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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DA

COMARCA DE SÃO PAULO/SP.

(Pula 10 linhas)

YAMAHA ..., brasileiro, estado civil, professor universitário, portador da cédula de


identidade RG n° ..., inscrito no CPF sob o n° ..., residente e domiciliado na Rua ..., no bairro ...,
na cidade de São Paulo/SP, por intermédio de seu advogado infra-assinado, mediante
instrumento de procuração em anexo, vem respeitosamente, à presença de Vossa Excelência,
com fulcro nos arts. 41 e 44 do Código de Processo Penal, cominado ao art. 100, §2°, do Código
Penal, ajuizar a presente

QUEIXA-CRIME

em face de CLEIDE ..., brasileira, estado civil, profissão, portadora da cédula de identidade RG
n° ..., inscrita no CPF sob o n° ..., residente e domiciliada na Rua ..., no bairro ..., na cidade de
São Paulo/SP, pelos razões de fato e de direito expostos.

1 – DOS FATOS

YAMAHA, professor conceituado de uma renomada faculdade, possui um perfil em


uma das redes sociais existentes na internet e o utiliza diariamente para entrar em contato
com seus amigos, parentes e colegas de serviço.

O Querelante visando comemorar seu aniversário planejou uma confraternização com


estas pessoas em uma famosa pizzaria localizada na região central de São Paulo/SP. E para
tanto, realizou o convite de sua confraternização por meio da rede social através de uma
publicação alusiva à comemoração em seu perfil.

No entanto, a Querelada que é ex-funcionária de YAMAHA e também possui perfil na


referida rede social e está adicionada na lista de amigos dele, soube da festa e o motivo da
comemoração e então publicou mensagens na publicação do Querelante.

Naquele momento, com o intuito de ofender o ex-chefe, publicou os seguintes


comentários: “Não sei o motivo da comemoração já que Yamaha é uma bicha!”, e , ainda, com
o propósito de prejudicar Yamaha perante seus colegas de trabalho e denegrir sua reputação
acrescentou: “Ele trabalha todo dia bêbado feito um gambá!”.

Imediatamente, YAMAHA, que estava conectado à rede social, recebeu a mensagem e


visualizou a publicação com os comentários ofensivos da Querelada em seu perfil pessoal e
indignado se dirigiu a delegacia responsável, onde lavrou um boletim de ocorrência, porém
não foi instaurado inquérito policial para apurar os fatos.

Dado o ocorrido o mesmo procurou assistência judiciária para tomar as devidas


providencias, entregando as cópias das paginas das redes sociais, bem como qualificou duas
testemunhas que tomaram ciência destas ofensas.

Os fatos descritos acima configuram os delitos de injúria e difamação, logo diante do


exposto, ficam evidenciados os atos sofridos pelo Querelante.
2 – DO DIREITO

Conforme a narração dos fatos, a Querelada por meio de uma rede social veio a fazer
comentários ofensivos à reputação e dignidade do Querelante, constrangendo-o perante os
amigos que lhe faziam companhia e todos os outros que possuía em sua lista de amigos da
rede social, incorrendo assim nos crimes de injúria e difamação, respectivamente previstos no
art. 139 e 140 do Código Penal.

Dispõe o art. 139, caput, do CP:

“Art. 139 – Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo a sua reputação:

Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.”

O Código Penal dispõe, ainda, em seu art. 140:

“Art. 140 – Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:

Pena – detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.”

CLEIDE, ora Querelada, infringiu dois dispositivos de lei!

De acordo com os referidos artigos, a simples imputação do fato, verídico ou não, que
venha a causar danos em relação à honra e dignidade do sujeito a quem o fato diz respeito,
constitui crime de pequeno potencial ofensivo, ou seja, crimes em que a pena máxima não
ultrapasse 2 (dois) anos, estabelecendo-se, assim, o Juizado Especial Criminal competente para
julgar esta ação, conforme disposto no art. 61 da Lei n° 9099/95.

Neste sentido, vale ressaltar que os crimes acima mencionados, ocorreram em


concurso formal, como dispõe o art. 70 do CP, sendo imperiosa a incidência de causa de
aumento de pena, este por sua vez com fulcro no art. 141, III, do mesmo dispositivo.

“Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos
crimes é cometido:

III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da
difamação ou da injúria.”

Não obstante, é evidente o dolo específico da Querelada, na clara intenção de macular


a imagem de Yamaha, ora Querelante, quando o difamou e injuriou em por meio das redes
sociais, tendo ciência de que tais condutas o prejudicariam.

3 – DO PEDIDO

Posto isso, requer a Vossa Excelência se digne:

a) O recebimento da queixa-crime;
b) A citação da Querelada;
c) A designação de audiência preliminar ou de conciliação;
d) A oitiva das testemunhas arroladas;
e) A condenação da Querelada pelos crimes de injuria difamação, cominados a causa de
aumento de pena;
f) A fixação de valor mínimo de indenização, nos termos do art. 387, IV, do CPP.

Por derradeiro, o Querelante informa a este juízo que não recolheu custas, conforme
isenção disposta no artigo 4°, §9°, da Lei Estadual n° 11.608/03.

Termos em que,
Pede deferimento.

São Paulo, ...

Seu nome
Oab n° ...

ROL DE TESTEMUNHAS:

1. Nelson de Almeida, CPF ...


2. Hansozo de Albuquerque, CPF ...

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