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Secretaria-Geral
Subchefia para Assuntos Jurídicos
DECRETA:
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1º Este Decreto regulamenta a Lei nº 9.796, de 5 de maio de 1999, para dispor
sobre a compensação financeira entre o Regime Geral de Previdência Social e os regimes
próprios de previdência social dos servidores públicos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, e entre os regimes próprios, na hipótese de contagem recíproca de
tempo de contribuição para efeito de aposentadoria.
CAPÍTULO II
Art. 2º Aplica-se o disposto neste Decreto aos benefícios de aposentadoria concedidos a
partir de 5 de outubro de 1988, desde que em manutenção em 6 de maio de 1999 ou
concedidos após essa data, com contagem recíproca de tempo de contribuição, e às pensões
por morte que deles decorrerem, excluída a aposentadoria por invalidez decorrente de acidente
em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, especificada em
lei, e a pensão dela decorrente.
§ 3º Não será devida pelo RGPS a compensação financeira em relação aos servidores
civis e militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios quanto aos períodos em que
tinham garantida apenas aposentadoria pelo ente federativo e que foram inscritos em regime
especial de contribuição para fazer jus aos benefícios de família, na forma prevista
no parágrafo único do art. 3º da Lei nº 3.807, de 26 de agosto de 1960 , e na legislação
posterior.
Art. 4º Para fins da compensação financeira de que trata este Decreto, considera-se:
V - cópia do laudo médico que reconheceu a invalidez nos casos de aposentadoria por
invalidez;
VII - cópia do registro do ato concessório da aposentadoria ou da pensão por morte pelo
Tribunal de Contas competente, quando couber.
§ 2º Será dispensado o envio de cópia dos documentos previstos neste artigo quando:
III - as demais informações exigidas puderem ser obtidas eletronicamente pelo órgão ou
pela entidade responsável por prestar a informação.
§ 3º A não apresentação das informações e dos documentos a que se refere este artigo
vedará a realização da compensação financeira entre os regimes.
II - valor do benefício pago pelo regime instituidor ou pelo valor da renda mensal inicial, o
que for menor, quando o regime instituidor for o RPPS.
§ 1º A renda mensal inicial de que trata o caput será calculada de acordo com as
normas aplicáveis aos benefícios concedidos pelo regime de origem, na data da desvinculação
desse regime.
§ 3º A renda mensal inicial apurada será reajustada na forma prevista no art. 7º da data
da desvinculação do regime de origem até a data da concessão do benefício pelo regime
instituidor e o seu valor corrigido não poderá ser inferior ao valor do salário-mínimo e nem
superior ao:
I - valor da remuneração do cargo efetivo que o servidor teria no ente de origem na data
imediatamente anterior à da concessão da aposentadoria pelo regime instituidor ou que teria
servido de referência para a concessão da pensão pelo regime de origem; ou
II - limite máximo dos benefícios pagos pelo RGPS, quando este for o regime de origem.
§ 4º Ao valor do benefício pago pelo regime instituidor será acrescido o benefício
especial de que trata o § 1º do art. 3º da Lei nº 12.618, de 30 de abril de 2012, no caso da
União, ou o benefício que tenha essa mesma natureza, se previsto na legislação dos Estados,
do Distrito Federal ou dos Municípios, observado o disposto no § 3º.
Art. 7º O valor da compensação financeira de que trata o art. 6º será reajustado nas
mesmas datas e pelos mesmos índices de reajuste dos benefícios concedidos pelo RGPS.
Art. 8º Os regimes instituidores deverão apresentar aos regimes de origem os dados
relativos aos benefícios concedidos no período do estoque RGPS e no período do estoque
RPPS, na forma prevista no art. 5º.
§ 1º A parcela mínima dos parcelamentos formalizados entre os RPPS não poderá ser
inferior ao limite máximo aplicável aos benefícios do Regime Geral de Previdência Social.
§ 2º Comprovada a inexistência de débitos, na forma prevista no § 5º do art. 6º e no § 3º
do art. 11 da Lei nº 9.796, de 1999, o pagamento dos valores de estoque RGPS será quitado:
III - por meio de dação em pagamento de imóveis integrantes do Fundo do Regime Geral
de Previdência Social - FRGPS, observados os demais procedimentos administrativos,
orçamentários, contábeis e legais necessários para sua concretização.
§ 3º Caso o prazo de cento e oitenta meses não seja suficiente para a quitação dos
créditos de estoque RGPS, o valor da parcela disposto no inciso II do § 2º será ajustado para
garantir a quitação no referido prazo.
CAPÍTULO III
§ 1º Até o dia trinta de cada mês, será disponibilizado ao regime de origem o total a ser
por ele desembolsado a cada regime instituidor referente a competência do mês anterior, que
corresponderá ao somatório do fluxo mensal, do fluxo acumulado e do estoque RGPS ou
estoque RPPS, cujo desembolso deverá ser feito até o quinto dia útil do mês subsequente.
§ 2º Os desembolsos pelo regime de origem só serão feitos para o regime instituidor
que comprovar ser credor no cômputo da compensação financeira devida entre ambos os
regimes.
§ 3º Observado o disposto no § 2º, o pagamento da compensação financeira pelo
RGPS exige a comprovação da inexistência de débitos do ente federativo do regime instituidor
pelo não recolhimento de contribuições previdenciárias devidas ao RGPS e pelo disposto
no art. 8º da Lei nº 9.702, de 17 de novembro de 1998.
Art. 12. Aplica-se a prescrição quinquenal, nos termos do disposto no Decreto nº 20.910,
de 6 de janeiro de 1932, aos valores não pagos nem reclamados em época própria do
surgimento da pretensão, que ocorrerá:
§ 1º Caso a revisão do benefício modifique o seu valor inicial, serão utilizados os
mesmos parâmetros para a concessão da compensação financeira, recalculados os valores
de compensação devidos ao regime instituidor desde a data de início de pagamento do
benefício, observada a prescrição quinquenal.
CAPÍTULO IV
Art. 14. Caso a unidade gestora do RPPS possua personalidade jurídica própria, o ente
federativo responderá solidariamente pelas obrigações previstas neste Decreto.
CAPÍTULO V
Art. 18. Fica instituído o Conselho Nacional dos Regimes Próprios de Previdência
Social, com as seguintes competências:
I - participar da definição das políticas e das diretrizes gerais relativas aos RPPS;
Art. 19. O Conselho Nacional dos Regimes Próprios de Previdência Social será
composto por representantes dos seguintes órgãos e entidades:
I - do Ministério da Economia:
II - um do INSS;
III - um dos Tribunais de Contas dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios;
a) um da União;
§ 1º Cada membro do Conselho Nacional dos Regimes Próprios de Previdência Social
terá um suplente, que o substituirá em suas ausências e impedimentos.
§ 6º A autoridade responsável pela indicação para membro do Conselho Nacional dos
Regimes Próprios de Previdência Social poderá requerer, a qualquer tempo e a seu critério, a
substituição do indicado por novo representante, que cumprirá o mandato pelo prazo
remanescente.
Art. 20. O Conselho Nacional dos Regimes Próprios de Previdência Social se reunirá,
em caráter ordinário, quadrimestralmente, por convocação do seu Presidente.
§ 3º Além do voto ordinário, o Presidente do Conselho Nacional dos Regimes Próprios
de Previdência Social terá o voto de qualidade em caso de empate.
Art. 23. O Conselho Nacional dos Regimes Próprios de Previdência Social poderá
instituir grupos de trabalho para auxiliá-lo no desenvolvimento de suas atividades.
Art. 24. As atas das reuniões do Conselho Nacional dos Regimes Próprios de
Previdência Social serão publicadas no sítio eletrônico da Previdência Social.
CAPÍTULO IV
DISPOSIÇÕES FINAIS
*
LEI No 9.796, DE 5 DE MAIO DE 1999.
Art. 3o O Regime Geral de Previdência Social, como regime instituidor, tem direito de
receber de cada regime de origem compensação financeira, observado o disposto neste
artigo.
§ 1o O Regime Geral de Previdência Social deve apresentar a cada regime de origem os
seguintes dados referentes a cada benefício concedido com cômputo de tempo de contribuição
no âmbito daquele regime de origem:
§ 2o Cada regime de origem deve pagar ao Regime Geral de Previdência Social, para
cada mês de competência do benefício, o valor resultante da multiplicação da renda mensal do
benefício pelo percentual obtido na forma do inciso III do parágrafo anterior.
§ 3o A compensação financeira referente a cada benefício não poderá exceder o
resultado da multiplicação do percentual obtido na forma do inciso III do § 1 o deste artigo pela
renda mensal do maior benefício da mesma espécie pago diretamente pelo regime de origem.
§ 5o O valor de que trata o § 2o deste artigo será reajustado nas mesmas datas e pelos
mesmos índices de reajustamento do benefício pela Previdência Social, devendo o Regime
Geral de Previdência Social comunicar a cada regime de origem o total por ele devido em cada
mês como compensação financeira.
§ 6o Aplica-se o disposto neste artigo aos períodos de contribuição utilizados para fins
de concessão de aposentadoria pelo INSS em decorrência de acordos
internacionais. (Vide Medida Provisória nº 316, de 2006) (Incluído pela
Lei nº 11.430, de 2006)
Art. 4o Cada regime próprio de previdência de servidor público tem direito, como regime
instituidor, de receber do Regime Geral de Previdência Social, enquanto regime de origem,
compensação financeira, observado o disposto neste artigo.
§ 1o O regime instituidor deve apresentar ao Regime Geral de Previdência Social, além
das normas que o regem, os seguintes dados referentes a cada benefício concedido com
cômputo de tempo de contribuição no âmbito do Regime Geral de Previdência Social:
Art. 6o O Instituto Nacional do Seguro Social - INSS manterá cadastro atualizado de
todos os benefícios objeto de compensação financeira, totalizando o quanto deve para cada
regime próprio de previdência dos servidores da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, bem como o montante devido por cada um deles para o Regime Geral de
Previdência Social, como compensação financeira e pelo não recolhimento de contribuições
previdenciárias no prazo legal.
§ 2o O Instituto Nacional do Seguro Social - INSS comunicará o total a ser desembolsado
por cada regime de origem até o dia trinta de cada mês, devendo os desembolsos ser feitos até
o quinto dia útil do mês subseqüente.
III - por meio de dação em pagamento de imóveis integrantes do Fundo do Regime Geral
de Previdência Social (FRGPS). (Incluído pela Lei nº 13.485, de 2017)
Art. 7o Os regimes instituidores devem comunicar de imediato aos regimes de origem
qualquer revisão no valor do benefício objeto de compensação financeira ou sua extinção total
ou parcial, cabendo ao Instituto Nacional do Seguro Social - INSS registrar as alterações no
cadastro a que se refere o artigo anterior.
§ 2º O ente federativo que não aderir à compensação financeira com os demais regimes
próprios de previdência social ou inadimplir suas obrigações terá suspenso o recebimento dos
valores devidos pela compensação com o regime geral de previdência social, na forma
estabelecida no regulamento. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
Art. 9o O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de sessenta dias contado da
data de sua publicação.