Você está na página 1de 12

AO JUÍZO DA VARA....... DA COMARCA DE ......

XXXXXXXXX, brasileira, (estado civil),


(profissão), portadora do RG XXXXXXX SSP/SP, inscrita no CPF/MF sob
o n.º XXXXXXXX, residente e domiciliada na Rua XXXXXXX, n.º XXX
bairro XXXXXX, na cidade de XXXXXXX, CEP: XXXXXX, através de
seu advogado e bastante procurador que esta subscreve (mandato incluso),
vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência propor a presente
AÇÃO DE CONCESSÃO DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO
APOSENTADORIA POR IDADE HÍBRIDA em face de INSTITUTO
NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS, localizada na Rua
Voluntários da Franca, número 1.186, CEP: 14.400-490, centro, pelos
motivos de fato e de direito que passa a expor para ao final requerer:

DOS FATOS

A requerente é segurada do INSS inscrita sob o nº


(nit/nis/ pis) tendo completado 61 anos de idade em XXXXXX, laborou na
atividade rural e urbana durante diversos períodos.

A requerente iniciou no labor por volta dos 12


anos de idade, o que até o presente momento ainda é muito comum nas
famílias que vivem no campo.
Tendo nascido e sido criada na fazenda XXXX,
onde morou e trabalhou, juntamente com seu pai, mãe e dois irmãos mais
velhos, até os 22 anos de idade, sendo que a família se dedicava a cultura
de algodão, milho, além de se dedicarem ao pequeno número de animais:
porcos, vacas leiteiras e galinhas.

Ao completar 22 anos, tendo casado com


XXXXX, foi residir na cidade de São Paulo – SP, com seu esposo, lá
permanecendo pelo período de 06 anos, sendo que após esse período
retornaram à cidade Natal, vindo a residirem na mesma Fazenda XXXX,
tendo permanecido por mais 10 anos na atividade rural.

Assim, tendo em vista os períodos em que a


Requerente laborou na atividade rural e urbana, bem como a sua idade,
estão satisfeitos os requisitos legais necessários.

No dia XXXXX a requerente deu entrada no


requerimento administrativo de aposentadoria híbrida sob nº XXXXXX,
mesmo com toda a documentação comprobatória juntada, a requerente teve
seu benefício negado pela autarquia sob a alegação de não comprovação de
período laborado em atividade rural, em ato arbitrário, não restando
alternativa, vem ao poder socorrer-se do Poder Judiciário, pleiteando a
correção da lesão.
DO DIREITO

O direito da Requerente de receber os benefícios


da aposentadoria encontra-se embasado no art. 201, I da Constituição
Federal; no art. 39, I, e no art. 142, ambos da Lei 8.213/91, encontrando-se
presentes os requisitos exigidos para a concessão da aposentadoria por
idade.

Destaca-se que em 20 de junho de 2008 houve


significativa alteração da legislação referente aos trabalhadores rurais,
possibilitando a soma do tempo de serviço urbano ao rural para a concessão
da aposentadoria por idade, de acordo com a nova redação do art. 48 da lei
8.213/91, promovida pela edição da lei 11.718/08, in verbis:

Art. 48. A aposentadoria por idade será devida ao


segurado que, cumprida a carência exigida nesta Lei, completar 65
(sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 60 (sessenta), se mulher.
(Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995)

§ 1o Os limites fixados no caput são reduzidos


para sessenta e cinquenta e cinco anos no caso de trabalhadores rurais,
respectivamente homens e mulheres, referidos na alínea a do inciso I, na
alínea g do inciso V e nos incisos VI e VII do art. 11.

§ 2o Para os efeitos do disposto no § 1o deste


artigo, o trabalhador rural deve comprovar o efetivo exercício de atividade
rural, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior
ao requerimento do benefício, por tempo igual ao número de meses de
contribuição correspondente à carência do benefício pretendido, computado
o período a que se referem os incisos III a VIIIdo § 9o do art. 11 desta Lei.
(Redação dada pela Lei nº 11,718, de 2008)

§ 3o Os trabalhadores rurais de que trata o § 1o


deste artigo que não atendam ao disposto no § 2o deste artigo, mas que
satisfaçam essa condição, se forem considerados períodos de contribuição
sob outras categorias do segurado, farão jus ao benefício ao completarem
65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 60 (sessenta) anos, se
mulher. (Incluído pela Lei nº 11,718, de 2008)

§ 4o Para efeito do § 3o deste artigo, o cálculo da


renda mensal do benefício será apurado de acordo com o disposto no inciso
II do caputdo art. 29 desta Lei, considerando-se como salário-de-
contribuição mensal do período como segurado especial o limite mínimo de
salário-de-contribuição da Previdência Social. (Incluído pela Lei nº 11,718,
de 2008)

Quanto ao período de carência exigido para o


referido benefício, no art. 142 da Lei nº 8.213/91, dispõe:

Art. 142. Para o segurado inscrito na Previdência


Social Urbana até 24 de julho de 1991, bem como para o trabalhador e o
empregador rural cobertos pela Previdência Social Rural, a carência das
aposentadorias por idade, por tempo de serviço e especial obedecerá à
seguinte tabela, levando-se em conta o ano em que o segurado
implementou todas as condições necessárias à obtenção do benefício:

a) O implemento dos 60 anos de idade para a


mulher;

b) O preenchimento do período de carência


previsto no art. 142 da lei 8.213/91, podendo ser somado o tempo de
serviço urbano ao rural, conforme a nova redação do art. 48, § 3º, da lei
8.213/91 – 180 meses.

No caso em tela, a idade mínima foi completada


em xxxxxxx, momento em que a Requerente completou 60 anos de idade.

No que concerne ao tempo de serviço urbano


somado ao rural, também se constata o preenchimento do requisito, haja
vista que a parte Requerente possui 24 anos, 08 meses e 10 dias de tempo
de serviço.

Destarte, cumprindo os requisitos exigidos em lei,


idade e somatório do tempo de serviço urbano ao rural pelo período
idêntico à carência do benefício, a parte Requerente adquiriu o direito à
aposentadoria por idade.

Nesse sentido é a jurisprudência do STJ:


STJ - AGRAVO REGIMENTAL NO
AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL
AgRg no AREsp 645474 SP
2015/0011869-4 (STJ)Data de
publicação: 13/03/2015
Ementa:AGRAVO REGIMENTAL.
PREVIDENCIÁRIO. PROCESSUAL
CIVIL. APOSENTADORIA POR
IDADE. TRABALHADOR RURAL.
CARÊNCIA. MODALIDADE
HÍBRIDA. POSSIBILIDADE. 1. Os
trabalhadores rurais que não satisfazem
a condição para a aposentadoria prevista
no art. 48, §§ 1º e 2º, da Lei de
Benefícios podem computar períodos
urbanos, pelo art. 48, § 3º, que autoriza
a carência híbrida. 2. Por essa nova
modalidade, os trabalhadores rurais
podem somar, para fins de apuração da
carência, períodos de contribuição sob
outras categorias de segurado, hipótese
em que não haverá a redução de idade
em cinco anos, à luz do art. 48, § 3º, da
Lei n. 8.213/91. 3. A jurisprudência da
Segunda Turma desta Corte tem
decidido que o segurado especial que
comprove a condição de rurícola, mas
não consiga cumprir o tempo rural de
carência exigido na tabela de transição
prevista no artigo 142 da Lei
8.213/1991 e que tenha contribuído sob
outras categorias de segurado, poderá
ter reconhecido o direito ao benefício
aposentadoria por idade híbrida, desde
que a soma do tempo rural com o de
outra categoria implemente a carência
necessária contida na Tabela, não
ocorrendo, por certo, a diminuição da
idade"(REsp 1.497.837/RS Rel. Min.
Mauro Campbell Marques, Segunda
Turma, DJe de 26/11/2014). 4. O
Tribunal de origem decidiu que a
segurada comprovou os requisitos da
idade, bem como tempo de labor rural e
urbano apto à concessão do benefício de
aposentadoria por idade no valor
mínimo, nos termos dos arts. 48, § 3º, e
143 da Lei de Benefícios. Agravo
regimental desprovido.

Ressalta-se, por fim, que a renda mensal inicial da


aposentadoria híbrida é calculada conforme a média aritmética simples dos
maiores salários de contribuição do segurado, equivalentes a 80% de todo o
período contributivo, de julho de 1994 em diante, considerando-se como
salário de contribuição mensal do período como segurado especial o limite
mínimo de salário de contribuição da Previdência Social (art. 48, § 4º, da
Lei n. 8.213/91):

§ 4o Para efeito do § 3o deste artigo, o cálculo da


renda mensal do benefício será apurado de acordo com o disposto no inciso
II do caputdo art. 29 desta Lei, considerando-se como salário-de-
contribuição mensal do período como segurado especial o limite mínimo de
salário-de-contribuição da Previdência Social. (Incluído pela Lei nº 11,718,
de 2008)

Diante do exposto e pelo que se provará durante o


transcorrer da relação processual, a Requerente faz jus à
APOSENTADORIA POR IDADE HÍBRIDA, instituída pelo artigo 201, I
da Constituição Federal; pelo art. 39, I, e art. 142, ambos da Lei 8.213/91,
equivalente à média das contribuições nos termos da legislação vigente.

DAS PROVAS DO LABOR RURAL

Os seguintes documentos juntados, que também


foram apresentados ao INSS, demonstram cabalmente o labor rural em
economia familiar:

1- Certidão de casamento dos pais onde consta a


designação “lavrador”.

2- Carteira de aluno da Escola Rural .........

3- Contrato de arrendamento da Fazenda.....


DO COTEJO PRIMÁRIO

A fim de proporcionar que a presente discussão


chegue até as mais elevadas Cortes, desde já se apresenta o cotejo primário
relacionado aos seguintes dispositivos constitucionais e legais, sob pena de
nulidade da decisão e ofensa ao artigo 5.º, incisos LIV, LV e ao artigo 93,
inciso IX, ambos da Constituição Federal de 1988, bem como ao artigo 156
do CPC:

1 – Artigo 201, I da Constituição Federal de 1988:


A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de
caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei,
a: I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada;

2 – Artigo 48, § 3.º da Lei 8.213/91: Os


trabalhadores rurais de que trata o § 1o deste artigo que não atendam ao
disposto no § 2o deste artigo, mas que satisfaçam essa condição, se forem
considerados períodos de contribuição sob outras categorias do segurado,
farão jus ao benefício ao completarem 65 (sessenta e cinco) anos de idade,
se homem, e 60 (sessenta) anos, se mulher;

3 – Artigo 48, § 4.º da Lei 8.213/91: a renda


mensal inicial da aposentadoria híbrida é calculada conforme a média
aritmética simples dos maiores salários de contribuição do segurado,
equivalentes a 80% de todo o período contributivo, de julho de 1994 em
diante, considerando-se como salário de contribuição mensal do período
como segurado especial o limite mínimo de salário de contribuição da
Previdência Social;

4 – Artigo 142 da Lei 8.213/91: Período de


carência estabelecido, de acordo com o ano de implementação do requisito
etário;

DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO

Considerando a necessidade de produção de


provas no presente feito, principalmente nesses casos, em que necessita da
produção de prova, a Parte Autora manifesta, em atendimento ao art. 319,
inciso VII do CPC/2015, que não há interesse na realização de audiência de
conciliação ou mediação.

DO PEDIDO

Ante todo o exposto, REQUER:

1-) a concessão dos benefícios da justiça gratuita,


nos termos da fundamentação.

2-) A procedência total da Ação para concessão


da Aposentadoria híbrida, desde a data do requerimento administrativo
XXXXXX, com pagamento de todos os atrasados, com correção monetária
e juros, sendo o índice a ser utilizado o INPCA-E

3-) A produção de todas e quaisquer provas em


direito admitidas, notadamente a oitiva de testemunhas, conforme rol
abaixo apresentado, a fim de que sejam intimadas para depoimento;

4-) A condenação em honorários advocatícios


20% (vinte por cento) sobre as parcelas vencidas, além dos demais
consectários legais.

Nestes termos, dá-se à causa o valor de R$


10.560,00 (Dez mil, quinhentos e sessenta reais)

Termos em que,

Pede deferimento

Local e data

Respeitosamente,

Pede e aguarda deferimento.

Local

Data
OAB

Você também pode gostar