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autora ja qualificada nos autos do processo em epigrafe, por seu advogado ao final

assinado, vem com o acato de praxe, frente a ilustre presença de Vossa Excelencia,
em atenção ao despacho, manifesta-se a fim de opor-se em REPLICA A
CONTESTAÇÃO apresentada pela autarquia-ré.

Preliminarmente a Ré pleitea a emenda a inicial em razão da ausencia de renuncia ao


crédito superir a 60 salarios minimos, no entanto considerando a DER do beneficio o
valor da causa não ultrapassa a importancia correspondente a 60 salarios minimos.

Ademais, se por ocasião do tempo o valor da condenação ultrapassar o patamar não


pode aver limitação conforme a regra dos juizados especiais federais. Dessa forma a
preliminar deve ser afastada.

no Merito, melhor sorte não resta a Autarquia Previdenciaria.

Sustenta a impossibilidade de utilização do período de percepção de auxilio doença


para finalidade de carencia e como periodo contributivo.

argumenta ser inviavel o computo do período em beneficio por incapacidade em razão


de o segurado não haver contribuido para os cofres previdenciarios, não havendo falar
em contribuição, requisito que se contem na definição carencia, podendo ser contado
somente como tempo de serviço.

Denota-se no corpo da contestação que se trata de contestação genérica, trazendo


argumentos abstratos, tendo que fazer muita força da hermeneutica afim de encaixar
tais argumentos com as pretenções da autora na Inicial.

Por essa razãio, pedimos de antemão desculpas ao nobre magistrado se tal réplica for
repetitiva, uma vez que a mesma remetesse aos argumentos já utilizados na exordial,
uma vez que nada de novo a contestação nos trouxe, uma vez que os pedidos da
autora estão muito bem fundamentados na lei e na jurispridencia, conforme podemos
ver a seguir:

O texto legal, na lei 8.213/91 autoriza expressamente


a contagem do período em que o assegurado está em gozo de AUXÍLIO-DOENÇA ou
de aposentadoria por invalidez como tempo de serviço para concessão de
aposentadoria, desde que o afastamento tenha sido INTERCALADO com períodos de
atividade laborativa e contribuições INSS:

Art. 55 . O tempo de serviço será comprovado na


forma estabelecida no Regulamento , compreendendo,
além do correspondente às atividades de qualquer das
categorias de segurados de que trata o art. 11 desta
Lei, mesmo que anterior à perda da qualidade de
segurado:
(...)

II - o tempo intercalado em que esteve em gozo de


auxílio- doença ou aposentadoria por invalidez;

Também no mesmo sentido dispões os artigos 29, §


5º, da Lei n.º 8.213, de 1991, "in verbis": "

Art. 29. (...) § 5º Se, no período básico de cálculo, o


segurado tiver recebido benefícios por incapacidade,
sua duração será contada, considerando-se como
salário-de-contribuição , no período, o salário- de-
benefício que serviu de base para o cálculo da renda
mensal, reajustado nas mesmas épocas e bases dos
benefícios em geral, não podendo ser inferior ao valor
de 1 (um) salário mínimo. (...)

À luz dessas normas, o tempo de fruição do auxílio-


doença deve ser contado como tempo de serviço ou de contribuição (conforme o
caso), e a renda mensal do benefício, se for o caso, deve ser tratada como salário-de
contribuição.

Pontanto, estando a renda mensal do auxílio-doença


legalmente equiparada ao salário-de-contribuição, um dos reflexos é o cômputo do
período de fruição do benefício como período de carência, para fins de concessão da
aposentadoria por idade.

Tal período é considerado pela JURISPRUDÊNCIA


PÁTRIA do Egrégio SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA , como período de carência e
não somente como tempo de serviço.

Vejamos:
PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO
RECURSO ESPECIAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA.
CÔMPUTO DO TEMPO DE BENEFÍCIO POR
INCAPACIDADE COMO PERÍODO DE CARÊNCIA.
POSSIBILIDADE, DESDE QUE INTERCALADO COM
PERÍODO DE EFETIVO TRABALHO.
PRECEDENTES. 1. Ação civil pública que tem como
objetivo obrigar o INSS a computar, como período de
carência, o tempo em que os segurados estão no gozo
de benefício por incapacidade (auxílio-doença ou
aposentadoria por invalidez). 2. É possível considerar
o período em que o segurado esteve no gozo de
benefício por incapacidade (auxílio- doença ou
aposentadoria por invalidez) PARA FINS DE
CARÊNCIA, DESDE QUE INTERCALADOS COM
PERÍODOS CONTRIBUTIVOS . 3. Se o período em
que o segurado esteve no gozo de benefício por
incapacidade é excepcionalmente considerado como
tempo ficto de contribuição, não se justifica interpretar
a norma de maneira distinta para fins de carência,
desde que intercalado com atividade laborativa. 4.
Agravo regimental não provido. (STJ - AgRg no REsp:
(00)00000-0000RS 2011/00000-00, Relator: Ministro
ROGERIO SCHIETTI CRUZ, Data de Julgamento:
16/10/2014, T6 - SEXTA TURMA, Data de Publicação:
DJe 03/11/2014)

No mesmo sentido dispõe o EGRÉGIO TRIBUNAL


REGIONAL FEDERAL DA 4º REGIÃO.

"EMENTA: MANDADO DE SEGURANÇA.


PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE.
PERÍODO EM GOZO DE AUXÍLIODOENÇA.
CÔMPUTO PARA FINS DE CARÊNCIA.
POSSIBILIDADE. CONCESSÃO DO BENEFÍCIO.
EFEITOS PATRIMONIAIS. 1. Para a concessão de
aposentadoria por idade urbana devem ser
preenchidos dois requisitos: idade mínima (65 anos
para o homem e 60 anos para a mulher) e carência, ou
seja, recolhimento mínimo de contribuições (de acordo
com a tabela do art. 142 da Lei 8.213/91). 2. O período
de gozo de benefício por incapacidade (auxílio-
doença) é computável para fins de carência. 3.
Presentes seus pressupostos, impõe-se o deferimento
do amparo pretendido. 4. O writ não pode ser
empregado como substitutivo de ação de cobrança,
devendo seus efeitos patrimoniais serem pleiteados
por meio de ação própria (intelecção Súmulas 269 e
271 do STF), sendo restrita a condenação somente às
parcelas vencidas a partir do seu ajuizamento."(TRF4,
REOMS 2006.72.00000-00, Sexta Turma, Relator
Victor Luiz dos Santos Laus, D.E. 31/10/2007)

E também recentemente a TURMA NACIONAL DE


UNIFORMIZAÇÃO DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS, se manifestou sobre a
matéria.

PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO. CONHECIMENTO.


APOSENTADORIA POR IDADE. CÔMPUTO, COMO
PERÍODO DE CARÊNCIA, DO PERÍODO DURANTE
O QUAL O SEGURADO PERCEBEU AUXÍLIO-
DOENÇA. Comprovado o dissenso jurisprudencial
entre Turmas Recursais de diferentes regiões, sobre
tema de direito material, deve ser conhecido o pedido
de uniformização nele secundado. O tempo durante o
qual o segurado esteve em gozo de auxílio-doença
deve ser computado como período de carência, para
fins de concessão da aposentadoria por idade. (TNU,
Pedido de Uniformização de Interpretação de Lei
Federal, Processo nº: 2007.63.00000-00, Relator: Juiz
Federal Sebastião Ogê Muniz D.E 23 de junho de
2008.)

Nos termos do Art. 142 da Lei de Benefícios da


Previdência Social - Lei 8213/91, é necessário 180 contribuição para a concessão do
benefício de aposentadoria por idade para mulher.

Assim sendo contando-se o tempo em gozo do


benefício (61 meses) como CARÊNCIA PARA A CONCESSÃO DE APOSENTADORIA
POR IDADE URBANA obtém-se deste período as contribuições, as quais somadas
com suas contribuições de fato até a presente data (133 contribuições) obtém-se 194
contribuições, as quais devem contar como carência para a concessão de
aposentadoria por idade que é o benefício aqui pretendido.
observamos pela vasta jurisprudência que o tempo em
que o agente estiver em auxílio-doença, deve ser computado para fins de carência,
desde que esteja alternado com tempo de recolhimento, assim como fez no caso em
tela a Requerente, onde cessado o auxílio-doença e ciente da situação, fez uma
contribuição como autônoma, como sempre contribuiu.

conforme podemos ver nos julgados abaixo é o


entendimento massivo dos nossos tribunais, eis que uma senhora com mais de 65
anos que trabalhou a vida inteira, e que ainda se encontrava a mais de 05 anos no
auxílio-doença não tem condições alguma de se refazer no mercado de trabalho,
assim como também não tem como se sustentar com seus próprios esforços.

STJ - RECURSO ESPECIAL REsp 1243760 PR


2011/00000-00 (STJ) Data de publicação: 09/04/2013

Ementa: P REVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO POR


INCAPACIDADE. CÔMPUTO DO PERÍODO
DERECEBI MENTO APENAS DE AUXÍLIO-ACIDENTE
PARA A CARÊNCIA NECESSÁRIA ÀCONCESSÃO DA
APOSENTADORIA POR IDADE. POSSIBILIDADE.
RECURSOESPECIAL CONHECIDO E PROVIDO. 1. O
auxílio-acidente - e não apena s o auxílio-doença e a
aposentadoria por invalidez - pode ser considerado
como espécie de"benefício por incapacidade", apto a
compor a carência necessária à concessão da
aposentadoria por idade. 2. In casu, é de ser
observada a vetusta regra de hermenêutica,segundo a
qual"onde a lei não restringe, não cabe ao intérprete
restringir"e, portanto, não havendo, nas normas que
regem a matéria, a restrição imposta pelo Tribunal a
quo, não subsiste o óbice imposto ao direito à pensão
por morte. 3. Recurso especial conhecido e provido.

TRF-5 - APELREEX Apelação / Reexame Necessário


REEX 8039594220134058300 (TRF-5) Data de
publicação: 26/06/2014
Ementa: PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR
TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO. AUXÍLIO-ACIDENTE .
CÔMPUTO PARA FINS DE CARÊNCIA .
CABIMENTO. DIB - REQUERIMENTO
ADMINISTRATIVO. JUROS DE MORA E CORREÇÃO
MONETÁRIA. LEI Nº 11.960 /2009. 1. É devida a
concessão da aposentadoria por tempo de
contribuição, quando comprovado por prova
documental - CTPS, CNIS - que houve cumprimento
dos requisitos necessários. 2. É possível a contagem,
para fins de carência , do período no qual o segurado
esteve em gozo de benefício por incapacidade,
(auxílio-doença ou auxílio-acidente ), intercalado ou
não, quando se tratar de acidente de trabalho (art. 60 ,
IX , do Decreto nº 3.048 /99). 3. Parcelas devidas
desde o requerimento administrativo, a saber,
18.04.2013. 4. Juros de mora e correção monetária de
acordo com o art. 1º-F da Lei nº 9.494 /97, com
redação dada pela Lei nº 11.960 /2009, tendo em vista
o julgamento do REsp n.º 1270439, relator Ministro
CASTRO MEIRA, em 26/06/2013, Primeira Seção, sob
os auspícios do artigo 543-C, que decidiu que a
declaração de inconstitucionalidade, por arrastamento,
do artigo 5º , da Lei n.º 11.960 /09, por meio da ADI nº
4357 não alcançou os juros. 5. Honorários
advocatícios mantidos em R$ 00.000,00. 6. Remessa
oficial e apelação parcialmente providas, apenas para
modificar a correção monetária.

fls. 5 fls. 3

TRF-3 - APELAÇÃ O CÍVEL AC 33771 SP


2007.03.00000-00 (TRF-3) Da ta de publicação:
24/08/2010

Ementa: P ROCESSO CIVIL. AGRAVO LEGAL.


DECISÃO MONOCRÁTICA DO RELATOR QUE
JULGOU PROCEDENTE O PEDIDO DE
CONCESSÃO DE APOSENTADORIA POR IDADE.
RECEBIMENTO DE AUXÍLIO-ACIDENTE . CÔMPUTO
COMO CARÊNCIA . POSSIBILIDADE. 1. A
controvérsia reside no reconhecimento, para efeitos de
carência , do período durante o qual o autor esteve em
gozo do benefício de auxílio-acidente (de 01/07/1994
até a data de seu falecimento, ocorrido em
12/03/2007), o que levou à afirmação de ter havido o
preenchimento da carência necessária à concessão do
benefício de aposentadoria por idade, de 126
contribuições mensais, em dezembro de 2002. 2. O
auxílio-acidente é devido ao segurado em virtude de
seqüelas resultantes da consolidação de lesões
decorrentes de acidente de qualquer natureza e que
impliquem redução da capacidade para o trabalho, ou
seja, trata-se de compensação econômico-financeira
do trabalhador que, acidentado, teve sua capacidade
contributiva reduzida. 3. Bem por isso, a legislação
prevê que"o valor mensal do auxílio-acidente integra o
salário-de-contribuição, para fins de cálculo do salário-
de-benefício de qualquer aposentadoria"(artigo 31 da
Lei nº 8.213 /91), vez que, se não houver a adição do
auxílio-acidente no cálculo restará, consequentemente,
reduzido o valor da aposentadoria a que faz jus o
segurado. 4. Também estabelece a Lei de Benefícios,
quanto ao cálculo do salário-de-benefício: "Se, no
período básico de cálculo, o segurado tiver recebido
benefícios por incapacidade, sua duração será
contada, considerando-se como salário-de-
contribuição, no período, o salário-de-benefício que
serviu de base para o cálculo da renda mensal,
reajustado nas mesmas épocas e bases dos
benefícios em geral, não podendo ser inferior ao valor
de 1 (um) salário mínimo."(artigo 29 , § 5º , da Lei nº
8.213 /91). 5. Destarte, não merece acolhimento a
insurgência do agravante, pois passível de ser
computado o período de fruição do auxílio-acidente
para fins de carência, como reconhecido na decisão...

TRF-3 - APELAÇÃO CÍVEL AC


00284504520164039999 SP (TRF-3)

Data de publicação: 28/10/2016

Ementa: PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR


IDADE URBANA. REQUISITOS ATINGIDOS.
RECEBIMENTO DE AUXÍLIO-ACIDENTE . CÔMPUTO
COMO CARÊNCIA . POSSIBILIDADE. APELAÇÃO
DO INSS IMPROVIDA. 1. Para a percepção de
Aposentadoria por Idade, o segurado deve demonstrar
o cumprimento da idade mínima de 65 anos, se
homem, e 60 anos, se mulher, e número mínimo de
contribuições para preenchimento do período de
carência correspondente, conforme artigos 48 e 142
da Lei 8.213 /91. 2. Coerente com as disposições do
art. 29 , § 5º , e art. 55 , II , ambos da Lei 8.213 /1991,
os incisos III e IX do art. 60 do Decreto 3.048 /1999,
asseguram, até que lei específica discipline a matéria,
que são contados como tempo de contribuição o
período em que o segurado esteve recebendo auxílio-
doença ou aposentadoria por invalidez (entre períodos
de atividade), bem como o período em que o segurado
esteve recebendo benefício por incapacidade por
acidente do trabalho (intercalado ou não). E é essa a
hipótese dos autos, pois a parte autora comprovou
perceber benefícios previdenciários por incapacidade,
de forma ininterrupta, decorrente de acidente de
trabalho, incluindo auxílio-acidente , desde 26/04/2000
(fls.10/16 e 27), razão pela qual o tempo em que
recebeu tais benefícios deve ser computado para fins
de carência . 3. Apelação do INSS improvida.

Não bastasse tão vasta jurisprudência, é tema do STF


tal assunto, no julgamento do RE 1298832, (tema 1125/STF) conforme vemos abaixo:

RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PREVIDENCIÁRIO.


APOSENTADORIA. PERÍODO DE GOZO DE
AUXÍLIO-DOENÇA INTERCALADO COM ATIVIDADE
LABORATIVA. CONTAGEM PARA FINS DE
CARÊNCIA. POSSIBILIDADE. PRECEDENTES.
MULTIPLICIDADE DE RECURSOS
EXTRAORDINÁRIOS. RELEVÂNCIA DA QUESTÃO
CONSTITUCIONAL. REAFIRMAÇÃO DA
JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL. MANIFESTAÇÃO PELA EXISTÊNCIA DE
REPERCUSSÃO GERAL.

(STF - RE: 1298832 RS, Relator: MINISTRO


PRESIDENTE, Data de Julgamento: 18/02/2021,
Tribunal Pleno, Data de Publicação: 25/02/2021)
É constitucional o cômputo, para fins de carência, do
período no qual o segurado esteve em gozo do benefício de auxílio-doença, desde
que intercalado com atividade laborativa, sendo inclusive, matéria de repercussão
geral, ou seja, tal entendimento está vinculado a todos os casos semelhantes ao do
julgado pelo referido RE, que inclusive é o caso em tela.

Ante o exposto, requer que sejam rechaçadas todo os


argumentos aventados na contestação, com o consequente acolhimento de todos os
pedidos elencados na exordial.

termos em que, pede deferimento.

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