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AO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DA COMARCA DA CIDADE DE.../UF...

OTÁVIO, nacionalidade, estado civil, profissão, inscrito no CPF nº..., portador


do RG nº:..., residente e domiciliado no endereço..., cidade, estado, CEP, e
CATARINA, nacionalidade, estado civil, profissão, inscrita no CPF nº:...,
portadora do RG nº:..., residente e domiciliada no endereço..., cidade, estado,
CEP, vem, respeitosamente a presença de V.Exa, por intermédio de seu
procurador infra-assinado (procuração com poderes especiais anexa), oferecer
QUEIXA-CRIME com base nos artigos 30, 41 e 44, todos do Código de
Processo Penal, e artigo 100 parágrafo 2º do Código Penal, contra MAX
SILVA, nacionalidade, estado civil, profissão, inscrito no CPF nº..., portador do
RG nº:..., residente e domiciliado no endereço..., cidade, estado, CEP, pelos
motivos de fato e de direito a seguir expostos.

I – DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA

Requer sejam concedidos os benefícios da assistência judiciária gratuita, com


fundamento no Código de Processo Civil e na Lei1.060/50, tendo em vista que
os querelantes não possuem capacidade de arcar com os custos de um
processo e suas despesas, sem o prejuízo de seu sustento e de sua família.

II - DOS FATOS

O professor Max Silva havia perdido o seu cachorro e desesperado para


encontra-lo colocou um anúncio na qual oferecia uma recompensa de R$
R$2.000,00 (dois mil reais) para quem achasse.

O casal de comerciantes Otávio e Catarina estavam saindo do mercado


quando encontraram um cachorro perdido, sem identificação. De boa índole e
com dó do animal, pegaram-no e o levaram para casa com o intuito de dar
abrigo e cuidado enquanto aguardavam o verdadeiro dono do animal para que
pudessem devolve-lo.

Alguns dias depois, eles viram um cartaz afixado em um poste com a


expressão "Procura-se" e uma foto do cachorro. Uma recompensa de R$ 2 mil
era oferecida a quem o encontrasse. Os dois, então, ligaram para o telefone
exibido no cartaz para devolver o cachorro.

No entanto, além de não pagar a recompensa, o dono proferiu palavras


ofensivas ao casal na frente de toda a vizinhança, os chamando de
“oportunistas”.

Por essa razão, os autores ajuízam a presente ação, a fim de que seja
reconhecido seu direito a receber o valor devido pelo querelado, com
acréscimos de juros e correção monetária, bem como o reconhecimento do
dano moral ocasionado pela parte ré à parte autora.

III - DO DIREITO

Tal ação praticada configura o crime definido como Injúria, tipificado no art.
140, do Código Penal, tendo em vista que os Querelantes, de forma dolosa,
foram injuriados, e lhes fora ofendida a dignidade e/ou decoro.

Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a


dignidade ou o decoro:

Pena - detenção, de um a seis meses, ou


multa.

É fato que as palavras ofensivas que foram proferidas ao casal geraram um


constrangimento enorme, principalmente ali na vizinhança onde todos se
conhecem, ofendendo a dignidade do casal.

O ilustre mestre Cezar Roberto Bitencourt diz que o objeto jurídico deste delito
é a honra na sua forma subjetiva, afrontando a dignidade humana da vítima,
que se reflete no sentimento de autopercepção, visto que o próprio texto legal
delimita os aspectos da honra capazes de serem maculados: a dignidade e/ou
o decoro, os quais representam atributos morais, físicos e intelectuais, nesta
ordem.

Assim diante de tudo aqui ventilado, encontra-se o Querelado incurso nas


sanções do art. 140 do Código Penal.

3.1. DA OBRIGAÇÃO NÃO CUMPRIDA

É fato que o querelado não cumpriu para com sua obrigação junto dos
querelantes. Conforme o artigo 389, do Código Civil,

“não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais


juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente
estabelecidos, e honorários de advogado”.

Assim sendo, os querelados, por força legal, fazem jus ao valor devido,
corrigido com juros e atualização monetária, além dos honorários advocatícios
que o dispositivo legal estabelece, os quais requer desde já. Outrossim, requer
a condenação do querelado para a devida reparação civil.

3.2. DO DANO MORAL

O artigo 187, do Código Civil, estabelece que “aquele que, por ação ou
omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”.

É fato que o requerido ocasionou dano aos querelantes. Nesse sentido:

EMENTA: APELAÇÃO. INDENIZAÇÃO. XINGAMENTOS EM PÚBLICO.


PALAVRAS DE BAIXO CALÃO. DANOS MORAIS CONFIGURADOS.
ARBITRAMENTO. - Revelam-se aptos a ensejar danos morais os xingamentos
vexatórios e humilhantes proferidos em público com palavras de baixo calão -
O arbitramento do dano moral deve ser realizado com moderação, em atenção
à realidade da vida e às peculiaridades de cada caso, proporcionalmente ao
grau de culpa e ao porte econômico das partes, sem se descurar do sentido
punitivo da condenação.
(TJ-MG - AC: 10188100916538001 MG, Relator: Cláudia Maia, Data de
Julgamento: 25/06/2015, Data de Publicação: 03/07/2015).

Tendo em vista a ofensa a honra e a imagem dos querelantes, baseado no


dispositivo legal supramencionado, os requerentes fazem jus a indenização
referente a danos morais, no valor de R$ 10.000 (dez mil reais).

IV – DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer, o deferimento do benefício da assistência judiciária


gratuita, bem como requer:

a) o recebimento da presente queixa-crime com os documentos que a


acompanham;

b) a citação do querelado para responder à acusação, interrogatório e demais


atos até o final da condenação;

c) a procedência dos pedidos, com a consequente condenação do querelado


nas penas do artigo 140 do Código Penal;

d) a inquirição das testemunhas abaixo arroladas;

e) a condenação do querelado ao pagamento de indenização por danos


morais, no valor de R$ 10.000,00, nos termos do artigo 387, inc. IV, do CP;

f) a condenação do querelado ao pagamento das custas e demais despesas


processuais.

g) requer-se a marcação de audiência através de aplicativo por vídeo chamada.

h) requer-se o depoimento pessoal do querelado para que compareça a todos


atos processuais.

Nestes termos,

Pede deferimento.

Local..., data...

ADVOGADO...
OAB.../UF...

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