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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO __º JUIZADO

ESPECIAL CRIMINAL DA COMARCA DE NITERÓI DO ESTADO DO RIO


DE JANEIRO.

ENRICO, (nacionalidade), (estado civil), engenheiro, (RG), (CPF), (endereço)


da cidade de Niterói - RJ, por meio de seu advogado que a esta subscreve,
cujo o instrumento de procuração com poderes especiais segue anexo
(documento 01), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência,
oferecer QUEIXA-CRIME, , com fulcro nos artigos 30, 41 e 44, todos do
Código de Processo Penal, artigo 61 da Lei 9.099/95 (Lei dos Juizados
Especiais), bem como nos artigos 100, § 2º e 140, ambos do Código Penal,
em face de HELENA, (nacionalidade), (estado civil), (profissão), (RG), (CPF),
(endereço) da cidade de Niterói - RJ, pelos motivos a seguir expostos:

DOS FATOS

Enrico, nesta ocasião querelante, planejou fazer uma reunião em


comemoração ao seu aniversário, que ocorreria em um sábado dia 19 de abril
de 2014, em uma famosa churrascaria na cidade de Niterói – RJ. Para tanto,
optou por convidar seus amigos e parentes convidas por meio da rede
social facebook.

Ocorre que Helena, ora querelada, sua vizinha e ex-namorada,


pertence ao grupo de amigos adicionados na referida página da rede social
de Enrico onde o mesmo enviou o convite, meio pelo qual ficou sabendo da
comemoração do aniversário do querelante.
Por motivos não esclarecidos e com a intenção de ofender o querelante,
Helena, por meio de seu computador, instalado em sua residência, um prédio
na praia de Icaraí localizada na cidade de Niterói, publicou a seguinte
mensagem no perfil de Enrico:  

“não sei o motivo da comemoração, já que Enrico não


passa de um idiota, bêbado, irresponsável e sem
vergonha!”

Acrescentou:

“ele trabalha todo dia embriagado! No dia 10 do mês


passado, ele cambaleava bêbado pelas ruas do Rio,
inclusive, estava tão bêbado no horário do expediente que
a empresa em que trabalha teve que chamar uma
ambulância para socorrê-lo!”.
Enrico, que estava em seu apartamento na companhia de seus amigos
Carlos, Miguel e Ramirez, conectado à rede social por meio de seu tablet,
abalou-se ao ver a referida mensagem altamente ofensiva postada em sua
página do facebook.

Importante ressaltar que a mensagem causou grande abalo emocional


a Enrico, de modo que necessitou que o querelante cancelasse a sua festa
por tamanho constrangimento que havia sucedido na ocasião.

Diante deste contexto, para maiores apurações foi necessário que o


querelante instaurasse o inquérito policial.

DO DIREITO

Dispõe o artigo. 139º, caput, do Código Penal:

“Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo a


sua reputação:

Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 ano, e multa.”

De acordo com o referido artigo, a simples imputação de fato, verídico


ou não, que venha a causar danos em relação a honra do sujeito a quem o
fato diz respeito, constitui crime de pequeno potencial ofensivo, ou seja,
crimes em que a pena máxima, em abstrato, não ultrapasse 2 anos,
estabelecendo-se, assim, o Juizado Especial Criminal competente para julgar
esta ação, conforme disposto na Lei 9099/95 em seu artigo 61.

Analisando-se o caso em tela, não resta dúvidas de que a querelada,


por meio de mensagem ofensiva enviada através da rede social facebook,
abalou a honra e o respeito do querelante, acusando-lhe de ter praticado atos
que desabonaram sua própria imagem.

O Código Penal dispõe, ainda, em seu artigo 141, inciso III:

“Art. 141 – As penas cominadas neste Capitulo


aumentam-se de 1/3 (um terço), se qualquer dos crimes é
cometido:
III – na presença de várias, ou por meio que facilite a
divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria;”

Vale ressaltar que Helena, além de cometer crime contra a honra,


conforme previsto no artigo 139, caput, o fez por intermédio de rede social o
que de fato tem uma grande abrangência, causando, assim, maior divulgação
da mensagem entre todos os contatos do querelante, razão pela qual deve
incidir na causa de aumento de pena descrita no artigo 141, inciso III,
do Código Penal.
Ao que diz o artigo 145 do Código Penal, é imprescindível dizer que
este tipo penal somente se procede mediante Ação Penal Privada, eis o
porquê do oferecimento da presente Queixa-Crime.

Não obstante, é evidente o dolo específico da querelada, na clara


intenção de manchar a imagem do ex-namorado, ora querelante, que o
difamou em meio as redes sociais, onde ali se encontravam amigos e
familiares e empregados de seu círculo de convivência diário, tendo ciência
que tal ato o prejudicaria.

Assim sendo, a querelada cometeu o crime de difamação tipificado no


artigo 139 do Código Penal, incidindo, ainda, na causa de aumento prevista
no artigo 141, inciso III, do mesmo código.

DO PEDIDO

Ante todo exposto, requer à Vossa Excelência, o recebimento e


processamento da queixa crime, tendo em vista a sua tempestividade de
acordo com o artigo 38 do Código de Processo Penal.

Requer, ainda, a citação da querelada para responder aos termos da


presente ação penal, sob pena de revelia e ao final seja condenada nos
termos do artigo 139 do Código Penal, tendo sua pena aumentada em 1/3,
como dispõe o artigo 141, inciso III do mesmo Código.

Requer, que seja deliberada a audiência de conciliação de acordo com


o que dispõe o art. 520, do Código de Processo Penal.

Requer, ainda, a produção de todas as provas admitidas em direito e a


intimação das testemunhas do rol abaixo.

Requer-se, por fim, nos termos do artigo 387, inciso IV, do Código de


Processo Penal, que seja ao final fixado valor mínimo de indenização à
querelada.

Termos em que,

Pede deferimento.

Local e Data.

_____________________________________
Nome do Advogado
(OAB ___)
_____________________________________
Enrico
(CPF ___)
ROL DE TESTEMUNHAS
1. CARLOS – (RG, CPF, ENDEREÇO);
2. MIGUEL – (RG, CPF, ENDEREÇO);
3. RAMIREZ – (RG, CPF, ENDEREÇO).

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