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AO JUÍZO DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA

DE .....................................

NOME DO CLIENTE, naturalidade, estado civil, profissão, portador do RG


nº ................................., SSP/...., inscrito no CPF sob o nº .................................., residente e
domiciliado na Rua ..................., n°......, Bairro ................., na cidade de ..................., Estado
do ............, CEP ....................., representado neste ato por seus advogados (procuração em anexo)
infra-assinado, com escritório profissional na AV. ..................., n°......., Bairro............., na cidade de
....................................., Estado do ................. com CEP. ................, endereço eletrônico
......................................................., onde recebe intimações e notificações, vem, perante Vossa

Excelência, propor AÇÃO PREVIDENCIÁRIA DE CONCESSÃO DE


APOSENTADORIA POR IDADE RURAL em face do INSTITUTO
NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS), Autarquia Federal, com sede na
Praça ...................................., n° ........., na cidade de ..............................., Estado do ..........., com
CEP. ........................., pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos:

1 - DA SÍNTESE FÁTICA

A parte Autora, na condição de trabalhadora rural segurado especial do Regime Geral de


Previdência Social (RGPS), ao completar a idade de 60 (sessenta) anos (data de nascimento
em ............), requereu em .................... (DER) a concessão do benefício de Aposentadoria de Idade
Rural através dos canais de atendimento do Autarquia-ré sob o número de benefício
(NB) .......................

Entretanto, seu pedido de concessão de benefício foi indeferido sob a alegação de


“..............................................”
Vejamos dos dados do requerimento:

1. Número do benefício ..........................

2. Data da entrada do requerimento .........................

3. Razão do indeferimento .........................

No entanto, no que pese o injusto indeferido pelo INSS, a parte Autora possui todos os
requisitos de idade e carência necessárias para concessão de aposentadoria por idade rural.

A Autor (a) é segurado (a) especial do Regime Geral de Previdência Social (RGPS),
desenvolveu atividade rural, em regime de economia familiar, na propriedade
denominada ......................., Zona Rural do Município de ......................, no Estado do ..................,
na condição de ..............................., no período de .......................... a ......................,
cultivando ........................., além da criação de ...................................., destinado a subsistência.

Para comprovação de sua atividade rural durante período mencionado, foram


apresentados no requerimento junto a Autarquia federal dos seguintes documentos:

Documento rural Data da emissão

De tal forma, que os documentos apresentados são provas suficientes do exercício da


atividade rural com segurado especial do RGPS, principalmente ...................................., em regime
de economia familiar, para subsistência.

Vejamos que a parte Autora já recebeu benefício como trabalhadora rural segurada
especial junto ao RGPS e não possui vínculo empregatício urbana, conforme extrato em CNIS
em anexo.
Dessa forma, ante a negativa indevida do benefício de aposentadoria por idade do
trabalhador rural na esfera administrativa, a parte Autora ajuíza a presente demanda visando
garantir o seu direito ao benefício.

Assim, ante ao indeferimento administrativo, não restou a parte Autora alternativa à não
ser socorrer-se às vias judiciais para pleitear por seus direitos.

2. DO FUNDAMENTOS JURÍDICOS

A pretensão da parte Autora está fundamentada no inciso I do art. 201 da Constituição


Federal e nos Arts. 39, 48 e 142 da Lei 8.213/91, que estabelece os requisitos exigidos para a
concessão da aposentadoria rural por idade do trabalhador rural, a saber: a) idade mínima de 60
anos para o homem e de 55 anos para a mulher (Lei n.º 8.213, art. 48, § 1º); b) exercício de
atividade rural, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento
do benefício, em número de meses idênticos à carência deste (Lei n.º 8.213, art. 143),
independentemente de recolhimento de contribuições previdenciárias.

3 – DA COMPROVAÇÃO DA ATIVIDADE RURAL

A parte Autora é trabalhador (a) rural segurado (a) especial do RGPS na forma descrita
no inciso VII do art. 11 da Lei nº 8.213/91 e inciso VII do art. 9º do Decreto nº 3.048/99.

Conforme documentação apresentada, a parte Autora comprova atividade rural como


segurado (a) especial RGPS, em regime de economia familiar, na propriedade
denominada ......................., Zona Rural do Município de ......................, no Estado do ..................,
na condição de ..............................., no período de .......................... a ......................,
cultivando ........................., além da criação de ...................................., destinado a subsistência.

O inciso VII do art. 11 da Lei nº 8.213/99 estabelece como segurado especial a pessoa
física residente no imóvel rural ou em aglomerado urbano ou rural próximo a ele que,
individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com o auxílio eventual de terceiros.

A comprovação da atividade rural para os benefícios do RGPS será realizada por meio
de Autodeclaração do Segurado Especial ratificado por entidades públicas, conforme § 2º do art.
38-B da Lei n° 8.213/91, que foi alterado recentemente pela Lei n° 13.846/19.
Enquanto a Autodeclaração do Segurado Especial não for ratificada automaticamente,
será suprida mediante a comprovação de exercício da atividade rural, conforme artigo 106 da lei
8.213/91 e Artigo 116 da Instrução Normativa do INSS n° 128/2022.

Vejamos que todos as provas apresentadas comprovam o efetivo exercício de


atividade rural como segurado (a) especial, conforme o entendimento na majoritário dos nossos
tribunais, Vejamos:

PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. RECURSO ESPECIAL. APOSENTADORIA POR


IDADE RURAL. COMPROVAÇÃO DA ATIVIDADE RURAL. SÚMULA 7/STJ.1. A controvérsia gira
em torno do preenchimento dos requisitos para a concessão de aposentadoria rural por idade.2. A
jurisprudência do STJ se mostra firme no sentido de que o reconhecimento de tempo de serviço
rurícola exige que a prova testemunhal corrobore início razoável de prova material, sendo certo
que o rol de documentos hábeis à comprovação do exercício de atividade rural, inscrito no art. 106,
parágrafo único, da Lei 8.213/1991, é meramente exemplificativo, e não taxativo.3. A
jurisprudência do STJ admite como início de prova material para a comprovação da atividade
rural certidões de casamento e nascimento dos filhos nas quais conste a qualificação do cônjuge da
segurada como lavrador e contrato de parceria agrícola em nome da segurada, desde que o
exercício da atividade rural seja corroborada por idônea e robusta prova testemunhal. Vale
ressaltar que para o reconhecimento do tempo rural não é necessário que o início de prova material
seja contemporâneo a todo o período de carência exigido, desde que a sua eficácia probatória seja
ampliada pela prova testemunhal colhida nos autos.4. No caso dos autos, o Tribunal a quo, com base
na prova documental e testemunhal produzida nos autos, reconheceu o exercício de atividade rural pela
autora.5. Os argumentos utilizados para fundamentar a pretensão trazida no Recurso Especial somente
poderiam ter sua procedência verificada mediante o reexame de matéria fática, o que é vedado ante o
óbice da Súmula 7/STJ.6. Recurso Especial não provido. (STJ, REsp 1650963/PR, Rel. Ministro
HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 16/03/2017, DJe 20/04/2017)

Vejamos que as provas materiais da atividade rural apresentadas são todas


contemporânea à época dos fatos que se pretende comprovar, conforme orientação da Sumula nº 34
do TNU.

Vejamos que os entendimentos sumulado da Turma Nacional de Uniformização (TNU)


e Superior Tribunal de Justiça (STJ) reforçam o argumento que as provas apresentada no autos
comprovam cabalmente o efetivo exercício de atividade rural da parte Autora, ainda que de forma
descontinua. In verbis:

Tema 2 TNU. No caso de aposentadoria por idade rural, a certidão de casamento vale como início de
prova material, ainda que extemporânea.

Tema 18. TNU. A certidão do INCRA ou outro documento que comprove propriedade de imóvel em
nome de integrantes do grupo familiar do segurado é razoável início de prova material da condição de
segurado especial para fins de aposentadoria rural por idade, inclusive dos períodos trabalhados a partir
dos 12 anos de idade, antes da publicação da Lei n. 8.213/91. Desnecessidade de comprovação de todo o
período de carência.

Súmula 6 TNU. A certidão de casamento ou outro documento idôneo que evidencie a condição de
trabalhador rural do cônjuge constitui início razoável de prova material da atividade rurícola.

Súmula 14 TNU. Para a concessão de aposentadoria rural por idade, não se exige que o início de prova
material corresponda a todo o período equivalente à carência do benefício.

Súmula 577 STJ. É possível reconhecer o tempo de serviço rural anterior ao documento mais antigo
apresentado desde que amparado em convincente prova testemunhal colhida sob contraditório.

Ademais, diante da dificuldade que o legitimo trabalhador rural possui de se obter


documentos para provar sua atividade, diante da informalidade do labor rurícola, a jurisprudência
tem mitigado a rigorosa exigência probatória e aceitado diversos documentos como início de prova
material, desde que contemporâneos aos fatos que pretende comprovas. Vejamos:

PROCESSO DOCUMENTO QUE PODE CARACTERIZAR INÍCIO DE PROVA MATERIAL DA


ATIVIDADE RURAL. NECESSIDADE DE REALIZAÇÃO DA PROVA TESTEMUNHAL.
CERCEAMENTO DE DEFESA CARACTERIZADO. ANULAÇÃO DA SENTENÇA. REABERTURA
DA INSTRUÇÃO. APELAÇÃO PROVIDA. 1. Em se tratando de controvérsia relativa à comprovação
do exercício de atividade rural, a jurisprudência é uníssona no sentido de ser necessária a apresentação de
início razoável de prova material, corroborada pela prova testemunhal. 2. A possibilidade de
comprovação do exercício de atividade rural por meio da autodeclaração a que se refere o art. 38-B da Lei
8.213/1991 não torna essencial a apresentação desse documento e não impede que o início de prova
material seja produzido por outros documentos. 3. Tendo em vista a dificuldade daqueles que se
dedicam ao trabalho rural em constituírem provas, há uma mitigação da exigência de robusto
acervo de prova material, admitindo-se, então, início de prova material do qual se depreendam
informações que conduzam à constatação desses fatos, corroborado por prova testemunhal, na
comprovação da qualidade de segurado especial. 4. No caso, observa-se que a parte autora juntou aos
autos escritura pública de compra e venda de imóvel rural outorgada em favor da Autora e que a qualifica
como lavradora, e outros documentos relativos a esse imóvel rural. Tais documentos, a princípio, podem
atender à exigência de apresentação de início razoável de prova material da atividade rural, conforme
exigência do art. 55, §3º, da Lei 8.213/91, razão por que se mostra imperiosa a realização da prova
testemunhal, indispensável para a comprovação da qualidade de segurado especial. 5. Apelação provida
para anular a sentença e determinar o retorno dos autos à origem, para realização da prova testemunhal.
(TRF-1, AC 1021328-42.2021.4.01.9999, DESEMBARGADOR FEDERAL MORAIS DA ROCHA,
PRIMEIRA TURMA, PJe 06/12/2022 PAG PJe 06/12/2022 PAG)

Assim, as provas matérias apresentadas demonstram o efetivo exercício de atividade


rural com segurado especial durante o período postulado, o que poderá ser complementado pela
prova testemunhal, em atenção ao princípio de livre valoração das provas e do livre convencimento
do juiz.

Por fim, o tempo de atividade rural como segurado especial comprovado demonstra
o período carência necessário para concessão do benefício, nos termos do art. 25 da Lei nº
8.213/1991.

4 - DA TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA

Com o propósito de agilizar a prestação jurisdicional, Código de Processo Civil (CPC)


prevê a antecipação dos efeitos da tutela, disciplinada no art. 300.

Neste sentido, para se consubstanciar a tutela antecipatória, necessário se faz verificar a


existência, in casu, três requisitos, quais sejam: probabilidade do direito e perigo de dano ou risco
ao resultado útil do processo.

No caso sub examine encontram-se todos os requisitos presentes para a concessão da


tutela de urgência. A probabilidade do direito se caracteriza com a farta documentação apresentada,
que comprovam initio litis a condição de segurado especial perante o INSS e a incapacidade da
parte Autora; e por fim, o receio de dano irreparável ou de difícil reparação consiste na própria
natureza alimentar do benefício.

Assim, restam evidentes o fumus boni juris e o periculum in mora, que por si só
autorizam a antecipação de tutela pretendida

5 – DO PEDIDO

Ante o exposto, REQUER a Vossa Excelência:

1. O recebimento e o deferimento da presente petição inicial;

2. Que seja, em sede de antecipação de tutela, initio litis, concedido o benefício


previdenciário de aposentadoria por idade;

3. O deferimento da Gratuidade da Justiça, pois a parte Autora não tem condições de


arcar com as custas processuais sem o prejuízo de seu sustento e de sua família;

4. A citação do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, para, querendo, apresentar


defesa;

5. A realização de audiência de conciliação ou de mediação;


6. O julgamento da demanda com TOTAL PROCEDÊNCIA, condenando o INSS a
conceder a parte Autora o benefício da aposentadoria por idade rural, a partir do requerimento
administrativo (......................), com a condenação do pagamento das prestações em atraso,
corrigidas na forma da lei, acrescidas de juros de mora desde quando se tornaram devidas as
prestações.

7. Após a sentença de procedência, seja o INSS intimado a cumprir imediatamente a


obrigação de implantar o benefício, conforme inteligência do artigo 43 da Lei 9.099/95 c/c artigo 1º
da Lei 10.259/01;

8. Informa, por fim, que está ciente de que os valores postulados perante o Juizado
Especial Federal não poderão exceder 60 (sessenta) salários-mínimos, renunciando expressamente,
até a presente data, ao excedente.
9. A expedição de precatório ou RPV separado com relação aos honorários
sucumbências e contratuais para pagamento direto aos patronos, na forma do § 4º do Artigo 22 do
Estatuto da OAB e na importância fixada no contrato.

Dá-se ao presente o valor de R$ ................... (...............................)

São estes os termos em que, pede e espera deferimento.

................................ (.......), .... de .............. de 202...

Nome do Advogado(a)

Advogado(a) OAB- ...... nº. ..........

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