticando o crime de difamação ao afirmar que o querelante
trabalha todo dia embriagado e que no dia 10 do mês passado ele cambaleava bêbado no horário
de labor e injúria, por ter chamado o querelante de “idiota, bêbado, irresponsável e sem
vergonha”.

De acordo com os artigos139 e 140 do Código Penal:


“Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

Parágrafo único - A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário


público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções. “

“Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:”

Não obstante, o artigo 141, inciso III do mesmo código declara que:
“Art. 141 – As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de 1/3 (um terço), se
qualquer dos crimes é cometido: III – na presença de várias, ou por meio que facilite a
divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria;”

A querelada, usou meio que facilitou a divulgação da difamação e injúria, incidindo, por isso, a
causa de aumento de pena prevista no artigo 141, inciso III, do Código Penal.

Sendo assim, percebe-se que houve uma única conduta de Luana, qual seja, uma única
publicação, sendo certo que em tal publicação, com desígnios autônomos, a querelada praticou
dois crimes, a saber: injúria e difamação.

Em conformidade ao artigo 145 do Código Penal, este tipo penal somente se procede mediante
Ação Penal Privada, eis a razão do oferecimento da presente Queixa-crime.

Cumpre ainda esclarecer que por se tratar de crime de menor potencial ofensivo, cuja pena
máxima, em abstrato, não ultrapasse 2 anos, considera-se o Juizado Especial Criminal
competente para julgar esta ação, conforme disposto na Lei 9099/95 em seu artigo 61.

DOS PEDIDOS

Diante de todo exposto requer a Vossa Excelência:

a) o recebimento da queixa-crime;
b) a designação de audiência preliminar ou de conciliação;
c) a citação da querelada;
d) a oitiva das testemunhas arroladas;
e) a procedência do pedido, com a consequente condenação da querelada nas penas dos
artigos 139 e 140 c/c o Art. 141, III, n/f com o Art. 70, todos do CP;
f) a fixação de valor mínimo de indenização, nos termos do artigo 387, IV, do CP;
g) a condenação da querelada ao pagamento das custas processuais.
DAS PROVAS

Protesta pelas provas documentais, testemunhal e pericial.

ROL DE TESTEMUNHAS:

Testemunha 1: Carlos

Testemunha 2: Miguel

Testemunha 3: Ramirez

Nestes termos,

Pede deferimento

Local e data

Advogado - OAB/UF

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