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AO ILUSTRISSIMO CHEFE DO POSTO DO INSS – AGÊ NCIA DA PREVIDÊ NCIA SOCIAL DE

XXXX/UF

XXXX, maior, casado, motorista, inscrito no CPF sob o


nº xxx.xxx.xxx-xx, residente e domiciliado nesta cidade, vem,
por meio de seus procuradores, à Presença de Vossa
Ilustríssima, requerer a concessã o de APOSENTADORIA
POR IDADE pelos seguintes fundamentos fá ticos e jurídicos:

I – DOS FATOS

O Requerente, nascido em 31 de março de 1952, contando atualmente com 65


anos de idade, filiou-se à Previdência em junho de 1973, sendo que até a presente data
possui diversos anos de contribuiçã o.

II – DO DIREITO

Aposentadoria por Idade

O benefício em comento possui previsã o constitucional no art. 201, § 7º, inciso I, e


regulamentaçã o nos arts. 48 a 51 da Lei 8.213/91, sendo apontado como marco etá rio a
idade de 65 anos para os homens. Portanto, no presente caso, o requisito etá rio foi
preenchido em 31 de março de 2017.

Aliado a isso, registre-se que o Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento


de que sua concessã o nã o demanda a satisfaçã o simultâ nea dos requisitos idade,
carência, e qualidade de segurado, ou seja, torna-se necessá rio que o segurado tenha a
idade mínima e o nú mero de contribuiçõ es necessá rio, mesmo que implementados em
momentos distintos.
Este entendimento está albergado pela Lei 10.666/2003, a qual dispõ e que a
perda da qualidade de segurado nã o será considerada para a concessã o do benefício.

Carência

É o nú mero mínimo de contribuiçõ es que o segurado deve ostentar para fazer jus
ao benefício previdenciá rio, sendo que o regramento permanente sobre o
estabelecimento da carência vem disposto nos arts. 25 e 26 da Lei 8.213/91, de tal forma
que para a aposentadoria por idade torna-se necessá rio verter 180 contribuiçõ es.

Dessa forma, a carência também se mostra implementada, haja vista que o foram
realizados 264 recolhimentos.

Contagem Recíproca do Tempo de Contribuição

A garantia da contagem recíproca do tempo de serviço, prevista inicialmente na


Lei 6.226/75, passou entã o a ser a contagem de tempo de contribuiçã o, permitindo-se
o cô mputo, para fins de aposentadoria, do período trabalhado no serviço pú blico e
daquele prestado na iniciativa privada, inclusive para o trabalhador urbano e rural,
hipó tese em que os regimes de Previdência Social envolvidos se compensarã o
financeiramente, conforme regra prevista no § 9º do art. 201 da Constituiçã o
Federal.1

O tempo de contribuiçã o, em caso de contagem recíproca, será computado de


acordo com a legislaçã o pertinente, observadas, entre outras, as normas previstas no
art. 96 da Lei 8.213/91, com alteraçõ es posteriores da Lei 9.528/2010.

Ainda, segundo o art. 130 do Decreto 3.048/99, o tempo de contribuiçã o para o


regime pró prio de Previdência Social ou para o RGPS pode ser provar com certidã o
fornecida:

Art. 130. O tempo de contribuiçã o para regime pró prio de previdência


social ou para Regime Geral de Previdência Social deve ser provado com
certidã o fornecida: (Redaçã o dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
I - pela unidade gestora do regime próprio de previdência social ou
pelo setor competente da administração federal, estadual, do
1
LAZZARI, Joã o Batista; CASTRO, Carlos Alberto Pereira. Manual de Direito Previdenciário. Rio de
Janeiro: Forense, 2016. pp. 918/919.
Distrito Federal e municipal, suas autarquias e fundações, desde
que devidamente homologada pela unidade gestora do regime
próprio, relativamente ao tempo de contribuição para o respectivo
regime próprio de previdência social; ou (Redaçã o dada pelo Decreto
nº 6.722, de 2008).
II - pelo setor competente do Instituto Nacional do Seguro Social,
relativamente ao tempo de contribuiçã o para o Regime Geral de
Previdência Social. (Redaçã o dada pelo Decreto nº 3.668, de 2000)
(grifado)

Dessa forma, vislumbra-se que o Estado do XXXX expediu CTC com a regular
indicaçã o do cargo exercido pelo Segurado na época, bem como o período específico
em que desenvolveu suas atividades laborais. Outrossim, o documento é expresso em
referir que a destinaçã o do tempo laborado é para aproveitamento no INSS.

Logo, deve ser computado o período acima para efeito de carência na


aposentadoria por idade. Perceba-se que o direito pretendido pelo Requerente
encontra guarida na jurisprudência do Tribunal Regional Federal da 4ª Regiã o:

PREVIDENCIÁ RIO. APOSENTADORIA POR IDADE URBANA.


REQUISITOS LEGAIS. CARÊNCIA. CTPS. CERTIDÃO DE TEMPO DE
CONTRIBUIÇÃO EM REGIME PRÓPRIO. TUTELA ESPECÍFICA.
CONSECTÁ RIOS. Para a concessã o de aposentadoria por idade
urbana devem ser preenchidos os requisitos da idade mínima (65
anos para o homem e 60 anos para a mulher) e carência -
recolhimento mínimo de contribuiçõ es (60 na vigência da
CLPS/1984 ou no regime da LBPS, de acordo com a tabela do art. 142
da Lei nº 8.213/1991). As anotaçõ es constantes da CTPS gozam de
presunçã o juris tantum do vínculo empregatício, salvo alegada
fraude, do que nã o se cuida na espécie. Assentado que houve
exercício laboral estatutário mediante certidão de tempo de
contribuição do órgão responsável e não tendo o INSS
demonstrado eventual emissão de CTC a indicar que tal lapso já
tenha sido aproveitado em regime próprio, o período deve ser
considerado para a concessão de benefício perante o regime
geral previdenciário. Satisfeitos os requisitos de idade mínima e
a carência exigida, tem direito à concessão da aposentadoria por
idade urbana, a contar da data do requerimento administrativo.
Declarada pelo Supremo Tribunal Federal a inconstitucionalidade do
art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com a redaçã o dada pela Lei nº
11.960/2009, os juros morató rios devem ser equivalentes aos
índices de juros aplicá veis à caderneta de poupança (STJ, REsp
1.270.439/PR, 1ª Seçã o, Relator Ministro Castro Meira, 26/06/2013).
No que tange à correçã o monetá ria, permanece a aplicaçã o da TR,
como estabelecido naquela lei, e demais índices oficiais consagrados
pela jurisprudência. O cumprimento imediato da tutela específica
independe de requerimento expresso do segurado ou beneficiá rio, e
o seu deferimento sustenta-se na eficá cia mandamental dos
provimentos fundados no art. 461 do CPC/1973, bem como
nos artigos 497, 536 e pará grafos e 537 do CPC/2015. A
determinaçã o de implantaçã o imediata do benefício, com
fundamento nos artigos supracitados, nã o configura violaçã o dos
artigos 128 e 475-O, I, do CPC/1973 e 37 da CF/1988. (TRF4,
APELREEX 0006674-35.2011.4.04.9999, QUINTA TURMA, Relator
ROGER RAUPP RIOS, D.E. 17/06/2016)

Assim sendo, o Requerente preencheu todos os requisitos ensejadores da


aposentadoria por idade, adquirindo o direito ao benefício.

Por sua vez, a renda mensal do benefício consiste em 70% do salá rio-de-benefício,
conforme disciplina o art. 50 da Lei 8.213, mais 1% para cada grupo de 12 contribuiçõ es,
até o limite de 100%. Assim, a renda mensal do Segurado será de 92% do salário de
benefício.

III – REQUERIMENTOS

ANTE O EXPOSTO, requer:

a) O recebimento do presente requerimento;

b) A produçã o de todos os meios de prova em direito admitidos, em especial


documental e testemunhal. Em caso de necessidade de dilação probatória, requer seja
aberto prazo para cumprimento das exigências pertinentes;

c) Computar para fins de contagem recíproca o período de 01/06/1973 a


18/01/1983, laborado junto ao Estado do XXXX, conforme CTC anexa, para fins
de carência no benefício pleiteado;

d) O reconhecimento de todos os períodos contributivos;

e) A concessã o do benefício da APOSENTADORIA POR IDADE, a partir da data do


agendamento do requerimento administrativo (xx/xx/xxxx);

Nesses termos,
Pede deferimento.

Local, data.
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