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CIÁRIA DE PERNAMBUCO
em face do INSTITUTO NACIONAL DE SEGURO SOCIAL – INSS, autarquia federal, com sede
em Brasília/DF e, representação legal local através da Gerência Executiva neste Estado, loca-
lizada na Praça Dom Moura, s/n, Garanhuns/PE, CEP 55295-220, pelos fundamentos fáticos
e jurídicos e seguir expostos:
PRELIMINARMENTE
DOS FATOS
A autora é agricultora e exerceu suas atividades rurais no Sítio Papagaio, pro-
priedade do Sr. Manoel da Silva, (seu esposo) no período de 20/08/2002 a 18/03/2020 e
de 18/06/2023 a 18/03/2022, trabalhando em regime de economia familiar, sem vínculo
empregatício, em uma área explorada de 1,0 hectare, cultivando lavoura de subsistência
para o seu sustento e da sua família.
Vale ressaltar que, o esposo da autora é o proprietário do sítio em que são exer-
cidas suas atividades campesinas, estando ele já aposentado com um benefício de aposen-
tadoria por idade rural. Além disso, conforme autodeclaração em anexo, a autora trabalha
em regime de agricultura familiar, restando mais uma vez comprovada que a autora tem
contato com o meio rural e exerce atividades rurícolas.
Salienta-se que a autora embora tenha vínculos urbanos estes não interferem
em nada ao reconhecimento do exercício de suas atividades rurais, nos termos do art. 48,
§2º, da Lei 8.213/91, além de demonstrar conhecimento acerca da sua atividade campesina,
bem como apresenta características convincentes de mulher da roça.
Ainda a autora reside em área rural, em casa simples, no mesmo local que
trabalha, conforme comprovante de residência e documentos da terra em anexo, condizente
com o padrão de vida de alguém que sempre viveu do seu trabalho na agricultura, sempre
fazendo parte de programas sociais do governo dos quais já recebeu uma cisterna, e já
participou de frentes de emergência na construção de barragens.
Ademais, bastasse conferir as mãos da autora para notar que realiza, já há muito
tempo, seu labor com uso de equipamentos como enxada e outros próprios do trabalho
rural.
Se faz necessário ainda salientar que, conforme jurisprudência, pode ser com-
provada com início de prova material, corroborada com prova testemunhal.
E M E N T A PREVIDENCIÁRIO.
APOSENTADORIA POR IDADE RURAL. ART. 48, § 1º, DA LEI
8.213/91. ATIVIDADE
RURAL COMPROVADA. INÍCIO DE PROVA MATERIAL CORROBO-
RADA POR PROVA TESTEMUNHAL. REQUISITOS PREENCHIDOS.
BENEFÍCIO DEVIDO. 1. O benefício da aposentadoria por idade
é concedido, desde que demonstrado o cumprimento da
carên- cia, ao segurado trabalhador rural que tenha 60 anos de
idade, se homem, ou 55 anos se mulher (§ 1º, artigo 48 da Lei
nº 8.213/91). 2. Comprovada a atividade rural e a carência
exigi- das através de início de prova material corroborada pela
teste- munhal, e preenchida a idade necessária à concessão do
bene- fício, faz jus a parte autora ao recebimento da
aposentadoria por idade. 3. Apelação do INSS desprovida.
Fixados, de ofício, os consectários legais.
Destaque-se, por oportuno, que a Lei fala em início de prova material, e não
em prova inequívoca, o que fulmina o espírito e a vontade da norma constitucional, que
prevê tratamento diferenciado para esse tipo de segurado.
DO PEDIDO
PELO EXPOSTO, requer a V. Exa.:
f) caso seja ofertada defesa à presente ação, deve o INSS ser compelido a
trazer aos autos a cópia do Procedimento Administrativo do Benefício Nº: NB: 174.444.585-
8, conforme mandamenta o art. 11 da Lei 10.259/2001;
i) Requer, outrossim, nos termos do art. 272, § 5º, do Código de Processo Civil, que as
comunicações dos atos processuais do processo em epígrafe sejam feitas com expressa
indicação em nome do advogado.
DEFERIMENTO.
OAB/PE 11.222
OAB/PE 55.222