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PEDRO, (nacionalidade), (estado civil), (profissã o), (RG), (CPF), (endereço) da cidade de
Niteró i - RJ, por meio de seu advogado que a esta subscreve, cujo o instrumento de procuraçã o com
poderes especiais (segue anexo), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, oferecer
QUEIXA-CRIME
com fundamento legal no artigo 41 do Có digo de Processo Penal e no artigo 100, pará grafo 2º do
Có digo Penal, em face de HELENA, (nacionalidade), (estado civil), (profissã o), (RG), (CPF),
(endereço) da cidade de Niteró i - RJ, pelos motivos a seguir expostos:
1. DOS FATOS:
Pedro, ora querelante, planejou festejar seu aniversá rio, que ocorrera no dia 19 de abril de
2014, em uma famosa churrascaria situada na cidade de Niteró i – RJ. Para tanto, optou por realizar o
convite de seus amigos e parentes utilizando a sua rede social facebook.
Ocorre que Helena, ora querelada, sua vizinha e ex-namorada, pertence ao grupo de amigos
adicionados na referida pá gina da rede social de Pedro, por meio da qual ficou sabendo da
comemoraçã o do aniversá rio do querelante e o local da celebraçã o.
Assim, no referido dia, por motivos nã o esclarecidos e com a clara intenção de ofender o
querelante, Helena, por meio de seu computador, instalado em sua residência, localizada na cidade
de Niteró i, publicou as seguintes mensagens no perfil de Enrico, disseminando ofensas que seriam
visualizadas por todos os convidados da festa:
1) Com o intuito de ofender Pedro – “Não sei o motivo da comemoração, já que Pedro não
passa de um idiota, bêbado, porco, irresponsável e sem vergonha”
Leonardo Ervatti
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2) Com o intuito de ofender Pedro perante seus colegas de trabalho e denegrir sua reputaçã o
– “Ele trabalha todo dia embriagado e vestindo saia! No dia 10 do mês passado, ele
cambaleava bêbado pelas ruas do Rio, inclusive, estava tão bêbado no horário do expediente
que a empresa em que trabalha teve que chamar uma ambulância para socorrê-lo!”
Pedro, que estava em seu apartamento na companhia de seus amigos Marcos, Miguel e
Manuel, conectado à rede social por meio de seu tablet, abalou-se ao ver as referidas mensagens
altamente ofensivas postadas em sua pá gina do facebook.
Por relevante, imperial registrar que a repercussã o desta mensagem causou um enorme abalo
emocional em Pedro, de tal modo que, de tã o constrangido pela situaçã o ocorrida, cancelou sua festa.
Por tamanho dano à sua honra, o querelante instaurou inquérito policial para maiores
averiguaçõ es na Delegacia de Polícia Especializada em Repressã o aos Crimes de Informá tica e narrou
os fatos à autoridade policial, entregando o conteú do impresso da mensagem ofensiva e a pá gina da
rede social na Internet onde ela poderia ser visualizada.
2. DO DIREITO:
De acordo com o referido artigo, a simples imputaçã o de fato, verídico ou nã o, que venha a
causar danos em relaçã o a honra do sujeito a quem o fato diz respeito, constitui crime de pequeno
potencial ofensivo, ou seja, crimes em que a pena má xima, em abstrato, nã o ultrapasse 2 anos,
estabelecendo-se, assim, o Juizado Especial Criminal competente para julgar esta açã o, conforme
disposto na Lei 9099/95 em seu artigo 61.
Analisando-se o caso em tela, nã o resta dú vidas de que a querelada, por meio de mensagem
ofensiva enviada através da rede social facebook, abalou a honra e o respeito do querelante,
acusando-lhe de ter praticado atos que desabonaram sua pró pria imagem.
Leonardo Ervatti
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“Art. 141 – As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de 1/3 (um terço), se
qualquer dos crimes é cometido:
III – na presença de várias, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação
ou da injúria;”
Portanto, é possível concluir que com a ú nica conduta da querelada esta prá tica 2 crimes,
dando azo ao Concurso Formal de Crimes, conforme o artigo 70 do Có digo Penal:
“Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais
crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas,
mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto,
cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios
autônomos, consoante o disposto no artigo anterior.”
Após atenta análise dos autos, verifica-se ser correta a condenação determinada na irretocável
sentença recorrida, que examinou com maestria as provas produzidas ao longo da instrução,
concluindo não restarem dúvidas acerca da autoria e da materialidade delitivas.
Assim sendo, a querelada cometeu o crime de difamação e injúria tipificado no artigo 139 e
141 do Código Penal, incidindo, ainda, nas causas de aumento prevista no artigo 141, inciso III
e artigo 70 do mesmo código.
Cabe dizer ainda que, em conformidade ao artigo 145 do Código Penal, este tipo penal somente se
procede mediante Ação Penal Privada, eis o porquê do oferecimento da presente Queixa-Crime.
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Verifica-se que as colocaçõ es fá ticas feitas pelo Querelante tendem a atribuir a Querelado a
concorrência para o Crime de Difamaçã o (art. 139 do Có digo Penal) e o Crime de Injú ria (art. 140 do
Có digo Penal). As penas má ximas cominadas a esses delitos correspondem, respectivamente, a 1
(um) ano e 6(seis) meses.
Se as penas fossem somadas, a Querelado poderia ser condenada em até 1(um) ano e 6(seis)
meses de detençã o, o que, por si só , já excluiria do rol das chamadas “infraçõ es de maior potencial
ofensivo”, acarretando assim na Competência dos Juizados Especiais.
Se as penas fossem somadas, a Querelado poderia ser condenada em até 1(um) ano e 6(seis)
meses de detençã o, o que, por si só , já excluiria do rol das chamadas “infraçõ es de maior potencial
ofensivo”, acarretando assim na Competência dos Juizados Especiais.
Vejamos na Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, que dispõ e sobre os Juizados Especiais
Cíveis e Criminais e dá outras providências:
“Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos
desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois)
anos, cumulada ou não com multa. (Redação dada pela Lei nº 11.313, de 2006)”.
Nesse sentido:
Do mesmo modo, levando-se em consideraçã o que os crimes foram perpetrados por meio da
internet, propagado por rede social, ainda assim este juízo é o competente.
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Cumpre destacar que nã o se sabe ao certo onde as infraçõ es penais foram cometidas, é de
conhecimento somente o meio eletrô nico utilizado. Desse modo, prevalece a regra do domicílio da
Querelado, conforme art. 72 do Có digo de Processo Penal. Que seja:
“Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo
domicílio ou residência do réu”.
Diante disso torna-se indiscutível o cabimento de ambas Competências, criminal e territorial, no caso
em tela.
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3) DOS PEDIDOS:
a) Que seja a querelada citada, processada e, ao final, condenada nas penas dos artigos 139 e 140,
combinado com o artigo 141, III na forma do artigo 70, todos do Có digo Penal;
b) A notificaçã o das testemunhas abaixo arroladas, para virem depor em juiz em dia e hora a serem
designados e sob as condiçõ es legais;
c) Nos termos do artigo 387, inciso IV, do Có digo de Processo Penal, que seja ao final fixado valor
mínimo de indenizaçã o à querelada.
Termos em que,
Pede deferimento.
DATA
ADVOGADO
OAB
ROL DE TESTEMUNHAS
Leonardo Ervatti
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